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1 Beatriz Machado de Almeida Replicação de DNA e PCR Replicação de DNA e PCR Livros recomendados: 1 – SNUSTAD; 2 – THOMPSON. Avaliações + Mapa conceitual por tutoria (nota da prática) + Caso clínico (questão discursiva) Introdução Objetivos ▪ Apresentar o processo de replicação do DNA e os seus principais componentes moleculares. ▪ Caracterizar a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), correlacionando-a com a replicação do DNA in vivo. ▪ Explicar como a técnica de PCR pode ser utilizada para o diagnóstico molecular de processos infeciosos e patológicos. • Por que uma célula tem que replicar o seu material genético? Divisão celular! Uma célula só replica seu material genético se for dividir. • A célula filha tem que ter a mesma quantidade de material genético – cromossomos da célula mãe. • Interfase (fase S): Fase antes da mitose propriamente dita. Ocorre a síntese de DNA – replicação do material genético. RT-PCR | RNA------cDNA | Transcriptase reversa Replicação semi-conservativa Uma fita de DNA antiga se divide em duas, onde cada uma vai servir de molde para formar uma nova fita de DNA. Logo, uma metade da fita é conservada da fita mãe. É por isso que se consegue estabelecer vínculos genéticos, como no teste de paternidade, árvores filogenéticas, por exemplo. O processo de replicação se inicia num ponto específico! Esses pontos tem uma tendência maior de sofrer as rupturas das pontes de hidrogênio. Nesses pontos existem zonas ricas em adenina ligada à timina. OBS.: ➢ Entre adenina e timina se tem duas pontes de hidrogênio. ➢ Entre guanina e citosina se tem três pontes de hidrogênio. Por isso, quebrar ligação entre GC é mais difícil do que entre AT. • Nos procariotos, o ponto de origem de replicação é único. A partir desse ponto, é possível replicar toda a molécula. • Nos eucariotos, existem pontos diferentes de origem de replicação. Esses pontos tem uma tendência maior de sofrer as rupturas das pontes de hidrogênio. Os múltiplos pontos de origem de replicação, quando se encontram, dão origem a forquilhas de replicação, formando estruturas maiores até que toda a fita seja replicada. Abertura da dupla fita Existem enzimas que auxiliam nessa abertura: ▪ Enzima DNAa: Auxiliam no processo de abertura das origens de replicação. ▪ DNA helicase: É quem proporciona a abertura da dupla fita. Desfaz a dupla hélice, promovendo a 2 Beatriz Machado de Almeida Replicação de DNA e PCR quebra das pontes de hidrogênio, levando a desnaturação. ▪ Topoisomerases: Atuam desenrolando e relaxando a molécula de DNA. ➢ Girase: Funciona como uma enzima que alivia a tensão provocada pela quebra das pontes de hidrogênio. ▪ Proteínas ligadoras de fita simples: Não abrem a molécula de DNA, mas fazem a manutenção (se ligam na estrutura da molécula), mantendo-a aberta, evitando a renaturação. Enorme afinidade por moléculas de DNA linear e de fita simples. DNA polimerase Forma o DNA (polímero). Os monômero do DNA, que são os nucleotídeos (fosfato, açucar, base nitrogenada), fazem ligações fosfodiéster. A DNA polimerase atua nas duas fitas de DNA em sentindos opostos. • Enzima que catalisa a adição de nucleotídeos à extremidades 3`de uma fita de DNA. • Precisa de um molde: A cadeia molde complementar. • Mecanismo de polimerização (adição de nucleotídeos) é no sentido 5`→ 3` • A extremidade 5`termina com fosfato e a 3`termina com açúcar. Sempre tem um fosfato em uma extremidade e açúcar na outra. • Incapaz de fazer DNA do zero (precisa ter extremidade 3`OH livre). Ela precisa de uma região que funciona como substrato – uma hidroxila livre na região 3. • Possui mecanismo de correção de