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CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS E DOS CONTRATOS

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CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Quanto as vantagens que produzem: Podem ser gratuitos, se as partes obtiverem benefícios ou enriquecimento patrimonial sem qualquer contraprestação (Doações). Podem ser onerosos, se os sujeitos visarem, reciprocamente, a obter vantagens para si ou para outrem, assim, se suas prestações forem equivalentes e certas serão comutativos (comprar e venda), se não o forem, aleatórios (contrato de seguro), Bifrontes, se, conforme a vontade das partes, puderem ser gratuitos ou onerosos, como, por exemplo, o deposito, mútuo e o mandato, sem que sua configuração jurídica fique atingida, Neutros, se lhes faltar atribuição patrimonial, visto terem os bens sobre os quais recaem uma atribuição específica, por exemplo, ato de instituição de bens de família, doação remuneratória, negócios que vinculam bens com cláusula de incomunicabilidade ou inalienabilidade. 
Quanto às formalidades, em Solenes, se requererem para a sua existência forma especial prescrita em lei (testamento), e não solenes, se não exigirem forma legal para a sua efetivação (compra e venda de bem móvel).
Quanto ao conteúdo, em patrimoniais, se versarem sobre questões suscetíveis de aferição econômica, podendo apresentar-se ora como negócios reais, ora como negócios obrigacionais, e extrapatrimoniais, se atinentes aos direitos personalíssimos e ao direito de família. 
Quanto à manifestação de vontade, em a) Unilaterais, se o ato volitivo provier de um ou mais sujeitos, desde que estejam na mesma direção colimando um único objetivo (testamento, codicilo, renúncia, promessa de recompensa, títulos ao portador) e subdividindo-se em Receptivos, se os seus efeitos só se produzirem após o conhecimento da declaração pelo destinatário (concentração nas obrigações alternativas), e não receptivos, se sua efetivação independe do endereço a certo destinatário ( Renúncia de herança), e b) Bilaterais ou plurilaterais, conforme a declaração volitiva emane de duas ou mais pessoas, porém dirigidas em sentido contrário, podendo ser simples, quando concederem benefício a uma das partes e encargo à outra (Doação, deposito gratuito), e sinalagmáticos, quando conferirem vantagens e ônus a ambos os sujeitos (compra e vendam locação, etc.). 
Quanto ao tempo em que produzem efeitos, em inter vivos, se acarretarem consequências jurídicas em vida dos interessados (doação, troca, mandato, etc.) e mortis causa, se regularem relações de direito após a morte do sujeito (testamento, legado). 
Quanto aos seus efeitos, em constitutivos, se sua eficácia operar-se ex nunc, ou seja, a partir do momento da conclusão (compra e venda), e declarativos, aqueles em que a eficácia é ex tunc, ou melhor, só se efetiva a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade (divisão do condomínio, partilha, reconhecimento de filhos). 
Quanto à sua existência, em principais, se existirem por si mesmos, independentemente de qualquer outro (locação), e acessórios, se sua existência se subordinar à dos principais (fiança). 
Quanto ao exercício dos direitos, em negócios de disposição, se implicarem o exercício de amplos direitos sobre o objeto (doação), e de simples administração, se concernentes ao exercício de direitos restritos sobre o objeto, sem que haja alteração na sua substância (mútuo, locação de uma casa). 
Obs: O negócio jurídico ainda pode ser: Simples, se se constituir por um ato só; complexo, se resultar de uma reunião de vários atos, mas com eficácia independente, por se completarem, por exemplo, venda de imóvel a prestações, requer, além do compromisso de compra e venda, a outorga da escritura definitiva; coligado, se se compuser de vários outros (arrendamento de posto de gasolina coligado pelo mesmo instrumento à locação de bombas, ao comodato de área para o funcionamento da lanchonete, ao financiamento, ao fornecimento de combustível, etc.).Negócio Derivado, ou subcontrato, é o que tem por objeto direito estabelecido em outro contrato, por exemplo, sublocação, subempreitada. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Notas introdutórias atinentes à classificação dos negócios jurídicos contratuais: Ante o fato dos contratos se agruparem em várias categorias que, de modo isolado, se submetem a regulamentação de normas idênticas ou afins, há necessidade de classifica-los, afim de que se possam verificar não só as particularidades de cada contrato, acentuando as semelhanças e as diferenças entre as inúmeras espécies, mas também os ônus e as vantagens de cada contratante, bem como os efeitos jurídicos que produz. Contudo, convém não olvidar, será necessário adotar um critério ,para classificar os contratos, que agrupe todas as espécies numa das categorias estabelecidas e possibilite que as espécies classificadas numa rubrica se afastem das ocupadas em outra.
