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83 1 Prof. Rodrigo Andrés de Souza Penaloza Período Antigo ou Lendário Aula 5 83 2 Vimos até agora: Aula 1 – A maçonaria pré-medieval Aulas 2 e 3 – O padrão dos manuscritos que contam a história lendária da maçonaria Aula 4 – As obrigações descritas nesses mesmos manuscritos 83 3 O que esses manuscritos têm em comum é justamente o par: Lendas Obrigações A natureza desses manuscritos é, portanto, dual: Lendária + preceitos 83 4 Há, porém outros dois grupos de documentos maçônicos igualmente importantes, mas diferentes em sua natureza Além dos de natureza lendário-preceitual, há os de natureza: Poético-religiosa (Poema Regius ou MS Halliwell) Estritamente estatutária (MS de Bolonha e outros) Nesta aula, vamos ver o Poema Regius 83 5 Pela análise da linguagem (dialetos existentes), estima-se que tenha sido escrito entre 1381 e 1412. O consenso, hoje, é que o Poema Regius ou MS Halliwell é datado de 1390 Ele difere de todos os demais por 3 razões: É um poema Traz a lenda dos Quatuor Coronati Tem uma aura religiosa bem mais acentuada Poema Regius 83 6 O Poema Regius (PR) aparece em vários catálogos antigos, mas somente em 1840 James Orchard Halliwell trouxe-o à luz como documento histórico para a maçonaria, embora Halliwell nem fosse Maçom 83 7 O Ir. R. Nascimento lista 5 catálogos nos quais o PR estava inserido: Catálogo de Bernard (1670): “Verses of mortality, entitled Institutiones Geometriae secundum Euclidem” Catálogo de Jane e Beveridge (1678), incluído como “n. 284 – Art of geometry in old verse” Catálogo de Bernard (1697): “n. 6516 – Verses of morality, entitled Institutiones Geometriae secundum Euclidem” (note a correção) 83 8 Catálogo de David Casley, dos manuscritos da biblioteca do Rei (1734): inclusão semelhante à de Bernard Catálogo do Museu Britânico: “A poem on moral duties entitled ‘Constitutiones artis geometriae secundum Euclidem’, 14th century, A I ff. 1-32” 83 9 James Orchard Halliwell publicou o manuscrito sob o título “A poem on the constitutions of Masonry”, em 1840, numa brochura intitulada “The early history of Freemasonry in England”, depois reeditada em 1844 Ele usou o manuscrito original da King’s Library of the British Museum 83 10 Halliwell diz que o manuscrito pertencera a Charles Theyer, um famoso colecionador do século XVII Charles Theyer foi neto de John Theyer (1597– 1673), um antiquário inglês, que deixou para Charles uma herança de 800 manuscritos A coleção foi comprada por Charles II, rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda, e foi então repassada para a antiga Biblioteca Real do Museu Britânico 83 11 Houve certa controvérsia sobre a data do manuscrito, mas hoje se aceita a tese de Halliwell: 1390 A seguir, o frontispício do opúsculo de Halliwell: 83 12 Crédito: Columbia College 83 13 O início do manuscrito que Halliwell tinha em mãos: Crédito: Biblioteca Britânica (British Library) 83 14 Em 1889, Gould sugeriu que o MS Halliwell (que assim se denominara pelo costume de nominar os manuscritos com os nomes de seus descobridores) fosse renomeado Poema Regius, por pertencer à coleção da Biblioteca Real do Museu Britânico É, hoje, o nome mais conhecido 83 15 Não existe consenso sobre o local exato onde o PR foi compilado Sustenta-se, porém, que tenha sido escrito quando da finalização da construção das galerias laterais da Catedral de Gloucester 83 16 5 hipóteses sobre o local exato: 1. Triângulo Gloucester-Hereford-Worcester 2. Condado de Gloucester e parte do Condado de Oxford 3. Abadia de Lanthony, da Ordem de Santo Agostinho, cujas