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Melhoramento Animal

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1
Melhoramento
Animal
➔ Introdução e conceitos básicos
No Brasil, o melhoramento animal é
muito utilizado em animais de produção,
no entanto, encontra uma grande
dificuldade: encontrar e selecionar os
genes para os diferentes ambientes
brasileiros dado que, existem raças mais
adaptadas a determinados locais e,cada
característica, sofre mais ou menos
intensamente a influência do
ambiente.Isto posto, o melhoramento
animal tem como base a seguinte
equação:
𝐹 = 𝐺 + 𝐴 + 𝐺𝑥𝐴
Onde:
F ↠ Fenótipo, sendo possível ver e
mensurar, a exemplo do nível de
produção e peso.
G ↠ Genética
A ↠ Ambiente
obs 1: A interação Genética e Ambiente
é a grande dificuldade dos produtores.
obs 2: A grande desvantagem do
melhoramento é o fato das condições de
criação ficarem mais exigentes.
Termos Básicos:
- Dna: Junção de genes em fita
dupla hélice, contém toda a
informação genética.
- Rna: Composto das bases
nucleotídeas Adenina, Citosina,
Guanina e Uracila.
- Cromossomo: Dna enrolado com
adição de proteína.
- Genótipo/Genoma: Constituição
genética do indivíduo.
- Gene: É a menor parte, contém
toda a informação transmissível.
↠ Letais: O indivíduo vem a
óbito.
↠ Recessivo: Só se manifesta em
homozigose.Não é possível prever
sua ocorrência.
↠ Dominante: Se manifesta com a
presença de um único gene. Não é
possível prever sua ocorrência.
↠ Aditivos: O mais importante
para o melhoramento, se ele está
presente irá se manifestar.
↠ Modificadores: Importante
para o melhoramento, modifica a
ação de outros genes.
- Pleiotropismo: É a capacidade de um
mesmo gene ou um grupo de genes de
influenciar mais de uma característica.
Ou seja, se há alteração em uma
característica, outra também será
afetada.
↠ Explica a correlação genética.
↠ É necessário estar atento para
ambas mudanças.
exemplo: Ao aumentar a produção
de leite, há uma diminuição na
porcentagem de gordura deste
leite.
➔ Termos Técnicos
- Puro de origem: Animais que por
diversas gerações pertenceram à mesma
raça, possuindo registro genealógico que
comprove.
↠ POI: Puro de origem que foi
importado de outro país.
2
- Puro por cruza: Mesmo fenótipo de
animais PO, ou seja, possui a aparência
de um PO contudo, foi formado pelo
acasalamento de diversas gerações. Seu
registro é feito separadamente dos
puros de origem.
↠ Puro por cruza de origem
conhecida: Conhece todos os
ascendentes.
↠ Puro por cruza de origem
desconhecida: Não conhece todos
os ascendentes.
exemplo: 1- Vaca holândes com touro
31
32
outra raça.
1
32
2- holândes outra raça ( PC
63
64
1
64
geração cruza 1)
3- holândes outra coisa ( PC
127
128
1
128
geração cruza 2, muito semelhante ao
PO).
- Raça Sintética: Criação de uma raça
pelos cruzamentos.
exemplo: ⅝ europeu e ⅜ zebuínos.
- Grau de sangue: Constituição de raça
do animal. Um PO tem grau de sangue
100%.
➔ Como calcular o grau de
sangue dos animais
Dado que 50% dos genes da prole vem
da parte paterna e 50% da parte
materna, temos:
Cruzamento de 1 macho PO (100% A) x 1
fêmea POC ½ A e ½ B
100%A x 50% + ½ A x 50% + ½ B x 50%
½ A + ¼ A + ¼ B ↠ Soma-se as mesmas
raças
¾ A ¼ b ↠ Prole 1 do cruzamento. A
somatória final sempre tem que dar
100%.
➔ Estatística aplicada ao
melhoramento animal
Curva de distribuição normal
A maioria dos dados estão ao redor da
média, logo, poucos animais estão muito
acima ou muito abaixo deste valor. Além
disso, esta curva é simétrica ( os valores
abaixo da média e acima da média são
praticamente iguais), portanto, a média
coincide com a mediana, que divide a
população ao meio, e com a moda, que
evidencia a classe de maior frequência.
Para que ocorra a avaliação mais precisa,
é necessário avaliar um grande número
de dados.
Graficamente: Em curvas mais estreitas
há uma variabilidade menor no rebanho
posto que os extremos estão mais
próximos da média. Em curvas mais
largas, há uma maior variabilidade no
rebanho pois os extremos estão longe da
média.
Variância
É uma medida de dispersão ou
variabilidade em que, quanto maior o
valor, maior a variância. Seu cálculo é
feito por meio do desvio padrão.
Desvio padrão: É a raiz quadrada da
variância, ou seja, a distância entre a
média e os extremos. É expresso na
mesma unidade da medida original e
significa instabilidade na média.
Logo: ↑ o desvio padrão = ↑ a variância =
↑ aberta a curva = ↓ uniformidade.
Curva normal x Desvio padrão
Quando calculamos o desvio padrão
obedecendo a curva normal, temos que o
desvio positivo significa que está acima
3
da média e,o desvio negativo, que está
abaixo da média. Para realizar este
cálculo, temos três expressões:
𝑋 ± 1𝑆 = 68%𝑁
𝑋 ± 2𝑆 = 95%𝑁 
𝑋 ± 3𝑆 = 99, 7%𝑁
Onde:
X ↠ Média.
S ↠ Desvio Padrão.
N ↠ População observada.
Exemplo:
N = 50 cães
X altura = 50 cm
S = 1 cm
1° 𝑋 ± 1𝑆 = 68%𝑁
50 1 x 1 = 68% N±
50 1 = 68%N±
Logo, 68% dos cães tem altura:
49<X<51.
Dado que 100%cães --------- 50
68%cães----------- y
y = 34 cães.
R: Portanto, 34 cães têm altura entre
49 e 51cm.
2° 𝑋 ± 2𝑆 = 95%𝑁
50 2x 1 = 95%N±
50 2 = 95%N±
Logo, 95% dos cães tem altura:
48<x<52.
Dado que 100%cães----------- 50
95% cães----------- y
y = 48 cães.
R: Portanto, aproximadamente 48 cães
têm altura entre 48 e 52 cm.
3° 𝑋 ± 3𝑆 = 99, 7%𝑁
50 3x 1 = 99,7%N±
50 3 = 99,7%N±
Logo, 99,7% dos cães tem altura:
47<x<53.
Dado que 99,7% são aproximadamente
50 cães, temos que o valor mínimo de
altura nesse canil é 47cm e o valor
máximo de altura é 53cm.
Coeficiente de Variação
Utilizado quando as médias são
diferentes, é um valor relativo
fornecido em porcentagem, sendo usado
para comparar dados de experimentos
semelhantes e visualizar a instabilidade
na média. É possível encontrá-lo por
meio da seguinte equação:
x𝐶𝑉 = 𝑆 𝑋 100
Onde:
CV ↠ Coeficiente de variação.
S ↠ Desvio padrão.
X ↠ Média.
Logo: ↓ cv = ↓ variância = ↓ desvio padrão
= ↑ uniformidade e estabilidade.
Exemplo:
Rebanho A ↠ X = 12,5Kg leite/dia
Sa 1,25 Kg±
CVA = 1,25/12,5 x 100
CVA = 10%
Rebanho B ↠ X = 40 Kg leite/dia
Sb = 2Kg leite/dia±
CVB = 2/40 x 100
CVB = 5%
R: Portanto, o rebanho B tem uma
produção mais uniforme já que seu
coeficiente de variação é mais baixo.
Correlação
É a associação entre variáveis sem
dependência uma da outra. A correlação
não quantifica, mas observa o que
acontece com a característica A se
modificar a característica B. Seu
resultado é dado em porcentagem,
podendo ser positiva ou negativa,
4
indicando em qual sentido varia, e indo
de 0 a 100%, indicando se a correlação é
alta ou baixa. Diante disso, temos as
seguintes correlações:
Correlação Alta: Acima de 70%.
Correlação Baixa: Abaixo de 30%.
Correlação Média: Entre 30 e 70%.
Correlação Nula ou zero: Uma
característica não influencia na outra.
Correlação Positiva: Quando as
características variam no mesmo
sentido, isto é, se aumenta uma
característica, a outra também aumenta
e, se diminui uma característica, a outra
também diminui.
Correlação Negativa: Quando as
características variam em sentidos
opostos,isto é, se aumenta uma
característica, a outra diminui e
vice-versa.
exemplo: ↑ ganho diário de peso = ↓
idade da primeira cria.
obs: Conhecendo as correlações, é
possível saber o que esperar no processo
de melhoramento animal.
Graficamente: Quanto mais espalhados
os dados, mais fraca a correlação e,
quanto mais próximo de uma reta os
dados estão,mais forte a correlação.
Há também como indicar graficamente
se esta correlação é negativa ou
positiva,evidenciando também a força
desta correlação.
Negativa:
Positiva:
Regressão
É o termo estatístico que expressa o
quanto se pode esperar na mudança de
uma variável por mudança unitária da
outra variável. A regressão mostra qual
é a dependência funcional entre duas ou
mais variáveis aleatórias,
quantificando-as. É possível encontrá-la
por meio da seguinte equação:
𝑌 = 𝐴 + 𝑏𝑋
Onde:
Y ↠ Característica 1.
A/b ↠ Variáveis estatísticas.X ↠ Característica 2.
➔ Modos de ação gênica
Em primeiro lugar, é importante lembrar
que toda ação gênica está pautada na
herança, ou seja, sempre virá metade
paterna e metade materna. Contudo, o
macho acaba tendo uma maior
importância no melhoramento animal
pois ele deixa mais descendentes no
rebanho e sofre melhor a seletividade.
