Buscar

Teoria Geral do Contratos resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceito e finalidade dos contratos 
 
O contrato é comumente conceituado como o acordo de vontades para o fim de adquirir, 
resguardar, modificar ou extinguir direitos. Trata-se de figura jurídica que ultrapassa o âmbito do 
direito civil, sendo expressivo o número de contratos de direito público hoje celebrado. O contrato 
tem uma função social, sendo veículo de circulação da riqueza, centro da vida dos negócios e 
propulsor da expansão capitalista. 
 
Requisitos de validade dos contratos. 
 
O contrato é, na sua essência, um negócio jurídico e, como tal, para que possua validade no 
mundo jurídico, necessita de alguns requisitos essências. 
 
São requisitos subjetivos, isto é, vinculados às partes contratantes: a manifestação de duas ou 
mais vontades e capacidade genérica dos contraentes; a aptidão específica para contratar e o 
consentimento. 
 
Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato, que deve ser lícito, possível, 
determinado ou determinável (CC, art. 104, II). 
 
Com relação à forma, as partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, 
verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, 
exija a forma escrita, pública ou particular. O consensualismo, portanto, é a regra, e o formalismo, 
a exceção. 
Princípios gerais dos contratos. 
O contrato, ao desempenhar seu papel fundamental, caracteriza-se por ser uma fonte de 
obrigações, gerando, com isso, direitos e deveres para as partes contratantes. A análise dos 
princípios contratuais, nesse contexto, é de extrema importância para delinear a conduta das 
partes em toda relação contratual, ou seja, antes, durante e até mesmo depois da extinção do 
contrato. 
Função social do contrato. 
A função social do contrato tem a finalidade de limitar a autonomia da vontade quando tal 
autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva prevalecer, ainda que essa 
limitação possa atingir a própria liberdade de contratar. Encontra previsão expressa no artigo 421 
do Código Civil. 
Princípio da autonomia da vontade. 
Tradicionalmente, as pessoas são livres para contratar. Essa liberdade abrange o direito de 
contratar se quiserem com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o direito de contratar 
e de não contratar, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de estabelecer o conteúdo do 
contrato. O princípio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade 
contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de 
vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. Têm as partes a faculdade de celebrar 
ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. Contudo, como vimos, esse princípio não 
é absoluto, pois a liberdade de contratar deve estar em consonância com a função social do 
contrato. 
Princípio da supremacia da ordem pública. 
A liberdade contratual encontra limitação na ideia de ordem pública, entendendo-se que o 
interesse da sociedade deve prevalecer quando colidir com o interesse individual. O princípio da 
autonomia da vontade, como vimos, não é absoluto. É limitado pelo princípio da supremacia da 
ordem pública, que resultou da constatação, feita no início do século passado e em face da 
crescente industrialização, de que a ampla liberdade de contratar provocava desequilíbrios e a 
exploração do economicamente mais fraco. Compreendeu-se que, se a ordem jurídica prometia a 
igualdade política, não estava assegurando a igualdade econômica. Em alguns setores fazia-se 
mister a intervenção do Estado, para restabelecer e assegurar a igualdade dos contratantes. 
Atualmente, o Código de Defesa do Consumidor é um bom exemplo de como o Poder Público, 
para evitar abusos, tem o poder de influenciar na autonomia contratual. 
Princípio do consensualismo 
De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o 
acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que vigoravam em tempos 
primitivos. Decorre ele da moderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo 
de vontades, independentemente da entrega da coisa. A compra e venda, por exemplo, quando 
pura, torna-se perfeita e obrigatória, desde que as partes acordem no objeto e no preço (CC, art. 
482). O contrato já estará perfeito e acabado desde o momento em que o vendedor aceitar o 
preço oferecido pela coisa, independentemente da entrega desta. 
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato 
Funda-se tal princípio na ideia de que, em regra, os efeitos do contrato só se produzem em 
relação às partes contratantes, vinculando-as ao seu conteúdo, não afetando, com isso, terceiros 
nem seu patrimônio. 
Essa visão, no entanto, foi mitigada pelo novo Código Civil, que não concebe mais o contrato 
apenas como instrumento de satisfação de interesses pessoais dos contraentes, mas lhe 
reconhece uma função social, como já foi dito. Tal fato tem como consequência, por exemplo, 
possibilitar que terceiros que não são propriamente partes do contrato possam nele influir, em 
razão de serem direta ou indiretamente por ele atingidos. 
Princípios da obrigatoriedade contratual e revisão dos contratos 
Em tese, o contrato obriga às partes contratantes, pois dentro da autonomia da vontade de cada 
uma das partes foram as cláusulas escolhidas e aceitas por elas. É o pacta sunt servanda. 
Entretanto, em oposição à obrigatoriedade encontra-se o direito de revisão dos contratos, que 
permite a parte onerada excessivamente por situações imprevisíveis, requerer a modificação de 
cláusulas contratuais para restaurar o equilíbrio da relação contratual. É a chamada cláusula 
rebus sic stantibus. 
Princípio da boa-fé. 
Preceitua o art. 422 do Código Civil: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé". O princípio 
da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, como 
também durante a formação e o cumprimento do contrato. 
 
 
Classificação dos contratos 
Para facilitar e melhor compreender os contratos, a doutrina costuma apontar a seguinte 
classificação: 
 
1. Contratos unilaterais e bilaterais 
Unilaterais são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como é o 
caso do contrato de comodato por exemplo. Bilaterais são os contratos que geram obrigações 
para ambos os contratantes, em que ao mesmo tempo cada sujeito é credor e devedor do outro. 
Exemplo clássico de contrato bilateral é o de compra e venda. 
 
2. Contratos gratuitos e onerosos 
Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, os contratos classificam-se em gratuitos e 
onerosos. Gratuitos ou benéficos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou 
vantagem. Para a outra parta há só obrigação, sacrifício patrimonial. Nos contratos onerosos 
ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício. 
 
3. Contratos comutativos e aleatórios 
Comutativos são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens 
e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não 
envolvem nenhum risco. Aleatório é o contrato bilateral e oneroso em que pelo menos um dos 
contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. 
Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas partes, sobre as 
vantagens e sacrifícios que dele podem advir. 
 
4. Contratos paritários e de adesão 
Contratos paritários são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as 
condições, porque se encontram em situação de igualdade (par a par). Nessa modalidade há uma 
fase de negociações preliminares, na qual as partes, encontrando-se em pé de igualdade, 
discutem as cláusulas e condições do negócio. Contratosde adesão são os que não permitem 
essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas 
as cláusulas. 
 
5. Contratos personalíssimos e impessoais 
Contratos personalíssimos são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos 
contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas 
qualidades influíram no convencimento do outro contratante. Contratos impessoais são aqueles 
cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro. 
 
6. Contratos principais e contratos acessórios 
Contratos principais são os que têm existência própria, autônoma e não dependem, pois, de 
qualquer outro, como a compra e venda e a locação, por exemplo. Os contratos que dependem 
de outros, são chamados de acessórios. É o caso do contrato de fiança em relação ao de 
locação, por exemplo. 
 
7. Contratos solenes e não solenes 
Contratos solenes são os que a lei determina certa forma para sua realização; não solenes são os 
que podem ser feitos livremente pela forma escolhida pelos contratantes. 
 
8. Contratos típicos e atípicos 
Contratos típicos são aqueles regulados pelo ordenamento jurídico de um modo geral e atípicos 
são os contratos, não regulados, mas que as partes, desde que obedecidos determinados 
requisitos legais, têm liberdade de criação em função do princípio da autonomia da vontade. 
 Interpretação dos contratos 
Como vimos o contrato é, na sua essência, um negócio jurídico e, como tal, necessita da 
manifestação de vontade para ser levado a efeito. 
A manifestação de vontade, por sua vez, origina-se do sujeito de direito, que externa a outro 
sujeito a intenção de contratar. 
A vontade, na sua substância, possui dois elementos formadores. A vontade pretendida, ou o 
elemento interno, que aquilo que o sujeito pretende, quer, pensa, reflete. 
De outro lado, o elemento externo, que é a vontade declarada, ou seja, aquilo que foi externado 
pelo sujeito. Esta pode se exteriorizar por meio da escrita, das palavras, de sinais, gestos, dentre 
outros. 
Os dois elementos, em regra, precisam andar em consonância, de modo que aquilo que se 
pretende deve espelhar o que se externou. 
Contudo, há situações, principalmente no âmbito contratual, em que aquilo que se pensou não 
reflete a mesma medida do que foi materializado. 
Nesse contexto, a execução de um contrato exige a correta compreensão da intenção das partes. 
Diz-se que a interpretação contratual é declaratória quando tem como único escopo a descoberta 
da intenção comum dos contratantes no momento da celebração do contrato. 
Será construtiva ou integrativa, quando objetivam aproveitamento do contrato, mediante o 
suprimento das lacunas e pontos omissos deixados pelas partes. 
A integração contratual preenche, pois, as lacunas encontradas nos contratos, complementando-
os por meio de normas supletivas, especialmente as que dizem respeito à sua função social, ao 
princípio da boa-fé, aos usos e costumes do local, bem como buscando encontrar a verdadeira 
intenção das partes, muitas vezes revelada nas entrelinhas. 
 
