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Farmacologia UCXII

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4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Farmacologia UCXII 
Introdução à 
Farmacologia 
 Farmacologia: ciência que estuda substâncias 
que interagem com sistemas vivos por meio de 
processos químicos, especialmente por ligação a 
moléculas reguladoras e ativação ou inibição de 
processos corporais normais 
 Prescrição: quando o médico prescreve o nome 
comercial, a farmácia pode dispensar apenas ele ou, se 
for um medicamento de referência, pode dispensar os 
genéricos (não tem nome comercial) e similares (tem 
um nome comercial também) 
 Se o médico prescreve o similar, é apenas ele e 
não pode comprar os outros (referência ou genérico) 
 Genérico: laboratório faz uma cópia fiel do 
medicamento referência (bioequivalente). Tem a 
mesma forma farmacêutica, mesma via e mesma 
posologia (cópia fiel), exerce os mesmos efeitos e 
garante a mesma biodisponibilidade 
o Deve constar na embalagem “Medicamento 
Genérico Lei n 9787/99” 
 Medicamento Referência: produto inovador, 
registrado no órgão federal responsável pela 
vigilância sanitária e comercializado no país cuja 
eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas 
cientificamente junto ao órgão federal competente 
por ocasião do registro 
o Exemplo: Tylenol (paracetamol 750 mg) 
 Medicamento Similar: aquele que contém o mesmo 
ou os mesmos princípios ativos, que apresenta a 
mesma concentração, forma farmacêutica, via de 
administração, posologia e indicação terapêutica e 
que é equivalente ao medicamento registrado no 
órgão federal responsável pela vigilância sanitária, 
podendo diferir somente em características relativas 
ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, 
embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, 
comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, 
devendo sempre ser identificado por nome 
comercial ou marca 
o Exemplos: Dorsamal, Cyfenol, Dôrico, etc 
(todos são paracetamol 750 mg) 
 Todos os medicamentos são biodisponíveis – 
aquela medicação se solubiliza e aquele fármaco é 
absorvível (teste da Anvisa) – é seguro e eficaz 
 Bioequivalência: consiste na demonstração de 
equivalência farmacêutica entre produtos 
apresentados sob a mesma forma farmacêutica, 
contendo idêntica composição qualitativa e 
quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham 
comparável biodisponibilidade, quando estudados sob 
um mesmo desenho experimental. 
 Biodisponibilidade: indica a velocidade e a extensão 
de absorção de um princípio ativo em uma forma 
de dosagem, a partir de sua curva concentração/ 
tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na 
urina. 
Conceitos 
 Fármaco: substância química estruturalmente 
definida como o princípio ativo com ação terapêutica; 
(componente químico com ação curativa = fármaco; o 
crack, por exemplo, tem como princípio ativo a cocaína) 
 Princípio ativo: componente químico capaz de 
produzir efeito biológico ou farmacológico 
 Medicamento: produto farmacêutico 
tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade 
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico 
 4 funções: profilático (antibiótico antes da cirurgia), 
curativo, paliativo (morfina pra paciente oncológico), 
fins de diagnóstico (contrastes, laxantes) 
 Precisamos lembrar do nome do FÁRMACO 
(clonazepam) e não do MEDICAMENTO (rivotril) 
 
 Placebo/excipiente: é inerte terapeuticamente, 
mas não biologicamente (pós, solventes, corantes, 
conservantes) – tudo aquilo que compõe o medicamento 
sem ser o princípio ativo. Pode causar reações alérgicas, 
sintomas. Pode alterar significativamente o tratamento 
(em relação aos efeitos adversos). Um exemplo é a 
lactose 
 Efeito placebo: efeito psicológico que depende 
da fé ou confiança que o paciente tem no medicamento 
(como tomar ivermectina para COVID-19) 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Denominação Comum Brasileira (DCB): prescrever pelo 
nome do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo 
aprovado pelo órgão federal responsável pela vigilância 
sanitária. 
Denominação Comum Internacional (DCI): denominação 
do fármaco ou princípio ativo recomendada pela OMS. 
Usada para prescrever um fármaco não disponível no 
Brasil, apenas na importação 
Produto Farmacêutico Intercambiável: equivalente 
terapêutico de um medicamento de referência, 
comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de 
eficácia e segurança. Basicamente, aquele que podemos 
trocar um pelo outro; exemplo: genéricos e seus 
referências 
 Similar: cópia não fiel 
 Genérico: cópia fiel 
 Fitoterápico: medicamento que os princípios 
ativos foram obtidos exclusivamente por uma matéria-
prima vegetal (folhas, sementes, flores). É muito confiável 
e age imediatamente. Preço elevado. Menos efeitos 
adversos. Questão cultural de não confiar. A fitoterapia é 
mais acessível, com hortas comunitárias nas UBS com 
ervas medicinais. 
 Chá: dose incerta. Depende das pessoas 
 Sinergismo de ação – várias moléculas juntas 
causam esse efeito tão bom. 
 Os medicamentos fitoterápicos são caracterizados 
pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu 
uso, assim como pela reprodutibilidade e constância 
de sua qualidade. 
 A eficácia e a segurança devem ser validadas por 
meio de levantamentos etnofarmacológicos, de 
utilização, documentações tecnocienti ́ficas em 
bibliografia e/ou publicações indexadas e/ou estudos 
farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. 
 A qualidade deve ser alcançada mediante o controle 
das matérias-primas, do produto acabado, materiais 
de embalagem e estudos de estabilidade. 
 Exemplo: chá de espinheira santa, paciflora 
(ansiedade) 
 Medicamentos Biológicos: são moléculas 
complexas de alto peso molecular obtidas a partir de 
fluidos biológicos, tecidos de origem animal ou 
procedimentos (tecnologia do DNA recombinante) ou 
alteração dos genes que ocorre devido à irradiação, 
produtos químicos ou seleção forçada. Contém uma 
tecnologia bastante envolvida (6 classes); 
1. Alérgenos: todos aqueles que são feitos pro teste 
de alergia ou aplicando o alérgeno pra pessoa se 
acostumar com ele e não ter sensibilidade. 
2. Anticorpos monoclonais: são relevantes porém 
muito caros; câncer de mama HER2+ o tratamento 
é um anticorpo monoclonal. 
3. Biomedicamentos: alguns consideram as vacinas e os 
soros, outros só soros. Tecnologia, cultura de células 
para a produção. Soros para venenos de cobras, 
purificados a partir dos cavalos, por exemplo 
4. Hemoderivados: tecnologia importante pra produzir 
fatores de coagulação pra hemofilias 
5. Probioticos: microorganismos vivos que compõem 
microbiota de TGI; intestino é o “segundo cérebro”; 
todas as funções da nossa microbiota parecem estar 
envolvidas com nosso emocional. Mercado em 
ascensão 
6. Vacinas 
Formas farmacêuticas 
Forma farmacêutico: forma de apresentação do 
medicamento. Influencia no efeito localizado ou não. 
Exemplos: 
 Líquidas: soluções, suspensões e emulsões 
o Mais utilizadas; via oral, diluições injetáveis; muito 
usado para crianças 
o Soluções: fármaco totalmente dissolvido; basta 
chegar no TGI que irá ser absorvido, é rápido 
o Suspensões: normalmente pra crianças 
também, porém não podem ficar em contato 
com o solvente por muito tempo, senão se 
dissolvem. 
 Exemplos: antibióticos em pó 
(medicamentos instáveis em meio aquoso); 
 Desvantagem: características organo-
lépticas e o erro na dosagem. 
 Se não for bem orientada haverá subdose. 
 Misturar com água potável ou água fervida 
(esperar esfriar, se não vai degradar). 
 Desafio: preparar adequadamente e dosar 
de forma correta 
 Semissólidas: cremes, pomadas, pastas 
o Pomadas: áreas secas; formulações gordurosas, 
pele; 
o Cremes: áreas mucosas; formulações aquosas, 
hidrossolúveis; 
o Gel: tanto pra mucosas quanto pra pele seca 
 Sólidas: cápsula, drágea, comprimido, grânulo, 
supositórios, pó 
o Comprimidos: fármaco e excipientes por 
compressão; fácil de administrar; não mascara 
características organolépticas (gosto ruim); via4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
mais fácil de administração; há a possibilidade de 
ter inúmeros efeitos sistêmicos e localizados; 
para a indústria farmacêutica, é uma forma mais 
barata e acessível pra população 
o Drágeas: fármaco revestido com múltiplas 
camadas de açúcar ou polissacarídeos; não tem 
o efeito organoléptico; quando chega no 
estômago, precisa se desfazer primeiro do 
revestimento – leva um tempo maior pra se 
dissolver e começar o efeito (janela terapêutica). 
Desagregar → dissolver → começar o efeito 
do fármaco. Facilita a via de administração. 
o Cápsulas: via oral de rápido início de ação. Pó 
ativo colocado em involucro de gelatina. Se 
desfaz em poucos segundos – tão rápido 
quando uma suspensão. Mascara bem os 
caracteres organolépticos (gosto) mas não 
mascara o odor. 
 
