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Plano de aula 3 e 4

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CCJ0334 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Aula 03: A História do Pensamento Jurídico
PROGRAMA
2 . TEORIAS DO DIREITO
2.1 CONCEPÇÕES TEÓRICAS MAIS IMPORTANTES DO DIREITO NATURAL 
2.2 COMPREENSÃO E RACIOCÍNIO CRÍTICO ACERCA DO POSITIVISMO 
Introdução ao Estudo do Direito
Conteúdo desta aula
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
A IDEIA DO DIREITO NATURAL: O JUSNATURALISMO
1
O POSITIVISMO JURÍDICO
2
O NORMATIVISMO JURÍDICO
3
O PÓS-POSITIVISMO E A CRÍTICA À TEORIA PURA DO DIREITO DE KELSEN
4
MIGUEL REALE E A ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO
5
PRÓXIMOS 
PASSOS
SITUAÇÃO PROBLEMA – AULA 3
Nas seguintes afirmações: 
O homem possui direitos de nascença, como a vida, a liberdade e a saúde, que independem da vontade humana, mas a responsabilidade de garantir esses direitos era do soberano, ou seja, o soberano deveria salvaguardar os referidos direitos; e 
O Direito somente é aquele posto pelo Estado (por meio das autoridades competentes para tanto), ou seja, valida o direito positivo a ponto de não abrir margem à interpretação da norma legal: se determinada lei afirma que certo comportamento é errado, assim o será. 
Quais as características que diferem estas duas afirmações?
Considera-se o Direito Natural como direito justo por natureza, que independe da vontade do legislador, sendo derivado da natureza humana (jusnaturalismo) ou dos princípios da razão (jusracionalismo) e sempre presente na consciência dos homens.
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Direito Natural
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
5
Chama-se jusnaturalismo a corrente de pensamento que reúne todas as ideias que surgiram, no correr da história, em torno do Direito Natural, sob diferentes orientações. Nele, há a convicção de que, além do Direito escrito, há outra ordem, SUPERIOR àquela e que é a expressão do Direito justo.
O Direito Natural forma um sistema superior de normas, preexistente à normatividade estatal, que apresenta uma leitura moral impositiva a respeito do Direito.
A partir do momento em que o legislador se desvincular da ordem natural, estará criando uma ordem jurídica ilegítima.
O divórcio entre o Direito Positivo e o Natural gera as chamadas leis injustas, que negam ao homem o que lhe é devido.
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Direito Natural
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
6
Introdução ao Estudo do Direito
A Ideia do Direito Natural: Jusnaturalismo
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
A Teoria do Direito Natural é muito antiga, está presente na literatura jurídica ocidental desde a aurora da Civilização Europeia.
 
Na descoberta ateniense do homem, parece encontrar-se a semente desse movimento, que atende ao anseio comum, em todos os tempos, a todo os homens, por um direito mais justo, mais perfeito, capaz de protegê-los contra o arbítrio do governo.
7
Introdução ao Estudo do Direito
A Ideia do Direito Natural: Jusnaturalismo
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
1. Concepção cosmológica
Considerado expressão da natureza humana ou deduzível dos princípios da razão, o Direito Natural foi sempre tido, pelos defensores desta teoria, como superior ao direito positivo, absoluto e universal por corresponder à natureza humana. 
Antes de Cristo, fosse em Atenas ou Roma, com Cícero (De res publica) assim era concebido.
3
2
1
Três concepções básicas sobre o Direito Natural ao longo da História:
8
Introdução ao Estudo do Direito
A Ideia do Direito Natural: Jusnaturalismo
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
2. Concepção teológica
Própria de grupos sociais orientados por uma cultura mítica, na qual as normas de conduta refletem os padrões morais preservados pela religião dominante. Essa concepção parte do pressuposto de que existe uma ordem sobrenatural ou transcendente que condiciona o mundo físico e o próprio agir das pessoas, sendo em realidade os deuses os responsáveis pela criação das regras de conduta, que irão disciplinar a vida em sociedade, e as autoridades humanas meras porta-vozes desta vontade superior.
