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Títulos de Crédito- Cheque- Direito Empresarial

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Questões sobre Cheque – Direito Empresarial II 
 
1-Quais são as modalidades de cheque? Explique. 
A lei do Cheque prevê quatro modalidades deste título de crédito: o cheque visado, o 
cheque administrativo, o cheque cruzado e o cheque para se levar em conta. O cheque 
visado é aquele em que o banco sacado, a pedido do emitente ou do portador legítimo, 
lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para 
a liquidação do título (art.7°, LC). Logo, somente pode receber visamento o cheque 
nominativo ainda não endossado. O visamento não equivale ao aceite posto que não 
vincula o banco ao pagamento do título independentemente da existência de provisão de 
fundos. O cheque administrativo é o emitido pelo banco sacado, para liquidação por uma 
de suas agências. Nessa espécie de cheque o sacador e sacado são a mesma pessoa (art.9°, 
LC); ou seja, a instituição financeira ocupa, a situação jurídica de quem dá a ordem de 
pagamento e a de seu destinatário. Sua vantagem está na certeza de liquidez, pois seu 
pagamento advém das reservas financeiras do próprio banco. O cheque cruzado se 
caracteriza pela aposição de duas linhas transversais paralelas no anverso do cheque. 
Tanto o emitente como qualquer portador podem cruzar o título (art.44, LC). Existem 
duas espécies de cruzamento: o geral (ou “em branco”), que não identifica nenhum banco 
no interior dos dois traços; e o especial (ou ‘em preto”), em que certo banco é identificado, 
por seu nome ou número no sistema financeiro, entre os mesmos traços. E por derradeiro, 
o cheque para se levar em conta (art.46, LC), que é aquele em que o emitente ou o portador 
proíbem o pagamento do título em dinheiro. Para sua caracterização, basta que o emitente 
escreva a expressão “para ser creditado em conta”, ou qualquer outra equivalente, no 
anverso do cheque, na transversal. Com isso, o credor não poderá receber o pagamento 
pelo cheque em dinheiro no caixa, devendo obrigatoriamente depositá-lo em sua conta. 
Nessa modalidade, o pagamento do cheque se reveste de grande segurança, na medida 
em que, ou será liquidado na conta referida pela cláusula especial, ou não se prestará a 
nenhuma outra finalidade. 
2-Quando o cheque deve ser apresentado para pagamento? 
O cheque deve ser apresentado, pelo credor, ao banco sacado, para liquidação, dentro do 
prazo estipulado pela lei (art.33, LC). O prazo é de 30 dias, a contar do dia da emissão, 
quando o cheque é da mesma praça, e 60 dias, quando o cheque é de outra praça. Para 
tanto, é imprescindível que se analise a agência pagadora e o local de emissão do cheque, 
haja vista que se forem diferentes o prazo mudará. 
3-Quais as consequências da não apresentação do cheque nos prazos de lei? 
A não apresentação do cheque nos prazos da lei acarreta a perda do direito de executar os 
endossantes do cheque e seus avalistas, se o título é devolvido por insuficiência de fundos 
ou em qualquer hipótese (art. 47, II, LC). Ademais, há também a perda do mesmo direito 
contra o emitente do cheque, se havia fundos durante o prazo de apresentação e eles 
deixaram de existir, em seguida ao término deste prazo, por culpa não imputável ao 
correntista (art.47, §3°, LC). Contudo, é importante ressaltar que a inobservância do prazo 
de apresentação não desconstitui o título de crédito como ordem de pagamento à vista, 
mas importa as sanções graves já mencionadas. 
4-Quais as modalidades de sustação do cheque? 
Sustar cheque é o ato de anular ou invalidar a compensação do valor especificado no 
mesmo pelo próprio emissor, e para ser considerado uma ação legal, deve vir 
acompanhado de um motivo aceitável. Dessa forma, o pagamento do cheque pode ser 
sustado pelo emitente em duas hipóteses: 1- revogação também chamada de contra-ordem 
(art.35, LC) e a oposição (art.36, LC). A revogação é um ato exclusivo do emitente do 
cheque, praticado por aviso epistolar ou notificação judicial ou extrajudicial, em que 
exponha razões motivadoras do ato. Já a oposição é um ato que pode ser praticado pelo 
emitente ou portador legitimado do cheque, mediante aviso escrito, fundado em relevante 
razão de direito (extravio ou roubo do título). Além do que já foi dito, ressalta-se que as 
duas formas de sustação apresentam algumas pequenas diferenças. De um lado, o ato 
revogatório somente produz efeitos a partir do término do prazo de apresentação, caso 
não se verifique, enquanto os da oposição são imediatos. Dessa última distinção decorre 
que a revogação, a rigor, é apenas o ato cambiário pelo qual o emitente pode limitar a 
eficácia do título aos 30 ou 60 dias seguintes à emissão. Ademais, a sustação, seja por 
revogação ou por oposição, pode configurar crime de fraude no pagamento por cheque, 
nos termos do art.171, §2°, VI, do Código Penal, se o emitente ou o portador 
presumivelmente legitimado agirem dolosa e fraudulentamente, provocando dano ao 
portador do cheque. 
 