5
Logo, num mesmo genótipo podem existir
diferentes modos de ação gênica, sendo
importante o efeito médio dos genes em
relação ao fenótipo do indivíduo.
Ação gênica aditiva
Neste tipo de ação, se o gene está
presente ele terá efeito no fenótipo do
indivíduo independente dos outros
genes,sendo possível prever sua
ocorrência.Além disso, não há
dominância entre os alelos, o efeito de
cada gene adiciona-se aos demais.
exemplo:
Uma característica X com 100% de ação
aditiva possui o fenótipo aabb,
produzindo 2000 kg de leite. A cada
substituição de a por A e b por B
acrescenta-se 100 kg de leite.
Com isso, temos: aabb = 2000 kg
AABB = 2400 kg
1° Cruzamento entre AABB e aabb
F1: 100% AaBb
2000 + 2400/ 2 (50% pai e mãe)
F1: 2200 kg (média de produção).
2° Cruzamento entre F1 ( AaBb e AaBb)
macho
fêmea
A a
A AA Aa
a Aa aa
macho
fêmea
B b
B BB Bb
b Ba bb
BB Bb Bb bb
Aa BBAa BbAa BbAa bbAa
Aa BBAa BbAa BbAa bbAa
AA BBAA BbAA BbAA bbAA
aa BBaa Bbaa Bbaa bbaa
Diante dos 16 genótipos formadores de
F2 temos:
1 AABB = 1 x 2400 = 2400 kg
2 AABb = 2 x 2300 = 4600 kg
1 AAbb = 1 x 2200 = 2200 kg
2 AaBB = 2 x 2300 = 4600 kg
4 AaBb = 4 x 2200 = 8800 kg
2 Aabb = 2 x 2100 = 4200 kg
1 aaBB = 1 x 2200 = 2200 kg
2 aaBb = 2 x 2100 = 4200 kg
1 aabb = 1 x 2000 = 2000 kg
Total: 3600 kg
Média de F2: 3600/16 (Número de
indivíduos)
Média de F2: 2200 kg.
3° Observando os valores
Dado que só existe um indivíduo aabb
produzindo 2000 kg e um AABB
produzindo 2400 kg, é possível afirmar
que são, respectivamente, os valores
mínimos e máximos do rebanho.
Ademais, 6 indivíduos produzem o valor
da média (2200 kg) enquanto que, os
outros 8 indivíduos ficam em torno
deste valor.
Logo, o cruzamento de F2 obedece a
uma curva normal.
Conclusões importantes: Quando a
característica for 100% aditiva temos:
1- A média fenotípica de F1 = a média
dos pais = a média de F2.
6
2- O valor fenotípico de F1 é sempre
intermediário ao dos pais, quando estes
são diferentes.
3- F2 sempre originará uma curva
normal.
4- A descendência sempre terá média
igual ao valor do fenótipo.
5- A seleção de indivíduos superiores
permite o acasalamento entre eles,
produzindo descendentes superiores
também. Logo, esta seleção é muito
eficiente no melhoramento animal.
6- O cruzamento de indivíduos
heterozigotos gera maior variabilidade,
sendo necessário fazer uma seleção dos
indivíduos. Esta seleção permite um
aumento do valor da média.
↪ Nunca perder a variabilidade se não,
no futuro, não terá como melhorar mais.
Ação gênica não aditiva
A ação gênica não aditiva não é muito
utilizada no melhoramento animal pois
não é possível prever sua ocorrência,
contudo, é subdividida em ação de
dominância e de epistasia.
Dominância: Ocorre devido a interação
alélica, ou seja, de genes no mesmo local
do cromossomo. Esta ação gênica gera
dificuldades no melhoramento posto que
há uma confusão fenotípica, não sendo
possível saber se o indivíduo é
homozigoto dominante ou se o indivíduo
é heterozigoto dominante. No
entanto,para tentar descobrir, é
possível fazer a avaliação do genótipo,
que possui um alto custo, ou a
observação de cruzamentos. A
dominância pode ser subdividida em:
↪ Dominância completa: Não importa se
o indivíduo é AA ou Aa pois, como o gene
é dominante, basta somente um para
expressar o fenótipo. Ademais, o
fenótipo do filho heterozigoto sempre
será igual ao fenótipo do progenitor
homozigoto dominante (de maior valor).
↪ Dominância Parcial: O gene dominante
domina parcialmente o gene recessivo.
Logo, há uma interação dos genes dos
pais, fazendo com que o fenótipo do
filho intermediário (heterozigoto) seja a
média dos fenótipos dos pais.
exemplo: Galinha preta x Galo branco
F1: Galo cinza ( mistura dos
dois).
↪ Sobre ou superdominância: O
heterozigoto resultante do
acasalamento de dois homozigotos ( AA
e aa) possui o valor genótipo superior ao
do homozigoto dominante (de maior
valor). Esta ação pode não ser
transmitida para a progênie.
Epistasia: Ocorre devido a interação de
genes que não estão no mesmo local no
cromossomo, fazendo com que a
expressão fenotípica de uma par de
genes seja influenciada por alelos
presentes em outros locais. Atualmente,
usa-se o conceito de epistasia para se
referir a qualquer situação que haja
interação entre os efeitos de
diferentes pares de alelos.
exemplo: Crista do galo
- Crista Rosa: Se há o genótipo
R_ee
- Crista ervilha: Se há o genótipo
rrE_
7
- Crista simples: Se há o genótipo
rree.
- Crista noz: Se há o genótipo
R_E_.
Tipos de Variância
Variância genotípica: É a variância
existente em uma população devido às
diferenças genotípicas dos indivíduos,
não levando em consideração a variação
ambiental. A variância genotípica
depende da variação da ação aditiva, da
dominância e da epistasia. A soma
destas três variâncias fornece a
variância genotípica total.
𝑉𝐺 = 𝑉 𝐴𝑑𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎 + 𝑉 𝐷𝑜𝑚𝑖𝑛â𝑛𝑐𝑖𝑎 + 𝑉 𝐸𝑝𝑖𝑠𝑡
Variância fenotípica: É a variância que
mostra a variação total da população,
dependendo da variação genotípica e da
variação ambiental.
𝑉𝐹 = 𝑉 𝐺𝑒𝑛𝑜𝑡í𝑝𝑖𝑐𝑎 + 𝑉 𝐴𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
➔ Genética de populações
A genética de populações observa o que
acontece com os genes de uma população
(frequência) ao longo das gerações. Este
estudo é difícil posto que o pool gênico,
ou seja, o conjunto de genes, estão em
constante evolução, o que gera mudanças
com o tempo. Estas mudanças
constantes promovem o menor risco de
extermínio de um rebanho todo devido a
variabilidade genética dele. Ademais,
esta mudança na estrutura gênica pode
ocorrer de maneira natural ou artificial.
Conceitos básicos
A genética de populações se baseia
basicamente no estudo de dois fatores:
Frequência gênica: É a frequência de um
gene na população.
Frequência genotípica: É a frequência
da combinação dos genótipos na
população.
Controle da genética de população
Controle natural: Usualmente, os genes
indesejáveis ficam em baixa frequência
nas populações, contudo, algumas
populações podem conter estes genes e
aumentar a frequência de ocorrência. O
controle da ocorrência destes genes
está atrelado se ele é dominante ou
recessivo. Ademais, há também um
controle natural perante os genes
desejáveis, o que faz com que eles
cheguem a um limite de expressão.
Diante disso, temos:
↪ Gene indesejável dominante; A
natureza é capaz de selecionar estes
genes e excluir indivíduos portadores.
↪ Gene indesejável recessivo: O
homozigoto recessivo é excluído pela
natureza contudo, o heterozigoto não
visto que ele é normal. No entanto, o
heterozigoto é portador do gene
indesejável recessivo, logo, ele continua
a perpetuar o gene.
↪ Gene desejável: Por vezes, não é
possível aumentar mais uma
característica desejada pois o rebanho
pode ter chegado ao limite pelos genes
que possuem, ou seja, a frequência
gênica está muito baixa. Para resolver
isso, é possível inserir um reprodutor
superior aos indivíduos já presentes, o
que gerará uma maior variabilidade
genotípica.
Genética de populações em equilíbrio
Primeiramente,uma população em
equilíbrio é uma população na qual a
8
frequência de genes e de genótipos se
mantém com o tempo. Isto posto, na
prática é impossível termos uma
genética ocorrendo assim principalmente
pelo fato de realizarmos seleção
artificial, contudo, o estudo teórico dela
nos permite tirar conclusões
importantes para o uso na genética de
populações reais. Diante disso, para uma
população estar em equilíbrio temos:
1- Ela deve ser infinitamente grande
para permitir a visualizaçãode um alto
número de expressão gênica.
2- É panmítica, ou seja, há cruza entre
todo e qualquer indivíduo, aumentando a
chance dos genes se espalharem no
plantel.
3- É fechada ao movimento migratório
para que não haja a ocorrência de novos
genes.
4- Não ocorre mutações entre
organismos visto que, se ocorrer, um
gene que antes era nulo começa a
aparecer, acabando com o equilíbrio.
5- Não há seleção natural, portanto, não
há mortalidade diferencial.
Frequência gênica e genotípica
É possível realizar cálculos para
encontrar esta frequência na população.
Para este cálculo, é vital o conhecimento
se há dominância ou não do gene.
↪ Quando não há dominância: Para
encontrar as frequências, basta a
realização de uma regra de 3.
exemplo:
Uma população possui 240 indivíduos
brancos (AA), 600 indivíduos rosilhos e
360 indivíduos vermelhos (aa).
