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FARMACOLOGIA GERAL UNIDADE II -

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Medicina – UNINASSAU 3º PERIODO MED13MA Julyanne Cordeiro 
FARMACOLOGIA GERAL – UNIDADE II 
 
1 
 
 
Excreção (farmacocinética) 
Aula – 20/08/2020 
Quando se fala sobre excreção, relaciona-se logo ao rim. Existem outras formas de excreção 
não preferíveis, como suor, fezes. Normalmente excreções por fezes são quando medicações 
não foram bem absorvidas pelo intestino (remanescente por não absorção) ou que foi 
excretada pela bile (parcela pequena). 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS 
Todo o processo de metabolização já é um preparo para excreção. Dessa forma, a metabolização 
é o início da excreção. 
Com exceção dos pulmões, os órgãos excretores excretam mais eficazmente os compostos 
polares. 
Os fármacos lipossolúveis não são facilmente eliminados até se tornarem substâncias polares 
(BIOTRANSFORMAÇÃO). 
Se o medicamento continuar lipossolúvel não será excretado, pois assim consegue ser 
reabsorvida ao nível renal, por isso precisa ser transformada em hidrossolúvel. 
Fármacos hidrossolúveis são excretados sem grandes dificuldades, eles até mesmo circulam 
pouco no organismo justamente pela característica polar, chegando ao túbulo renal e não 
conseguindo ser reabsorvido, sendo excretado através da urina. Consequentemente, seu efeito 
também será reduzido. 
 Diazepam: passa por vários processos de metabolização, demora a sair do organismo pois 
é altamente lipossolúvel. Sendo necessária uma conjugação para que seja excretado. 
 Penicilina: altamente hidrossolúvel, na sua primeira passagem renal uma grande parcela 
vai embora. Efeito curto. 
Para sair na urina, é necessária a forma hidrossolúvel. 
A molécula não precisa ser hidrossolúvel para ser eliminada pelo pulmão, normalmente são 
anestésicos. O restante, como suor, saliva também só excreta em forma hidrossolúvel. 
Eliminação = Biotransformação + Excreção 
 
 
 
 
 
 
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Medicina – UNINASSAU 3º PERIODO MED13MA Julyanne Cordeiro 
FARMACOLOGIA GERAL – UNIDADE II 
 
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A Amoxicilina passa pelo estômago, intestino e fígado, sofre metabolismo de primeira passagem, 
ganha a circulação sistêmica e ao nível renal será excretada, não ocorre recirculação. 
Já um fármaco lipossolúvel, numa administração por via oral ocorrendo absorção intestinal, passa 
pelo fígado, do coração é distribuído de forma sistêmica, e no rim é reabsorvido e volta para a 
circulação. Por isso é importante a metabolização. 
Rim é o órgão mais importante para excreção dos fármacos 
Substâncias excretadas nas fezes são predominantemente fármacos ingeridos por via oral que não 
foram absorvidos, ou metabólitos dos fármacos excretados na bile ou diretamente no trato 
intestinal e que não foram reabsorvidos. 
Pode haver excreção no leite materno – normalmente, pouca quantidade, mas pode ser 
perigoso para a criança. 
As drogas diferem acentuadamente na sua velocidade de excreção pelos rins, começando desde a 
penicilina excretada quase totalmente depois de uma única passagem pelo rim, até o diazepam 
que é excretado de modo muito lento. 
A maioria dos fármacos se encontra entre esses dois extremos, e os produtos de metabolismo de 
fase I e II são quase sempre excretados mais rapidamente que o composto original. 
Fármacos lipossolúveis são excretados mais lentamente que os hidrossolúveis. 
Extremos: diazepam (mais lento), penicilina (mais rápido). 
MEIA-VIDA 
A duração do efeito de alguns fármacos está relacionada à sua meia-vida 
Meia-vida = tempo necessário para a quantidade do fármaco original no organismo se reduzir à 
metade 
A cada tempo de uma meia-vida a concentração decresce em 50% do valor que tinha no início. 
Esses valores são verificados pela observação da concentração no plasma (meia-vida 
plasmática). Quanto mais lipossolúvel maior será o tempo de meia vida. 
Teoricamente, nunca se elimina 100% do fármaco. 
Para fins práticos o processo se completa após 4 t1/2 
O teste é feito em pessoas sadias, em que uma determinada dose é administrada e em cada 
período de tempo se avalia a concentração sanguínea do fármaco. 
O tempo de meia vida é necessário para estipular quando deverá ser administrada a próxima 
dose do medicamento. 
VIA INTRAVENOSA 
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EXCREÇÃO RENAL DOS FÁRMACOS 
Existem três processos básicos responsáveis pelas grandes diferenças na excreção renal: 
 
Filtração glomerular 
Secreção ou reabsorção tubulares ativas 
Difusão passiva através do epitélio tubular (fármacos lipossolúveis retornam por reabsorção) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILTRAÇÃO GLOMERULAR 
A albumina, devido ao seu alto peso molecular, não é filtrada – fármacos ligados à 
albumina não são filtrados no glomérulo. Só são excretados fármacos em fração livre. 
Fármacos de baixo peso molecular podem atravessar (exceção à heparina – 
macromolécula). 
Quando o fármaco está ligado à proteína plasmática, sua concentração no filtrado 
glomerular será menor que a concentração plasmática. 
Ex.: Varfarina – 98% ligada a proteínas plasmáticas 
2% no filtrado glomerular 
Proteinúria é indício de lesão renal 
 
Até 20% do fluxo plasmático renal são filtrados através do glomérulo (fármacos de baixo 
peso molecular em fração livre) 
80% do fármaco pode passar para os capilares peritubulares do túbulo proximal 
Nesse local, os fármacos são transferidos para a luz tubular através de 2 sistemas 
transportadores independentes e seletivos 
Tudo o que consegue entrar com facilidade na absorção, pra sair 
precisará de metabolização para facilitar sua excreção. Já o que 
possui uma dificuldade para entrar necessitando de transportes 
ativos e facilitados saem com melhor facilidade. 
A filtração glomerular consegue filtrar moléculas pequenas de 
baixo peso molecular. 
Já a secreção ativa é principal responsável pela excreção renal, 
cerca de 80% do que sai. 
Na reabsorção passiva normalmente são os fármacos não 
ionizados/lipossolúveis. 
 
 
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A reabsorção passiva ocorre no néfron como um todo. A secreção ativa acontece principalmente 
no túbulo proximal e distal. 
 
SECREÇÃO TUBULAR 
Um dos sistemas de transporte é responsável pela passagem de substâncias ácidas e o outro 
substâncias básicas. 
 
TRANSPORTADORES ESPECÍFICOS: Transportadores de substancia ácida (OAT - ANIÔNICOS), 
transportadores de fármacos básicos (OCT - CATIÔNICOS). Pode haver competição por 
transportadores entre ácidos-ácidos ou básicos-básicos, os que têm maior afinidade pelo 
transportador saem com mais rapidez. Podendo haver atraso da excreção por essa competição 
tubular. 
Os OAT são capazes de mover moléculas contra gradiente de concentração. Os OCT facilita o 
transporte a favor do gradiente. 
 
Conforme as moléculas de fármaco livre são retiradas do plasma, a sua concentração plasmática 
livre cai, causando a dissociação da porção ligada a albumina. 
A distribuição do fármaco no organismo é dinâmica porque a todo instante a concentração estará 
sendo alterada. 
 Varfarina: quando os 2% de varfarina em fração livre é eliminado, o equilíbrio 98:2 é 
perdido. Dessa forma, uma quantidade ligada à proteína será liberadapara fração livre a 
fim de manter a constante. 
À medida que a fração livre sai, quem está preso na proteína plasmática é liberado. 
 
Como pelo menos 80% do fármaco que chega ao rim são apresentados ao transportador (ácido ou 
básico de acordo com a característica do fármaco), a secreção tubular constitui o mecanismo mais 
eficaz para a eliminação de drogas pelo rim. 
 
Ao contrário da filtração glomerular, o transporte mediado por transportadores pode efetuar uma 
excreção máxima do fármaco, mesmo quando a maior parte está ligada às proteínas plasmáticas. 
Como a excreção por filtração é rápida pelo transportador, a ligação com a proteína plasmática 
também pode cair de uma forma mais rápida, por causa do dinamismo deste equilíbrio. A medida 
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que a fração livre sai rapidamente, a fração ligada também cai, para manter o equilíbrio. 
 
 Cerca de 80% da penicilina está ligada a proteínas plasmáticas, sendo, portanto, depurada 
apenas lentamente por filtração, ela é quase totalmente removida por secreção tubular 
proximal, com taxa global de eliminação muito alta. 
A filtração glomerular não força a quebra da ligação da proteína plasmática, porque é lenta. Já a 
secreção tubular, devido aos transportadores presentes ali, eles conseguem rapidamente tirar a 
fração livre de circulação. Essa retirada brusca da fraçao livre de circulação obriga a fração ligada 
à proteina liberar a fração livre mais rapidamente. 
 
Muitos fármacos excretados pelos rins compartilham o mesmo sistema de transporte, e pode 
ocorrer competição entre eles, resultando em interações farmacológicas. Essa competição pode 
alterar o tempo de excreção de algum dos fármacos. 
 
