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CINESIOTERAPIA

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CINESIOTERAPIA 
PROF. PROF. ALYSSON FERNANDO BRIEL
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Luana Ramos Rocha
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande re-
sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conhec-
imento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................5
1. CINESIOTERAPIA E EXERCÍCIOS PASSIVOS ......................................................................................................6
1.1 CONCEITOS, OBJETIVOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE A CINESIOTERAPIA ...................................................6
1.2 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MOBILIZAÇÃO E DO EXERCÍCIO TERAPÊUTICO ..............................................7
1.3 CONTRAÇÃO MUSCULAR – CLASSIFICANDO SEUS TIPOS ...........................................................................8
1.3.1 CONTRAÇÃO OU EXERCÍCIO ISOTÔNICO .......................................................................................................9
1.3.2 CONTRAÇÃO OU EXERCÍCIO ISOMÉTRICO ...................................................................................................9
1.3.3 CONTRAÇÃO OU EXERCÍCIO ISOCINÉTICO ................................................................................................ 10
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS QUANTO À CADEIA CINÉTICA ............................................................. 10
1.4.1 EXERCÍCIO EM CADEIA CINÉTICA ABERTA....................................................................................................10
INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA 
E AOS EXERCÍCIOS PASSIVOS
PROF. ALYSSON FERNANDO BRIEL
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CINESIOTERAPIA
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1.4.2 EXERCÍCIO EM CADEIA CINÉTICA FECHADA ................................................................................................10
1.5 SÍNDROME DA IMOBILIDADE ............................................................................................................................11
1.5.1 ALTERAÇÕES NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO ..................................................................................12
1.5.2 DESORDENS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO ..................................................................................................12
1.5.3 DESORDENS NO SISTEMA CIRCULATÓRIO ..................................................................................................12
1.5.4 DESORDENS NO SISTEMA URINÁRIO ...........................................................................................................12
1.5.5 DESORDENS NO SISTEMA GASTROINTESTINAL .........................................................................................12
1.6 EXERCÍCIOS PARA AMPLITUDE DE MOVIMENTO PASSIVA ..........................................................................13
1.6.1 BASES CONCEITUAIS DO MOVIMENTO ARTICULAR ....................................................................................13
1.6.2 EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO PASSIVA – SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS, INDICAÇÕES 
E CONTRAINDICAÇÕES ............................................................................................................................................15
1.6.3 FUNDAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO .........................16
1.6.4 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ...............................................................................................................................16
1.6.5 MEMBROS SUPERIORES ................................................................................................................................16
1.6.6 MEMBROS INFERIORES .................................................................................................................................17
1.6.7 COLUNA VERTEBRAL .......................................................................................................................................18
1.6.8 EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO AUTOASSISTIDOS ...........................................................19
1.6.9 MOBILIZAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA - MPC ..................................................................................................22
1.6.10 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO ARTICULAR .............................................................................................23
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................26
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INTRODUÇÃO
A cinesioterapia pode ser definida em sua origem como a arte de promover a cura, 
utilizando-se dos mais diversos métodos do movimento humano. Originou-se a partir da junção 
das palavras gregas: kínesis, movimento, e therapeia, terapia. É o uso do movimento ou exercício 
como forma de tratamento, cuja finalidade é manter ou desenvolver o movimento livre para 
a sua função, e seus efeitos baseiam-se no desenvolvimento, na melhora, na restauração e na 
manutenção da força, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento e da 
coordenação motora. É uma técnica que se baseia nos conhecimentos de anatomia, fisiologia e 
biomecânica, a fim de proporcionar ao paciente um melhor e mais eficaz trabalho de prevenção, 
cura e reabilitação.
Nesta primeira unidade, o foco é direcionado para conceitos, objetivos e considerações 
sobre a cinesioterapia, efeitos fisiológicos da mobilização e do exercício terapêutico e o que 
este pode proporcionar ao indivíduo, bem como classificações quanto aos tipos de contrações 
(exercício isotônico – concêntrico e excêntrico, exercício isométrico e exercício isocinético), 
e a classificação quanto às cadeias cinéticas (cadeia cinética aberta e cadeia cinética fechada). 
Na sequência, é feita uma reflexão sobre a síndrome da imobilidade que tanto incapacita o 
desempenho das atividades de vida diária (AVD), comprometendo a independência do indivíduo. 
Seus efeitos adversos ocorrem devido ao longo decúbito e provocam influências diretas no 
sistema musculoesquelético, na função visceral – sistema respiratório, cardiovascular, urinário 
e gastrointestinal.
Por fim, faz-se uma explanação sobre os exercícios terapêuticos de amplitude de 
movimento passiva, partindo dosconceitos básicos destes, com embasamento osteocinemático 
e artrocinemático até a aplicação das técnicas dessa modalidade de exercícios, com noções 
distribuídas regionalmente pelos segmentos corporais.
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1. CINESIOTERAPIA E EXERCÍCIOS PASSIVOS
1.1 Conceitos, Objetivos e Considerações sobre a 
Cinesioterapia
A Cinesioterapia, conhecida pelo uso do movimento e/ou exercício terapêutico, é, de 
fato, o tratamento do movimento. Na Grécia e na Roma antigas, surgiram os primeiros estudos 
sobre sua utilização, porém foi a partir da I Guerra Mundial que acentuadamente houve um 
aumento de sua utilização com fins de reabilitação aplicada aos numerosos incapacitados da 
época. Visa manter ou desenvolver a movimentação livre para que a função aconteça da forma 
mais adequada e natural. Os principais efeitos observados e citados são: aumento e melhora da 
resistência e da força muscular (resistência à fadiga), melhora da flexibilidade e mobilidade e, 
ainda, da coordenação motora (MAYWORM, 2016).
Conforme Kisner, Colby e Allen (2016), o exercício terapêutico (cinesioterapia) é 
uma forma de treinamento planejado de maneira sistemática envolvendo os movimentos do 
corpo, a postura e as atividades físicas. Objetiva ao indivíduo formas de recuperar ou prevenir 
comprometimentos e também desenvolver e restabelecer a função física, ou ainda potencializá-
la; diminuir e prevenir fatores de risco associados à saúde e ainda melhorar de forma geral a 
saúde, o condicionamento físico e impactar positivamente o seu bem-estar. 
Para a indicação da cinesioterapia, que é bastante criteriosa, há a necessidade de avaliação 
a fim de traçar objetivos e estratégias, além de reavaliações frequentes, visando à atualização de 
acordo com a progressão do paciente e em consequência da necessidade de correções ao programa 
inicial até atingir o potencial de recuperação esperado. Para uma boa qualidade de terapia, é 
necessária a habilidade de executar julgamentos clínicos de forma adequada, criar soluções para 
os problemas que assolam o paciente e executar o conhecimento das relações entre patologia e 
fisiopatologia, o nível de comprometimento, quais as limitações e incapacidades no decorrer de 
cada fase do processo terapêutico. Para se tomar decisões clínicas, é preciso selecionar, colocar em 
prática, modular as intervenções acerca do exercício terapêutico embasado em carências peculiares 
a cada paciente. Para tal, a avaliação ampla é o que tornará esse processo viável, juntamente 
com a realização de um diagnóstico preciso de cinesiologia funcional e sob pensamentos críticos 
realizados com criatividade (O’SULIVAN; SCHMITZ, 2010; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Após um bom exame primário, os dados devem ser analisados e correlacionados com 
diagnóstico baseado no comprometimento, deve ser elaborado também o prognóstico e, por fim, 
inserir um plano de atendimento e, só após esses passos, deve-se dar início a uma intervenção. 
Estabelecer um prognóstico exato é algo de difícil execução, sendo o plano de atendimento um 
elemento complementar total do prognóstico. Possui relação com os objetivos determinados e 
também com os resultados funcionais esperados, que sejam mensuráveis, e ainda com o período 
necessário para alcançar a melhora que foi definida, o número e o tempo dos atendimentos e o 
pressuposto de plano de alta da terapia ocupacional. Firmar os objetivos relevantes e significativos 
requer o comprometimento tanto do paciente e/ou família no propósito tomado desde o primeiro 
contato. Pacientes buscam a terapia, a fim de serem capazes de realizar facilmente e de maneira 
confortável as atividades funcionais de vida diária que almejam ou precisam realizar (KISNER; 
COLBY; ALLEN, 2016). 
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1.2 Efeitos Fisiológicos da Mobilização e do Exercício Ter-
apêutico
O processo de cicatrização pode ser melhorado por meio do exercício realizado 
apropriadamente e, de maneira oposta, a falta de exercício nas fases iniciais da recuperação 
funcional pode culminar em déficits permanentes. A cicatrização adequada é dependente 
de condições ideais e estas procedem do equilíbrio entre a proteção contra o estresse e a volta 
à função normal o mais rápido possível. Uma nova mobilização tem o poder de restabelecer 
as propriedades mecânicas e estruturais de tecidos moles. As forças articulares compressivas, 
provocadas pelo movimento, promovem aumento do extrato de colágeno e das glicoproteínas 
extracelulares (HOUGLUM, 2015).