1º- Cálculo da frequência genotípica:
total da população: 240 +600+360 =
1200
1.1 - Indivíduos Brancos
1200-----------100% da população
240 ----------- X% da população
X= 20% dos indivíduos são brancos (AA)
1.2 - Indivíduos Rosilhos
1200-----------100% da população
600------------ Y% da população
Y= 50% dos indivíduos são rosilhos (Aa)
1.3 - Indivíduos Vermelhos
1200-----------100% da população
360------------ Z% da população
Z= 30% dos indivíduos são vermelhos
(aa)
2º- Cálculo da frequência do gene:
2.1 Frequência do gene A
Dado que a população total tem 1200
indivíduos, sendo que os brancos (AA) só
têm o gene A. Portanto, os 240
indivíduos brancos só possuem o gene A.
Já os 600 indivíduos rosilhos possuem
tanto o gene A quanto o a, na proporção
de metade (50%) de cada um. Logo, há
nos indivíduos rosilhos 300 genes A. Não
há gene A na população vermelha. Diante
disso temos:
1200-------------------100%
540 (240+300)-------- X%
X= 45% de genes A na população.
2.2 Frequência gene a
Dado que a população tem 1200
indivíduos, sendo que os brancos (AA)
não têm o gene a. Já os 600 indivíduos
rosilhos possuem tanto o gene A quanto
o a, na proporção de metade (50%) de
cada um. Logo, há nos indivíduos rosilhos
300 genes a. Os 360 indivíduos
9
vermelhos só possuem o gene a. Diante
disso temos:
1200------------------100%
660 (300+360)------ Y%
Y= 55% dos genes a na população.
↪ Quando há dominância: Utiliza-se o
teorema de Hardy- Weinberg, expresso
pelas seguintes equações:
Frequência do gene:
𝑝 + 𝑞 = 1
Onde:
p ↠ É a frequência do gene dominante =
F(A)
q ↠ É a frequência do gene recessivo =
F(a)
Posto que o gene pode tanto ser
transmitido pela mãe quanto pelo pai,
seja ele dominante ou recessivo, temos
uma variação desta equação para
encontrar a frequência genotípica:
𝑝2 + 2𝑝𝑞 + 𝑞2 = 1
Onde:
↠ É a frequência do genótipo do𝑝2
homozigoto dominante.
2pq ↠ É a frequência do genótipo do
heterozigoto.
↠ É a frequência do genótipo do𝑞2
homozigoto recessivo.
exemplo:
Se o fenótipo albino ocorre em 1 para
10.000 indivíduos de uma população em
equilíbrio, e o albinismo é causado por
um alelo autossômico recessivo a (aa), a
frequência aproximada de heterozigotos
na população será de?
↠ q= = 0,01 =𝑞2 = 𝑎𝑎 = 110.000 0, 0001
1%
2pq =?
1º- Encontrar frequência do dominante
(p)
Dado que: p + q = 1
p + 0,01 = 1
p = 0,99 = 99%
2º - Encontrando frequência do
heterozigoto (2pq)
Dado que: 𝑝2 + 2𝑝𝑞 + 𝑞2 = 1
0, 992 + 2( 0, 99𝑥 0, 01) + 0, 012 = 1
0,981 + 0,0198 + 0,0001 = 1
↓ ↓ ↘
Logo, a frequência aproximada de
heterozigotos na população será de
1,98%.
↪ Consequências do teorema de Hardy-
Weinberg
1) Se os acasalamentos se fazem ao
acaso, não há variação genética na
população, uma vez que as frequências
dos genótipos e dos genes serão sempre
as mesmas, geração após geração.
2) Os genes recessivos não tendem a
desaparecer por serem mais fracos, uma
vez que a frequência gênica não se
altera se os acasalamentos são ao acaso.
3) Não é possível a existência de raça
pura (homogênea geneticamente em seus
componentes). Só é possível em
organismos que se reproduzem por
autofecundação
Fatores que afetam a frequência gênica
1) Mutações : extremamente raras, não
possuem muita importância no
melhoramento.
10
2) Migração: Seu efeito depende da
proporção de migrantes e das
diferenças de frequências gênicas entre
as populações.
3) Deriva genética: Importância em
populações pequenas. Ocorre quando há
uma alteração do gene/genótipo ao
acaso.
4) Seleção: É o principal fator pois
altera a frequência gênica de forma
definitiva.
➔ Herança e o meio
Características Qualitativas
São controladas por poucos pares de
genes, cada um exercendo um efeito
grande, ou seja, há a influência de
menos genes numericamente falando,
contudo, estes genes possuem grande
efeito. Estas características sofrem
pouca ou nenhuma ação do meio, tendo
ação predominantemente genética. O
fato da genética ser o fator
determinante da característica faz com
que ela tenha alta herdabilidade e uma
seleção visual eficiente, pois o fenótipo
é o reflexo direto do genótipo.
exemplo: Cor da pelagem,
características raciais e etc.
Características Quantitativas
São controladas por muitos pares de
genes, cada um com pequeno efeito.
Dessa forma, estas características
sofrem muita influência do meio, não
possuindo uma genética determinante.
Logo, não possuem uma boa
herdabilidade e a seleção visual não é
efetiva já que, o fenótipo, está
refletindo a interação da característica
com o meio e não somente sua expressão
genotípica.
exemplo: A maioria das características
de produção (leite,engorda,produção de
ovo e etc) e as características
reprodutivas que, com exceção da idade
ao 1ºparto, todas possuem baixa
herdabilidade.
Herdabilidade
É a fração das diferenças fenotípicas
existentes entre os pais, que é de
natureza genética, e que será
transmitida aos filhos. Ou seja, a
herdabilidade mede a ação aditiva da
característica, sendo mensurada em
porcentagem, não sendo um valor fixo
pois ela tem relação com o plantel, com a
característica e de acordo com cada
raça.Ademais, como a herdabilidade
está diretamente ligada com a ação
aditiva, quanto maior a herdabilidade
mais próximo da média fenotípica dos
pais a prole ficará. Isto posto, temos:
 𝐻2 = 𝑆
2𝐴𝐷𝐼𝑇𝐼𝑉𝐴
𝑠2𝐺+𝑠2𝐴+ 𝑠2𝐺𝑥𝐴
onde:
↠ herdabilidade𝐻2
aditiva ↠ Desvio da ação aditiva.𝑆2
G ↠ Desvio da genética.𝑆2
A ↠ Desvio do ambiente.𝑆2
↠ Desvio interação genética/ambiente.𝑆2
Diante da equação, é possível mensurar
o quanto a ação aditiva irá interferir no
fenótipo como um todo, onde se houver
↑ aditiva = ↑ herdabilidade = ↓fenótipo𝑆2
geral. Do mesmo modo,se houver A= ↑𝑆2
↓ herdabilidade. Além disso, a equação
nos fornece o nível de
herdabilidade,sendo subdivida em:
11
Herdabilidade alta: Quando há forte
influência da variação aditiva na
expressão da característica, valendo a
pena a seleção. Características >30%
possuem alta herdabilidade.
Herdabilidade média: A característica
fica entre 10% e 30%.
Herdabilidade baixa: Quando há baixa
influência da variação aditiva na
expressão da característica ou a
presença da ação dos outros modos de
ação gênica (dominância,
sobredominância e epistasia). Nestes
casos, a influência do meio é muito alta
na característica, não sendo muito
indicada a seleção. Características < 10%
possuem baixa herdabilidade.
OBS: Nenhum animal possui valor de
herdabilidade, somente as
características possuem.
↪Como interpretar a herdabilidade
A interpretação da herdabilidade é
universal e é feita sob o valor
percentual,nos mostrando o valor da
ação genética.
exemplos:
1- Produção de leite tem herdabilidade
de 0,25 ( )ℎ2 = 0, 25
Logo, no fenótipo da produção de leite
25% é em decorrência de ação genética
aditiva e 75% por ação ambiental,
2- Característica racial tem
herdabilidade de 0,78 ( )ℎ2 = 0, 78
Logo, 75% da característica é devido ao
fator genético e 22% devido ao
ambiente.
Dessa forma, mesmoquando a
herdabilidade é alta, o fator ambiental
também está presente, sendo necessário
observar qual dos fatores influencia
mais na característica.
obs: No geral, a herdabilidade dos
bovinos de corte é maior que a dos
bovinos de leite, logo, a seleção é mais
eficiente em bovinos de corte já que
eles sofrem mais ação genética.
➔ Grau de parentesco e
endogamia
Grau de parentesco (R)
2 indivíduos são parentes quando entre
eles existe pelo menos 1 ascendente em
comum. Ademais, quanto mais distante o
ascendente, menor o grau de parentesco
e, por consequência, menor a proporção
de genes em comum. Diante disso, o grau
de parentesco mede a porcentagem de
genes em comum entre os indivíduos,
podendo apresentar um grau de
parentesco direto ou colateral. Para
calcularmos o grau de parentesco temos
a seguinte fórmula:
𝑅 = (𝑂, 5)𝑋
onde:
R ↠ Grau de parentesco
X ↠ Número de gerações existentes
entre indivíduos (é o número de setas).
Grau de parentesco direto: Ocorre
quando o indivíduo descende
diretamente do outro, a exemplo de
bisavôs, avôs, pais e etc.
exemplo:
A → B → C → D
onde:
- A é pai de B, avô de C e bisavô de D
- →: corresponde a 0,5 de grau de
parentesco.
1º Cálculo do grau de parentesco A e B
12
R(AB)= (0, 5)𝑋
R(AB)= (0, 5)1
R(AB)= 0,5 = 50%
Logo, existem, em média, 50% de genes
em comum entre A e B.
2º Cálculo do grau de parentesco A e C
R(AC)= (0, 5)𝑋
R(AC)= (0, 5)2
R(AC)= 0,25 = 25%
Logo, existem, em média, 25% de genes
em comum entre A e C.
3º Cálculo do grau de parentesco A e D
R(AD)= (0, 5)𝑋
R(AD)= (0, 5)3
R(AD) = 0,125 = 12,5 %
Logo, existem, em média, 25% de genes
em comum entre A e D.