 Probenicida: foi desenvolvida com o propósito de prolongar a ação da penicilina ao retardar 
sua excreção. 
A penicilina é rapidamente excretada pela secreção tubular. A Probenicida vai ser excretada 
pelo mesmo transportador que a Penicilina (transportador aniônico/ácido). Nesse caso, 
quando se faz a associação de ambas, ocorre competição pelo transportador que antes só 
seriam ocupados pela penicilina, havendo retardo em sua excreção. 
 
DIFUSÃO PASSIVA ATRAVÉS DO TÚBULO RENAL 
Quando o filtrado glomerular atravessa o túbulo, a água é reabsorvida, sendo o volume de urina 
apenas cerca de 1% daquele do filtrado. 
Se o túbulo for livremente permeável a moléculas de fármacos, a concentração da droga no filtrado 
irá permanecer próxima daquela no plasma, e cerca de 99% do fármaco filtrado serão reabsorvidos 
passivamente. 
Fármacos com alta lipossolubilidade, com alta permeabilidade tubular, são lentamente excretados, 
por sofrerem reabsorção passiva. Se o fármaco não for biotransformados de lipossolúvel para 
hidrossolúvel, ele permanecerá no organismo, já que ao chegar no rim passará pelo processo de 
reabsorção. 
Fármacos altamente polares, de baixa permeabilidade tubular, uma vez filtrados permanecerão no 
túbulo, e sua concentração aumentará até ficar cerca de 100 vezes mais alta na urina que no 
plasma (Ex. digoxina, aminoglicosídeos). Não consegue ser reabsorvido por causa de sua 
hidrossolubilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na reabsorção passiva passam lipossolúveis. Para serem excretados 
precisam da biotransformação. 
 
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O nível de ionização de muitos fármacos - ácidos ou bases fracas é pH- dependente (depende do 
pH do meio) e isso afeta profundamente sua eliminação renal. O efeito de aprisionamento iônico 
significa que uma base é excretada mais rapidamente em urina ácida, que favorece a forma 
carregada e inibe, assim, a reabsorção. Sendo então excretada, or estar na forma ionizada/não 
absorvível. 
Por outro lado, ácidos são eliminados mais rapidamente se a urina estiver alcalina. 
 
Essa reabsorção sofre influência de propriedades físico- químicas do fármaco e do pH urinário. 
 
Ácidos fracos (pka de 3 a 7,5) não se dissocia em pH ácido, permanecendo lipossolúveis e sendo 
reabsorvidos. 
Para acelerar sua excreção, pode-se alcalinizar a urina, convertendo-os em formas ionizadas – 
hidrossolúveis – livremente difusíveis. 
Já quando se tem um fármaco alcalino, é necessário acidificar a urina para que a base fique em 
sua forma ionizada e seja excretada. 
 
Uma alteração do pH da urina pode levar a um risco de envenenamento. 
Procedimento aplicado em envenenamento por ácidos fracos . Ex.: Aspirina e barbitúricos 
 AAS não é tóxico (exceto nos casos de arboviroses). Entretanto, se um paciente tomar 
uma dose excessivamente alta pode haver intoxicação, pois ele acidifica a urina. Ele já é 
ácido e no meio ácido da urina ficará em sua forma não ionizada, não sendo eliminado. 
 O uso de AAS com barbitúricos (alcalinos): quando o paciente está intoxicado por 
barbitúricos, o AAS facilita sua excreção. 
 
EXCREÇÃO RENAL DOS FÁRMACOS 
A função renal influencia a excreção por essa via. 
Em recém-nascidos e prematuros a filtração glomerular e fluxo plasmático são, aproximadamente, 
30 a 40% menores que em um adulto. Por isso a importância de ajustes de dose, levando-se em 
conta não somente o peso, mas também a imaturidade de metabolização e excreção. 
Após os 3 meses a cinética se aproxima a de um adulto. 
Em idosos a excreção declina, em decorrência da diminuição de néfrons funcionantes. 
Na insuficiência renal, fármacos e metabólitos ativos excretados pelo rim podem acumular-se, 
ocasionando efeitos tóxicos. O ajuste da dose é necessário. 
 
 Vancomicina: antibiótico, normalmente sua administração é 1g a cada 12h. Em pacientes 
renais o indicado é um intervalo de 96 horas e, além disso, até mesmo redução da dose de 
1g para 500mg. Intervalo de 4 dias. Um tempo menor significaria um risco maior de 
toxicidade. O que seria excretado em 12h numa pessoa com função normal, é excretado 
em 96h em alguém com função renal alterada. Entretanto, a depender do clearance de 
creatinina esse intervalo poderá ser ajustado. 
 
A glicoproteína P e a proteína tipo 2 estão associadas à multirresistência dos fármacos, que estão 
presentes nas membranas celulares, sendo responsáveis pela excreção de ânions e metabólitos 
conjugados (como glicuronídeo, sulfatos e derivados da glutationa), respectivamente. 
Muitas vezes se gera essa multirresistência dos fármacos porque são secretados de forma 
mais rápida e o medicamento não consegue passar muito tempo no organismo. 
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DEPURAÇÃO (CLEARENCE) 
Indica a remoção completa de uma determinada substância de um volume específico de sangue 
na unidade de tempo (minuto). 
A depuração normal da creatinina (proveniente da quebra da creatina no músculo) é de 120 mL 
por minuto. Isso significa que a cada minuto se elimina 120ml de creatinina. 
Como ela sofre filtração glomerular completa e sua secreção e reabsorção tubulares são mínimas, 
ela serve de parâmetro para saber como está o funcionamento renal. 
 
Contudo, atletas, por fazerembastante atividade física, normalmente possuem nível alto de 
clearance de creatinina (sem que se tenha lesão renal). Mas pela maior intensidade de quebra da 
creatina. 
Depuração pode ter o mesmo significado de eliminação (biotransformação + excreção). 
 
A depuração renal (Dr)é calculada a partir da; 
Concentração plasmática do fármaco (Cp) 
Concentração urinária do fármaco (Cu) 
Velocidade de fluxo da urina (Vu) 
 
em mL/min 
Varia acentuadamente para os diversos fármacos, desde um valor desprezível até o máximo 
teórico estabelecido pelo fluxo plasmático renal (cerca de 700 mL/min) 
Quando o fármaco é parcial ou totalmente eliminado pelos rins, sem sofrer alterações, a 
depuração pode ser calculada dividindo-se a velocidade de excreção urinária pela sua 
concentração sanguínea. 
A depuração de um fármaco mesmo em um indivíduo com função renal normal pode variar de 
paciente para paciente, de acordo com o pH urinário, ligação com proteínas plasmáticas e fluxo 
sanguíneo renal. Nem sempre se o clearance estiver alterado significa lesão renal. 
Alguns fármacos, como a canamicina e gentamicina (antibiótico), têm depuração proporcional à 
creatinina, e essa correlação é aproveitada para se determinar a depuração desses fármacos em 
pacientes com doença renal. 
Sempre se analisa a depuração para o ajuste de dose. 
 
DEPURAÇÃO HEPÁTICA (A RENAL É MAIS UTILIZADA) 
O conceito de depuração também é útil na quantificação da taxa de degradação metabólica do 
fármaco – expressa o volume de plasma contendo a quantidade do fármaco que é metabolizada 
por unidade de tempo. 
A depuração hepática mais elevada possível é igual à taxa de fluxo sanguíneo que passa pelo 
fígado – por volta de 1,5 mL/min em um adulto normal. 
Um fármaco com essa depuração próxima ao fluo sanguíneo hepático seria completamente 
removido do sangue em uma passagem através do fígado. É uma situação muito fictícia. 
Se administrado por via oral, sua disponibilidade sistêmica seria igual a zero. 
 
Dr = Cu x Vu / Cp 
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EXCREÇÃO BILIAR DOS FÁRMACOS 
Células hepáticas transferem diversas substâncias do plasma para a bile, através de um sistema 
de transporte semelhante ao que acontece no túbulo renal e que também envolve a glicoproteína 
P. 
A excreção biliar é responsável por praticamente todo o percentual de fármaco que é excretado 
pelas fezes. 
Um outro percentual é de fármacos que não foram absorvidos e daqueles que passaram 
diretamente para o intestino. 
A grande responsável pela eliminação pelas fezes é a excreção biliar. 
 
Vários conjugados de fármacos hidrofílicos (principalmente aqueles com glicuronídeos) 
concentram-se na bile e são levados até o intestino 
 
Glicuronídeo é habitualmente hidrolisado, liberando mais uma vez o fármaco ativo. Pode ser 
reabsorvido, repetindo-se sua distribuição – prolonga o efeito. 
A excreção biliar é extremamente importante. 
 Ação de anticoncepcionais orais pode ser reduzida pelo uso de antibióticos associados. 
No processo de reabsorção e recirculação do fármaco, cria-se um “reservatório” do fármaco 
recirculante, que pode atingir até 20% da ação do fármaco total. 
Esse reservatório é justamente o que estava na bile, foi para o intestino conjugado, e nele foi 
liberado voltando à corrente sanguínea. 
Ex.: Morfina e etinilestradiol (anticoncepcionais orais). Parte do etinilestradiol conjugado será 
eliminado via bile, ao chegar no intestino será hidrolisado retornando à corrente sanguínea. A 
recirculação vai garantir um percentual de ação de 20% a mais. 
 