Formação do contrato 
O contrato resulta de duas manifestações de vontade: a proposta e a aceitação. A primeira, 
também chamada de oferta, policitação ou oblação, dá início à formação do contrato e não 
depende, em regra, de forma especial. Nem sempre, no entanto, o contrato nasce 
instantaneamente de uma proposta seguida de uma imediata aceitação. 
A proposta 
Pode-se dizer que proposta, oferta, policitação ou oblação é, tradicionalmente, conceituada como 
sendo uma declaração receptícia de vontade dirigida por uma pessoa a outra, com quem 
pretende celebrar um contrato, por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se 
considerar vinculada, se a outra parte aceitar. 
Representa ela o impulso decisivo para a celebração do contrato, consistindo em uma declaração 
de vontade definitiva. Distingue-se nesse ponto das negociações preliminares, que não têm esse 
caráter e não passam de estudos e sondagens, sem força obrigatória. 
Deve ser, ainda, clara, completa e inequívoca, ou seja, há de ser formulada em linguagem 
simples, compreensível ao oblato, mencionando todos os elementos e dados do negócio 
necessários ao esclarecimento do destinatário e representando a vontade inquestionável do 
proponente. 
A proposta, ao contrário das tratativas, vincula o proponente, que passa a ser obrigado a contratar 
na forma proposta (art. 427 do CC). Contudo, a proposta deixa de vincular o proponente se, feita 
sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita; se, feita sem prazo a pessoa 
ausente, tiver decorrido prazo razoável para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; 
se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta no prazo dado e se, antes dela, ou 
simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente (428 do 
CC). 
A aceitação 
Aceitação ou oblação é a concordância com os termos da proposta. É manifestação de vontade 
imprescindível para que se repute concluído o contrato, pois, somente quando o oblato se 
converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à do proponente, a oferta se transforma em 
contrato. 
A aceitação poderá ser expressa ou tácita, revelada por meio do comportamento do oblato. O que 
é importante tanto em um como no outro caso é que ela seja sempre inequívoca. 
Tempo e lugar da formação contratual. 
Considera-se formado o contrato, notadamente os feitos entre presentes, no momento da 
aceitação. Da mesma forma, considera-se celebrado o contrato no lugar em que foi feita a 
proposta, independentemente de onde tiver sido expedida a proposta. 
 Contrato preliminar 
 
Contrato preliminar ou pacto de contrahendo é aquele, segundo a teoria mais aceita, que como 
convenção provisória, contendo os requisitos do art. 104 do Código Civil, e os elementos 
essenciais ao contrato (res, pretiutn e consensttm), tem por objeto concretizar um contrato futuro 
e definitivo, assegurando pelo começo de ajuste a possibilidade de ultimá-lo no tempo oportuno. 
 
Os requisitos para a sua eficácia são os mesmos exigidos ao contrato definitivo, excetuada a 
forma. Ele se distingue da simples oferta ou proposta ou das negociações preliminares em 
preparo de contrato. 
 
Os figurantes do contrato preliminar obrigam-se ao cumprimento do definitivo e, por isso, 
 respondem pela execução específica da obrigação. A inclusão, todavia, de cláusula de 
arrependimento constitui direito assegurado às partes (jus poenitendi) de não o celebrarem. 
 Estipulação em favor de terceiro. 
Dá-se estipulação em favor de terceiro pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas, 
denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste 
reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à formação do vínculo contratual. Nela, como se 
vê, figuram três personagens: o estipulante, o promitente e o beneficiário, este último estranho à 
convenção. 
 
Promessa de fato de terceiro. 
É o denominado "contrato por terceiro" ou "contrato a cargo de terceiro". O único vinculado à 
obrigação é aquele que assumiu o cumprimento da prestação, como devedor primário, 
prometendo fato de terceiro, no que consista em fazer, dar ou não fazer, tornando-se, portanto, 
garante do fato alheio. 
Assim, se o terceiro não atender o prometido por outrem, o promitente obriga-se a indenizar os 
prejuízos advindos dessa não execução, cabendo a ação do credor contra si e não contra o 
terceiro. 
 
Contrato com pessoa a declarar 
Oferece-se configuração conveniente aos contratos estipulados com pessoa a declarar, já 
regulado nos Códigos Civis português e italiano. 
Reserva-se a um dos contratantes, no negócio jurídico celebrado pela cláusula pro arnica 
eligendo, a indicação de outra pessoa que o substitua na relação contratual, adquirindoos 
direitos e assumindo as obrigações dele decorrentes. Caso não exercite a cláusula ou o indicado 
recuse a nomeação, ou seja insolvente, disso desconhecendo a outra parte, permanece o 
contrato somente eficaz entre os contratantes originários. 
Aceita a nomeação, retroagem os efeitos do vínculo sobre o nomeado, ficando o contratante que 
exercitou a faculdade da cláusula em arnica eligentto, liberado da obrigação. A lei não trata do 
momento da liberação, embora possa se concluir que o contratante originário retira-se do 
contrato, quando a aceitação operar-se como declaração de vontade e pela forma vinculada, 
ocorrendo a substituição. 
 
Vícios Redibitórios. 
Vícios redibitórios são os defeitos existentes na coisa objeto de contrato oneroso, ao tempo da 
tradição e ocultos por imperceptíveis à diligência ordinária do adquirente, tomando-a imprópria a 
seus fins e uso ou que lhe diminuam a utilidade ou o valor, a ensejar a ação redibitória para a 
rejeição da coisa e a devolução do preço pago (rescisão ou redibição) ou a ação estimatória 
(actio quanti mninoris) para a restituição de parte do preço, a título de abatimento. 
Diz-se contrato comutativo o contrato oneroso em que a prestação e a contraprestação são cedas 
e equivalentes. 
Integra-se ao instituto a redução de utilidade do bem em face do defeito oculto, embora cuide o 
dispositivo apenas da impropriedade do uso (inexatidão ou inaptidão ao uso a que se destina). 
A lei confere uma segunda alternativa de proteção ao prejudicado, presente o vício redibitório. 
Pode o adquirente, em vez de redibir o contrato, enjeitando a coisa, postular o abatimento do 
preço pago, conservando o bem, mediante a ação estimatória ou actio quanti minoris (ação de 
preço menor). Trata-se de ação edilícia, como também é denominada a ação redibitória. 
 
Evicção. 
A evicção é a perda ou desapossamento da coisa por causa jurídica, determinante e preexistente 
à alienação, reconhecida por decisão judicial e em favor de outrem, verdadeiro detentor do direito 
sobre o bem. Tem o mesmo escopo teleológico de proteção ao adquirente, como acontece nos 
vícios redibitórios (defeito de qualidade), referindo-se, porém, a um defeito jurídico relativo ao 
negócio celebrado. 
 Extinção do contrato 
1. Extinção normal 
É aquela que se dá pelo adimplemento, ou seja, o cumprimento da obrigação na forma em que foi 
convencionada. 
2. Resilição unilateral e bilateral 
Resilição é a extinção do contrato pela vontade de um dos contratantes levada a efeito por meio 
da denúncia demonstrando a intenção de desfazer a relação contratual. 
O distrato ou resilição bilateral é negócio jurídico que objetiva a desconstituição do contrato, 
extinguindo os seus efeitos. E o desfazimento do acordo de vontades, da relação jurídica 
existente, através da manifestação recíproca dos contratantes. A forma do distrato submete-se à 
mesma forma exigida por lei para o contrato para ter a sua validade. Não obrigatória a forma, o 
distrato é feito por qualquer modo, independente de forma. 
 
3. Cláusula resolutiva 
O contrato se resolve pela cláusula resolutiva expressa, diante de obrigação não adimplida de 
acordo com o modo determinado. A cláusula expressa promove a rescisão de pleno direito do 
contrato em face do inadimplemento. Aplica-se, segundo a doutrina, o princípio dies interpellat pro 
homine. 
Quando não houver sido expressa a cláusula resolutiva, o contratante prejudicado deverá notificar 
a parte inadimplente acerca da sua decisão de resolver o contrato em face da inadimplência do 
outro. E ínsita a todo pacto bilateral a cláusula resolutória tácita. 
4. Exceção de contrato não cumprido. 
O princípio exceptio non adimpleti contractus, decorrente da dependência recíproca das relações 
obrigacionais assumidas pelas partes, é exercido pelo contratante cobrado, recusando-se à sua 
exigibilidade (satisfazer a sua obrigação) por via da exceção do contrato não cumprido; quando a 
ela instado, invoca o inadimplemento da obrigação do outro. 
O princípio tem incidência quando ocorre uma interdependência, pela simultaneidade temporal de 
cumprimento (termos comuns ao adimplemento) entre as obrigações das partes, ou seja, as 
obrigações devem ser recíprocas e contemporâneas. Humberto Theodoro Júnior refere-se à 
necessidade de uma "conexidade causal entre a prestação cobrada e aquela que o excipiente 
invoca como não cumprida". Maria Helena Diniz traz o exemplo do contrato de compra e venda à 
vista, "onde o dever de pagar o preço e o de entregar a coisa estão ligados". 
5. Resolução contratual por onerosidade excessiva. 
Diz-se onerosidade excessiva o evento que embaraça e torna dificultoso o adimplemento da 
obrigação de uma das partes, proveniente ou não de imprevisibilidade da alteração circunstancial 
(evento extraordinário e imprevisível), impondo manifesta desproporcionalidade entre a prestação 
e a contraprestação, com dano significativo para uma parte e consequente vantagem excessiva 
(enriquecimento sem causa) para a outra, em detrimento daquela, a comprometer, destarte, a 
execução equitativa do contrato. 
 
 
Direito Civil - CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS (Resumo) 
 
A classificação dos contratos, portanto, serve para posicionar corretamente o negócio jurídico no 
âmbito do exame de seu adimplemento e inadimplemento, questão crucial para o jurista. Assim à 
medida que são conhecidas as classificações fundamentais, o estudioso, ao examinar um 
contrato, na prática, já terá em mente as conseqüências jurídicas das espécies. Mas, assim como 
um diagnostico errado de uma moléstia pelo médico pode levar o paciente à morte, a 
compreensão errada de um fenômeno jurídico pode acarretar conseqüências letais ao patrimônio 
das partes envolvidas. 
 
Na tradicional classificação do direito romano temos quatro categorias de contrato, quais sejam: 
 
Reais – implicam na entrega de uma coisa (res), de um contraente a outro. 
Orais – formam-se com o pronunciamento de certas palavras. 
Literais – são os que necessitam da escrita. 
Consensuais – perfazem-se pelo simples consentimento das partes, independentemente de 
qualquer forma oral ou escrita ou da entrega da coisa. 
 
