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Periodo_Antigo_ou_Lendario_Aula_1

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110
1
Prof. Rodrigo Andres de Souza Penaloza
Período antigo ou lendário
Aula 1
110
2
Introdução aos manuscritos, comacinos e 
Collegia
110
3
Todas as nossas constituições, estatutos, 
leis, regulamentos e jurisprudências, de um 
modo ou de outro, remontam às Antigas 
Obrigações
Tradição
Importância
110
4
Outros nomes: manuscritos antigos, antigas 
constituições, lenda da corporação (Legend
of the Craft), manuscritos góticos, old
records etc.
O que são as Antigas Obrigações?
110
5
São documentos antigos que chegaram a nós 
– datados do século XIV – em que estão 
incorporados a história tradicional, as lendas, 
as leis e regulamentos da Maçonaria
110
6
Classificação dos MMS (127), fim do século 
XIV a meados do século XVIII:
A – MS Regius (1)
B – Família Cooke (3)
C – Família Plot (6)
T – Família Tew (9)
Janela de tempo
110
7
D – Família Grand Lodge (53)
E – Família Sloane (21)
F – Família Roberts (6)
G – Família Spencer (6)
H – Sem família (8)
X – Desaparecidos (14)
110
8
Edito de Rothari (643)
MS Regius (c. 1390)
MS Cooke (c. 1450)
Ordenações de Torgau (1462)
MS Strasbourg (c. 1464)
MS Watson (c. 1535)
110
9
MS Lansdowne (1560-1600)
Estatutos Schaw (1º e 2º) (1598 e 1599)
Cartas patentes de St. Claire (1º e 2º) 
(1601 e 1628)
MS Harleian (início do século XVII) 
MS Sloane 3848 (1646)
MS Inigo Jones (1655)
110
10
MS Thomas Tew (1680)
MS Edinburgh Register House (1696)
MS Sloane 3329 (1700)
MS Chetwood Crawley (1700)
MS Dumfries 4 (1710)
MS Trinity College, Dublin (1711)
110
11
MS Kevan (c. 1714-1720)
Constituições de Anderson (1723)
MS Graham (1726)
MS Wilkinson (1727)
MS Chesham (1740)
MS Essex (c. 1750)
110
12
A maioria está em poder do British Museum
A segunda maior coleção é da Biblioteca 
Maçônica de West Yorkshire
Onde estão guardados?
110
13
Cópias dos originais e transcrições foram 
publicadas pela AQC em diversos volumes em 
1895
Early Masonic Manuscripts, disponíveis em: 
<https://www.quatuorcoronati.com/researc
h-resources/>
Onde estão guardados?
110
14
Acredita-se que eram usadas na formação do 
maçom no período operativo (lidas na 
admissão do obreiro na associação)
Serviam como constituição nas lojas
Eram algo semelhante às cartas constitutivas
Para que serviam?
110
15
Mostravam a antiguidade da maçonaria
Ensinavam a história da arte e regulavam o 
exercício da profissão
Serviam como regras de comportamento
110
16
“Uma das características que distinguem as 
constituições manuscritas das ordenanças 
codificadas de outros ofícios é a inclusão, nas 
regulamentações, de vários itens feitos 
especificamente para preservar e elevar o 
caráter dos obreiros. É essa extraordinária 
combinação de história, profissão e 
regulamentos morais que torna esses antigos 
manuscritos únicos entre os documentos 
contemporâneos de ofício.” (Carr, in Prestonian
Lectures, 1957, citado por Nascimento, 1999)
)
110
17
O estudo sistemático dos MMS começou em 
meados do século XIX
Havia poucos: 32 na lista de William Hughes 
em 1872
Descoberta e catalogação
110
18
Roderick Baxter, AQC, v. 3, 1918, lista 98
Para comparar as cópias, Begemann
classificou as versões em quatro famílias: 
Grand Lodge, Sloane, Roberts e Spencer
110
19
A primeira impressão conhecida das Antigas 
Obrigações foi feita por Robert Plot, em 
Natural History of Staffordshire, 1686
As Antigas Obrigações são inglesas
Nenhum MS jamais foi encontrado na Irlanda
110
20
Os encontrados na Escócia têm origem inglesa
Certos autores, como Findel, defendem a tese de 
que descendem de MMS alemães (ex.: MS 
Torgau), mas isso foi refutado
A única ligação é a “Lenda dos Quatro Coroados”, 
mas, nos MMS ingleses, esta é encontrada 
somente no MS Regius
110
21
Haywood, “Freemasonry and the comacine
masters”, The Builder, 1923
Teoria comacina: a guilda dos construtores 
comacinos seria uma ponte entre a antiga 
cultura clássica de Roma e a civilização 
medieval
Mestres Comacinos
110
22
Origem da teoria comacina: Sra. Lucy Baxter 
(ps-n. “Leader Scott”), “The Cathedral 
Builders”, 1899
110
23
110
24
No Império Romano, as artes estavam 
organizadas em guildas (collegia)
Cada collegium ofertava seus serviços, tinha 
regras de entrada, de aprendizado etc.