Alguns fármacos podem ser excretados na forma inalterada pela bile – Ex. Vecurônio (relaxante 
muscular). 
 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: ANTIMICROBIANOS X ANTICONCEPCIONAIS 
A redução da eficácia contraceptiva oral ocorre TAMBÉM por alteração da microbiota intestinal. 
Quando os anticoncepcionais orais são ingeridos, o estrógeno e a progesterona são prontamente 
absorvidos do trato gastrintestinal para a corrente circulatória, sendo conduzidos até o fígado, 
onde são metabolizados. 
Da metabolização, cerca de 40% a 58% do estrógeno são transformados em conjugados 
sulfatados e glucuronídeos, os quais não têm atividade contraceptiva. Estes metabólitos 
estrogênicos são excretados na bile, a qual se esvazia no trato gastrintestinal. 
Uma parte destes metabólitos é hidrolisada pelas enzimas das bactérias intestinais, liberando 
novamente o estrógeno ativo, sendo o remanescente excretado nas fezes. O estrógeno liberado 
pode então ser reabsorvido, estabelecendo-se o ciclo êntero-hepático, que aumenta o nível 
plasmático de estrógeno circulante. Os que não foram liberados são excretados pelas fezes. Parte 
dos 40-58% pode voltar por reabsorção. 
Só é absorvido o estrógeno que foi liberado! A duração de 24h de um antibiótico na corrente 
sanguínea se dá devido essa circulação êntero-hepática. 
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 RIFAMPICINAS; 
PENICILINAS; 
TETRACICLINAS 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: ANTIMICROBIANOS INIBE O EFEITO DOS 
ANTICONCEPCIONAIS 
 
 
 
 
A rifampicina também é indutor enzimático – aumenta a metabolização hepática e também 
diminui a reabsorção no ciclo êntero-hepático – grande redutor da ação de anticoncepcionais 
orais. 
Os demais antibióticos agem inibindo a hidrólise do conjugado (ácido glicurônico+estrógeno ou 
sulfato+estrógeno), pois quem realiza essa hidrólise são as enzimas que são produzidas pelas 
bactérias intestinais. 
Dessa forma, antibióticos de amplo espectro (penicilina, tetraciclina) trazem uma alteração da 
microbiota bacteriana, ocasionando redução das enzimas que hidrolisam o estrógeno conjugado. 
Se não tem hidrólise, ocorre excreção pelas vezes e não reabsorção. O tempo de ação completo 
de 24h só ocorre graças à reabsorção e recirculação. Quando a hidrólise não ocorre, o tempo de 
ação do anticoncepcional é diminuído, podendo haver risco de gravidez. E além disso, a 
rifampicina é um indutor enzimático. 
 
EXCREÇÃO BILIAR DOS FÁRMACOS 
Rifampicina é absorvida no intestino e lentamente desacetilada, porém conservando sua atividade 
biológica 
Ambas as formas são excretadas na bile, porém a forma desacetilada não é reabsorvida 
maior parte da forma desacetilada deixa o organismo pelas fezes 
 
A MRP2 (famílias de proteínas transportadoras) está envolvida também no transporte de 
conjugados dos hepatócitos para a bile – principalmente glutationa e glucuronídeos. 
 
Como existem também esses transportadores nos enterócitos, a secreção de fármacos e 
metabólitos pode acontecer direto da circulação sistêmica para o lúmen intestinal 
 
 
 
 
 
 
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Excreção (farmacocinética) – conclusão 
Farmacodinâmina 
Aula – 20/10/2020 
CALCULO DE AJUSTE DE DOSE DE ACORDO COM A FUNÇÃO RENAL 
Pacientes de UTI são mais instáveis. É importante saber como está a creatinina para poder 
calcular seu clearance e fazer o ajuste de dose. 
Para poder realizar o calculo da função renal é preciso informações do paciente: 
IDADE 
SEXO – a tendência é que a creatinina em homens seja maior, pois ele possui mais massa que a 
mulher. Atletas também possui um nível maior de creatinina, mas isso não significa que eles 
possuam disfunção renal. 
CLEARANCE DE CREATININAIDADE E SEXO – PRONTUÁRIO DO PACIENTE 
 
CLEARANCE DE CREATININA 
 
Normalmente, na rotina em hospitais, o exame solicitado é a creatinina 
 
COMO CALCULAR: 
 Nefrocalc 2.0 
 Filtração glomerular 
Hoje o Crockcrof não é tão mais utilizado, porque precisa do peso do paciente. Pacientes há 
muito tempo num leito de UTI obviamente terão variação de peso. 
 A CKD-EPI possui melhor acurácia em relação ao clearance. Exige que se marque a etnia 
do paciente, devido às variações fisiológicas. Para um mesmo valor de creatinina e idade, 
havendo variação de etnia, o valor do clearance será diferente. 
O valor para mulher será menor. E também existe diferença entre mulher negra e mulher 
branca. 
 USAR PONTO, o sistema não reconhece vírgulas. 
O ideal é que o clearance de creatinina seja acima de 90, mas se estiver entre 90 e 50 é 
considerado normal e são indicadas as doses normais. Quando o clearance está entre 50 a 10 já 
existe disfunção renal, havendo alteração na dose. Um clearance menor que 10 já é um paciente 
em diálise. 
As doses não são subterapêuticas, mas reduzidas para diminuir a toxicidade já que a eliminação 
está comprometida. 
A função renal é extremamente importante para determinar a dose dos fármacos nos pacientes. 
 Meropenem atua no GRAM- 
É COMUM meropenem, tazobactam, cefepime (gram -) 
 com vancomicina, teicoplanina (para gram +) 
 
Cafalosporinas de 3 a 4 geração são mais para gram – 
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Penicilinas de 4 geração 
É comum a associação de ambos em UTI, é incomum o uso apenas de 1 antibiótico. 
 
Uma pessoa normal vai usar 1g de meropenem a cada 8h, usa 3g por dia. Se o paciente tiver 
com o clearance de 90 ate 50 continua. Em casos de 40 já se diminui a dose e se prolonga o 
intervalo entre elas, fazendo 2g. Se o paciente possuir um clearance menor ou igual a 10 o 
paciente vai fazer 500mg em24h. 
Na hemodiálise usa-se uma dose a mais porque o meropenem é filtrado pela máquina de 
hemodiálise. 
Alguns fármacos não estarão na tabela porque não sofrem eliminação renal. 
 
 O tazozin é bastante utilizado nos hospitais, caro e usado em várias doses, cerca de 6h em 
6h. Utilizado em UTI, pela gravidade dos pacientes. Normalmente as infecções em UTI já 
são consideradas hospitalares. Não deve ser administrado em casos de pneumonia 
comunitária (o ideal é que se inicie com tazobactam e azitromicina). Entre 50 e 90 
(clearance) se faz de 8h em 8h. (VERIFICAR RESTANTE DOS NA TABELA) 
 Vancomicina: 1g a cada 12 horas, clearance de 50-90 mantém, num clearance de 10-50 1g 
de 24-96h, menor que 10 1g a cada 4-7dias 
 Teicoplanina: 1 frasco de 400g a cada 12h, clearance de 50-90 mantém, 1 frasco a cada 
48h num clearance de 10-50, menor que 10 1frasco a cada 72h 
Quando se faz ajustes de dose da função renal no uso de TODOS os antibióticos, se faz depois 
de 24h do tratamento. Nas primeiras 24h, o tratamento EM QUALQUER PACIENTE é feito com a 
dose plena. O ajuste é feito apenas após as 24h iniciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Farmacodinâmina 
É o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos 
Estudos dos mecanismos de ação dos fármacos, onde se vê o efeito farmacológico propriamente 
dito, como ele ocorre. 
Os conhecimentos de farmacodinâmica podem proporcionar as bases para o uso terapêutico 
racional dos fármacos. Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos. 
Muitos efeitos adversos e tóxicos dos fármacos podem ser antecipados quando seus mecanismos 
de ação, farmacocinética e suas interações são conhecidos, podendo ser evitados. 
 
CONCEITOS 
 
Receptor ou alvo farmacológico: local e ação do fármaco 
Refere-se à macromolécula (normalmente proteínas) com a qual o fármaco interage para produzir 
uma resposta celular (uma alteração da função celular). 
Os efeitos farmacológicos agem estimulando ou inibindo vias que já existem fisiologicamente. 
Geralmente, fármacos alteram a velocidade ou a magnitude de uma resposta celular intrínseca, ao 
invés de produzir reações que antes não ocorriam. 
 Omeprazol: inibidor de bomba de prótons e consequente não produção do HCl-. 
 Benzodiazepínicos: potencializam a ação do neurotransmissor inibitório GABA , induzido o 
sono. Potencializam ações que já acontecem fisiologicamente. 
FÁRMACOS NÃO CRIAM EFEITOS NO ORGANISMO, ELES MODIFICAM UMA FUNÇÃO JÁ 
EXISTENTE! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os receptores possuem várias formas e localizações. Pode estar no núcleo ou membrana 
plasmática. No momento em que o receptor é ocupado por fármacos com capacidade de alterar 
suas propriedades físicas e químicas eles serão ativados gerando resposta. 
 
 
 
 
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RECEPTORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No receptor do GABA existem vários alvos diferentes, mas não ocorre competição. 
 Perigo de associar álcool com benzodiazepínicos: ambos são inibidores do SNC, 
potencializando efeito, eles não competem entre si. Até mesmo risco de morte por 
depleção respiratória. 
 O salbutamol vai atuar no receptor beta do pulmão, fazendo broncodilatação. Não são 
seletivos, levando à taquicardia. 
O fármaco é chamado de substância exógena. 
 
