Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO FLORISTICA NA RESERVA ESPECIAL DE MAPUTO (REM) João Chibue Domingos*, Iolanda Greedes Fernando Marcolino, Silva Rassul Moreira, Severino Macôo. Instituto Superior Politécnico de Gaza – Moçambique *Autor correspondente: joaochibuedomingos@gmail.com Resumo A reserva especial de Maputo (REM) é uma área com uma superfície de 1040 km2, esta reserva é localizada no Distrito de Matutuíne na província de Maputo. Na maior parte das áreas de conservação de Moçambique, especialmente da reserva especial de Maputo sofrem distúrbios provocados por diversos factores antropogénico e naturais. O trabalho tem como objectivo de avaliar a estrutura e composição florística na Reserva Especial de Maputo (REM), visto que constitui uma ferramenta para a quantificação dos recursos florestais existentes na Reserva Especial de Maputo, assim para o monitoramento do estado da floresta, com vista a manutenção dos processos ecológicos e funções de todos os ecossistemas existentes dentro da área de conservação (REM). A reserva especial de Maputo é uma área de conservação criada originalmente para conservar elefante, surge dai a necessidade de quantificar as espécies florestais, quantificar o volume, saber o estado da floresta e identificar os seus nomes científicos das espécies florestais. Foi usado amostragem estratificada, onde para tal foram criadas 31 parcelas de 0.1ha, foram colhidos dados referentes ao DAP (cm) usando a suta e alturas usando o método de estimativa (total e comercial). Os dados obtidos foram organizados e processados no Microsoft Excel 2010. Os resultados apontaram que a espécie Garcinia livingstronei e mais abundante com cerca de 26.10% e a mais dominante e Afizelia quansensis com cerca de 29.10% e a que teve maior índice de valor de importância foi Garcinia livingstronei 69.48. constatou-se a partir da distribuição diametrica das espécies que a floresta e normal visto que o gráfico duma floresta nativa e do tipo J invertido. Palavras-chave: Conservação; quantificação; florística; Matutuine. Introdução A reserva especial de Maputo (REM) é uma área com uma superfície de 1040 km2, esta reserva é localizada no Distrito de Matutuíne na província de Maputo, apresenta uma vegetação de um mosaico único de variados ecossistemas com espécies florestais que incluem: savanas, florestas de dunas costeiras florestas de zonas pantanosas, florestas de terras arenosas, florestas de zonas húmidas e planícies inundável dos rios Maputo e Futi, floresta de mangas na garganta do rio Maputo e ainda florestas de eucaliptos artificial, intrusos na vegetação natural da Reserva Especial de Maputo (MARULO, 2012). Na maior parte das áreas de conservação de Moçambique, especialmente da reserva especial de Maputo sofrem distúrbios provocados por diversos factores antropogénico e naturais tais como, as queimadas e o desmatamento praticadas pela comunidade circunvizinha para a pratica da agricultura, caça e pastorícia. A reserva especial de Maputo é uma área de conservação criada originalmente para conservar elefante, visto que a área de conservação e aquele que conserva mas de uma espécie, desde então passou para a conservação da biodiversidade faunística e florística, surge dai a necessidade de quantificar as espécies florestais, quantificar o volume, saber o estado da floresta e identificar os seus nomes científicos das espécies florestais. O trabalho tem como objectivo de avaliar a estrutura e composição florística na Reserva Especial de Maputo (REM), com intuito de saber a sua biodiversidade florística, o estoque volumétrico, o potencial comercial, e os dados obtidos do inventário possibilitarão uma intervenção de maneio florestal na área de estudo. MATERIAIS E MÉTODO O estudo da estrutura e composição florística, foi realizado entre 8 a 10 de Novembro de 2017, na Reserva Especial de Maputo e análise