Grau de parentesco colateral: É aquele
que tem ascendente em comum mas não
são gerados diretamente do outro, como
por exemplo primos, irmãos, meio
irmãos, tios e etc. Ademais, para a
representação deste grau de parentesco
usa-se o diagrama de chaves, onde a
linha superior representa o ascendente
paterno (reprodutor) e a linha inferior
representa o ascendente materno
(matriz).
exemplo:
Onde:
A é pai de X
B é mãe de X
C é avô paterno de X
D é avó paterna de X
E é avô materno de X
F é avó materna de X
1º Interpretando:
Dado que os pais de X são iguais aos pais
de Y, estes dois indivíduos são irmãos
completos.
Dado que o pai de W é o mesmo do pai
de X e Y, temos que os 3 são irmãos
paternos.
2º Conclusão:
Logo, X é parente colateral de Y e W, da
mesma forma que Y é parente colateral
de X e W e W é parente colateral de X
e Y.
13
3º Cálculo do grau de parentesco: Para
calcular, é preciso observar o parente
mais próximo de ambos.
1- Grau de parentesco X e Y
Temos em comum entre ambos os
seguintes parentes:
X → A → Y : R(XY) = (0, 5)𝑋
R(XY) = (0, 5)2
R(XY) = 0,25
X → B → Y: R(XY) = (0, 5)𝑋
R(XY) = (0, 5)2
R(XY) = 0,25
R(XY) = 0,25 + 0,25
R (XY)= 0,5 = 50%
Logo, existem, em média, 50% de genes
em comum entre X e Y.
obs: O grau de parentesco entre pais e
filhos sempre será igual ao grau de
parentesco entre irmãos completos.
2- Grau de parentesco X e W
Temos em comum entre ambos o
seguinte parente:
X → A → W: R(XW) = (0, 5)𝑋
R(XW) = (0, 5)2
R(XW) = 0,25
Logo, existem, em média, 25% de genes
em comum entre X e W.
obs: O grau de parentesco de irmãos
completos sempre será o dobro do grau
de parentesco de meio irmãos.
Endogamia (F)
É quando os pais do indivíduo são
parentes, ou seja, há parente na linha
materna e paterna. Este tipo de
cruzamento consanguíneo pode
aprimorar características positivas,
contudo, aumenta as chances de
prejuízo produtivo por homozigose
recessiva. Isto posto, uma endogamia
até 7% usualmente não gera prejuízos.
Quando excede este valor há um
aumento da chance de ocorrência de
prejuízo. Para calcularmos o valor da
endogamia temos:
𝐹 = 𝑅 2
onde:
F ↠ Endogamia.
R ↠ Grau de parentesco.
exemplo:
onde:
X é pai de T
W é mãe de T
A é avô paterno e materno de T
B é avó paterna de T
C é bisavô paterno e materno de T
D é bisavó paterna e materna de T
E é bisavô paterno de T
F é bisavó paterna de T
G é avó materna de T
H é bisavô materno de T
I é bisavó materna de T
14
1º Interpretando:
X e W são meio irmãos, posto que A é
pai de ambos, portanto, temos uma
endogamia na formação de T.
2º: Cálculo da endogamia
onde R(XW) é o grau de𝐹(𝑇) = 𝑅(𝑋𝑊)2
parentesco dos pais.
𝐹(𝑇) = 0,252
F(T)= 12,5%
Logo, em média 12,5% dos genes que
estão em heterozigose em A, passaram a
ser homozigotos em T pelo fato de X e
W serem parentes.
Exemplo cálculo real
1) De acordo com o diagrama de chaves
abaixo, responda:
1º- Qual o grau de parentesco entre
caju e nata?
Entre caju e nata, temos como parente
em comum mais próximo o touro vale
ouro de Brasília.
caju → vale ouro → rocar → nata
R(Caju e nata) = 0, 53
R(Caju e nata) = 0,125 = 12,5%
Logo, entre Caju e Nata existem, em
média, 12,5% de genes em comum.
2º - O touro X é endogâmico?
Justifique
Sim, pois seus pais (Caju e nata) são
parentes, Caju é tio de Nata. Logo, o
touro X é endogâmico.
3º - Qual o grau de endogamia do touro
X?
F(X)=
𝑅(𝐶𝑎𝑗𝑢 𝑒 𝑛𝑎𝑡𝑎)
2
F(X)=
12,5
2
F(X)= 6,25%
Logo, 6,25% dos genes que eram
heterozigotos em Vale Ouro passaram a
ser homozigotos em X pelo fato dos seu
pais (Caju e Nata) serem parentes. 
2) De acordo com o diagrama de chaves
abaixo, responda:
1º- O touro Major dos poções é
consanguíneo? Justifique
Sim, pois seus pais ( Espantoso e
Paquera) são parentes, Espantoso é pai
de Paquera. Logo, o touro Major dos
poções é endogâmico.
2º- Qual o grau de endogamia do touro
Major?
15
Para calcularmos a endogamia, primeiro
devemos encontrar o grau de parentesco
de seus pais (Espantoso e Paquera).
Espantoso → Paquera
R(Espantoso e Paquera)= 0,5 = 50%
↪Espantoso é pai de paquera.
F(M)=
𝑅(𝐸𝑠𝑝𝑎𝑛𝑡𝑜𝑠𝑜 𝑒 𝑃𝑎𝑞𝑢𝑒𝑟𝑎)
2
F(M)=
0,5
2
F(M) = 0,25 = 25%
Logo, 25% dos genes que eram
heterozigotos em Espantoso passaram a
ser homozigotos no touro Major dos
Poções. Dessa forma, Major possui um
alto índice endogâmico.
↪Endogamia na prática
É fato que a endogamia aumenta a
probabilidade de homozigose recessiva,
o que aumenta a chance de doenças, e
aumenta a chance de homozigose
dominante, que por sua vez aumenta a
chance de criação de um indivíduo
melhor em termos genéticos. O
resultado do cruzamento endogâmico
depende do genótipo da família,contudo,
quanto maior o grau de parentesco maior
a probabilidade de problemas Isto
posto, temos que:
1º- Animais produzidos em cruzamentos
endogâmicos ficam mais semelhantes:
Há uma diminuição nas diferenças
genotípicas,fenotípicas e, por
consequência, na herdabilidade e
variabilidade.
2º- A endogamia não altera frequência
gênica (não destrói ou cria novos
genes),ela altera a frequência
genotípica, aumentando a frequência de
homozigose e diminuindo a de
heterozigose.
3º- De maneira geral, é prejudicial:
Sempre preferir cruzamento exogâmico.
Caso fizer o endogâmico, realizar altos
estudos e acompanhamento.
➔ Heterose em cruzamentos
A heterose, por definição, é o termo
utilizado para caracterizar a
superioridade média dos filhos em
relação aos pais, independente da causa.
Isto posto, a heterose pode ocorrer em
todas as espécies, tendo uma tendência
de melhorar o indivíduo e corrigir a
depressão endogâmica.
Nível de heterose: O nível de heterose é
inversamente proporcional à
herdabilidade, ou seja, quanto maior a
herdabilidade menor a heterose. Isto
ocorre porque a herdabilidade por
definição afirma que os filhos são
fenotipicamente iguais aos pais devido a
ação aditiva enquanto que, a heterose,
afirma que o filho tem média fenotípica
superior a dos pais, utilizando, portanto,
de outros modos de ação gênica que não
a aditiva. Ademais, devido a esta
correlação, podemos afirmar também
que quanto maior a influência do meio,
menor a herdabilidade e, por
consequência, maior a heterose.
exemplo: Composição da carcaça
↑herdabilidade =↓heterose= ↓influência
do meio.
exemplo: Fertilidade
↓herdabilidade = ↑heterose=↑ influência
do meio.
Conceitos importantes
Mestiço ou cruzado: Este termo é usado
para denominar animais resultantes do
16
cruzamento de 2 raças ou linhagens
genéticas diferentes.
F1: Também chamado de meio sangue,
são os animais da primeira geração de
cruzamento, possuindo 50% dos genes
do pai de uma raça e 50% dos genes da
mãe de outra raça.
F2: São os animais de segunda geração
de cruzamento, ou seja, são o resultado
do cruzamento entre F1.
Bases genéticas
Na heterose, não é 100% definida,
contudo, pode se afirmar que não é a
ação aditiva. Nesse contexto, as
principais ações que atuam nesse caso
são, respectivamente em grau de
importância, de dominância,
sobredominância e, em alguns casos,
epistasia. Logo, a heterose é causada
pela dominância dos genes situados no
mesmo local dos cromossomos de origem
paterna e materna ou pela interação de
genes situados em diferentes locais dos
cromossomos.
Fatores que afetam
1º- Distância genética entre as raças
envolvidas: Quanto maior a distância,
maior a heterose pois há poucos genes
em comum, gerando animais bem
diferentes geneticamente.
2º- Tipo de característica e sua
interação com o ambiente: Quanto maior
a influência do meio, menor a
herdabilidade e, por consequência, maior
a heterose.
3º- Frequência gênica na população: É
necessário que os reprodutores sejam
de boa qualidade.
obs: A heterose pode ter valor negativo
e ser vantajosa, a exemplo da redução
da idade da puberdade pois, quanto mais
precoce, mais rápido os animais irão
para a produção.
Tipos de heterose
1º- Individual: É aquela que gera o maior
desempenho no indivíduo mestiço. Ou
seja, o animal tem, individualmente, mais
vigor do que a média de seus pais.
Ademais, este tipo de heterose não é
atribuido aos efeitos maternos e
paternos ou ligada ao sexo, é uma função
das combinações gênicas presentes na
geração corrente.
2º- Materna: É a diferença entre uma
fêmea F1 e uma de raça pura na criação
de filhotes cruzados. Ou seja, é a mãe
que consegue desenvolver melhor seus
filhotes, sendo, geralmente, a mãe
mestiça.
3º- Paterna: É qualquer vantagem de um
reprodutor cruzado frente a um
reprodutor puro na geração dos filhotes.
Ou seja, é qualquer vantagem do
reprodutor que irá gerar uma progênie
melhor.