 
Receptores, geralmente, estão na superfície das células (o sítio de ligação é externo, o fármaco 
não precisa entrar), mas também podem estar no ambiente intracelular (normalmente são os 
receptores hormonais). 
 Benzodiazepínicos se ligam ao canal do GABA (DE CLORETO), quando ele se liga, abre o 
canal e o cloreto entra na célula. Existem situações que causam o bloqueio. 
 Antagonistas do canal de cálcio são anti-hipertensivos da classe dos vasodilatadores, 
atuam bloqueando os canais impedindo a entrada de cálcio (ele dentro da célula gera 
“força”). O antagonista bloqueia a entrada de cálcio na célula, se ele não entra ocorre 
vasodilatação. 
 Receptores da proteína G são extremamente importantes, geram segundos mensageiros, 
e fosforilação de proteínas intracelulares. 
 Existem também os receptores responsáveis pela fosforilação e proteínas e do receptor. 
 Receptores intracelulares realizam fosforilação de proteínas e geram alteração da 
expressão gênica (geralmente hormônios). 
Hormônios esteroidais se ligam aos receptores que estão no citoplasma e atuam ao nível de 
núcleo, o receptor dos hormônios tireoidianos também esta no citoplasma e atuação ao nível 
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nuclear. 
Já os que estão na membrana celular ativam segundos mensageiros e a partir disso levam a 
alterações na célula alvo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aceptor ou pseudo-receptor: 
São complexos fármaco-receptor sem causar resposta farmacológica; 
Componentes que não causam diretamente qualquer alteração na resposta bioquímica ou 
fisiológica 
Depósitos orgânicos de medicamentos – circulando de forma inerte. 
Ex.: Albumina - falso receptor porque não gera atividade biológica (receptor é um sítio de ligação 
em que o fármaco vai ser ligado e então desencadeando uma resposta). 
O fármaco ligado a um pseudo-receptor não vai desencadear nenhuma resposta farmacológica.Farmacologicamente esta ligação é afuncional, só serve para que o fármaco passe mais tempo 
no organismo. 
Não é em todo lugar que o fármaco liga-se que haverá resposta. 
 
 
Na farmacodinâmica investiga-se: 
Locais de ação 
Mecanismos de ação 
Efeitos do fármaco 
Relação entre dose do fármaco e magnitude dos efeitos – relação dose-resposta (aumenta dose, 
aumenta resposta, mas chega o momento em que mesmo aumentando dose não se aumenta 
resposta, mas sim aumento de toxicidade) 
Variação das respostas aos fármacos 
Saber onde o fármaco atua e como ele gera o efeito é necessário para entender o mecanismo de 
ação e, sobretudo também os efeitos colaterais. 
 
 Salbutamol: broncodilatador – atua nos receptores beta tanto do pulmão quanto do 
coração. O efeito farmacológico de broncodilatação ocorre, e o efeito adverso ocorre por 
sua ligação aos receptores cardíacos (taquicardia, tremor). 
 
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EFEITO COLATERAL: está ligado ao efeito do fármaco, algo já esperado. Ex.: taquicardia pelo 
salbutamol está ligada a ele. 
EFEITO ADVERSO: algo não esperado, sem relação. 
 
Para produzir seus efeitos, o fármaco deve apresentar elevado grau de especificidade de ligação 
com seu local de ação (receptor). 
Nenhum fármaco é completamente específico nas suas ações, não existe exclusividade. O 
fármaco possui uma preferência ao receptor, mas não significa dizer que é exclusivo. 
É um grau de especificidade muito relativo, vai depender da dose. 
 
 Propranolol é um beta bloqueador não seletivo (atua em beta 1 e beta 2), primeira geração. 
Atua no coração e pulmão. Asmáticos não podem utilizar propranolol, pois ele é não 
seletivo. 
 Já o atenolol, por exemplo, é seletivo para os receptores beta do coração. Mas a 
seletividade é dose dependente. Eles atuam principalmente nos receptores beta 1 
cardíacos, mas podem também atuar nos beta 2 do pulmão. Asmáticos podem usar em 
doses baixas, a preferência é nos beta 1 do coração, caso haja excesso, se ligam aos beta 
2 do pulmão. A especificidade é do beta 1, mas não é exclusividade. A especificidade 
relativa é dose-dependente, em altas doses ela é perdida. Se existisse total exclusividade 
não haveria efeitos colaterais. Ele vai ter preferência a ligar-se naquele receptor. 
Na maioria das vezes, o fármaco pode afetar outros alvos celulares e teciduais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POR ISSO, NEM TUDO QUE SE LIGA AO RECEPTOR VAI DESENCADEAR UMA RESPOSTA 
FARMACOLÓGICA. 
Os principais receptores são proteínas e ácidos nucléicos 
 
Embora nenhum fármaco seja completamente específico no sentido de agir exclusivamente (existe 
especificidade relativa de acordo com a dose do fármaco) em um só tipo de célula ou de tecido, a 
ação dos fármacos terapeuticamente úteis se baseia em certo grau de seletividade. 
Essa seletividade depende: do fármaco, do paciente (ex.: polimorfismo de receptores) e do modo 
de administração. 
Quando o receptor tem o fármaco ligado a ele, esse 
encaixe ocorre a partir de várias ligações químicas. 
É necessário que o encaixe e as reações químicas 
aconteçam para que o receptor seja de fato ativado. 
Alguns encaixes (B) podem até ocorrer, mas não são 
capazes de levar à ativação de fato do receptor e não 
ocorre efeito farmacológico. 
Em C existe interação, mas não é completa. Desenvolve 
um efeito farmacológico leve e não total. 
No exemplo D o encaixe foi completo, o fármaco se ligou 
completamente ocupando todos os sítios de ligação e o 
efeito acontece normalmente. 
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Se forem doses muito altas a seletividade será perdida, se o paciente for nefropata a seletividade 
também é perdida. 
Os mecanismos de seletividade determinam a margem de segurança entre os efeitos 
desejados e os efeitos indesejados dos fármacos 
 
As tentativas para melhorar a utilidade de um fármaco se baseiam: 
Melhoria da seletividade farmacodinâmica – normalmente as 3ª e 4ª gerações de fármacos 
possuem melhores respostas farmacológicas e menos efeitos colaterais. Muitas vezes trocando 
um grupamento (ex.: trocar metil por hidroxila) pode-se conseguir uma melhor especificidade. 
Atenolol, carvedilol são propranolol melhorados; com menos efeitos adversos. 
 
Aumento da seletividade farmacocinética e de distribuição para o alvo desejado 
Existem substâncias que não vão conseguir ligar-se ao receptor, existem as que conseguem e as 
que se ligam de forma parcial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em geral, uma molécula de fármaco ativo possui 3 ou mais pontos de ligação a pontos 
correspondentes das moléculas dos receptores. 
A maioria dos fármacos pode ligar-se a mais de um receptor, e os receptores também podem ligar-
se a mais de um fármaco. Não existe também exclusividade de receptor. 
 
Modelo chave-fechadura: 
 
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Atualmente em desuso, porque acreditava-se que para cada receptor havia um único fármaco 
correspondente, proporção de 1:1. Mas ainda se consegue enxergar o grupo farmacofórico, 
O grupo farmacofórico é o responsável pela ligação do fármaco ao receptor. 
 
Ex.: Todos os beta-bloqueadores precisa ter um grupo em comum entre eles. 
 
Retirando-se o grupo farmacofórico do medicamento, ele perde sua capacidade de ligação. A 
estrutura química inteira do fármaco pode ser alterada, menos retirar o grupo farmacofórico. 
Havendo retirada desse grupo, não ocorre efeito farmacológico nenhum porque ele é o 
responsável pela ligação ao receptor (base do encaixe). 
 
GRUPO FARMACOFÓRICO 
Anti-inflamatórios seletivos para a COX 
 
 
Antibióticos inibidores de parede celular: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cefalosporinas de 2,3 e 4ª geração possuem espectro maior para GRAM-. Já as de primeira 
geração como cefalexina atua mais no GRAM+.Ceftriaxona atua mais em GRAM-. 
Essas alterações são feitas nos substituintes R1 e R2. As diferenças que permitem a variação no 
espectro de ação. 
Fármacos da mesma classe possuirão em comum grupamentos químicos moleculares (grupo 
farmacofórico) responsáveis pelo efeito farmacológico em si. As ramificações servem para 
aprimorar este efeito, a base é o grupo farmacofórico. 
 
MODELO CHAVE-FECHADURA 
 
Uma mesma molécula pode ter uma ligação mais potencializada ou não com o fármaco, 
dependendo do isômero. A conformação espacial do fármaco A possui melhor ligação do que B 
ao receptor. 
Até mesmo o fármaco, dependendo da sua conformação espacial, pode ter uma maior ou menor 
ligação com o receptor. 
 
