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Brenda Andrade Marquesine RADIOLOGIA ABDOMINAL- INTRODUÇÃO Vários tipos de exames disponíveis para avaliação do abdm => escolher pela disponibilidade no srrviço, história clíica e experiencia local em cada método (alguns exames são operador dependente). RX SIMPLES DE ABDOME: • amplamente disponível, rapido, sem meio de contraste. • técnica: incluir desde cupulas frênicas até a sinfise pubica e a periferia do abdome. EXAMES RADIOLÓGICOS CONTRASTADOS: Contrastes são compostos que conseguem dar uma mlehor definição de imagens obtidas em exames radiológicos. Isto é, substancias com alta densidade radiológica (radiodensas/radiopacas). Mais usados: • sulfato de bário (só bário puro é tóxico); • iodado: pode ser iônico ou não iônico (menos efeitos colaterais) -> perguntar se o pcte tem alergia a frutos do mar; • gadolínio (+ usado em RM). Vias de adm: oral (exames abdominais, p/ preencher as alças intestinais); parenteral (preencher estruturas vasculares); retal (estudos pélvicos, preencher colon sigmoide e ampola retal); intratecal (estudos de canal medular); vesico-uretral etc => Sempre relacionar o tempo de injeção de contraste com a imagem que quer se obter. Capacidade de absorver radiação: • negativos: absorvem menor radiação que os tecidos adjacentes. Ex. ar e água são radiotransparentes => pede o paciente pra beber bastante água pra distender o estômago. • positivos: absorvem mais radiação que os tecidos adjacentes. Ex. sulfato de bário e o iodo são radiodensos/radiopacos => evidenciar alças, ver falhas de enchimento, etc. 1. ESOFAGOGRAFIA: simples, rapido, baixo custo e acessível, porém tem caído em desuso pela EDA. ingestão oral do meio de contraste + radiografias com ele no esôfago opacificado. útil para avaliação de disfagia, estenose, úlceras, dça de Chagas, diverticulos, pré e pós operatorio... deve ser realizado pelo médico radiologista sob radioscopia (RX dinâmico). realizado com pcte em posição ortostatica ou sentado, nos planos frontal e sagital; deve ser realizado com cuidado para evitar aspiração de bario. 2. SEED (seriografia esôfago-estômago-duodeno tem perdido espaço para EDA; ingestão oral de contraste + radioscopia útil na avaliação de eventuais complicações pós-operatórias (ex. cirurgia bariátrica) e pesquisa de refluxo GE em crianças. 3. TRÂNSITO INTESTINAL (delgado): pcte ingere copos com bário e são realizadas radiografias à medida que esse contraste progride pelo intestino delgado ( primeiro faz um RX sem contraste, depois um com 5 minutos após ingestão, 10, 15...) Brenda Andrade Marquesine útil pra avaliar diarreia, Crohn e outras alterações morfológicas. vantagens: mostra detalhes da mucosa; desvantagens: não permite avaliação de dças extraluminais (só vê o que é delimitado pela luz intestinal). 4. ENEMA OPACO COM DUPLO CONTRASTE: exame dinâmico; incômodo, pois a adm de contraste é via retal, juntamente com o ar pra distender o colon e ocasionar o contraste transparencia/opacidade. útil para detectar pólipos, neoplasias, dça diverticular. tem sido substituído pela colonoscopia. 5. UROGRAFIA EXCRETORA: avalia o tempo/ trajeto de eliminação renal do contraste; o contraste é injetado IV e são realizadas radiografias na excreção, que opacifica as vias excretoras (rins, ureteres e bexiga); útil para avaliação de cólica renal, falha e enchimento de uréter, estenose da JUC em crianças... tem sido substituido pela TC e RM. serão realizadas radiografias após a adm do contraste com os seguintes tempos de intervalos: radiografia panoramica (abdm); 3-5 min após, 10 minutos com compressão (visa obstruir temporariamente os ureteres e permitir um melhor enchimento dos calices sem que o contraste vá para a bexiga), 15 minutos com descompressão, 20 minutos abdome panorâmico (bexiga), radiografia pós- miccional. 6. HISTEROSSALPINGOGRAFIA: demonstra anormalidades da cavidade uterina e tubas; injeta-se contraste iodado pelo cólon e observa-se opacificação da cavidade uterina e trompas (se normal, ocorre esvaziamento das trompas); útil na propedêutica da infertilidade (verificação da permeabilidade tubária); 7. URETROCISTOGRAFIA MICCIONAL: injeta-se contraste iodado pela uretra com cateter, preenchendo a bexiga, depois realizam-se radiografias com o paciente urinando (aumenta a pressão intravesical e permite a caracterização de eventual reluxo de urina para ureteres). útil em crianças em avaliação de infecção urinária ou com hidronefrose diagnosticada no PN (pesquisa de refluxo vesico-ureteral); homens com estenose da uretra por hiperplasia prostática; mulheres com história de infecção urinária de repetição, etc. 8. URETROGRAFIA RETRÓGRADA: injeta-se contraste iodado pela ureta e radiografa-se a progressão do contraste até a bexiga. útil em homens, na suspeita de estenose uretral de de origem traumática (por inserção repetitiva de sonda/cateter) ou inflamatória. Brenda Andrade Marquesine 9. US ABDOMINAL: amplamente disponível nos centros diagnósticos, rápido, indolor, baixo custo; útil ao diagnóstico de várias dças abdominais, especialmente vesícula e vias biliares, pesquisa de líquido na cavidade peritoneal e em ginecologia e obstetrícia. limitações: paciente obeso (muito tecido adiposo), distensão gasosa abdominal (gás não é bom condutor de som), patologias de vísceras ocas, operador dependente. 