3
2
1
Três concepções básicas sobre o Direito Natural ao longo da História:
Direito Natural = Direito Divino
9
Introdução ao Estudo do Direito
A Ideia do Direito Natural: Jusnaturalismo
Três concepções básicas sobre o Direito Natural ao longo da História:
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
3. Concepção racionalista 
Parte da existência de uma lei natural associada à própria existência humana. 
Como ser dotado de racionalidade, o homem lança mão de seu intelecto e da experiência na organização da sociedade política e na produção do direito positivo, que deve obedecer a parâmetros gerais ditados pela razão humana.
3
2
1
10
Introdução ao Estudo do Direito
Aspectos comuns às três concepções
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Uma leitura moral a respeito do direito
Partem do princípio da existência de apenas um Direito
A lei que contraria preceitos do Direito Natural não é válida
São orientados por princípios e valores supremos, que dão sistematicidade e coesão ao conjunto das regras e diretrizes de ordem moral estabelecidas
11
Antígona de Sófocles (494-406 a.C.):
na tragédia grega já é possível identificar uma preocupação com a correlação existente entre a ideia de justiça e as leis da cidade. Na Antígona, Sófocles relata o julgamento da personagem de mesmo nome, que teria violado as leis da cidade de Tebas, ao sepultar clandestinamente seu irmão Polinice, que fora morto durante uma insurreição contra o rei Creonte. De acordo com as leis da cidade, aquele que fosse morto em traição ao governo da cidade não teria direito a um sepultamento segundo os ritos, então consagrados, e seu corpo deveria ser atirado aos cães. 
Em sua defesa, Antígona justifica o seu ato com base em valores superiores, pois todo homem, por pior que tenha sido a sua conduta em vida tem direito a um sepultamento digno: “tuas ordens não valem mais do que as leis não escritas e imutáveis dos deuses, que não são de hoje e nem de ontem e ninguém sabe quando nasceram”.
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Direito Natural
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
12
Introdução ao Estudo do Direito
O Declínio do Direito Natural
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Direito
Moral
Com as revoluções burguesas da segunda metade do Século XVIII, principalmente a Revolução Francesa, em 1789, afirmaram-se princípios jurídicos como legalidade, separação de poderes e isonomia, que investiram em uma valorização do direito positivo criado pelo Estado, em detrimento de fontes históricas tradicionais, como o Direito Canônico, o Direito Costumeiro e o próprio Direito Natural, tidas como irracionais, casuísticas e contrárias aos ditames do Estado Liberal.
No Séc. XIX começou uma separação rigorosa entre o Direito e a Moral.
13
Introdução ao Estudo do Direito
O Positivismo Jurídico
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Surge na Idade Moderna, a partir de uma preocupação em investir na sistematização e na racionalização do direito, negando a importância do caso a caso, a começar pela ideia do Direito Natural, que seria cheio de questões de ordem moral, que impediam a criação de um direito impessoal e igual para todos.
Na visão positivista, a Ciência do Direito tem por missão estudar a correlação entre as normas que compõem a ordem jurídica vigente. Em relação à Justiça, a atitude do Positivismo Jurídico é a de um ceticismo absoluto.
14
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Introdução ao Estudo do Direito
Correntes do Positivismo Jurídico
1. Escola Histórica Do Direito
Seguindo o pensamento de Savigny, é a primeira escola a usar a expressão Ciência do Direito (Juris Scientia) e a adotar uma metodologia histórica de pesquisa jurídica. 
Opunha-se à codificação e à Teoria do Direito Natural e defendia a formação e transformação espontânea do direito, marcado pelo “espírito do povo” (Volksgeist).
3
2
1
15
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICOIntrodução ao Estudo do Direito
Correntes do Positivismo Jurídico
2. Escola da Exegese
Escola ligada a um projeto político, de unificação do direito privado francês e que se valeu de uma técnica inteiramente nova de elaboração legislativa, denominada de Código, que seria um documento completo de toda a disciplina jurídica de uma certa área do direito, pondo fim a outras fontes históricas do direito, tais como Direito Romano, Direito Costumeiro e o Direito Natural.