ruínas estão 1,6 km a oeste da Catedral de Gloucester 4. Londres 5. Abadia próxima a um canteiro ligado à Ordem dos Beneditinos 83 17 O provável autor: um sacerdote No verso 629, lê-se: “E quando eu ler o evangelho” É nesse verso que se baseiam autores importantes quanto a essa origem, tais como Mackey e Gould 83 18 Segundo Mackey, o caráter católico-romano do poema é provado pelos versos 593 a 692, que se ocupam do modo como a missa deve ser ouvida Os outros manuscritos não trazem isso, por isso o caráter único do PR 83 19 Nas palavras de Mackey: “Tão amplos são esses direcionamentos quanto à observância ritual dessa parte da missa católico-romana, que muito provavelmente foram escritas por um sacerdote.” 83 20 Para termos uma ideia geral, vejamos alguns versos a seguir, especialmente o verso 629, já citado (tradução de R. Nascimento): 595. Então, indo para a Igreja 596. Nunca deves esquecer 597. De adorar ao Senhor Deus, de dia e de noite 598. Com todo o teu saber e todas tuas forças 83 21 599. Chegando à porta da Igreja 600. Apanha um pouco de água benta 601. Pois cada gota que sentires 602. Apaga um pecado venial, está certo, 83 22 603. Mas primeiro deves tirar o capuz 604. Por amor daquele que morreu na cruz E segue a descrição, no PR, de como se comportar no caminho para a Igreja, na hora de lá chegar, como se sentar, o que pensar e rezar. Vejamos: 83 23 623. Cuida de não fazer barulho 624. Mas de ficar sempre orando. 625. Se tu mesmo não quiseres rezar, 626. Em nada impeças a oração de outrem. 83 24 627. Lá, nem te assentes nem fiques em pé, 628. Mas ajoelha-te no solo, como convém, 629. E quando eu ler o Evangelho 630. Fica em pé, sem encostar na parede, 631. E bendiz o alimento, se sabes como, 632. Quando começar o gloria tibi. 83 25 E essa parte religiosa termina no verso 692: 685. Vem, pois, à Igreja, se podes, 686. E assista à missa, cada dia; 83 26 687. Se tu não podes vir à Igreja, 688. No local mesmo de teu trabalho 689. Quando ouvires o som do sino da missa 690. Ora a Deus no silêncio do teu coração 691. Para que faças parte do ritual 692. Que na Igreja é celebrado 83 27 Diferentemente dos manuscritos posteriores, que invocam a Trindade, o PR menciona também a Virgem Maria e santos Nos manuscritos posteriores, a Igreja é citada apenas no início das obrigações; no PR esta menção é feita várias vezes 83 28 Quanto às partes componentes do PR, há diversas propostas Gould (8 partes) Knoop (3 partes) Mazet (2 partes) Turner (4 partes) Veremos apenas a de Mazet 83 29 O PR é dividido em 2 partes principais: Old Charges do Regius: versos 1-496 Inclui: narração histórica + obrigações Apêndice do Regius: versos 497-794 É única, não há similar em qualquer outro manuscrito 83 30 A 1ª parte (1-496) se subdivide em: Narração histórica 1-57: fundação da maçonaria por Euclides, Egito 58-86: propagação da maçonaria até a Inglaterra, no reinado de Athelstan, que dá obrigações aos maçons 83 31 Obrigações 87-260: 15 artigos (destinados aos Mestres) 261-470: 15 pontos (destinados aos Operários) 471-496: decreto sobre a assembleia 83 32 A 2ª parte (apêndice, 497-794): É a justaposição de diferentes elementos Contém dois poemas contemporâneos emprestados: Instructions for a parish priest (instruções para um pároco), de John Mirk, E o poema (anônimo) Urbanitatis 83 33 A 2ª parte (apêndice, 497-794) se subdivide em: 497-534: lenda dos Quatuor Coronati 535-550: Torre de Babel 551-576: 7 artes liberais, fundadas por Euclides 83 34 577-692: exortação sobre o comportamento na missa, com citações de Instructions for a parish priest 693-794: instrução sobre boas maneiras, constituída pelo poema Urbanitatis (ad litteram) 83 35 Vejamos a Lenda dos Quatuor Coronati: 497. Agora oremos a Deus Todo-Poderoso 498. E à sua doce e esplendorosa mãe Maria 499. Que nos ajude a guardar estes artigos 500. E também estes pontos, 83 36 501. A exemplo dos 4 santos mártires 502. Que foram reverenciados por esta confraria 503. Eles foram tão bons maçons como na Terra deve haver 504. Além de gravadores e estatuários. 