Complementaridade entre raças
Consiste-se em buscar, no mestiço, as
vantagens das duas raças que o geraram.
Nesse contexto, é vital conhecermos a
raça pura amplamente para sabermos
qual qualidade queremos explorar e qual
é preciso complementar já que cada raça
apresenta características próprias e se
diferem na capacidade produtiva.
Ademais,este processo busca fazer uma
junção das vantagens da linhagem
paterna e materna. Dessa forma,
17
deve-se cruzar fêmeas de raças férteis
com machos das raças de melhor taxa
de crescimento, conversão alimentar e
rendimento de carne magra.
Cruzamentos
Cruzamento é quando realizamos o
acasalamento entre indivíduos de raças
diferentes, gerando um indivíduo fértil.
obs: Hibridação é o acasalamento de
duas espécies diferentes, gerando um
indivíduo quase 100% estéril, a exemplo
da mula.
Estratégia de cruzamento: Para um bom
cruzamento, é necessário alguns pré
requisitos:
- Observar o ambiente: Ver a interação
do mestiço com o meio.
- Selecionar as raças mais adequadas
aos objetivos da exploração.
- Definir o objetivo da cruza: Definir
quais características quero melhorar
geneticamente.
- Ter controle zootécnico rígido:
Realizar o descarte dos não produtivos.
- Avaliar os reprodutores:
Preferencialmente no mesmo ambiente
onde a progênie ficará.
- Utilizar diferentes alternativas de
cruzamentos envolvendo raças cujo
potencial genético seja superior: Ver o
grau sanguíneo necessário de cada raça
conforme o objetivo.
Objetivos do cruzamento: O principal
objetivo é a produção de heterose, o que
representa a recuperação da depressão
endogâmica. Outros objetivos são:
- Otimizar o mérito genético aditivo de
diferentes raças por meio da exploração
genética da variabilidade entre elas.
- Gerar complementaridade.
- Produção de raças novas que
apresentam uma alta versatilidade
genética para utilização em diferentes
ambientes ou sistemas de produção.
Estas novas raças criadas são
subdivididas em sintéticas e compostas.
↪ Sintéticas: Há o uso de 2 raças para
criação, sendo geralmente constituídas
de europeu e zebuínos.
5
8
3
8
↪ Compostas: Há o uso de 4 raças, sendo
geralmente são constituídas de uma
fração europeia continental, uma
europeia britânica, uma zebuína e uma
europeia adaptada.
obs: Quando temos uma raça pura
sintética ou pura composta significa
dizer que houve um cruzamento de
machos e fêmeas de mesma composição
racial.
Sistemas de cruzamento: Existem 3
sistemas de cruzamento, sendo eles:
- 1º Sistema simples: É o mais utilizado
pois por meio dele é possível obter a
maior heterose possível. Constitui-se em
pegar um macho puro da raça A e cruzar
com uma fêmea pura da raça B, gerando
uma progênie meio sangue AB. Esta
cruza pode ser feita tanto por
inseminação quanto por monta.
Nesse sistema, usualmente os machos
obtidos desta cruza são destinados para
o abate enquanto que, as fêmeas, são
utilizadas para outros sistemas de
cruzamento. Ademais, para o
funcionamento do sistema simples é
necessário sempre manter uma parcela
das fêmeas PO (geralmente de 20 a
30%) para cruzar com machos PO da
18
mesma raça e gerar novas fêmeas PO
que irão substituir estas matrizes
quando ficarem idosas.
↪Composição genética do sistema
simples:
1 - Pai PO A x Mãe PO B
100% A x 100% B
F1: 50% A + 50% B → Heterose máxima
(100%)
2- F1 x F1
50% A + 50%B x 50% A + 50%B
Logo, quando cruzamos F1 a heterose cai
para 50% devido aos diferentes genes
de ambos os lados, o que faz com que
uma parcela de F2 possa puxar para os
extremos. Estes indivíduos dos
extremos irão sofrer seleção e serem
eliminados.
Para tentar evitar a perda da heterose
neste cruzamento, há a realização do
tricross, isto é, pega uma terceira raça
PO e cruza com o mestiço pois, quanto
maior o número de genes, menor a
variação em F2.
↪ Perda de heterose: Depende das
diferenças genéticas entre as raças
parietais e do número de genes
envolvidos com a expressão da
característica.
- 2- Sistema contínuo ou absorvente:
Esse sistema é utilizado para a
formação de puros por cruza (PC).
Nesse contexto, esse sistema consiste
em selecionar um reprodutor puro e
cruzá-lo até obtermos um indivíduo
praticamente igual a ele geneticamente.
No entanto, a cada geração a heterose
cai pela metade.
- 3- Sistema rotacional: Esse sistema
consiste no uso alternado de
reprodutores de raças diferentes a
cada geração, ou seja, a cada geração há
uma alteração na raça pura do macho.
Para isso, usualmente há a utilização de
2 ou 3 raças. Esse sistema possui como
vantagem o fato de deixar a heterose
muito elevada, contudo, como necessita
de um alto controle, é mais utilizado em
centro de pesquisa para a criação de
novas raças.
➔ Seleção
Seleção é escolha.
No caso do melhoramento animal, a
seleção implica em determinar quais
indivíduos serão os reprodutores e as
matrizes da próxima geração e por
quanto tempo e em qual intensidade eles
irão atuar no rebanho. Logo, a seleção
permite determinar as taxas de
reprodução diferenciadas para
cada indivíduo, variando de 0% (os
descartes) até 100% (os usados
massivamente), o que, por sua vez,
permite uma alteração muito alta na
frequência dos genes na população de
acordo com o interesse. Ademais, esta
seleção pode ser para uma única
característica ou para múltiplas
características simultâneamente.
Seleção simultânea: Quanto maior o
número de características a serem
selecionadas, menor será a intensidade
de seleção de cada uma se estas
características não forem
correlacionadas. Dessa forma, temos
matematicamente que:
𝐼= 1
𝑁
19
onde:
I ↠ Intensidade de seleção
N ↠ Número de características a serem
selecionadas.
obs: Quanto maior o N, menor será o I.
obs: As características reprodutivas são
as mais importantes de sofrer seleção
pois, quanto maior a quantidade, maior a
possibilidade de escolha, melhor a
intensidade de seleção e, por
consequência, melhor a seleção.
Métodos e tipos de seleção
Para uma boa seleção, é vital uma
avaliação combinada destes fatores
sendo que a combinação mais utilizada é
o método genômico + pedigree para a
escolha de quem vai para a reprodução e
avaliar o resultado por meio do índice de
seleção..
Métodos:
↪ Pedigree: Consiste-se na seleção dos
indivíduos de acordo com informações
de seus ancestrais. Dado que, quanto
mais distante o grau de parentesco
menor a frequência de genes em comum,
a observação dos ancestrais limita-se
até o bisavô. Além disso, este método é
empregado para características de
baixa/média herdabilidade, não sendo
possível realizar uma seleção fenotípica
(visivelmente). A partir do momento que
conseguimos as informações do próprio
indivíduo, não usamos mais o pedigree.
↪ Indivíduo: Método muito utilizado em
características de herdabilidade média
a alta, sendo possível uma seleção
fenotípica. Ademais, este método
permite uma seleção rápida, sendo muito
utilizado para uma seleção inicial do
rebanho. Outro ponto positivo é que ela
permite uma alta taxa de reposição por
meio do descarte dos piores indivíduos e
da seleção dos melhores. No entanto, ela
pode ser substituída, complementada ou
aperfeiçoada com informações
adicionais de meio-irmãos ou irmãos
completos.
↪ Progênie: É a seleção pela avaliação
dos filhotes do reprodutor/matriz posto
que, se o filho é de alta qualidade, os
pais também tem uma boa qualidade.
Isto posto, este método é utilizado em
características de baixa herdabilidade
que não podem ser medidas no próprio
indivíduo ou que só se manifestam em um
único sexo. Contudo, possui a
desvantagem de ser demorada, podendo
ocorrer uma sobreposição de
populações, isto é, a formação de novas
gerações sem saber se o
reprodutor/matriz primário é bom, além
de ter um maior custo.
exemplo: É utilizada na medição da
produção de leite já que o touro não
produz leite, avaliando essa
característica, portanto, em suas filhas.
↪ Genômica: É o método mais moderno e
é feito com base em um grande número
de marcadores moleculares, isto é, ela
analisa quais grupos genéticos os animais
de maior produção possuem. Nesse
contexto, ela busca determinar se um
animal possui genes de interesse na
seleção, sendo muito preciso em
características influenciadas por poucos
genes. Contudo, em características
quantitativas, não há uma explicação
20
precisa da variabilidade genética
existente.
Tipos de seleção:
↪ Tandem: Há a seleção de uma
característica por vez, selecionando a
próxima somente depois de obter o
sucesso pretendido na primeira. Este
tipo de seleção possui a vantagem de
permitir altas taxas de ganho genético
na característica em foco, contudo,
pode ocasionar o chamado “efeito
gangorra” se alguma dessas
características tiver correlação
negativa, gerando um desequilíbrio na
população.
↪ Níveis independentes de descarte: Há
a seleção de todas as características
analisadas de uma só vez, estipulando um
valor mínimo comum a elas que o animal
deve atingir. Isto posto, devido a sua
praticidade é o método mais utilizado,
no entanto, possui a desvantagem de que
um animal excepcional em uma
característica pode ser descartado
somente por não se enquadrar no valor
mínimo de uma única característica.
↪ Índice de seleção: É, em âmbitos
técnicos, o tipo de seleção mais
adequado. Neste contexto, este tipo de
seleção pega todas as características a
serem analisadas, estabelece uma ordem
de importância, conferindo peso a estas
características de acordo com o grau de
importância e, por fim, estabelece o
valor mínimo. Logo, só haverá o descarte
do animal que não for efetivo nas 3
características. Sua maior dificuldade é
estabelecer e manter um índice que seja
bioeconômico adequado com o passar das
gerações.