Essa estrutura foi destruída com as invasões 
bárbaras junto com as cidades em que se 
localizavam
110
25
Alguns collegia sobreviveram, 
particularmente em Roma e em 
Constantinopla
Dentre estes, collegia de construtores e 
arquitetos continuaram na diocese de Como 
(Lombardia, norte da Itália)
110
26
Por quê? Não se sabe, mas há duas causas 
hipotéticas
Existência de pedreiras na região
Alto desenvolvimento dos estados 
lombardos
110
27
A expressão magistri comacini aparece pela 
primeira vez no código do rei lombardo, 
Rotharis (636-652)
Nos artigos 143 e 144, eles figuram como 
mestres maçons (construtores) com poderes 
plenos e ilimitados para contratar e 
subcontratar para os trabalhos de construção
110
28
Esse código é conhecido por Edito de Rothari
e data de 643 
São 388 artigos em latim
110
29
143. Sobre os mestres comacinos. Se um 
mestre comacino, com seus associados 
(colligantes) vier a restaurar ou construir 
uma casa de uma pessoa qualquer, o 
contrato de pagamento já tendo sido feito, e 
acontecer de alguém morrer em razão da 
queda da casa ou de material ou pedra desta, 
(...)
Edito de Rothari (643)
110
30
(...) nenhuma queixa deverá ser feita contra 
o dono da casa pelo mestre comacino ou os 
que trabalharem com ele como compensação 
pela morte ou dano; porque quem contratou 
o trabalho para seu ganho próprio não 
imerecidamente deve arcar com o dano
110
31
144. Sobre os mestres convocados ou 
conduzidos. Se alguém convocar ou levar um ou 
vários mestres comacinos para projetar obras ou 
para prestar orientação diária aos seus servos na 
construção de seu palácio ou casa e acontecer 
de, em razão da obra, um dos comacinos ser 
morto, o dono da casa não deverá ser 
responsabilizado. (...)
110
32
(...) Se, porém, o desmoronamento de 
madeira ou pedra vier a matar um estranho 
ou causar dano a quem quer que seja, a culpa 
não deverá ser imputada aos mestres, mas 
àquele que os trouxe, e ele será 
responsabilizado pelo dano
110
33
110
34
Essas leis provam que no século VII os 
comacinos formavam uma guilda compacta e 
poderosa, capaz de asseverar seus direitos, 
que eram organizados e tinham diferentes 
graus
110
35
Os magistri (hierarquicamente superiores) 
podiam contratar obras e projetar 
construções (ou seja, atuar como arquitetos)
Os colligantes eram-lhes subalternos
110
36
Não existe confirmação em bulas papais ou 
atos de reis carolíngios outorgando à guilda 
dos comacinos independência total das 
restrições medievais de ir e vir livremente
Sabe-se, entretanto, que missionários 
levavam consigo vários pedreiros para a 
construção de igrejas
110
37
Quando São Bonifácio viajou para a 
Alemanha como missionário, recebeu do 
Papa Gregório II (no ano de 718) credenciais 
e instruções, além de uma leva de monges 
versados na arte da construção e arquitetos
110
38
Quando o monge Augustinus (mais tarde 
arcebispo de Canterbury) foi enviado à 
Inglaterra, em 598, para converter os 
bretões, o Papa Gregório enviou junto com 
ele vários maçons (construtores)
Leader Scott acredita que esses construtores 
eram comacinos
110
39
Na página 159, ela resume a história dos 
comacinos em dez pontos
1. Quando a Itália foi tomada pelos bárbaros, 
os collegia romanos foram suprimidos
2. O collegium dos arquitetos de Roma 
mudou-se para Comum
110
40
3. No início da Idade Média, a sociedade dos 
mestres comacinos era uma das mais 
importantes da Europa
Em sua constituição e método de 
trabalho era essencialmente romana, 
uma sobrevivente dos collegia110
41
4. Cronistas italianos asseguram que 
arquitetos e maçons acompanharam 
Augustinus à Inglaterra
5. Era comum que missionários levassem 
consigo maçons e arquitetos
110
42
6. Monges maçons não eram coisa incomum, e 
havia monges maçons entre os comacinos, de 
forma que arquitetos qualificados eram 
encontrados nas ordens religiosas
7. Beda narra a missão de Augustinus na 
Britânia, e que ele levou arquitetos maçons
110
43
8. É mais provável que o Papa Gregório tenha 
