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CLÍNICA DE GRANDES ANIMIAS IV - EQUINOS (UAM)

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GASTROENTEROLOGIA 
SÍNDROME CÓLICA 
A cólica nos equinos é caracterizada por alterações 
no aparelho digestório, e pode estar 
correlacionada com vários fatores, que vão desde 
uma produção excessiva de gases no estômago, 
fermentação de alimentos, obstruções, e torções 
intestinais. Estas afecções podem levar a distúrbios 
neurocirculatórios graves até o óbito. O abdômen 
agudo é caracterizado por uma dor abdominal 
aguda e intensa, acompanhada de sinais sistêmicos, 
que podem colocar o animal em risco de morte, 
sendo necessária uma intervenção médica, através 
de medicamentos ou ato cirúrgico. 
A síndrome cólica deve ser tratada como 
emergência, requerendo um atendimento imediato 
visando o alívio dos sintomas, enquanto pesquisa-se 
a causa primaria e institui-se um tratamento 
específico. Mesmo com inúmeros avanços no 
manejo destes animais, a cólica equina é 
considerada a afecção mais comum na clínica 
médica e a principal causa de estresse e gastos 
financeiros entre os criadores. 
Para que haja a escolha correta do tratamento, deve 
se basear na identificação, anamnese e histórico 
do equino e associar aos sintomas clínicos. No 
exame físico avalia-se: FC, FR, temperatura, 
coloração de mucosas, TPC e motilidade intestinal. 
A palpação transretal é uma boa alterativa para 
distinguir se o tratamento será clínico ou cirúrgico. 
Realizar manobras de descompressão pela 
sondagem nasogástrica e pela tifilocentese; ambas 
as manobras atuam de maneira terapêutica e 
diagnóstica. 
Os exames complementares auxiliam no 
diagnóstico, como: US transabdominal ou retal, RX 
em pôneis e dosagem de lactato sanguíneo. A 
avaliação do líquido peritoneal é baseada na sua 
pesquisa macro e microscópica e bioquímica. 
 
 
 
 
 
 
O tratamento clínico inicial pode ser feito por meio 
da fluidoterapia e analgesia fraca. Após o 
tratamento, deve-se monitorar se houve melhora ou 
não dos sintomas. Encaminhar para internação ou 
cirurgia se os sintomas persistirem. O equino deve 
ser levado para internação quando diagnosticados 
por afecções cirúrgicas, por pacientes com afecções 
não-cirúrgicas, mas que precisem de monitoramento 
constante para que a mesma afecção não evolua 
para uma afecção cirúrgica e aqueles pacientes que 
não tiveram melhora dos sintomas após tratamento 
clínico. 
PARÂMETROS: 
FREQUÊNCIA CARDÍACA E RESPIRATÓRIA 
A frequência cardíaca é um indicador importante 
de intensidade da dor, e o aumento de frequência 
cardíaca é diretamente proporcional ao aumento da 
dor. Lesões na fase inicial, a FC tende a ficar no seu 
valor normal (28 a 40 bpm). No caso de obstruções 
simples, geralmente a frequência se eleva (40 a 70 
bpm). Lesões por estrangulação em uma fase inicial 
estão associadas à FC na ordem dos 50 a 90 bpm, e 
em uma fase mais avançada a 70 a 120 bpm. Caso 
de enterites e peritonites a FC varia de 40 a 100 
bpm. 
A frequência respiratória auxilia na avaliação da 
dor, sendo que em casos de dor moderada a 
intensa, os valores são superiores a 30 movimentos 
respiratórios por minuto, acompanhando por 
dilatação das narinas. 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE 
GRANDES ANIMAIS IV 
EQUINOS 
COLORAÇÃO DE MUCOSAS E TPC 
A avaliação de mucosa se baseia no tempo 
deTPC, cor e humidade, nos quais fornecem 
informações sobre a desidratação e perfusão dos 
tecidos. 
A mucosa oral é comumente a mais avaliada tendo 
normalmente cor rósea, TPC de 1 a 2 segundos, e 
presença de umidade. Em casos de desidratação 
branda a mucosa torna-se hipocorada, com TPC 
>2s. Em quadro de perfusão deficiente a mucosa se 
apresenta cianótica, e o TPC apresenta em média 
4s. Em casos de congestão venosa ou endotexemia, 
a mucosa pode se apresentar com coloração 
vermelha ou púrpura, o que é comum encontrar no 
caso de duodeno jejunite proximal, enterocolite, 
obstrução com estrangulamento, enfarte sem 
estrangulamento ou peritonite. 
TEMPERATURA 
A temperatura não é um bom indicador da 
necessidade de cirurgia, pois a temperatura elevada 
pode estar associada a quadros infecciosos, 
enquanto que temperaturas abaixo do normal 
indicam choque. 
MOTILIDADE INTESTINAL 
A presença da motilidade intestinal é altamente 
significativa, já que a diminuição ou ausência dos 
sons intestinais aumenta a probabilidade de que o 
cavalo irá precisar de uma intervenção cirúrgica. 
SONDAGEM NASOGÁSTRICA 
A sondagem nasogástrica possibilita a eliminação de 
gás, líquido do conteúdo gástrico, impedindo a 
ruptura do estômago, dando conforto imediato ao 
animal, acelera o processo fisiológico do 
esvaziamento gástrico e estimula o reflexo 
gastrocólico. É usada como tratamento nos casos de 
sobrecarga gástrica por líquidos ou alimentos, 
podendo proceder a lavagem utilizando água em 
temperatura ambiente. Nesse sentido, a sondagem 
nasogástrica é um valioso método diagnóstico, além 
de ser usada como tratamento e administração de 
medicamentos. O esvaziamento gástrico deve 
imediatamente reduzir a dor, ter diminuição da 
frequência cardíaca, retorno da motilidade, 
observado através da auscultação progressiva de 
borborigmo, nos casos em que não há melhora do 
quadro após a descompressão, e nos refluxos 
gástricos de pH alcalino e volume maior de 4 litros 
são indicativos tratamento cirúrgico. 
PALPAÇÃO RETAL 
É uma das avaliações mais uteis para o diagnóstico, 
sendo possível avaliar as condições das vísceras. 
As seguintes condições podem ser geralmente 
identificadas no exame retal e geralmente exigem 
correção cirúrgica: alças distendidas do intestino 
delgado, intestino grosso distendido, torção uterina, 
hérnias inguinais, distensão cecal, compactação de 
cólon, compactação de flexura pélvica, 
descolamento de colón maior, aprisionamento nefro 
esplênico, enterólitos e corpo estranho. 
LÍQUIDO PERITONIAL 
A avaliação do líquido peritoneal é uma ferramenta 
de prognóstico muito útil e pode facilitar a decisão, e 
qualquer fluido anormal é uma indicação de 
alteração intestinal que pode exigir cirurgia. 
O líquido peritoneal na ausência de patologias deve-
se apresentar límpido devido ou seu baixo conteúdo 
celular, de cor amarelada, mais ou menos intensa, 
variando de acordo com a concentração de 
bilirrubina. 
Em pacientes que apresentam a síndrome cólica 
este líquido poderá apresentar cor âmbar e 
ligeiramente turvo, sugerindo aporto sanguíneo 
insuficiente ao intestino, associado à diapedese de 
glóbulos vermelhos e brancos dos capilares da 
serosa. Nos casos em que o fluído peritoneal 
apresentar uma cor escura sanguinolenta e não 
coagular deve-se suspeitar de necrose intestinal. 
Processos de peritonite irão apresentar uma 
solução opaca, de coloração amarelo acastanhada, 
e com um elevado número de leucócitos. A 
presença de fluído peritoneal opaco e de coloração 
verde acastanhada sugere a presença de conteúdo 
intestinal livre, ocasionado por enterocentese ou de 
uma ruptura intestinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LACTATO 
O produto final do metabolismo anaeróbio é o ácido 
láctico, a concentração de lactato vem sendo 
utilizadas como marcador de perfusão periférica, 
uma vez que altos índices ocorrem secundariamente 
a hipóxia tecidual. Inúmeros fatores podem estar 
envolvidos na interrupção da oxigenação tecidual, 
porém a causa mais comum em equinos é a 
hipovolemia. 
Em um equino saudável a concentração sanguínea 
de lactato deverá ser inferior a 2mmol/L. 
FLUIDOTERAPIA 
Pode ser realizada para corrigir desequilíbrios ácido 
base e eletrolíticos, para manutenção e hiper-
hidratação utilizada nos casos de obstruções 
intraluminal, principalmente em impactações de 
colon maior. Nos casos em que a obstrução é 
apenas parcial e não existe refluxo gástrico, a 
administração de fluidos orais pelo tudo 
nasogástrico é uma boa opção terapêutica. 
A fluidoterapia enteral promove a hidratação do 
conteúdo gastrintestinal reduzindo a viscosidadeda 
ingesta e facilitando o movimento aboral da mesma. 
Em equinos, o movimento de fluido através do trato 
gastrintestinal proximal é rápido e o intestino grosso 
é alcançado em menos de uma hora. 
ANALGESIA 
É muito importante pois alivia o desconforto do 
paciente, minimiza o efeito inibitório da dor sobre a 
motilidade gastrointestinal, possibilita a execução de 
um exame clínico mais cuidadoso, e reduz a 
probabilidade do animal se ferir a si mesmo. No 
entanto a sua administração tem de ser cuidada, 
pois pode mascarar os sinais clínicos da progressão 
da lesão. AINES de escolha: Felnilbutazona, Flunixin 
megubline, Dipirona e Cetoprofeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AFECÇÕES NÃO- ESTRANGULATIVAS 
É uma obstrução simples que ocasiona uma esposta 
imediata a uma oclusão intestinal é o aumento da 
motilidade do segmento intestinal proximal à oclusão 
e o relaxamento da porção intestinal distal a mesma. 
Devido ao aumento da atividade muscular do 
intestino, ocorre o aumento da pressão intraluminal, 
resultando em distensão da parede intestinal, 
produzindo comprometimento do fluxo sanguíneo à 
região, ocasionando isquemia e alterações 
metabólicas na mucosa do intestino. 
As consequências da distensão intestinal são: 
desidratação, lesões nas mucosas, dor abdominal e 
aumento da passagem de proteínas através da 
serosa para a cavidade abdominal. Os sinais 
clínicos resultantes são: aumento da frequência 
cardíaca devido à dor e à diminuição do volume de 
fluidos circulantes, borborigmos diminuídos, refluxo 
gástrico e elevação da concentração de proteínas no 
líquido peritoneal. 
• Alterações de motilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AFECÇÕES ESTRANGULATIVA 
Causam obstrução luminal completa combinada com 
comprometimento significativo da integridade 
vascular do intestino. 
Resultam no desenvolvimento de lesões no 
intestino, pois a falta de perfusão reduz o aporte de 
oxigénio, afetando as células da mucosa, o que 
possibilita a passagem de bactérias e endotoxinas 
para a cavidade peritoneal. Outra consequência da 
alteração da mucosa é a exposição dos capilares ao 
conteúdo intestinal. Por outro lado, os danos 
vasculares permitem a passagem de proteínas e 
eritrócitos para o lúmen intestinal e fluido peritoneal. 
No intestino delgado, está relacionado a condições 
posicionais, devido a torções de mesentério que 
acompanham os vólvulos ou a hérnias internas 
abdominais. O intestino delgado pode ficar 
encarcerado por meio de várias aberturas naturais 
ou adquiridas, incluindo hérnias inguinais e 
umbilicais, rupturas de mesentério jejunal, diafragma 
e forame epiplóico. Ou ainda, através das 
lacerações da vagina ou canal inguinal após 
orquiectomia. O intestino migra através dessas 
aberturas, fica encarcerado e os segmentos 
intestinais repletos de ingesta e fluídos. O vólvulo 
do intestino delgado consiste na torção do intestino 
ao redor do seu mesentério e a invaginação do 
intestino delgado, mais conhecida como 
intussuscepção 
Inicialmente, as oclusões estranguladas causam 
sinais clínicos similares aos das oclusões simples. O 
que permite diferenciá-las é o fato das oclusões 
estranguladas provocarem uma dor abdominal 
intensa devido à rápida distensão intestinal com 
subsequente estiramento do mesentério, necrose 
intestinal e liberação de endotoxinas. 
• Torção/vólvulo 
• Hérnia inguino escrotal 
• Intussuscepção 
• Encarceiramentos 
• Tromboembolismo verminótico 
 