Selecionando os animais
↪ Grupos contemporâneos: Para que a
seleção seja justa, é vital que a escolha
dos animais seja dentro dos grupos
contemporâneos. Isto posto, grupos
contemporâneos são animais separados
por sexo que apresentam o seu
desempenho no mesmo local e tempo,
possuem idade semelhante e são
manejados da mesma forma. Dessa
forma, este grupo padroniza as
condições dos animais, sendo que, o
animal que se destacar, será puramente
por fatores genéticos.
↪ BLUP: É o método de seleção animal
mais moderno, utilizando de toda a
informação disponível dos parentes para
maximizar a herdabilidade e obter os
valores genéticos do animal para a
determinação da característica. Dessa
maneira, o BLUP utiliza a álgebra
matricial, fazendo a avaliação genética
de vários animais ao mesmo tempo,
permitindo a comparação entre animais
de uma raça de diferentes rebanhos por
meio da inclusão dos dados da matriz de
parentesco. Ademais, por meio desses
dados há a estimação mais precisa
possível da tendência do rebanho
Conceitos básicos na seleção
Intensidade de seleção (i): A
intensidade de seleção depende da
fertilidade do rebanho, do método de
reprodução e do número de animais. Isto
posto, quanto mais rigorosa for a
seleção, maior será o descarte de
animais, menos animais ficarão para a
21
reposição resultando, portanto, em uma
maior intensidade de seleção. Nesse
contexto, matematicamente temos:
𝑖 = 1
𝑛
onde:
i ↠ Intensidade de seleção
n ↠ Número de características
obs: A intensidade de seleção em
machos sempre será maior que em
fêmeas pois na propriedade há uma
menor retenção de machos, fazendo com
que a exigência de seleção (i) no
reprodutor que restou seja muito alta.
Além disso, os machos irão deixar mais
descendentes que as fêmeas.
Diferencial de seleção (DS): É o
resultado da diferença da média dos
indivíduos selecionados para a
reprodução da média da população.
Nesse contexto, este valor é muito
influenciado pela reprodução pois,
quanto maior a quantidade de indivíduos,
maior o poder de escolha e, com isso,
maior o DS. Diante disso,
matematicamente temos que:
→𝐷𝑆 = 𝑋𝑆− 𝑋𝑃 𝐷𝑆 = 𝑖 𝑋 𝑠𝑓
onde:
DS ↠ Diferencial de seleção
↠ Média dos indivíduos selecionados 𝑋𝑆
para a reprodução
↠ Média da população 𝑋𝑃
i ↠ Intensidade de seleção
sf ↠ desvio fenotípico
obs: O indivíduo reprodutor sempre tem
que ter a média maior do que a
população para que a seleção seja
efetiva.
Resposta a seleção/ Acréscimo
genético: A resposta à seleção é a
diferença entre o valor fenotípico médio
dos descendentes dos pais selecionados
e a média da geração paterna antes da
seleção, ou seja, é a média dos filhos
frutos dos pais diferenciais. Isto posto.
para calcularmos o acréscimo genético
temos:
△𝐺 = 𝐷𝑆 𝑋 ℎ2
onde:
↠ Ganho genético.△𝐺
DS ↠ Diferencial de seleção
↠ herdabilidadeℎ2
Logo, quanto maior a herdabilidade e o
diferencial de seleção, maior será a
resposta à seleção. Em um cenário ideal,
o ganho genético máximo seria obtido
em um rebanho grande (melhor DS), com
baixa mortalidade e com uma
característica de alta herdabilidade. No
entanto, como no dia a dia a maioria das
características de interesse econômico
possuem baixa herdabilidade, é vital
fazer uma seleção rigorosa para
aumentar o DS e, por consequência, o
ganho genético.
obs: O resultado do ganho genético
mostra a diferença do ganho em
decorrência de fatores genéticos.
obs: Se houver endogamia há um
prejudicamento do G com o tempo pois∆
a endogamia aumenta a homozigose,
diminuindo a herdabilidade e a diferença
entre os pais.
Ganho genético anual ( GA): É o ganho∆
genético dividido pelo intervalo médio de
gerações, ou seja, é a idade média dos
pais na época que tiveram os filhos.
Neste contexto, matematicamente
temos:22
→ I =∆𝐺𝐴 = 𝐷𝑆 𝑥 ℎ
2
𝐼
𝐼𝑀𝑎𝑐ℎ𝑜 + 𝐼 𝑓ê𝑚𝑒𝑎
2
onde:
↠ Ganho genético anual∆𝐺𝐴
DS ↠ Diferencial de seleção
I ↠ Intervalo médio entre gerações
(sempre em anos).
Logo, se a herdabilidade for zero, todo
o ganho não tem fatores genéticos
envolvidos. Com isso, temos que o DS, a
herdabilidade e o intervalo de gerações
influenciam o :∆𝐺𝐴
- DS: Se ele aumenta, aumenta o
. Ademais, o DS é∆𝐺𝐴
influenciado pela intensidade de
seleção e pelo desvio fenotípico.
- Herdabilidade: Se aumenta,
aumenta o .∆𝐺𝐴
- Intervalo de gerações: Quanto
maior o I, maior o tempo para se
obter o resultado e, por
consequência, menor a resposta.
→ Dica de cálculo nos rebanhos ←
Forma indireta: Descubro DS do macho
e da fêmea, dividindo-os por 2 obtendo
o DS do rebanho. Esse Ds do rebanho
multiplico pela herdabilidade dará o
Ga.∆
Forma direta: Descubro o G do macho∆
e da fêmea. Somo os dois G e divido∆
por dois, chegando ao G médio.∆
➔ Avaliação genética
Método utilizado para classificar os
animais em termos de produtividade
utilizando, para isso, todas as
informações disponíveis. Nesse
contexto, a avaliação genética tem como
intuito a seleção de animais superiores e
o descarte dos inferiores com base em
seus respectivos valores genéticos.
Ademais, usualmente esta avaliação é
feita no macho devido a facilidade de
disponibilização de material genético.
Conceitos básicos
Valor genético: É o mérito genético do
indivíduo como reprodutor ou matriz,
sendo calculado para cada característica
de interesse e possuindo a mesma
unidade da característica avaliada.
Ademais, o valor genético transmitido
para a progênie sempre é 50% do valor
genético do reprodutor ou matriz.
PTA ou DEP: É a habilidade prevista de
transmissão do reprodutor, ou seja, é o
que o indivíduo transmite em termos da
característica escolhida, sendo,
portanto, metade do valor genético.
↪ PTA: Utilizada para se referir a
características de gado de leite.
↪ DEP: Utilizada para se referir a
características de gado de corte ou de
outras espécies.
Nesse contexto, para calcularmos a PTA
ou a DEP temos:
ou𝑃𝑇𝐴/𝐷𝐸𝑃 = 𝑉𝐺2 𝑉𝐺 = 2𝑃𝑇𝐴/𝐷𝐸𝑃
Avaliação linear ou de tipo: É a avaliação
daquilo que o reprodutor pode melhorar
ou piorar fenotipicamente na prole
sendo, portanto, uma mensuração visual
(morfológica).
exemplo: Altura da garupa, tamanho de
úbere e etc.
Acurácia: É o grau de confiança das
avaliações onde, quanto mais
informações e maior a herdabilidade da
característica, maior a acurácia. Este
dado é fornecido em porcentagem.
Repetibilidade: Correlação entre
medidas repetitivas de uma
23
característica em um mesmo animal.
Dessa maneira, quanto mais constante o
rebanho for ao longo dos anos, maior a
repetibilidade.
Métodos
Toda avaliação genética é gerada com
base em dados das características que
quero avaliar dos reprodutores, sendo
aferidas em todos os indivíduos
parentes, onde, quanto maior a avaliação
dos aparentados, maior a confiabilidade.
Hoje em dia, associa-se os métodos de
avaliação genética com a avaliação
genômica.
Métodos do índice de seleção: Criação
de índices matemáticos envolvendo
várias características.
Método dos modelos mistos (MMM):
Sistema estatístico de avaliação de
reprodutores e matrizes que inclui o
valor genético aditivo do animal, sendo o
mais utilizado. Nesse contexto, para sua
criação são utilizadas informações de
desempenho do próprio animal e de seus
parentes onde quanto maior o grau de
parentesco maior a relevância. Logo, por
meio do MMM é possível separar o que
são fatores genéticos, o que são
ambientais e o que são erros, obtendo,
assim, uma PTA ou DEP.
obs 1 : Modelo animal - Uma forma de
MMM que utiliza o método BLUP para
obter a avaliação genética de cada
animal.
obs 2: BLUP - Maximiza a acurácia e, por
consequência, gera uma melhor
estimativa da DEP e PTA.
Etapas da avaliação genética
Para uma avaliação genética coerente e
precisa, é vital a sequência de algumas
etapas para sua formulação, sendo elas:
1ª- Geração de informações na fazenda.
2ª- Encaminhamento dessas
informações para o centro de avaliação.
3ª- Formação dos grupos
contemporâneos visando obter a relação
entre os filhos do touro/matriz avaliada
e os demais do rebanho.
4ª- Formação dos arquivos de dados.
5ª- Realização do cálculo de grau de
parentesco de todos os indivíduos.
6ª- Formação de equações com as
informações que serão avaliadas
simultâneamente e obtendo as
respectivas soluções. Para esta solução,
o método mais utilizado é o modelo
animal.
7ª- Obtenção das PTAs ou DEPs.
Formas de avaliação genética
Teste de progênie: Teste utilizado para
avaliação dos pais com base no
desempenho de seus filhos em uma
determinada característica. Dessa
maneira, esse teste é indicado para
características de baixa a média
herdabilidade e em características que
não se manifestam em ambos os
sexos.Logo, essa forma de avaliação
possui a vantagem da alta confiabilidade,
que aumenta conforme o número de
filhos, e a desvantagem do alto tempo
de espera para o resultado e do alto
custo devido ao envolvimento de uma
série de instâncias.