 
Isômeros geométricos também 
Os grupos B e C são CIS e encaixam da melhor forma 
B e C são TRANS e não encaixam tão bem 
 
 
 
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A talidomida foi usada como anti-emético. 
A talidomida dextrogira possui ação sedativa (responsável efeito anti-emético), já a forma levogira 
é a responsável pela teratogenicidade. 
O que se percebe quando se ingere a talidomida dextrogira é que ela sofre racemização ese 
transforma na forma levogira. 
Hoje ela é proibida para gestantes, usada na hanseníase, mas para mulheres em idade fértil é 
necessário que elas apresentem todos os meses o exame beta-HCG negativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Excreção (farmacocinética) 
Aula – 27/10/2020 
MODELO CHAVE-FECHADURA 
 
Atualmente está em desuso, preconizava-se a ideia de que um fármaco ligava-se apena a um 
único receptor. Para cada receptor haveria um agonista natural com afinidade e a partir dela gerar 
resposta biológica. A ligação química é em todos os pontos do receptor. 
Agonistas modificados: não é um encaixe perfeito, gera resposta biológica. O que faz um encaixe 
perfeito são as ligações e interações entre fármacos e receptores. Os espaços vazios podem 
levar a uma menor resposta biológica. Possui capacidade de ativar e levar a uma atuação de 
forma plena ou parcial. 
Um antagonista possui afinidade com o receptor (capacidade de ligar-se a ele), mas não 
desencadeia nenhuma resposta biológica. O que desencadeia é justamente a interação com um 
todo ao receptor. O antagonista vai obstruir, impedindo que o agonista se ligue a ele. Os 
antagonistas não geram uma resposta no receptor. 
 Anti-histamínicos: bloqueiam a ação da histamina, se ligam ao receptor impedindo a 
ligação e efeito da histamina. Quando a histamina é liberada os receptores estão 
bloqueados. 
Para o receptor gerar resposta biológica é necessário que ele esteja interagindo completamente 
com o agonista. Pode ser um encaixe completo ou parcial, desencadeando resposta por alterar o 
receptor. O antagonista não o receptor, apenas não deixa o agonista se ligar a ele. 
 
A presença do fármaco em um determinado sítio produz efeitos biológicos Em outros locais, 
nada acontece (antagonistas se ligam e tornam receptores inertes). 
Necessidade do acoplamento do composto com seu receptor, para o qual apresenta 
especificidade. Em farmacologia não existe exclusividade. 
Se o fármaco agisse de forma exclusiva, não haveriam efeitos adversos relacionados à dose. O 
efeito é dose-dependente. Com a especificidade o fármaco tem a preferência pelo receptor, mas 
em excesso esses receptores estarão ocupados, e ele procurará demais receptores. 
 
 
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A especificidade depende: MELHOR ENCAIXE 
Da estrutura molecular e espacial do fármaco 
Da estrutura molecular e espacial do receptor 
Das propriedades físico-químicas dos fármacos 
 
 Beta-bloqueador: 
Propranolol: 1ª geração, não seletivo, atua tanto em receptores beta 1 quanto beta 2, trazendo 
muitos efeitos colaterais. Não recomendados para asmáticos, devido ação pulmonar nos beta 1 
promovendo broncoconstrição. 
Atenolol, metoprolol, carvedilol: beta bloqueadores seletivos, específicos ao beta 1 cardíacos. 
Especificidade dose-dependente. Deve-se ter o cuidado com a dose, elevada demais a 
especificidade cai e ode atuar no beta 2 também. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reconhecimento molecular da tríade peptídica Phe-His-Leu pela ECA. As linhas tracejadas 
indicam regiões onde há interação entre o substrato e a enzima. 
 A ECA no sistema renina-angiotensina-aldosterona converte ANG I em ANG II. A ANG I 
possui uma tríade para o reconhecimento da ECA. A ANG I consegue se encaixar na 
enzima, na conversão ocorre mudança para ANG II. O encaixe é perfeito da enzima com a 
ANG I. 
 
 
Interação dos fármacos captopril, enalaprilato (forma ativa do enalapril) e ramiprilato (forma 
ativa do ramipril), respectivamente, com o sítio ativo da ECA. 
 
Fármacos IECA 
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 A interação do captopril com a ECA é menor, por ser 1ª geração. Desenvolve tosse 
seca de forma mais acentuada. Intervalo de 8h. 
 Enalaprilato: possui mais sítios de ligação, usado de 5-10mg, 12h. A concentração 
do fármaco reduz à medida que se melhora a ligação. 
 Ramiprilato: melhor que se encaixa. Menor dosagem, alta semelhança com a ECA. 
Aumento do número de interações em um dos bolsões da enzima(Linhas tracejadas), exploradas 
em cada um dos fármacos 
Em alguns acoplamentos fármaco-receptor ambos induzem modificações, conformacionais, 
permitindo a complementariedade: contraria o modelo chave-fechadura. O fármaco possui 
maior especificidade, mas não exclusividade. Quando o fármaco se liga o receptor muda 
sua conformação espacial no estado ativado. Quando é desativado, ele volta à 
conformação inicial. Ele muda para melhor adaptar-se (o demo chave-fechadura acreditava 
que era algo rígido e estático). 
 A maior parte dos receptores são proteínas! 
Há determinado local na proteína onde ocorre união do fármaco ao receptor – DOMÍNIO DE 
LIGAÇÃO. Local específico do receptor onde o fármaco vai se ligar. 
 
Receptores transmembrana: seus domínios de ligação extracelulares, ao serem ativados 
pelo fármaco irão sofrer uma série de mudanças conformacionais, ativando assim o 
domínio efetor. O domínio efetor é o ponto do receptor que vai dar o estímulo para que o 
efeito aconteça. 
 
Desencadeia os processos que modificarão, quantitativamente, o funcionamento celular 
 
A parte envolvida no desencadeamento da resposta é chamada DOMÍNIO EFETOR. 
 
Domínio de ligação: onde o fármaco liga-se. 
Domínio efetor: onde vai existir a alteração para desencadear a resposta. 
Normalmente são locais diferentes. 
 
 
A capacidade específica de o fármaco ligar-se a determinado receptor é chamada de 
AFINIDADE e que não necessariamente gere uma resposta. Afinidade é o fármaco ligar-se 
ao receptor. 
Ex.: o antagonista vai ter afinidade, consegue ligar-se, mas não vai gerar resposta. O 
antagonista possui afinidade, mas não possuirá atividade intrínseca, não possui capacidade 
de ativar o receptor. O antagonista veda sem deixar que o agonista se ligue. O antagonista 
não gera atividade intrínseca, apenas possui afinidade. 
Agonistas conseguem ter capacidade de ligar ao receptor, mas também possuem atividade 
intrínseca. A depender do tipo de agonista, eles poderão desenvolver uma atividade 
intrínseca máxima, mediana ou negativa, podendo inativar o receptor e não deixa-lo ter 
atividade nenhuma. 
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A ação decorrente da ligação fármaco-receptor é chamada ATIVIDADE OU EFICÁCIA 
INTRÍNSECA: 
CAPACIDADE DE ATIVAR O RECEPTOR 
 
Afinidade e atividade intrínseca não estão necessariamente ligadas. 
Obviamente que para que um fármaco desencadeie uma atividade intrínseca no receptor, é 
necessário que se tenha primeiro afinidade, ligando-se a ele. Mas isso não significa dizer 
que todo fármaco que possui afinidade necessariamente vai levar a uma atividade 
intrínseca. Atividade intrínseca não é obrigatoriedade, mas afinidade é obrigatoriedade para 
se ter atividade intrínseca. 
A atividade intrínseca vai depender da capacidade que a molécula tem de ativar o receptor 
ao ligar-se a ele. 
 
Na ligação fármaco-receptor podem participar diferentes tipos de força: 
A maioria dos fármacos vai se ligar de forma reversível. Mas existem situações em que essa 
ligação é irreversível. O que determina a reversibilidade ou não fármaco-receptor é justamente o 
tipo de ligação entre eles e a força. 
 
LIGAÇOES FRACAS: facilmente são quebradas, basta redução da concentraçãoÍon-dipolo 
Ligação de hidrogênio 
Forças de Van der Walls 
Pontes dissulfeto 
 
LIGAÇOES FORTES 
Ligação covalente 
 Inibidores de bomba atuam bloqueando de forma irreversível a bomba de prótons, 
consequentemente para se ter a produção de HCl- é necessário um dia sem utilizar fármacos 
desse tipo. 
A ligação do omeprazol e família é do tipo covalente à bomba de prótons. Essa ligação é tão forte 
que o organismo prefere produzir mais bombas que desfazer essa ligação, pois o gasto de energia 
seria maior para isso. Quando se faz uso constante e depois suspende, são necessários alguns dias 
para que a acidez volte. 
 
 Ranitidina: protetor gástrico antigamente usado, antagonista da histamina. Por ter ligação 
fraca, a acidez volta de forma imediata. Reduz a ação da histamina, diminuição de cerca de 
70% da produção de ácido clorídrico. Quando se suspende, a produção volta mais 
rapidamente ao normal justamente pela reversibilidade da ligação e não necessidade de nova 
produção de bombas de prótons. 
#mediadores da secreção ácida: histamina, gastrina, acetilcolina. 
 
 AAS: antiagregante plaquetário. Atua bloqueando a COX 1 e 2, é não seletivo. Em cirurgias é 
indicativo que se suspenda o AAS uma semana antes, para que haja tempo do organismo 
produzir novamente as COX e ocorrer a produção de prostaglandinas e leucotrienos. O AAS 
se liga de forma covalente com as COX, o organismo prefere não gastar energia com a 
quebra dessas ligações. 
A maioria dos fármacos não irá fazer esse tipo de ligação , quando ocorrem são de forma irreversível, 
efeitos que duram mais tempo mesmo com a suspensão do tratamento. 
 
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AGONISTAS 
• Fármacos/substâncias que se ligam aos receptores fisiológicos e simulam 
• os efeitos reguladores dos compostos sinalizadores endógenos. 
Ex.: Hormônios sintéticos 
 Noradenalina e epinefrina (adrenalina) são produzidos de forma endógena. 
 Dobutamina/Dopamina fazem efeito semelhante à noradrenalina e adrenalina, ligando-se 
ao receptor e ativando. São agonistas adregenérgicos. 
 