Critérios para a classificação dos contratos: Um mesmo fenômenos pode ser classificado de diversos modos, conforme o ângulo em que se coloca o jurista. Os contratos, portanto não fogem a regra, sendo passíveis de várias classificações, pois, apensar de sua grande variedade, há caracteres comuns a muitos deles, que possibilitam o seu agrupamento em grandes categorias, pela uniformidade de seu regime. Optamos pela classificação de R. Limongi França, com apenas algumas alterações, por considerá-la a mais completa e sistematizada.Com base nas ideias desse ilustre civilista, poder-se-á afirmar que os contratos se bipartem em a) considerados em si mesmos, quanto à natureza da obrigação entabulada, a forma, à designação, ao objeto, ao tempo de execução, à pessoa do contratante, e b) reciprocamente considerados. Passemos então a analisar cada um desses critérios, salientando as peculiaridades dos contratos que se agrupam nas várias categorias. 
Contratos considerados em si mesmos. Generalidades. Ao analisar contratos em si mesmos, sem qualquer relação com outros, procura-se classifica-los quanto: a) à natureza da obrigação entabulada, hipótese em que se terão contratos unilaterais e bilaterais; onerosos e gratuitos; comunicativos e aleatórios; paritários e por adesão. b) À forma, caso em que poderão ser consensuais, formais e reais; c) à designação, dividindo-se entre nominados e inominados; d) Ao objeto, quando, em atenção ao direito conferido pelos contratos, haverá os de alienação de bens, os de transmissão do uso e do gozo, os de prestação de serviços e os de conteúdo especial; e) Ao tempo de execução, hipótese em que surgem os contratos de execução imediata, de execução diferida e sucessiva; e f) à pessoa do contratante, quando se tem contratos intuitu personae e impessoais, salientando todos os seus caracteres e a importância dessa classificação no direito civil brasileiro.
Contratos considerados em si mesmos - natureza da obrigação entabulada
Contratos Unilaterais e Bilaterais: Todo contrato decorre, como vimos, do acordo de duas ou mais vontades, mas como, em relação aos seus efeitos, esse negócio jurídico bilateral ou plurilateral ora gera obrigações de natureza patrimonial para todos os contratantes, ora para um só deles, apenas sob esse prisma será possível falar-se em bilateral e unilateral. Toda convenção, em sua formação, é bilateral ou plurilateral, por existirem sempre duas ou mais vontades coincidentes; nos efeitos, porém, tanto pode ser bilateral como unilateral. Logo, não se deve confundir, ensina-nos Orlando Gomes, a bilateralidade da obrigação contratual com a bilateralidade do consentimento, pois a primeira é relativa à eficácia do ato negocial, e a segunda, à sua formação. Autores há, dentre eles Messineo, que, com receio de perturbar essas noções evitam classificar ao contratos em unilaterais e bilaterais, preferindo designá-los por contratos com prestações a cargo de uma só parte e contratos com prestações correspectivas. 
Quanto aos seus efeitos, os contratos poderão ser: 1°) Unilaterais: Se um só dos contratantes assumir obrigações em face do outro, de tal sorte que os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro, pois uma das partes nãose obrigará, não havendo, portanto, qualquer contraprestação. É o que se dá na doação pura e simples, em que do concurso de vontades nascem obrigações somente para o doador, enquanto o donatário apenas auferirá vantagens. P. ex. o deposito, o comodato, o mútuo, o mandato, pois esses atos negociais criam obrigações unicamente ao depositário, ao comodatário, ao mutuário, ao mandatário. Assim sendo, os contratos unilaterais, apesar de requererem duas ou mais declarações volitivas, colocam um só dos contraentes na posição de devedor, ficando o outro como credor. 2°) Bilaterais: Em que cada um dos contraentes é simultânea e reciprocamente credor e devedor do outro, pois produz direitos e obrigações para ambos, tendo por característica principal o sinalagma, ou seja, a dependência recíproca de obrigações; daí serem também denominados contratos sinalagmáticos. É o que sucede, p. ex., nos contratos de compra e venda. Mas também podem ser plurilaterais se contiverem mais de dois contratantes com reciprocidade de obrigações, como p. ex. o contrato de consorcio ou o de sociedade, por pretender atingir objetivo comum. 