I. CONTRATOS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 
 
1. Quanto à natureza da obrigação 
1.1. Unilaterais 
 
Obrigações 
 
1.2. Bilaterais 
1.3. Gratuitos Patrimônio 
1.4. Onerosos 
1.5. Comutativos 
1.6. Aleatórios 
1.7. Paritários 
1.8.Adesão 
 
Quanto às obrigações – Cumpre inicialmente lembrar que a distinção refere-se à carga de 
obrigações da parte e não ao número de contratantes que devem ser sempre dois, já que o 
contrato é um acordo de vontades.1.1. Contrato Unilateral é aquele que, quando da sua feitura, 
gera obrigação somente a uma das partes. Os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro. 
Só uma das partes se obriga, não havendo contraprestação. Exemplo é o contrato de doação 
pura e simples onde apenas o doador contrai obrigações ao passo que o donatário só aufere 
vantagens. Caso ainda do depósito, do mútuo, do mandato e do comodato. 
Como já vimos anteriormente o contrato aperfeiçoa-se, via de regra, pelo consenso das partes. 
Mas nos contratos unilaterais, para o seu aperfeiçoamento, faz-se necessário à tradição (entrega 
da coisa), v.g., em um empréstimo em dinheiro feito junto a uma instituição financeira temos 
inicialmente uma promessa de mútuo, que é bilateral, pois o temos a de um lado, a instituição 
financeira que se compromete a entregar o dinheiro e, de outro, o contraente que se compromete 
em restituir a pecúnia, com juros e prazos pré-acordados. Mas note-se bem, não temos um 
contrato aperfeiçoado, o que temos é uma promessa de mútuo. Para que tenhamos um contrato 
aperfeiçoado é necessária à tradição, então teremos um contrato de mútuo feneratício, que é um 
contrato unilateral, visto que, após a tradição, resta obrigação à somente uma das partes, ou seja, 
aocontraente de restituir o valor à instituição bancária nas formas e prazos acordados. 
 
1.2. Contrato bilateral pressupõe obrigação, no momento da feitura, para ambas as partes, ou 
para todas as partes intervenientes. Essas obrigações são recíprocas e simultâneas (sinalgma), 
por isso, também são chamados de contratos sinalagmáticos. Cada uma das partes fica adstrita a 
uma prestação. Assim é a compra e venda (CC. Art. 481). O vendedor deve entregar a coisa e 
receber o preço; o vendedor deve receber a coisa e pagar o preço. 
Quanto ao patrimônio – refere-se à alteração no patrimônio dos contratantes. 
 
1.3. Contratos gratuitos são aqueles que oneram apenas uma das partes, proporcionando à outra 
só vantagens, sem contraprestação, ou seja, toda a carga contratual fica por conta de um dos 
contratantes. Inserem-se nesta categoria a doação sem encargo, o comodato, o mútuo sem 
pagamento de juros, o depósito e o mandato gratuitos. Devemos observar que o simples 
reembolso de despesas realizado ao mandatário, pelo mandante, não retira do mandato o seu 
caráter gratuito, tal somente ocorreria caso as partes tivessem estipulado uma retribuição por seu 
desempenho. Neste caso o contrato não seria gratuito, mas oneroso. 
 
1.4 Contratos onerosos são aqueles cujos ambos contratantes têm deveres e obrigações, direitos 
e vantagens, assim, sacrifica-se o patrimônio de um em proveito de ambos, visto que, enquanto 
uma parte dispõe de um bem o retirando-o de seu patrimônio e tendo este reduzido, mas 
recebendo por essa disponibilidade. A outra parte reduz sua capacidade financeira ao efetuar o 
pagamento do bem, mas sobrevém com a locupletamento do seu patrimônio com a aquisição do 
bem.Assim temos a carga contratual repartida entre eles, embora nem sempre de modo 
igualitário. Podemos citar como exemplos os contratos de permuta compra e venda, locação, 
empreitada, etc. Os contratos onerosos são sempre bilaterais, pois trazem vantagens para ambos 
os contraentes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a um proveito 
almejado, como por exemplo, na locação em que o locatário paga o aluguel para usar e gozar do 
bem e o locador entrega o que lhe pertence para receber o pagamento. 
 
Subdivisão dos Contratos Onerosos. 
 
1.5. Contrato comutativo é o tipo em que uma das partes, além de receber da outra prestação 
equivalente a sua, pode apreciar imediatamente essa equivalência. No momento da formação, 
ambas as prestações geradas pelo contrato estão definidas, como na compra e venda. Assim, no 
ato do contrato as partes já conhecem o sacrifício e proveito que haverá entre elas, tendo o total 
conhecimento do que têm a dar e a receber. 
 
1.6 Contrato aleatório (alea = sorte), portanto, neste tipo de contrato as prestações de uma ou 
ambas as partes são incertas quando da elaboração da avença, porque sua quantidade ou 
extensão está na dependência de um fato futuro e imprevisível. O conhecimento do que deve 
conter a prestação ocorrerá no curso do contrato, ou quando do cumprimento da prestação 
podendo, inclusive, redundar numa perda ao invés de lucro. Destarte, o contrato aleatório funda-
se na alea, sorte, ao menos para uma das partes. O contrato pode ser aleatório por sua própria 
natureza ou resultar de convenção das partes. Assim, são aleatórios por natureza os contratos de 
seguro (CC art. 1432 ss), jogo e aposta (CC. Art. 814 a 817), incluindo-se nessa natureza as 
loterias, rifas, lotos e similares, e o contrato de constituição de renda (CC art. 803 a 813).Mas 
temos também os contratos acidentalmente aleatórios, é o caso da compra da rede do pescador. 
Pode ocorrer de o arremesso da rede nada captar. Mesmo que peixe algum venha na rede, vale o 
contrato e é devido o preço, pois foi uma esperança que se adquiriu. Temos, pois, um contrato de 
compra e venda que normalmente é comutativo, transmutando em aleatório por convenção das 
partes. 
 
1.7 Contratos paritários são aqueles em que as partes estão em situação de igualdade no que 
pertine ao princípio da autonomia de vontade; discutem os termos do ato do negócio e livremente 
se vinculam fixando cláusulas e condições que regulam as relações contratuais. As cláusulas do 
contrato podem ser discutidas uma a uma para que se alcance um contrato satisfatório para 
ambas as partes. Atualmente, devido a grande explosão populacional que o mundo sofreu, ser-
nos-ia impossível ter esta forma de contrato como predominante. (p.s. vide comentários supra). 
 
1.8. Contratos de adesão caracterizam-se pela inexistência da liberdade de convenção, porque 
excluem a possibilidade de debate ou discussão sobre os seus termos; um dos contratantes se 
limita a aceitar as cláusulas e condições previamente redigidas pelo outro, aderindo a uma 
situação contratual que já está previamente definida. Ressalte-se se tratar de um clichê 
contratual, segundo normas de rigorosas, que alguém adere, aceitando os termos como postos, 
não podendo fugir, posteriormente do respectivo cumprimento. Nos contratos de adesão, 
eventuais dúvidas oriundas das cláusulas se interpretam em favor de quem adere ao contrato 
(aderente). O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 54, oferece o conceito e dispõe 
sobre a admissão de cláusula resolutória. São espécies deste tipo de contrato, o seguro, o 
contrato de consórcio e o de transporte. São contratos prontos, preenchidos apenas os 
claros.Antes do advento do CDC a doutrina fazia distinção entre contrato de adesão – como 
sendo aquele firmado com entes públicos, p.ex., contrato de energia elétrica com a CEMIG – e, 
contrato por adesão que eram os firmados por particular, com a margem de, não concordando 
com o bloco de cláusulas não fazer aquele contrato, procurando o mesmo serviço com outrem, 
p.ex., compra de automóvel. Mas com o advento do CDC, desnecessária se faz tal classificação, 
pois em ambos os casos passaram a tratar-se de contrato de adesão (CDC art. 57). A simples 
modificação de uma ou outra cláusula não transforma o contrato de adesão em paritário, para que 
isso ocorre à mudança contratual deve ser substancial (Lei 8078/90 art. 64 a 90; CC art. 220). 
 
Quanto à forma 
 
2.1. Consensuais 
2.2. Reais 
2.3. Solenes 
2.4. Não-solenes 
 
2.1. Contratos Consensuais são os que se consideram formados pela simples proposta e 
aceitação. A simples comunhão de vontades aperfeiçoa o contrato (é a regra em nosso 
ordenamento jurídico), seja este formal ou não, ficando assim, hábil para gerar os efeitos jurídicos 
que lhes são próprios. 
 
2.2. Contratos Reais são os que só se formam com a entrega efetiva da coisa, como no 
empréstimo (mútuo e comodato), no depósito ou no penhor. A entrega, aí, não é cumprimento do 
contrato, mas detalhe anterior, da própria celebração do contrato. Observe-se que a doutrina 
moderna critica o conceito de contrato real, mas a espécie ainda é inafastável diante do nosso 
direito positivo vigente. Os contratos reais são comumente unilaterais posto que se limitam à 
obrigação de restituir a coisa entregue. Excepcionalmente, podem ser bilaterais, como acontece 
no contrato de depósito remunerado: a importância prática está em que, enquanto não entregue a 
coisa, não há obrigação gerada. 
 
2.3. Contratos solenes, também chamados formais, são contratos que só se aperfeiçoam quando 
o consentimento das partes está perfeitamente adequado pela forma prescrita na lei, objetivando 
conceder segurança a algumas relações jurídicas. De regra, a solenidade se exige na lavratura de 
documentos ou instrumentos (contrato) público, lavrado nos serviços notariais (cartório de notas), 
como na escritura de venda e compra de imóvel que é, inclusive pressuposto para que o ato seja 
considerado válido, ou seja, exige escritura pública. No contrato solene, a ausência de forma 
torna-o nulo.Há uma exceção: quando a lei não determina que o contrato seja solene, mas as 
partes, por sua vontade determinamque o contrato seja formal. Não se converterá em contrato 
solene, mas neste caso o contrato só terá validade observadas as formalidades legais (por 
convenção entre as partes), já que se leva em conta a autonomia da vontade dos contratantes. Já 
um contrato de tipo solene não poderá ter a validade com preterição das formalidades, ainda que 
as partes assim o queiram. 
 