erros no sentido 3`→ 5`. A diferença da ribose pra desoxirribose é a hidroxila. O mecanismo de polimerização do DNA apresenta dois problemas: 1 – A DNA-polimerase precisa de um grupo 3`OH para estender a cadeia de DNA. Solução: uma enzima chamada primase sintetiza um PRIMER (10 nucleotídeos) de RNA que deixa no seu último nucleotídeo uma hidroxila livre para poder iniciar o processo. Ao final, esse primer é substituído e continua a sequência de DNA. 2 – A enzima DNA-polimerase só sintetiza fitas novas da direção 5`→ 3`, fazendo a leitura da fita molde na direção 3`→ 5`. As fitas são antiparalelas, por conta da polaridade única. Solução: O problema é solucionado por uma manobra da enzima. A fita que deveria crescer no sentido 3`→ 5`é feita descontinuamente, em pequenos pedaços (vários primers), com a DNA polimerase trabalhando para trás a partir da forquilha de replicação. Os fragmentos de Okazaki são fragmentos deixados na fita de baixo. Os fragmentos são posteriormente unidos (DNA-ligase), formando uma fita contínua. Não existe síntese na direção 3`→ 5`!!! Conclusões: 1 – Ocorre na interfase; 2 – É semiconservativa; 3 – É bidirecional; 4 – Envolve várias enzimas. 3 Beatriz Machado de Almeida Replicação de DNA e PCR PCR Aula 2 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) • Método in vitro de replicação do DNA. • Amplifica sequências específicas de DNA: não replica o DNA todo, por exemplo, se você quer um estudo genético da mioglobina, você estuda só a mioglobina. Essa especificidade é garantida por oligonucleotídeos iniciadores, os prímers, que se liga a sequência complementar, só se ligando na sequência específica e em nenhuma outra sequência. • Processo realizado em vários ciclos com diferentes temperaturas: visam substituir o trabalho das enzimas que normalmente atuam no processo in vivo. Componentes da PCR • DNA a ser amplificado. RNA também, desde que seja convertido em DNA. • Primers – Forward e Reverse: eles vão anelar. • dNTPs – Nucleotídeos: que serão acrescentados pela polimerase na nova fita que está sendo formada. Citosina, guanina, adenosina, timina. • DNA polimerase • MgCl2: algumas enzimas precisam de cofatores para poder se ativar. No caso da polimerase, o cofator é o cloreto de magnésio. • H2O RNASE e DNASE FREE: precisa adicionar água, mas ela precisa ser livre de sais e de enzimas, pois se vai colocar DNA na reação, essa enzima a digeriria, comprometendo o DNA. • Tampão = mantém o PH ótimo para atividade da enzima. Depois de adicionado todos esses, vão para o aparelho, termociclador. 1º fase – desnaturação • Quebra das pontes de hidrogênio • Aquecimento a mais de 90ºC para a separação da dupla fita. Vai fazer o papel da helicase. • Separa tanto a fita de DNA original quanto os produtos de amplificação. 2º fase – Anelamento dos primers • Hibridização • Temperatura varia entre 40 a 70ºC conforme o par de primers. O valor da temperatura depende muito do tipo de PCR que se está conduzindo, do tamanho do primer utilizado, do fragmento que se amplifica. Quanto maior o fragmento, mais permissiva deve ser a temperatura de anelamento, ou seja, mais baixa. Quanto menor o fragmento, mais fácil é a amplificação e maior a temperatura para que não se tenha a geração de fragmentos muito inespecíficos. • Determina a especificidade da ligação. Os primers são específicos porque eles têm a sequência complementar do fragmento. Quando se fala em processo in vivo, o primer é de RNA. Ao final do processo tem a remoção desses prímers de RNA, porque o RNA não pode ficar na sequência de DNA. Na técnica de PCR não se faz essa remoção. Então é desenhado um primer de DNA (tem timina) modificando a pentose que era desoxigenada em oxigenada, colocando uma hidroxila na posição 3`. 