3
2
1
16
3. Pandectismo Jurídico (Jurisprudência Conceitual)
Identificava-se com as premissas metodológicas (formalismo, sistematicidade etc.) da Escola da Exegese francesa.
Diferença fundamental entre essas escolas: a Escola francesa era codicista.
A Escola alemã era de perfil doutrinário, representada por grandes juristas, que tiveram um protagonismo no processo de unificação jurídica e na construção institucional do Estado alemão de Otto Bismarck.
3
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Correntes do Positivismo Jurídico
17
Hans Kelsen (1881-1973)
Introdução ao Estudo do Direito
Normativismo Jurídico
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
As tendências de perfil factualista dominavam o debate jurídico das primeiras décadas do Século XX, quando surgiu a figura de um autor austríaco, chamado Hans Kelsen, que mudará por completo o foco do debate da Teoria Geral do Direito, ao questionar tais enfoques, investindo da proposta de construção de uma metodologia própria para a Ciência do Direito.
O foco do jurista deveria estar na norma jurídica e na sua relação com as demais normas, que formam uma estrutura lógico-sistemática denominada de ordenamento jurídico.
O Normativismo Jurídico Kelseniano é a defesa da construção de parâmetros metodológicos próprios para a Ciência do Direito, expressos na denominada Teoria Pura do Direito, que não fosse uma mera importação das Ciências Sociais e Humanas do Século XIX, nem a reprodução dos paradigmas teóricos próprios das Ciências Naturais e Exatas.
18
Introdução ao Estudo do Direito
Pontos principais da Teoria Pura do Direito 
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Kelsen priorizava o aspecto estrutural do ordenamento jurídico e a correlação entre suas normas, independentemente de concepções ideológicas e de regimes políticos. 
NORMAS FUNDAMENTAIS
NORMAS
SUPERIORES
NORMAS
INTERMEDIÁRIAS
NORMAS
INFERIORES
19
CRFB/88
Leis
Decretos
Acórdãos | Sentenças | Portarias
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Observações:
O aspecto estrutural do ordenamento jurídico e a correlação entre suas normas, independentemente de concepções ideológicas e de regimes políticos;
Pureza metodológica de uma Ciência “Pura” do Direito;
Norma Fundamental é a matriz do ordenamento jurídico, o pressuposto de validade de todas as normas do ordenamento. Não é norma jurídica, no sentido próprio do termo, uma vez que está acima da pirâmide.
20
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Observações:
A norma se integrará ao ordenamento vigente se forem respeitadas as condições fixadas pelo sistema jurídico. As principais condições de validade são:
- Competência conferida a uma autoridade ou pessoa para criação de certa espécie de normas.
- Procedimento de edição (tramitação regular, maiorias, prazos, registros, formas de publicidade etc.).
- Limites temporais e espaciais de validade.
- Respeito a regras que permitem decidir em caso de incompatibilidade entre o conteúdo das normas (antinomias jurídicas). Isso ocorre mediante aplicação da regra fundamental que impõe a congruência de cada norma com suas superiores (princípio da superioridade) e das regras que permitem decidir qual entre as normas conflitantes do mesmo escalão hierárquico deverá prevalecer (princípios da especialidade, da posterioridade e da proporcionalidade).
21
Introdução ao Estudo do Direito
Teoria da Interpretação de Kelsen
Discricionariedade judicial: Atributo que o juiz possui de decidir o processo a partir do exame das provas nele produzidas, com base na legislação em vigor.
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Caráter hierárquico e de autorreprodução do Direito, a concepção kelseniana sobre a interpretação do direito segue a premissa da pureza metodológica, presente em toda a sua Teoria.
22
Introdução ao Estudo do Direito
Pós-positivismo e a crítica à teoria pura do Direito de Kelsen
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Houve aplicação distorcida da teoria pura do Direito de Kelsen, que passou a servir de base para um afastamento do direito de parâmetros éticos, algo nunca defendido pelo próprio Kelsen. 