 Nunca massagear ou aplicar o gel na pele 
quente/após o banho, pois a absorção será sistêmica e 
não localizada. O ideal seria passar uma pedra de gelo 
antes, aplicar o gel, haverá penetração pela pele e, após 
um tempo, absorção sistêmica. Falha terapêutica por não 
usar a forma farmacêutica bem (falha do médico e da 
farmácia) – exemplo: gel de anti inflamatório, colírios, 
bombinha de asma 
 As formas farmacêuticas: 
 Permitem a administração de quantidades “exatas” 
do princípio ativo – depende também da pessoa 
 Facilitar a administração (permite vários tipos de 
administração) 
 Proteção do princípio ativo 
o Gastroresistente: cápsula passa íntegra pelo 
estomago e só se rompe no intestino. 
o Princípio sensível ao ácido do estomago 
 Melhorar características organolépticas 
 Prolongar as ações do princípio ativo a partir de 
formulações de liberação lenta 
o Permitem ações localizadas ou favorecer a 
absorção 
 Permitem ações localizadas ou favorecem absorção 
o Medicamentos com consoantes – formulação 
pra uso oral que não pode ser mastigada, 
triturada, quebrada, etc – liberação prolongada 
OU tem alguma especificidade pra agir só no 
local do intestino OU pra proteger o princípio 
ativo. (BD, XL, XR…). Faz menores 
administrações (maior intervalo de tempo) e 
tem maior adesão ao tratamento. 
o Principal local de absorção: duodeno (pois tem 
as microvilosidades) 
o Medicamentos que devem ser absorvidos 
apenas no intestino grosso: polímero ph 
dependente 8 pra não se desfazer no 
estômago/duodeno. 
Vias de Administração 
Vias enterais: quando o fármaco entra em contato com 
qualquer parte do trato digestivo (sublingual, oral, bucal, 
retal) 
 Na via oral pra ter efeito localizado: formulação que 
só se dissolve em ílio ou jejuno, após o local de 
absorção OU princípio ativo que não é absorvível 
mas atua localmente (exemplo: simeticona pra gases, 
dissolve as bolhas de ar) – VIA ORAL GERALMENTE 
É EFEITO SISTÊMICO 
 Via sublingual é SEMPRE EFEITO SISTÊMICO; inicio 
de efeito quase imediato (3-4 min); porém tem 
limitações (principalmente 2: pra ser administrado por 
sublingual tem que ser lipossolúvel + tem que ter um 
gosto/sabor aceitável (características organolépticas 
adequadas). Poucas preparações 
 Via bucal: via de resposta localizada; infecções da 
própria boca; 
 Via retal: pode ser sistêmica ou localizada; quase não 
se usa para a parte sistêmica (há alguns supositórios 
pra febre pelas crianças); não é muito preferível pelo 
desconforto 
Vias paraenterais: não utilizam TGI (injetáveis, cutânea, 
respiratória, conjuntival, etc) 
 Transdérmico: adesivas, sistêmica ou localizado, 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 Pomadas, Colírios 
 Injetáveis: sempre tem ação sistêmica, velocidade de 
ação depende (intravenosa: imediata; intramuscular: 
depende da formulação, assim como a subcutânea). 
Insulina pode ter ação rápida, intermediaria ou longa, 
porem todas são subcutâneas – a formulação da 
insulina muda! As rápidas estão dissolvidas em água. 
As de ação longa a molécula está presa a um 
carreador. Mesma via de administração porem o 
tempo de resposta depende, nesse caso, da 
formulação. 
 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Farmacocinética 
 A farmacocinética está relacionada a absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. 
Esses fatores, associados às propriedades físico-químicas 
dos mesmos, determinam a concentração destes no seu 
local de ação e o seu tempo de permanência no 
organismo. 
 A velocidade com que esses processos ocorrem 
determina o início, a intensidade e a duração da atividade 
do fármaco no organismo. 
 
Resumo: é tudo que o nosso corpo faz com aquela 
droga, a partir do momento que ela entra em contato 
com o nosso corpo até a excreção – divide-se em 4 
fases. 
 