3º fase – extensão • Atividade da Taq DNA polimerase: extraída de bactérias que vivem em ambientes termófilos (quentes), enzimas menos instáveis e menos sujeitas aos processos de desnaturação. • Duplicação do DNA: Essa é afase em que a polimerase vai fazer a amplificação de fato de um novo DNA. • Temperatura ótima em torno de 72º C: Quando atinge essa temperatura a polimerase começa a adicionar as dNTPs. 4 Beatriz Machado de Almeida Replicação de DNA e PCR A cada ciclo vai aumentando em ordem exponencial o número de fragmentos. Por mais fragmentos que se tenha formado, não é possível visualizar a olho nu o DNA ao final do processo. Desnaturação (96ºC) → Anelamento dos primers (55ºC) → Extensão dos primers (72ºC) Repete-se entre 25 e 35 vezes Resultados após 1 ciclo: o número de moléculas de DNA duplicou. Técnicas para visualização Eletroforese Separação de fragmentos moleculares, mas pode ser usado também apenas para a visualização dos fragmentos em testes qualitativos. Na técnica, adiciona-se corantes específicos às amostras e faz com que os fragmentos migrem na matriz do gel. A estrutura da eletroforese tem um polo positivo e um negativo, e como o DNA é muito negativo, ele migra para o polo positivo deixando seu rastro e podendo ser visualizado por meio de uma luz. Esses pacientes que tiveram a presença da banda (seta vermelha), são pacientes infectados. Já os que não têm presença de banda (seta verde) são negativos. Tipos de PCR • PCR convencional: • Nested PCR: amplificação. Submete as bandas fraquinhas e uma nova amplificação. • PCR em tempo real (qPCR): além de qualitativa, uma análise quantitativa. À medida que vai amplificando vai gerando gráficos de amplificação para saber se está amplificando ou não. Ela é mais rápida, mais moderna. Covid-19. • RT-PCR: é uma técnica que usa a transcriptase reversa antes da amplificação. RNA em DNA e depois faz a PCR. • PCR Multiplex: amplificar várias regiões gênicas ao mesmo tempo em um único tubo de ensaio. Tipo dengue, zika e Chikungunya ao mesmo tempo. Aplicações do Conhecimento 1 – Diagnóstico de infecções: bactérias, vírus, fungos, protozoários. Mais precoce que um Elisa, por exemplo, que detecta os anticorpos, já que a janela entre infecção e a produção deles leva um tempo; Nesse caso, tem o marcador de peso molecular para saber qual o tamanho da banda, cada linha representa um tamanho. O DNA é pesado em pares de base porque é fita dupla (ex.: o fragmento tem 200 pb). Quanto maior o fragmento mais em cima ele fica, e quanto menor, mais em baixo. No controle usa água - C (para saber se está contaminada), a amostra do paciente - P, um controle negativo - CN e o controle positivo - CP. Nesse caso da imagem, a única amostra que apresenta banda no gel é o CP, que é o DNA de células que já se sabe previamente que está infectada. Então, se o paciente estivesse infectado, ele apresentaria uma banda na mesma altura da banda apresentada por CP. Laudo: não foi detectada, pela técnica de PCR, amplificação do gene viral... Não se pode afirmar 100% que não há infecção devido ao falso negativo. 2 - Quantificação de DNA ou RNA viral/célula hospedeira ou até de genes das células do hospedeiro. 3 - Diagnóstico de mutações: doenças crônicas/genéticas. Conclusões • A PCR é um processo de replicação do DNA in vitro • Amplifica fragmentos específicos do DNA total • Ocorre em 3 etapas • O papel da maior parte das enzimas é substitúido por temperaturas ou reagentes da técnica • É aplicada para fins diagnósticos na identificação, quantificação e análise de processos fisiopatológicos.
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