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DOENÇAS VIRÓTICAS HIV · Infecção sexualmente transmissível; · Vírus da imunodeficiência adquirida que acomete linfócitos TCD4, não tendo reconhecimento dos antígenos. Contagem de TCD4<200 células/mm3, no qual começa a serem manifestadas doenças oportunistas, devido a resposta deficiente do sistema imune, sendo que as doenças são mais graves do que em um indivíduo normal; · Transmissão: contato sexual, exposição parenteral ao sangue, vertical (materno-fetal); · Infecção com progressão para AIDS (mudou os padrões sociais e pratica clinica contemporânea), logo se o indivíduo já apresenta diagnóstico positivo já é imediatamente tratado, com motivação e não imposição; · Baixa adesão HAART: baixa escolaridade, nível socioeconômico, drogas ilícitas; · Fatores que influenciam a manifestação oral: xerostomia, higiene oral deficiente e tabagismo; · ( Síndrome viral aguda autolimitada de 1 a 6 semanas. )Identificação das manifestações orais pode ser importante para sugerir possível infecção em individuo que desconhece sua condição. 1.1 Infecção 1.2 Soroconversão 1.3 Fase assintomática (50 células mm3/ano): 8 a 10 anos – apenas linfadenopatia generalizada. 1.4 Complexo relacionado à AIDS: febre, perda de peso, diarreia crônica, candidíase oral pseudomembranosa, herpes zoster e leucoplasia pilosa; 1.5 Estágio final altamente sintomático: infecções oportunistas · Infecções oportunistas: bacteriana – tuberculosa; fúngica – candidíase e virais – HSV Herpes simples; · Infecções associadas: · Fortemente associadas: candidíase, leucoplasia pilosa (borda lateral da língua), doença periodontal, Sarcoma de Kaposi e Linfoma não-Hodgkin; · Menos comuns: doença da glândula salivar, herpes simples e zoster; · Lesões vistas em pacientes com HIV: infecções fúngicas profundas, estomatite aftosa recorrente e carcinoma de células escamosas. · Candidíase pseudomembranosa: com placas brancas destacáveis, baixo relato de dor, só incômodo; · Herpes simples labial e intraoral (HSV): fase inicial com muitos vírus; extraoral com formação de vesículas no vermelhão do lábio; intraoral com áreas ulceradas sem pseudomembrana, as vezes, erosivas e ocorre no palato; · Leucoplasia pilosa: com a raspagem não sai; · Verrugas – HPV: proliferação epitelial isolada chamada de papiloma e quando em conjunto chamado de condiloma; HPV 16 e 18 associados a câncer. Região genital chamado de condiloma; · Ulceração aftosa: placas ulceradas de cerofibrina com bactérias; placas graves, maiores e mais numerosas; · DP: eritema gengival linear, GUN e PUN; · Doença das glândulas salivares: aumento das glândulas; · Linfoma não-Hodgkin: inespecífico e em palato; · Sarcoma de Kaposi: proliferação escura; · Diagnóstico: A confirmação da infecção pelo HIV pode ser feita pela cultura viral ou pela detecção de antígenos e anticorpos para o HIV. O instrumento de triagem padrão e o imunoensaio enzimático (Elisa) para anticorpos relacionados ao HIV. Esse teste pode apresentar resultados falso-positivos ou reações cruzadas, portanto, deve ser repetido e acompanhado pela analise de anticorpos mais precisa, o Western blot; · Tratamento: terapia antirretroviral altamente ativa (HAART). Não existe cura, mas o tempo de sobrevida aumenta ao longo dos anos pelo diagnóstico precoce e melhora no tratamento. Vírus Herpes Simples · Apresenta distribuição mundial; · Apresenta os tipos I (HSV 1) de expressão bucal, e tipo II (HSV 2) de expressão genital; · Causam uma infecção primária num indivíduo sem anticorpos, e se mantem latentes nos gânglios sensoriais; · Quando reativados estabelecem uma infecção recorrente que pode ser sintomática ou não; · Possui relação com fatores socioeconômicos; · Presença do HSV 2 na gravidez pode infectar o feto; · Aglomerações e higiene deficiente favorecem a exposição; · Incubação de 3 a 9 dias; · Pode se propagar no gânglio; · Faringoamigdalite 1ª: em adolescentes ou adultos jovens. Mais na região posterior da cavidade oral; · Herpes em palato: dificilmente aparece vesículas, mais raro; · Gengivoestomatite herpética – HSV -1 · Padrão mais comum de infecção primária sintomática; · 6 meses a 5 anos de idade; · Caracterizada por lesões vasculares avermelhadas, de 1 a 2mm, com rompimento epitelial e formação de exulcerações dolorosas, devido ao rompimento de vesículas; · Faringite ou assintomático; · Localizam-se em toda mucosa, principalmente lábio, mucosa jugal, língua, gengiva e palato; · Acompanhada