 
 
 
 
AFECÇÕES NÃO-ESTRANGULATIVAS 
OBSTRUÇÃO DO ESÔFAGO 
Na maioria dos casos a obstrução esofágica é 
causada por impactações intraluminais, por frutas, 
espigas de milho e acúmulo de alimentação 
granulada. A obstrução pode ocorrer também por 
origem luminais por neoplasias ou extra-luminais 
dos quais os fatores externos possam diminuir por 
compressão o lúmen do esôfago. Outros fatores 
como: exaustão, sedação, mastigação insuficiente, 
afecções dentárias, recuperação anestésica e jejum 
prolongado são fatores que podem induzir as 
obstruções esofágicas. 
Cavalos mais velhos e com afecções dentárias 
estão predispostos a obstruírem por terem 
dificuldades na mastigação, engolindo o alimento 
inadequadamente. Os pôneis são as raças mais 
predispostas às obstruções. 
SINTOMAS 
• Disfagia com várias tentativas de deglutição 
e/ou de beber água 
• Descarga nasal espessa de feno e saliva. As 
tentativas de beber água e de deglutição 
fazem com que esses mesmos conteúdos 
saiam pelas narinas 
• Extensão de cabeça e pescoço 
• Pneumonia por aspiração em decorrências 
das tentativas de engolir e beber água, 
causando febre 
• A obstrução pode ser vista ou palpada se ela 
for grande o suficiente e se estiver na porção 
do esôfago que corre ao longo do lado 
esquerdo do pescoço. Se a obstrução estiver 
mais adiante da cavidade torácica, não 
poderá ser vista ou sentida 
• Enolftalmia, desidratação e emagrecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
SONDA NASOGÁSTRICA E ENDOSCOPIA 
O diagnóstico é confirmado pela passagem de uma 
sonda nasogástrica que se encosta sobre a 
obstrução, este método também permite a 
localização da obstrução. A endoscopia ainda é útil 
para saber a natureza da obstrução. 
A mucosa esofágica normal tem a cor marrom 
esbranquiçada, levemente rósea com aspecto 
brilhante. Ao longo do esôfago podem ser 
observadas pregas longitudinais e transversais. 
RX 
A substância que está fazendo geralmente a 
obstrução é alimentar impactada costuma aparecer 
como densidade granular dentro do lúmen 
esofágico. 
TRATAMENTO 
SEDAÇÃO 
Se diagnosticado cedo, às vezes o único tratamento 
necessário é a sedação para relaxar o cavalo e o 
esôfago, permitindo que a obstrução passe sozinha. 
SONDA NASOGÁSTRICA 
Fazer uma pressão suave com a sonda nasogástrica 
com movimentos em sifonagem para que ocorra a 
passagem do conteúdo. Pode-se utilizar água morna 
nesse processo. 
A lavagem do esôfago ajuda a amaciar 
gradualmente e desintegrar a compactação. É 
possível avançar progressivamente com a sonda à 
medida que é desintegrado. Às vezes, a sonda 
nasogástrica passa pela impactação, e ao remover a 
sonda permite extrair alimentos. 
ESOFAGOTOMIA 
É de escolha quando os tratamentos anteriores não 
são eficazes para desfazer a obstrução por 
impactação. 
 