8337 505-510. Como eles eram excelentes obreiros – eram prediletos do imperador –, ele quis que eles fizessem uma estátua que pudesse ser adorada em sua honra. Nos dias de seu reinado, ele usava tais ídolos para desviar a população do Cristo. 83 38 511-516. Mas eles permaneceram inabaláveis na lei de Cristo e fiéis [...] ao seu ofício. Eles amavam muito a Deus e toda sua doutrina e estavam sempre a seu serviço. Naquele tempo, eles foram homens de fato e viveram corretamente nas leis de Deus. 83 39 517-522. Eles não tinham a intenção de fabricar ídolos, não importa a vantagem que pudessem levar, nem acreditar nesse ídolo como se Deus fosse. Isso eles não fariam, apesar da cólera do imperador, pois eles não repudiariam sua fé e (nem) acreditariam em sua falsa lei. 83 40 523-528. O imperador mandou prendê-los imediatamente e jogá-los no calabouço. Quanto mais penosa era a punição dada na prisão, mais exultação havia para eles na graça de Cristo. Então, quando viu que não havia outro meio, ele ordenou que fossem mortos. 83 41 529-534. Se alguém quiser saber mais sobre sua vida, podem ser mostrados, no livro das lendas dos santos, os nomes dos 4 coroados. A data de sua festa é [...] no 8º dia depois de Todos os Santos. 83 42 Existem provas de que os 4 Coroados eram patronos dos canteiros no continente (o que reforça a origem germânica da lenda), mas depois eles perderam espaço para São João Qual é, porém, a história publicamente conhecida? 83 43 Quatro artífices da pedra – Cláudio, Castório, Sinfroniano e Nicostrato – eram secretamente cristãos. A eles se juntou Simplício, que se converteu O imperador Diocleciano (no período 284- 305) ordenou que construíssem uma estátua de Esculápio, em visita à Panônia, mas eles se recusaram (...) 83 44 (...) Foram, então, atirados ao rio dentro de urnas de chumbo De volta a Roma, Diocleciano construiu um templo nas termas de Trajano e ordenou que os soldados da cidade fizessem sacrifícios ao deus (procissão + incenso sobre o altar de Esculápio) (...) 83 45 (...) 4 soldados (cornicularii, responsáveis pela administração da centúria) não obedeceram (pois eram cristãos) e foram açoitados (com açoites chumbados) até a morte O martírio dos 5 supostamente ocorreu em 8 de novembro de 298; e o dos 4 Coroados, em 8 de novembro de 300 83 46 Anos depois, o bispo Melquíades fundou a igreja dos 4 Coroados em Roma, dedicada aos 9 santos, no ano 310 “Miraculosamente”, no século 9, reconheceram-se os nomes dos 4 soldados: Severo, Severiano, Carpóforo e Vitorino 83 47 Os 5 santos eram estatuários, mas foram os 4 soldados (Coronati) que viraram os patronos Gould (The concise history of freemasonry, cap. 5) apresenta 3 hipóteses 83 48 a. Coronati seria uma corrupção do termo militar cornicularii, que foi levado de volta para latim pelo italiano coronati 83 49 b. Foi sugerido que havia duas classes de condecoração militar no exército romano, a mais alta sendo a dos Coronati, a mais baixa a dos Cornicularii. Então, provavelmente, os 4 receberam uma elevação póstuma pelos fiéis, hipótese que ganha força se lembrarmos que coroas de martírio implicam a palavra coronati 83 50 Da Itália, a