enviado maçons comacinos em vez de 
bizantinos, já que aqueles mantinham as 
tradições romanas. A presença deles na 
Britânia é documentada
110
44
9. Tanto na Saxônia como nas antigas 
esculturas comacinas, existem 
representações de monstros fabulosos, 
pássaros e bestas simbólicos de origem 
latina
110
45
10.Nos escritos do Venerável Beda e de Richard, 
prior de Hagustald, há frases e palavras que 
também estão no edito de Rothari (643) e no 
Memoratório de 713 do Rei Luitprand, o que 
mostra que esses autores tinham 
familiaridade com os termos usados pelos 
mestres comacinos
110
46
Haywood ressalta que essa teoria não deve 
ser tomada como certa, mas como uma teoria 
plausível
110
47
Leader Scott conclui similarmente, dizendo 
que, embora não exista prova certa de que os 
comacinos foram a fonte donde nasceu a 
maçonaria atual, deve-se admitir que, pelo 
menos, foram um elo entre os collegia e as 
guildas medievais de maçons
110
48
Haywood passa, então, a analisar a relação 
entre os comacinos e a maçonaria
Ele estabelece um ponto de vista sob o qual 
se deve analisar essa relação
Sabemos que a maçonaria surgiu 
gradualmente
110
49
Ao mesmo tempo temos interesse em 
observar o crescimento de instituições 
similares
A cooperação, a fraternidade e o 
requerimento do silêncio são aspectos 
inspiradores
110
50
A história dos comacinos tem valor não como 
um capítulo na história da Maçonaria, 
tampouco por serem os pais das guildas 
maçônicas, mas por serem similares às 
guildas que vieram depois e que serviram de 
fonte da maçonaria simbólica
110
51
Haywood, em The Builder (1923), explora a 
tese da origem das guildas nos collegia
romanos
Muitos historiadores maçônicos do passado, 
no intuito de encontrar as origens da 
maçonaria, tentaram recuar ainda mais longe 
que as corporações medievais, inclusive os 
comacinos, chegando até os collegia
110
52
Embora essa tese já não seja aceita, ainda é 
importante conhecer os collegia
110
53
O que era um collegium?
Uma associação de pelo menos três
pessoas para algum propósito, geralmente
de natureza religiosa, social ou comercial, 
organizados de acordo com a lei
Collegia artificum
110
54
Tinha seus próprios regulamentos e local 
de reuniões (schola)
Existiram em toda Antiguidade, mas 
tiveram seu ápice em Roma
110
55
Não havia, porém, problema para um 
trabalhador atuar na área sem pertencer ao 
respectivo collegium
Os oito collegia mais antigos eram o de 
peles, dos sapateiros, carpinteiros, ourives, 
ferreiros, oleiros (cerâmica), tintureiros e 
flautistas
110
56
Todos remontam aos tempos de Numa 
Pompilius (753-673 a.C.), segundo rei de 
Roma
Depois surgiram outros, inclusive religiosos
110
57
No final da república, muitos collegia foram 
suprimidos, pois haviam passado a ter 
finalidades políticas, mas não houve 
restrições à formação de sociedades de 
auxílio fúnebre
Os collegia eram diferentes das guildas 
medievais: não havia um sistema de 
aprendizes
110
58
Eram associações para
Unir homens dedicados a uma atividade
Prover vida social
Auxílio funeral: lugar comum para enterrar 
seus membros
110
59
Mackey (Encyclopedia): collegia artificum
Foram autores alemães (Krause, Heldmann, 
entre outros) que propuseram a tese da 
conexão entre os collegia romanos e a 
maçonaria
Tese de Krause (1781 –1832), Die drei
Ältesten Kunstererkunden
110
60
Tese de Krause: a maçonaria, tal como já 
existia em sua época (séc. XIX), deve aos 
collegia artificum todas as suas 
características
Religiosas, sociais, políticas, profissionais
Organização interna
Modo de pensar e agir
Desenho e objetivo
110
61
Em suma: uma identidade entre os collegia
romanos desde Numa Pompilius (século VII 
a.C.) até as lojas do século XIX
110
62
Com base em Plutarco, foi Numa, segundo rei 
de Roma, quem primeiro deu forma e 
organização aos collegia
Numa quis criar uma identidade nacional que 
unisse os povos formadores de Roma
110
63
Para isso
Criou uma religião comum