 
 
 
 
 
AFECÇÕES ESTRANGULATIVAS 
COMPACTAÇÃO 
A cólica por compactação é denominada em 
obstrução luminal por massas desidratadas de 
ingesta que causam obstrução simples do lúmen 
intestinal e que, geralmente, não causam necrose ou 
isquemia. As cólicas ocorrem geralmente nas 
flexuras pélvicas, porém elas podem ocorrer em 
qualquer segmento do trato gastrintestinal. Outros 
locais comuns é o ceco e o cólon dorsal. 
Compactações no estômago são possíveis, mas 
raras. 
Alterações de manejo e dieta, alteração da 
motilidade do trato gastrintestinal, forragem com alto 
teor de lignina, deficiência de secreção do trato 
gastrintestinal, restrição de exercício, acesso restrito 
à água fresca, paralisia de terminações nervosas, 
alterações odontológicas, idade avançada e 
condições climáticas têm sido relatadas como 
fatores de risco por provocar alterações na 
motilidade intestinal. A restrição do exercício ou o 
abrupto confinamento do equino em uma baia 
predispõe a formação de compactação. 
 
INTESTINO DELGADO 
COMPACTAÇÃO NO ÍLEO 
A compactação de intestino delgado mais comum 
ocorre na válvula íleo-cecal. Geralmente a ingesta 
pode ficar compactada por diminuição do trânsito 
e/ou da abertura da papila íleo-cecal. A 
hipertrófica da parede do íleo também pode estar 
envolvida em sua etiologia por distúrbios eletrolíticos 
ou por alterações verminóticas por modificarem a a 
abertura da papila íleo-cecal. 
VERMINOSES 
Os cisticercóides de Anoplocephala spp, 
desenvolvem-se em ácaros oribatídeos que vivem 
na camada de humus do solo.A Anoplocephala 
perfoliata tem predileção a aderir à membrana 
mucosa em aglomerado, próximo à válvula íleo-
cecal. 
Outra verminose encontrada é o nematóide 
Parascaris equorum. Esse verme não tem um local 
de predileção, mas é comum ser encontrado em ID 
e fígado. 
 
INTESTINO GROSSO 
COMPACTAÇÃO NO CECO 
A compactação do ceco pode ser dividida em duas 
síndromes distintas: compactação do ceco primária 
resultante do excessivo acúmulo de ingesta, ou 
secundária, que se desenvolve após procedimentos 
cirúrgicos não-associados ocasionando dor 
pósoperatória, particularmente cirurgias ortopédicas. 
COMPACTAÇÃO NO CÓLON MAIOR 
É o tipo de compactação mais comum, as 
compactações do cólon maior, frequentemente, 
desenvolvem-se nos sítios de estreitamento no 
diâmetro do lúmen intestinal tais como flexura 
pélvica, transição proximal do cólon dorsal direito 
para o cólon menor. 
COMPACTAÇÃO NO CÓLON MENOR 
As compactações são as desordens mais comuns 
do cólon menor, sendo que pôneis, cavalos 
miniaturas americanos e árabes, especialmente as 
fêmeas parecem ser afetadas por compactação do 
cólon menor mais comumente do que outras raças. 
A compactação do cólon menor é mais frequente no 
outono e inverno e de predileção sazonal que pode 
estar relacionada a um inadequado consumo de 
água ou modificação na dieta. Equinos idosos 
podem ser predispostos à compactação de cólon 
menor devido a alterações odontológicas e da 
função gastrintestinal. 
ENTERÓLITO 
Enterólitos ou cálculos intestinais são concreções 
mineralizadas encontradas no intestino grosso dos 
equinos na forma de monohidrato ou hexahidrato, 
que podem causar obstruções na flexura pélvica, na 
porção terminal do cólon dorsal direito, no cólon 
transverso ou no cólon menor. 
Os enterólitos são concreções minerais de cristais 
de fosfato (estruvita), magnésio ou amônia com 
vestígios de cálcio, cromo, níquel ou cobre, 
depositados em camadas concêntricas ao redor de 
um núcleo central. 
alimentos muito fibrosos, falta de exercício físico, 
confinamento prolongado, intervalo longo entre as 
alimentações e água com altas concentrações de 
magnésio, contribuem para reduzir a motilidade 
intestinal e também causar a formação de 
enterólitos. Relata-se também que dietas ricas em 
proteínas, cálcio e alto pH intestinal possam 
contribuir para o aparecimento de enterólitos. 
SINTOMAS 
COMPACTAÇÃO NO ÍLEO 
• Refluxo enterogástrico 
• Dor e distensão abdominal de leve a 
moderada 
• Hipomotilidade 
• Líquido peritoneal pouco alterado 
VERMINOSES 
Anoplocephala perfoliata 
• Diarréias persistentes 
• Intussuscepção do íleo e/ou ceco ou ruptura 
da parede intestinal 
Parascaris equorum 
• Tosse e corrimento nasal acinzentado 
• Cólica e febre 
COMPACTAÇÃO NO CECO E NO CÓLON 
MAIOR E MENOR 
• Dor e distensão abdominal 
• Timpanismo secundário 
• Redução da produção fecal e fezes 
ressecadas e cobertas por muco 
COMPACTAÇÃO POR ENTERÓLITOS 
• Dor e distensão abdominal 
• Ruptura da alça em casos crônicos 
• Anorexia progressiva 
• Mucosas congestas e TPC >4s 
DIAGNÓSTICO 
COMPACTAÇÃO DE ÍLEO 
Palpação transretal e verificação do líquido 
peritoneal. 
O volume de líquido na cavidade abdominal pode 
estar aumentado na peritonite aguda ou ausente na 
peritonite crônica. Nos casos agudos este pode ser 
exsudato ou transudato e em casos crônicos ocorre 
predominância de produção de fibrina. Líquidos 
peritoneais com aspecto sanguinolento podem 
indicar quadros de degeneração intestinal, punção 
do baço, laceração de vísceras abdominais e 
contaminações por vasos da pele. Fluidos 
esverdeados podem ser colhidos em quando houver 
punção errônea, como no caso de enterocentese e 
rupturas intestinais. Fluidos acastanhados podem 
ocorrer em casos avançados de necrose tecidual. Já 
a apresentação de líquidos opacos ocorre nas 
efusões linfáticas. A avaliação do lactato é utilizada 
como marcador de isquemia intestinal, casos que 
envolvam obstruções estrangulantes ou obstruções 
não estrangulantes, podem levar a aumento nas 
concentrações de lactato no líquido peritoneal. 
VERMINOSES 
Coproparitológico. 
COMPACTAÇÃO DE CECO 
Palpação transretal. 
COMPACTAÇÃO DE CÓLON MAIOR 
As compactações de flexura pélvica são 
identificadas pela palpação transretal que revela 
uma massa localizada no quadrante ventral 
esquerdo do abdome caudal. 
O líquido peritoneal pode estar com aumento na 
concentração de proteína total. 
COMPACTAÇÃO DE CÓLON MENOR 
Pode ser confirmado por palpação transretal e os 
achados incluem um sólido tubo de ingesta com a 
região anti-mesentérica palpável e pode ser 
diferenciada da compactação do cólon maior pelo 
diâmetro. 
As saculações normais do cólon menor se 
apresentam com acúmulo de fezes. Acúmulo maior 
do que 30cm de comprimento deve ser considerado 
como compactação. 
ENTERÓLITOS 
O diagnóstico de obstrução por enterólito está 
baseado principalmente na história clínica, região 
demográfica, sinais clinicopatológicos e palpação 
retal. 
A palpação transretal é muito efetiva em enterólitos 
localizados na porção do cólon menor. 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
COMPACTAÇÃO NO ÍLEO 
O tratamento inicial é feito pela hidratação com 
fluidoterapia enteral e parenteral. Se no decorrer 
do tratamento o equino não haver melhoras e 
apresentar alterações no exame físico e laboratorial, 
como: aumento de FC/FR, alterações no líquido 
peritoneal com aumento de lactato e proteína, dor, 
toxemia em mucosas etc. o tratamento com 
fluidoterapia deve ser cessado e o cavalo deve ser 
levado para cirurgia. 
A cirurgia é feita, inicialmente, por laparotomia 
exploratória na busca de hipertrofia da camada 
muscular ou por qualquer outro distúrbio na abertura 
da papila íleo-cecal. Durante a cirurgia é possível, 
após achar o local de obstrução, aplicar água por 
meio de agulha para hidratar o conteúdo obstruído. 
Deve-se evitar a enterotomia no íleo por ser um 
segmento sensível e de marca-passo no equino. 
VERMINOSES 
Laparotomia e enterotomia para lavagem e retirada 
dos vermes 
• Protocolo de vermifugação de 3-3 meses 
• Pamoato de Pirantel + Pranziquantel 
COMPACTAÇÃO NO CECO 
Laparotomia e incisão no ápice do ceco para 
remoção de conteúdo quando for líquido. A 
cecorrafia é feita em dois planos: contaminada com 
simples-contínuo e envaginante com Cushing. 
COMPACTAÇÃO NO CÓLON MAIOR E 
MENOR 
Assim como na compactação de íleo o tratamento 
inicial é feito pela hidratação com fluidoterapia 
enteral e parenteral. 
Laparotomia e enterotomia na flexura pélvica 
para que haja o acesso em todo o cólon ventral e 
dorsal. Fazer a lavagem do cólon ventral e, em 
seguida, do cólon dorsal utilizando uma mangueira. 
A enterorrafia é feita em dois planos: contaminada 
com simples-contínuo podendo suturar a mucosa e 
a envaginante com Cushing. 
 