Vantagens práticas da distinção: 1°) A Exceptio inadimpleti contractus e a clausula resolutiva tácita somente se prendem ao contrato bilateral. Isto é assim porque o contrato bilateral requer que as duas prestações sejam cumpridas simultaneamente, de forma que nenhum dos contratantes poderá, antes de cumprir sua obrigação, exigir o implemento da do outro (CC, art. 476, 1° parte), devido a exceptio non adimpleti contractus ( exceção de contrato não cumprido ), que não é cabível no contrato unilateral. O contraente que não cumpre sua obrigação não tem direito, ante o princípio da equidade, de reclamar o implemento por parte do outro. Assim sendo, o contraente pontual, sendo bilateral o contrato, poderá a) permanecer inativo, alegando-se acionada a exceptio non adimpleti contractus, que é peculiar ao contrato sinalagmático ; b) Pedir a sua rescisão com perdas e danos, se lesado pelo inadimplemento culposo do contrato, se não quiser exigir o cumprimento deste, pois o CC, art. 475 admite o inadimplemento contratual como condição resolutiva. Se o contrato estipular a revogação do negócio por inadimplemento , a cláusula resolutiva será expressa, operando de pleno direito (CC, art. 474, 1° parte), se nada tiver a esse respeito, ter-se-á clausula resolutiva tácita (127,128,474, 2° parte do CC). 
Clausula essa que só terá cabimento se o contrato for bilateral, visto que ele contém, implícita ou explicitamente, tal condição resolutiva, levada a efeito por meio de ação de resolução movida pela parte pela parte prejudicada pelo não cumprimento do pactuado, uma vez que a resolução não se processa ipso iure, dependendo, portanto, de interpelação judicial, ou c) Exigir o cumprimento contratual. 
2°) A teoria dos riscos só é aplicável ao contrato bilateral, porque apenas se deverá apurar qual dos contraentes sofrerá as consequências da perda da coisa devida ou da impossibilidade da prestação. Conforme dispõem o código civil, art. 392,nos contratos unilaterais ou benéficos responde por simples culpa o contraente a quem o contrato aproveite, e só por dolo aquele a quem não favoreça. nos contratos bilaterais ou onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas legalmente. Além disso, nos contratos unilaterais, prevalece a inexigibilidade da clausula penal, desde que vencidos em razão de falência ( lei 11101/05, art 83 parag. 3).Havendo inadimplemento por caso fortuito ou força maior , no contrato unilateral, ante o princípio res perit creditori,o credor sofrerá os prejuízos, pois o devedor não estará obrigado, exceto em hipóteses excepcionalíssimas, a substituir o objeto ou a indenizar o seu valor.
O contrato bilateral, por estar sob a égide da norma res perit debitori, o devedor (isto é, ambos os contraentes) suportará o risco, de forma que, se houver o perecimento da coisa devida, sendo corpo certo, extinguir-se-á a obrigação de entregá-la, eliminando-se, igualmente, a contraprestação. p. Ex. A vendeu a B um quadro do Portinari, o qual foi pago imediatamente . O Quadro vem a ser perdido num incêndio causado por um relâmpago, antes de ter sido entregue a B, A ficará exonerado da obrigação, mas B poderá pedir restituição do que pagou. 3°) O 477 do CC , atinente aos contratos bilaterais, prescreve, " Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfaze-la". Apenas no contrato bilateral, com o escopo de evitar o perigo a que ficará exposto o contraente que se obrigar a cumprir a obrigação assumida antes do outro - como ocorre p. ex. na venda a credito-, é que será aplicável esse dispositivo legal, ficando a obrigação em suspenso até que seja prestada garantia real ou fidejussória suficiente, já que as circunstâncias supervenientes de modificação no patrimônio do devedor alteram os (...) termos contratuais, permitindo ao contraente que se comprometeu a realizar a sua prestação em primeiro lugar recusar-se a cumpri-la, até que o outro satisfaça a sua obrigação ou dê garantia bastante de que cumprirá o prometido. Desse modo, se não for oferecida tal caução, nem satisfeita a prestação prometida, o contrato resolver-se-á, conduzindo as partes ao estado em que antes dele se encontravam. 
Contratos Onerosos e gratuitos : Os contratos a título oneroso são aqueles que trazem vantagens para ambos os contraentes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial, correspondente a um proveito almejado. P. ex. Na locação de coisa, o locatário paga o aluguel para poder usar e gozar do bem, e o locador entrega o objeto que lhe pertence para receber aquele pagamento. Como se vê, cada uma das partes, em atenção ao seu próprio interesse, sujeita-se a dar ou a fazer algo, sendo, portanto, um ônus, por incidir sobre ambos os contratantes. Cada contraente suporta um sacrifício de natureza patrimonial com o intuito de receber vantagem correspondente, de forma que ônus e proveito estejam numa relação de equivalência. Os Contratos benéficos ou a título gratuito são aqueles que oneram somente uma das partes, proporcionando à outra uma vantagem, sem qualquer contraprestação. Logo, apenas um dos contratantes obtém proveito, que corresponde a um sacrifício do outro, como ocorre, p. ex., com a doação pura e simples. Em regra, esse tipo de contrato encerra uma liberalidade, em que uma das partes sofre redução do seu patrimônio, em benefício da outra. Geralmente todos os contratos onerosos são bilaterais, e os gratuitos, unilaterais, porém nem sempre. 