Segundo Kisner, Kolby e Allen (2016), define-se exercício passivo como sendo aquele 
efetuado por meio de uma força externa, sendo que os músculos efetores do movimento trabalhado 
não estão em ação. Esta ação não é fácil de ser praticada, pois se o paciente possuir o movimento 
ativo, acaba por auxiliar ou até mesmo resistir ao movimento passivo. A força externa citada pode 
ser, por exemplo, administrada pelo terapeuta, por equipamentos ou ainda pelo próprio paciente. 
Tem indicação de utilização nos casos em que o indivíduo não é capaz de realizar movimentos 
ativos (força grau 0), como numa paralisia muscular, por fraqueza muscular (força grau 1), ou 
nos casos de movimento ativo com dor (KENDALL, 2007).
Conforme Kisner, Kolby e Allen (2016), para mobilização passiva ideal, é preciso considerar 
boa posição do terapeuta e do paciente, respeitar a dor, o desenvolvimento de confiança por parte 
do paciente e as maneiras possíveis de mobilizar os seguimentos. Os objetivos da mobilização 
passiva são: combate às contraturas; manutenção da lisura articular, dos tecidos moles e da 
elasticidade muscular; auxílio à circulação sanguínea impedindo a formação de trombos; 
mobilização sinovial a fim de nutrir as cartilagens articulares; promover analgesia; minimizar 
aderência tecidual e favorecer a cicatrização; manter ou aumentar a amplitude de movimento 
articular (ADM); e assegurar a manutenção dos padrões cinestésicos de movimento. 
De acordo com Mayworm (2016, p. 15), 
O movimento ativo é definido como atividade de mobilidade realizada por 
contração muscular efetiva. A mobilidade ativa pode ser limitada pelos mesmos 
tecidos não contráteis e contráteis que limitam também a mobilidade passiva. 
Encurtamento, rigidez, espasmo ou contraturas limitam a capacidade da 
articulação movimentar-se através de sua amplitude total de movimento. O 
movimento ativo pode ser realizado contra a gravidade ou em uma posição 
com a gravidade minimizada, dependendo da força do indivíduo e dos objetivos 
terapêuticos. Os objetivos ou resultados dos movimentos ativos incluem aqueles 
associados aos movimentos passivos mais os benefícios da contração muscular.
Em contrapartida, o exercício resistido é descrito como aquele no qual a contração 
muscular é feita contra resistência graduável e de maneira progressiva. A utilização de pesos 
caracteriza a resistência mais comum, porém usa-se também a resistência manual, hidráulica, 
eletromagnética, com molas ou elásticos, entre outras. Possui o objetivo de promover estímulos 
que possibilitem a integridade tecidual e as funções do sistema locomotor, além de efeitos que 
venham a propiciar a saúde do sistema circulatório e um bom grau de segurança geral. Há duas 
maneiras de aplicação da resistência: manual ou mecânica. No exercício com resistência manual, 
o terapeuta é quem impõe a resistência contra o movimento realizado pelo paciente e tem a 
vantagem de não necessitar de aparelhos para ser realizado, além de haver a possibilidade de 
graduar a força para músculos debilitados e que necessitam de resistência mínima. 
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Por fim, ainda pode ser de grande utilidade para controle cuidadoso da ADM. Na modalidade 
com resistência mecânica, a carga é imposta por equipamentos mecânicos. Esta modalidade é 
interessante pela necessidade decarga superior à força que o terapeuta consegue aplicar na forma 
manual (HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016). 
Os princípios básicos para a aplicação terapêutica dos exercícios resistidos devem ser 
considerados em todas as situações. O terapeuta deve planejar e selecionar adequadamente 
exercícios que farão parte do programa de tratamento e, desta forma, evitar movimentos 
inadequados para cada situação. A partir da seleção dos exercícios, o terapeuta deverá adaptar as 
cargas e as amplitudes de movimento de acordo com as limitações de cada paciente, evoluindo 
gradativamente e respeitando os limites do conforto articular (HOUGLUM, 2015).
Para Kisner, Colby e Allen (2016) e Mayworm (2016), no programa de reabilitação, as 
modalidades e os tipos de exercícios eleitos dependem de diversos fatores, a saber: a causa e a 
extensão dos comprometimentos, as insuficiências da atividade muscular, a fase da cicatrização, 
a integridade articular e a capacidade de tolerar compressão e movimentos, as habilidades físicas 
e cognitivas gerais do paciente, saber se há equipamentos disponíveis e quais estão disponíveis, 
os objetivos do paciente e os resultados funcionais desejados com o programa. Para proceder 
à escolha dos tipos específicos de exercícios para o programa de reabilitação do paciente, o 
terapeuta deve considerar as seguintes questões:
- Qual o tipo e tamanho do déficit no desempenho da musculatura?
- O que levar em conta para a escolha do treinamento: a patologia de base ou a fase de 
cicatrização?
- Quais os objetivos e resultados funcionais previstos?
- Quais exercícios são mais harmonizáveis com os objetivos propostos?
- Qual seria a modalidade de fortalecimento mais efetiva?
- Existem limitações relacionadas ao paciente? É contraindicada a utilização de peso? 
Existe hipomobilidade articular? Existe alguma limitação na mobilidade articular?
- Existem comprometimentos de ordem cardíaca ou respiratória?
- Busca-se realizar estes exercícios de maneira independente?
- Quais são os tipos de equipamentos que estarão à disposição do terapeuta?
1.3 Contração Muscular – Classificando seus Tipos 
É importante mencionar que, a partir de um estímulo nervoso, o músculo gera uma 
contração que pode ser classificada de duas maneiras: isotônica ou isométrica (KISNER; COLBY; 
ALLEN, 2016).
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1.3.1 Contração ou exercício isotônico
Nesta modalidade de contração, a força gerada pelo músculo é superior à proporcionada 
pela força de gravidade e à resistência dos segmentos esqueléticos nos músculos aos quais está 
unido, o que provoca a contração do músculo e a sua consequente aproximação ao segmento 
esquelético que movimenta. Ocorre quando há, associada a uma contração muscular, uma 
alteração em seu comprimento. Esta contração pode ser: concêntrica: quando há, durante a 
contração, uma diminuição no comprimento muscular com aproximação das peças ósseas por 
ele unidas; e excêntrica: quando há, durante a contração, um aumento no comprimento muscular 
com afastamento das peças ósseas por ele unidas (Figura 1). Esta modalidade, em relação à 
concêntrica, proporciona aumento da capacidade produtora de força, aumento da eficiência, 
aumento da pressão arterial e maior risco de microtraumas (O’SULIVAN; SCHMITZ, 2010; 
KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Figura 1 – Tipos de contração muscular. Fonte: Mayworm (2016). 
1.3.2 Contração ou exercício isométrico
Esta modalidade de contração ou de exercício consiste em: um músculo se contrair e 
produzir força, porém não ocorre uma mudança apreciável no seu comprimento e não ocorre 
movimento articular visível (Figura 2) (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016). 
Figura 2 – Contração ou exercício isométrico – músculos abdominais. Fonte: Mayworm (2016). 
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1.3.3 Contração ou exercício isocinético
Ocorre quando um ou mais músculos se encurtam contra uma resistência cooperante e 
igualada com a força produzida pelo(s) músculo(s) e requerem uma velocidade constante durante 
toda a amplitude do movimento (Figura 3). Quanto mais lenta for a velocidade do movimento 
isocinético, maior será o ganho em força e resistência. Estes exercícios devem ser iniciados com 
um mínimo de resistência ao movimento e ir progredindo de maneira gradativa. Contribuem 
para a coordenação motora, flexibilidade e força (O’SULIVAN; SCHMITZ, 2010; HOUGLUM, 
2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Figura 3 – Modalidade de exercício isocinético aplicada ao membro inferior. Fonte: Mayworm (2016). 
1.4 Classificação dos Exercícios quanto à Cadeia Cinética
1.4.1 Exercício em cadeia cinética aberta
É o tipo de exercício em que a extremidade distal se move livremente no espaço (Figura 
4). O segmento parte do corpo distal e move-se em torno do proximal (LEHMKUHL; SMITH, 
2014).
1.4.2 Exercício em cadeia cinética fechada
É o tipo de exercício em que a extremidade distal permanece fixa. O segmento, ou parte do 
corpo proximal, move-se em relação à extremidade fixa. Os exercícios em cadeia cinética fechada 
podem ser mais funcionais segundo crenças contemporâneas, pois promovem a descarga de peso 
nas diferentes estruturas; estimulam os receptores sensoriais mecânicos; excitam a co-contração 
e melhoram a proteção articular. Nota: se for alterada a cadeia cinética de um movimento, é 
possível que se alterem a dinâmica articular e o recrutamento muscular (LEHMKUHL; SMITH, 
2014; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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Figura 4 – Exercícios em cadeia cinética aberta e fechada. Fonte: Mayworm (2016). 