Exposição → farmacocinética (corpo tenta se livrar dela) 
→ várias coisas acontecem no corpo (farmacodinâmica 
está dentro da farmacocinética) – enquanto algumas são 
eliminadas, outras estão na dinâmica 
 
 Farmacocinética: o que o corpo faz com a droga 
o Medicamentos: o bom é ter alta absorção para 
um melhor efeito 
o Tóxicos: o bom é ter alta excreção 
o Os princípios de cinética são iguais, mas a 
finalidade é diferente! 
 Farmacodinâmica: o que a droga faz com nosso 
corpo 
 É de extrema importância para a farmacocinética 
que se use a forma farmacêutica corretamente 
(como engolir um comprimido, não mastiga-lo) 
 Intoxicação aguda e crônica: a diferença é o tempo 
de contato (aguda é uma dose alta em 24h, crônica 
é uma dose pequena porém constante) – 
xenobiótico bioacumula até que chegue numa 
concentração alta o suficiente para causar efeitos. 
o A via é igual, independentemente de ser aguda 
ou crônica 
o Exposição crônica: EPIs, uso correto, legislações 
trabalhistas fortes 
o Exposição aguda: acidental, suicídio 
Absorção 
 É a passagem do fármaco de seu local de 
administração para a circulação sistêmica (exceto IV, que 
não tem absorção, vai direto para a via sistêmica). 
 Ênfase pro efeito sistêmico: o fármaco chega no 
sangue e vai fazer seu efeito. A via oral é a mais usada. 
Ele passa pelo estômago, dissolve, chega no duodeno e 
é absorvido → sistema porta (fígado) → circulação 
sistêmica 
 Via oral: fácil para autoadministrar, usar diversas 
formas farmacêuticas (líquidas, sólidas, com mais ou 
menos características organolépticas...) 
 Duodeno é o principal local de absorção 
 Sistema porta é considerado um sistema de 
circulação fechada (circulação enterohepática) 
o Via oral (principalmente) e retal (menos) são as 
que fazem a circulação porta 
 
 Durante essa passagem pelo fígado, pode haver 
um fenômeno chamado de EFEITO DE PRIMEIRA 
PASSAGEM. 
 Efeitos de 1° passagem: metabolização pré-
sistêmica – uma reação química feita pelas enzimas 
hepáticas, as quais mudam a conformação da molécula 
do fármaco e podendo mudar seu efeito (pode-se 
perde-lo ou aumenta-lo). Exemplos: morfina, propanolol 
 Morfina parenteral/injetável: apenas 1mg 
 Morfina oral: 10 mg 
o A dosagem oral deve ser maior pois, ao passar 
pelo fígado, a morfina sofre o efeito de 1° 
passagem extenso, o qual a inativa, fazendo 
com que apenas uma pequena porção dela 
chegue à circulação sistêmica 
 Biodisponibilidade: quantidade de fármaco que chega 
na circulação sistêmica sem alteração química 
 
 CONCENTRAÇÃO MÍNIMA EFETIVA: qual a 
quantidade/concentração de fármaco necessária para 
que o efeito farmacológico se inicie no alvo biológico. 
“Fármaco entrou na janela terapêutica” 
 Ao passar do tempo, a concentração do 
fármaco no plasma vai aumentando, até entrar na janela 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
terapêutica (a dosagem mínima pra fazer efeito) – só 
sente a melhora dos sintomas quando atinge o pico 
(máximo de dosagem do medicamento no sangue – leva 
um tempo pra chegar nele). Importante pra saber a 
conduta correta em casos na emergência, por exemplo. 
Tem que melhorar com a conduta em até X horas. 
 CONCENTRAÇÃO MÁXIMA: quando o intestino 
para de absorver o fármaco, o que também demanda 
tempo:T MÁXIMO, tempo máximo após a administração 
do fármaco para que se atinja a concentração máxima. 
Importante para saber se a medicação está fazendo 
efeito pela monitorização. Buscar o tempo que se leva 
para atingir a concentração máxima de fármaco no 
sangue. Momento que temos o MELHOR EFEITO 
TERAPÊUTICO! 
Depois disso: começa a diminuir a concentração de 
fármaco no sangue. 
 CONCENTRAÇÃO MÁXIMA TOLERADA ou 
CONCENTRAÇÃO MÍNIMA DE TOXICIDADE. Acima da 
janela terapêutica: intervalo entre a concentração mínima 
para ter efeito farmacológico e a máxima que tolero pra 
não ter toxicidade É NECESSÁRIO ESTAR DENTRO DA 
JANELA TERAPEUTICA 
 ABAIXO: não é eficaz/subótimo (mas pode ter efeito 
colateral) 
 ACIMA: toxicidade 
 
 TEMPO DE LATÊNCIA ou TEMPO PRO INÍCIO 
DE AÇÃO: tempo que leva do momento da 
administração até que ele atinge a janela terapêutica. 
 Posologia: leva em consideração tempo de 
latência + duração de ação do fármaco. 
Se você comer junto com a medicação: a curva se 
desloca pra direita, pois vai demorar mais pro fármaco 
entrar na janela terapêutica, mas na maioria dos casos 
não prejudica a sua ação. 
 Alguns fármacos reagem (formam complexos) com 
os nutrientes (cátions bivalentes são os mais 
frequentes) – vira uma molécula única e gigante que 
não pode ser absorvida 
o Exemplos: Ciprofloxacino + copo de leite = 
complexo que atrasa e diminui a 
biodisponibilidade 
o Quando se está com o estômago vazio, a 
absorção é mais rápida 
 
 Fatores que interferem na absorção de 
fármacos administrados via oral: 
 Motilidade gastrintestinal: se muito acelerada 
(domperidona, metoclopramida – são pró-cinéticos) 
diminui a absorção 
o Diarreia: alteração no intestino grosso, então 
não é considerada um fatores que interfere 
 Grau de ionização: podem ionizar e não serem 
absorvidos ou bem distribuídos. Exemplo: AAS é 
ácido, então deve ser tomada junto à alimentação, 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
visto que com o ambiente ácido o fármaco ácido 
será melhor absorvido (pois ele não será ionizado). 
 Lipossolubilidade: substâncias mais lipossolúveis são 
mais facilmente absorvidas 
 Complexação: moléculas complexas diminuem a 
biodisponibilidade do fármaco 
 Forma farmacêutica: velocidade ou uso incorreto: se 
é um fármaco feito pra ser absorvido no intestino 
mas a pessoa mastigou, o efeito será perdido. 
 