 
 
ENTERÓLITO 
Laparatomia e enterotomia para lavagem e retirada 
do enterólito. Quando o enterólito está localizado na 
porção do cólon menor o acesso pode ser feito pelo 
antímero esquerdo ou flando com o equino em 
estação. 
 
 
HÉRNIA INGUINO-ESCROTAL 
A hérnia inguino-escrotal está relacionada tanto ao 
sistema digestório como o sistema reprodutor do 
equino. Essa alteração é caracterizada pela 
passagem de conteúdo abdominal pelo anel 
inguinal interno e externo, alcançando o escroto. 
A fração final do jejuno e íleo são as estruturas que 
adentram com mais frequência, porém outros órgãos 
podem sofrer tal irregularidade, como a vesícula 
urinária, omento e outras partes do intestino, tais 
como o colón menor e a flexura pélvica do colón 
maior. 
As principais causas da enfermidade são pelas 
alterações anatômicas do anel vaginal e do 
aumento na pressão intra-abdominal frente a 
algumas situações, como reprodução recente, 
exercícios extenuantes ou traumas. 
As hérnias inguino-escrotais são classificadasem 
indiretas e diretas. Nas indiretas o conteúdo 
herniario passa pelo anel inguinal interno, 
localizando-se no canal inguinal. Já nas hérnias 
diretas ocorre uma ruptura de fáscia muscular ou 
anel inguinal, permitindo a passagem do conteúdo 
herniario para o subcutâneo. 
Também pode ser denominada como congênitas, 
quando são observadas em animais jovens, sendo 
facilmente redutíveis e associadas a anéis inguinais 
internos de maior tamanho, facilitando assim a 
passagem das alças intestinais através do canal 
inguinal. As ocorrências de hérnias adquiridas 
geralmente são em animais adultos e resultam em 
desconforto abdominal devido ao estrangulamento 
do conteúdo herniário. 
As hérnias inguinais têm maior incidência na forma 
congênita em potros e na forma adquirida em 
garanhões, e cerca de dois terços compreende o 
canal inguinal esquerdo. Em virtude da alta 
incidência em linhagens de raças puras, pressupõe-
se que a hérnia congênita seja de cunho hereditário. 
Geralmente o garanhão apresenta síndrome cólica 
com histórico de monta recente ou esforço físico 
prolongado. 
É relatado que hérnias provindas do ID são mais 
graves comparadas as hérnias de IG pelo menor 
tamanho do segmento obstruído, sendo 
responsáveis pelos baixos índices de sobrevivência. 
 
 
SINTOMAS 
• Aumento do volume escrotal, escrotos 
assimétricos 
• Diminuição da temperatura do escroto e 
testículo. Em casos crônicos o testículo 
encontra-se frio e duro. 
• Sinais de cólica e intensa contração 
abdominal 
• Sinais de endotoxemia 
DIAGNÓSTICO 
As formas de diagnóstico mais corriqueiras 
compreendem a palpação direta do próprio testículo, 
palpando assim sua base, onde situa-se o anel 
inguinal, palpação transretal e ultrassonografia do 
escroto. 
TRATAMENTO 
CIRÚRGICO 
O tratamento de hérnia inguino-escrotal se baseia 
pela remoção do conteúdo herniado, realizando a 
enterectomia e enteroanastomose do conteúdo 
comprometido, ou redução do conteúdo, desta 
forma retira-se o conteúdo do escroto e o recoloca 
na cavidade abdominal. Em ambas as técnicas 
deve-se realizar a orquiectomia bilateral e pelo 
fechamento total do anel inguinal externo. Cavalos 
que passam por OSH unilateral tem chances de 
recidiva futuras. 
É possível determinar a viabilidade da alça por sua 
coloração, motilidade, teste do beliscamento e 
irrigação com solução de água salina fria. 
Quando há alças inviáveis é necessário proceder 
com uma enterectomia da porção estrangulada, 
sendo preciso realizar uma celiotomia para melhor 
alcance da estrutura que será removida. Quando for 
questionável a viabilidade da alça é preferível 
prosseguir com a enterectomia e anastomose. 
 
 
INTUSSUSCEPÇÃO 
A intussuscepção ocorre quando uma porção oral do 
intestino delgado invagina no interior da porção 
aboral. A porção do intestino que é invaginada é o 
intusssuscepto e a porção do intestino que vai 
englobar é o intussuscepiente. 
A intussuscepção do intestino delgado pode ser 
jejuno-jejunal, jejunoileal, íleo-ileal e íleo-cecal. É 
mais comum o envolvimento das porções mais 
distais do jejuno ou íleo, sendo a intussuscepção 
íleocecal a mais descrita. 
A causa geralmente está associada a mudanças nos 
movimentos intestinais, sendo as etiologias 
relacionadas geralmente ao hiperperistaltismo por 
disfunções neurogênicas, diarreias crônicas, 
enterites, alta infestação por ascarídeos, ou tênias 
(Anaplocephala perfoliata), alterações dietéticas, 
arterite mesentérica, alimentos grosseiros e mal 
digeridos e corpo estranho. 
Os equídeos mais predispostos a ter intussuscepção 
são os potros e cavalos com menos de 3 anos de 
idade, mas já foi descrita em animais mais velhos. 
SINTOMAS 
• Cólica 
• Diminuição do apetite e das fezes 
• Abdômen agudo e pouco responsivo à 
analgésicos 
• Hipomotilidade e hipotonia na auscultação 
DIAGNÓSTICO 
Na palpação retal observa-se alças distendidas do 
intestino delgado, e quando a intussuscepção pode 
ser palpada, o que não é comum, apresenta-se 
como uma estrutura firme, dolorosa e tubular. No 
decorrer do incidente doloroso, podemos palpar a 
hipertrofia do intestino delgado proximal, a obstrução 
com diâmetro aumentado, alças gradativamente 
dilatadas e com paredes espessadas. 
Na intussuscepção ileocecal, a detecção do 
intestino delgado por distensão é sugestiva e o 
achado de uma massa sólida no interior do ceco é 
patognomônico, geralmente promovendo obstrução 
completa, onde os sinais clínicos são mais graves 
que nas obstruções parciais, encontradas na 
intussuscepção íleo-ileal. 
Geralmente na intussuscepção, observa-se pouca 
ou nenhuma alteração no líquido peritoneal. 
TRATAMENTO 
CLÍNICO 
O tratamento clínico é utilizado para a prevenção e 
ou reversão do estado de choque, sendo a 
fluidoterapia essencial. Sempre que possível deve-
se fazer o controle eletrolítico, mensurandose 
sódio, cloro e potássio. 
A sondagem nasogástrica para o esvaziamento 
gástrico é imperativa para evitar a distensão gástrica 
aguda e ruptura da grande curvatura do estômago. 
O uso de fármacos analgésicos é indicado, mas 
alguns animais não são responsivos nas fases mais 
avançadas da evolução do quadro clínico. 
CIRÚRGICO 
Quando a afecção é recente, e não ocorreram 
aderências das porções intussusceptada e 
intususcepto, pode-se tentar desfazer a 
intussuscepção, restabelecendo o trânsito e o fluxo 
vascular, sem consequências sistêmicas graves. 
Contudo, quando grande parte do segmento está 
envolvido, com comprometimento de alça por 
necrose e aderências, é necessário realizar a 
enterectomia e enteranastomose. 
Sob anestesia geral inalatória e em decúbito dorsal, 
a abordagem da cavidade abdominal é feita através 
de laparotomia exploratória. O acesso através da 
linha média ventral, permite a melhor exposição da 
cavidade peritoneal do cavalo. 
É possível utilizar três tipos de enterrafia: 
1) Suturar em dois planos contínuos; o primeiro 
plano é o seromuscular sem suturar a 
mucosa e o segundo plano suturar em 
Cushing apenas a parte serosa, sepultando 
a primeira sutura. 
2) Suturar a mucosa e porteriormente a 
seromuscular 
3) Suturar todas as estruturas em um único 
plano 
 