Pode haver um contrato que seja, concomitantemente, unilateral e oneroso, como, por exemplo, o mútuo sujeito a pagamento de juros, em que, além da obrigação de restituir a quantia mutuada (contrato unilateral), há a de pagar juros (contrato bilateral).
O interesse da distinção entre contratos onerosos e gratuitos: 
1°) A responsabilidade do devedor pelo ilícito, nos contratos a título gratuito , deverá ser apreciada com benignidade, de tal forma que somente a determinará conduta dolosa do autor da liberalidade; deveras, reza o art. 392 do CC que: " nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. 
2°) O doador não responderá por evicção, nem pelos vícios redibitórios, exceto nas doações com encargo. ( 552 e 441 do CC); o mesmo não se dará com aquele que pactuou contrato oneroso. 
3°) O contrato a título Gratuito poderá ser anulado por ação pauliana, independente de má- fé (158 CC), ao passo que, para se anular o contrato oneroso, além da insolvência do devedor, será mister que esse estado seja conhecido da outra parte.4°) O Contrato benéfico ou gratuito só poderá ser interpretado restritivamente (114 CC), exigência que não alcança a interpretação do contrato oneroso. 
5°) O erro sobre a pessoa será mais grave no contrato benéfico do que no contrato oneroso, salvo nas prestações de serviços materiais e encomendas de obras artísticas. 
Contratos Comutativos e aleatórios. Noção de contrato comutativo. O contrato comutativo, ou pré-estimado, vem ser aquele em que cada contraente, além de receber do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar , de imediato, essa equivalência. Portanto, nesse contrato, cada contratante se obriga a dar ou a fazer algo que é considerado como equivalente àquilo que lhe dão ou lhe fazem. Será Comutativo o contrato a título oneroso e bilateral em que a extensão das prestações de ambas as partes, conhecida desde o momento da formação do vínculo contratual, é certa, determinada e definitiva, apresentando uma certa equivalência de valores, que, por sua vez, são insuscetíveis de variação durante o implemento do contrato, embora, as vezes, corram riscos relativos as coisas ou à oscilação do seu valor, o que, contudo, são circunstâncias independentes do contrato. Explica-nos Orlando Gomes que não há uma equivalência objetiva de prestação, mas subjetiva, visto que cada contraente é juiz de suas conveniências e interesses. Realmente, o que caracteriza esse contrato é o fato de o ônus e o proveito de qualquer dos contratantes poderem ser avaliados no próprio ato em que se celebra o ajuste. Ex. compra e venda, preço na medida do interesse de um e a coisa que o outro pretendeu adquirir.
O vocábulo aleatório é originário do latim alea, que significa sorte, perigo, azar, incerteza de fortuna, indicando, portanto, um ato dependente do acaso. Desse modo, o Contrato aleatório seria aquele em que a prestação de uma ou de ambas as partes dependeria de um risco futuro e incerto, não se podendo antecipar o seu montante. Aleatório será o contrato se a prestação depender de um elemento casual, sendo, por isso, insuscetível de estimação prévia, dotado de uma extensão incerta. Com a manifestação de vontade dos contraentes, formado estará esse contrato, apesar de se relegar a prestação para implemento posterior, dependente de algum fato incerto; Logo, os efeitos do negócio se submetem a esse acontecimento incerto. As partes colocam-se, portanto, soba perspectiva de uma álea, que irá refletir na existência ou na quantidade da prestação combinada, expondo-se elas à eventualidade recíproca de perda ou de ganho. No Contrato de seguro, p. ex., o segurado, em troca do prémio, poderá vir a receber a indenização, se ocorrer um sinistro, ou nada receber, se aquele não advier. As vantagens do contrato subordinar-se-ão a um acontecimento futuro e incerto; assim, se um dos contratantes assumiu um risco, não poderá reclamar do que lhe possa resultar, em sobrevindo aquele evento, pois será inadmissível dizer-se prejudicado por um risco que constituiu a própria essência do contrato por ele firmado. O risco pode ser: a) total ou absoluto, quando só uma das partes cumpre seu prestação, sem nada receber em troca; e b) parcial ou relativo, quando apesar de serem desproporcionados os montantes cada um dos contraentes recebe alguma prestação. ESSE risco de perder ou de ganhar pode sujeitar um ou ambos os contratantes; porém a incerteza do evento terá de ser dos dois, sob pena de não subsistir a obrigação, uma vez que tal lucro ou perda está na dependência do acontecimento incerto para ambos os contratantes. Cada um deles se encontra adstrito a pagar sem nada receber, ou a receber sem nada a pagar, ignorando, desde o momento da formação do contrato, de quem será a vantagem e de quem será a perda. Se a álea ficar a cargo exclusivo de um dos contratantes, nulo será o negócio, posto que é inadmissível a celebração desse por uma das partes na certeza de ganhar. Percebe-se nitidamente que, no contrato aleatório ,Afasta-se a ideia de uma equivalência originária, pois o proveito que uma das partes terá com esse contrato se subordina a um evento incerto.