2.4. Contratos não solenes ou consensuais, são os que se perfazem pela simples anuência das 
partes. O ordenamento legal não exige forma especial para que seja celebrado, como no contrato 
de transporte aéreo. Vigora em nosso ordenamento jurídico o princípio da forma livre (art. 104, III, 
CC), a regra é a forma não-solene. 
 
Forma dos contratos 
 
a- Verbal 
b- Por gesto ou mímica 
c- Particular – contrato escrito, formalizado entre as partes. 
d- Instrumento público 
 
Público – contrato escrito, formalizado em cartório. Quanto à denominação 
 
3.1. nominados / típicos 
3.2. inominados / atípicos 
 
3.1. Contratos nominados ou típicos. Devemos sempre preferir esta expressão, àquela, 
atendendo a que não é a circunstancia de ter uma designação própria (nomem iuris) que 
predomina, mas a tipicidade legal. Assim, contratos típicos são espécies contratuais que possuem 
denominação (nomem iuris), ou seja, têm nome e são regulamentados pela legislação. Segundo 
Maria Helena Diniz "o nosso Código Civil rege e esquematiza dezesseis tipos dessa espécie de 
contrato: compra e venda, troca, doação, locação, empréstimo, depósito, mandato, gestão, 
edição, representação dramática, sociedade, parceria rural, constituição de renda, seguro, jogo e 
aposta, e fiança". Já o professor André Ricardo B.F. Pinto cita 23 tipos de contrato, quais sejam: 
troca e venda; troca e permuta; contrato estimatório; contrato de doação; locação; empréstimo; 
prestação de serviços; de empreitada; de depósito; mandado; comissão; agencia; distribuição; 
corretagem; transporte; seguro; constituição de renda; jogo; aposta; fiança; transação; 
compromisso e sociedade. Podemos simplificar dizendo que contratos típicos são aqueles 
tipificados em lei. 
 
3.2. Contratos inominados ou atípicos. Aqui, também, empregaremos a expressão atípica pelos 
mesmos motivos supracitados (item 3.1). Assim, são atípicos os que resultam da 
consensualidade, não havendo requisitos definidos na lei, bastando para sua validade que as 
partes sejam capazes (livres), o objeto contrato seja lícito, possível e suscetível de apreciação 
econômica. Este tipo de contrato não tem previsão expressa, não tendo regramento especificado 
em lei e, sendo, portanto, um contrato complexo. Em verdade, o nome do contrato possui 
importância secundária. Importante mesmo é o objeto do contrato (pouco importando sua forma: 
se escrita ou verbal), pois, de posse desta informação (objeto do contrato) se é possível 
determinar com precisão o nomem iuris do contrato. 
 
Quanto ao fim 
 
4.1. Preliminar 
4.2. Definitivo 
 
4.1. Contrato preliminar (pré-contrato – pactum de contrahendo) é um contrato perfeito e acabado 
que tem por objeto um contrato definitivo. É um compromisso para celebração de um contrato 
definitivo. Portanto, não se encerra em si mesmo, p.ex., promessa de compra e venda de imóvel 
financiado por Instituição Financeira, para esta o promitente continua a ser aquele que 
originalmente fez o financiamento, a Instituição não reconhece este contrato. Mas entre as partes 
que o firmaram, este tem total validade. Contrato preliminar não se confunde com negociação 
preliminar. Enquanto nesta não há vinculo entre as partes, ocorrem apenas negociações, 
podendo um ou outro desistir do negócio a qualquer tempo, naquela há uma efetiva proposta, e o 
seu descumprimento poderá gerar sansões para a parte inadimplente do contrato. A fase de 
proposta e aceitação chama-se puntuaçao. 
 
4.2. Contrato definitivo sucede o temporário, ou sem ele existe, sendo um contrato perfeito e 
acabado e tendo por objeto um fim em si mesmo, ou seja, encerra-se em si mesmo. 
 
Quanto ao momento da execução 
 
5.1. De execução instantânea 
5.2. De execução diferida 
5.3. De trato sucessivo ou execução continuada 
 
VENDA À VISTA 
5.1. Contrata de execução instantânea é aquele que se encerra em um só ato, p.ex., compra e 
venda com pagamento à vista, onde, o vendedor entrega a coisa e recebe o valor correspondente 
do comprador que passa a ser o seu possuidor, tudo em um só ato. 
 
VENDA A PRAZO 
5.2. Contrato de execução diferida encerra-se num só ato, mas no futuro. P.ex. venda a prazo, 
com entrega imediata da mercadoria e prazo de pagamento em 30 dias. 
 
VENDA À PRESTAÇÃO 
5.3. Contrato de trato sucessivo ou execução continuada. Nesta modalidade de contrato a 
execução dar-se-á de forma fracionada. Venda de determinado bem, com entrega imediata e 
pagamento em 10 prestações. 
 
Quanto às pessoas 
 
6.1. Pessoais 
6.2. Impessoais 
 
6.1. Contratos pessoais (intuitu personae) levam em conta a personalidade da pessoa, o serviço 
só poderá ser executado por ela. Há contratos que por sua natureza são pessoais, v.g., a 
contratação de um ator, escultor, renomado médico ou advogado, etc. geralmente nesses 
contratos há obrigação de fazer. No entanto, se a obrigação é de dar, não há, como regra geral, 
que torná-la pessoal, já que qualquer pessoa poderá cumprir o que consta do objeto do contrato. 
Já nos contratos pessoais, é inadmissível a substituição da pessoa do devedor (são obrigações 
infungíveis) e a impossibilidade ou negativa do cumprimento de sua parte extinguirá a obrigação, 
substituindo-se por indenização por perdas e danos se houver culpa. 
 
6.2. Contratos impessoais são aqueles onde qualquer pessoa com capacidade para executar o 
objeto do contrato, poderá fazê-lo. As partes não especificam, a pessoa que irá cumprir o contrato 
é irrelevante. Assim é o caso da reforma de um imóvel, feita por empresa de engenharia, onde 
havendo problema com um ou mais pedreiros, basta substituí-los por outros com iguais 
habilidades. 
 
II. CONTRATOS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
 
1. Principais 
2. Acessórios 
 
1. Contrato principal é aquele que existe por si, exercendo sua função e finalidade, não 
dependendo juridicamente da existência de outro. Como exemplo cite-se: o contrato de compra e 
venda, aluguel, comodato, etc. 
 
2. Contrato acessório (ou dependentes) é aquele que só existe porque subordinado ou 
dependente de outro, ou para garantir o cumprimento de determinada obrigação dos contratos 
principais, como a caução e a fiança. Embora o contrato acessório seja depende do principal ele 
pode ser feito antes deste. É o caso de uma locação que não poderá, por qualquer motivo, ser 
firmado no presente momento, mas já dispondo dos fiadores o locatório firmou o contrato de 
fiança antes do contrato de locação enunciando naquele que este passará a ter validade a partir 
do dia X, quando será feito o contrato principal (contrato de locação). 
 