Exemplo: Produção de leite - Só verá o
valor genético do macho em suas filhas,
24
sendo recomendado, no mínimo, a
avaliação de 30 filhas.
Teste de performance: É feita a
avaliação do indivíduo com base em seu
próprio desempenho. Dessa maneira,
esse teste é indicado para
características de alta herdabilidade.
Como vantagem dessa forma de
avaliação temos a rapidez que se obtém
as informações, contudo, como
desvantagem tem o fato de ser restrita
a características de alta herdabilidade
pois, se tiver alta influência do meio, já
não é eficaz. Este fato é uma
desvantagem muito grande posto que a
maioria das características de produção
possuem baixa herdabilidade.
DEPs e PTAs
As DEPs e PTAs são as diferenças
esperadas na progênie, ou seja, são
comparações e predições visualizadas
nos filhos. Dessa maneira, quanto maior
a DEP/PTA, melhor a qualidade desse
reprodutor nessa característica
avaliada. Contudo, só este dado não
basta sendo que, para o animal ser usado
com alta intensidade, além da alta DEP
ele também deve ter alta acurácia.
Podemos obter esse dado por
intermédio da seguinte equação:
𝑉𝐺 𝑝𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑒 = 𝐷𝐸𝑃𝑝𝑎𝑖 + 𝐷𝐸𝑃𝑚ã𝑒
Como são geradas: Há a coleta de dados
das progênies a campo, dados esses que
serão confrontados com a base genética.
Com base nesse confrontamento, haverá
a estipulação se o animal é inferior a
essa base, ou seja, não irá agregar valor
genético, ou se é superior a essa base,
ou seja, irá agregar valor genético.
↪ Base genética: É um ponto de
referência no qual o valor genético é
expresso. Para isso, um grupo de animais
é selecionado em uma determinada data
e a média de suas avaliações se fixa no
zero, o valor de referência.
Como interpretar: A interpretação
sempre é feita com base na comparação
da mesma característica e no mesmo
índice de seleção.
Touro A x Touro B
DEP 365: +10Kg x DEP 365: -5Kg
- 1º: Interpretando os dados
Touro A: Dado que sua DEP 365 é +10 Kg
isto significa que ele está 10kg acima da
base genética, tendo, portanto, uma DEP
positiva. Logo, o touro A produziu filhos,
em média, 10 Kg mais pesados em
comparação à base genética.
Touro B: Dado que sua DEP 365 é -5Kg
isto significa que ele está 5Kg abaixo da
base genética, tendo, portanto, uma DEP
negativa. Logo, o touro B produziu
filhos, em média, 5 Kg mais leve em
comparação à base genética.
- 2º: Diferença entre os touros
Touro A - Touro B
10 - (-5) = 15Kg
Logo, a diferença entre touros é de 15
Kg, o que indica que: Os filhos do touro
A terão, em média, 15 Kg a mais que os
filhos do touro B.
Reprodutor velho x Reprodutor novo:
Um reprodutor velho possui a vantagem
de possuir mais dados (maior DEP e
PTA), possuindo, por consequência,
maior acurácia e segurança. Já os
animais mais jovens não possuemessa
segurança, contudo, se o melhoramento
25
animal está sendo feito, usualmente eles
têm um ganho genético/valor genético
anual maior. Logo, por enquanto os
animais mais velhos possuem mais
acurácia mas, com avanço da tecnologia
genômica, animais jovens podem passar a
ser tão seguros quanto.
Confiabilidade: A confiabilidade dos
valores de DEP e PTA dependem da
acurácia, tendo acurácia baixa se forem
menores que 50% e acurácia alta se
forem maiores que 70%.
Dessa forma, quanto ↑acurácia =
↓variação = ↑ confiança na DEP/PTA= ↑
informação de dados.
Exemplo na prática 1:
Pai de A: VG = + 20Kg
DEP = +10Kg
Mãe de A: VG = + 5Kg
DEP = + 2,5Kg
Touro A:
VGA = DEPpai + DEPmãe
VGA = 10 Kg + 2,5Kg
VGA = 12,5KG
Dado que a DEP é a metade do VG,
temos que a DEPA = + 6,25 Kg.
Exemplo na prática 2:
Touro PTA -
Leite
Acurácia
1 +800Kg 0,85
2 +750Kg 0,60
3 +450Kg 0,92
4 -150Kg 0,99
1- Qual o melhor touro para o aumento
futuro na produção de leite?
R: O touro 1 dado que ele possui alta
PTA e alta acurácia. Após ele, como mais
seguro seria o touro 3 devido a maior
acurácia.
2- Qual touro não utilizar?
R: O touro 4 posto que é 99% de
certeza que sua PTA é -150Kg, ou seja,
que é negativa.
3- A filha do touro 4 pode vir a ser
melhor que a filha de um touro 1?
R: Pode posto que as avaliações nos
fornecem um valor médio, logo, apesar
de não esperado, pode ocorrer.
4- Qual seria o touro recomendado para
uma alta intensidade de uso?
R: O touro 1 já que ele possui alta PTA
e acurácia.
5- O uso do touro 2 é recomendado?
R: Sim dado que ele possui alta PTA e
uma acurácia média. Logo, é possível que
sua PTA possa aumentar nas gerações,
sendo um uso arriscado porém que pode
dar certo.
6- Qual seria a diferença média da
progênie do touro 1 x touro 2?
R: Touro 1: +800Kg
Touro 2= +750Kg
Touro 1 - Touro 2 = 800-750= 50Kg
Logo, assim como nos reprodutores,
espera-se que a diferença de +50Kg se
mantenha. Ou seja, o valor de DEP pode
mudar, mas a diferença não.
Índices de seleção
É composto pela avaliação de diversas
características com base nas avaliações
genéticas, evidenciando animais
equilibrados. Nesse contexto, temos
como principais índices:
- Índice ABCZ/PMGZ
- Índice ANCP: MGTe
- Índice EMBRAPA: IQGb
26
Marcadores moleculares
Utilizado para descobrir genes em
comum em animais de alta produção.
Nesse contexto, os marcadores
moleculares evidenciam os genes
associados a uma característica,
havendo divergências entre espécies e
raças.
obs: Avaliação fenotípica - Utilizada em
conjunto com os métodos de avaliação
genética pois há casos que somente o
visual pode definir, a exemplo da
qualidade do corpo. Contudo, sempre
priorizar avaliação genética, somente
utilizar a fenotípica como complemento.
Núcleos MOET
Dado que “MOET” significa ovulação
múltipla e transferência de embriões, a
avaliação pelo núcleo moet é a avaliação
genética do indivíduo através da
produção das suas irmãs completas ou
meio irmãs. Nesse contexto, esse tipo
de avaliação é feito com base no
pressuposto de que irmãos
completos/meio irmãos compartilham de
50% dos genes, sendo mais rápida do
que o teste de progênie, por exemplo, e
mais utilizados, no Brasil, em gado
leiteiro, especialmente da raça Guzerá.
Metodologia: Há a seleção das melhores
fêmeas com base em dados de produção
e pedigree, formando um rebanho
núcleo. Dentre esse rebanho,
seleciona-se os melhores animais e, em
cima das fêmeas, é feita uma
fecundação in vitro com o esperma dos
melhores machos, realizando uma
pressão de seleção alta, fazendo uma
massificação de reprodução, gerando
inúmeros filhos e, por consequência,
diversos irmãos completos. Dessa
maneira, os machos nascidos serão
avaliados com base no desempenho das
fêmeas nascidas, suas irmãs completas.
Tipos de MOET
↪ Original: Contava apenas com a
avaliação do indivíduo, ou seja, pela
avaliação fenotípica de produção ou pelo
seu pedigree. Em casos de animais
jovens, a seleção era feita somente com
base no pedigree, enquanto que os
adultos eram selecionados pelo seu
próprio desempenho + pedigree.
↪ Misto: Conta com resultados do teste
de progênie, realizando o MOET para
acelerar o processo. Dessa forma, em
fêmeas jovens ainda se faz a seleção
por pedigree já que ela ainda não teve a
1ª lactação enquanto que, em fêmeas
adultas, utiliza-se a avaliação fenotípica
de produção e o pedigree. Já em
machos, a seleção é feita pelo teste de
progênie.
Vantagens: Devido a reprodução massiva
de fêmeas elite de uma raça, há um grau
de seleção muito alta e uma alta
velocidade de obtenção de dados,
permitindo, portanto, um ganho genético
mais alto.
Desvantagens: Como há uma alta
produção de irmãos completos e meio
irmãos há um alto risco de endogamia.
Se caso não tiver atenção, a depressão
endogâmica pode comprometer todo o
ganho genético.
➔ Principais alterações genéticas
em bovinos e caninos
27
De forma geral, alterações genéticas
não são comuns, contudo, se
manifestadas é vital sabermos as
principais doenças que acometem estas
espécies. Além disso, como forma de
prevenção, quanto menos cruzamentos
endogâmicos forem feitos,menor a
probabilidade do surgimento destas
doenças.
Bovinos
BLAD: Conhecida como deficiência de
adesão leucocitária bovina, essa doença
é uma enfermidade autossômica
recessiva, ou seja, só se manifesta em
homozigose recessiva, sem
predisposição por sexo. Dessa forma,
esta doença ocorre por uma mutação no
gene CD18, que atua no processo de
adesão celular, causando, portanto,
prejuízos da função imunológica.
↪ Sinais clínicos: Surgem entre 2 e 8
semanas de vida. Nesse contexto, como
essa doença afeta o sistema imune, os
animais apresentam infecções
bacterianas recorrentes, demora na
cicatrização de feridas, má condição
corporal e baixo desenvolvimento. Logo,
grande parte dos bezerros morrem
antes de 1 ano de vida.
