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Conceitos da teoria do crime - Direito Penal

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Atividade avaliativa de Direito Penal I
Conceito material de crime: Conduta humana que causa lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos penalmente tutelados, passível de sanção penal.
Conceito formal de crime: é o comportamento que está rotulado como crime em uma norma penal incriminadora, sob ameaça de pena. É a violação da lei penal.
Conceito legal de crime: está previsto no Decreto-Lei n. 3.914/1941 (lei de introdução ao Código Penal). A infração penal seria um gênero do qual são espécies o crime e a contravenção penal.
 Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Conduta: é um dos elementos do fato típico. É uma ação ou omissão, podendo ser dolosa ou culposa, que põe em risco bem jurídico penalmente protegido. Os crimes praticados por ação violam as normas proibitivas. Os crimes praticados por omissão violam as normas preceptivas. O Código Penal brasileiro segue a teoria finalista da conduta, em que a conduta é o comportamento humano voluntário dirigido a um fim.
Formas de conduta: a conduta pode ser dolosa ou culposa, por ação (comissiva) ou por omissão (omissiva).
Dolosa: ocorre quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. É a vontade consciente para a realização da conduta prevista na norma penal incriminadora.
Culposa: é uma conduta voluntária que não era querida ou aceita pelo agente, mas que era previsível e poderia ter sido evitada se ele estivesse agido com cautela.
Por ação (comissiva): é uma ação positiva, o agente faz o que proibido no tipo penal incriminador. Exemplo: homicídio.
Por omissão (omissivo): é aquele cometido por meio de uma abstenção, é uma conduta negativa, a norma manda agir e o agente não age. Esse se subdivide em omissivo próprio e omissivo impróprio. Omissivo próprio é quando a própria lei penal já tipifica a omissão, determina uma ação e sanciona a omissão. Já a omissão imprópria é quando o agente tem um dever de agir para evitar um resultado gravoso, essa omissão não está prevista no tipo penal.
Teoria social da ação: teoria que surgiu com a finalidade de acrescentar uma nova dimensão a teoria finalista, que seria relevância social. Segundo essa teoria, a conduta é o comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim socialmente relevante, e é nesse último ponto em que acrescenta algo ao conceito da teoria finalista, que é a adotada.
Resultado: outro elemento do fato típico. Tem-se dois resultados: naturalístico e normativo.
Resultado naturalístico: é a modificação do mundo exterior causado pela conduta. A sua ocorrência é dispensável, pois não são todos os crimes que possuem o resultado naturalístico.
Resultado normativo: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado. Todo crime possui esse resultado.
Classificação dos crimes de acordo com o resultado: o crime pode ser material, formal ou de mera conduta. 
Crime material: o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico. Deve haver o resultado naturalístico para que se tenha a consumação do crime. Exemplo: crime de homicídio.
Crime formal: o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, mas esse é dispensável para a consumação. Como é o caso da extorsão mediante sequestro, o crime já se encontra consumado no momento do sequestro, recebendo ou não o resgate.
Crime de mera conduta: o tipo penal descreve somente a conduta, não menciona o resultado naturalístico. Exemplo: violação de domicílio.
Nexo causal: é o vínculo entre a conduta e o resultado. Se alguém mata outra pessoa com tiros, objetivamente a morte da vítima teve origem a partir daquela conduta.
Tipo penal: é a norma que descreve a conduta criminosa, é o modelo de conduta proibida pelo ordenamento jurídico.
Classificação dos tipos penais: 
Tipo congruente e tipo incongruente: o congruente não exige dolo especial. Já o incongruente exige um dolo específico, como são os casos dos crimes formal, tentado e preterdoloso.
Tipo normal e tipo anormal: o tipo normal exige apenas elementos objetivos. Já o tipo anormal, contém também elementos subjetivos e/ou normativos. 
Tipo simples e tipo misto: o tipo simples contém apenas uma conduta caracterizadora, como é o caso do homicídio, a conduta é matar. Já o tipo misto, apresenta duas ou mais condutas. Podendo ser alternativo ou cumulativo. Alternativo é quando a lei descreve várias condutas que podem caracterizar o crime. E a acumulativa é quando estabelece várias condutas que praticadas seguidamente ensejam o concurso material.
Tipo fechado e tipo aberto: o tipo fechado descreve por completo a conduta criminosa, não sendo necessário complemento. O tipo aberto é incompleto, demandando um esforço do intérprete. É uma complementação interpretativa, como o caso do homicídio culposo, quando irá averiguar os conceitos de culpa.
Tipo fundamental e tipo derivado: o tipo fundamental descreve a forma básica por meio do qual o delito pode ser cometido. O tipo derivado é constituído a partir do tipo fundamental, estabelecendo circunstâncias que o qualificam ou que aumentem ou diminuem a pena.