1.5 Síndrome da Imobilidade
A perda da capacidade de realizar movimentos de forma automática a fim de realizar 
atividades de vida diária (AVD) é definida como imobilidade e ocorre devido à diminuição das 
funções motoras, comprometendo a independência do indivíduo, resultando em incapacidade 
ou fragilidade. Um exemplo disso é o caso do indivíduo acamado por mais de 15 dias ou em 
seguimento imobilizado por longo período. A imobilização pós-lesão é, por vezes, necessária 
para proteger a região e permitir que o processo de cura ocorra sem impedimentos; por outro 
lado, também pode ser prejudicial (HOUGLUM, 2015).
A síndrome da imobilidade no leito é melhor entendida a partir dos conhecimentos de 
biomecânica. O ser humano é móvel, composto por músculo esquelético, que representa 40% 
da composição corpórea, além de ser dependente da atividade física para que possa ocorrer a 
manutenção do sistema musculoesquelético e para que ocorra melhor função dos órgãos internos. 
É sabido, por exemplo, que a reabsorção óssea ocorre através dos estímulos de pressão e de tração 
que esse segmento recebe ao longo do dia durante a locomoção e com as pressões exercidas nas 
estruturas. Outros exemplos da falta de atividade física são insuficiência cardíaca, deterioração 
articular, condições tromboembólicas, estase gastrointestinal e estase urinária (MAYWORM, 
2016).
As alterações patofisiológicas decorrentes do longo decúbito evoluem rapidamente. Muitas 
das desordens são reversíveis, porém, quanto maior for o tempo de imobilização, mais difícil será a 
sua recuperação e reabilitação. O sistema musculoesquelético revela as manifestações mais óbvias 
da imobilização, como a fraqueza e a atrofia por desuso. Por conta da imobilização, ocorre de 1 
a 2% de perda da força muscular por dia, podendo progredir para 40% quando os períodos são 
mais longos. Os grupos musculares que se atrofiam mais rapidamente são: quadríceps, flexores 
plantares e extensores da coluna. Observam-se também alterações bioquímicas, ocasionando o 
aumento de ácido lático nos músculos. A formação de contratura é uma das consequências mais 
comuns na imobilização (HOUGLUM, 2015; MAYWORM, 2016).
Mayworm (2016) lista a seguir os efeitos adversos da imobilidade:
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1.5.1 Alterações no sistema musculoesquelético
Hipotrofia, atrofia e descondicionamento muscular, contraturas, osteoporose e 
osteopenia, deterioração articular, ossificação heterotópica (presença de tecido ósseo em locais 
onde normalmente não existe osso), osteomielite e deformidades; nestes casos, é importante a 
introdução de um programa de cinesioterapia motora, que pode ser iniciado com a utilização, se 
possível, da cinesioterapia livre ou assistida e da isometria. Caso o paciente não seja devidamente 
colaborativo, opta-se pela cinesioterapia de forma passiva. É importante promover um 
programa de exercícios de alongamento mantido, focado tanto nos tecidos conectivos quanto 
no alongamento das fibras musculares. Além disso, é importante que se promova o ortostatismo 
precoce (se necessário, usar prancha ortostática). A massoterapia é fundamental para liberar as 
aderências e os pontos de tensão.
1.5.2 Desordens no sistema respiratório
Pode ocorrer diminuição da dinâmica respiratória e, consequentemente, a perda de força 
da musculatura da ventilação, diminuindo volumes e capacidades pulmonares, estagnação de 
muco nas áreas menos ventiladas, facilitando a instalação de infecções pulmonares, atelectasias, 
dificuldade para tossir e até mesmo a broncoaspiração.
1.5.3 Desordens no sistema circulatório
Pode haver a instalação de insuficiência cardiovascular, diminuição da massa 
muscular cardíaca, alteração no volume de distribuição dos fluidos corporais, diminuição do 
condicionamento cardíaco, queda abrupta da pressão arterial quando a pessoa passa para a 
postura em pé ou quando realiza um alongamento como inclinar-se para trás, trombose venosa 
profunda e tromboembolismo pulmonar.
1.5.4 Desordens no sistema urinário
Pode ocorrer incapacidade de eliminar a urina, cálculo renal, infecções, bexiga neurogênica 
e incontinência.
1.5.5 Desordens no sistema gastrointestinal
Pode ocorrer a diminuição de apetite, incontinência fecal, fecaloma, constipação e 
obstrução. A prática de mobilização prévia pode diminuir a incidência de tromboembolismo e 
de trombose venosa profunda e pode viabilizar a melhora da oxigenação e da nutrição dos órgãos 
internos. Realizar movimentação ativa quando possível, a mobilização passiva, a massoterapia, 
padrões ventilatórios e uso de incentivadores inspiratórios são as principais formas de prevenir 
as alterações nos sistemas orgânicos viscerais.
Psicologicamente falando, a imobilidade prolongada pode provocar ansiedade, depressão, 
insônia, agitação, irritabilidade, desorientação no tempo e no espaço, diminuição da concentração 
e diminuição da tolerância à dor.
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Alguns cuidados fundamentais com o indivíduo acamado devem fazer parte do programa 
da equipe multiprofissional juntamente com a participação da família. Por exemplo: estimular 
a mobilidade; evitar restrição ao leito; realizar toques firmes e delicados; diminuir a dor e o 
desconforto; fazer as trocas posturais constantes; promover posições adequadas e fazer uso de 
coxins; não alimentar o indivíduo acamado deitado nem com extensão ou rotação cervical; em 
caso de engasgo, sentar o paciente e evitar alimentos muito líquidos, dar preferência aos pastosos 
(o profissional fonoaudiólogo é o mais apto para este quesito); evitar posições articulares em 
flexão; promover constantes mobilizações articulares; trocar constantemente as fraldas; manter 
hidratação da pele e evitar que ela fique úmida; deixar esticados os lençóis e sem restos alimentares; 
evitar fricções durante as transferências e manter a hidratação.
1.6 Exercícios para Amplitude de Movimento Passiva
A amplitude de movimento pode ser ampliada mediante a realização de mobilização 
articular. Com a movimentação aplicada em torno das articulações, seja ela passiva, ativa assistida 
ou ativa, será produzida uma carga que atuará nos tecidos moles, e esta poderá manter a integridade 
dos tecidos moles, tais como: tendão, ligamento, fixações ósseas, cartilagens articulares, bem 
como os músculos envolvidos. Os movimentos passivos podem ser usados nos momentos em 
que os movimentos ativos poderiam romper o processo de cicatrização, ou quando o paciente 
é incapaz de se movimentar ativamente (comprometimento físico e/ou cognitivo), ou quando 
existe dor durante o movimento ativo. Os objetivos envolvidos na prescrição da amplitude de 
movimento passiva dependem do estado do paciente e das circunstâncias relacionadas a cada 
caso. No meio terapêutico, a amplitude de movimento passiva é usada com frequência a fim de 
se evitar os efeitos deletérios da imobilização após uma lesão ou cirurgia. Prevenir contraturas 
articulares e rigidez dos tecidos moles ou ainda encurtamento adaptativo, manter normalidade 
dos movimentos entre as camadas de tecidos moles, promover analgesia e o aprimoramento 
da dinâmica vascular, bem como da difusão sinovial, configuram os objetivos da amplitude de 
movimento passiva (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
1.6.1 Bases conceituais do movimento articular
Osteocinemática – refere-se aos movimentos que ocorrem nos ossos, como flexão e 
extensão, por exemplo. São os movimentos angulares dos ossos e são descritos nos três planos 
de referência anatômica: flexão e extensão no plano sagital, abdução e adução no plano frontal e 
rotação medial e lateral no plano transverso. Podemos dizer que são os movimentos fisiológicos 
ou clássicos da diáfise óssea (LEHMKUHL; SMITH, 2014).
Artrocinemática – diz respeito aos movimentos articulares propriamente ditos, como a 
rotação, o rolamento, o giro, a compressão e a tração, movimentos estes que ocorrem dentro da 
articulação. Podemos dizer que são os movimentos acessórios que acontecem entre as superfícies 
articulares simultaneamente aos movimentos fisiológicos (HOUGLUM, 2015).
A Figura 5 mostra setas com a direção dos movimentos osteocinemáticos, enquanto os 
movimentos artrocinemáticos ocorrem conjuntamente.
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Figura 5 – Movimentos osteocinemáticos e artrocinemáticos. Fonte: Mayworm (2016). 
Como os exercícios de mobilização, somados aos conceitos de artrocinemáti-
ca, podem promover alívio da dor? Levando em consideração o movimento ar-
trocinemático de tração sendo mantido passivamente pelo terapeuta durante a 
execução de um movimento osteocinemático (por exemplo: flexão do punho), ob-
tém-se uma decoaptação (separação articular) ou ganho de espaço intra-articular 
que irá favorecer uma mobilização mais fluida, com diminuição da pressão dentro 
da articulação, ganho de ADM e consequentemente alívio da dor. Esta manobra 
também favorece uma adequação em nível de receptores neuromusculares, facil-
itando, assim, uma diminuição tensional dos músculos relacionados à articulação 
trabalhada e, dessa forma, também contribui para a diminuição da dor.