CONTRATOS 
** FONTES DAS OBRIGAÇÕES : Fontes mediatas ( fato humano : contrato, 
declaração unilateral de vontade, ato ilícito ) e fontes imediatas ( a Lei ). 
** Características : - Caracteriza o contrato, abrangendo nesse conceito todos os 
negócios jurídicos resultantes de acordo de vontade, de modo a uniformizar sua 
feição e excluir qualquer controvérsia, seja qual for o tipo de contrato, desde que se 
tenha acordo bilateral ou plurilateral de vontades. 
- Verificar se o vínculo obrigacional decorrente do contrato resulta de lei. 
** CONCEITO DE CONTRATOS : Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, 
na conformidade da ordem jurídica, destinada a estabelecer uma regulamentação de 
interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações 
jurídicas de natureza patrimonial. 
** REQUISITOS : art. 82 - C.C. - Requisitos subjetivos : existência de duas ou 
mais pessoas; capacidade genérica para praticar os atosda vida civil.; aptidão 
específica para contratar ; consentimento das partes contratantes. Requisitos 
objetivos : licitude do objeto do contrato; possibilidade física ou jurídica do objeto do 
negócio jurídico; determinação do objeto do contrato ; economicidade de seu objeto. 
Requisitos formais : art. 129, e 1.079- C.C. 
** PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
1 - PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE : Consiste no poder das partes de 
estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de vontades, a 
disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica, 
envolvendo, além da liberdade de criação do contrato, a liberdade de contratar ou 
não contratar, de escolher o outro contraente e de fixar o conteúdo do contrato, 
limitadas pelas normas de ordem pública, pelos bons costumes e pela revisão 
judicial dos contratos. 
2- PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO : Segundo esse princípio, o simples acordo de duas ou 
mais vontades basta para gerar contrato válido, pois a maioria dos negócios jurídicos bilaterais é 
consensual, embora alguns, por serem solenes, tenham sua validade consicionada à observância 
de certas formalidades legais. 
3 - PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA CONVENÇÃO : Por esse princípio, as estipulações 
feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas, sob pena de execução patrimonial contra o 
inadimplente. O ato negocial, por ser uma norma jurídica, constituindo lei entre as partes, é 
intangível, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou haja a escusa por caso 
fortuito ou força maior ( art. 1.058, § único - C.C. ), de tal sorte que não se poderá alterar seu 
conteúdo, nem mesmo judicialmente. Entretanto, tem-se admitido que a força vinculante dos 
contratos seja contida pelo magistrado em certas circunstâncias excepcionais ou extraordinárias 
que impossibilitem a previsão de excessiva onerosidade no cumprimento da prestação ( Lei nº 
8 078/90 - art. 6º, V e art. 51 ). 
4 - PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO : Por esse princípio, a 
avença apenas vincula as partes que nela intervieram, não aproveitando nem prejudicando 
terceiros, salvo raras excessões. 
5- PRINCÍPIO DA BOA-FÉ : Segundo esse princípio, na interpretação do contrato é preciso ater-
se mais à intensão do que ao sentido literal da linguagem, e, em prol do interesse social de 
segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com lealdade e confiança recíprocas, 
auxiliando-se mutuamente na formação e na execução do contrato. 
FORMAÇÃO DO CONTRATO - 08/97 - aula 
1- Negociações Preliminares : Fase pré-contratual, não cria obrigações contratuais, mas, podem 
gerar obrigações extracontratuais. 
2- Proposta, oferta ou solicitação : Declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a 
outra, por meio da qual o proponente manifesta a sua intenção de se considerar vinculada, se a 
outra parte aceitar a proposta. Há que ser a proposta séria, revestir-se de força vinculante, conter 
todos os elementos essenciais do negócio jurídico. 
3- Obrigatoriedade da proposta : a) Manutenção desta dentro de prazo razoável; 
b) A morte ou a incapacidade do proponente supervenientemente não infirma a 
proposta, exceto se a intenção for outra. 
4- Aceitação : Manifestação expressa ou tácita da vontade por parte do destinatário 
da proposta, feita dentro do prazo, aderindo em todos os seus termos. Se a 
aceitação foi condicional, equivalerá à nova proposta. 
5- Exceção à força vinculante do contrato : 1º) Se resultar dos seus próprios 
termos ; 2º) Se resultar da natureza do negócio ; 3º) a- Se feita sem prazo a pessoa 
presente, esta não foi desde logo aceita, b- Se, feita sem prazo a pessoa ausente, 
houver decorrido prazo suficiente para que a resposta chegue ao conhecimento do 
proponente , por carta ou telegrama ( prazo moral ), c- Se feita com prazo de espera 
da resposta pelo proponente , não será obrigatória se esta - a resposta - não for 
expedida dentro do prazo dado e d- não é obrigatória a oferta do proponente, depois 
de tê-la feito, arrepender-se, desde que a retratação chegue ao conhecimento do 
oblato antes da resposta, ou ao mesmo tempo que ela. 
** FASES DE FORMAÇÃO DO VÍNCULO CONTRATUAL ** 
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES : Consistem nas conversações prévias, 
sondagens e estudos sobre os interesses de cada contraente, tendo em vista o 
contrato futuro, sem que haja qualquer vinculação jurídica entre os participantes, 
embora excepcionalmente surja responsabilidade no campo da culpa aquiliana. 
PROPOSTA : Conceito : A oferta ou proposta é uma declaração receptícia de vontade, dirigida 
por uma pessoa à outra ( com quem pretende celebrar um contrato ), por força da qual a primeira 
manifesta sua intenção de se considerar vinculara, se a outra parte aceitar. Caracteres : - É 
declaração unilateral de vontade por parte do proponente. - Reveste-se de força vinculante em 
relação ao que a formula, se , o contrário, não resultar dos termos dela, da natureza do negócio 
ou das circunstâncias do caso ( art. 1 080 e 1 081 do C.C. ). - É um negócio jurídico receptício. - 
Deve conter todos os elementos essenciais do negócio jurídico proposto. - Elemento inicial do 
contrato, devendo ser, por isso, séria, completa, precisa e inequívoca. Obrigatoriedade : A 
obrigatoriedade da oferta consiste no ônus imposto ao proponente, de não a revogar por um certo 
tempo, a partir de sua existência, sob pena de ressarcir perdas e danos, subsistindo, até mesmo, 
em face da morte ou de incapacidade superveniente do proponente antes da aceitação, salvo se 
outra houver sido a sua intenção. Porém, essa sua força vinculante não é absoluta, pois o C.C., 
art. 1 080, alínea 2ª, e 1 081, incisos I a IV, reconhecem alguns casos em que deixará de ser 
obrigatória. 
ACEITAÇÃO : Definição : A aceitação é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte 
do destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos, 
tornando o contrato definitivamente concluído, desde que chegue, oportunamente, ao 
conhecimento do ofertante. Requisitos : - Não exige obediência a determinada forma, salvo nos 
contratos solenes, podendo ser expressa ou tácita ( art. 1 084, C.C. ). - Deve ser oportuna ( art. 
1 082 e 1 083 do C.C. ). - Deve corresponder a uma adesão integral à oferta. - Deve ser 
conclusiva e coerente. Aceitação nos Contratos "Inter Praesentes" : Se o negócio for entre 
presentes, a oferta poderá estipular ou não o prazo para a aceitação. Se não contiver prazo, a 
aceitação deverá ser manifestada imediatamente, e, se houver prazo, deverá ser pronunciada no 
termo concedido. Aceitação nos Contratos "Inter Absentes" : Se o contrato for entre ausentes, 
existindo prazo, este deverá ser observado , mas se a aceitação se atrasar, sem culpa do oblato, 
o proponente deverá dar ciência do fato ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos 
( art. 1 082, C.C. ). Se o ofertante não estipulou qualquer prazo, a aceitação deverá ser 
manifestada dentro de tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente. 
Retratação do aceitante : O aceitante poderá arrepender-se, desde que sua retratação chegue 
ao conhecimento do ofertante antes da aceitação ou juntamente com ela. 
* * MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO 
CONTRATO ENTRE PRESENTES : Neste contrato as partes encontrar-se-ão vinculadas no 
mesmo instante em que o oblato aceitar a oferta; só então o contrato começará a produzir efeitos 
jurídicos. 
CONTRATO ENTRE AUSENTES : Segundo a teoria da agnição ou declaração, na sua segunda 
modalidade, isto é, da expedição, a que se filiou o nosso Código Civil, art. 1 086, os contratos com 
correspondência epistolar ou telegráfica tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, 
desde que não se apresentem as exceções do art. 1 086, incisos II e III, do C.C., hipóteses em 
que se apilicam a teoria da recepção. 
** LUGAR DACELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO CONTRATUAL 
Pelo Código Civil, art. 1 087, o contrato reputar-se-á celebrado no local onde foi proposto. Pela 
LICC, art. 9º, § 2º, aplicável no Direito Internacional Provado, a obrigação resultante do contrato 
considerar-se-á constituída no lugar em que residir o proponente. 
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS 
** FUNÇÕES DA INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO : A interpretação do contrato exerce, 
concomitantemente, função objetiva e subjetiva, pois, além de analisar o ato negocial de suas 
cláusulas, deverá examinar a intenção comum das partes contratantes. Situa-se na seara do 
conteúdo da declaração volitiva, fixando-se em normas empíricas, mas de lógica prática do que 
de normação legal. 
** REGRAS INTERPRETATIVAS : O nosso C.C., não tendo nenhum capítulo relativo à 
interpretação do contrato, contém unicamente 3 normas interpretativas : a do art. 85, a do art. 
1 090, e a do art. 1 483; e a Lei nº 8 078, a do art. 47 ( Código de Defesa do Consumidor ). Por 
isso, a doutrina e a jurisprudência com base nesses dispositivos, criaram algumas regras de 
hermeneutica, para facilitar a ação do intérprete, como as consignadas em alguns julgados 
publicados na Revista dos Tribunais e nas Súmulas dos Tribunais Superiores ( 454-S.T.F. ). 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS : aula 
1º) Quanto à natureza da obrigação contraída : a) Unilaterais ou Bilaterais ; b) Onerosos ou 
gratuítos ; c) Comutativos ou aleatórios; d) Paritários ou por adesão. 
UNILATERAIS : Só um dos contratantes assume obrigações diante do outro. Ex.: doação, 
comodato, mútuo. 
BILATERAIS : Cada um dos contratantes é simultanea e reciprocamente credor e devedor do 
outro ( Sinalagma - dependência recíproca ). Ex.: Compra e venda; locação. 
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO : 1º ) O exceptio non adimpleti contractus cláusula resolutiva 
tácita; 2º ) Aplicabilidade da teoria dos riscos somente dos contratos bilaterais ; 3º ) incidência da 
segunda parte do art. 1 092, relativo aos contratos bilaterais. 
ONEROSOS : Vantagens para os dois contratantes e ônus mútuos. Ex.: locação. 
GRATUÍTOS : Oneram apenas uma das partes, proporcionando à outra um benefício, sem a 
correspondente contraprestação. Ex.: A doação pura e simples. 
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO : 1º) gratuitos : a responsabilidade do devedor pelo ilícito deverá 
ser examinada levando-se em conta somente a conduta dolosa do credor da doação; já nos 
onerosos as partes por simples culpa. 2º) gratuídos : o doador não responde pela evicção e nem 
pelos vícios redibitórios, salvo nas doações com encargos, nos contratos onerosos os 
contratantes respondem por uma e por outra. 3º ) gratuitos : interpretação restritiva, onerosos : 
isto não acontece. 4º) gratuitos : o erro sobre a pessoa é masi grave, nos onerosos não ( salvo 
nos casos de obras artísticas ). 
COMUTATIVOS : Cada contratante, além de receber do outro prestação relativamente 
equivalente à sua, pode verificar de imediato essa equivalência subjetiva ( compra e venda ) 
ALEATÓRIOS : A prestação de uma ou de ambas as partes depende de um risco futuro e incerto; 
as partes se põem sob a perspectiva de uma álea que se refletirá na existência ou na quantidade 
da parte contratada ( seguro, exploração de petróleo à risco ) Esse risco de ganhar ou de perder 
pode sujeitar um ou ambos os contratantes, porém a incerteza do evento terá que ser dos dois. 
Não há, portanto, nos contratos aleatórios, equivalência. 
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO : 1º) Comutativos : antevisão do que irão receber. 
Aleatórios : não; 2º) comutativos : vícios redibitórios ( sujeição ). Aleatórios : vícios 
redibitórios não incidem; 3º) Os art. 1118 a 1121 do CC aplicam-se somente aos 
aleatórios; 4º) a rescisão por lesão só se aplica aos comutativos.DIFERENÇAS 
ENTRE CONDIDIONAIS E ALEATÓRIOS : 
CONDICIONAIS : I - A existência e a eficácia do contrato stão na dependência de evento futuro e 
incerto, ao passo que os aleatórios, ter-se-á o contrato perfeito desde logo; II - Nos condicionais, 
ambas as partes poderão ter lucros, sem que o ganho de um represente, necessariamente, a 
perda de outro; nos aleatórios, em regra, a vantagem de um acarretará perda do outro. III - nos 
condicionais, o acontecimento deverá ser sempre futuro e incerto. Nos aleatórios, o risco pode ser 
atual, desde que as partes o ignorem ou o desconheçam. 
ESPÉCIES DE CONTRATOS ALEATÓRIOS : a) os que dizem respeito a coisas futuras, emptio 
spei ( vende-se a esperança ou a probabilidade das coisas existirem ); um dos contratantes, toma 
a si o risco relativo à existência da coisa, ajustando o preço, que será devido integralmente, 
mesmo que nada se produza, sem culpa ( art. 1.118 ) 
emptio rei speratae ( quantidade maior ou menor da coisa esperada - Parágrafo 
único do art. 1 119 do CC ). 
Coisas existentes : sujeitas a perda ou deterioração ( art. 1120 CC - o caso da 
mercadoria que se perde ). 
CONTRATOS PARITÁRIOS : Igualdade das partes na discussão dos termos do negócio, 
cláusulas e condições. 
CONTRATOS POR ADESÃO : excluem a liberdade sobre as cláusulas e condições,q ue são 
previamente redigidas por um dos contratantes. Supõe : a) Uniformidade; b) Proposta permanente 
e geral; c) Superioridade econômica de uma das partes. 
CONTRATOS QUANTO À FORMA : 
i - Concensuais; ii - Formais e iii - reais. 
CONSENSUAIS : perfazem pela simples anuência das partes ( transporte, compra e venda de 
bens móveis ) 
FORMAIS : impõem, para sua validade, forma especial, solene ( compra e venda de imóvel ) ( 
seguro ) ( fiança ) ... 
REAIS : se ultimam com a entrega da coisa, por um contratante a outro ( depósito, comodato ). 
COMTRATOS QUANTO AO NOME : i - nominados; ii - inominados 
NOMINADOS : que têm nomen iuris e servem de base à fixação de modelos de regulamentação 
da lei ( 16 tipos : compra e venda ; doação ; troca; locação; empréstimo; mandato ; gestão de 
negócios ; edição ; representação dramática ; sociedade ; parceria rural ; constituição de renda ; 
seguro ; jogo e aposta ; e fiança ). 
INOMINADOS : os que se afstam dos modelos estabelecidos pela lei. ( Ex.: contratos sobre 
exploração de lavoura de café, por ser um misto de locação de serviço, arrendamento rural e 
parceria agrícola ) ( Contrato de hospedagem : locação de coisa e de serviços e de depósito ). A 
qualificação jurídica depende dos elementos que compõem o contrato. 
CONTRATOS QUANTO AO OBJETO : I - de alienação de bens ; II - de transmissão de uso e 
gozo ; III - de prestação de serviços e IV - de conteúdo especial ( Lei 8 078/90 - Código de Defesa 
do Consumidor ). 
CONTRATOS DE EXECUÇÃO IMEDIATA OU INSTANTÂNEA 
5 - Contratos de Execução Continuada : são os que se protraem no tempo ( compra e venda à 
prazo ); sobrevivem com a persistÊncia da obrigação, muito embora ocorram soluções parciais, 
até aqui pelo implemento de uma condição ou decurso do prazo, cessa o próprio contrato. 
Importância dos Contratos de execução continuada : 1ª ) a nulidade do contrato de execução 
continuada não afeta os efeitos já produzidos; 2ª) a teoria da imprevisão só recai sobre os 
contratos de execução continuada. 
6 - Contratos pessoais ou intuitu personae : aqueles em que a pessoa do contraente é 
considerada pelo outro como elemento determinante de sua conclusão. A pessoa do contraente 
tem influência decisiva no consentimento do outro, que tem interesse em que as obrigações 
contratuais sejam por ele cumpridas, por sua habilidade particular, competência, idoneidade ... 
Contratos impessoais : a pessoa do contraente é juridicamente indiferente, 