de manifestações como sialorreia, febre, mal-estar, halitose, cefaleia, linfadenopatia regional inflamatória, inapetência, taquicardia, prostração, variando de leve a intenso, náusea, anorexia, lesões orais dolorosas; · Duração de 5 dias a 2 semanas; · Tratamento voltado para repouso, uso de analgésicos locais, antipiréticos, dieta liquida e com alto valor nutritivo; Antissépticos locais devem ser suaves e sem álcool; Anti-inflamatórios são benéficos; Faz-se uso de aciclovir e penciclovir e antibióticos locais. · Herpes Labial – HSV -2 · Pode ocorrer tanto no local da inoculação primária como em outras áreas mucocutâneas; · Podem aparecer no vermelhão do lábio superior até a narina, bochechas e mento; · Os sinais e sintomas prodrômicos como dor, ardência, coceira, queimação, formigamento aparecem de 6-24 horas antes do desenvolvimento da lesão; · Sinais são seguidos do aparecimento de vesículas eritematosas altamente infecciosas, preenchidas por líquido, que se rompem e formam crostas; · Liberação assintomática do vírus da saliva; · Lesão permanece de 7 a 14 dias; · A cicatrização ocorre sozinha; · Intrabucalmente afeta a área de palato duro, gengiva inserida ou mucosa vestibular; · Fatores desencadeantes: estresse emocional, exposição solar, menstruação, trauma, alergia; · Tratamento: Vários modos são utilizados. Aciclovir tópico previne a replicação do vírus, e deve ser instituído nas primeiras 48h e penciclovir; Aciclovir sistêmico e justificado para pacientes com frequentes recidivas ou imunocomprometidos; Cuidado com autoinoculação, utilizar no pródromo. HSV -1 HSV-2 Transmissão Saliva ou lesões ativas Contato sexual Localização Oral, facial e ocular Regiões genitais Acomete pele Acima da cintura Abaixo da cintura Transmissão Liberação assintomática ou lesões ativas · Diagnóstico: anamnese e exame físico, esfregaço histopatológico, sorologia para HSV, cultura – 2 semanas. Obs.: Laseterapia: rapidamente se forma a crosta e a lesão aparece menos vezes ao longo dos anos. DOENÇAS BACTERIANAS Tuberculose · Doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis; · Fatores de risco: aglomerações de pessoas, debilitação da população, imunocomprometimento, declínio nos cuidados à saúde; · Primeiro sítio: pulmões - macrófagos; · Sítios extra-pulmonares de cabeça e pescoço: linfonodos cervicais, laringe, cavidade nasal, oral, nasofaringe; · A transmissão se dá principalmente pela disseminação do escarro vindo de uma pessoa doente, através da inalação; · Infecção da mucosa bucal: · Secundária; · Implantação do M. tuberculosis pelo escarro infectado e disseminação via hematogênica; · Geralmente afeta língua e palato; · Apresenta-se como uma úlcera crônica com bordos elevados endurecidos, geralmente indolor que não cicatriza; · Envolvimento ósseo dos maxilares pode resultar em osteomielite tuberculosa; · Teste de PPD elevado. · Tuberculose ganglionar escrófula: · Tumefação nos linfonodos cervicais, pulmão se apresenta limpo, não é transmissível. · Exame para diagnóstico: punção aspirativa (cultura); · Teste de PPD elevado. · Reativação: multiplicar, romper a célula e disseminar. · Diagnóstico: biópsia, cultura do escarro (teste ouro, pois identifica o bacilo), teste de tuberculina e radiografia do tórax (só em tuberculose pulmonar), análise histopatológica da lesão + Ziehl-Neelsen. Teste PPD não fecha diagnóstico. · PPD leitura: Derivado protéico purificado – mede-se só a região endurecida (nódulo). Errado: medir o vermelhão também; · Diagnóstico diferencial: sífilis primária, carcinoma de células escamosase úlcera traumática crônica; · Tratamento: associação com 2 ou 3 fármacos por longos períodos(6 meses ou mais). Notificação compulsória. Sífilis · Infecção crônica granulomatosa, causada pelo Treponema pallidum; · Principais vias de transmissão são por contato sexual e de mãe para feto (DST); · Acomete homens e mulheres na mesma prevalência; · Estágios Clínicos · Um paciente sifilítico é altamente infeccioso apenas durante os dois primeiros estágios; · É estabelecido um período de latência entre os estágios, livre de lesões e sintomas, onde a transmissão se dá em menor potencial; · Latência pode durar de 1 a 30 anos; · Gestantes podem transmitir para o feto durante a latência; · Sífilis Primária · Ocorre por volta de três semanas após o contato com indivíduo infectado; · Caracterizada pelo “cancro” (lesão ulcerada com bordos endurecidos que se desenvolve na área de inoculação); · A