Distribuição 
 É a medida do espaço aparentemente disponível 
no organismo para conter o fármaco. Relaciona a 
concentração de fármaco no organismo com a 
concentração no sangue e no plasma, dependendo do 
liquido medido. 
Fatores que alteram a distribuição: vascularização do 
tecido, ligação a proteínas plasmáticas, barreiras 
biológicas (barreira hemato encefálica e barreira 
placentária). 
 A distribuição é diferente a depender do 
fármaco ou agente tóxico, bem como de sua formulação. 
Exemplo: mercúrio 
 Mercúrio metálico/iônico: tem cargas elétricas, são 
pouco absorvidos por via oral. 
 Mercúrio orgânico ou metilmercúrio: os peixes estão 
contaminados e nós ingerimos os peixes – é 
lipossolúvel. Ele também é mais neurotóxico 
 Mercúrio inalado: também é neurotóxico, mas é mais 
tóxico pro sistema renal. 
 Os fármacos são pensados para pessoas de 50-
70kg. Um desafio da indústria farmacêutica e profissionais 
da saúde: sobrepeso, pois a quantidade de moléculas é 
muito pequena para todo o corpo. Uma forma de tentar 
“consertar” essa diferença é diminuindo a posologia 
(tomar em intervalos de tempo menores) 
Distribuição entre os órgãos: 
 Que mais recebem (> 0.5L/kg/min): coração, rins, 
fígado, trato digestivo, cérebro, pulmões e outros 
órgãos com grande perfusão 
o O cérebro tem grande perfusão, porém, a 
barreira hematoencefálica permite que apenas 
fármacos muito lipossolúveis cheguem ao SNC 
 Média perfusão (0.5L/kg/min): tegumentos, músculo 
 Baixa perfusão (0.02L/kg/min): tecido adiposo 
TROPISMO DO FÁRMACO: ele tem afinidade por um 
tecido. Exemplos: 
 Levofloxacino: tem uma tendência a se acumular 
mais no pulmão. 
 Ciprofloxacino: é muito parecido para todos os 
tecidos. 
Os fármacos/xenobióticos podem circular de diversas 
formas, como por exemplo: 
 Os fármacos com volume de distribuição muito 
altos têm concentrações bem mais elevadas no tecido 
extravascular do que no compartimento vascular, isto é, 
não são distribuídos de forma homogênea. 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 São os fármacos de forma livre: não estão ligados à 
proteínas plasmáticas, são aqueles que podem 
permear o vaso sanguíneo e atingir o interstício. 
Podem interagir com receptores e causar seu efeito 
(farmacológico ou toxicológico) 
 Os fármacos que são completamente retidos 
dentro do compartimento vascular têm um volume 
mínimo de distribuição – alta fixação a proteínas 
plasmáticas. 
 Precisam estar ligados a albumina (proteína 
plasmática de transporte de diversas moléculas, 
existe em abundância no sangue) 
o Essa ligação é instável 
 Os fármacos de alta fixação à proteína plasmática 
tem 90% ou mais circulando com a albumina 
 Porém, somente a porção livre consegue permear 
o vaso sanguíneo e chegar o espaço intersticial, 
interagir com as células, sofrer reações e ser 
eliminado 
 Pode haver diminuição do teor da ligação com 
proteínas plasmáticas nos casos de hipoalbuminemia 
por cirrose, síndrome nefrótica, desnutrição grave, 
uremia, hemodiluição na gestação e em idosos, por 
menor capacidade de produção de proteínas. 
 2 fármacos com alta taxa de fixação à proteína 
plasmática: precisa tomar os dois com um intervalo de 
pelo menos uma hora de diferença, para evitar o 
deslocamento da proteína plasmática e uma interação 
medicamentosa que resulta em efeito adverso 
importante 
 Fármaco com alto volume de distribuição = muito 
fármaco livre = muito fármaco nos tecidos 
 Fármaco com baixo volume de distribuição = muito 
fármaco ligado com albumina = pouco fármaco nos 
tecidos = alto teor de fixação a proteína plasmática 
IMPORTANTE: diálise. Pra essa terapia fazer efeito 
precisa ter muito xenobiótico livre e pouco fixado a 
proteína albumina, pois a diálise não elimina a albumina 
do sangue (e consequentemente o agente tóxico ligado 
à ela) 
Metabolização ou biotransformação 
 Processos enzimáticos capazes de produzir 
modificações estruturais na molécula do fármaco → 
ativação, reatividade, inativação. 
Importância: Inativação dos fármacos; toxicidade; 
interações medicamentosas. 
 Órgãos metabolizadores: pele, intestino, rim, pulmão 
e, principalmente, fígado 
 A reação enzimática forma um metabólito 
 Tornar as moléculas mais HIDROSSOLÚVEIS para 
que elas possam ser eliminadas (principalmente na 
urina, porém também pelo suor, bile, etc) 
 
2 fases: 
 Fase 1: enzimas que fazem pequenas modificações 
na molécula – oxidação, redução ou hidrolise. 
Podemos gerar diferentes produtos 
o Enzimas são sempre muito específicas 
o Essas enzimas estão, em maioria, dentro de 
microssomas/organelas dentro do hepatócito, 
com importante participação das enzimas do 
complexo citocromos P450 (CYPs) 
 Muita relação com a genética (afinal, são 
proteínas – enzimas) 
 Pode sofrer polimorfismo – cada pessoa 
tem respostas biológicas diferentes 
 Se você tem menos enzimas que o 
normal, o medicamento será mais 
bioacumulado 
 Forte relação com efeitos adversos 
 Se você tem mais enzimas que o 
normal, o medicamento terá sua ação 
diminuída 
o O fármaco entra na célula e pode se encontrar 
contato com esse microssoma, o qual sofrerá 
transformação em metabólito 
o Esse metabólito pode ser ativo, inativo ou 
reativo 
 Ativo: não comprometeu a ação do 
fármaco (grupo farmacofórico). Quanto 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
mais forma esses metabólitos ativos, maior 
vai ser seu tempo de ação 
 Pode ser hidro/lipossolúvel 
 Inativo: perde seu efeito. Biologicamente 
inerte porém talvez não possa ser 
eliminado ainda Pode ser hidro/lipossolúvel 
 Reativo: toxicidade; metabólito que 
quimicamente é muito instável, podendo 
implicar dano nas células ao redor 
o Um mesmo fármaco pode interagir com 2 
enzimas diferentes, em que cada uma delas irá 
formar um metabólito diferente 
 A reação de fase 1 pode ocorrer várias vezes, mas 
a cada vez que ela ocorre, o metabólito muda 
 Fase 2: reações de conjugação ou síntese 
(moléculas hidrossolúveis). Reações mais complexas, 
demandam mais energia. Colocar ou ligar uma nova 
molécula naquele metabólito/xenobiótico 
o Precisa ter a combinação de ligantes para que 
ela ocorra – só acontece se o metabólito ou 
xenobiótico apresenta os ligantes necessários 
para que isso aconteça. 
 Exemplos: OH, NH e carboxila 
o Ligante: determinado grupamento químico 
onde a reação pode acontecer Pode ser natural 
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da molécula OU é introduzido pela reação de 
fase 1 
o O grupo farmacofórico ainda pode estar 
presente, porém não consegue mais reagir por 
ser muito complexo – ou seja, NÃO TEM 
ATIVIDADE. 
o Hidrossolúveis → excreção permitida 
o Não pode passar várias vezes pela fase 2, como 
pode ocorrer com a fase 1 
 A maioria dos xenobióticos passa pela fase 1 e pela 
fase 2 
 Alguns xenobióticos passam apenas pela fase 2 
 Raros xenobióticos passam apenas pela fase 1 
Grupo farmacofórico: parte química da molécula que é 
responsável pelo efeito biológico 
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Reatividade: 
O benzeno, por exemplo, sofre a reação de fase 1 e 
forma o benzeno epóxido, extremamente reativo/ 
instável – tenta reagir com qualquer macromolécula 
(principalmente na medula óssea). 
 Quando reage com proteínas: mata o hepatócito 
 Quando reage com ácidos nucleicos: carcinogênicos 
Glutationa ou GSH: principal antioxidante endógeno 
(fígado, intestino e cérebro – locais com maior geração 
de radicais livres). A molécula reativa pode se ligar ao GSH 
e então será estabilizada – PRINCIPAL DEFESA 
ANTIOXIDANTE ENDÓGENA 
 Diminuem o GSH (pois aumentam radicais livres): 
poluição, uso de vários fármacos, bebida alcoólica, 
ingestão de alimentos industrializados 
Paracetamol: acetoaminofeno 
 1-2% é excretado pelos rins inalterado 
 80-90% vai ser conjugado na fase 2 (adultos: ácido 
glucurônico; crianças: sulfato) 
 10-20% vai passar pelas enzimas citocromo P450 
(fase 1), formando um metabólito reativo, o NAPQI. 
Reage com a glutationa (GSH) e é eliminado; porém, 
se esse estoque de GSH estiver baixo OU a dose 
for muito alta, ele irá reagir com macromoléculas, 
levando à morte do hepatócito 
 