Os contratos aleatórios opõe-se aos comutativos, apesar de serem onerosos e bilaterais, porque: 1) nos comutativos, as partes podem antever o que receberão em troca das prestações que realizarem, por haver certeza quanto às prestações e cada prestação corresponder a uma contraprestação, não sendo, porém, necessário que haja uma absoluta igualdade entre tais valores, já que os bens que são objeto do contrato poderão não possuir uma valoração precisa. Nos aleatórios, com a intervenção do risco, há uma extensão indeterminada das prestações, dependente de um evento casual, incerto e desconhecido, sem o qual jamais serão exigíveis, uma vez que pode advir vantagem para uma parte e perda para a outra, O montante das prestações não pode ser previsto, e muito menos pode ser, desde logo, definido por ocasião da elaboração do contrato. Há incerteza para as duas partes sobre se a vantagem esperada será proporcional ao sacrifício, expondo os contratantes à alternativa de ganho ou de perda, podendo ser a contraprestação desproporcional ao valor da prestação. 2) OS vícios redibitórios se referem, unicamente, aos contratos comutativos ( CC, art.441), inexistindo, assim, ação redibitória para os contratos aleatórios. 3) As normas do código civil, arts. 458 a 461, são aplicáveis tão somente aos contratos aleatórios. 4) A rescisão por lesão não tem lugar nos contratos aleatórios, mas apenas nos comutativos, segundo as legislações que adotam essa consequência desse instituto. A lesão consiste na injusta exploração da situação econômica, jurídica ou moral de uma das partes, em razão do qual vem essa a receber contraprestação desproporcionada à que efetuara, permitindo, em alguns países, a rescisão dos contratos comutativos. Todavia, nosso legislador não considera esse efeito do referido instituto, de maneira que, se o contrato causar enorme prejuízo para um dos contraentes, tornando excessivamente oneroso o encargo assumido, não se tornará nulo, ressalvando-se a hipótese prevista na lei 1521/51, art. 4,b, regulamentada pelo decreton.48450/60 (ora revogado pelo decreto s/n, de 10-5-1991), mas sim anulável (cc, art. 157,171,II) por ser uma lesão especial. Convém lembrar que há contratos comutativos que podem ser transformados em aleatórios, se houver clausula explícita, que introduza o elemento incerto, dependente de sorte. P. Ex. Se o dono de um imóvel faz um contrato de empreitada com alguém para a abertura de um poço que deverá fornecer a quantidade mínima de 20 mil litros, ajustando que o empreiteiro nada receberá se o poço não produzir a quantidade desejada. 
 Contratos condicionais e aleatórios. Devido ao fato do contrato aleatório depender de evento incerto, que pode dar lucro ou perda, apresenta afinidades com o contrato condicional, embora dele se distingue, porque: 1)No condicional, a existência e a eficácia do contrato estão na dependência de evento futuro e incerto, ao passo que, no aleatório, ter-se-á o contrato perfeito desde logo, embora surja o risco de a prestação de uma das partes ser maior ou menor, de maneira que a incerteza atingirá apenas a extensão das vantagens e das perdas dos contraentes, estando o contrato em si perfeito e acabado. 2) No condicional, ambas as partes poderão ter lucros; sem que o ganho de um represente, necessariamente, prejuízo do outro; no aleatório, em regra, a vantagem de um acarretará perda para o outro contratante.3) No condicional, o acontecimento deverá sempre ser incerto e futuro para que os contratos produzam efeitos jurídicos, e, no aleatório, a circunstância causal de que depende o lucro ou perda não precisará ser futura, bastando que seja ignorada ou desconhecida pelas partes, embora já tenha sido realizada. 