maioria dos cancros é solitária; · Os sítios mais acometidos incluem genitália externa e ânus; · Lesões orais são vistas nos lábios, língua, palato, gengiva e amígdalas; · Apresenta-se como uma úlcera clara e indolor, às vezes com proliferação vascular; · A maioria dos pacientes tem linfadenopatia cervical associada. · Sífilis Secundária · Ocorre por volta de 10 semanas após a primária; · Lesões podem surgir antes da resolução completa da lesão primária; · Aparecimento de sintomas sistêmicos: dor de garganta, mal-estar, cefaleia, perda de peso, dor musculoesquelética; · Sinais consistentes: erupção cutânea maculopapular difusa, indolor e roséola, disseminada por todo corpo, podendo acometer região palmo-plantar, placas brancas que não saem com raspagem, presença de lesões com aspecto serpengionosas/caracol; · Condiloma Lata; · Lues maligna: pode evoluir para neplasias; · Na boca observam-se mais comumente na língua, lábio, mucosa jugal e palato; · Recobertas por pseudomembrana; · Lesões múltiplas são típicas; · Recidiva. · Sífilis Terciária · Ocorre um ano após a primária; · Pode afetar uma série de órgãos, com complicações mais severas; · Caracteriza-se, principalmente, por gomas sifilíticas de destruição tecidual dispersas (sítio ativo de inflamação); · Goma apresenta-se como uma lesão endurecida, nodular ou ulcerada; · Lesões intraorais acometem palato (goma sifilítica) e língua(glossite luética); · Ulceração no palato pode causar perfuração em direção à cavidade nasal; · Língua encontra-se aumentada, lobulada e de formato irregular; · Afeta SNC (neurosífilis), vasos, mucosa e pele. · Sífilis Congênita · Sífilis na gravidez pode causar aborto, natimorto, pré-maturidade ou sífilis congênita; · Podem manifestar sinais dentro de duas a três semanas do nascimento; · Apresenta duas formas clínicas; · Sífilis congênita precoce/recente: Caracterizada por lesões mucocutâneas com presença de Treponemas; · Rinite, rinorréia purulenta, lesões ósseas, viscerais e nervosas; · Ocorre a transmissão do vírus; · Sífilis congênita tardia: Caracterizada pela Tríade de Hutchinson (dentes de Hutchinson nos incisivos – aspecto de chave de fenda e molares – aspecto de amora); queratite ocular intersticial; surdez associada ao comprometimento do 8°par craniano); · Não ocorre transmissão do vírus. · Microscopia: células inflamatórias ao redor da lesão, chamados de manguitos, como vasculites. · Diagnóstico: Pode ser confirmado pela revelação do T. pallidum no exame de campo escuro de um esfregaço de lesão ativa. A revelação do agente ou material de biópsia devem ser confirmados por testes sorológicos ou de imunofluorescencia. Teste sorológicos não-específico: VDRL. Caso VDRL não alcance valores consideráveis ou dê resultado negativo é realizado teste específico (FTA-Abs – fecha o diagnóstico) · Tratamento: penicilina. Em caso de intolerância à penicilina, podem-se utilizar as tetraciclinas ou eritromicinas. Actinomicose · Infecção bacteriana oportunista relativamente incomum nos tecidos moles bucais, na maioria dos casos o Actinomyces israelli foi apontado como o micro-organismo causador, com o A. viscosus sendo o segundo implicado no processo – Presentes na microbiota oral; · Não transmissível; · Predileção por adultos jovens com mais de 20 anos, do sexo masculino, com baixo nível socioeconômico; · A inoculação da bactéria ocorre por meio de traumatismo da mucosa, por exodontia ou presença de cárie profunda; · 55% dos casos acometem região de cabeça e pescoço, na pele e ânulo da mandíbula; · Clinicamente se apresenta como uma região tumefeita endurecida, vermelho-violácea, apresentando dor cervical, edema, eritema e supuração; · Presença de grânulos (característico); · Actinomicose cervicofacial invasiva; · A região supurativa pode liberar estruturas amareladas, que representam colônias de bactérias; material purulento; · Região posterior da mandíbula mais acometida; · Envolve tecido ósseo; · Parece com infecção oportunista; · Lesões periapicais; · Diagnóstico: por biópsia convencional, exame direto da secreção, com material obtido por punção aspirativa por agulha fina (PAAF); · Diagnóstico diferencial: tuberculose, botriomicose, histoplasmose, tumores e paracoccidioidomicose; · Tratamento: antibioticoterapia longa com debridamento da área(limpeza e remoção do material infectado). DOENÇAS FÚNGICAS Candidíase · Infecção fúngica bucal mais comum, causada por Candida albicans; · Evidência clínica determinada por