 
 
 
 
 
TORÇÃO DE CÓLON 
As torções de cólon não acontecem em alças 
vazias, elas devem estar repletas de conteúdo. As 
torções de cólon geralmente acontecem em cavalos 
que se alimentaram previamente e depois fizeram 
algum tipo de esforço físico ou ficaram má posições 
(deitar e rolar). Outra situação comum para torções 
de cólon é em éguas em pós-parto (até 3 semanas) 
pela distensão que as alças acabam ocupando no 
lugar que era antes do feto. 
Normalmente, o ceco sofre processos de 
estrangulação em conjunto com o cólon. O primeiro 
pode sofrer torção sobre si mesmo, embora seja 
raro. O que ocorre mais frequentemente são as 
invaginações ceco-cecais (sobre si mesmo) ou ceco-
cólicas (ceco penetra no cólon), sendo as últimas 
quando completas, frequentemente fatais. 
Embora não tenha sido estabelecida nenhuma 
causa directa, pensa-se que as infecções por 
vermes achatados (Anoplocephala perfoliata) podem 
estar envolvidos na indução de motilidade anormal 
num segmento e dilatação de outro, podendo, deste 
modo, dar início ao processo de invaginação. 
A torção do cólon maior é caracterizada por um 
maior grau de dilatação do que no caso de um 
deslocamento simples. Os achados rectais 
característicos deste tipo de lesão incluem: o 
posicionamento horizontal do cólon que se encontra 
logo à entrada da cavidade pélvica podendo, 
inclusivamente, nos estados mais avançados, 
ocupar todo o abdómen tornando impossível a 
palpação; e o espessamento da parede e do 
mesocólon como resultado do edema, tornando as 
saculações, entre as ténias, bastante evidentes. 
Este tipo de lesão também é caracterizado por um 
elevado grau de dor, marcada distensão abdominale evidente dispneia 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÓLICA TROMBOEMBOLÍTICA 
A arterite tromboembólica, também chamada de 
cólica tromboembólica, é uma das patologias 
responsáveis por quadros de abdome agudo em 
equinos. 
O principal responsável por esses quadros 
patológicos é um helminto da família Strongylidea, 
subfamília Strongylinae, gênero Strongylus, 
composto por três grandes espécies de interesse em 
medicina veterinária, a saber: Strongylus edentatus, 
Strongylus equinus e Strongylus vulgaris. 
O Strongylus vulgaris é considerado um sugador de 
sangue, sua forma adulta reside no ceco e cólon 
ventral direito do intestino grosso, e se adere 
firmemente à mucosa por meio de sua cápsula 
bucal. 
A patogenia do parasitismo está relacionada com a 
migração larval em vasos sanguíneos, 
principalmente na artéria mesentérica cranial e 
seus ramos arteriais. No local em que se fixam, as 
larvas produzem arterite verminótica, trombose, 
aneurisma/pseudoaneurisma e espessamento da 
parede arterial, interferindo na circulação sanguínea 
com decréscimo no suprimento de sangue ao 
intestino. 
SINTOMAS 
Observaram-se o aumento da temperatura, perda do 
apetite, rápida perda de peso, depressão, cólica, 
constipação, ou ocasionalmente, diarréia 
intermitente, podendo, o animal, ser encontrado em 
posição de decúbito. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico para a infecção pelos grandes 
estrôngilos é habitualmente realizado através do 
exame de fezes dos equinos. Utilizam-se a 
contagem de ovos por grama de fezes (OPG). 
TRATAMENTO 
CONTROLE E PREVENÇÃO 
Os principais grupos químicos de antihelmíntico são: 
benzimidazóis (ex: albendazole e oxibendazole e 
mebendazole), imidazotiazóis (ex: pirantel, 
levamisole e morantel), o grupo das lactonas 
macrocíclicas (ex: ivermectina, moxidectina e 
abamectina) e as drogas que aumentam a 
permeabilidade de cálcio, ex: praziquantel. 
 
ORTOPEDIA 
PRONTO-ATENDIMENTO 
As urgências ortopédicas mais comuns na rotina são 
as fraturas, rupturas tendineas e ligamentares, 
luxações, artrites sépticas, ferimentos e lesões 
perfurantes. 
Inicialmente, essas doenças possuem sintomas de 
claudicação abrupta e grave. 
O pronto-atendimento é baseado no histórico, 
anamnese, parâmetros gerais (hemorragias, 
desidratação, dor e sepse) e exame físico (inspeção 
e palpação) e, em seguida, na estabilização do 
membro, controle da dor (opioides associados à 
AINEs) e diagnóstico (RX, US, RM e análise do 
líquido sinovial). 
Com o uso do US, no terço proximal da face palmar 
do III metacarpo, é possível visualizar o ligamento 
suspensor do boleto, o ligamento acessório do 
tendão flexor profundo, o tendão flexor digital 
superficial e profundo. 
É essencial o não agravamento das doenças 
ortopédicas, para isso, deve-se conter e imobilizar o 
equino e acalmá-lo com tranquilizantes e o 
transporte dele deve ser seguro e rápido. 
Os materiais utilizados nas urgências ortopédicas 
são as gazes estéreis e não-estéreis, tricotomos, 
muleta de Kimzey, talas de madeira, PVC, alumínio, 
AINEs, sedativos e ANTBs, ligas, ataduras, 
esparadrapos e fitas adesivas. 
A bandagem deve ser feita do tipo Robert Jones 
para propiciar conforto e proteção para a pele. A 
primeira camada aplicada é à base de algodão, a 
segunda camada é feita com ataduras e a terceira e 
última camada com ataduras e malha compressiva. 
Pode-se colocar feltros de proteção nas 
proeminências ósseas para evitar lesões. 
Deve-se imobilizar as articulações proximais e 
distais às articulações para evitar o agravamento da 
lesão. Utiliza-se, geralmente, materiais como PVC, 
madeira, gesso sintético e materiais metálicos leves 
e resistentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEURECTOMIA 
A neurectomia digital palmar, a neurectomia do ramo 
profundo do nervo Imagem palmar do ulnar e a 
neurectomia do ramo profundo do nervo plantar 
lateral, sejam as neurectomias mais comuns nos 
cavalos de esporte. Essa cirurgia é feita para que os 
animais sejam capazes de voltar a competir em 
torneios. 
É indicada nos casos em que o animal apresenta 
dor crônica na porção do membro, refratária aos 
outros tratamentos. 
O bloqueio com anestésicos locais na região é 
realizado para simular a neurectomia. Se o animal, 
depois do bloqueio, não apresentar mais dor, indica-
se a neurectomia. 
Na medicina equina, a neurectomia digital palmar é 
utilizada desde há décadas como forma de aliviar a 
dor presente em doenças degenerativas podais que 
não respondem a terapias conservativas. Várias 
técnicas de neurectomia têm sido desenvolvidas, 
sendo o principal ponto em comum, a preocupação 
em evitar complicações pós-cirúrgicas, tais como a 
dessensibilização incompleta da área afetada, a 
regeneração do segmento de nervo retirado, 
formação de neuromas dolorosos e, até mesmo, a 
perda da parede do casco. 
O prognóstico após a neurectomia apresenta 
resultados bastante favoráveis, mas ao longo do 
tempo, a claudicação pode recidivar. 
A técnica mais tradicional e utilizada no país tem 
sido a técnica da guilhotina (TG), que consiste na 
dissecção cuidadosa do nervo, de forma a minimizar 
o trauma causado nas estruturas circunvizinhas, 
seguida da secção de um segmento com 
instrumento cortante extremamente afiado. Essa 
técnica, apesar de não ser totalmente isenta de 
complicações, apresentou melhores resultados, 
quando comparada com técnicas mais atuais, como 
o uso do laser e a cobertura do coto nervoso com a 
bainha perineural. 
 