 Enzimas citocromo P450 (CYPs) podem ser 
alteradas: inibição ou indução 
Inibição enzimática 
 Inibição enzimática: algum fármaco/xenobiótico que 
ocupa o sítio ativo das enzimas, as quais não 
conseguem reagir 
 Diminui a velocidade de produção de metabólitos, 
diminui a depuração total, aumenta a meia vida do 
fármaco e as concentrações séricas da droga livre e 
total 
 Exemplos de medicamentos: cloranfenicol, 
metronidazol, fluconazol, cetoconazol, cimetidina, 
omeprazol, fluoxetina, paroxetina, ciprofloxacino, etc 
o Importantes pois, se a pessoa toma um deles, 
ao usar mais um remédio, é necessário verificar 
a possibilidade de interação medicamentosa 
Indução enzimática: 
Indutores enzimáticos: aceleram o metabolismo das CYPs 
de 4 formas: aumenta a velocidade de biotransformação 
hepática da droga e/ou a velocidade de produção dos 
metabólitos, diminui a meia-vida sérica da droga ou as 
concentrações séricas da droga livre e total. 
 Possíveis cofatores enzimáticos 
 Aumentam a transcrição (aumentam em 
quantidade), como o etanol 
 Aumento do risco de intoxicação 
 Ingesta crônica, não aguda 
 Exemplos: carbamazepina, ingestão crônica e 
excessiva de etanol, rifampicina, fenobarbital, 
hidantoína 
O efeito de 1° passagem é diferente por ser uma 
metabolização PRÉ-SISTÊMICA. Podem ter reações de 
fase 1 ou fase 2. 
Anticoncepcional oral combinado: Progesterona e 
Estrógeno 
 Progesterona passa pelo fígado 
 Estrógeno, em maioria, sofre conjugação com ácido 
glicurônico e é jogado no intestino pela bile. As 
bactérias da microbiota quebram esses conjugados, 
liberam, além do ácido glicurônico, o estrógeno, 
podendo ser reabsorvida 
o Janela terapêutica é mantida pela 
REABSORÇÃO, graças às enzimas beta 
glicuronidases das bactérias – aqui que o 
antibiótico pode interferir na ação no 
anticoncepcional 
Eliminação 
A eliminação dos fármacos inalterados e ou metabólitos 
pode ocorrer por via urinária, biliar, pulmonar, etc; sendo 
a via renal a predominante de eliminação de metabólitos. 
 Respiratória: anestésicos gasosos, por exemplo; 
 A excreção biliar é juntamente às fezes 
 Renal: é a mais importante; pode haver acúmulo se 
ela não estiver funcionando de forma adequada. Via 
renal comprometida = fazer ajuste de dose, se não, 
haverá intoxicação pelo acúmulo. 
Depuração é a medida da eficácia do organismo na 
eliminação do fármaco 
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A remoção de um fármaco do organismo é quantificada 
como seu clearance ou depuração, expresso pelo 
volume do plasma do qual o fármaco é completamente 
eliminado por unidade de tempo (ex. mL/min). 
Excreção via renal – 2 formas: 
 Filtração glomerular: condições para o filtrado são 
tamanho molecular limitado (moléculas pequenas) e 
hidrossolubilidade – é passiva 
o Moléculas caem no túbulo contorcido proximal 
→ alça de Henle → túbulo contorcido distal → 
túbulo coletor 
o Complexos podem ser formados na corrente 
sanguínea e, ao chegarem no rim, acumulam e 
impedem a filtração glomerular 
o Importante para a excreção de xenobióticos 
o Intervenção possível: diuréticos 
 Secreção tubular: Xenobióticos são eliminados por 
mecanismo de transporte ativo (PgP – proteínas) 
o Túbulo contorcido distal 
o Envolve proteínas do transporte do sistema 
ABC – transporte de fármacos dentro da nossa 
célula. 
 PgPs: um fármaco que está no sangue 
interagiu com uma dessas proteínas (PgP) 
e é jogado para a luz do néfron – 
transporte ativo. 
o Condição para a secreção tubular: a molécula 
precisa ter afinidade com a proteína de 
transporte. 
o Não necessariamente precisa ser hidrossolúvel 
o Intervenções possíveis: medicamentos que 
inibem PgPs, alterar pH do fármaco/metabólito 
→ ionizá-lo → não ser reabsorvido 
 Fenômeno de reabsorção tubular: xenobiótico foi 
secretado porém ainda é lipossolúvel, por isso pode 
voltar pro sangue pelos túbulos 
o Pode ser reabsorvido por difusão passiva 
(interage com as membranas) ou se liga a outra 
PgP que faz o transporte ativo contrário (da luz 
do néfron pro sangue) 
o Exemplo: ácido salicílico é secretado porém por 
ser lipossolúvel pode ser reabsorvido. Para 
aumentar a excreção – administra bicarbonato 
e alcaliniza a urina → quando o AAS for 
secretado para a luz do túbulo, ioniza e fica 
hidrossolúvel, não podendo ser reabsorvido. 
Fatores que interferem: idade, insuficiência renal e/ou 
cardiovascular, interações medicamentosas, ligação a 
proteínas plasmáticas. 
Farmacodinâmica 
 A farmacodinâmica dedica-se ao estudo dos 
efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus 
mecanismos de ação. Fornece as bases para a utilização 
terapêutica e racional de um fármaco bem como o 
desenvolvimento de agentes terapêuticos novos e mais 
eficazes 
 Farmacodinâmica não tem fases 
 Os efeitos da maioria dos fármacos são 
atribuídos à sua interação com os componentes 
macromoleculares do organismo; essa interação altera a 
função do componente afetado, desencadeando 
alterações bioquímicas e fisiológicas que caracterizam a 
resposta ao fármaco. 
 O termo receptor ou alvo farmacológico refere-
se à macromolécula (como enzimas ou receptores) com 
o qual o fármaco interage para produzir uma resposta 
celular. 
 A relação entre dose e efeito pode ser separada 
em componentes farmacocinéticos (dose-concentração) 
e farmacodinâmicos (concentrac ̧ão-efeito) 
 