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1.6.2 Exercícios de amplitude de movimento passiva – seus efeitos 
fisiológicos, indicações e contraindicações
As degenerações das cartilagens articulares, a formação das aderências, as contraturas e a 
má circulação são complicações que podem se instalar por conta da imobilização. Os exercícios 
de amplitude de movimento passiva (ADM) têm como meta principal diminuir as complicações 
citadas e, para tal, objetiva-se a manutenção da mobilidade articular e dos tecidos conjuntivos, a 
diminuição dos efeitos da formação das contraturas, a manutenção da elasticidade dos músculos, 
a melhora da circulação e da dinâmica vascular, a mobilização do líquido sinovial para melhor 
nutrição da cartilagem e espalhamento de substâncias dentro da articulação, a analgesia, acelerar 
a cicatrização após lesão ou cirurgia e a manutenção da percepção dos movimentos por parte do 
paciente. 
A ADM passiva também pode ser utilizada quando o terapeuta examinaestruturas 
inertes, procurando determinar limitações de movimento, estabilidade articular e elasticidade 
dos músculos ou outros tecidos moles. Ela também é utilizada para demonstrar movimentos 
desejados quando o terapeuta ensina um programa de exercícios ativos como, por exemplo: 
exercícios a serem realizados em casa entre uma sessão e outra (HOUGLUM, 2015; KISNER; 
COLBY; ALLEN, 2016).
Indicações para o uso de exercícios de ADM passiva:
Esses exercícios são indicados em regiões com processos inflamatórios, mas sem a 
presença de edema articular; quando o paciente não possui capacidade ou não está autorizado 
a fazer o movimento ativo (comatoso, paralisado ou em repouso absoluto); nos casos de 
diminuição da mobilidade das articulações, causada por processos degenerativos como traumas, 
microtraumas de repetição; artrite reumatoide, imobilização, em casos de dor e espasmo 
muscular, hábitos posturais ruins, desuso e idade avançada. Os movimentos artrocinemáticos 
são amplamente utilizados no tratamento das disfunções articulares. São importantes para 
restaurar a biomecânica articular e para promover bons efeitos fisiológicos no tecido articular e 
nas estruturas periarticulares (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Contraindicações relativas e cuidados:
Esses exercícios são contraindicados na hipermobilidade; em casos de dor acentuada, 
tanto articular como muscular; logo após rupturas teciduais, fraturas e/ou cirurgias; quando for 
prejudicial ao processo de cicatrização; derrame articular (cápsula distendida), situação esta que 
provoca dor devido à estimulação dos nociceptores, um alongamento ou mobilização articular, 
que irá provocar uma maior distensibilidade, acentuando a dor. Porém, movimentos delicados 
oscilatórios podem, em alguns casos, auxiliar na diminuição da dor e do edema articular em 
função de promover melhora do fluxo de líquido e por manter a mobilidade já existente da 
articulação lesionada. Deve-se ter precauções com doenças ósseas detectadas no RX, fraturas não 
consolidadas, tecido conectivo recém-formado (processos cirúrgicos), artrite reumatoide e com 
idosos (devido ao enfraquecimento do tecido mole). É importante lembrar que a ADM passiva 
não serve para prevenir atrofia muscular; aumentar a força ou resistência à fadiga e não auxilia a 
circulação na mesma extensão de ativação que a contração muscular voluntária (MAYWORM, 
2016).
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1.6.3 Fundamentos para execução de exercícios de amplitude de 
movimento 
É imprescindível a realização da avaliação dos comprometimentos e da capacidade funcional 
do paciente, a fim de demarcar as precauções, elucidar o prognóstico e firmar o planejamento 
direcionado à intervenção. Em seguida, o terapeuta deve elucidar quais são as habilidades do 
paciente para realizar os exercícios de amplitude de movimento e se estes serão eficazes no primeiro 
momento. Neste ponto é que o terapeuta irá definir o uso de exercícios passivos, ativos ou ativo-
assistidos. Ainda é importante estabelecer o volume de repetições a serem aplicadas com atenção 
à segurança mediante avaliação das condições dos tecidos trabalhados e da saúde em geral. Por 
fim, devem ser definidas quais técnicas de exercícios serão empregadas, lembrando que podem ser 
utilizados movimentos artrocinemáticos, osteocinemáticos, alongamento muscular, movimentos 
em padrões diagonais e simulando movimentação funcional relacionada ao ocupacional, lazer 
ou, simplesmente, movimentos de uso diário (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
1.6.4 Técnicas de aplicação
Para a aplicação das técnicas de exercícios de ADM, considerar os movimentos 
osteocinemáticos (sempre que possível, associar aos movimentos artrocinemáticos), que podem 
ser introduzidos em praticamente todos os segmentos articulares. Segue a relação dos segmentos 
e das regiões articulares iniciando em membros superiores, membros inferiores e, por fim, na 
coluna vertebral (LEHMKUHL; SMITH, 2014; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
1.6.5 Membros superiores
Trabalhar os movimentos escapulares de rotação superior e rotação inferior, prostração 
e retração, elevação e depressão. Para o complexo do ombro, trabalhar os movimentos de flexão 
e extensão, abdução e adução, rotação medial e lateral (Figura 6); abdução horizontal e adução 
horizontal. Em cotovelo, trabalhar a flexo-extensão, nos antebraços, dar ênfase à pronação e 
supinação e, nos punhos, trabalhar os movimentos de flexo-extensão, desvio radial e desvio ulnar, 
bem como os movimentos de flexo-extensão dos dedos (LEHMKUHL; SMITH, 2014). 
Figura 6 – Rotações do ombro – medial e lateral na modalidade passiva. Fonte: Mayworm (2016). 
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1.6.6 Membros inferiores
Trabalhar os movimentos do quadril, como a flexo-extensão, adução e abdução, rotação 
medial e lateral (Figura 7); flexo-extensão combinada de quadril e joelho. Para joelhos, trabalhar 
a flexo-extensão (Figura 8). Nos tornozelos e nos pés, trabalhar a flexão dorsal e a flexão plantar, 
a inversão e a eversão, a flexo-extensão de dedos, a abdução e a adução dos dedos (LEHMKUHL; 
SMITH, 2014).
Figura 7 – Flexão do joelho na modalidade passiva. Fonte: Mayworm (2016).
Figura 8 – Rotação de quadril com joelho flexionado em 90°. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
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1.6.7 Coluna vertebral
Na coluna cervical, trabalhar a flexo-extensão, a hiperextensão, a flexão lateral ou 
inclinação lateral direita e esquerda, a rotação direita e esquerda (Figura 9) (LEHMKUHL; 
SMITH, 2014).
Figura 9 – Rotação lateral da coluna cervical. Fonte: Mayworm (2016).
Na coluna lombar, trabalhar os movimentos de flexo-extensão e de rotação direita e 
esquerda (Figura 10) (LEHMKUHL; SMITH, 2014).
Figura 10 – Flexão da coluna lombar. Fonte: Mayworm (2016).
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1.6.8 Exercícios de amplitude de movimento autoassistidos
Assim que o paciente for capaz de compreender e aprender o que fazer, deverá ser envolvido 
nos seus cuidados pessoais. O paciente pode aprender a movimentar o seguimento afetado e ser 
orientado sobre a importância de realizar movimentos padronizados e com segurança, mesmo 
com fraqueza ou paralisia. Os exercícios de amplitude de movimento na modalidade autoassistida 
são usados a fim de proteger os tecidos em cicatrização, após uma cirurgia ou lesão traumática, 
por exemplo. Muitos tipos de dispositivos acessórios podem ser utilizados, assim como o uso do 
membro não comprometido, para alcançar os objetivos e as metas para amplitude de movimento 
passiva ou autoassistida. Os exercícios de ADM autoassistidos podem ser executados de forma 
manual ou com equipamentos, tais como: bastão, escada de dedos, polias, prancha com rodas, 
dispositivos para exercícios recíprocos (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Algumas orientações para o ensino de exercícios de amplitude de movimento autoassistidos 
são importantes, tais como: orientar o paciente sobre a importância do movimento; ensinar ao 
paciente alinhamentos e estabilizações corporais corretas; observar o desempenho do paciente 
e corrigir movimentos compensatórios ou perigosos; para o uso de equipamentos, certifique-se 
de ter eliminado todos os riscos para que a aplicação seja segura; fornecer ilustrações e diretrizes 
claras sobre o número de repetições e frequência. Enfim, é importante revisar os exercícios em 
uma sessão de acompanhamento. É possível modificar ou progredir o programa de exercícios 
com base na resposta do paciente e no plano de tratamento para alcançar as metas desejadas 
(MAYWORM, 2016).
Exercício com bastão:
Nos casos em que o paciente possui controle muscular voluntário em um membro 
superior, porém precisa de condução ou motivação para completar a amplitude de movimento 
de ombro ou cotovelo, um bastão (vara de cortina, canode PVC, bengala) pode ser usado para 
assistência (Figura 11) (HOUGLUM, 2015).
Escada de dedos:
O exercício de escalar a parede com os dedos, visando ao movimento do ombro (ou usar 
um dispositivo como a escada de dedos), pode dar ao paciente um reforço objetivo e, desse modo, 
motivação para realizar exercícios de amplitude de movimento de ombro. O membro superior 
pode ser trabalhado tanto em flexão quanto em abdução (Figura 12) (MAYWORM, 2016).