DEFORMIDADE 
FLEXURAL 
DEFORMIDADE FLEXURAL CONGÊNITA 
As deformidades flexurais dos membros 
locomotores em equinos são consideradas como 
inabilidade dos animais em estender os 
membros completamente. 
Doenças adquiridas pela égua durante a prenhez 
podem causar o desenvolvimento de deformidades 
flexurais em potros. Ingestão de agentes 
teratogênicos e alterações genéticas têm sido 
associadas. Alterações neuromusculares, defeitos 
na formação de elastina e problemas relacionados à 
aderência das fibras de colágeno podem também 
estar envolvidos com a patogênese. Existe a 
hipótese de que a base etiológica da síndrome seja 
a instabilidade articular/ligamentar ou por 
malformações ósseas (hipoplasia dos ossos 
cubóides) que resultam em contratura muscular 
compensatória. 
Muitos potros nascem com leve deformidade flexural 
metacarpo-falangeana, causando discreta flexão 
que se resolve dentro das primeiras horas de vida. 
Nestes casos, a deformidade flexural é bilateral, ou 
acomete os quatro membros. 
DEFORMIDADE FLEXURAL ADQUIRIDA 
As deformidades flexurais adquiridas ocorrem 
comumente desde os primeiros dias até o segundo 
ano de vida do animal. Envolvem com maior 
frequência a articulação interfalangeana distal, a 
articulação metacarpo-falangeana e rádio-cárpica-
metacárpica. 
Estes tipos de deformidades são as que apresentam 
maior incidência, manifestando-se, em geral, a partir 
da desmama e acometendo os dois membros 
anteriores dos potros. 
O desenvolvimento destas alterações está muitas 
vezes relacionado à dor. Qualquer manifestação de 
dor em um membro irá iniciar um reflexo de flexão 
para a retirada do membro do solo, o que resulta em 
contração dos músculos flexores e posição alterada 
da articulação. 
 
 
 
Contratura do flexor superficial 
Devido à sua inserção, a contratura do tendão 
superficial faz com que o boleto se projete 
dorsalmente, enquanto que o casco apoia-se 
normalmente no solo. 
Contratura do flexor profundo 
Como a sua inserção se dá na falange distal 
somente o posicionamento do casco fica alterado. O 
formato do casco tende a ficar como um cubo (casco 
encastelado). 
 
SINTOMAS 
A alteração que ocorre no tendão flexor digital 
superficial resulta em posicionamento vertical das 
articulações; se os tendões flexores profundos 
também apresentarem alteração, os talões também 
sofrerão elevação.Potros recém-nascidos apresentando deformidade 
em região interfalangeana distal poderão apresentar 
apoio do membro somente na região das pinças dos 
cascos. As deformidades em região metacarpo ou 
metatarso-falangeanas poderão algumas vezes 
impedir que o animal se mantenha em estação. A 
região cárpica também comumente apresenta este 
tipo de alteração. O animal poderá se manter em 
posição quadrupedal, mas manterá seu peso 
deslocado para os membros posteriores. 
DIAGNÓSTICO 
As características demonstradas por potros com 
deformidades flexurais (varus e valgus) facilitam o 
diagnóstico em muitos casos. 
A região acometida deve ser palpada e manipulada 
com o animal sustentando o peso, e com o membro 
em flexão. Em muitos casos, a única anormalidade 
encontrada é a diminuição de mobilidade da 
articulação acometida, ou da região articular. 
No RX, traça-se duas linhas no eixo longo dos 
ossos, uma linha no eixo longo do rádio e outra no 
metacarpiano. No traçado de linhas encontra-se 
alteração no ângulo. 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
As deformidades flexurais congênitas devem ser 
tratadas imediatamente após o seu diagnóstico, com 
a severidade da deformidade ditando o quão 
agressivo será o tratamento. Quanto mais novo for o 
potro, maior a resposta ao tratamento. 
Em neonatos que nasceram em partos distócicos, 
para a prevenção de deformidades flexurais, usa-se 
Oxitetraciclina (1g/dia) ou Enrofloxacina (20 
mg/dia) por 2-3 dias. 
O potro deve ser submetido a exercícios 
controlados, como permanecer em um pequeno 
piquete com a égua durante 1 hora por dia. 
AINEs podem ser utilizados com o intuito de obter 
controle da dor, facilitando o alongamento dos 
tendões flexores e seus ligamentos acessórios. 
As bandagens e fisioterapia podem facilitar a 
resolução das deformidades, principalmente nos 
casos diagnosticados de forma precoce. 
A utilização de ferraduras com barras verticais 
unidas a tubos que podem ser fixados em região 
proximal à articulação do boleto pode ser uma forma 
efetiva de tratamento. 
Vários tratamentos cirúrgicos estão à disposição. Se 
o tendão flexor digital superficial é o mais tenso, 
tanto a tenotomia do tendão flexor digital 
superficial quanto a desmotomia de seu 
acessório pode ser realizada. 
Outras manobras utilizadas para a estimulação do 
periósteo é a ressecção do periósteo. 
A colocação de grampos transfisários são 
utilizados para retardar o crescimento adequado do 
osso e recuperação do ângulo. Outro método similar 
é pela colocação de uma ponte transfisária por 
meio de parafuso e cerclagem. 
 
 
FRATURAS DO CARPO E 
METACARPOS 
FRATURAS DO CARPO: 
As fraturas mais comuns acontecem no terceiro 
carpo, sendo elas: do tipo lasca (slab) e esquírolas 
(chip). 
Diagnóstico 
O exame de eleição é o RX para ambas as fraturas; 
a projeção mais indicada é a lateromedial (LM), 
craniocaudal (CrCa), dorsomedial-palmarolateralo-
obliqua (DMPLO), dorsolateral-palmaromedial-
oblíqua (DLPMO), lateromedial-flexionada (LM flex) 
e Skylines (é a melhor posição para fraturas em 
lasca e da superfície articular). 
Tratamento 
O tratamento de fraturas do tipo lasco é feito por 
meio de osteossíntese pela fixação do fragmento. As 
fraturas do tipo esquírolas, pelo contrário, são de 
necessidade cirúrgica através da remoção do 
fragmento. 
FRATURAS DO METACARPO: 
FRATURAS POR ESTRESSE 
 
 
Tratamento 
Em lesões por estresse unicorticais do terceiro 
metacarpiano indica-se: fixação transcortical, fixação 
unicortical, eletroestimulação direta, fixação 
unicortical e osteostixis. 
O pós-operatório é feito com o uso de bandagem 
por, pelo menos, 1 mês e que o animal seja 
estabulado por 2 meses. Nesse tempo, o equino 
deve ser lavado para caminhas todos os dias por 5-
10min, mas sem correr. 
Deve-se fazer o acompanhamento radiográfico até a 
recuperação cirúrgica total. Em conjunto, pode-se 
aplicar técnicas fisioterapêuticas e prototerapia. O 
prognóstico é reservado. 
 