A ordem jurídica passou a ser utilizada como instrumento de regimes totalitários, que, em nome da autoridade do Estado, patrocinaram a perseguição a determinados grupos e minorias da sociedade.
23
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Retorno ao Direito Natural após 1945
As atrocidades e perseguições praticadas em diversos países com base em regras de direito e os próprios horrores da Segunda Guerra Mundial, que culminaram no Holocausto do povo judeu na Alemanha Nazista, no genocídio Estalinista na antiga União Soviética e no lançamento da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, levaram os juristas a um repensar do papel do próprio direito e a admitirem a existência de um conjunto de direitos, de caráter universal, inerentes à pessoa humana, que devem ser respeitados em qualquer sociedade, independente do regime político, como a vida, a liberdade, a dignidade, entre outros.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem da Organização das Nações Unidas, de 1948, é um documento representativo desta nova concepção universalista sobre o direito, fundada em valores superiores, decorrentes da condição humana, representando, em realidade uma retomada da discussão ética no campo do Direito, reabilitando a questão dos valores na reflexão jurídica, o que remete de certa forma, à leitura axiológica do direito presente no jusnaturalismo.
24
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 04: O DIREITO COMO CIÊNCIA E SUA METODOLOGIA
	DIREITO POSITIVO	DIREITO NATURAL
	Temporal: existe em determinada época	Atemporal
	Vigência: observância pela sociedade e aplicação pelo Estado	Independe de vigência
	Formal: depende de formalidades para sua existência	Informal
	Hierárquico: ordem de importância estabelecida entre as regras	Não hierárquico
	Dimensão espacial: vigência em local definido	Independe de local
	Criado pelo homem: fruto da vontade do homem	Emerge espontaneamente da sociedade
	Escrito: códigos, leis, jurisprudência	Não escrito
	Mutável: mediante a vontade humana	Imutável
Diferenças entre o Direito Natural e o Direito Positivo
25
Estudo de Caso
Na comunidade de Só Osso do Tingó vivem cerca de vinte famílias. Lá, as leis são determinadas por uma espécie de cacique que diz ter uma ordem natural de poder. 
São regras simples, segundo eles, copiadas da natureza. Assim, por exemplo: Todos tem direito a vida e a liberdade, a viver em família e com saúde. Assim, responda os seguintes questionamentos: 
Podemos afirmar que a comunidade do Tingó se baseia numa concepção jusnaturalista do direito? 
Quais as principais características dessa corrente de pensamento? 
Qual a teoria que confronta o jusnaturalismo e por quê?
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Direito Natural
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
26
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
PÓS-POSITIVISMO
O pós-positivismo surgiu como uma nova teoria no tocante à normatividade dos princípios após o fracasso filosófico do jusnaturalismo e do colapso político do positivismo jurídico apoiado pela Alemanha Nazista e Itália Fascista.
Tal teoria visa dar aos princípios jurídicos caráter normativo, e estes devem atuar como uma espécie de norma jurídica vinculante.
O pós-positivismo tenta restabelecer uma relaçãoentre direito e ética, pois busca materializar a relação entre valores, princípios, regras e a teoria dos direitos fundamentais e para isso, valoriza os princípios e sua inserção nos diversos textos constitucionais para que haja o reconhecimento de sua normatividade pela ordem jurídica.
27
Introdução ao Estudo do Direito
Culturalismo Jurídico
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Segundo os seus seguidores:
	A Cultura	Exige método de conhecimento diverso do empregado nas ciências físico-naturais, como objetivação de valores ou sentidos.
	O Direito	Pertence ao reino da cultura e não ao da natureza, sendo constituído a partir da experiência histórica das sociedades.
28
Teoria tridimensional
Para Miguel Reale, o direito é a síntese histórica de dois elementos pertencentes a realidades diferentes: 
- fato (econômico, geográfico, demográfico etc.) e 
- valor (justiça, ordem, garantia etc.), 
- concretizados dialeticamente na norma jurídica. 
Assim, a norma jurídica, para ele, é a síntese ou unidade histórica resultante da integração dinâmica e dialeticamente aberta a novas sínteses de fatos e valores. 