ANTAGONISTAS 
• Fármacos que bloqueiam ou reduzem a ação de um agonista. Bloqueiam o receptor. 
Não é efeito contrário, o agonista que não vai atuar. Não permite que a resposta 
farmacológica aconteça. 
Ex.: Anti-histamínicos 
 Atenolol: beta bloqueador que se liga ao receptor beta 1 cardíaco, impedindo que a 
noradrenalina se ligue a ele. 
Quando o receptor é ativado pela noradrenalina, ocorre aumento no trabalho cardíaco (aumenta a 
FC e o DC). Beta bloqueadores vedam o receptor, impedem a ativação dele pela adrenalina. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS 
 
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O antagonista não tem capacidade de gerar efeito, apenas não deixa o efeito do agonista acontecer. 
1) Ligante endógeno se encaixa preenchendo todo o receptor, desencadeando resposta normal. 
2) Agonista se liga, pode até mesmo desencadear uma resposta maior, potencializando a 
resposta. 
3) Antagonista: não interage quimicamente com o receptor, apenas bloqueia a entrada. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS 
 
Na maioria das vezes, o antagonismo resulta da competição com um agonista pelo mesmo 
sítio de ligação do receptor – INTERAÇÃO SINTÓPICA (brigam pelo mesmo local). Ou seja, 
o sítio de ligação entre agonistas e antagonistas vai ser o mesmo, competindo. 
 
Pode ocorrer também por interação com outros sítios do receptor – ANTAGONISMO 
ALOSTÉRICO. Agonista e antagonistas não brigam pelo mesmo local, todavia, quando o antagonista 
estiver ligado o agonista não fará seu efeito. 
 
 
 
 
 
O antagonista quando se liga ao receptor, modifica a conformação espacial e o agonista não tem onde 
ligar-se. 
Agonista traz alteração ao receptor, antagonistas não. 
 
AGONISTA PLENO 
Apresenta eficácia máxima 
 
AGONISTA PARCIAL 
Apresenta eficácia parcial, independe da dose utilizada. Possui capacidade de ativar o receptor, 
mas não desencadeia uma eficácia máxima. 
Ex.: Pindolol 
 
AGONISTA INVERSO 
Muitos receptores exibem alguma atividade na ausência de ligantes (Ex. Receptor GABA, 
canais iônicos que fazem permitem normalmente a entrada de Cl-), a ação de um agonista 
inverso impede que sua ação intrínseca não ocorra. 
Fármacos que estabilizam o receptor em uma conformação inativa - β-carbolinas 
 
 
 
 
 
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O composto inativo (antagonista) permite que a atividade intrínseca continue, só não é 
capaz de ativar. O agonista inverso bloqueia toda sua capacidade inversa. O agonista pleno 
quanto mais se aumenta mais resposta ocorre (chegando num platô quando ocorre 
saturação do receptor). O agonista parcial não é dose-dependente. 
 
ANTAGONISTA COMPETITIVO 
Um fármaco com afinidade por seu receptor, mas sem eficácia intrínseca. 
Compete com o agonista pelo sítio de ligação primário do receptor. O que possuir maior 
concentração (ambos com mesma afinidade) é o que atuará mais. Se aumentar concentração do 
antagonista, o efeito de bloqueio se sobressairá. O efeito é dose-dependente. 
 
AGONISTA PARCIAL X ANTAGONISTA COMPETITIVO 
Agonista parcial e antagonista competitivo podem competir com um agonista pleno pelo local de 
ligação ao receptor. Aumentando a dosagem de um agonista pleno, haverá uma resposta máxima 
do receptor, pois a probabilidade que ele se ligue é maior. 
 
O aumento da concentração do agonista parcial inibe a resposta até um nível finito – típico da 
eficácia intrínseca do fármaco. O receptor gerou resposta reduzida, comparada a do agonista 
pleno. Independente da dose, a resposta do agonista pleno será menor que de um agonista 
parcial. 
 
O antagonista competitivo reduz a resposta à zero 
 
Agonistas parciais podem ser usados terapeuticamente para “atenuar” uma resposta por inibição 
da estimulação excessiva dos receptores, sem suprimir completamente a estimulação 
 
 Pindolol: classificado como antagonista β-adrenérgico / em relação à ligação ao receptor 
ele é um agonista adrenérgico parcial. Quando usado, ele ocupa os receptores e a 
resposta é menor. Farmacologicamente é visto como um efeito antagônico, já que se a 
adrenalina endógena quando ligada promove um efeito máximo, o pindolol liga-se ativando 
o receptor e a resposta é menor, por isso considerado como “antagonista beta 
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adrenérgico”. Independentemente da dose, todos os receptores podem estar ocupados e 
mesmo assim a resposta farmacológica será mediana. 
Atividade agonista intrínseca discreta 
Impede a estimulação excessiva do coração 
Assegura uma estimulação suave 
Promove uma redução da atividade cardíaca, ação que ativa o receptor, mas não gera 
resposta máxima. 
 
 
ANTAGONISTA COMPETITIVO REVERSÍVEL 
 
Não há redução da resposta máxima, pois a taxa de dissociação das moléculas de antagonistas 
dos receptores é suficientemente alta. A constante de dissociação entra no equilíbrio entre a 
concentração associada e livre. A constante de dissociação é a razão entre a fração que está 
ligada e a fração livre. 
Se a taxa de dissociação for muito alta, ele se liga e desliga muito rapidamente.Colocando-se um 
agonista competitivo, se estabelece o equilíbrio, com aumento da resposta. 
 
Com adição do agonista é rapidamente estabelecido um novo equilíbrio 
O agonista é capaz de deslocar as moléculas de antagonista dos receptores. Como a dissociação 
do fármaco com receptor é muito rápida, no momento em que se adiciona o agonista ele já é ligado 
ao receptor. 
 
Ele, naturalmente, não pode expulsar uma molécula de antagonista ligado (e vice-versa). O que 
ocorre é que porque o antagonista se dissocia facilmente, no momento em que não estiver ligado, 
haverá a ligação do agonista. Dessa forma, o agonista impede uma nova ligação do antagonista. 
Nem o agonista expulsa o antagonista, e nem o contrário. Haverá aumento da resposta do 
agonista devido a sua constante de dissociação ser menor que a do antagonista reversível. 
 
Ex.: Pravastatina 
 
ANTAGONISTA COMPETITIVO 
Quando se aumenta o número do agonista se tem uma potencialização do seu efeito, 
sendo dose-dependente. Se aumentar a dose do agonista, seu efeito se sobressai. Se 
aumentar a dose do antagonista, seu efeito se sobressai. 
Quem estiver em maior concentração terá o seu efeito mais evidenciado. 
 
 
ANTAGONISTA COMPETITIVO IRREVERSÍVEL 
Nesse caso, a irreversibilidade não é algo propriamente dita. Mas o fármaco se dissocia de forma 
muito lenta de seu receptor. 
Antagonista dissocia-se muito lentamente ou não se dissocia dos receptores 
Quando se usa um antagonista competitivo irreversível, mesmo que aumente a dose do agonista, 
não haverá resposta, pois quando o antagonista quando ligado ele não se dissocia rapidamente. 
Maior prevalência do antagonista no receptor. 
Resulta em ausência de qualquer mudança na ocupação do antagonista quando se aplica o 
agonista. 
O antagonismo é “não superável”. 
Independente da concentração do agonista não há receptores livres suficientes para ele se 
ligar. 
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Normalmente os antagonistas competitivos irreversíveis são mais utilizados 
experimentalmente, mas alguns apresentam utilização clínica. Pois a necessidade é mais 
de um efeito passageiro, por isso a maioria dos fármacos fazem ligações reversíveis. 
 Aspirina: a cascata do ácido araquidônico gera a formação de prostaglandinas. 
(#REVISAR CASCATA). O AAS é antagonista competitivo não seletivo, bloqueiam a 
COX 1 e COX 2 de forma irreversível, dessa forma, a agregação plaquetária fica 
comprometida. Para que a coagulação seja normalizada, são necessários no mínimo 
5 dias pelo risco de hemorragias. 
 
 
ANTAGONISTA NÃO-COMPETITIVO 
Bloqueia em algum ponto a cadeia de eventos que leva à produção de uma resposta pelo 
agonista. 
Ex.: Verapamil (antiarrítmico, antagonista do canal de cálcio) – impede o influxo de Ca2+ através da 
membrana celular e, assim, bloqueia de modo não específico a contração do músculo liso 
produzida por outros fármacos. Quando o cálcio não entra, diminui a força de contração. Vai 
bloquear a ação do receptor sem que haja competição com o mesmo lugar. A ação do agonista 
será mais demorada para acontecer. 
 
 
 
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ANTAGONISTA QUÍMICO 
Situação incomum em que 2 substâncias combinam-se em solução, de modo que o efeito do 
fármaco ativo é perdido. 
Ex.: Protamina (antagonista da heparina). Muito utilizada no bloco cirúrgico, a heparina é usada 
para evitar coagulação. Querendo reverter-se o efeito da heparina, usa-se a protamina (se liga na 
heparina e ativa ela). A protamina bloqueia a heparina. 
- A protamina não vai atuar na enoxeparina. 
 
 
 
ANTAGONISTA FARMACOCINÉTICO 
O antagonista reduz efetivamente a concentração do fármaco em seu sítio de ação 
 
Ex.: Fenobarbital: indutor enzimático. Aumenta a metabolização, reduzindo a concentração do 
fármaco no seu sítio de ação. 
 