Considerações relevantes sobre 
receptores e fármacos 
 Os receptores determinam largamente as relações 
quantitativas entre dose ou concentração de 
fármacos e efeitos farmacológicos. 
 A quantidade de receptores/concentração e 
afinidade do que se quer inibir é o que determina o 
quanto será a dose de um fármaco 
 Os receptores são responsáveis pela seletividade da 
ação do fármaco. Afinidade por um ou mais 
receptores. 
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o Exemplo: um receptor X do coração é muito 
similar com o do pulmão e, portanto, o fármaco 
pode agir nos 2 alvos – causa efeitos adversos 
aonde não deveria agir (se ele precisava ter 
ação no coração, tem efeitos nos pulmões) 
 Os receptores medeiam as ações de agonistas e 
antagonistas farmacológicos 
o Antagonista: estrutura que bloqueia, ocupa um 
espaço e impede que o agonista tenha sua ação 
o Agonista: xenobiótico que, quando estimula o 
receptor, este desencadeia uma atividade na 
célula 
o Boa parte da terapêutica se dá por competição 
Espectro dos fármacos 
 
 
 Efeitos adversos (não prejudiciais): ocorrência médica 
desfavorável que pode ocorrer durante o 
tratamento com um medicamento, mas que, não 
necessariamente tem relação causal com esse 
tratamento 
o Colaterais: ocorrência médica desfavorável 
paralela ao tratamento, a qual pode ser explicada 
pelo mecanismo de ação do fármaco (se sabe 
por que ele ocorre) 
 Previsível, inerte à ação farmacológica 
porém com aparecimento indesejável 
o Secundários: não é possível relacionar com o 
mecanismo de ação do fármaco. Quando se 
suspende a droga, ele também desaparece 
o Aqui as alterações são reversíveis 
 Efeitos tóxicos (prejudiciais): produz um dano ao seu 
organismo o qual não pode ser reparado. Diversos 
graus de gravidade. Fármacos acima da dose 
terapêutica. Interações farmacológicas. 
o Interação entre medicamentos: agônica ou 
antagônica 
o Patológicos: insuficiência renal que causa 
acúmulo de medicamento 
o Genotóxicos: condições fisiológicas mediadas 
pela genética; 
o Idiossincrasia 
Tolerância: diminui o efeito pelo uso repetitivo de um 
mesmo fármaco (classe) – redução gradual da resposta/ 
efeito ao fármaco. 
 Exemplo: cafeína 
Dessensibilizac ̧ão: também conhecido como adaptação, 
ou hiporregulac ̧ão, resulta em perda ou diminuição 
(lentificação) de efeito do fármaco. 
 A estimulação continuada das células geralmente leva 
a um estado de dessensibilizac ̧ão, de tal forma que 
o efeito gerado pela exposição contínua ou 
subsequente à mesma concentração do fármaco 
fica reduzido. 
 Em medicamentos psicotrópicos, o ideal é que se 
retire de maneira gradual para que não haja 
abstinência. 
 Exemplo de fármaco: capsaicina 
 A quantidade de receptores permanece a mesma, 
porém não são responsivos 
Refratariedade: refere-se a falhas terapêuticas. 
 O paciente não responde ao tratamento, pode ser 
por conta de vários fatores (polimorfismo genético, 
rápida eliminação, interações medicamentosas, etc) 
Idiossincrasia: reações nocivas por sensibilidade peculiar a 
um fármaco, em geral devido a polimorfismo genético. A 
pessoa não pode mais usar o fármaco. 
 Pode ser fatal 
 4 razões para que elas ocorram: alterações de 
número ou função de receptores; polimorfismo 
genético – concentração diferente; variação no 
ligante endógeno; mudanças nas proteínas acopladas 
ao lado dos receptores 
 É inesperado: diferente de hipersensibilidade (alergia) 
Intolerância ou sensibilidade: doses menores do que as 
usuais que produzem as respostas antecipadas ou 
exacerbadas. 
 É comum em mulheres muito pequenas (pois as 
doses são pensadas para pessoas de 70kg). 
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Canais iônicos 
Canal iônico: são proteínas que se organizam na 
membrana resultando na formação de um poro por 
onde passam íons – alvo farmacológico mais simples 
 Podem ser 2 formas: canais iônicos ligados ao 
receptor ou ligados à proteína G. Os canais não 
ligados a receptor são chamados de canais voltagem-
dependente 
 Canal iônico puro: fármaco entra no canal e o obstrui, 
impedindo a entrada do íon na célula e também seu 
efeito. 
o Não tem seletividade e baixo controle do local 
de ação do fármaco: todas as células tem canais 
iônicos 
o Exemplo: anestésico lidocaína bloqueia os canais 
de sódio e não permite que outras moléculas 
entrem na célula (é localmente, temporário e 
em pequena quantidade – anestésico local) 
o Hipertensivos como a Nifedipina que entra nos 
canais de cálcio de músculos lisos (tipo L – tem 
afinidade), dilata o calibre das artérias bloqueando 
a entrada de cálcio nas células das artérias. 
Causa constipação. 
 
 Canal iônico ligado ao receptor: 
o Receptor ionotrópico: proteínas oligoméricas 
dispostas ao redor (ao lado) do canal iônico e, 
quando ativadas, a quantidade de íons que entra 
é maior. Participam da transmissão rápida 
(ligação do fármaco e a abertura do canal 
ocorre em milissegundos) 
 Íon de carga negativa: inibitória 
 Íon de carga positiva: excitatória 
 Exemplos: nACh, GABAa, NMDA 
 IMAGEM: quando substâncias químicas se ligam 
a eles, favorecem a reação do ligante endógeno (ex: 
GABA) e permite que o íon entre (ex: Cloro) – célula 
hiperpolariza e relaxa (benzodiazepínicos) 
 Mais cargas negativas dentro da célula: célula 
relaxada/inibida (pouco potássio que é de carga 
positiva). Relacionado com o mecanismo de ação da 
maconha 
 Mais cargas positivas dentro da célula: célula não 
relaxada/excitada (muito potássio que é de carga 
positiva) 
 