Espécies de contratos aleatórios. Alguns contratos são aleatórios devido à sua natureza, como a rifa, o bilhete de loteria, a constituição de renda vitalícia (cc,art.806), o jogo e a aposta (814/817), o seguro (757 a802), enquanto outros o são acidentalmente, por terem por objeto coisa incerta ou de valor incerto, p. ex. o Contrato de exploração de petróleo a risco, etc. Aos contratos aleatórios não se aplica a teoria da lesão , nem estão eles sujeitos aos vícios redibitórios, arras e outros institutos que tutelam o equilíbrio contratual. São duas modalidade de contratos aleatórios: 1) os Que dizem respeito a coisas futuras que podem ser: a) Emptio Spei, em que um dos contratantes, na alienação de coisa futura, toma a si o risco relativo a existência da coisa, ajustando um preço, que será devido integralmente, mesmo que nada se produza (cc, art. 458), sem que haja dolo ou culpa do alienante. Vende-se portanto, a esperança ou a probabilidade de as coisas existirem. P.ex. Se alguém comprar de um pescador, por preço certo, os peixes que esse retirar de sua rede, assumindo o risco de nenhum peixe ser apanhado. Dessa forma, mesmo que nada pesque, o pescador terá direito ao preço integral, se agiu com a diligência habitual. OS peixes não constituem o objeto do contrato, mas sim o próprio lanço da rede (iactus retis).
Se se vender a colheita de café do ano vindouro, o adquirente assumirá o risco de nada ser colhido. O comprador paga o preço e o vendedor vende a spei. O objeto do contrato é a alea ou o risco. Se a álea se verificar sem culpa do vendedor, este terá direito ao preço, porém, se não houver colheita por culpa do alienante, não haverá risco algum, sendo nulo, portanto, o contrato; b) emptio rei speratae, que ocorre se a álea versar sobre quantidade maior ou menor da coisa esperada. O CC prevê esse contrato aleatório no art, 459 e parágrafo único, que assim estatui: “Se for aleatório o contrato, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente em si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá tbm direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tenha concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior a esperada. parágrafo único. Mas, se dá coisa não vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. “Conforme esse dispositivo legal, o risco assumido pelo adquirente concerne a menor ou maior quantidade de coisa, sendo devido o preço ao alienante, desde que este não tenha culpa, mesmo que o objeto venha a existir em quantidade mínima ou irrisória. Basta que a coisa venha a existir em qualquer quantidade. Assim, nula será a alienação, porque o contrato, nesse caso, estará sem objeto.
2) Os que versam sobre coisas existentes, sujeitas ao risco de se perderem, danificarem, ou ainda, sofrerem depreciação. Relativamente a essa espécie de contrato aleatório, prescreve nosso código civil no art. 460 que " Se aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo no dia do contrato". É A hipótese de mercadoria embarcada que é vendida, assumindo o comprador a álea de ela chegar ou não ao seu destino, mesmo que ela desaparece por ocasião do contrato, devido a naufrágio do navio, a venda será válida e o vendedor terá direito ao preço, se ignorava o sinistro, se sabia do naufrágio, anulada será a alienação, competindo ao adquirente a prova desse ciência. É o que diz no art. 461: " A alienação aleatória, a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como doloso pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa." 
contratos paritários e por adesão: Os paritários são aqueles em que os interessados, colocados em pé de igualdade, ante o princípio da autonomia da vontade, discutem, na fase da puntuazione, os termos do ato negocial, eliminando os pontos divergentes mediante transigência mútua. Os contratos por adesão são aqueles em que a manifestação de vontade de uma das partes se reduz a mera anuência a uma proposta da outra, ex. contrato de transporte. O contrato por adesão é regido pelo princípio da legitimidade da intervenção controladora, que se manifesta na interpretação de clausulas dúbias, aplicando-se a norma da interpretatio contra stipulatorem (423) E NO CONTROLE DIRETO DO CONTEÚDO, mediante a declaração de nulidade das cláusulas que contiverem a renúncia antecipada do aderente a algum direito oriundo da natureza do negócio entabulado (424). Consagrada está a ideia de repúdio a quaisquer cláusulas abusivas, iníquas ou desarrazoáveis, por provocarem o desequilíbrio de direitos e deveres, conducentes àquela renúncia antecipada a direitos do aderente. Protege-se o aderente, ante a superioridade situacional do contratante, que estipula as cláusulas pré- elaboradas, dos perigos resultantes de sua simples utilização, impedindo abusos. 
O Contrato por adesão é aquele em que a manifestação da vontade de uma das partes se reduz a mera anuência a uma proposta da outra. O contrato por adesão não deverá ser impresso em letras microscópicas, com redação confusa, com terminologia técnica, conceitos vagos ou ambíguos, nem clausulas desvantajosas para um dos contratantes. Nos contratos alusivos às relações de consumo poderá haver clausula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, e a clausula que implicar limitação ao direito do consumidor deverá ser redigida com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão, mediante uso de termos claros e caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não poderá ser inferior ao tamanho 12. (8078/90 art.54 §3°). 