 
A norma resulta da ordenação do fato em função de valores. 
Teoria tridimensional
Se se perguntasse a Kelsen o que é Direito, Kelsen responderia: "Direito é norma jurídica e não é nada mais do que norma''.
Muito bem, eu preferi dizer: "não, a norma jurídica é a indicação de um caminho, porém, para percorrer um caminho, eu devo partir de determinado ponto e ser guiado por certa direção: o ponto de partida da norma é o fato, rumo a determinado valor“. Desse modo, pela primeira vez, em meu livro Fundamentos do Direito eu comecei a elaborar a tridimensionalidade.
Direito não é só norma, como quer Kelsen, Direito não é só fato como rezam os marxistas ou os economistas do Direito, porque o Direito não é economia. Direito não é produção econômica, mas envolve a produção econômica e nela interfere; o Direito não é principalmente valor, como pensam os adeptos do Direito Natural tomista, por exemplo, porque o Direito ao mesmo tempo é norma, é fato e é valor. 
Teoria tridimensional
Direito não é um queijo ou um doce, se preferirem, com três sabores diversos, correspondentes a três pedaços distintos, de tal maneira que o jurista vem e come a norma, o sociólogo vem e se contenta com o fato, e o Filósofo jusnaturalista se perde no mundo do valor. 
O Direito é uma realidade, digamos assim, trivalente, ou por outras palavras, tridimensional.
Ele tem três sabores que não podem mser separados um dos outros. O Direito é sempre fato, valor e norma, para quem quer que o estude, havendo apenas variação no ângulo ou prisma de pesquisa. De tal modo que o discurso do jurista vai do fato ao valor e culmina na norma;
Indicação de leitura:
LINHA EVOLUTIVA DA TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67224/69834
Teoria tridimensional
Assim sendo, há três ordens de estudos distintos, mas estudos correlatos, conforme o seguinte quadro direcional: 
CIÊNCIA DO DIREITO > fato > valor > norma 
SOCIOLOGIA DO DIREITO > norma > valor > fato 
FILOSOFIA DO DIREITO > fato > norma > valor 
Indicação de leitura:
LINHA EVOLUTIVA DA TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67224/69834
Teoria tridimensional
Então o Direito não é um fato que plana na abstração, ou seja, solto no espaço e no tempo, porque também está imerso na vida humana, que é um complexo de sentimentos e estimativas.
O Direito é uma dimensão da vida humana. O Direito acontece no seio da vida humana. O Direito é algo que está no processo existencial do indivíduo e da coletividade.
Indicação de leitura:
LINHA EVOLUTIVA DA TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67224/69834
Introdução ao Estudo do Direito
A Teoria Tridimensional de Miguel Reale
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale é tida como a melhor sistematização da visão culturalista sobre o Direito. Para Reale, toda experiência jurídica pressupõe a correlação entre os 3 elementos em destaque no quadro a seguir, que retrata esquematicamente a essência dessa teoria:
		Teoria Tridimensional	Corrente	Ciência
	Fato	Dado da realidade (sociedade)	Sociologismo/Realismo	Sociologia Jurídica
	Valor	Elemento de natureza moral (justiça)	Jusnaturalismo	Filosofia Jurídica
	Norma	Elemento regulador (lei)	Positivismo/Normativismo	Dogmática
34
Corresponde ao Dever-Ser (Deôntica) do Direito, sendo, em realidade, seu diferencial com as demais áreas das Ciências Sociais e humanas, como a Sociologia, a História e a Filosofia, por exemplo. 
Nesse aspecto, o tridimensionalismo de Reale reflete a preocupação diretiva e sistematizante presente no positivismo jurídico do Século XIX e no normativismo jurídico de Hans Kelsen.
Introdução ao Estudo do Direito
Dimensão Normativa do Direito
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
35
Introdução ao Estudo do Direito
Dimensão do Fato
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
Remete às correntes de perfil sociológico e realista do final do Século XIX, — e por que não dizer, à própria Escola Histórica alemã —, que ressaltaram a importância do fenômeno histórico-social na construção das instituições de direito, sendo sempre lembrada a contribuição do direito costumeiro para a tradição jurídica ocidental, sendo a reaproximação entre a Ciência do Direito e a esfera do Ser (Ôntica).