ANTAGONISTA FISIOLÓGICO 
Descreve a interação de 2 fármacos no organismo cujas ações opostas tendem a cancelar 
uma em relação a outra. 
Ex.: A histamina atua sobre receptores das células parietais da mucosa gástrica, 
estimulando a produção de ácido. 
O omeprazol bloqueia este efeito ao inibir a bomba de prótons. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ASPECTOS QUANTITATIVOS DA INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR 
A primeira etapa na ação de um fármaco sobre seus receptores consiste na formação de um 
complexo fármaco- receptor reversível 
O fármaco e receptor obedecem ao equilíbrio, ou seja, a lei de ação das massas. O percentual do 
fármaco ligado ao receptor vai estar em equilíbrio com o percentual do fármaco livre. Se há 
reversibilidade, consegue-se manter o equilíbrio. 
 
Ex.: Músculo liso - Adrenalina 
 
A constante de dissociação em equilíbrio (KD) é descrita pela relação entre as constantes de 
dissociação ,e de associação. Se a constante for muito alta, é indicativo que existe fração 
dissociada maior que ligada. Quanto maior for a constante de dissociação, menor vai ser o tempo 
que o fármaco vai estar ligado ao receptor. Indica que ele vai se ligar e se soltar com muita 
rapidez, ligação fraca. A constante alta, indica que a ligação fármaco-receptor é baixa. 
 
Ao usar um antagonista competitivo, eles irão brigar pelo 
mesmo sítio de ligação. Basta aumentar a concentração 
do agonista para aumentar o efeito. O antagonista, 
mesmo aumentando sua concentração, como ele possui 
potência de dissociação muito alta, a ação do agonista 
não será bloqueada porque sua dissociação é muito 
reduzida. Antagonista isolado a resposta é zero. 
Nos casos de agonista com antagonista-não competitivo, 
por mais que aumente a concentração de ambos, nunca 
se atinge a resposta máxima. Resposta mediana. 
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Logo, um fármaco com grande afinidade tem KD baixo e liga- se a uma quantidade maior de 
determinado receptor. Ex.: se fosse um antagonista reversível, o coeficiente seria muito baixo, a 
partir do momento que se tiver uma grande afinidade, o coeficiente é baixo, porque ele vai ficar 
mais tempo ligado ao receptor sem ligeiramente ser dissociado. 
Se a constante de dissociação for muito pequena indica que opercentual de fármaco livre é muito 
menor que o percentual de fármaco ligado e maior a afinidade com o oreceptor. 
 
 
 
Muitos sistemas de sinalização alcançam uma resposta biológica plena com ocupação apenas de 
uma parte dos receptores. 
 
POTÊNCIA – relação entre dose e efeito 
Fármaco mais potente é aquele que produz o mesmo efeito em uma dose menor. Quanto menor 
for a dose e mais efeito será produzido, indica que ele é mais potente. Indicando que são poucos 
receptores que precisam estar ligados para que o efeito farmacológico seja máximo. 
 
EC50 – meia concentração eficaz máxima. É a concentração de um fármaco que induz a metade 
do efeito máximo. 
Descreve a resposta de um agonista 
 
A comparação das EC50 de 2 fármacos fornece uma medida relativa da afinidade e da eficácia 
dos 2 agonistas 
 
 
 
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A: não precisa de muita concentração para gerar 50% do efeito, uma concentração pequena já 
gera esta EC50. 
B: necessário concentração maior para chegara EC50. 
A é mais potente que B, mas ambos terão a mesma eficácia. Atingem a capacidade máxima do 
receptor, em concentrações diferentes. 
C: por mais que aumente a concentração, jamais conseguirá alcançar o mesmo efeito. Menos 
potente e menos eficaz. Mesmo que se aumente a concentração, ele jamais alcança os 100% da 
resposta. Menos potente e menos eficaz, porque não gera resposta máxima e necessitaria de 
dose muito maior. 
Eficácia é ter a capacidade de ativar o receptor em sua resposta máxima. A e B são eficazes, A é 
mais potente. B necessita de concentração maior para atingir a eficácia. 
 
 
 Um agonista não competitivo será mais potente comparado a um antagonista competitivo, mas 
ambos são eficazes (conseguem bloquear o fármaco isolado de forma praticamente igual). 
O CE50 do antagonista competitivo: precisa de dose maior do fármaco. 
O CD50 do antagonista não competitivo é menor, dessa forma, ele é mais potente que o 
competitivo. 
 
MODELO DE DOIS-ESTADOS 
Considera que o receptor pode existir em 2 estados: de “repouso” (R) e “ativado” (R*) 
Normalmente, na ausência de ligante agonista, o equilíbrio favorece o estado de “repouso” 
Agonistas, em geral, têm uma afinidade maior pelo estado R* (ativado) do que pelo R 
 
 
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MODELO DE DOIS-ESTADOS 
 
 
Agonistas plenos têm a capacidade de gerar o máximo de resposta. 
Agonista parcial possui menor afinidade, ativando uma fração menor, não chegando a uma 
resposta máxima. 
Agonistas inversos trazem o receptor para o estado inativo. Sua atividade intrínseca até o 
equilíbrio é perdida. Interagem mais com a forma inativada do receptor. 
O antagonista apenas bloqueia a entrada do agonista no receptor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Farmacodinâmica 
Aula – 03/11/2020 
DESSENSIBILIZAÇÃO 
Perda rápida de alguns efeitos farmacodinâmicos após administração repetida do fármaco 
Também chamada de taquifilaxia ou tolerância aguda 
Desaparece com a depuração do fármaco 
Essa tolerância pode ser perdida 
 
 Cetamina (anestésico) usada em operações e diagnósticos. Se usada na primeira cirurgia 
e numa segunda em pouco tempo, não haverá a mesma resposta. 
 
 
TOLERÂNCIA 
A dessensibilização é a perda de sensibilidade do receptor. Se ele perde a sensibilidade, também 
se perde a resposta. 
Descreve uma redução de forma mais gradual na resposta a um fármaco 
Desenvolvimento leva vários dias ou semanas, a depender do organismo e sua individualidade 
genética 
Redução da eficácia – comum com drogas ilícitas. 
Revertida após dias ou semanas 
 
 Cocaína/heroína/cola de sapateiro: sensação de euforia inicial e com o tempo os efeitos 
seguidos seguem com depressão (cocaína, álcool, são depressores do SNC). Devido à 
tolerância, para que se tenha o mesmo estímulo que inicialmente na primeira dose 
desencadearam a mesma sensação de bem estar, é necessário uma maior dose, pois a 
inicial não é suficiente. Muitas vezes, as doses são usadas em um nível tão elevado que 
levam ao óbito. 
 O efeito de euforia trazido pela cocaína, adquire tolerância muito rapidamente, as 
alterações fisiológicas em si não sofrem tolerância. Quando se aumenta a dose existe 
tolerância da euforia inicial, mas os demais efeitos fisiológicos tendem ao aumento. Por 
isso, a overdose. 
 Fármacos que atuam no SNC possuem tendência a adquirirem tolerância. 
 Mulheres que usam anticoncepcionais, no início do tratamento apresentam enjoos, 
vômitos, cefaleias. A recomendação é que se forem sintomas suportáveis, pode-se 
continuar o uso, já que a tendência é que eles reduzam ou desapareçam com alguns 
meses, é o tempo em que o organismo está se adaptando. 
 Drogas que atuam ao nível do SNC, a modificação nele traz alteração sistêmica. Aumento 
da FC. 
 Anfetamina (usada como anorexígeno, proibida atualmente devido efeitos colaterais): 
aumenta a liberação de vesículas de norepinefrina nas fendas sinápticas. É um agonista 
adrenérgico. A noradrenalina atenua apetite, mas leva ao aumento da FC, PA. Como 
adaptação, ocorre exaustão de mediadores. O organismo não vai acompanhar a liberação. 
O processo de renovação das vesículas não vai ser de acordo com a liberação, pois se 
fosse algo vital, a medida que se aumentasse o organismo iria produzir mais vesículas. 
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Nesse caso, não há necessidade de excesso, faltando mediadores. Exaustão do mediador 
nora nas vesículas pré-sinápticas. 
Acontece o fato também de se reduzir o número de receptores, já que o neurotransmissor está 
em excesso, o numero de receptores é reduzido. 
Por isso, quando se usa fármacos que atuam ao nível do SNC, é necessário que se faça o 
desmame. 
O desmame é a redução da dosagem e aumento no intervalo entre as doses. O organismo 
percebe que está diminuindo o neurotransmissor, voltando a produzir receptores. A retirada 
brusca evidencia a dependência. 
 Uso de benzodiazepínico: estimula o receptor do GABA, potencializando o efeito inibitório. 
Com o tempo, pode acontecer de o receptor tornar-se mais resistente ao GABA, e dessa 
forma o benzodiazepínico consegue se ligar no receptor, mas ele não é potencializado. O 
receptor é um canal iônico que abre e permite a entrada de cloreto. Quando existe 
tolerância, mesmo o receptor ligado ao benzodiazepínico, não ocorre abertura dos canais, 
não existe estímulo. 
??????????? (NÃO ENTENDI) A tolerância é o organismo se adaptando ao que está sendo 
alterado. 
Fármacos que atuam ao nível periférico também podem causar tolerância, como diuréticos. 
 