10. TC: apresenta como princípio básico o RX; tem a grande vantagem de permitir a realização de cortes axiais ou transversos do corpo com uma resolução muito superior; permite a análise dos coeficientes de atenuação radiológica (densidade) das estruturas avaliadas. Ex.: água=0, ar=-1.000, osso= 150 a 700. Muito útil pra avaliar cálculo renal => mensuração é feita pelas Unidades Hounsfield (UH). descreve-se as estruturas em hiperdensa (ex. osso), hipodensa (fígado), isodensa (em relação a outras estruturas); muito usado em situações de emergências (abdome agudo, trauma abdm/politrauma); pctes em UTI (pouco cooperativos, entubados). boa acurácia nas patologias abdomino-pélvicas gerais. 11. RM: mesmas indicações da TC; útil para lesões hepáticas focais e difusas, vias biliares (colangioRM) e patologias pélvicas femininas e masculinas. desvantagens: caro, não pode ser feito em pctes com prótese metálicas, elevado tempo de exame, pouca disponibilidade, pctes não cooperativos. CI: presença de marca-passo cardíaco, clipe de aneurisma cerebral, corpo estranho metálico... ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve à interrupção da progessão do conteúdo intestinal. (NÃO é o mesmo que ílio adinâmico). A porção mais comumente acometida é o intestino delgado. Causas: • Intrínsecas: neoplasias (mais comum em idosos), dça inflamatória (Crohn), vasculares (actínica e isquemia), intussepção (mais comum e crianças, quando ocorre em adultos geralmente é secundário a neoplasias). • Extrínsecas: aderências (principal causa), hernias, endometriose, hematoma, metástase, volvo/torção/vólvulo. Como diferenciar se é TC ou RM: tomografia tem o mesmo princípio do RX, então o maos branco sempre vai ser osso . Se tiver algo + branco que o osso, é RM. Brenda Andrade Marquesine • Endoluminais: fecaloma (comum em idosos e pctes acamados), cálculo, bezoar (caroço de fruta), corpo estranho, hematoma. Intestino delgado: + central ,menor, alças na transversal. Intestino grosso: periférico, maior, alças na horizontal. Caracteristicas clínicas: distensão abdominal, parada na eliminação de gases e fezes, dor em cólica. Rotina de abdome agudo (Rx): identificar grau de obstrução, sinais de sofrimento, localização... • decúbito dorsal: procurar padrão gasoso intestinal geral, calcificações, massas... • abdome em decúbito ventral:gás no colo retossigmoide • ortostático do abdome: ar livre, níveis hidroaéreos (fica reto) no intestino, • ortostático do tórax: ar livre, pneumonia, derrames pleurais TC: confirma o diagnóstico, da localização + precisa da obstrução, determina causa, avalia possíveis complicações Situações específicas: - ATRESIA DO TGI: Tipo de obstrução comum em crianças (duodenal). Visto no RX pelo sinal da dupla bolha, ou 2 níveis hidroaéreos adjacentes (em ortostatismo). - INTUSSEPÇÃO: inaginação do intestino proximal pra dentro do intestino distal. Causa mais comum de abdome agudo na infância. Visto na US pelo sinal em alvo/redemoinho/cebola (uma orla hipodensa circunda um centro predominantemente hiperecogênico). - OBSTRUÇÃO DE ALÇA FECHADA: dois pontos ao longo do curso de um intestino são obstruídos, formando um circuito fechado. Causas: aderências, torção do mesentério ou hérnia interna. Grave, pelo risco de estrangulamento. No intestino grosso é chamado de VOLVO. - FECALOMA: distensão cólon+ reto distendido e preenchido com “aspecto de miolo de pão”. ABDOME AGUDO PÉLVICO Abdome agudo em mulheres em idade fértil => investigar causas ginecológicas. TODA mulher em idade reprodutiva com dor abdominal ou pélvica deve ser submetida ao teste de BHCG pelo menos qualitativo (urina) para excluir a possibilidade de gravidez. Exame de escolha: US pélvica- via abdominal suprapúbica ou transvaginal (permite uma melhor avaliação do útero e anexos). -GRAVIDEZ ECTÓPICA: ocorre fora da cavidade uterina. A mais comum é a tubária (ampular), mas pode acontecer no ovário, intraabdominal, istmio, frimbrias... Clínica: dor abdominal/pélvica, sangramento vaginal, aumento inadequado do BHCG, aumento de BHCG sem gravidez uterina ao US, instabilidade hemodinâmica se ruputura (grave). -DIP: processos inflamatórios resultantes de uma infecção ascendente para o trato feminino superior. Pode envolver endométrio, trompas de falópio e, ovários. Polimicrobiana (+comuns: gonorreia e clamidia). DIP não tratada-> progressão para piossalpinge e abcessos tubo-ovariano (dilatação das trompas). Brenda Andrade Marquesine FR: baixo status socioeconômico, multiplos parceiros sexuais, idade jovem, uso de DIU, outra istrumentação pélvica. Complicações: lesão tubária, cicatrização, oclusaõ, maior risco de gravidez ectópica, dor pélvica crônica (por dilatação residual ou aderência), infertilidade. -TORÇÃO OVARIANA: massa anexial que representa o ovário edemaciado, mais comum do lado direito. Pode apresentar fluxo ausente ou diminuído no dopller, dependendo do tempo de evolução e grau de obstrução (se visível fala a favor de inflamação).
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