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1 – HISTAMINA E ANTI-HISTAMÍNICOS 1.1 – HISTAMINA • A histamina é um potente MEDIADOR QUÍMICO de numerosas reações fisiológicas. A histamina é encontrada em todo o corpo animal, mas principalmente em tecidos como do TRATO RESPIRATÓRIO, EPITELIAL e do TRATO GASTROINTESTINAL. Muito presente em reações de hipersensibilidade • A histamina é sintetizada principalmente por MASTÓCITOS, BASÓFILOS, HISTAMINÓCITOS (ESTÔMAGO) e por NEURORÔNIOS HISTAMINÉRGICOS. A histamina é estocada em GRÂNULOS, sendo liberados por sua estimulação. • A histamina pertence à classe das AMINAS BIOGÊNICAS e é sintetizada a partir do AMINOÁCIDO HISTIDINA sob a ação da enzima L-HISTIDINA DESCARBOXILASE RECEPTORES E EFEITO DA HISTAMINA: • Os efeitos da histamina são mediados pela sua ligação com quatro subtipos de receptores para histamina H1 H2 H3 H4 CÉLULAS: • Endoteliais (vasos sanguíneos), na musculatura lisa e no SNC EFEITO: • Vasodilatação arteriolar, aumento da permeabilidade vascular, bronconstrição e ativação da resposta imunológica (aumento da concentração de células brancas) CÉLULAS: • Endoteliais, musculatura lisa (PRINCIPALMENTE NO TGI), músculo cardíaco e no SNC EFEITO: • Secreção ácida no estômago (aumento da produção de HCL), inotropismo + (aumento da contração cardíaca) e cronotropismo + (taquicardia, aumento da frequência cardíaca CÉLULAS: • SNC e SNP (neurônios histaminérgicos) EFEITO: • Feedback negativo (ocorre uma mudança negativa ou contrária à alteração normal) • Autoreceptor pré- sináptico • A inibição do H3 é realizada quando ocorre à volta da própria histamina liberada à membrana do neurônio, sua volta causa sua inibição CÉLULAS: • Alta expressão na medula óssea e em CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS EFEITO: • Encontram-se na membrana de células brancas • Ativação da resposta imunológica (aumento da concentração de células brancas) BIOTRANSFORMAÇÃO: • A degradação da histamina é feita pela MONOAMINA OXIDASE (MAO), cuja sua função é a degradação de monoaminas. Como muitas monoaminas tem função biológica é importante que suas concentrações no ambiente intra e extracelular sejam controladas. O processo pelo qual a MAO degrada monoaminas é conhecido por DESAMINAÇÃO OXIDATIVA que gera produtos aldeídos e íon amônio DROGAS QUE PODEM LIBERAR HISTAMINA: Morfina Petidina Atropina Curare Polimixina Codeina Papaverina FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA NA MEDICINA VETERINÁRIA 1.2 – ANTI-HISTAMÍNICOS • É um ANTAGONISTA DE HISTAMINA que atua na inibição da ação da histamina, BLOQUEANDO a sua ligação aos receptores de histamina (H1 e H2), ou inibindo a atividade enzimática da histidina descarboxilase, que catalisa a transformação de histidina em histamina ANTAGONISTAS: ANTAGONISTAS DE H1 • São amplamente empregados em casos dermatológicos, respiratórios e digestórios • Usos clínicos: reações alérgicas, antieméticas e sedativas • São divididos em 1° e 2° GERAÇÃO EFEITO: • Inibidores competitivos e reversíveis • Inibidores da contração da musculatura lisa • Inibidores do efeito de vasodilatadores • Inibidores da permeabilidade vascular (edema) • Depressão no SNC (letargia e sonolência) 1° GERAÇÃO: • Administração diária (3 a 4x) e por via oral • São drogas inespecíficas (causam muitos efeitos colaterais) • Inibem a ação da histamina e causam depressão no SNC (atravessam a barreira hematoencefálica) FARMACOCINÉTICA • ↑ lipossolubilidade e ↓ peso molecular (são facilmente distribuídas e com boa absorção, atravessando a barreira hematoencefálica) • Cinética padrão (metabolismo de 1° passagem) e excreção renal DROGAS: Difenidramina (Difenidrin) Dimenidrinato (Dramin) Clemastina (Agasten) Tripelenamina (Alergitrat gel) Clorfeniramina (Resfenol) Dexclorfenirinamina (Polaramine) Hidroxizina (Hixizine) Prometazina (Fenergan) 2° GERAÇÃO: • Administração em dose única e por via oral • São drogas com menos efeitos colaterais que a 1° geração (drogas mais seguras) • Inibem a ação da histamina e não causam depressão no SNC (não atravessam a barreira hematoencefálica) FARMACOCINÉTICA • ↑ lipossolubilidade e ↑ peso molecular (são facilmente distribuídos e com boa absorção, mas não atravessam a barreira hematoencefálica) • São