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PRÁTICAS VIRTUAIS DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS Autor: Gabriela Silva de Souza1 Tutor externo: Carla Cristina dos Santos Fialho 2 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Formação Pedagógica em Pedagogia (0252FPP) – Estágio Curricular Supervisionado 04/06/2021 RESUMO O trabalho vem nos apresentar a prática do estagio do curso de Pedagogia, no qual, pelas condições atuais que nos encontramos, se concentrou na Educação a Distância, interligada ao uso de recursos virtuais para desenvolver as atividades propostas aos alunos. Dentre os temas disponibilizados, foi abordado as Práticas Virtuais de Contação de História, uma forma de transmitir e incentivar a literarura nas crianças, bem como trazer um contato maior com os pais ou próximos. O objetivo deste tema, foi através da história, desenvolver a linguagem oral, quantidades e numerais, raciocínio lógico, estimular o gosto por ler e ouvir história e propiciar interação e comunicação das crianças, induzir elas a imaginação e um mundo de fantasias, resgatando a arte que se é contar história. Está prática foi realizada totalmente virtual, como também a observação na Instituição Concedente, no qual foi colhidas informações e desenvolveu um projeto de extenção com planos de aulas virtuais e a elaboração de um e-book e podcast. Palavras-chave: Comunicação. História. Literatura. 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho de estágio para anos iniciais e fundamentais do curso de pedagogia discorre sobre o tema das Práticas Virtuais de Contação de Histórias. Prática na qual é de grande importância, uma vez que estamos em uma realidade que não está tendo aulas presenciais. A história se faz necessária e imprescindível para o desenvolvimento da criança. Deve ser valorizada no ambiente educacional, pois é uma forma de incentivar a literatura desde os primeiros anos da vida. 1 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Formação Pedagógica em Pedagogia; E-mail: Gabriela_cia24@hotmail.com.br 2 Tutor Externo do Curso de Licenciatura em Formação Pedagógica em Pedagogia O objetivo principal deste estágio se deu na estimulação de se contar história, ela é uma das formas de potencializar a memória, atenção, linguagem oral e escrita, o raciocínio e o desenvolvimento de uma comunicação e interação entre crianças, como também interação no âmbito familiar. É uma forma de nos permitir ensinar e educar de forma leve e agradável. Podemos abordar diversos temas, que muitas vezes seriam difíceis da criança compreender. A história humaniza relações e formam laços, sendo um dos meios mais antigos de narrar acontecimentos, trazer valores morais e desenvolver o interesse por uma linguagem tão mágica. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA A história trás um desenvolvimento muito importante nas práticas educativas, onde estimula a curiosidade e reconstrói ideias, vivenciando todas as situações que envolvem sentimentos e conflitos. Quando uma história é narrada, faz com que a criança entre dentro da própria história, levando-a para um universo de magia e encantamento. No momento em que um adulto diz: “vou contar uma história”, as crianças ficam em um estado de atenção e logo já direciona os olhos ao locutor, esperando ansiosamente. Este é o momento no qual , além do encantamento, o mesmo pode passar uma mensagem importante ao público, outro fator que podemos mencionar, é que pelo fato das crianças gostarem de ouvir histórias, se abre um vínculo que favorece a afetividade. O adulto vai até ela, pausa o que está fazendo no momento, se senta ao chão, coloca alguma fantasia, engrossa ou afina a voz, dá risadas... ele torna a ser um amigo da criança. E capaz de despertar: ... inquietude provocada, emoção deflagrada, suspense a ser resolvido; torcida desenfreada, saudades sentidas, lembranças ressuscitadas, caminhos novos apontados, sorriso gargalhado, belezuras desfrutadas e as mil maravilhas mais que uma boa história provoca... (ABRAMOVICH, p, 24, 1991). Quando há uma maior afetividade, há mais confiança, mais diálogo, e sendo assim, uma comunicação clara e produtiva. Watzlawick (1996), diz que é impossível não se comunicar: todo comportamento é uma forma de comunicação, assim, a contação de história como forma de comunicação, ela transforma e faz o indivíduo refletir, e consequentemente extrair conhecimento. Visto que as histórias ocasiona a troca de informações, Rodari (1982) confirma que “A fábula representa uma útil iniciação à humanidade, ao mundo dos direitos humanos” (RODARI, 1982 p 117). Outro autor que podemos mencionar aqui é Bystrina (1995), onde ele constata que, as histórias para as crianças são um universo simbólico que estabelece a cultura. É uma zona entre o consciente e inconsciente, ou melhor, dizendo, realidade e fantasia. O psicanalista Bruno Bettelheim nos diz sobre a importância dos seres fantásticos no desenvolvimento emocional das crianças. As histórias de fadas retratam a linguagem das crianças, dão explicações simples para fatos que ela não entenderia. “O conto de fadas oferece materiais de fantasia que sugerem à criança, sob forma simbólica, o significado de toda a batalha para conseguir uma auto-realização e garantir um final feliz” (BETTELHEIM, 2007 , p. 56). Quanto a relação no tempo e no espaço, as histórias não determinam onde e quando elas se decorrerão, acontecem em tempos e lugares indiferenciados. Isto torna possível, o ouvinte identificar-se com ela. As crianças que houve histórias, assim como leem, conseguem ter uma facilidade na alfabetização, na oralidade e na aprendizagem. As