5-O que é oposição (art.36 LC) e qual sua possível consequência na esfera pessoal? 
A oposição é uma das modalidades de sustação do cheque. Ela pode ser dada pelo 
portador legitimo do cheque e também pelo emitente. Contudo, nessa modalidade de 
sustação não é preciso que se espere o prazo de apresentação. Pode-se dar uma ordem 
para que o banco suste o pagamento do cheque mesmo durante o prazo de apresentação, 
desde que haja motivo relevante para tanto. Neste sentido, se o emitente ou o portador, 
agirem dolosa ou fraudulentamente, provocando dano ao portador do cheque, pode-se 
configurar crime de estelionato (art.171, §2°, VI, CP), haja vista que para se sustar o 
cheque deve-se ter consistentes razões jurídicas, posto que, não as tendo, incorre em 
conduta típica. 
 
6-A aceitação do cheque é obrigatória? Por quê? 
A aceitação do cheque não é obrigatória, pelo fato do cheque não admitir a figura do 
aceite (art.6°, LC), fato que é presente na letra de câmbio e na duplicata. No cheque, 
quando o banco recebe a ordem de pagamento, ele não terá que concordar ou não com o 
pagamento. Há uma relação contratual entre o emitente e o banco, que diz que uma vez 
que haja fundos disponíveis, o banco deve efetuar o pagamento, exceto se houver a 
sustação do cheque, que é uma indicação do correntista, para que não se pague. 
Embora o cheque também seja uma ordem de pagamento como a letra de câmbio, no qual 
constam o emitente, o sacado e normalmente o beneficiário, não há que se cogitar de 
assunção de responsabilidade pelo sacado. Este é apenas alguém que presta serviços ao 
emitente, não assumindo, enquanto sacado, jamais a condição de devedor do cheque. Vale 
dizer não há aceite no cheque. Assim sendo, o sacado jamais poderá ser executado por 
um cheque. Quando houver uma identidade entre sacado e emitente, o banco poderá ser 
executado como emitente, mas nunca como sacado. 
 
7-O cheque sem fundos deve ser protestado? 
Sim. O cheque sem fundos deverá ser protestado durante o prazo de apresentação, assim 
em se tratando de título emitido na mesma praça de pagamento, o credor deve encaminhá-
lo ao cartório de protesto, nos 30 dias seguintes ao saque; se de praças diferentes, o prazo 
será de 60 dias. Levado o título a protesto, deve o credor em quatro dias comunicar o 
endossante e seu emitente. Em se tratando de emitente e seu avalista, o ato de protesto e 
a ação executória são facultativos. Já no caso de coobrigados, endossantes e avalistas 
decorrentes de transferências as ações tornam-se obrigatórias, é necessário a prova do não 
pagamento pelo protesto para requerer ação de execução, a fim de receber definitivamente 
o valor do título. 
 
8-O que quer dizer a cláusula ‘sem despesas” art.50? 
Como acontece com a Letra de Câmbio e a Nota Promissória, o cheque pode conter a 
cláusula “sem despesas”, pela qual se dispensa o credor de protestar o título para 
conservação do direito creditício contra um ou mais coobrigados. (art.50, LC)9-O protesto pode ser substituído por declaração? Explique. 
O protesto pode ser substituído por declaração escrita e datada pelo banco sacado, com 
indicação do dia da apresentação, ou escrita e datada pela Câmara de compensação, no 
sentido de serem insuficientes os fundos disponíveis. 
 
10- Quais os prazos prescricionais do cheque? Inclusive do pós-datado? 
 Prazo prescricional é o prazo que se tem para ajuizar uma medida judicial. Para a 
execução do emitente e dos avalistas, o cheque prescreve em 6 meses do término de sua 
data de apresentação (art.59, LC), ou seja, 6 meses do decurso do prazo de 30 dias, se 
emitido na mesma praça, e de 60 dias, se emitido em praça diversa. Se tratando de cheque 
pós-datado, que se apresenta antes da data lançada como emissão, para fins de cálculo do 
prazo prescricional, considera-se como data de emissão do título não a que consta nele, 
mas a da sua apresentação a pagamento. Assim, computam-se da mesma praça ou de 
praças diferentes e, em seguida, os 6 meses. 
 
11-Qual a ação possível depois de ocorrida a prescrição? 
 Caso o prazo prescricional decorra, não mais haverá a possibilidade da execução. 
Entretanto, poderá ser promovida ação de locupletamento indevido contra o emitente no 
prazo de dois anos (art.61, LC) da data que se consumou a prescrição executiva. Assim, 
o portador do cheque, por meio de processo de conhecimento, pede a condenação judicial 
de qualquer devedor cambiário no pagamento do valor do título, sob o fundamento de que 
se operou o enriquecimento indevido. Em face do emitente do cheque prescrito, poderá o 
credor preferir a ação monitória, que tem o prazo de 5 anos, contados do dia seguinte à 
data da emissão (Súmula 503, STJ). Ademais, após a prescrição das ações cambiais, será 
ainda possível ao portador do cheque sem fundos promover a ação causal (art.62, LC), 
para fins de discutir as obrigações decorrentes da relação originária. 
12-Que configuração penal e consequências tem a emissão de cheques sem fundos. 
A emissão de cheque sem fundos é tipificada como crime de fraude por pagamentos de 
cheques nos termos do art.171, §2°, VI, do CP, que prevê pena de reclusão de 1 a 5 anos, 
além de multa. Se trata de um crime doloso, não incorrendo em qualquer ilícito penal 
aquele que por culpa, como negligência no controle do saldo, emite cheque sem fundos. 
O apagamento do cheque até o recebimento da denúncia importa extinção de 
punibilidade. A fraude é elemento do tipo, de sorte que o conhecimento, pela vítima, da 
insuficiência de fundos disponíveis importa a descaracterização da emissão como crime. 
 