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Figura 12 – Escada de dedos. Fonte: Mayworm (2016).
Sistema de polias elevadas:
Com a realização de exercícios e orientações corretas, os sistemas de polias (Figura 13) 
podem ser usados de maneira efetiva para ganho de amplitude de movimento em um membro 
com comprometimento funcional. Tem sido comprovado que, com a utilização do sistema de 
polias, ocorre uma atividade muscular significativamente maior que a amplitude de movimento 
assistida pelo fisioterapeuta e por aparelhos de mobilização passiva contínua. Configura-se como 
uma forma de assistência que deve ser usada apenas quando a atividade muscular for desejada 
(HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Figura 13 – Sistema de polias para exercícios autoassistidos. Fonte: Mayworm (2016).
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 O sistema de polias, também conhecido como suspensoterapia, é muito utilizado 
na técnica chamada PediaSuit, em que o terapeuta utiliza uma gaiola de metal 
toda quadriculada com proporções de dois metros de largura, profundidade e altu-
ra e, nesta, dispõe de equipamentos: primeiramente uma vestimenta ortopédica 
macia e dinâmica, que consiste em chapéu, colete, calção, joelheiras e calçadores 
adaptados que são interligados por bandas elásticas. Além dessa vestimenta, a 
gaiola comporta cordas, roldanas/polias, ganchos de metal, cintos e uma varie-
dade de itens empregados nessa modalidade de terapia, que é tida como intensiva 
por conta da duração e extensão do protocolo PediaSuit. Essa técnica é indicada 
para casos de sequelas de paralisia cerebral, síndrome de Down, autismo e várias 
outras com disfunções e atraso do desenvolvimento neuromotor. 
Para mais informações sobre o Método PediaSuit, acessar: PediaSuit Brasil. Dis-
ponível em: <https://www.pediasuitbrasil.com.br/index.php/pt-br/o-que-e-o-
pediasuit>.
Um resultado emocionante envolvendo a utilização do PediaSuit pode ser visto no 
vídeo: Pediasuit e Linha Evolvik de Vestes - Resultados mais Rápidos. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=12&v=7RmrUDZLf3I>.
Pranchas deslizantes (skates): 
Encorajar o movimento é fundamental para sua efetiva execução e o uso de superfície lisa 
é um bom incentivador para tal, já que, sem a resistência da gravidade ou atrito, o movimento 
pode ser facilitado. Dentro da possibilidade, uma prancha com rodas pode ser usada para 
estimular e até auxiliar o movimento. Usar talco ou óleo em uma superfície pode ser uma forma 
de incremento para que o movimento se processe por deslizamento (MAYWORM, 2016).
Equipamentos para exercícios recíprocos: 
Pensando nos movimentos de flexão e extensão, várias são as possibilidades de 
incentivadores ou dispositivos específicos como, por exemplo, bicicletas e ergômetros de membro 
superior e inferior, que podem ser usados para fornecer tais movimentos aos membros, além de 
encorajar o movimento e aumentar a amplitude de movimento (Figura 14). Para pacientes em 
leito, há a possibilidade do uso de dispositivos móveis que podem ser fixados no leito ou em 
cadeira de rodas ou ainda em cadeira comum (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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Figura 14 – Exercício de amplitude de movimento com uso de ciclo ergômetro. Fonte: Mayworm (2016).
1.6.9 Mobilização passiva contínua - MPC
Nesta modalidade de mobilização, o movimento passivo é realizado por um equipamento 
mecânico que, de fato, movimenta uma articulação e esse movimento acontece de forma lenta e 
contínua ao longo de uma amplitude de movimento controlada. A modalidade MPC (Figura 15) 
é aplicada em diversas articulações, tanto dos membros superiores quanto dos inferiores e falando 
especificamente da aplicabilidade na articulação do joelho, seus benefícios já foram evidenciados 
no pós-operatório de artroplastia total do joelho, em fraturas de patela, em fraturas de platô tibial 
e nas reconstruções dos ligamentos do joelho (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016). 
Segundo Stefanutto et al. (2011 apud MAYWORM, 2016, p. 43),
Tem-se relatado que a MPC é eficaz para amenizar os efeitos negativos da 
imobilização articular em condições como artrite, contraturas e fraturas intra-
articulares, bem como para melhorar a velocidade de recuperação e manutenção 
da ADM após uma variedade de procedimentos cirúrgicos.
Figura 15 – Mobilização Passiva Contínua. Fonte: Mayworm (2016).
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1.6.10 Mobilização e manipulação articular
A terapia manual utiliza técnicas de mobilização articular e manipulação articular a fim 
de controlar ou diminuir a dor e tratar as disfunções articulares que limitam a amplitude de 
movimento, interpelando de maneira específica as alterações na mecânica articular. As alterações 
da mecânica articular podem ocorrer em razão de dor, mecanismos de defesa muscular, derrame 
articular, contraturas ou aderências nas cápsulas articulares ou ligamento de suporte, ou, ainda, 
desalinhamento das superfícies ósseas (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Para realizar o estudo dos movimentos dos componentes ósseos e articulares, é preciso 
tomar nota sobre o enfoque terapêutico de Kaltenborn, que se baseou nos princípios da 
osteocinemática e na artrocinemática e passou a distinguir três principais movimentos do jogo 
articular:
1°) O movimento de tração – que se configura como um movimento passivo translatório 
com o qual, por meio de um estiramento, se produz a separação dos ossos, e o sentido desse 
movimento é perpendicular ao plano de tratamento.
2°) A compressão – que consiste em um procedimento oposto ao citado anteriormente. 
Deve ser realizada de modo perpendicular ao plano de tratamento e, por meio dele, se faz a 
compressão das superfícies articulares. Se ocorrer dor durante a realização desse procedimento, 
tem-se a indicação de lesão articular.
3°) O movimento de deslizamento – que constitui um movimento passivo translatório 
e retilíneo de um osso e, em consequência, ocorre a produção de um deslizamento também 
retilíneo entre as faces articulares. A direção do movimento é paralela ao plano de tratamento (e 
não à superfície articular). Esse procedimento é realizado para um teste de mobilidade passiva da 
articulação e também como técnica de mobilização.
O tratamento por meio de mobilização e de manipulação consiste em uma série de 
aplicações, recomendações e precauções, assim como utiliza-se de uma série de dispositivos, 
como, por exemplo, camas especiais, cinturões, cintas, pesos, bolsas com areia, entre outros 
instrumentos, que são muito úteis para uma correta aplicação das técnicas. Esses dispositivos, 
muito comuns hoje em dia, no uso de cada terapeuta manual, permitem assegurar uma correta 
aplicação, mas também permitem ao terapeuta adaptar as posições eficientes e seguras ao realizar 
os tratamentos. Kaltenborn foi um dos pioneiros no seu desenho e na sua elaboração.
Segundo Mayworm (2016), no tratamento de uma articulação hipomóvel, aplicam-
se as técnicas de deslizamento com movimentos que devem seguir na direção de restrição do 
deslizamento. É fundamental e básico determinar qual é essa direção. Com essa finalidade, 
Kaltenborn aplica duas provas:
1ª) Teste de deslizamento (também chamado de método direto) – os movimentos 
translatórios passivos devem ser realizados em todas as direções do movimento articular a fim 
de determinar diretamentequal destes está restrito. Cada articulação tem seu procedimento 
específico (rever cinesiologia articular).
2ª) Regra convexo-côncava (chamada de método indireto) – usada para determinar a 
direção do deslizamento restrito. A regra geral consiste em mobilizar o osso com a superfície 
articular convexa na direção oposta à direção de restrição ou mobilizar o osso com a superfície 
articular côncava na mesma direção de restrição (PILAT, 2019).
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 Para mais informações sobre a Técnica de Kaltenborn, acessar: CONMOV - Mov-
imentos conscientes. Disponível em: <https://colunasemdor.com.br/fisioterapia/
tecnica_de_kaltenborn.html>.
Em uma outra ótica terapêutica, temos o Método Maitland, que foi desenvolvido pelo 
fisioterapeuta australiano Geoffrey D. Maitland. Trata-se de um método porque sua abordagem 
de tratamento não se embasa apenas numa técnica de mobilização articular em si, e sim sobre 
uma ideologia que faz a junção da avaliação e do tratamento, e abriga o raciocínio clínico com 
base focada nos dados clínicos coletados. Pelo Método Maitland, é realizado um trabalho 
visando aliviar dores e promover a liberação segura de determinadas estruturas, com o objetivo 
de restabelecer os movimentos e a amplitude de movimento normal, a fim de melhorar funções 
específicas nos pacientes. Esse método de tratamento é indicado para pacientes com disfunções 
neurais e musculoesqueléticas direcionadas a estruturas como as articulações dos membros e/
ou da coluna vertebral, incluindo as articulações temporomandibulares. Porém, essas técnicas 
são preferencialmente usadas para tratamento de disfunções da coluna vertebral (MAYWORM, 
2016).