 
 
 
FRATURA DO II E IV METACARPIANOS 
O MTC-II e MTC-IV, situados respectivamente, na 
face palmar medial e palmar lateral do MTC-III, são 
rudimentares, sendo chamados de metacárpicos 
acessórios (MTCa). 
As fraturas de MTCa podem ser proximais, médias 
ou distais; simples ou compostas; abertas ou 
fechadas. As fraturas na região proximal dos MTCa 
são as mais comuns, porém nem sempre são 
facilmente detectáveis no exame radiológico. As 
fraturas de metacárpicos acessórios em equinos 
estão frequentemente associadas à desmite do 
ligamento suspensório do boleto. 
As causas das fraturas proximais podem ser por 
trauma por objeto ou queda. As causas das fraturas 
distais são, geralmente, por animais que “se 
tocam”, eles acabam batendo um membro contra o 
outro durante os exercícios e os fraturando. 
Os animais de pólo são frequentemente acometidos 
por fraturas de MTCa e desmite devido ao esforço 
desempenhado em movimentos repentinos e 
explosões durante as partidas e aos riscos de 
traumas diretos por taco e bola. 
Diagnóstico 
Exame clínico (inspeção), exame físico do boleto, 
RX (localização da fratura) e US (busca de lesões 
no ligamento interósseo). 
Tratamento 
Em casos de fraturas agudas, recomenda-se o uso 
de crioterapia, AINEs e bandagens. 
Em casos de fraturas distais realiza-se ostiectomia 
pela retirada do segmento afetado. Em caso de 
fraturas proximais, ocorre processos de instabilidade 
articular, sendo necessário a osteossíntese dessas 
fraturas com uso de parafusos ou parafusos + 
placas. 
 
 
 
 
 
 
 
ABDÔMEN 
PERSISTÊNCIA DO ÚRACO 
Úraco persistente é uma condição pela qual o úraco 
está aberto e refluindo urina pelos restos 
umbilicais. Isso pode acontecer quando não ocorre 
o fechamento do úraco ao nascimento ou quando o 
úraco fecha por alguns dias, mas posteriormente 
reabre. 
O úraco está presente no feto para permitir que a 
urina passe para cavidade alantoideana. 
Normalmente após o parto o úraco se fecha e o 
fluxo de urina deve interromper dentro de 24 horas. 
As possíveis causas para o não-fechamento do úrico 
são: torção por esforço excessivo de potros com 
retenção de mecônio, onfalite e também pode 
ocorrer quando os agentes irritantes são aplicados 
aos restos umbilicais. 
SINTOMAS 
No exame clínico específico do umbigo, pode-se 
observar que este apresentava-se úmido, 
edemaciado, com dor a palpação e que a região ao 
redor do umbigo se apresentava irritada. 
Umbigo permanentemente úmido, no qual a urina 
permanece refluindo em pingos ou de forma 
contínua durante a micção. 
A persistência do úraco pode estar associada à 
onfalites, onfaloflebites e hérnias de carácter 
congênita ou adquirida. 
DIAGNÓSTICO 
O úraco persistente pode ser diagnosticado através 
da palpação, exame clínico visual ou com 
ultrassonografia. 
TRATAMENTO 
CLÍNICO 
O tratamento conservador inclui antibióticos de 
amplo espectro, seguidos da desinfecção umbilical 
com clorexidina diluída ou iodopovedina. 
• Desinfecção (Iodo 10%) de 7-10 dias 
• ANTBs IM/SID (Benzilpenicilina Benzatina, 
Benzilpenicilina Procaína) 
• AINE (Piroxicam) 
• ANTBs IV (Penicilina + Gentamicina) 
 
A cauterização do úraco não é mais recomendada 
por ser um tratamento muito agressivo. 
 
CIRÚRGICO 
Como procedimento operatório, foi executada a 
sutura da derme ao redor do coto umbilical, com 
bolsa de tabaco e fio náilon 0,35mm, fazendo com 
que houvesse a interrupção do extravasamento de 
urina pelo ducto alantóide. 
 
 
HÉRNIAS 
A hérnia é caracterizada como um estado 
patológico, em virtude do qual alguns órgãos da 
cavidade abdominal podem sair da mesma, através 
de um ponto fraco da parede abdominal, sendo 
protrusão total ou parcial, podendo ser congênita, 
um tipo de defeito ou uma simples má formação, 
ainda quando embrião. Já a hérnia adquirida, ocorre 
em alguma fase da vida após o nascimento e podeser causado por traumatismos, procedimentos 
cirúrgicos ou degeneração, porém a integridade do 
peritônio e da pele fica conservada sem lesões. 
A hérnia é classificada também como redutível 
quando os conteúdos herniais salientes são 
livremente móveis e pode ser facilmente manipulado 
de volta para a cavidade abdominal. Quando o 
conteúdo herniário não pode ser reduzido, a hérnia é 
classificada como encarcerada (ou irredutível), e 
isso é frequentemente o resultado de aderências 
que se formam entre o conteúdo e o tecido 
circundante, fixando eficazmente conteúdo em um 
local anormal. 
• Hérnia umbilical 
• Hérnia inguinal 
• Hérnia inguino-escrotal 
SINTOMAS 
Os sinais clínicos incluem o aumento do tamanho, 
consistência e sensibilidade do saco herniário, 
muitas vezes sem dor ou associado a cólica. 
As hérnias umbilicais comumente se apresentam 
como massas macias circulares, na cicatriz 
umbilical. 
DIAGNÓSTICO 
A hérnia deve ser palpada levemente, pois pode 
haver manifestação de dor devido à gravidade do 
caso, ao mesmo tempo deve ser com firmeza, para 
se conseguir sentir bem as características das 
estruturas contidas no saco herniário, possibilitando 
a observação da redução ou não do saco herniário 
para dentro da cavidade abdominal, nesse momento 
deve se medir o diâmetro do anel herniário. 
A palpação digital da hérnia determina o tamanho e 
forma do anel hérniaro, a natureza do conteúdo do 
saco e a redutibilidade da hérnia. 
 
 
TRATAMENTO 
ELÁSTICO LOCAL 
É utilizada em hérnias pequenas (4-6cm) ou de fácil 
redução. 
Aplicar, no local herniado, um elástico, para que 
ocorra o estrangulamento da pele e isquemia da 
mesma. A isquemia irá fazer uma cicatrização e 
redução natural da hérnia. Tomar cuidado para não 
estrangular uma parte da alça intestinal. 
HERNIORRAFIA 
A herniorrafia é o procedimento cirúrgico que deve 
ser realizado quando o anel hernial é superior a 6 
cm. Os animais podem ser sedados e à anestesia 
geral ou local. 
Realizar uma incisão no saco hernial e introduz um 
dedo no abdome para assegurar que não há 
aderência das vísceras na porção interna do anel e 
que não há resquício umbilical aumentado ou 
infectado. Em seguida, extirpa o anel e fecha o 
defeito da parede abdominal. Esse fechamento pode 
ser feito simplesmente contrapondo a parede 
abdominal em sutura de colchoeiro horizontal (fio 
não-absorvível, Prolene). 
MALHA DE PROPIOPROPILENO 
Usado para hérnias > 6cm. 
 