lenda dos 4 Coroados passou para Alemanha e França A lenda chegou à Inglaterra cedo Beda (672-735) a menciona 83 51 Beda (História Eclesiástica, livro 2, cap. 7) diz: “A igreja dos 4 coroados estava no local quando o fogo destruiu mais fortemente” (erat autem eo loci, ubi flammarum impetus máxime incumbebat, martyrium beatorum quatuor coronatorum) Ela resistiu em pé 83 52 Uma explicação para ter resistido ao fogo é que era feita de pedra ou tijolo (não de madeira), ainda em tempos romanos, quando os cristãos já estavam lá, ao passo que o resto pertencia ao período de erguimentos de igrejas e monastérios que se seguiu à conversão dos saxões, em 597 83 53 Gould concorda com a tese que diz: “Não há dúvidas de que membros dos Collegia Fabrorum nas cidades britânicas tinham, mais de 100 anos antes da invasão saxã, se tornado cristãos, e que, portanto, a igreja dos 4 Coroados (os santos populares de várias profissões) deve ter sido construída em uma época em que Canterbury possuía uma larga comunidade de obreiros cristãos. (...) 83 54 (...) A antiga igreja cristã consistia principalmente de membros das classes industriais, todos eles sendo necessariamente magistri ou operarii de seus respectivos Collegia” 83 55 Os 4 coroados eram patronos de vários ofícios, incluindo maçons (pedreiros), talhadores de pedra, escultores e outros O que tem a ver a estatuária (os 5 santos) com a maçonaria? Daniel-Rops (A Igreja das catedrais e das cruzadas, cap. 9) traz uma sessão intitulada “A escultura, filha da arquitetura” 83 56 Por séculos, o Ocidente foi incapaz de talhar uma estátua de relevo A influência do Oriente fez da estatuária mero enfeite Na época carolíngia (751-987) fizeram-se tímidas tentativas: os capitéis das colunas começaram a ficar mais estilizados, ornados com plantas e animais, imitando modelos bizantinos 83 57 Pouco depois do ano 1000, surgiram tímidos conjuntos de decoração esculpida, como o Cristo glorioso rodeado por anjos, de Saint- Genis-des-Fontaines, no Roussilon Vejamos algumas fotos dessa abadia: 83 58 Rosa Jaume/shutterstock 83 59 fonte: http://www.saint-genis-des-fontaines.fr/en/tourism-and-cultural-heritage/cultural-heritage/ 83 60 Crédito: Paul M.R. Maeyaert/ Alamy/ Fotoarena 83 61 A partir desse momento, a arte cristã aspirou ao relevo. A escultura cresceu O capitel, vagamente imitado do modelo coríntio, acrescentou à figura geométrica a figura humana, ainda que tosca e presa à pedra 83 62 “No momento em que o pórtico, rasgado nas paredes, se alargou de fora para dentro e os arquitetos tiveram a ideia de ‘compensar’ a obliquidade das paredes por meio de pilastras que recuavam umas sobre as outras, produziu-se uma invenção genial cuja finalidade seria inesgotável: (...) 83 63 (...) a da estátua-coluna, de pilar que tomava a forma humana, da pedra que assumia a imagem da vida. A iniciativa foi, sem dúvida, do Languedoc, da Borgonha e da Île-de- France: os pilares do Pórtico Real de Chartres trazem até nós as mais antigas obras-primas desta maravilhosa invenção” Vejamos: 83 64 CLAUDIO GIOVANNI COLOMBO/SHUTTERSTOCK 83 65 ANDREA IZZOTTI/SHUTTERSTOCK 83 66 A escultura atingiu outras partes do edifício, mas sempre subordinada à arquitetura Como é que essas esculturas eram realizadas? No próprio edifício? Na pedra já disposta em seu lugar? 83 67 Não. Tudo era calculado tão exatamente e submetido ao plano de conjunto do mestre-de-obras, que o bloco de onde emergia a figura era preparado na oficina, como se verifica por um vitral de Chartres, que evoca os talhadores de pedra em seu trabalho. (...) 