pelo menos três fatores gerais: estado imunológico do hospedeiro, a resistência da C. albicans e ambiente da mucosa oral (alteração da microbiota); · Formas Clínicas: · Candidíase Pseudomembranosa (sapinho) – associada a paciente com HIV: · Apresenta-se como placas brancas destacáveis sobre a mucosa normal ou eritematosa; · São facilmente removíveis por raspagem; · Aspecto semelhante a queijo cottage ou leite coalhado; · As placas são compostas pelos fungos, células epiteliais descamadas e fragmentos de tecido necrótico; · Associada ao estado imunológico do paciente, e uso de antibióticos de amplo espectro; · Sintomas quando presentes consistem em queimação da mucosa, desconforto, gosto desagradável; · Frequente em mucosa jugal, palato e dorso da língua; · Infecção local com agentes sistêmicos atuando. · Candidíase Eritematosa · Mais comum que a pseudomembranosa – passa despercebida; · Lesão sem pontos brancos, e sim avermelhados sobre a mucosa; · Relatos de ardência, queimação na mucosa; · Associada a fatores imunológicos e alteração da microbiota; · Presente em diabéticos; · Subdivisão da Candidíase Eritematosa: · Atrofia Papilar Central: · Histologia apresenta hifas infectantes; · Queilite Angular: · Pode ser um componente da candidíase ou ocorrer isoladamente; · Deficiência de vitaminas; · Eritema, fissuras e descamação; · Perda da dimensão vertical causando aproximação do ângulo da boca. · Atrófica aguda: boca ferida por antibióticos; · Candidíase multifocal crônica: · Dorso da língua, palato e comissuras labiais. · Estomatite Protética ou Atrófica crônica: · Uma forma de candidíase eritematosa; · Relacionada ao uso de prótese total ou parcial removível; · Lesões ocorrem na área de contato da língua com o palato – lesão beijar; · Fatores locais e sistêmicos, como má higienização da prótese com aderência do fungo nesta, prótese antiga e má confecção; · Eritema, petéquias. · Diagnóstico: São analisados os sinais clínicos, considerando os fatores locais e sistêmicos. Exame de citologia exfoliativa. Terapêutico. Por biópsia. Cultura da cepa. · Tratamento: Nistatina(bochecho). Fluconazol: uso quando não ocorre reversão, no qual pode causar resistência e interação medicamentosa. Miconazol (Darktain gel). Orientação para higienização adequada, não dormir com a prótese, uso de água +água sanitária por 30min na prótese. Paracoccidioidomicose · Infecção fúngica profunda, causada pelo Paracoccidioides brasiliensis; · Observada com maior frequência em pacientes da América do Sul; · Marcante predileção por homens; · Diferença atribuída ao efeito protetor do hormônio feminino; · Aparecem em adultos de meia-idade de região agrícola;· Apresenta-se inicialmente com uma infecção pulmonar, com registro de tosse ou dificuldades de respirar, após a exposição aos esporos nos M-O; · O desenvolvimento da doença ocorre após algum tempo da infecção, quando o indivíduo sofre algum desequilíbrio imune passando de infecção doença; · Pontilhado hemorrágico nas lesões (característico); · Lesões orais (em região mais anterior) representam a disseminação, principalmente por via hematogênica; · Apresentam-se como ulcerações com aspecto de moriforme (forma de amora) com fundo granuloso e exulcerações; · Perda óssea, cálculo; · Mais comum em mucosa alveolar, gengiva e palato; · Na maioria mais de um local está envolvido; · Ocorre mobilidade dentária, mas não condena o dente, no qual com tratamento esse problema desaparece; · Diagnóstico: biópsia. Meios de cultura. · Diagnóstico diferencial: carcinoma/leishmaniose – clínica + histopatologia ( a microscopia parece com o Mickey mouse), cultura (crescimento lento), reação de monte negro (leishmaniose), sorologia; · Tratamento: sulfonamidas (Bactrin); Anfotericina B intravenosa – graves; Itraconazol (ocorre resistência se não houver adesão pelo paciente) oral – vários meses; Citoconazol. Tratamento é complicado e longo. As lesões orais desaparecem com até 2 meses, muitas lesões com até 3 meses. DOENÇA CAUSADA POR PROTOZOÁRIO Leishmaniose · Lesões orais na região mais posterior para orofaringe; · Tropismo por septo nasal: destruição; · Onde ocorre a inoculação: eritema, erosão/ulceração, hiperqueratose, bordas elevadas com úlceras (também na sífilis primária e na tuberculose); · Boca: lesões granulomatosas, firme a palpação; · Pele: ulcerações que levam tempo para cicatrizar. · Diagnóstico diferencial: Paracoccidioidomicose;
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