O processo de anamnese realizado dentro do método deve ser feito de maneira minuciosa, 
por meio de um exame físico detalhado, com avaliação dos sinais e sintomas. Ao utilizar a filosofia 
do conceito Maitland, os fisioterapeutas são instigados a formular e testar várias hipóteses a fim 
de encontrar o melhor método de tratamento para o paciente. O exame físico engloba a aplicação 
de movimentos vertebrais oscilatórios passivos e acessórios, como já comentados no assunto 
artrocinemática, e estes são direcionados às articulações para tratar a dor e a rigidez de origem 
mecânica. As técnicas buscam restaurar os movimentos articulares e são classificados de acordo 
com a sua amplitude. Então, os movimentos são classificados em 5 graus, sendo que o grau 1 
representa o de menor deslize e o grau 5 representa o maior deslizamento. O método Maitland 
se destaca não apenas pelas suas técnicas em si, mas também pela avaliação clínica minuciosa, a 
qual aceita a empregabilidade de outras modalidades de mobilização ou manipulação sem que se 
comprometa o resultado final (MAYWORM, 2016).
Para mais informações sobre a Método Maitland, acessar: Terapia Manual. Dis-
ponível em: <http://fisioterapiamanual.com.br/blog/areas-da-fisioterapia/meto-
do-maitland/>.
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O método Mulligan tem como um de seus “princípios” o de que “falhas posicionais” 
podem limitar movimentos fisiológicos de forma a causar dor. São técnicas que foram criadas 
para corrigir essas pequenas falhas, fazendo uso de técnicas que englobam a combinação de 
mobilização articular acessória juntamente ao movimento fisiológico ativo de forma indolor e, 
dessa maneira, espera-se o alívio imediato da dor e o ganho de arco de movimento (MULLIGAN, 
c2019).
Quando o profissional deseja usar de forma efetiva métodos, técnicas e conceitos que 
envolvem mobilização e manipulação, deverá conhecer e ter capacidade de examinar a anatomia, 
a artrocinemática e a patologia dos sistemas neurológico e musculoesquelético, a fim de identificar 
quando estes ou outros processos são indicados e quais seriam os mais efetivos para cada caso. 
Técnicas de mobilização articular utilizadas sem o pleno conhecimento de seus fundamentos 
e bases podem causar dano às articulações do paciente. Quando bem indicadas, as técnicas 
de mobilização articular configuram uma forma efetiva de melhorar, restabelecer ou manter a 
mobilidade intra-articular e podem ser eficazes também para tratar a dor (KISNER; COLBY; 
ALLEN, 2016).
 Para mais informações sobre o conceito Mulligan, acessar: O Conceito Mulligan. 
c2019. Disponível em: <https://www.bmulligan.com/portuguese/>.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prescrição da terapêutica utilizando recursos que envolvem o movimento humano 
é necessária para a recuperação funcional de cada paciente. As disfunções instaladas podem 
impedir temporariamente ou permanentemente a execução normal das atividades humanas, 
que são essenciais para a vida cotidiana. A incapacidade reflete as consequências da deficiência 
em termos de desempenho e atividade funcional do indivíduo, sua adaptação e interação na 
sociedade.
A cinesioterapia (os conceitos que a envolvem) e toda sua magnitude devem ser exploradas 
pelo terapeuta, a fim de prevenir e reabilitar por meio de movimentos passivos, ativos, ativo-
assistidos e contra resistidos, manual ou mecanicamente. Este é sem dúvida o carro-chefe no que 
diz respeito ao campo da reabilitação.
Os conceitos e efeitos da mobilização, os objetivos e as metas do exercício discutidos até 
aqui são essenciais para a boa execução da cinesioterapia. É preciso tomar posse do conhecimento 
sobre as modalidades dos exercícios e das cadeias de trabalho, bem como compreender os 
efeitos deletérios da imobilização para traçar as devidas metas de recuperação com finalidade 
ocupacional. O movimento humano possui “segredos”, de modo que, de posse e domínio da 
osteocinemática e da artrocinemática, o terapeuta poderá e deverá realizar ótimas abordagens no 
seu restabelecimento. 
O tratamento é a parte mais nobre da atividade profissional como terapeuta. A essência da 
recuperação funcional está na restauração dos movimentos e na independência do ser humano. 
Que a curiosidade seja despertada aqui para mover você a aprofundar-se na cinesiologia, 
biomecânica e cinesioterapia, ciência ampla e essencial.
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U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................29
1. EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS: ATIVO-LIVRE, RESISTIDO E EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO ......................30
1.1 PRINCÍPIOS DE SOBRECARGA – DEFINIÇÃO ......................................................................................................30
1.2 EFEITOS FISIOLÓGICOS, INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO ........................................................................... 31
1.3 CUIDADOS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS ..............................................................33
1.4 CONTRAINDICAÇÕES PARA OS EXERCÍCIOS RESISTIDOS ..............................................................................34
1.5 CATEGORIAS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS ......................................................................................................34
1.5.1 EXERCÍCIO TERAPÊUTICO ATIVO-RESISTIDO MANUAL ................................................................................34
1.5.2 FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA: PRINCÍPIOS E TÉCNICAS ......................................35
1.5.3 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVO-RESISTIDOS DE FORMA MECÂNICA ................................................36
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS: ATIVO-LIVRE, 
RESISTIDO E EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO
PROF. ALYSSON FERNANDO BRIEL
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CINESIOTERAPIA
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1.5.4 EXERCÍCIO ESTÁTICO OU ISOMÉTRICO .......................................................................................................38
1.5.5 EXERCÍCIO DINÂMICO: CONCÊNTRICO E EXCÊNTRICO .............................................................................401.5.6 EXERCÍCIO EM CADEIA ABERTA E FECHADA ...............................................................................................42
1.5.7 EXERCÍCIO ISOCINÉTICO ................................................................................................................................42
1.6 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS DE ALONGAMENTO ..........................................................................................43
1.6.1 MOBILIDADE E ALONGAMENTO ......................................................................................................................44
1.6.2 ALONGAMENTO MANUAL OU MECÂNICO PASSIVO/ATIVO ......................................................................44
1.6.3 AUTOALONGAMENTO ......................................................................................................................................44
1.6.4 TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO E INIBIÇÃO NEUROMUSCULAR .....................................................................45
1.6.5 TÉCNICAS DE ENERGIA MUSCULAR .............................................................................................................45
1.6.6 MOBILIZAÇÃO/MANIPULAÇÃO ARTICULAR ................................................................................................45
1.6.7 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE TECIDOS MOLES ...............................................................................45
1.6.8 MOBILIZAÇÃO DE TECIDOS NEURAIS ..........................................................................................................45
1.7 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO..............................................46
1.7.1 INDICAÇÕES PARA O USO DO ALONGAMENTO .............................................................................................46
1.7.2 CONTRAINDICAÇÕES PARA O USO DO ALONGAMENTO .............................................................................47
1.8 DETERMINANTES PARA O USO DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO .......................................................47
1.9 TIPOS DE ALONGAMENTO .................................................................................................................................48
1.9.1 ALONGAMENTO ESTÁTICO ..............................................................................................................................48
1.9.2 ALONGAMENTO ESTÁTICO PROGRESSIVO ...................................................................................................49
1.9.3 ALONGAMENTO DINÂMICO BALÍSTICO ........................................................................................................50
1.9.4 ALONGAMENTO CÍCLICO (INTERMITENTE) ................................................................................................. 51
1.9.5 ALONGAMENTO POR FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA (FNP) ................................ 51
1.9.6 ALONGAMENTO GLOBAL .................................................................................................................................54
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................56
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INTRODUÇÃO
Realizar funções da vida cotidiana é algo fantástico. As pessoas valorizam as habilidades 
de realizar suas funções de maneira independente, basta perder uma determinada função de 
um dos membros, por exemplo, para experimentar a sensação de perda, seguida do aumento da 
valorização para tal função. Experimenta-se também a interferência da perda de função física, em 
vários aspectos inter-relacionados, tais como: diminuição do desempenho muscular, do equilíbrio 
e do controle postural, da estabilidade, do próprio controle neuromuscular e da coordenação, 
diminuição da flexibilidade e até mesmo da resistência cardiopulmonar. Força, resistência, 
coordenação e flexibilidade são importantes para a realização confortável e segura das atividades 
de vida diária. Músculos fortes funcionam como amortecedores de forças externas, aliviando 
as articulações e os exercícios resistidos, geralmente realizados de forma manual ou mecânica, 
e proporcionam grande benefício nas disfunções evidenciadas nas doenças reumatológicas, 
ortopédicas e neurológicas.
Várias são as formas pelas quais os exercícios resistidos podem ser elaborados e 
praticados, seja por meio de um sistema sofisticado, como o exercício dinâmico, com uso de um 
dinamômetro isocinético, seja com exercícios resistidos manualmente e/ou exercícios em cadeia 
fechada com uso do próprio corpo sem nenhum dispositivo mais elaborado. Tão importante 
quanto o movimento em si é a flexibilidade para tal, pois esta é, sem dúvida, um dos aspectos do 
movimento.