 
A tendência é que sempre o organismo se adapte ao que é inserido, se for agonista ou 
antagonista. A tolerância também é algo fisiológico. Se a alteração permanente a tolerância é 
instalada, quando se retira a substância, a tolerância é revertida, a depender do tipo de 
substância e da particularidade do organismo. 
Pessoas que ingerem álcool constantemente quando decidem parar e após um período voltam, a 
tolerância terá sido perdida. 
Observa-se uma redução progressiva da intensidade e duração dos efeitos dos fármacos 
Para manutenção dos efeitos iniciais é preciso aumentar a dose ou a frequência de 
administração 
A tolerância a um determinado efeito pode ser mais rápida do que para um outro efeito. 
 
Ex.: Tolerância à euforia provocada por opióides (heroína e cocaína) se desenvolve 
rapidamente. Sendo necessário aumentar a dose. Mas não foi criado tolerância a todos os 
efeitos, por isso o risco de intoxicação e morte é maior já que o usuário aumentará a dose 
para atingir os efeitos iniciais desejados de euforia e satisfação. 
 
TOLERÂNCIA INATA 
Refere-se à sensibilidade geneticamente determinada a uma substância 
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Observada na primeira vez em que o fármaco é administrado 
 
Variações de sensibilidade podem ser decorrentes de polimorfismos nos genes que determinam o 
receptor da droga ou nos genes que afetam a absorção, o metabolismo ou a excreção. 
 
Ex.: Álcool: pessoas que não consomem álcool constantemente, mas possuem tolerância inata e 
não ficam embriagadas facilmente. Precisando e concentração maior para atingir o estado de 
euforia. 
Pessoas com alteração no metabolismo possuem tolerância menor, não metabolizando o álcool e 
os níveis séricos ficam mais tempo no organismo. Tendência de embriaguez com dose menor. 
 
[O álcool de formaaguda tende a bloquear o metabolismo hepático, havendo inibição enzimática, 
fazendo com que ele permaneça mais tempo ativo. Já uma pessoa que faz uso crônico, ele 
estimula a metabolização, indutor enzimático]. 
 
TOLERÂNCIA APRENDIDA 
• Reações compensatórias 
• Tolerância comportamental – a pessoa aprende a modificar seu 
comportamento para ocultar os efeitos da droga 
• Aprende-se. Ex.: modificação da marcha. 
 
TOLERÂNCIA CONDICIONADA 
• Tipo de tolerância aprendida 
• Involuntária 
• Influência do ambiente 
• Ex.: Visão de acessórios para uso da cocaína (que causa 
taquicardia) pode provocar bradicardia preventiva. Adaptação 
fisiológica. 
Existem situações que quando se está se preparando para ingerir a droga organizando o 
momento, o coração gera bradicardia compensatória. 
 
MECANISMOS PARA A DESSENSIBILIZAÇÃO/TOLERÂNCIA 
Alteração nos receptores: 
 
Receptores acoplados à canais iônicos sofrem alteração 
Permite a ligação do agonista, mas impede a abertura do canal, não respondendo a ele. 
Existe afinidade do agonista ao receptor, mas não possui eficácia. Não permite que a 
ligação faça abertura dos canais. Perda do efeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MECANISMOS PARA A DESSENSIBILIZAÇÃO/TOLERÂNCIA 
 
Perda de receptores: 
A exposição prolongada a agonistas resulta numa redução gradual do nº de receptores 
Processo mais lento que a alteração 
Pode ser explorado clinicamente quando se quer diminuir a ação de um fármaco 
 
PERDA DE RECEPTORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forma que o organismo tem de conter respostas aumentadas. 
 
Exaustão de mediadores: 
Certos fármacos levam à depleção dos reservatórios de substâncias endógena 
(neurotransmissores) 
 Anfetamina leva à exaustão da liberação de noradrenalina, chega um momento em que ela 
não fará mais efeito. Pois o organismo não é capaz de repor essas vesículas. 
 
Adaptação fisiológica: 
Diminuição de um efeito devido a sua anulação por uma resposta homeostática 
 
 Diuréticos tiazídicos: aumento da excreção de sódio e consequente aumento da liberação 
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de líquidos. Tiazídicos atuam principalmente nos túbulos contorcidos aumentando 
principalmente a liberação de sódio principalmente. 
 Quando o organismo percebe essa perda de sódio, ele ativa o sistema renina-angiotesina-
aldosterona. Quando esse sistema é estimulado, ocorre conversão de ANGI em ANG II e ela 
traz vasoconstrição, atua estimulando a ação da aldosterona fazendo com que haja liberação 
do potássio e ação do sódio, limitando ação dos tiazídicos. 
 
Efeito limitado devido a uma ativação gradual no sistema renina-angiotensina-
aldosterona. 
 
 
Mecanismos homeostáticos são comuns 
Quando ocorrem lentamente, consistem no desenvolvimento gradual da tolerância 
Muitos efeitos colaterais tendem a diminuir com o tempo, apesar da administração contínua 
do fármaco – adaptação fisiológica - tolerância 
Normalmente os 3 primeiros meses são os piores em qualquer tratamento, anticoncepcionais, 
antidepressivos. Podendo ser menos ou mais. 
 
SENSIBILIZAÇÃO OU TOLERÂNCIA REVERSA 
Consiste no aumento da resposta com a repetição da mesma dose 
Exige um intervalo mais longo entre as doses (cerca de 1 dia), ao contrário da tolerância 
aguda 
Provoca aumento do nº de receptores, intensificando a resposta de agonistas. 
 
Ex.: Administração diária de cocaína a ratos – intensificação dos efeitos com a mesma dose 
(inclusive manutenção pelo uso de placebo). 
Isso não ocorre com dependentes químicos porque eles não irão esperar o mesmo 
intervalo ou usar mesma dose nos intervalos. Sua tendência é aumentar dose e diminui 
intervalos, gerando tolerância aguda. 
Para tolerância reversa é necessário um intervalo mais longo, cerca de 24h. Mais curto se 
gera tolerância aguda e não reversa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na sensibilização existe efeito aumentado com 
o aumento da dose e na tolerância o efeito 
sendo reduzido com o aumento da dose. 
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INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: 
São eventos clínicos em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro 
fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico ambiental. Ocorre alteração da ação 
farmacológica para mais ou para menos a depender do tipo de ação que irá acontecer. 
 
Normalmente elas ocorrem pelo: 
Medicamentos administrados concomitantemente; 
Podem agir de forma independente 
Interagir entre si; 
Aumento ou diminuição do efeito farmacológico, aumento do efeito tóxico de um ou de 
ambos. 
 
Desfecho pode não ser tóxico ou ser perigoso quando promove o aumento da toxicidade de um 
fármaco e até mesmo risco de óbito a depender do grau de interação. 
Devido às diferenças entre os indivíduos, interações medicamentosas podem ou não acontecer a 
depender de cada indivíduo e suas particularidades, havendo interação medicamentosa elevada ou 
discreta. 
Muitas estão relacionadas à dose e à forma de administrar, de modo que se a dose for ajustada o 
problema pode ser evitado. 
 
 
TIPOS DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
ADITIVA: o efeito dos fármacos combinados é igual à soma dos efeitos de cada um quando 
administrado individualmente. 
 
SINERGISMO: o efeito combinado de 2 fármacos é maior que a soma dos efeitos de cada um 
administrado isoladamente. Se potencializa a resposta de ambos com a combinação. Ex.: 
levodopa com carbidopa. A levodopa pura precisa ser usada em uma quantidade muito maior que 
o normal, além dos seus efeitos adversos serem aumentados e a ação farmacológica é menor 
(ela se converte em dopamina na periferia pela ação da enzima dopa-descarboxilase). A 
carpidopa protege a levodopa na periferia do organismo, não deixando que ela se converta em 
dopamina, ficando em maior quantidade para chegar ao SNC e se transformar em dopamina lá. 
Dessa forma, se usada de forma pura, é necessário maior quantidade de levodopa e seu efeito 
farmacológico é muito menor também. 
 
Sulfametazol + trimetropina (antibiótico): atuam em bactérias que precisam produzir seu próprio 
ácido fólico. A sulfa entra como uma análogo do PABA (matéria-prima para produção do ácido 
fólico), entrando no lugar do PABA, o ácido fólico não é produzido. A trimetropina impede a 
conversão do ácido fólico. Mesmo que a bactéria tenha conseguido absorver ácido fólico ,a 
trimetropina vai bloquear. 
 
POTENCIALIZAÇÃO: descreve a criação de um efeito tóxico de um dos fármacos pela 
presença de outros. O efeito é potencializado ao ponto de levar a um risco de toxicidade. 
 
ANTAGONISMO: é a interferência de um fármaco com a ação de outro. Pode oferecer 
vantagem terapêutica quando é usado como antídoto contra a toxicidade de outro. 
 
Funcional ou fisiológico: ocorre quando 2 substâncias químicas produzem efeitos opostos 
na mesma função fisiológica. Ex.: Gargarejo de vinagre com bicarbonato, formam sal. Suco 
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de limão com bicarbonato, geram sal e água. 
Xarope com ação expectorante e antitussígena – para se ter expectoração é necessário a 
tosse. A tosse é um mecanismo que ajuda a expulsar a secreção. 
 
Químico: é a relação entre 2 compostos visando neutralizar seus efeitos, como é observado no 
tratamento por quelação. Mistura de ácidos e bases. 
O carvão ativado atua por mecanismo de adsorção, capacidade que ele possui de aderir o 
fármaco em sua

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