Dividiu a população em cúrias e tribos, cada 
cúria contendo um mix de cidadãos de 
diversas origens
Distribuiu os artesãos em corporações 
(collegia)
110
64
Forma e organização dos collegia e analogia 
com as lojas maçônicas
A primeira regra era o número mínimo de 
três. “Tres faciunt collegia” tornou-se uma 
máxima da lei civil romana. Na Maçonaria, 
três luzes constituem uma loja
110
65
O collegium era presidido pelo magister, 
auxiliado por dois decuriones, cujas 
funções eram análogas às dos vigilantes, 
pois cada um presidia uma seção do 
collegium – ou coluna – e pelos quais as 
ordens do magister eram passadas para os 
membros
110
66
Também havia o scriba (secretário), que 
escrevia a ata, o thesaurensis (tesoureiro), 
o tabularius (arquivista) e o sacerdos
(capelão)
Divisão em graus: seniores, operários e 
aprendizes
É certo que não se chamavam de irmãos 
(fratres), mas se viam como uma família
110
67
Pelo caráter semirreligioso, muitas das 
oficinas eram abertas perto de um templo, 
cuja divindade se tornava o patrono do 
collegium ou da arte
Com a ascensão do cristianismo, os deuses 
deram lugar aos santos cristãos
110
68
Os collegia conduziam sessões secretas 
para a iniciação de neófitos e a transmissão 
de instruções esotéricas aos aprendizes e 
operários
Contribuições periódicas dos membros para 
a manutenção do collegium e sustentação 
de um fundo para auxílio a estranhos em 
necessidade, mas pertencentes à mesma 
ordem
110
69
Tinham a permissão oficial para fazer suas 
próprias constituições, leis, regulamentos e 
estatutos
Tal como hoje há lojas regulares e espúrias, 
havia na época collegia licita e collegia
illicita
110
70
Os membros do collegium também 
indicavam um candidato à admissão, que 
era aprovada internamente
Quando um candidato era admitido na 
fraternidade do collegium, ele era dito 
cooptatus in collegium
110
71
O verbo cooptare era usado em latim para 
denotar a eleição para um collegium, e 
deriva do verbo grego óssomai (ὄσσομαι), 
que significa “ver”, “contemplar” (fut.=
ὄψομαι, perf.= ὄπωπα), que deu origem a 
ἐπόπτης (< ἐπόψομαι), “espectador”, 
iniciado nos Mysteria
110
72
O sentido geral de cooptatus era “admitido e 
aceito na fraternidade”, que Krause conecta 
com “livre e aceito”
Os membros cultivavam o simbolismo com 
seus instrumentos de trabalho. Pela sua 
natureza semirreligiosa, os collegia tinham 
isso em comum com as escolas de mistérios
110
73
Em seguida, Mackey analisa a tese de Krause
Papel civilizatório dos romanos: às 
conquistas sucediam os assentamentos e 
formação de cidades
Os cooptati dos collegia artificum eram 
chamados para construir. Muitas vezes, 
acompanhavam as legiões
110
74
Roma ocupou a Britânia e para lá levou os 
collegia
Quando Roma deixou a Britânia e esta foi 
cristianizada, os collegia se cristianizaram 
também
110
75
Quando a Inglaterra foi tomada pelos saxões, 
os bretões, liderados pelos monges e 
acompanhados dos arquitetos, fugiram para 
a Irlanda e para a Escócia, civilizando-os e 
ensinando-lhes a arte de construir
110
76
Em pouco tempo, todo o conhecimento 
religioso e de construção do norte da Europa 
estava concentrado na Irlanda e na Escócia, 
de onde missionários voltaram para a 
Inglaterra para converter os saxões, comonarra Beda (Hist. Eccl., III, 4-7), junto com 
arquitetos
110
77
Em 926, uma assembleia geral desses 
construtores se deu em York
Segundo Krause, a primeira notícia desses 
construtores na Alemanha ocorre quando, 
sob o comando de Erwin von Steinbach, os 
melhores arquitetos se congregaram para a 
construção da catedral de Strasbourg
110
78
Eles tiveram suas assembleias gerais, como 
em York; fizeram suas constituições e 
estabeleceram uma Grande Loja, para a qual 
várias Lojas na Alemanha, Hungria, França, 
Bohemia e outros países deviam obediência
Mackey aponta como referência George 
Kloss, Freimaurerei in ihrer wahren
Bedeutung (1846) e, assim, a história vai até 
1717
110
79
Qual a posição de Mackey?