de dados foi feita no instituto superior politécnico de Gaza onde foram organizados na planilha electrónica na planilha electrónica Microsoft Office Excel 2010, onde foram calculados os valores dos seguintes parâmetros: número de árvores por hectare (N/ha); a área basal (G/ha); volume (V/ha) e para toda floresta, assim como o índice de valor de importância (IVI) e os índices de diversidade de Shannon wiener e de Simpson. Todos os parâmetros, excepto os referentes a estrutura horizontal da floresta, foram calculados para cada tipo florestal (estrato) e, posteriormente calculado para toda a floresta. No presente estudo foram estabelecidos 31 parcelas rectangulares de (50 x 20) metros separadas por 100 metro uma da outra, em que o método de amostragem foi estratificado e suas áreas de 54ha, 62ha e 41ha para cada estrato. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na área de estudo foram observados três tipos de formações vegetais bem distintas, tais como mata xerófita, savana e mata densa e cada formação vegetal correspondia a um estrato. Neste caso, os cálculos dos principais parâmetros dendrometricos foram efectuados separadamente para cada vegetação. Os dados apresentados abaixo mostram que o DAP médio foi de 20.7532, sendo que a mata xerófita e que apresentou maior diâmetro médio. Porem o máximo diâmetro foi observado na mata densa com 20.1281. Os valores dos DAP’s máximos demostram que em todos tipos florestais existem árvores adultas que já atingiram um diâmetro mínimo de corte para exploração. Tabela1.Resumo dos principais parâmetros dendrométricos medidos no terreno Segundo Huschet al. (1982) ApudHumeid (2014) em florestas naturais equilibradas cada classe diamétrica subsequente apresenta menos árvores que a precedente, isto devido a mortalidade à medida que as árvores vão crescendo. No presente estudo, verificou se uma curva de distribuição diamétrica é do tipo “J” invertido, o que era esperado em situações normais duma floresta nativa em bom estado. Figura 2: distribuição diamétrica das espécies A Estrutura horizontal da floresta consiste na avaliação da distribuição espacial de todas as espécies que compõem a população, considerando a participação de cada espécie em relação as outras. E é expressa pelos seguintes parâmetros quantitativos: Abundância, Dominância e Frequência, expressos em termos absolutos e relativos, que no seu conjunto expressam a importância de cada espécie na floresta, dada pelo Índice de Valor de Importância – IVI (Cariola, 1997; Husch, etal., 1982), conforme a tabela a baixo Nome Cientifico Aba Abr Fa Fr Dom.ab Dom.rel IVI Afizelia quansensis 44.8387 20.50147 0.6774 14.3836 2.5014 29.1066 63.9912 Garcinia livingstronei 57.0968 26.10619 0.6774 14.3837 2.4916 28.9922 69.4819 Lannea discicolor 34.5161 15.78171 0.6452 13.6986 0.9800 11.4037 40.8840 Tabela 2: Estrutura horizontal da floresta A composição florística é uma medida do nível de complexidade de uma determinada comunidade. para o presente estudo, os índices de diversidade de Simpson (D’ = 0,84) e de Shannon-Wiener (H’ = 2,25) revelaram que a floresta da Reserva especial de Maputo tem uma maior diversidade de espécie, estes resultados estão dentro dos parâmetros aceites uma vez que o índice de Shannon-Weiner (H‟) varia de 0-5 para comunidades de uma espécie apenas e nunca excede 4,5 (Kent e Coker, 1994) ou 5 (Krebs, 1989; Martini e Prado, 2010).. A riqueza específica foi de 22 espécies, dos quais 6 espécies desconhecidas onde foram identificadas como desconhecida 1 a 6. Portanto, uma grande variedade de espécies deduz-se uma grande quantidade de interacções entre populações (competição, mutualismo, entre outras), que, teoricamente são mais complexas e variadas em comunidades com alta diversidade de espécies (Brower, et al., 1997). Volume das espécies comerciais Foram consideradas espécies comerciais, todas as espécies