Os contratos por adesão supõem: 1) Uniformidade, predeterminação e rigidez da oferta. A uniformidade é uma exigência imprescindível, pois, se o ofertante pretende obter número indeterminado de aderentes para que haja aceitação passiva, será preciso que o conteúdo do contrato seja invariável. A predeterminação unilateral das cláusulas contratuais e a rigidez das condições gerais caracterizam os contratos por adesão. As suas clausulas deverão ser rígidas, porque deverão ser uniformes, portanto, o ofertante não poderá alterar o teor da policitação senão precedendo-o de ampla divulgação ou aprovação das autoridades (nas hipóteses em que estas controlem tais contratos, como ocorrem com as tarifas de transportes, serviços de luz, telefone, etc.) Esses traços possibilitarão identificar esses contratos. 2) Proposta permanente e geral, aberta a quem se interessar pelos serviços do proponente, dirigindo-se a um grupo indeterminado de pessoas. Assim sendo, o contrato se forma com qualquer pessoa, a não ser naqueles casos em que se permitem ressalvas, como, p. ex., no da empresa de transporte, que não pode ser obrigada a admitir passageiro além da lotação do veículo. 3) Aceitação pura e simples do Oblato, simplificando, desse modo, a maneira de produzir-se o consentimento. 4) Superioridade econômica de um dos contratantes, que desfruta de um monopólio de fato ou de direito. 5) Cláusulas do contrato são predispostas e fixadas unilateralmente e em bloco pelo policitante, visto que se dirigem a um número indeterminado de pessoas. Convém lembrar, ainda, que: a) pelo art. 424 do CC serão nulas as cláusulas, apostas nos contratos por adesão, que estipularem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio, pois a liberdade de contratar deverá ser exercida dentro dos princípios da função social do contrato, probidade e boa-fé objetiva e tais clausulas, além de serem abusivas ou leoninas, geram insegurança e quebram o equilíbrio contratual. p. ex. se num contrato de locação de prédio para moradia, o locatário vem a acatar cláusula de renúncia do direito de denunciar locação por prazo indeterminado, mediante aviso prévio escrito ao locador (art, 6 da lei 8245/91), Tal disposição contratual deverá ser considerada nula, pois, sendo da natureza do contrato foi afastada por meio de clausula inserida em contrato por adesão. b) Pelo 423, resguarda-se a posição do aderente, em relação a clausulasambíguas ou contraditórias, adotando a interpretação que mais o beneficie, porque o ofertante está em situação mais vantajosa, visto que, em regra, insere clausulas voltadas ao seu interesse. A interpretação mais favorável ao aderente visa estabelecer uma real igualdade substancial entre as partes contratantes, tendo-se me vista que o aderente é, em regra, levado a efetivar o contrato por necessidade. c) O enunciado n.429 do conselho de justiça federal, aprovado na V jornada de direito civil: " No contrato de adesão, o prejuízo comprovado aderente que exceder ao prevista na clausula penal compensatória poderá ser exigido pelo credor independentemente de convenção.
Contratos considerados em si mesmos - quanto à forma
Contratos consensuais: que se perfazem pela simples anuência das partes, sem necessidade de outro ato; p.ex. locação, parceria rural, etc. Contratos solenes: que consistem naqueles para os quais a lei prescreve, para a sua celebração, forma especial, p.ex. compra e venda de imóvel (CC, art. 108 e 1245). Contratos reais: que são aqueles que se ultimam com a entrega da coisa, feita por um contratante a outro; p.ex. comodato, mútuo, deposito, arras. O Simples concurso de duas ou mais vontades não tem o condão de estabelecer o vínculo contratual, que só se formará com a tradição efetiva do objeto do ato negocial, por ser requisito essencial à sua constituição antes da entrega efetiva da coisa, ter-se-á mera promessa de contratar e não um contrato perfeito e acabado.
Contratos considerados em si mesmos - Quanto a sua denominação
Contratos nominados e inominados: Nominados que abrangem as espécies contratuais que tem nomen iuris e servem de base para a fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei; p.ex. Compra e venda/ permuta/ doação/ locação, etc. Inominados são os que se afastam dos modelos legais, pois não são disciplinados ou regulados expressamente pelo CC ou por lei extravagante, porém são permitidos juridicamente, desde que não contrariem a lei e os bons costumes, ante o princípio da autonomia da vontade e a doutrina do numerus apertus em que se desenvolvem as relações contratuais . p. ex. contrato sobre exploração de lavoura de café, cessão de clientela, etc. 