Se vista apenas sob a forma externa e o 
modo de trabalho das lojas, a teoria de 
Krause, segundo a qual os collegia
artificum são a incunabula da Maçonaria, é 
correta
110
80
Porém, se virmos a maçonaria sob o 
aspecto maior do simbolismo, dirigido para 
a doutrina da imortalidade da alma, vamos 
além dos collegia, rumo às escolas de 
mistérios da Antiguidade, que também 
ensinavam essa doutrina
Krause dá uma preeminência aos collegia a 
que eles, de fato, não fazem jus
110
81
McLeod, “The Old Charges”, in Collected
Prestonian Lectures, v. 3, 1986
Modelo padrão das Antigas Obrigações
110
82
1. Invocação
MS Cooke (c. 1450): “Louvado seja Deus, 
nosso Pai glorioso, fundador e criador do 
céu e da terra e de tudo que nela existe, 
porquanto Ele condescendeu, em Sua 
gloriosa divindade, em fazer tantas coisas 
de tão variegada virtude para uso da 
humanidade”
110
83
MS Strasburg (c. 1464): “Em nome do Pai, 
do Filho e do Espírito Santo e de nossa 
graciosa Mãe Maria e também de seus 
abençoados servos, os sagrados quatro 
coroados, de eterna memória [...]”
110
84
MS Watson (c. 1535): “Que o poder do Pai 
Celestial, com a sabedoria do Filho 
abençoado, pela graça de Deus e a bondade 
do Espírito Santo, que são as três pessoas 
em uma única divindade, (...)
110
85
(...) esteja conosco em nosso começo e nos 
dê a graça de modo a nos governar aqui 
nesta vida, para que possamos cair sob 
Suas bênçãos, as quais nunca hão de ter 
fim”
110
86
MS Inigo Jones (c. 1655): “Que o poder do 
Pai Celestial e a sabedoria do glorioso Filho, 
pela graça e bondade do Espírito Santo, 
três pessoas e um único Deus, esteja 
conosco e nos dê a graça, para que nos 
governe em nosso viver, e que possamos 
cair sob seu êxtase, o qual nunca deverá 
ter fim. Amém”
110
87
MS Sloane 3848 (1646): “Que o Poder do 
Pai celestial, com a sabedoria do glorioso 
Filho, pela bondade do Espírito Santo, três 
pessoas em um Deus, esteja em nosso 
começo e nos dê a Sua graça, para que 
governe em nosso viver, e que possamos 
cair sob Seu êxtase, o qual nunca deverá 
ter fim”
110
88
2. Finalidade e teor do documento e, em 
seguida, uma descrição das sete artes 
liberais
110
89
MS Cooke (c. 1450): “Como e de que modo 
essa valorosa ciência da Geometria surgiu, 
é o que vos direi, como mencionei antes. 
Deveis saber que existem sete ciências 
liberais, das quais todas as outras derivam, 
(...)
110
90
(...) mas é a Geometria, especialmente, a 
causa primeira de todas as outras ciências, 
quaisquer que elas sejam. Essas sete 
ciências são: [...]”
110
91
MS Watson (c. 1535): “Queridos irmãos e 
companheiros, nosso propósito é dizer-vos 
como e de que modo essa valorosa ciência 
da maçonaria foi inicialmente fundada e 
depois como ela foi preservada e apoiada 
por valorosos reis e príncipes e por muitos 
outros veneráveis homens. (...)
110
92
(...) E também, para aqueles que aqui 
estejam, vamos declarar as obrigações que 
cabem a todo franco-maçom com certeza 
preservar em boa-fé. Portanto, prestai 
atenção doravante, pois é uma ciência que 
vale a pena apreender, é uma arte valorosa 
e uma das sete ciências liberais”
110
93
MS Sloane 3848 (1646): “Queridos irmãos e 
companheiros, nosso propósito é dizer-vos 
como e de que modo esta arte da 
maçonaria começou e depois apoiada por 
valorosos reis e príncipes e tantos outros 
homens de valor. (...)