13- Qual a repressão administrativa do cheque sem fundos? 
Com relação a repressão administrativa ao uso de cheque sem fundos, a Resolução 
Bancária n°1682 de 1990, estabelece a respectiva sistemática, pela qual o emitente de 
cheque sem fundos está sujeito ao pagamento da taxa devida ao serviço de compensação 
de cheques e outros papéis, a cada devolução, além da inscrição no Cadastro de emitentes 
de cheque sem fundos (CCF). O correntista que tiver um mesmo cheque devolvido duas 
vezes por insuficiência de fundos e aquele que incorrer em prática espúria devem ser 
inscritos no CCF. Ademais, a mesma resolução define a prática espúria como sendo a 
emissão de três cheques sem fundos contra banco sacado que havia assumido o 
compromisso de pronto acolhimento (o chamado “cheque garantido”). O banco não pode 
entregar talonário ao correntista inscrito no CCF, mas não está obrigado a resolver o 
contrato de conta corrente respectivo, se o Banco Central determinar o seu encerramento. 
 
 
 
14-Conceitue o cheque. Classifique-o conforme as categorias vistas no 
início. Quais são seus requisitos essenciais? 
O cheque, regulado pela Lei n. 7.357/85, é ordem de pagamento à vista. Consiste na 
ordem emitida pelo sacador, correntista de uma instituição financeira, para que ela, 
sacada, pague uma determinada quantia em benefício de terceiro ou dele próprio. Trata-
se de título cambiariforme, abstrato, que tem a estrutura de ordem de pagamento e, em 
regra, à ordem, salvo os cheques de menos de cem reais, que podem ser ao portador. São 
requisitos essenciais ao cheque: a denominação “cheque”; a ordem incondicional de pagar 
quantia determinada; o nome do sacado e a instituição financeira; a data da emissão e a 
assinatura do emitente. Caso a instituição financeira não pague a cártula, o emitente é 
responsável pelo pagamento. 
15-Qual o prazo de apresentação do cheque? Qual a consequência para o credor que 
perde esse prazo? Como se prova a recusa de pagamento? 
O prazo de apresentação é de 30 dias, se tiver sido emitido no mesmo lugar em que houver 
de ser pago, e de 60 dias, se emitido em local diverso. Decorrido o prazo de apresentação 
sem que tenha sido feita, o cheque não poderá ser cobrado dos endossantes e avalistas, 
mas continua a ser exigido do sacado até a prescrição. A recusa de pagamento é 
comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, 
com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por 
câmara de compensação (art. 47, II da Lei do Cheque). 
 
16- Pode o cheque “pós-datado” ser apresentado ao sacado antes da data 
constante da cártula? 
O cheque é ordem de pagamento à vista. Qualquer cláusula que exige sua apresentação 
em momento posterior é considerada não escrita. O cheque pós-datado, ou conhecido 
como pré-datado, é pagável antes da data convencionada. Entretanto, por 
descumprimento de convenção, o contratante poderá ser condenado a indenizar o 
emitente se na data apresentada não houver fundos e o pagamento tiver sido recusado 
pelo banco sacado. 
 
 
17-É possível a oposição de exceções pessoais ao portador do cheque? E se ele estiver 
prescrito? 
O cheque é um título de crédito. Logo, submete-se aos princípios da literalidade, da 
abstração, da autonomia das obrigações cambiais. Uma das decorrências da autonomia é 
o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé, consagrado 
pelo art. 25 da Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85): Art. 25. Quem for demandado por 
obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador exceções fundadas em relações 
pessoais com o emitente, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu 
conscientemente em detrimento do devedor. Assim, em regra, o emitente do cheque não 
pode invocar exceções pessoais contra o terceiro de boa-fé que recebeu o título. Ex: o 
emitente não pode deixar de pagar ao terceiro de boa-fé que recebeu o cheque por endosso 
alegando que o endossatário (destinatário original do cheque) não cumpriu sua obrigação 
contratual. Essa regra, contudo, não se aplica no caso de cheque prescrito. É possível a 
oposição de exceção pessoal ao portador de cheque prescrito. Isso porque se o cheque 
está prescrito, ele perde as suas características cambiárias, tais quais a autonomia, a 
independência e a abstração. Assim, como o cheque prescrito perde a autonomia, não se 
aplica mais o conhecido princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro 
de boa-fé previsto no art. 25 da Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85).

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