Na segunda unidade desta disciplina, os objetivos se concentram na conceituação dos 
exercícios ativo-livres e resistidos, nos efeitos fisiológicos, nas suas indicações e contraindicações 
e em seus diferentes tipos. Em seguida, há a proposta de capacitação para prescrever exercícios 
de resistência manual ou mecânica e a organização de um treinamento de força, promovendo 
reflexões sobre tal treinamento inserido no processo reabilitacional e funcional para o indivíduo. 
Finalmente, conceituam-se termos que abrangem o alongamento, promovendo uma 
breve revisão sobre mobilidade, e são feitas reflexões sobre os tipos de exercícios de alongamento, 
relacionando-os às técnicas como tratamento para mobilidade e flexibilidade.
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1. EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS: ATIVO-LIVRE, 
RESISTIDO E EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO
1.1 Princípios de Sobrecarga – Definição
Qualquer forma de exercício ativo no qual uma contração muscular dinâmica ou estática 
é resistida por uma força externa aplicada de modo manual ou mecânico é um exercício resistido 
(VAISBERG; MELLO, 2010). O exercício resistido pode ser chamado de treino resistido, é um 
elemento essencial dos programas de reabilitação para pessoas com função comprometida, é 
também um componente integral dos programas de condicionamento para pessoas que desejam 
promover ou manter a saúde e o bem-estar físico, ou ainda potencializar o desempenho de suas 
habilidades motoras e reduzir o risco de lesões, disfunções e doenças (HOUGLUM, 2015).
Para Mayworm (2016), o exercício resistido (que é considerado positivo no desempenho 
muscular) pode trazer outros benefícios, tais como: a melhora do desempenho muscular 
(restauração, manutenção da força, da potência e da resistência à fadiga); aumento da força dos 
tecidos conjuntivos como os tendões, os ligamentos e o próprio tecido conjuntivo intramuscular; 
diminuição da sobrecarga nas articulações e redução do risco de lesões; favorecer maior densidade 
mineral óssea; melhora do equilíbrio; aumento da massa magra e diminuição da gordura 
corporal; promover a sensação de bem-estar e favorecer uma possível melhora na percepção da 
incapacidade e qualidade de vida.
Ao se tratar de força muscular, esta pode ser definida como a força ou tensão que um 
grupo muscular consegue exercer contra uma determinada resistência, considerando um esforço 
máximo. Já a potência muscular relaciona-se com a força e velocidade do movimento e é definida 
como trabalho (força x distância). Basicamente é a rapidez com que o trabalho é realizado 
(KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Falando em endurance, ou seja, a resistência muscular à fadiga, define-se como sendo 
também a habilidade de um músculo em contrair-se repetidamente contra uma carga (resistência), 
gerar e sustentar a tensão e resistir à fadiga durante um período extenso. Então, força muscular, 
potência e endurance podem ser muito aprimoradas mediante programas de exercícios bem 
planejados e que usam pesos como resistência. Sendo assim, para determinar um programa de 
exercícios resistidos, é necessário exame/avaliação minuciosapara melhorar a função atual e 
prevenir uma disfunção potencial. É preciso levar em consideração fatores como a patologia de 
base; a extensão e a gravidade dos comprometimentos musculares; se existem outros déficits; a 
fase de cicatrização dos tecidos após uma lesão ou cirurgia; a idade do paciente, seu preparo físico 
e sua habilidade de cooperar e aprender (KENDALL, 2007; MAYWORM, 2016).
Para a prescrição de exercícios, um bom orientador é o “princípio da sobrecarga”, que 
resulta de uma relação entre estímulo, adaptação e aumento da sobrecarga. De fato, temos que, 
após um tempo realizando exercícios com uma determinada carga, é preciso aumentar essa 
carga para se obter a continuidade dos benefícios que o exercício proporciona, elevando, assim, 
o limite de adaptação. Se for mantida a mesma carga, manter-se-á apenas o mesmo nível de 
condicionamento já alcançado. Portanto, é necessário aumentar progressivamente a quantidade 
de resistência em um programa de treinamento de força. Já para o treinamento de resistência à 
fadiga, preconiza-se mais o aumento do tempo durante o qual uma contração muscular é mantida 
ou, ainda, o número de repetições realizadas, em vez de aumentar a resistência (O’SULIVAN; 
SCHMITZ, 2010).
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Em casos de lesões que afetam o sistema nervoso com alterações de tônus, a 
avaliação a ser realizada pelo terapeuta, além de conter os elementos já mencio-
nados, deverá conter outros tipos de provas, como uma escala de tônus muscu-
lar, por exemplo, bem como adaptações junto aos objetivos de ganho de força e 
resistência, até mesmo de equilíbrio e coordenação motora, visando primordial-
mente à função.
São muitos os estudos que confirmam a importância da elaboração de um programa de 
exercícios, o qual venha a reproduzir muito bem as atividades funcionais desejadas. As variáveis 
do programa de exercícios devem coincidir com as exigências e os propósitos encontrados e 
vivenciados pelo paciente durante a realização das atividades funcionais específicas. As alterações 
e adaptações nos sistemas corporais, como o aumento de força e resistência à fadiga, que ocorrem 
como resposta a um programa de exercícios resistidos, são inconstantes, a não ser que os ganhos 
produzidos pelo treino sejam usados frequentemente nas atividades funcionais ou que o paciente 
realize a manutenção por meio da prática regular de exercícios resistidos. Já o destreinamento, 
refletido pela diminuição do desempenho muscular, se inicia após uma ou duas semanas de 
interrupção dos exercícios resistidos e continua até que os efeitos dos treinos se percam por 
completo. Por esse motivo, é fundamental que os ganhos de força e resistência à fadiga sejam 
incorporados às atividades diárias, ocupacionais e/ou de lazer e do esporte o quanto antes em 
um programa de reabilitação. Aconselha-se também que os pacientes adotem uma rotina de 
manutenção mediante exercícios resistidos, que irá funcionar como parte constituinte total do 
programa de preparo físico permanente, e que pode ser monitorado por outro profissional de 
saúde, como, por exemplo, o educador físico (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016; MAYWORM, 
2016).
1.2 Efeitos Fisiológicos, Indicação e Contraindicação
Os exercícios resistidos podem estimular todas as qualidades de aptidão física: a força, 
a potência, a resistência, a coordenação e a flexibilidade. São dois os mecanismos básicos que 
tornam o músculo mais forte: maior recrutamento das unidades motoras das fibras musculares 
e a hipertrofia das fibras musculares individuais. Durante as primeiras semanas de treinamento, 
a força aumenta em consequência das adaptações neurais. Já o aumento na força e na endurance 
é seguido por certas alterações fisiológicas, como, por exemplo, a hipertrofia (aumento do 
tamanho muscular) e pequenas alterações bioquímicas e adaptações dentro do sistema nervoso 
(HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016; MAYWORM, 2016).
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Nos exercícios resistidos, ocorre também a elevação da pressão arterial, porém 
dentro de limites considerados seguros, mesmo com cargas elevadas, desde que 
não sejam produzidas contrações isométricas em apneia. Em função de sua segu-
rança e das qualidades de aptidão que desenvolvem, os exercícios com pesos têm 
sido utilizados e com sucesso nos programas de reabilitação cardíaca e como 
medida de prevenção de incapacidades em pessoas idosas.
Para determinar um programa de exercícios apropriado, efetivo e seguro, muitos elementos 
são necessários. Esses elementos correlacionados devem ser elucidados a fim de melhorar um ou 
mais aspectos do desempenho muscular, de modo a atingir os resultados funcionais esperados. O 
alinhamento e a estabilização são componentes básicos e a quantidade conveniente de exercícios 
também deve ser estabelecida, bem como a intensidade (carga do exercício), número, sequência 
e frequência, intervalo de repouso, duração e tempo de exercícios, tipo de contração, resistência, 
posição do paciente, velocidade do exercício, periodização e integração com demais atividades 
funcionais (HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016; MAYWORM, 2016).
Os exercícios resistidos podem ser dosados conforme o crescimento da força, respeitando 
o ritmo constante e a máxima amplitude articular possível durante sua realização. É a sobrecarga 
de trabalho muscular que determina os ganhos nos níveis de força e resistência muscular. Treinar 
com pesos maiores e com menor número de repetições visa ao aumento de força; por outro 
lado, treinar com pesos menores e maior número de repetições resulta em maiores ganhos de 
resistência e força muscular (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016). 