histórias são verdadeira fonte de sabedoria, que tem papel formador da identidade. Há poucos tempos elas foram redescobertas como fonte de conhecimento de vida, tornando-se também grande recurso para educadores. Com o advento da comunicação, ampliação dos seus recursos e a globalização das informações, a linguagem falada tende a definhar, porém concomitante a esse desenvolvimento, surgiu a necessidade de resgatar os valores tradicionais e a própria natureza humana. A tradição oral dos contos, não só reapareceu, como está ganhando força nos últimos tempos. (BUSSATO, 2006, p.21). Hoje vemos o quanto a tecnologia toma conta das casas, e o quanto as crianças já tem uma facilidade de acesso aos aparelhos celulares, tablets, tvs e inúmeros outros meios de comunicação. Não podemos nos esquecer de mencionar que é esta mesma tecnologia que está levando educação ás crianças, mas com o avançar da mesma, perdeu-se um pouco o hábito da leitura, dos contos infantis e das fábulas. Para concluir, Boris Cyrulnik (1999), vem nos dizer que: em uma época onde os pais lutam para encontrar momentos para estar com os filhos, momentos no qual parecem fugir pelas mãos, ter momentos de qualidade podem ser o mais importante, por isso, as histórias trazem importância superlativa, cuja simplicidade, tem tudo para enfeitiçar, proporcionando um bem estar. Malba Tahan (1957) nos mostra as nove qualidades de um perfeito contador de histórias: 1. Sentir, ou melhor, viver a história; ter a expressão viva, ardente sugestiva; 2. Narrar com naturalidade, sem afetação; 3. Conhecer, com absoluta segurança, o enredo; 4. Dominar o auditório; 5. Contar dramaticamente: sem caráter teatral exagerado; 6. Falar com voz adequada, clara e agradável; 7. Evitar ou corrigir os defeitos de dicção; 8. Emocionar-se com a própria narrativa; Tendo em vista esse combo de informações,, os docentes devem utilizar a contação de história nas práticas pedagógicas, no qual, usadas de maneira envolvente, irá enriquecer as aulas. 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO Pelos motivos de estarmos em pandemia e as escolas fechadas, não houve estágio presencial, sendo totalmente virtual. Colhendo informaçõesem sites das instituições escolares. Apesar de ser totalmente virtual, foi desafiador, e pude colher grandes aprendizados com o tema escolhido. Pois vi que há vários recursos tecnológicos para disponibilizar educação à distância para as crianças. Dentre eles o Podcast e E-book que pude ter um contato mais próximo. Dentro do E-Book estão instruções para que pais, avós, tios e quem quer que seja o narrador, saiba a maneira de narrar uma história. Em relação ao Podcast foram gravadas quatro histórias: Os três porquinhos, Chapéuzinho Vermelho, Cachinhos Dourados e por fim, Menina bonita do Laço de fita. Sendo trabalhados Os três porquinhos e Chapeuzinho vermelho para os anos iniciais, e Menina Bonita do Laço de fita e Cachinhos Dourados para o Ensino fundamental. Foi de suma importância este estágio, pois vemos que novas modalidades param se ensinar a distância estão surgindo e crescendo cada vez mais. E com isto, temos que estar nos mantendo atentos e atualizados para que possamos ter o alcance de todos para com e educação e ensino. 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS) Este trabalho foi de grande importância, pois pude ter a conclusão dos meus pensamentos a cerca da importância da contação de histórias na Educação Infantil em todos os âmbitos, desde as histórias contadas em momentos de lazer até as histórias para indagar o pensamento, promovendo aprendizagens. Contar e ler histórias desenvolve todo o potencial da criança, pois quando se conta histórias a criança é levada a pensar, duvidar e até questionar. Pude notar ao fazer pesquisas para este trabalho, que nem todos tem condições a ter acesso a livros de qualidade, o que torna limitado a alguns menos privilegiados. Trazendo a uma realidade, antes despercebida por mim e que contribuiu para a minha formação como docente. Com os avanços tecnológicos, como podcasts e e-books, mais pessoas podem ter o alcance, se tornando algo mais próximo e viável. Seria muito bom ver projetos de leitura gratuita. Pois com a pandemia, muitas crianças têm conhecimento somente daquilo que é passado pelas escolas. A parte mais empolgante, é saber que posso alcançar várias crianças com esses podcast. Elas podem ouvir de qualquer lugar a qualquer momento, fazendo com que agucem ainda mais a imaginação, por estar só escutando, sem haver presença de imagens. Elas podem dar cor ao cabelo e roupa dos personagens, ativando a imaginação e criatividade. No último parágrafo apresente uma postura crítica e reflexiva sobre os resultados do Estágio, com base na fundamentação teórica estudada. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione,1993. BAITELLO Jr., N. Os Meios da incomunicação. São Paulo: AnnablumE, CISC, 2005. BETTELHEIM, B. A Psicanalise dos contos de fada. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2007. BUSSATO, Cléo. A arte de contar histórias no séc XXI: tradição e ciberespaço. Petrópolis: Vozes, 2006. BYSTRINA, I. Lições de Semiótica da Cultura. Pré print do CISC Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura, PUC/SP, 1995. CYRULNIK, B. Do Sexto sentido: do homem ao encantamento. Portugal, Lisboa: Insituto Piaget, 1999. RODARI, G. Gramática da fantasia. São Paulo: Summus Editorial, 1982. TAHAN, Malba. A arte de ler e contar histórias. Rio de Janeiro, Conquista, 1957 WATZLAVICK, P.; BEAVIN, J. JACKSON, D. Pragmática da Comunicação Humana. São Paulo: Cultrix, 1996.
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