Tipo de autor e tipo de fato: do autor é aquele em que a punição recai em alguém em razão de sua condição pessoal. O tipo do fato é aquele que pune a conduta criminosa pelo perigo ou pelo dano que esta representa, que é o adotado pelo Código Penal brasileiro.
Tipicidade: outro elemento do fato típico. A tipicidade é a adequação da conduta ao que está descrito na normal penal.
Crime doloso: é quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. É a vontade consciente dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador.
Espécies de dolo:
Dolo natural: o dolo pressupõe apenas consciência e vontade, não incluindo a consciência da ilicitude.
Dolo normativo: acrescenta aos elementos trazidos pelo dolo natural a consciência da ilicitude.
Dolo direto: é quando o agente prevê o resultado e age em busca de produzi-lo.
Dolo indireto: o agente com sua conduta não busca resultado certo e determinado. Possui duas formas: a) dolo eventual: o agente prevê que pode acontecer muitos resultados e dirige sua conduta para realizar determinado evento, mas assumindo o risco de provocar outro. Exemplo: quero ferir, mas aceito matar. B) dolo alternativo: é quando o agente prevê vários resultados e dirige sua conduta para fazer qualquer um deles com a mesma vontade. Exemplo: quero ferir ou matar, tanto faz.
Dolo cumulativo: o agente pretende praticar um ato e ao fazer passa a provocar outro resultado em sequência. Exemplo: lesionou alguém e posteriormente resolveu matar.
Dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico.
Dolo de perigo: agente atua com intenção de expor a risco o bem jurídico.
Dolo genérico: o agente tem vontade de realizar a conduta, mas sem nenhuma finalidade. 
Dolo específico: o agente tem vontade de realizar a conduta, visando um fim específico. Como é o caso do Art. 159 do CP que traz o sequestro com finalidade de obter vantagem.
Dolo geral: o agente acredita que já alcançou o resultado pretendido e pratica novas condutas que, de fato, causam o resultado. Exemplo: atirou em alguém e acreditando que ela morreu, o enterra viva, causando a morte.
Crime culposo: é uma conduta voluntária que realiza um evento ilícito que não era querido ou aceito pelo agente, mas que era previsível. O agente age com imprudência, negligência ou imperícia.
Espécies de culpa: 
Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que não ocorra, supondo que pode evita-lo. O que diferencia do dolo eventual é que na culpa consciente o agente prevê o resultado e se afasta, e no dolo eventual o agente assume a possibilidade.
Culpa inconsciente: o agente não prevê resultado que era previsível. 
Culpa própria: o agente não quer e não assume risco de produzir o resultado,mas acontece por imprudência, negligência ou imperícia.
Culpa imprópria: o agente imagina que está diante de uma excludente de ilicitude do seu comportamento.
Crime preterdoloso: o agente pretendia praticar um delito e acaba praticando outro mais grave do que o projetado. Conduta dolosa e resultado culposo. Exemplo: lesão corporal seguida de morte.
Erro de tipo: quando o agente ignora ou tem conhecimento equivocado da realidade. Exclui-se o dolo e responde por crime culposo. É o caso de uma mulher sair às pressas da sala de aula e levar por engano a bolsa de uma colega.
Crime consumado: se diz consumado quando o crime reúne todos os elementos previstos no tipo penal. Exemplo: no crime de matar alguém, o crime estará consumado com a morte da vítima.
Tentativa: o crime tentado é aquele que quando iniciado a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Deve haver um resultado possível e dolo de consumação, mas que essa não aconteça.
Desistência voluntária: o agente, por manifestação exclusiva do seu querer, desiste de prosseguir na execução da conduta criminosa. Os atos executórios ainda não se esgotaram. Ele pode prosseguir, mas não quer.
Arrependimento eficaz: ocorre quando praticado todos os atos, mas o agente desiste e desenvolve outra conduta com o objetivo de impedir a produção do resultado. Para que ocorra o arrependimento eficaz, é necessário que não ocorra a consumação do resultado naturalístico.
Arrependimento posterior: ocorre no caso de crime sem violência ou grave ameaça. É o caso de agente após a consumação do crime, reparar o dano ou restituir a coisa com o fim de restaurar a ordem. Ocorrerá a diminuição da pena. Deve ser feito até o recebimento da denúncia. 
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Crime impossível: o comportamento do agente não é apto para que se consume o crime, seja pelos meios empregados ou pela falta do objeto material. A não consumação ocorre por circunstâncias alheias a vontade do agente. O agente não é punido, pois não houve lesão a bem jurídico.
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

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