irreleavante, pouco importando quem execute a obrigação. 
Importância ca distinção : a) intuitu personae - intransmissíveis; b) não podem ser 
cedidos e c) são anuláveis havendo erro essencial sobre a pessoa do contratante. 
EFEITOS JURÍDICOS DA OBRIGATORIEDADE 
1º) O contrato deve ser cumprido como se lei fosse para os contraentes; 
2º) O contratante não pode liberar unilateralmente do vínculoobrigacional, exceto se houver 
cláusula em que o contratante se reservar o poder de isentar-se do liame por sua exclusiva 
vontade, ou que esse efeito liberatório resulte da própria natureza do contrato, como ocorre com a 
fiança sem preazo determinado ( 1500 ), ou, ainda, que se tenha ajustado o direito de 
arrependimento. 
3º) O contrato poderá atingir pessoas que não o estipularam. Ex.: os sucessores, a título 
universal, porque o princípio geral é o de que o contrato não beneficia nem prejudica terceiros. Os 
sucessores, a título singular, como no caso de quem adquiriu do cedente direitos contratuais, são 
alheios ao contrato. 
4º) Estipulação em favor de terceiros : contrato entre duas pessoas, em que uma ( estipulante ) 
convenciona com outra ( promitente ) certa vantagem patrimonial em proveito de 3º, alheio à 
formação do ajuste contratual ( contrato de seguro ). 
a) o promitente se obriga a beneficiar o terceiro, mas nem por isso se desobriga ante o 
estipulante, visto que este, pelo art. 1 098 CC, tem o direito de exigir o adimplemento da 
obrigação e até reservar-se o direito de substituir o terceiro beneficiário; o estipulante pode 
exonerar o promitente, se o contrato não houver cláusula que dê ao beneficiário o direito de 
reclamar-lhe a promessa. 
5º) Contrato por terceiro : quando uma pessoa se compromete a obter prestação de fato de um 
terceiro não participante dele - contrato - ( 929 CC ). Ex.: A promete a B obter de C a realização 
ou a execução da prestação em proveito de B. Se C executar a prestação, o devedor primário A 
se libera; se C não executá-la, A será inadimplente e responderá por perdas e danos ( Obrigação 
de fazer ). 
EFEITOS PARTICULARES DO CONTRATO - a) direito de retenção; 
b) exceptio non adimpleti contractus; c) vícios redibitórios ; d) evicção. 
DIREITO DE RETENÇÃO : direito em virtude do qual uma pessoa a que detém ccccoisa alheia 
tem justo motivo para diferir a restituição até o pagamento do que lhe é devido, em razão desta 
coisa, pelo proprietário. Requisitos : a) detenção da coisa alheia; b) conservação dessa detenção ; 
c) crédito líquido, certo e exigível do retentor em conexão com a coisa retida e d) inexistência de 
exclusão legal ou convencional do direito de retenção. 
EXCEPTIOS NON ADIMPLETI CONTRACTUS : 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS : São falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de 
contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem 
sensivelmente o valor, de tal modo que o negócio não se realizaria se esses defeitos fossem 
conhecidos, ensejando a ação redibitória ao adquirente para redibir o contrato ou para reduzir o 
preço, abatendo-o ( actio quanti minoris ). FUNDAMENTO DA RESPONSABILIDADE : repousa 
no princípio de garantia. REQUISITOS : a) coisa adquirida em virtude de contrato comutativo ou 
de doação gravada com encargo; b) vício ou defeito oculto que torna a coisa imprópria a sua 
destinação; c) defeito existente no momento da celebração do negócio. EFEITOS JURÍDICOS : 
EFEITOS JURÍDICOS DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS : 
1º) A ignorância do vício pelo alienante não o exime da responsabilidade, salvo cláusula expressa 
em contrário; 
2º) Os limites da garantia, relativos à indenização ( quantum ) e os prazos poderão ser ampliados 
ou restringidos ; 
3º) A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder de quem a 
adquiriu ( alienatário ) em razão de vício oculto já existente ao tempo da tradição, se perca. 
4º) O adquirinte poderá redibir o contrato refutando a coisa defeituosa ou recebê-la com 
abatimento do preço, através da ação estimatória ou quanti minoris. ( Falar sobre os prazos que 
são de decadência : CC=15 dias; Lei 8 078/90, art. 26 = produtos e serviços e bens duráveis : 30 
dias e de 6 meses se se tratar de bens móveis ( CC, 178, § 5º, IV ). 
5º) O defeito oculto de uma coisa vendida cjuntamente com outras não autoriza a rejeição de 
todas. 
6º) A renúncia, expressa ou tácita, à garantia impede o ajuizamento das ações ditas edilícias. 
EVICÇÃO : 
CONTRATO DE COMPRA E VENDA - 
1 - CONCEITO : Contrato em que uma pessoa, denominada vendedor, se obriga a transferir a 
outra, chamada comprador, o domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea, mediante 
pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário correspondente. O contrato de compra e 
venda dá aos contraentes tão somente um direito pessoal, gerando para o vendedor apenas uma 
obrigação de transferir o domínio. 
2 - CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO : a) bilateral ou sinalagmático; 
b) oneroso; c) comutativo ou aleatório ( emptio spei e emptio rei speratae - é o que versa sobre 
coisas existentes, sujeitas ao risco de se perderem, danificarem ou, ainda, sofrerem deterioração ) 
; 
d) consensual ou solene e e) translativo do domínio, não no sentido de operar sua transferência, 
mas de servir domo "titulus adquirendi", isto é, de ser o ato causal da transmissão da propriedade 
gerador de uma obrigação de entregar a coisa alienada. O contrato de compra e venda vem a ser 
o título hábil à aquisição do domínio, que só se dá com a tradição e a transcrição, conforme o 
caso. 
3 - ELEMENTOS QUE CONSTITUEM ACOMPRA E VENDA : ESSENCIAIS : 1º) a 
coisa ; 2º) o preço; 3º) o consentimento ; 4º) a forma... A COISA : 
deverá ter existência, ainda que potencial, no momento da realização do contrato, 
seja corpórea ( móveis, imóveis e semoventes ), seja incorpórea ( valores contados 
em Bolsa, créditos, direitos de propriedade literária, científica ou artística ). Apesar 
do contato que objetiva a transmissão de bem incorpóreo ser comumente designado 
de cessão, este reger-se-á pelas normas da compra e venda. Todavia, nem sempre 
o contrato terá que incidir sobre o objeto já conhecido e perfeitamente caracterizado 
no momento de sua formação, visto que o nosso direito permite que verse sobre 
coisa fitira. Deverá estar individuada, isto é, deve recair sobre coisa perfeitamente 
individuada, digo, determinada, ou pelo menos determinável no momento de sua 
execução. Deverá ser disponível ou estar "in commércio" ( 65, 66, 67 e 70 ). Deverá 
ser passível de ser transferida ao comprador : não poderá pertencer ao próprio 
comprador, nem o vendedor poderá aliená-la se pertencer a terceiros, salvo a 
hipótese de convalescimento. 
PREÇO : Pecuniariedade : soma em dinheiro ou coisas representativas de dinheiro ou a ele 
redutíveis ( cheques, letras de câmbio, notas promissórias, duplicatas, títulos da dívida pública, 
apólices ) 
SERIEDADE - Indicando firme objetivo de se constituir numa contraprestação relativamente ao 
dever do alienante de entregar a coisa vendida, de modo que não denuncie nenhuma simulação. 
Não se exige, todavia, justo preço. 
CERTEZA - deverá ser certo o preço, para que o comprador possa efetuar o pagamento. Logo, 
nula será a cláusula potestativa. As hipóteses de preço exposto na vitrine ou decorrente de leilão. 
O preço poderá ser fixado por terceiro, bem como pode resultar da taxa do mercado, ou da Bolsa. 
Poderá, ainda, ser estabelecido por tarifa ( gás, eletricidade ). 
CONSENTIMENTO : sobre a coisa, o preço e demais condições do negócio, capacidade, 
legitimação e poder de disposição. 
RESTRIÇÕES : 
I - PESSOA CASADA : qualquer que seja o regime de bens, não poderá alienar ou gravar de ônus 
os bens imóveis do seu domínio ( 295, I e 242, I a III ). O projeto de Código Civil, artigos 1.675, I e 
1.684, regulam a matéria de forma diferente ; 
II - OS CONSORTES : não poderão efetivar contrato entre si ... ; 
III - OS ASCENDENTES : não podem vender ao descendente, sem que os demais descendentes 
expressamente consintam ; 
IV - OS QUE, POR DEVER DE OFÍCIO OU PROFISSÃO, TÊM QUE ZELAR PELOS BENS 
ALHEIOS ( Tutores, curadores, testamenteiros, administradores ) art. 1.133 ...; 
V - O CONDÔMINO, ENQUANTO PENDER O ESTADO DE INDIVISÃO, não poderá vender sua 
parte a estranho, se outro condômino a quiser,tanto por tanto - dessa forma, se a coisa for 
indivisível, o condômino poderá vendê-la a estranho, depois de tê-la oferecido por igual preço aos 
demais condôminos, que, por sua vez, recusaram 
VI - O proprietário de coisa alugada, para vendê-la terá que dar conhecimento do fato ao locatário, 
que terá o direito de preferência para adquirir a coisa em igualdade de condições com terceiros ( 
Lei nº 8 245/91, artigos 27 e 30 ). 
VII - O efiteuta só poderá alienar o domínio útil a título gratuíto ou oneroso, no todo ou em parte, 
desde que comunique o fato, previamente, ao senhorio direto, para que exerça o seu direito. O 
mesmo se dá com o senhorio direto. 
VIII - O vendedor não poderá subordinar a venda de um produto à aquisição simultânea de outro, 
isto é, não poderá fazer a venda casada ( Lei Delegada nº 4/62, art. 11, letra "i" ) IX - Vide Lei nº 
8 069/90, artigos 77, 78, 81, I, II, III, V, 257, 242, 243 e 244. 
4. EFEITOS JURÍDICOS : 
1. Obrigação do vendedor de entregar a coisa com todos os seus acessórios, transferindo ao 
adquirente a sua propriedade, e do adquirente de pagar o preço, na forma e prazo estipulados ; 
2. Obrigação de garantia, imposta ao vendedor, contra os vícios aparentes ou redibitórios e a 
evicção, por ser elemento natural do contrato de compra e venda. Responsabilidade do vendedor: 
contratual; do fabricante: extracontratual. 
3. Responsabilidade pelos riscos e despesas : antes da tradição ou da transcrição, os riscos da 
coisa correrão por conta do vendedor, e os do preço, por conta do comprador. Assim, se o bem 
vier a se perder ou a se deteriorar, por caso fortuito ou força maior, até o momento da tradição, o 
vendedor é que sofrerá as conseqüências, devendo restituir o preço, se já havia recebido ; se, 
porém, o fato se der após a tradição, sem culpa do vendedor, este terá direito ao preço, sendo 
que o comprador é que suportará as consequências. Igualmente, se o preço se perder ou se 
degradar, antes da tradição, o comprador é que sofrerá o risco ; mas, se isso ocorrer após o 
pagamento, o vendedor é que arcará com o prejuízo havido. Considerar-se-á como tradição, 
acarretando ao comprador responsabilidade pelo risco, a circunstância de a coisa, que 
comumente se recebe, contanto, medindo ou assinalando, ter sido colocada à sua disposição, 
mesmo que o caso fortuito ocorra no ato de contar, medir ou assinalar. O comprador suportará os 
riscos da coisa adquirida, se estiver em mora de receber, quando colocada à sua disposição no 
tempo, lugar e pelo modo ajustado. 
DIREITO DOS CÔMODOS ANTES DA TRADIÇÃO : vide art. 868, do C.C. 
5. DIREITO DO COMPRADOR de recusar coisa vendida mediante amostra, por não ter sido 
entregue nas condições prometidas ; 
6. DIREITO DO COMPRADOR de exigir, se o contrato tem por objeto venda de terras, o 
complemento da área, em caso de falta de correspondência entre a área efetivamente encontrada 
e as dimensões dadas, e, se isso não for possível, de reclamar a rescisão do negócio ou o 
abatimento do preço, desde que a venda seja " ad mesuram" ( ação ex exemplo ou ex vendido ). 
Se a venda é "ad corpus" , isto é, se o vendedor alienar o imóvel como corpo certo e determinado, 
não há que se exigir o implemento da área. "Presume-se que a referência às dimensões foi 
simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder a 1/20 da extensão total 
enunciada". O art. 1.136, CC, não se aplica se a compra foi feita em hasta pública, ou mediante 
arrematação em praça ou leilão. Se em vez de diferença houver excesso de área, o adquirente 
não terá o dever de repor o preço correspondente, a menos que haja convenção nesse sentido. 
Vide art. 500, § 2º, do Projeto de Código Civil/75. 
7. NULIDADE DE PLENO DIREITO, nos contratos de compra e venda de móveis e imóveis, 
mediante pagamento em prestações, das cláusulas que estabelecerem a perda total das 
prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleiteará resolução 
do contrato e a retomada do produto alienado. 
PACTOS ADJETOS À COMPRA E VENDA E CONTRATO DE DOAÇÃO - aula do 
dia 02.09.97. 
O contrato de compra e venda, desde que as partes assim o consintam, vem, muitas vezes, 
acompanhado de cláusulas especiais que, embora não lhe retirem seus caracteres essenciais, 
alteram sua fisionomia exigindo a observância de normas particulares, visto que esses podem 
subordinar os efeitos do contrato a evento futuro e incerto, tornando condicional o negócio. 
PACTO DE RETROVENDA ou pactum de retrovendendo : é a cláusula condicionante à compra e 
venda pela qual o vendedor se reserva o direito de reaver, em certo prazo, o imóvel alienado, 
restituindo ao comprador o preço mais as despesas por ele realizadas, inclusive as empregadas 
com melhoramentos do imóvel. É admitido na venda de imóveis e torna a propriedade resolúvel. A 
aquisição do imóvel é, portanto, condicional, caracterizando-se a retrovenda como condição 
resolutiva aposta ao contrato. O adquirente terá a propriedade resolúvel, que se extinguirá no 
instante em que o alienante exercer o seu direito de reaver o bem. Se o comprador se recusar a 
devolver o imóvel, o vendedor poderá mover uma notificação para ressalva dos direitos, 
consignando em juízo as importâncias exigidas pelo Código Civil. O prazo máximo para resgate é 
de 3 anos ininterruptos e suscetíveis de suspensão - Prazo de decadência. Se duas ou mais 
pessoas tiverem direito ao retrato sobre o mesmo bem e só uma o exercer, poderá o comprador 
fazer intimar as outras, para nele acordarem; se não houver acordo, ou se um dos interessados 
não quiser entrar com a importância integral do retrato, caducará o direito de todos. 
Se os diferentes condôminos do prédio alheado o não retrovenderem conjuntamente e no mesmo 
ato, poderá cada qual, de per si, exercitar sobre o respectivo quinhão o seu direito de retrato, sem 
que o comprador possa constranger os demais a resgatá-la por inteiro. 
Intransmissibilidade do direito de resgate por cessão através de ato "inter vivos", por ser 
personalíssimo, mas passa aos herdeiros. 
Perda e perecimento - 
Direito do comprador : aos frutos e rendimentos 
Direito do vendedor contra terceiros : art. 647 CC. 
VENDA A CONTENTO : subordina o contrato à condição de ficar desfeito se o comprador não se 
agradar da coisa. Enquanto não se realizar a condição, o contrato existe, porém seus efeitos 
ficarão paralisados, até que o comprador aceite o bem alienado. 
A compra e venda, qualquer que seja o seu objeto, comporta essa cláusula inserida, geralmente, 
no contrato de compra e venda de gêneros que se costumam provar, medir, pesar ou 
experimentar antes de aceitos. A venda a contento reputar-se-á sob condição suspensiva, não se 
aperfeiçoando o negócio enquanto o adquirente não se declinar satisfeito, porém, o mesmo art. 
1.144 CC permite que as partes lhe atribuam o caráter devolutivo, hipótese em que o contrato 
será considerado concluído desde logo, com os efeitos de um negócio perfeito, suscetível de 
solver-se se o comprador proclamar seu desagrado em relação à coisa. O comprador é, portanto, 
proprietário, embora titular de propriedade resolúvel. 
Se prevalecer a natureza suspensiva do pacto, o adquirente assumirá as obrigações de mero 
Comodatário, enquanto não manifestar a intenção de aceitar o objeto comprado. 
O vendedor não poderá discutir a manifestação de desagrado, nem recorrer a exame pericial ou a 
decisão de tribunais que comprove as boas qualidades da coisa alienada, uma vez que a venda a 
contento é uma estipulação em favor do comprador. 
Ante o fato da cláusula "ad gustum" traduzir incerteza, esse estado de coisa não poderá perdurar 
indefinidamente. Daí ser conveniente a sua cessação e conversão do contrato em definitivo, pela 
declaração de vontade do comprador. As partes devem fixar o prazo da experimentação. E, se 
não sido fixado o prazo, o vendedor terá o direito de intimá-lo judicialmente, para queo faça em 
prazo improrrogável, sob pena de considerar-se perfeita a venda. 
Não transmissão do direito quer por ato ‘inter vivos", quer por "causa mortis" em relação ao 
adquirente, mas, se houver o falecimento do vendedor, é possível a oponibilidade do direito dela 
resultante a sucessores do vendedor. 
 