O percentual de 1RM é muito usado nos testes científicos, por ser de fácil acessibilidade e 
mensuração. É utilizado tanto como teste diagnóstico da força muscular quanto como parâmetro 
para se prescrever e, ainda, monitorar um determinado exercício. O teste de carga máxima pode 
ser denominado como teste de 1RM, que significa uma repetição máxima e refere-se à maior 
quantidade possível de peso, administrado externamente, e que se pode mover ou levantar em 
uma única repetição completa por meio de um movimento padronizado específico. Dessa forma, 
o teste é importante para documentar a medida inicial da força dinâmica de um grupo muscular 
e posteriormente poderá ser comparada, e serve, ainda, para identificar uma carga de exercício 
inicial (quantidade de peso) para ser usada durante o exercício em um número específico de 
repetições. Definida a RM basal, será calculada a quantidade de exercício a ser usada no início 
do treinamento resistido, geralmente, por uma porcentagem de 1RM para um grupo muscular 
específico. Ao iniciar um programa de exercícios, a porcentagem necessária para conseguir 
adaptações na força induzida pelo treinamento é comumente baixa, seguindo por volta de 30 
a 40% no caso de pessoas não treinadas, ou seja, sedentárias. Na literatura, a intensidade de 
esforço preconizada para obter aumento da força e gerar hipertrofia segue sempre superior a 60%, 
sendo geralmente, na maioria dos trabalhos científicos, entre 70 e 85% de 1RM, e com número 
de repetições variando de 8 a 12 repetições máximas. Para que sejam obtidos ganhos de força e 
endurance muscular, a carga é considerada a principal variável de trabalho. A quantidade de carga 
a ser utilizada deve ser aquela necessária para atingir o número de repetições em cada série e com 
boa eficiência mecânica. Posteriormente, quando se seleciona a carga, a última repetição deve 
ser executada com um pouco mais de dificuldade, porém se ela for fácil de se realizar, deve-se 
aumentar a sobrecarga, pois só assim o fortalecimento muscular será alcançado. Nos exercícios 
resistidos, a intensidade de trabalho é dosada, principalmente, pela carga e pelos intervalos entre 
as séries. A velocidade não é frequentemente utilizada como critériode controle, pelo fato de se 
priorizar a boa eficiência mecânica (HOUGLUM, 2015; MAYWORM, 2016).
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O emprego de 1RM como medida basal de força dinâmica é apropriado para todos 
os pacientes? Na verdade, para alguns pacientes, não, pois o uso de 1RM propõe 
apenas um esforço máximo. E isso pode não ser seguro, por exemplo, para pa-
cientes com problemas articulares, em recuperação de lesões de tecidos moles 
ou pacientes que apresentem risco para tais lesões, ou, ainda, para pacientes com 
osteoporose ou patologias cardiovasculares, conhecidas ou potenciais. Por este 
motivo, como já citado anteriormente nesta unidade, a avaliação do paciente é 
o direcionador primordial para a definição de todo e qualquer programa de pre-
scrição de exercícios.
1.3 Cuidados para a Administração de Exercícios Resistidos
Para a implementação de um programa de exercícios resistidos, estes precisam ser efetivos 
e seguros. Para tal, algumas precauções são muito importantes:
• A temperatura ambiente deve ser confortável.
• Durante o exercício não deve ocorrer dor.
• Evitar que, no início do treinamento, seja usado um nível máximo de resistência.
• Não utilizar resistência pesada para crianças, idosos e pacientes com osteoporose.
• Em casos de articulações instáveis, redobrar a atenção e o monitoramento.
• Evitar manobra de Valsalva (prender a respiração).
• Não permitir que ocorram movimentos balísticos descontrolados.
• Identificar e impedir movimentos compensatórios.
• Não permitir sobrecargas na coluna vertebral.
• Tomar nota sobre medicamentos utilizados pelo paciente.
• Caso haja dor, interromper os exercícios em questão, ou mesmo na presença de tontura 
ou falta de ar incomum ou súbita.
• Impedir que ocorra fadiga cumulativa (frequência e/ou treinamento excessivos). Os 
sinais e sintomas de fadiga muscular são: sensação de desconforto muscular, tremor, 
dor ou cãibras; inabilidade para completar o padrão de movimento e uso de movimentos 
substitutivos (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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1.4 Contraindicações para os Exercícios Resistidos
São poucos os casos em que os exercícios resistidos são contraindicados. O trabalho 
com uso de exercício resistido é habitualmente contraindicado durante a fase inflamatória 
aguda e em algumas doenças e distúrbios agudos. Elegendo criteriosamente o tipo adequado de 
exercício (estático versus dinâmico; com ou sem apoio de peso) e mantendo a intensidade inicial 
do exercício em um nível em torno de baixo a moderado, os efeitos adversos do programa de 
exercícios resistidos podem ser minimizados ou até mesmo evitados. Em suma: tais exercícios 
são contraindicados em casos de inflamação aguda; dor articular ou muscular intensa durante o 
exercício resistido ou por mais de 24 horas após o exercício; doença neuromuscular inflamatória 
e doença cardiopulmonar grave (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
1.5 Categorias de Exercícios Resistidos 
1.5.1 Exercício terapêutico ativo-resistido manual
Exercício com resistência manual (Figura 1) é um tipo de exercício ativo-resistido, no 
qual a resistência é dada pelo terapeuta. Ele é útil em fases iniciais de um programa de exercícios 
quando o músculo se encontra fraco e pode vencer apenas uma resistência mínima ou moderada. 
A escolha de uma maca com altura ideal para favorecer o uso de uma mecânica corporal ideal 
pode evitar sobrecarga em região lombar, além de possibilitar uma maximização do controle de 
membros inferiores e superiores. A utilização de uma base alargada mantém uma postura estável 
e possibilita a transferência de peso de um membro para o outro, enquanto o paciente move o 
membro (MAYWORM, 2016).
Figura 1 – Exercício ativo-resistido manual. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
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1.5.2 Facilitação neuromuscular proprioceptiva: princípios e técnicas
A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) é uma abordagem de exercício 
terapêutico que combina padrões diagonais funcionais do movimento humano com técnicas 
de facilitação neuromuscular, a fim de lembrar respostas motoras e melhorar tanto o controle 
quanto a função neuromuscular. No princípio, foi desenvolvida por Kabat, nas décadas de 1940-
1950, e em sequência por Knott e Voss, a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), 
cujo objetivo é permitir aos terapeutas desenvolver análises e avaliações sobre o movimento 
do paciente, enquanto, ao mesmo tempo, facilita estratégias de movimentos funcionais mais 
eficientes (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Todas as atividades contidas na abordagem e intervenção da FNP são alinhadas a um 
objetivo funcional e relacionadas ao ambiente no qual o objetivo deve ser alcançado. Este 
método pode ser aplicado em crianças e adultos com disfunções neurológicas e/ ou ortopédicas 
(HOUGLUM, 2015).
As técnicas de FNP podem ser aplicadas a fim de desenvolver a força e a resistência 
muscular, visando ao combate à fadiga; facilitar a estabilidade, a mobilidade, o controle 
neuromuscular e a coordenação dos movimentos; e servem como base para restauração da função 
(ADLER; BECKERS; BUCK, 2007). Os padrões de movimentos associados à FNP são compostos 
de movimentos multiarticulares, multiplanares, diagonais e rotacionais dos membros, do tronco 
e do pescoço (Figura 2)
Figura 2 – Padrão usado na FNP – diagonal 2 flexão e extensão. Fonte: Mayworm (2016).
Existem dois pares de padrões diagonais para os membros superiores e também para os 
membros inferiores. São eles: a diagonal (1) e a diagonal (2), sendo que cada um pode ser feito 
tanto em flexão como em extensão (Quadro 1).
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Quadro 1 – Movimentos componentes dos padrões FNP: membros superiores e inferiores. Fonte: Kisner, Colby e 
Allen (2016).
1.5.3 Exercícios terapêuticos ativo-resistidos de forma mecânica
Nos exercícios realizados com resistência mecânica, esta é aplicada por meio de 
equipamentos ou aparelhos mecânicos. Torna-se útil quando a quantidade de resistência necessária 
for superior ao que o terapeuta pode aplicar manualmente. Esta modalidade de exercício é um 
componente integral de reabilitação e dos programas de condicionamento para pessoas de todas 
as idades. Ainda assim, o uso da resistência mecânica em um programa de exercícios tem suas 
vantagens e também desvantagens. As vantagens são: possibilidade de realizar medida de base 
quantitativa do desempenho basal; podem ser administradas cargas maiores; são mais fáceis para 
documentar os aumentos na carga; possibilitam variedades; são mais práticos e o treinamento é 
mais seguro. Desvantagens: são impróprios para músculos muito fracos; as resistências externas 
podem colocar carga máxima no músculo em apenas uma ADM e os investimentos com a compra 
dos equipamentos são maiores (HOUGLUM, 2015).
O exercício resistido também pode ser aplicado de acordo com o ERP, ou seja, Exercício 
Resistido Progressivo, que se trata de um sistema de treinamento resistido dinâmico em que uma 
carga externa constante é aplicada ao músculo em contração por algum meio mecânico, o qual 
pode ser um peso livre ou aparelho com pesos e que irá aumentando aos poucos. Os resultados de 
muitos estudos têm demonstrado que os programas de ERP melhoram a capacidade do músculo 
no que diz respeito a gerar força, e esta pode ser transferida para uma melhora no desempenho 
físico. O conceito de ERP foi introduzido há quase 60 anos por DeLorme, que propôs e estudou o 
uso de três séries de 10RM com cargas progressivas durante cada série. É também muito utilizada 
a técnica de Oxford, que trabalha com cargas regressivas em cada série (Quadro 2) (O’SULIVAN; 
SCHMITZ, 2010; HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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