83 68 (...) Havia estudos e esboços mais meticulosos do que os do álbum de Villard de Honnecourt Não surpreende que no PR apareça a lenda dos 4 coroados, ligados aos santos escultores e à estatuária 83 69 Vejamos agora os artigos (destinados aos Mestres) e os pontos (destinados aos operários) do PR: 15 artigos 15 pontos 83 70 Artigos 1 (87-104): o Mestre deve ser sincero e honesto no pagamento 2 (105-118): Todo maçom deve comparecer à assembleia, salvo força maior 3 (119-126): o Mestre só deve aceitar um Aprendiz por 7 anos 83 71 4 (127-146): o Mestre só tomará como Aprendiz um homem livre 5 (147-160): o Mestre não deve contratar como Aprendiz um mutilado ou bastardo 6 (161-176): o Mestre não deve dar ao Aprendiz o mesmo pagamento que ao Companheiro 83 72 7 (177-184): um Mestre não deve auxiliar um criminoso ou alguém de má fama 8 (185-192):o Mestre pode substituir o inábil 9 (193-200): o Mestre deve ser sábio, austero, só tomar obras que possa fazer bem e concluir 83 73 10 (201-224): o Mestre não deve pegar a obra de outro, a não ser que ela esteja tão malfeita que a coloque em risco 11 (225-230): o maçom não deve trabalhar à noite 12 (231-238): o maçom não deve debochar do outro; se corrigir, então sem brigas 83 74 13 (239-244) o Mestre deve ensinar tudo ao Aprendiz 14 (245-250): o Mestre não deve aceitar um Aprendiz se não tiver tarefas variadas para ele 15 (251-260): o Mestre não deve ser falso, nem participar dos vícios Companheiros 83 75 Pontos: 1. (261-268): Amar a Deus, a Igreja, o Mestre e os Companheiros 2. (269-274): deve trabalhar bem para merecer o salário 3. (275-286): O Aprendiz não deve saber das resoluções do Mestre nem da assembleia 83 76 4. (287-294): Lealdade ao ofício, seguir a lei 5. (295-304): receber o pagamento com submissão e aceitar eventual descarte 6. (305-320): Se houver discórdia entre maçons, o Mestre marcará dia para acordo 7. (321-334): não cometer adultério com a mulher do Mestre ou do Companheiro 83 77 8. (335-342): ser leal ao Mestre e mediador sincero 9. (343-372): em reuniões festivas, todos devem prestar contas e não tirar proveito 10. (373-394): não apoiar a maçom desonesto, até que vá à assembleia; se não for, deve-se expulsá-lo 11. (395-406): ser competente e prestativo 83 78 12. (407-420): os estatutos elaborados na assembleia (mestres, companheiros, xerife, prefeito, cavaleiros e escudeiros) serão aplicados aos membros da confraria 13. (421-426): não ser ladrão 14. (427-446): jurar cumprir as obrigações 15. (447-470): corrigir as próprias falhas; se não o fizer, deve deixar a confraria 83 79 Finalmente, o poema Urbanitatis (versos 693-794) A inserção faz sentido, pois os mestres tinham contato com pessoas da alta sociedade e todo companheiro tinha aspiração de se tornar Mestre Boa apresentação e regras de etiqueta 83 80 Um excerto dessa parte do PR: 731. Ao te sentares à mesa para a refeição 732. Coma com elegância e decentemente 733. Primeiro vê que tuas mãos estejam limpas 734. E tua faca esteja aguçada e afiada 83 81 [...] 743. Evita sujar tuas mãos 744. Para que não manches a toalha 745. Nela não deves assoar o nariz 746. Nem à mesa palites os dentes 747. Não bebas com sofreguidão 83 82 [...] 771. Não exibas teus próprios feitos, 772. Nem por diversão nem por interesse; 773. Através de um belo discurso, podes ter o que quiseres, 774. Assim como podes causar tua própria ruína 83 83 Finalmente: O PR é bastante peculiar, ao ponto de ter merecido uma análise separada É normalmente considerado como o mais antigo manuscrito maçônico, desde que se restrinja essa honra aos manuscritos que contam as lendas e as obrigações 83 84