36
Introdução ao Estudo do Direito
Dimensão Valorativa
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
A dimensão valorativa ou axiológica é um retrato da preocupação moral presente nas diferentes concepções sobre o Direito Natural, surgidas ao longo dos séculos.
Os valores representam exatamente a união dos campos do Dever-Ser e do Ser na Ciência do Direito e que eram vistos como totalmente separados por Kelsen.
37
Introdução ao Estudo do Direito
Dimensão Valorativa
AULA 03: A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO
A Teoria Tridimensional do Direito é uma importante base metodológica para a Ciência do Direito Contemporânea.
Atenção: em realidade, as normas jurídicas (Dever-Ser) são resultado de um conjunto de valores que se afirma com a experiência histórica das sociedades (Ser).
38
Critica à teoria tridimensional
Segundo a teoria tridimensional, as imposições e permissões de certos fatos implicam uma valoração social (e não apenas jurídica) positiva sobre eles, enquanto as proibições de certos fatos implicam uma valoração social (e não apenas jurídica) negativa sobre eles. Também se costuma dizer que, segundo a teoria tridimensional, quando a valoração social que "gerou" uma norma se modifica, existem razões jurídicas para deixar de aplicar a norma como está estabelecida e aplicá-la de alguma outra maneira, mais conforme à atual valoração social sobre o fato em questão.
Ora, isso é francamente falso. 
Critica à teoria tridimensional
O problema está em a teoria confundir valoração jurídica com valoração social. Por exemplo, no Brasil a eutanásia é proibida. Se há uma norma que proíbe a eutanásia, isso quer dizer que existe uma valoração jurídica negativa da eutanásia, o que é outra forma de dizer que existe uma proibição dela. Mas não quer dizer, de modo algum, que existe uma valoração social negativa da eutanásia, primeiro porque muitas pessoas nunca sequer pensaram a respeito, segundo porque as que pensaram se dividem nas que são contrárias e as que são favoráveis a ela e terceiro porque o fato de o constituinte e o legislador ter-se posicionada contra a eutanásia não necessariamente reflete a opinião ou a vontade da maioria social. Além disso, mesmo que a sociedade passasse a ter, no futuro, uma opinião dominante e favorável à eutanásia, ela seguiria sendo proibida pelas normas brasileiras até que ela fosse modificada pelo procedimento de reforma legislativa apropriado.
A teoria de Miguel Reale é ingênua e confusa e oraserve à legitimação do status quo ("se a norma proibe, é porque a sociedade proíbe"), ora serve à perversão do sistema jurídico por meio do arbítrio subjetivista ("Como não concordo com essa norma, vou dizer que a valoração social se modificou e que não preciso mais aplicá-la").
Leia o texto: A grande aliança: Miguel Reale: certo ou errado? Disponível em:
http://aquitemfilosofiasim.blogspot.com/2007/11/miguel-reale-certo-ou-errado.html.
SITUAÇÃO PROBLEMA – AULA 3
Nas seguintes afirmações: 
- O homem possui direitos de nascença, como a vida, a liberdade e a saúde, que independem da vontade humana, mas a responsabilidade de garantir esses direitos era do soberano, ou seja, o soberano deveria salvaguardar os referidos direitos; e 
- O Direito somente é aquele posto pelo Estado (por meio das autoridades competentes para tanto), ou seja, valida o direito positivo a ponto de não abrir margem à interpretação da norma legal: se determinada lei afirma que certo comportamento é errado, assim o será?
Quais as características que diferem estas duas afirmações?
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Ler o Capítulo 3 — O Direito como Ciência e sua Metodologia, páginas 58 a 72 do livro (conteúdo interativo) de Introdução ao Estudo do Direito.
Resolver o caso concreto e a questão objetiva da aula 4 e postar os resultados no SAVA.
Navegar pelos demais itens das trilhas de conhecimento do SAVA.
42

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