 
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Receptores metabotrópicos 
 São receptores mais complexos, de ligação indireta 
controlados por proteínas G, as quais participam 
dessa ligação (estão acopladas) 
 O efeito final é dependente da ativação de 2° 
mensageiros 
 Quando os receptores metabotrópicos acoplados a 
proteína G são excitados, produzem 2° mensageiro 
AMPc, o que propaga o efeito celular 
 Um estímulo = Vários eventos 
Via da adenilato ciclase/cAMP: Adenilato ciclase (AC) 
catalisa a formação do mensageiro intracelular cAMP 
 Agonista se liga no receptor e a proteína G se 
dissocia (alfa separa da beta gama) → a subunidade 
alfa fosforila (ativa) enzimas → gera um 2° 
mensageiro (AMPc) → AMPc fosforila (ativa) uma 
quinase (proteína efetora) → evento celular 
o Esse receptor acoplado a uma proteína G pode 
ser do tipo excitatório ou inibitório 
 Proteína G excitatória: subunidade alfa 
estimula a adenilato ciclase 
 Proteína G inibitória: subunidade alfa inibe a 
adenilato ciclase 
o Exemplo: adrenalina (excesso → ativa 
receptores inibitórios → ativa a proteína G 
inibitória → para de formar o 2° mensageiro 
(AMPc) 
 O AMPc medeia respostas hormonais, como a 
mobilização de energia armazenada, a conservação 
de agua pelo rim (mediada pela vasopressina), a 
homeostase do Ca2+ e o aumento da frequência e 
força contrátil do músculo cardíaco 
 O AMPc também regula a produção de esteroides 
suprarrenais e sexuais, o relaxamento de músculos 
lisos e muitos outros processos endócrinos e neurais. 
Diversidade das vias de transdução de sinal de 
Receptores acoplados a proteína-G: figura 6.25 
 Receptor beta 1 acoplado a uma proteína G com 
subunidades → quando o agonista (noradrenalina) se 
liga na B1, ele será estimulado → ocorre a separação 
da subunidade alfa → vai ativar uma enzima 
intracelular (adenilato ciclase) → transforma o ATP 
em AMP cíclico (2° mensageiro) → ele estimula a 
proteína efetora 
o Enquanto o 2° mensageiro existir ela é efetiva 
o 1° mensageiro: subunidade alfa 
o 2° mensageiros (cAMP): são degradados por 
enzimas fosfodiesterases em AMP. Como 
resultado, a proteína quinase é inativada e há 
predomínio da forma desforforilada das enzimas 
que, na maioria das vezes, as inativam.4° fase Medicina 
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 Exemplos de 2° mensageiros: AMPc, 
GMPc, IP3, DAG, Ca2+ 
Via da fosfolipase C/trifosfato de inositol/diaglicerol: via da 
proteína G que ativa a fosfolipase 
 Catalisa a formação de dois 2° mensageiros 
intracelulares – IP3 (inositol tri fosfato) e DAG 
(diacilglicerol) 
o Esses 2° mensageiros (IP3 e DAG) são 
originados a partir da fosfolipase 
o Um estímulo = Um evento 
 Estímulo → proteína G se dissocia em alfa → 
estimula uma fosfolipase C → fosfolipase C é ativada 
→ forma os 2 2° mensageiros (IP3 e DAG), os quais 
são responsáveis pelos eventos celulares 
 O IP3 aumenta a concentração intracelular de cálcio 
o O aumento da concentração intracelular de 
cálcio desencadeia eventos como: contração, 
secreção, ativação enzimática e 
hiperpolarização de membrana 
 O DAG ativa proteína quinase C que controla muitas 
funções celulares. 
Contração muscular: 
 
Via da guanilato ciclase/cGMP: 
 O GMPc atua estimulando proteinocinase 
dependente de GMPc. 
 As ações do GMPc nessas células são terminadas 
por degradação enzimática – fosfodiesterases. 
o O evento só para quando o 2° mensageiro é 
degradado pelas fosfodiesterases (PDE) 
 Receptor acoplado à proteína G com subunidade alfa 
excitatória → estímulo à guanilato ciclase → forma 
GMPc → evento celular (é mantido entrando o 
GMPc estiver na célula) 
 A concentração aumentada de GMPc causa 
relaxamento do músculo liso vascular por um 
mecanismo mediado por cinases, que resulta em 
desfosforilação das cadeias leves de miosina. 
Exemplo: viagra – o cálcio não entra (o músculo liso ao 
redor dos vasos relaxa) → artérias do pênis podem se 
encher de sangue → ereção ocorre. Irá agir em TODAS 
as artérias do corpo 
Receptores Nucleares 
 Geralmente estão internalizados na célula (núcleo); 
para que o xenobiotico atue na célula, ele precisa ser 
muito lipossolúvel para entrar no citosol (enquanto 
por outras vias não é necessário, apenas interage 
fora da membrana) 
 Os efeitos celulares levam horas-dias – lento, 
diferente de outras substâncias que são quase 
imediatas (como anestésicos e anti hipertensivos) 
 Sua ativação está relacionada ao controle de síntese 
proteica 
 Fármacos que aumentam ou inibem a transcrição 
gênica. 
 Moléculas que precisam entrar na célula, se ligam 
com algum receptor que as carreguem para dentro 
do núcleo celular (fármacos muito lipossolúveis) 
o Exemplo: hormônio esteroide → entra na célula 
e se liga a um receptor → entra no núcleo → 
tem sua ação no núcleo 
o Exemplo: corticoides (ação em 12-20h); altera a 
transcrição genética para que proteínas 
inflamatórias não sejam produzidas 
Enzimas 
 Fármaco se liga à enzima e permanece ali, ocupando 
um espaço e impedindo que a enzima forme uma 
nova substância 
 Alvos importantes, pois muitos fármacos e/ou 
xenobióticos agem inibindo ou ativando essas 
enzimas – praticamente TODOS são INIBIDORES – 
não há fármaco estimulante de enzimas 
 Podem ser substratos análogos da enzima 
inativando-a (inibindo-a). 
o Exemplo: enalapril – inibe a ECA. (enzima 
conversora de angiotensina I em II, a qual realiza 
a contração de vasos sanguíneos) 
 Podem se ligar reversivelmente (maioria) 
o Exemplo: intoxicação por carbamatos 
 Podem se ligar irreversivelmente em uma enzima e 
inativá-la (minoria dos casos). 
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o Exemplos: ácido acetil salicílico (AAS) que inativa 
a COX1,2; organofosforados que inativam a 
AChE. 
 Colinesterase: frações eritrocitária e plasmática. São 
marcadores biológicos para intoxicação 
o Plasmática: poucos dias, exposição aguda 
o Eritrocitária: 3 meses, exposição crônica 
o Trata com atropina – bloqueia (antagonismo) os 
receptores muscarínicos. É um antagonista, não 
um antígeno (pois não inativa o xenobiótico). 
NÃO age nos receptores nicotínicos 
 
Moléculas (proteínas) transportadoras 
 Moléculas transportadoras são proteínas de 
membrana geralmente associadas a neurônios (SNC) cuja 
função é promover o processo de receptação do 
neurotransmissor; é fundamental que seja de excelência 
 
Exemplo: Antidepressivos tricíclicos: funcionam inibindo a 
receptação de catecolaminas (ou monoaminas). 
Catecolaminas são: adrenalina, noradrenalina, dopamina e 
serotonina. O fármaco inibe as bombas de receptação – 
a qual é a principal forma do neurônio de fazer com que 
o neurotransmissor volte da fenda sináptica para seu 
interior (reaproveitar o neurotransmissor secretado) – 
causa excesso de monoaminas, a fim de recuperar a 
possível “falta de catecolaminas” causadas pela depressão 
 A overdose por cocaína também bloqueia essa 
receptação de catecolaminas (principalmente de NE) 
→ síndrome simpática 
 Anfetaminas (principalmente ecstasy): inibem a 
receptação de serotonina e NE de forma intensa, 
além de entrarem no neurônio e promovem a 
liberação de mais moléculas ainda – são mais 
potentes que a cocaína → síndrome serotoninérgica 
e adrenérgica 
Fármacos agonistas X Antagonistas 
Fármacos agonistas: fármacos que possuem “afinidade” 
pelo receptor e atividade intrínseca (ativam/estimulam o 
receptor e desencadeiam a resposta farmacológica) 
 Agonistas totais: fármacos que produzem no alvo 
(órgão) o seu efeito máximo, 100% (=1). 
o Grande maioria dos fármacos agonistas 
 Agonistas parciais: fármacos cujo efeito 
farmacológico (eficácia) é inferior a resposta máxima 
do órgão (<1). Estimula pouco o receptor e a 
resposta também não é muito efetiva. 
o Exemplo: buspirona, vareniclina (ou seja, minoria 
dos fármacos agonistas) 
o A resposta não ser muito intensa não é, 
necessariamente, ruim – uma resposta muito 
intensa pode ser ruim para o paciente 
 = atividade intrínseca 
Total: próximo de 100% de resposta; Parcial: próximo de 
50% de resposta 
 