produtoras de madeira das classes preciosa, primeira, segunda classe, terceira classee quarta classe, conforme o estabelecido na Lei de Florestas e Fauna Bravia – LFFB (Lei n0 10/99). Na área de estudo foram encontradas 3 espécies comerciais, das, 1 da primeira classe, 1 da segunda classee 1 da terceira classe. Os volumes total e comercial médios por unidade de área observados para cada espécie comercial estão apresentados na figura abaixo. Figura 3: Volume total e comercial das espécies comerciais encontradas na floresta. Em média na floresta observou-se um volume total de 110.2042 m3 e volume comercial de 73.5449 m3, dos quais a garcinia livingstronei e Afizelia quansensis são as espécies com maior contribuição e mais abundantes. A Sclerocarya birrea apresentou o menor volume de todas, por ser uma espécie pouco abundante. De realçar que este volume reportado corresponde a todas as árvores adultas de cada espécie, incluindo as que ainda não atingiram o DMC. Tabela 3: Medidas de precisão X estrat Var. estrat Desv.pad estr Var. med. Estr Erro pad Er. Ab Er. Rel IC.li IC. Ls VT/ha 0.666728 0.244898 0.494872 0.0079 0.088882 0.18152 27.22556 0.485208 0.848249 Para o presente estudo, foi estabelecido um limite de erro máximo de 20%. Portanto, os resultados apresentados na tabela acima mostram que a precisão requerida no inventário não foi alcançada, pois o erro de amostragem está acima de 20% para todos os parâmetros analisados segundo o projecto “Avaliação Integrada das Florestas de Moçambique - AIFM” (2006). Neste caso, as estimativas deste inventário não têm uma boa precisão, considerando que os valores de erro padrão, erro de amostragem são baixos e o os intervalos de confiança não são amplos, isto é, os seus limites estão acima da média estimada, o que revela que a verdadeira média dos volumes na população não está também muito próxima da média estimada. Conclusão O estudo foi realizado na Reserva Especial de Maputo, foram colhidos dados referentes as variáveis dendrometricas, o diâmetro médio das espécies observadas foram de 20.1281 cm, altura total e comercial de 6.5420 e 3.5347 metros respectivamente. A densidade foi de 218,3871 ha-1. A distribuição diamétrica é de tipo “J invertido” significa que a floresta tinha uma distribuição diametrica das espécies normal. A análise da estrutura horizontal da floresta levou a conclusão de que as espécies mais importantes (com maior destaque) na floresta em estudo são: Afizelia quansensis, Garcinia livingstronei e Lannea discicolor. E os índices de diversidade de Shannon wiener e de Simpson mostraram que existe uma maior diversidade de espécies na floresta da Reserva Especial de Maputo. Referência bibliográfica Avaliação Integrada das Florestas de Moçambique - AIFM (2006). Manual de Inventário Florestal. Maputo. 176p. Brower, J.E; J.H. Zar e C.N. vonEnde. 1997. Field and Laboratory Methods for General Ecology. 4th Edition. WCBMcGraw-Hill. USA. 273p. Husch, B.; Miller, C. I.; Beers, T. W. 1982.Forest Mensuration. 3 ed Edition. John Wiley & Sons.United State of America. 402p. LFFB. 2002. Lei n0 10/99. Decreto no 1212002. Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Maputo. 25p. Marulo, Artur Manuel (2012), Turismo e Meio Ambiente: Uma Análise do Ecoturismo. Martins, F. R. (1993): Estrutura de uma floresta mesófila. 2ª ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 246 p. Gráfico de Distribuição Diamétrica Ni/ha 10_15 15_20 20_25 25_30 30_35 35_40 > 40 80.322580645161281 57.741935483870968 25.806451612903224 20.64516129032258 11.612903225806452 11.290322580645148 10.96774193548387 Ni/ha volume de especies comerciais vt Afizelia quansensis Garcinia livingstronei Sclerocarya birrea 160.06691619256799 164.54751719498398 5.9980734105600009 vc Afizelia quansensis Garcinia livingstronei Sclerocarya birrea 107.35673063807997 107.257979091648 6.0199188403199999
Compartilhar