97. CONTRATO DE TRANSPORTE 
1. CONCEITO : 
2. TRAÇOS CARACTERÍSTICOS : Bilateral, oneroso, comutativo e consensual ; 
3. ESPÉCIES : a) quanto ao objeto : a-1. ) Transporte de pessoas 
a-2. ) Transporte de coisas 
a. quanto ao meio empregado : 
terrestre aéreo marítimo 
4. Transporte de Coisas : aquele em que o expedidor ou remetente entrega ao 
transportador determinado objeto para que, mediante pagamento de frete, seja remetido a 
outra pessoa ( consignatário ou destinatário ) 
. 
1. Conhecimento do frete : nome do transportador ; n.º de ordem do conhecimento ; 
data da emissão deste ; nome do remetente e do destinatário ; lugar em que a mercadoria 
é recebida para ser transportada e o lugar do destino ; espécie, quantia ou peso da 
mercadoria, bem como marcas ou sinais das embalagens ; importância do frete e 
assinatura do representante da empresa. 
2. Perda ou extravio do conhecimento ( título de crédito normalmente negociável ) O 
conhecimento não é da substância do contrato, sendo expedido "ad probationem tantum". 
3. Obrigação do remetente ou expeditor : entegar a mercadoria ; 
pagar o frete ; acondicionar a mercadoria entregue, de forma adequada ; declarar a natureza e o 
valor da mercadoria entregue em invólucro fechado ; suportar os riscos , em razão de vício da 
própria coisa, de caso fortuito ou força maior ; arcar com os prejuízos causados à mercadoria 
durante o transporte se : 
a fuga, lesão, doença ou morte de animais for conseqüência de risco que tal espécie de 
transporte faz naturalmente correr ; 
a perda, furto ou avaria for devida ao fato de a mercadoria não ter sido bem 
acondicionada ; o carregamento, descarga ou baldeação for feita pelo remetente 
ou preposto deste, sem assistência da empresa ; 
8. OBRIGAÇÃO DO TRANSPORTADOR 
1. receber, transportar e entregar as mercadorias, no tempo e no lugar ajustados 
; 
2. transportá-la com diligência ; 
3. expedir o conhecimento ; 
4. observar o itinerário ajustado ; 
5. responsabilizar-se pelas perdas e danos, avarias ou furtos, exceto nas 
hipóteses de vício próprio, força maior ou caso fortuito ; 
6. solicitar instruções ao remetente, se o transporte não puder ser feito ou sofrer 
longa interrupção ; 
7. informar ao remetente, na hipótese de ter que depositar a coisa em juízo ou 
ter de vendê-la. 
9. TRANSPORTE DE PESSOAS 
a. a questão da viagem de menores por longo percurso ; 
b. o bilhete de passagem : - nominativo ou ao portador; poderá estabelecer 
classes, de acordo com a tarifa ou preço e até fixar o lugar ; 
c. o contrato de transporte abrangerá o transporte das bagagens ( 
pagará, entretanto, o excesso ). 
10. OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR 
1. Transportar o passageiro ; 
2. Transportá-lo com diligência ; 
3. Responder pelos danos, oriundos de acidentes, salvo nos casos de força maior, 
fortuito ou culpa do passageiro ; 
4. Responsabilizar-se pelos prejuízos, em virtude de traso, desde que não seja em 
razão de força maior ; 
1. Cumprir o contrato, se o transporte for cumulativo, relativamente ao seu percurso, 
respondendo pelos danos pessoais que nele se derem. Todavia, o dano resultante do 
atraso ou da interrupção da viagem será determinado em razão da totalidade do percurso. 
2. CONTRATO PRELIMINAR (arts. 462 à 466 do CC) 
3. 
4. 1. Definição: é um acordo de vontades que visa a produção de efeitos jurídicos 
futuros, onde uma ou mais partes prometem celebrar determinado contrato, com expressa 
referências às regras a serem observadas. 
5. 
6. 
7. 
8. 2. Natureza jurídica: contratual – obrigação de fazer, qual seja, celebrar o contrato 
definitivo. 
9. 
10. 3. Aspectos Práticos: 
11. 
12. negócio jurídico; 
13. 
14. 
15. 
16. 
17. 
jurisprudência. 
18. 
19. 4. Exigência do contrato definitivo: 
20. 
inexista condição pendente ou prazo em curso. 
21. -se a regra do art. 463 (prazo razoável). 
22. Caso haja cláusula de arrependimento é inexigível a celebração do segundo 
contrato, com ou sem direito a perdas e danos. 
23. 
24. 5. Registro: 
25. 
26. 
partes o pré-contrato é válido e obrigatório independente de registro. 
27. 
28. 6. Supressão judicial da vontade: 
29. Pressupostos: 
30. 
31. contrato definitivo); 
32. 
33. onvencionado; 
34. 
35. 
36. 
37. Jurisprudência: 
38. “...... 
39. - Celebrado o compromisso de compra e venda, ainda que não registrado, mas sem 
cláusula de direito de arrependimento e pago o preço dos imóveis pelo promissário-
comprador, é cabível a tutela jurisdicional que tenha por escopo a pretensão executiva de 
suprir, por sentença, a anuência do promitente-vendedor em outorgar a escritura definitiva 
de compra e venda do imóvel. ........” RESP 424543 / ES ; RECURSO ESPECIAL 
2002/0038610-7 
40. Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) T3 - TERCEIRA TURMA – DJ 
31.03.2003 p. 217 
41. 
42. 7. Promessa unilateral de contrato (art. 466) 
43. 
44. 
decadência. 
CONTRATOS COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS 
INTRODUÇÃO 
 