110
94
(...) E também àqueles que aqui estão 
declararemos as obrigações que cabem a 
cada maçom cumprir [...], pois há sete 
artes liberais, das quais esta é uma”
110
95
MS Inigo Jones (1655): “Queridos irmãos e 
companheiros, nosso propósito é dizer-vos 
como e de que modo esta valorosa arte da 
maçonaria começou e como depois ela foi 
abraçada e encorajada por valorosos reis e 
príncipes e muitos outros homens de bem. 
(...)
110
96
(...) E também para aqueles que estejam 
aqui, nós cobraremos pelas obrigações que 
cabem a cada maçom cumprir, pois em boa-
fé, se tomam Deus por testemunha, vale a 
pena cumpri-las bem, pois a maçonaria é 
uma arte valorosa e uma ciência 
interessante, e uma das artes liberais”
110
97
As descrições das artes liberais são, em 
geral, muito sintéticas
110
98
MS Cooke (c. 1450): “Essas sete ciências 
liberais são como seguem. A primeira, que 
é dita o fundamento de toda ciência, é a 
Gramática, que ensina a escrever e falar 
corretamente. A segunda é a Retórica, que 
ensina a falar elegantemente. (...)
110
99
(...) A terceira é a Dialética, que ensina a 
discernir o verdadeiro do falso [...]. A 
quarta é a Aritmética, que nos instrui na 
ciência dos números, reconhecer e fazer 
contas. (...)
110
100
(...) A quinta é a Geometria, que nos ensina 
tudo sobre mensuração, medidas e pesos 
[...]. A sexta é a Música, que nos ensina a 
arte de cantar, por notação (...). A sétima é 
a Astronomia, que nos ensina o curso do 
sol, da lua e das outras estrelas e planetas 
do céu”
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Que a Gramática é tida como o fundamento 
de todas as ciência, já aparece nas 
Institutiones, de Cassiodoro, século VI
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“In quo libro primum nobis dicendum est de 
arte grammatica, quae est videlicet origo et 
fundamentum liberalium litteraturum” (“Neste 
livro devemos primeiramente dizer sobre a 
Gramática, que é, evidentemente, a origem e o 
fundamento dos estudos liberais”)
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103
No entanto, os MSS tomam a Geometria como 
a fonte de todas as ciências e a igualam à 
maçonaria
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MS Cooke (c. 1450): “Não vos maravilheis 
porque vos disse que todas as ciências 
existem apenas através da ciência da 
Geometria, pois não há arte ou artesania
forjada pelas mãos do homem que não seja 
forjada pela geometria. Se um homem 
trabalha com suas mãos, (...)
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(...) ele emprega alguma sorte de 
ferramenta, e não existe instrumento, de 
qualquer material neste mundo, que não seja 
formado de terra e que à terra retorne, que 
não seja usado para trabalhar com aquilo que 
tem alguma proporção [...]. (...)
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Proporção é medida [...] [e] a geometria é 
mensuração terrena. Portanto, eu afirmo que 
todos os homens vivem pela geometria. 
Muito mais provas eu poderia dar-vos de que 
a Geometria é a ciência pela qual todos os 
homens de razão vivem, mas me abstenho 
neste momento, porque escrever sobre isso 
seria algo muito longo”
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MS Watson (c. 1535): “Essas são as sete 
ciências liberais, as quais são todas fundadas 
sobre uma, que é a Geometria. E isto poderia 
um homem provar: que a ciência de qualquer 
trabalho é fundada na geometria, (...)
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(...) pois ela ensina o limite, a medida, a 
ponderação e o peso de tudo sobre a terra. 
(...) Dessarte, essa ciência pode bem ser 
chamada a ciência mais importante, pois 
fundamenta todas as outras”
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Referências
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AQC, 1895.
CARR, H. (Ed.). The early masonic catechisms. 2. ed. 
USA: Kessinger Publishing Co., 1963.
GOULD, R. The concise history of freemasonry. 2. ed. 
USA: Dover, 1920.
HORNE, A. King Solomon's temple in the masonic 
tradition. [S.l]: The Aquarian Press, 1973.
MACKEY, A. The history of freemasonry:its legendary
origins. USA: Dover, 1898.
NASCIMENTO, R. De um antigo e famoso documento 
da maçonaria operativa: notas de estudo. Brasília: 
GOB, 1999, n. 3.
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