 
CIRURGIAS MINIMAMENTE INVASIVAS 
As cirurgias minimamente invasivas são técnicas 
menos agressivas para abordagens das cavidades 
abdominal, torácica e articular para fins de 
prognóstico e indicações de cirurgias abertas, essas 
técnicas são baseadas em: fácil acesso, pequenas 
incisões, menor tempo cirúrgico, sem necessidade 
de anestesia geral e de menor risco de 
contaminação. Usa-se apenas fármacos para 
sedação e bloqueio anestésico do animal. A cirurgia 
é feita com o animal em posição quadrupedal. 
O material utilizado é o equipamento cirúrgico 
comum para acesso do local e sutura, fibra óptica, 
fonte de luz, cabo de luz, monitor e câmera. Os 
endoscópios podem ser rígidos ou flexíveis. 
• Artroscopia 
• Laparoscopia 
• Toracoscopia 
• Tenoscopias 
• Sinoscopias 
 
ARTROSCOPIA 
A artroscopia é um método de endoscopia no qual 
se procura visualizar o interior de uma cavidade 
articular de maneira funcional, acoplando um 
sistema visual de lentes com fonte luminosa. Além 
do mais, serve para diagnóstico e tratamento das 
afecções traumáticas e degenerativas articulares 
(ex: esquírolas ósseas). 
É feita com o animal em estação, de procedimento e 
recuperação rápidas, poucas incisões e de menor 
trauma e materiais de sutura. 
Faz-se o preparo do paciente com jejum de 12h, 
protocolo anestésico e antissepsia local com água e 
sabão ou iodopovidone 1%. 
Realizar uma incisão para distender a cápsula intra-
articular. A distensão da cápsula pode ser feita com 
solução líquida (soro fisiológico ou RL) ou conteúdo 
gasoso (CO2). Após a distensão, fazer a introdução 
do trocáter, acoplando a óptica e o cabo de luz para 
registro das imagens 
 
 
 
TORACOSCOPIA 
Toracoscopia é um método que permite a 
visibilização da cavidade torácica através de 
endoscópio rígido ou flexível. Está indicada quando 
outros exames de auxílio diagnóstico das afecções 
da cavidade pleural, como ultrassonografia, 
radiografia e biópsia percutânea, não foram efetivos. 
Dentre as indicações: pleuropneumonia, suspeita de 
neoplasias intratorácicas, presença de aderências, 
pericardites, abscessos pulmonares e 
coccidiomicoses, diagnóstico de pleuris bacteriana, 
hérnias diafragmáticas, drenagem de abscessos e 
biópsia pulmonar. Além da avaliação da cavidade 
em casos de trauma ou pós-operatório e avaliação 
do esôfago torácico e grandes vasos. Pode-se ainda 
indicar toracoscopia para a colocação de drenos por 
contribuir para a melhor orientação espacial quando 
da localização de massas e abscessos, aumentando 
a segurança do procedimento. 
A técnica de toracoscopia pode ser realizada com o 
animal em posição quadrupedal através de 
anestesia local ou em decúbito lateral por meio de 
anestesia geral. 
As toracoscopias foram realizadas entre 8° e 11° 
espaço intercostal, imediatamente abaixo da 
inserção do músculo trapézio. É feito através de 
uma incisão de aproximadamente 2cm na pele e 
tecido celular subcutâneo; os músculos intercostais 
são divulsionados, a pleura é perfurada com pinça 
hemostática de Crile, e uma tentacânula é passada 
para o interior da cavidade pleural. A passagem da 
tentacânula através da pleura parietal deve ser feita 
com cuidado para evitar perfuração ou laceração do 
tecido pulmonar. 
As estruturas que podem ser visibilizadas pela 
toracoscopia são: coração, pericárdio, incisura 
cardíaca, aorta, diafragma, lobos pulmonares, vasos 
mediastinais, veia ázigos, esôfago, costelas, vasos e 
musculatura intercostais; enquanto que as estruturas 
ventrais ao lobo caudal do pulmão são inacessíveis. 
Após a retirada do endoscópio, o ar presente no 
interior do tórax pode ser drenado com aspirador, 
evitando-se assim a ocorrência de intenso 
pneumotórax que pode acarretar alterações 
respiratórias. 
As possíveis complicações são dor, infecção, 
pneumotórax e lacerações no tecido pulmonar. 
 
LAPAROSCOPIA 
É indicada para exploração diagnóstica e doenças 
sistêmicas ou que acometem o abdômen, como: 
avaliação da cavidade abdominal em casos pós-
opertaórios, peritonite, abscessos, aderências e 
viabilidade das alças intestinais e de biópsias do 
fígado, baço e rim. Pode ser utilizada ainda na 
avaliação e no tratamento genito-urinário (ovários, 
testículos ectórpicos, bexiga, funiculite). 
Na laparoscopia, em posição quadrupedal, é 
possível a visualização do diafragma, estômago, 
omento, lobos hepáticos, baço, ceco, bexiga, útero, 
ovário, anel inguinal, parte do cólon ascendente e 
cólon descendente. 
 
 
 
TORACOTOMIAS 
PLEUROPNEUMONIAS 
As infeções bacterianas do trato respiratório inferior 
ocorrem com frequência em equinos adultos, dentro 
das quais se encontra a pleuropneunomia que é 
também uma patologia comum do foro respiratório e 
a causa mais frequente de efusão pleura. 
Trata-se de uma patologia infeciosa, mas não 
contagiosa. A causa mais recorrente de pneumonia 
bacteriana em equinos adultos é a aspiração de 
microrganismos do trato respiratório superior, com 
particular destaque para estreptococos β-
hemolíticos e, dentro destes, Streptococcus equi 
zooepidermicus. 
Vários fatores podem diminuir as defesas 
pulmonares e aumentar a contaminação bacteriana 
dos quais se destacam a anestesia geral, o exercício 
exaustivo e o transporte de longo curso, além do 
stress, infeções virais, malnutrição, exposição a 
poeiras e gases tóxicos, imunodeficiências e terapia 
imunossupressora.Apesar de a pleuropneumonia ser a causa mais 
comum de efusão pleural, é de notar que outras 
causas podem ser referidas, nomeadamente trauma, 
perfuração esofágica, neoplasia, pericardite, 
insuficiência cardíaca congestiva, hérnia 
diafragmática, hipoproteinemia e quilotórax. 
O prognóstico é reservado. A presença de bactérias 
anaeróbicas está relacionada com piora no 
prognóstico com relação à vida. A não resposta 
medicamentosa e complicações na doença são as 
maiores causas de eutanásia nestes pacientes. 
 
TORACOTOMIAS TORACOSTOPIAS 
Pleuropneumonias Exploração diagnóstica 
Drenagem de abscessos Pequenas biópsias 
Neoplasias Avaliação pós enfermidade 
Trauma (rombo ou penetrante) Drenagem de abscessos 
 Obstrução esofágico torácico 
 
Ambas as modalidades causam, naturalmente, pneumotórax pela incisão feita na cavidade; pneumotórax causa 
o colabamento do pulmão e redução da função do referido órgão. O pneumotórax é útil nessas modalidades, 
pois ele expande a cavidade incisada, facilitando a manipulação e visualização da mesma. 
As duas modalidades podem ser feitas com o animal em posição quadrupedal sob sedação e/ou bloqueio 
anestésico. 
As alterações cirúrgicas do tórax normalmente estão associadas a condições que resultam em pneumotórax, 
hemotórax, fratura de costela, lesões pulmonares, hérnia diafragmática etc. Estes eventos podem ocorrer 
isoladamente ou podem estar associados. Estas alterações devem ser manejadas de maneira breve, pois 
acarretam em dor e dificuldade respiratória. 
O equinos com alterações torácicas apresentam sinais de inquietação, cianose, taquipneia e dispnéia. O 
diagnóstico do paciente com alteração na cavidade torácica deve ser avaliado com exame físico (auscultação e 
percussão) e exames laboratoriais e de imagem (RX, US e toracoscopia).

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