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AGONISTAS PARCIAIS: exemplo da vareniclina 
 
 
A nicotina é o componente do cigarro que estimula os 
receptores nicotínicos, sendo que um dos efeitos é 
liberação de dopamina. A vareniclina disputa com a 
nicotina pelo receptor – se o receptor está ligado ao 
fármaco, a nicotina não consegue se ligar. 
Após administrar o fármaco, a dopamina ainda é 
liberada, porém não tanto quanto antes e não causa 
abstinência O agonista PARCIAL tem um 
comportamento de bloqueador em competição com 
seu agonista TOTAL 
Fármacos antagonistas: possuem afinidade pelos 
receptores, mas não possuem atividade intrínseca 
(eficácia). Bloqueiam o receptor impedindo que o agonista 
tenha ação farmacológica (=0). 
 Antagonismo competitivo reversível: agonistas e 
antagonistas competem pelo mesmo sítio ativo do 
receptor farmacológico. 
o Exemplo: Propranolol (antagonista) e adrenalina 
(agonista) em receptores beta-1 do coração. 
Após administrar propranolol, a adrenalina não 
consegue se ligar de forma efetiva ao coração. 
o Exemplo: carbamatos causam intoxicação 
competitiva reversível 
o Tipo mais comum de antagonista 
 Antagonismo competitivo irreversível: o antagonista 
liga-se no sítio de ligação do receptor de forma 
irreversível. Mesmo aumentando-se a dose do 
agonista, o efeito máximo não é atingido. 
o Exemplo: AAS inibe a COX1 plaquetária (forma 
a molécula que estimula a agregação 
plaquetária) de forma irreversível – por isso 
que, em cirurgias, AAS precisa ser interrompido 
o Exemplo: organofosforados competem com a 
acetilcolina de forma irreversível 
 Antagonismo não competitivo: não há competição 
do agonista pelo receptor, o antagonista bloqueia a 
cascata bioquímica de eventos celulares geradas pelo 
agonista 
o Exemplo: anlodipina (bloqueador de canais de 
cálcio) inibe a contração das artérias 
independente do estímulo 
o Geralmente relacionados a canais iônicos; 
independe do agonista 
Potência X eficácia de um fármaco 
 A potência é definida basicamente, quando dois 
fármacos produzem respostas equivalentes, o fármaco 
cuja curva de dose-respostaestá situada à esquerda da 
outra (a concentração que produz a metade do efeito 
máximo [EC50] é menor) é considerado mais potente. 
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Ou seja: é a concentração/dose de fármaco necessária 
para fazer a resposta terapêutica 
 A eficácia reflete a capacidade de um fármaco 
de ativar um receptor e desencadear uma reação celular. 
Desse modo, um fármaco com grande afinidade pode 
ser um agonista pleno, desencadeando uma resposta 
completa em determinada concentração. Um fármaco 
com menos eficácia no mesmo receptor pode não 
desencadear uma resposta completa com qualquer dose. 
 Exemplo: benzodiazepínicos (várias dosagens em 
diferentes) – clonazepam é mais potente que o 
lorazepam, pois precisa de uma dose menor – mas 
a resposta final, a eficácia, é a mesma – é o que 
importa na clínica 
 Outro fármaco com eficácia intrínseca baixa é 
um agonista parcial. Um fármaco que se liga ao receptor 
e apresenta eficácia zero é descrito como antagonista. 
No gráfico abaixo, ambos os fármacos são eficazes 
(ambos tem a mesma resposta terapêutica final) porém 
X é mais potente, uma vez que precisou de uma dose 
menor para fazer efeito 
 
 Para um fármaco ser comercializado, há diversos 
testes que são realizados em uma população. Dentro 
dessa população, alguns terão efeitos adversos severos, 
alguns não terão efeito e, na maioria, haverá resposta 
terapêutica 
Diferentes respostas a uma mesma dose: à esquerda: 
não obtiveram resposta; ao meio: efeito normal, 
resposta terapêutica; à direita: efeitos adversos severos 
 
Forma da curva dose-resposta: a distância que temos 
entre a dose com eficácia e a dose com toxicidade é 
chamada de margem de segurança e, quanto mais 
distante for, mais seguro é o medicamento 
 
Interações 
Medicamentosas 
 Podem ser de quatro tipos: sinérgicas ou antagônicas, 
farmacocinéticas ou farmacodinâmicas 
o Sinérgica: efeito aumentado 
o Antagônico: efeito diminuído 
 Interações medicamentosas aumentam 
significativamente em determinadas populações de 
pacientes como: 
o Crianças 
o Pacientes em ambiente de cuidado intensivo 
o Idosos 
 Alterações fisiológicas das funções 
hepática, renal e cardíaca; 
 Diminuição da massa muscular, 
 Diminuição da concentração de albumina 
sérica e da quantidade total de água no 
organismo. 
 Presença de doenças crônicas → 
politerapia. 
 Os medicamentos que possuem baixo índice 
terapêutico ou baixa margem de segurança e efeitos 
farmacológicos potentes apresentam alta probabilidade 
de participar de interações clinicamente relevantes. São 
inapropriados para idosos 
 Exemplos: aminoglicosídeos, anticoagulantes como 
varfarina e heparina, ciclosporina, digoxina, fenitoína, 
lítio, agentes hipoglicemiantes, carbamazepina, ácido 
valproico e teofilina. 
 Qualquer interação medicamentosa ou alteração 
biológica poderá causar um efeito significativo 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 Pacientes que fazem uso de medicamentos com 
baixo índice terapêutico devem ser constantemente 
monitorados devido à possibilidade de apresentarem 
interações medicamentosas clinicamente relevantes. 
Características típicas das várias fases dos 
ensaios clínicos necessários para a 
comercialização de novos fármacos: 
1. Pouca população, pacientes voluntários e 
saudáveis, “baixo” investimento e maior 
taxa de êxito 
2. Pessoas da região com aquela doença 
específica, escolhida pela equipe 
3. Vários países, continentes 
4. Mais crítica nos 10 primeiros anos 
(vigilância pós-comercialização); os 
pacientes não fazem uso correto, 
associam a drogas e álcool – se um novo 
evento adverso for identificado, será 
adicionado à bula. Pode ser um efeito tão 
prejudicial que o fármaco será retirado de 
circulação/venda

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