↪ Diagnóstico: Feito por exclusão já que
seus sinais podem ser confundidos com
outras enfermidades, como pneumonia,
falta de colostro e etc. Ademais, hoje
em dia, pela avaliação genética é possível
encontrar a mutação no gene antes da
manifestação dos sintomas
, detectando se os animais são
portadores ou não do gene para BLAD.
obs: Se um animal for portador do gene,
isso não impede de seu semen ser
transmitido, no entanto, no catálogo
estará fornecida essa informação.
CVM: Doença do complexo de
malformação vertebral, esta
enfermidade é autossômica recessiva e
letal, pois os animais doentes possuem
um processo muito grave da formação da
coluna vertebral, sendo ou abortados ou
morrendo após o nascimento
(natimortos). Além disso, 50% dos
animais doentes têm anomalias
cardíacas, não sendo viável seu
desenvolvimento. Dessa forma, os
sintomas da malformação já
manifestam-se durante o
desenvolvimento embrionário.
DUMPS: Doença da deficiência de
uridina monofosfato sintetase. Nesse
contexto, a uridina monofosfato
sintetase é uma enzima relacionada à
síntese de DNA e RNA, e, animais com
DUMPS, possuem uma deficiência
parcial nessa enzima . Logo, essa
enfermidade é autossômica recessiva
letal, onde os homozigotos recessivos
sofrem morte embrionário e, os
heterozigotos (portadores do gene) são
normais, contudo possuem um aumento
na excreção de orotato no leite (Vit
B13) e uma diminuição da UMP sintetase
eritrocitária, o que permite um
diagnóstico por meio desses sinais
clínicos.
↪ Diagnóstico: Por marcadores
moleculares na avaliação genotípica ou
por sinais clínicos no caso de animais
portadores. Ademais, em rebanhos com
28
animais portadores há um aumento no
número de abortos e cios irregulares.
Dupla musculatura: Mutação hereditária
recessiva que ocorre no gene da
miostatina, proporcionando uma dupla
musculatura. Dessa maneira, há uma
hiperplasia das fibras musculares,
havendo um aumento do número de
fibras musculares esqueléticas.
↪ Predisposição: Animais das raças
charolês, belga azul e piemontês.↪ Vantagens: Maior rendimento de
carcaça e melhor conversão alimentar,
fazendo com que o animal engorde com
mais facilidade e tenha um volume
muscular maior.
↪ Problemática: Redução da fertilidade
nas fêmeas e maior susceptibilidade ao
estresse, produzindo carnes de pior
qualidade no momento do abate, e
deformidades corporais.
obs: O gene da miostatina possui
dominância incompleta, logo, alguns
animais não manifestam esse fenótipo
característico mesmo possuindo o
mesmo genótipo de animais que
manifestam este fenótipo.
Caninos
Astenia cutânea: Também conhecida
como dermatosparaxia ou síndrome de
ehlers-danlos.
↪ Sinais clínicos: Hiperextensibilidade e
fragilidade da pele, favorecendo
lacerações espontâneas e ferimentos ao
menor arranhão.
Surdez congênita: Determinada por um
gene autossômico dominante,
frequentemente está associada a
alterações de pigmentação, tais como
cor branca e olhos azuis.
↪ Raças com predisposição: Dálmatas.
Criptorquidismo: Característica
autossômica recessiva que pode ser
temporária e corrigível, contudo, não é
recomendado utilizar estes animais para
a reprodução. Dessa maneira, sua
correção é feita com tratamento
hormonal e, se este tratamento não
surtir efeito, fica comprovado a
anomalia congênita.
↪ Consequência: Aumenta probabilidade
cancerígena devido ao posicionamento
errado do testículo.
Doença de christmas: Também chamada
de hemofilia tipo B, essa enfermidade é
uma doença hemorrágica hereditária
decorrente da deficiência quantitativa
ou qualitativa do fator IX de coagulação.
Dessa forma, essa doença é herdada
como uma condição recessiva ligada ao
cromossomo X, acometendo, portanto,
majoritariamente indivíduos do sexo
masculino.
Displasia coxofemoral:Doença
hereditária,recessiva, intermitente e
poligênica,não sendo recomendado o
cruzamento endogâmico por aumentar a
probabilidade de homozigotos
recessivos (doentes)
↪ Raça com predisposição: Pastor
alemão.
Atrofia progressiva da retina: Doença
recessiva localizada no cromossomo X
que tende a levar a cegueira, não tendo
cura.
↪ Raças com predisposição: Poodle,
setter irlândes, labrador, akita, collie,
29
dachshund, samoieda labrador, cocker
spaniel, schnauzer miniatura e golden
retriever.
Melhoramento genético em cães
Varia de acordo com a intensidade de
seleção, acurácia e variabilidade
genética. Dessa forma, quanto maior
esses fatores, melhor o melhoramento.
Características de interesse:
Geralmente características de
reprodução, comportamento,
conformação corporal e doenças
específicas.
↪ Geralmente características com
melhor herdabilidade possuem maior
acurácia.
- Reprodutivas: Herdabilidade
baixa, com alta influência do
ambiente.
- Conformação corporal: Alta
herdabilidade, sendo muito
influenciadas pela genética.
- Peso: Herdabilidade alta, sendo
muito influenciada pela genética.
- Comportamento: Possui uma
influência genética significativa,
onde o nervosismo está mais
associado a fatores genéticos (h
= 0,58), a desconfiança e
distração do olfato mais
associada ao ambiente ( h= 0,1 e
h=0), o sucesso em programas de
treinamento por fatores
genéticos ( h= 0,44) e a
afabilidade, ou seja, se é dócil,
tem influências genéticas e
ambientais (h = 0,37).
Doenças comuns: Temos como doenças
comuns a displasia coxofemoral,
epilepsia, arritmia cardíaca e
espondiloses deformantes em boxers,
calcificação do disco invertebral em
basset e glaucoma em samaioeda, onde
cada um possui uma predisposição
genética diferente, sendo elas:
- Displasia coxofemoral:
Herdabilidade entre 0,26 a 0,35,
tendo uma herança razoável.
- Epilepsia: Herdabilidade de
0,71,tendo uma herança altíssima.
- Arritmia cardíaca e espondiloses
deformantes em boxers:
Herdabilidade de 0,41. tendo uma
herança alta.
- calcificação do disco invertebral
em basset: Herdabilidade de
0,22, sendo baixa a herança.
- Glaucoma em samoieda:
Herdabilidade de 0,58, tendo
herança alta.
➔ Resumão
Objetivos: Aumentar o lucro e alimento
produzido pelo rebanho. Para isso,
utiliza-se a genética aditiva, a
complementaridade entre raças e a
heterose.
Princípios de seleção: Processo de
reprodução diferencial determinado
pelo produtor, sendo necessária uma
precisão da avaliação genética.
Principais problemas: Descobrir quais
componentes do fenótipo possuem base
genética e será transmitida a progênie.
Ademais, é vital saber a influência do
ambiente na manifestação da
característica.
30
.↪ Para solucionar, deve haver diversas
fontes de informações com qualidade e
quantidade.
Fontes de informação: Dados de
produção, recolhendo do próprio
indivíduo, de parentes ou de outros
métodos, como o marcador molecular.
↪ Performance individual: Má
indicadora do marcador genético devido
a baixa herdabilidade, dependendo,
portanto, mais da atuação do ambiente.
Dessa maneira, usualmente em gados de
corte é utilizada devido as maiores
herdabilidades da característica desses
animais, aumentando, portanto, a
precisão. Já em gados de leite, esse tipo
de seleção não é eficiente.
- Herdabilidade = 50% → Precisão
de 71%.
obs: Maior herdabilidade = maior
precisão.
Informação de parentes: Complementa a
performance individual sendo que,
quanto mais próximo o parentesco, maior
a correlação genética.
- Pais e filhos = 50% de correlação
- Irmãos completos = 50% de
correlação
- Meio irmãos = 25% de correlação
Teste de progênie: Indicado para
características de baixa a média
herdabilidade e para avaliação de
características que não se manifestam
em ambos os sexos.
- Quanto menor a herdabilidade,
maior o número de progênie
necessária para assegurar a
acurácia.
obs: Atualmente, não avalia somente as
filhas do reprodutor, mas sim todos os
parentes possíveis.
Teste de performance: Indicada para
características de alta herdabilidade,
sendo muito rápido, preciso e um menor
intervalo entre gerações já que avalio
nele mesmo.
obs: Toda comparação no melhoramento
genético só tem fundamento se for
feito dentro de grupos contemporâneos.
Seleção: Pré selecionar as
características que quero selecionar,
não selecionando diversas para não
diminuir a intensidade de seleção.
↪ A seleção tende a reduzir as
variâncias genéticas e fenotípicas do
rebanho, tendo tendência a realizar
cruzamentos endogâmicos. Para que isso
não ocorra, recomenda-se pegar machos
superiores fora do rebanho e fertilizar
as fêmeas com esse material genético.
Estimativa de efeito genético: Busca
descobrir os melhores genes para serem
transmitidos. Para descobrir, utiliza-se
o teste de performance, avaliação
pedigree, teste de progênie ou, como
mais recente, o método BLUP.
↪ Método dos modelos mistos: Utilizado
para estimação simultânea dos efeitos
genéticos e ambientais daquela
característica, gerando as propriedades
BLUP e, como principal modelo misto,
temos o modelo animal, que gera as DEPs
e PTAs.
DEPs e PTAs: Estimativa da metade do
valor genético do indivíduo, sendo
expressas na mesma medida da
característica e realizada entre
31
características avaliadas no mesmo
teste com a mesma base genética. Dessa
forma, a DEP fornece os efeitos da
genética aditiva.
↪ Uso maciço: Alta DEP e alta acurácia.
↪ Uso médio: Alta DEP e acurácia
mediana - poder vir a ser bom.
↪ Não utilizar: Baixa dep e alta acurácia.

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