Contratos considerados em si mesmos - Quanto ao seu objeto
Discrepam os autores quanto a essa classificação. Cimbali, p.ex. divide os contratos , relativamente ao objeto, em: a) patrimoniais, se se entendem como patrimônio em sentido estrito; b) pessoais, se atinentes a alguma prestação do contraente ou de outrem em seu lugar c) sociais, se visam o interesse da coletividade. Porém, como lecionam R. Limongi França, dentre outros, essa divisão é importuna, por criar uma confusão a respeito do próprio objeto do contrato, cuja natureza em regra é de caráter patrimonial. Eis porque, propõe-se que se dividam os contratos conforme o conteúdo do direito que conferem, classificando-os dos seguinte modo: a) contratos de alienação de bens; b) contratos de transmissão de uso e gozo; c) contratos de prestação de serviços; d) contratos de conteúdo especial.
Contratos considerados em si mesmos - Quanto ao tempo de sua execução
contratos de execução imediata, que são os que se esgotam em um só instante, mediante uma única prestação . Contrato de execução continuada: que o corre quando a prestação de um ou de ambos ou de ambos os contraentes se dá a termo. Sobrevivem com a persistência da obrigação, muito embora ocorram soluções periódicas, até que, pelo implemento de uma condição ou decurso de um prazo, cessa o próprio contrato.
Importância da classificação: a) A nulidade do contrato de execução contínua não afeta os efeitos já produzidos. b) A revisão do contrato em razão de onerosidade excessiva só recai sobre os contratos de execução continuada, sendo, portanto, inadmissível nos contratos de execução imediata. c) A rescisão unilateral do contrato de execução continuada apenas será admitida em casos excepcionais, salvo se convencionado por tempo indeterminado d) O descumprimento de prestação vencida, no contrato de execução continuada bilateral, não anulará as prestações já realizadas, desde que sejam autônomas, operando, portanto, seus efeitos ex nunc. O credor terá tantos direitos distintos ao ressarcimento do prejuízo quantos forem os atos não realizados pelo devedor. e) A prescrição da ação de resolução do contrato de execução continuada, por inadimplemento, corre separadamente de cada uma das prestações, e a prescrição do direito de receber cada prestação independe das anteriores como das posteriores. f) O cumprimento simultâneo das prestações só poderá ser exigido se o contrato for de execução imediata. portanto, não se permite ao contraente que deve produzir, em primeiro lugar, sua prestação, em contratos de execução continuada, defender-se pela exceptio non adimpleti contractus, recusando a cumprir seu dever, alegando que a outra parte não cumpriu a dela. g) A impossibilidade de execução dos contratos sucessivos, liberando uma das partes, importará a liberação da outra, por haver obrigações reciprocas, de modo que, se houver perda da coisa alugada, a locação não poderá sobreviver. Já nos contratos de execução imediata, poderá suceder que a exoneração de um contratante não acarrete a liberação do outro, como na hipótese de mora do comprador. 
Contratos considerados em si mesmos - Quanto à pessoa do contratante
Contratos pessoais, que são aqueles em que a pessoa do contratante é considerada pelo outro como elemento determinante de sua conclusão. Contratos impessoais, que são aqueles em que a pessoa do contratante é juridicamente indiferente.
Importância dessa classificação: A distinção entre contratos intuito personae e impessoais, reveste-se de grande importância, em virtude das consequência práticas decorrentes da natureza personalíssima dos negócios pertencentes a primeira categoria, que: a) São intransmissíveis, não podendo ser executados por outrem, assim sendo, com o óbito do devedor, extinguir-se-ão , pois os sucessores não poderão cumprir a prestação, que era personalíssima. b) Não podem ser cedidos, de modo que, se substituído o devedor, ter-se-á a celebração de um novo contrato. c) São anuláveis, havendo erro essencial sobre a pessoa do contratante. 
Contratos reciprocamente considerados- acessórios e principais
Contratos principais são aqueles que existem por si só, exercendo sua função e finalidade independentemente de outro. Acessórios são aqueles cuja existência jurídica supõe o principal, pois visam assegurar a sua execução. p. ex. Fiança. 
Princípios fundamentais atinentes aos contratos principais e acessórios: 1) A nulidade da obrigação principal acarretará a das acessórias, porém a destas não implica a da principal (184), 2) A prescrição da pretensão relativa à obrigação principal induzirá à alusiva às acessórias, mas a recíproca não é verdadeira; assim, a prescrição da pretensão a direitos acessórios não atinge a do direito principal.
Fontes: Curso de Direito Civil Brasileiro – Teoria das obrigações contratuais e extracontratuais, 2017, 33ª edição, revista e atualizada de acordo com o novo CPC Saraiva jur, Maria Helena Diniz.
Anotações de aula.

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