O presente estudo tem como finalidades trazer um bom entendimento da matéria. Sob comento, far-se-á um breve 
relato histórico, classificando-se de acordo com a doutrina sugerida os contratos, comutativos e aleatórios. 
 
Além da conceituação, forma e validade serão abordados os contratos comutativos e as duas modalidades de 
contratos aleatórios, de futuro ou não. Em cada uma das formas examinadas serão apresentadas as suas 
peculiaridades, bem como, onde se encontram regrados no ordenamento jurídico civil, em conformidade com o 
“Dialogo das fontes”, além de jurisprudências e exemplos que trazem a problemática e as criticas a essas 
classificações. 
 
HISTÓRICO 
 O JUSNATURALISMO - Teve um papel fundamental na história dos contratos pois a fonte de 
obrigação não era mais o contrato, mas à vontade das partes. 
 DIREITO ROMANO - Emptio spei; Emptio rei speratae; Foenus Nauticum;Alearum lusus; Sponsio. 
 DIREITO MODERNO - Por sua própria natureza; Jogo; Aposta; Renda vitalícia. 
 NATUREZA JURIDICA 
Exige o consentimento e pressupõe a declaração de vontades de acordo com a ordem jurídica, com escopo de 
adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos. É um negocio jurídico bilateral e “ipso 
facto”. 
 VALIDADE 
Em geral as obrigações estão filiadas às causas. Aponta Orlando Gomes: “As investigações da causa debendi tem 
o inconveniente de tirar ao contrato aquela firmeza e segurança que são necessárias ao preenchimento de sua 
função. Daí a construção doutrinária do contrato abstrato. Nele se abstrai a causa, de modo que quem o alega só 
tem que provar o seu conteúdo”. 
 
CONCEITO 
 Comutativo - equilíbrio entre a prestação e a contra-prestação, sujeito esta pagando e sabe o que é 
que vai receber. Ex: contrato da faculdade. 
 Aleatório - não existe uma proporção um equilíbrio entre a prestação e a contra-prestação, o sujeito 
está pagando mas não sabe exatamente quanto vai receber, se é que vai precisar receber (grifo nosso). 
 CONTRATOS COMUTATIVO 
São de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios , que geralmente 
se equivalem decorrentes de sua celebração, por que não envolvem nenhum risco. (CARLOS ROBERTO 
GONÇALVES). 
 
Na idéia da comutatividade se insere, de certo modo, a de equivalência das prestações. É normal que, nas 
convenções de intuito lucrativo, cada parte só consista num sacrifício se aquilo que obtém em troca lhe for 
equivalente. 
 
Classificação: comutativos 
 
1) A prestação corresponde a uma contra prestação; 
 
2) Pode não haver equivalência objetiva das prestações. 
 CONTRATOS ALEATORIOS

Outros materiais