pró-fármacos (dependente de biotransformação) • Excreção feita pela urina e pela bile/fezes DROGAS: Mequitozina Terfenadina/Astemizol • Podem causar arritmias graves Fexofenadina • Transformado em metabólito ativo Loratadina • Transformado em metabólito ativo Cetirizina DIFERENCIAS ENTRE 1° E 2° GERAÇÃO: 1° GERAÇÃO 2° GERAÇÃO • ↑ administração • ↓ administração • Atravessam a barreira hematoencefálica • Não atravessam a barreira hematoencefálica • ↑ inespecíficas • ↓ Inespecíficas • ↑ Risco de intoxicação • ↓ Risco de intoxicação ANTAGONISTAS DE H2 • Empregados principalmente em casos digestórios (gastrites e úlceras estomacais) EFEITO: • Inibidores competitivos reversíveis • Inibidores da secreção gástrica (↓ HCl-) • ↓ Contrações uterinas DROGAS: 1° GERAÇÃO 2° GERAÇÃO 3° GERAÇÃO METIAMIDA: • Potência = 1 • Metabolização hepática CIMETIDINA • Potência = 1 • Hepatotóxico • ↑ O período hábil de outros medicamentos (metronidazol) RANITIDINA: • Potência = 5 a 10 • Metabolização hepática • ↑ Do peristaltismo do TGI FAMOTIDINA: • Potência = 20 a 50 • Metabolização hepática NIZATIDINA: • Potência = 20 • ↑ Do peristaltismo do TGI • Excreção renal inalterada OUTROS EFEITOS COLATERIAS: • ↓ Da absorção de fármacos em meio ácido • Náuseas • Diarreias ou constipação • Prurido 2 – ANTI-INFLAMATÓRIOS 2.1 – INFLAMAÇÃO • Reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizado morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. A inflamação é acompanhada pelos SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO: calor, rubor, tumor, dor e perda de função • A inflamação é um processo desencadeado por uma CASCATA FISIOLÓGICA, na qual enzimas catalisam a formação de AUTACÓIDES que mediam o processo inflamatório MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO (AUTACÓIDES): ORIGEM TECIDUAL • Encontram-se em grânulos intracelulares, sendo prontamente liberados sob ativação celular, ou então sendo sintetizados em resposta a um estímulo • Aminos vasoativas, fator de ativação plaquetária (PAF), eicosanoides, citocinas, radicais livres superóxidos, óxido nítrico e neuropeptídios ORIGEM PLASMÁTICA • São geralmente sintetizadas pelo fígado • Sistema de coagulação, sistema complemento e sistema das cininas ESTABELECIMENTO DA FEBRE DE ORIGEM INFLAMATÓRIA • A febre é o aumento da temperatura corpórea, sendo um sinal do próprio organismo para alertar uma doença infeciosa ou não, pode ser causada por transtornos do próprio cérebro ou por substâncias que influenciam os centros termorreguladores. A febre é geralmente acompanhada por vasoconstrição periférica, piloereção e tremores • O estabelecimento da febre é causado por PIROGÊNIOS, que são produtos do metabolismo de origem bacteriana, fúngica ou viral, os pirogênios podem ser ENDÓGENOS (produzidos por citocinas de leucócitos) ou EXÓGENOS (produtos bacterianos que estimulam a produção de prostaglandinas nas células vasculares do hipotálamo) ESTABELECIMENTO DA DOR DE ORIGEM INFLAMATÓRIA • O estabelecimento da dor é feito pela bradicinina, histamina e pelas prostaglandinas (PGE2 e PGI2), na inflamação, essesmediadores químicos atuam nos receptores de fibras eferentes na periferia do corpo animal, ligando-se a RECEPTORES NOCICEPTIVOS (receptores da dor), a sensação de dor acontece pela REDUÇÃO DO LIMIAR DOLOROSO desses receptores CASCATA DA INFLAMAÇÃO • É uma via metabólica do organismo que usa a partir da liberação do ÁCIDO ARAQUIDÔNICO mediadores químicos (eicosanoides) na fisiologia e patologia animal • O ácido araquidônico é um ácido linoleico encontrado no fosfolipídio da membrana celular, a liberação do ácido araquidônico é feita quando há lesões na membrana plasmática, essas lesões acabam ativando a enzima FOSFOLIPASE A2, essa enzima atua na liberação do ácido araquidônico por degradar a membrana celular. A liberação do ácido araquidônico causa a liberação de outras duas vias dependentes de oxidação, a dependente de CICLOOXIGENASE (COX) e dependente de LIPO-OXIGENASE (POX) EVENTOS FISIOLÓGICOS DA CASCATA DE INFLAMAÇÃO: • Vasodilatação ou vasoconstrição • Hipotensão, ovulação, metabolismo ósseo e angiogênese • Contração ou relaxamento da musculatura uterina e brônquica • Aumento do fluxo sanguíneo renal • Proteção da mucosa gástrica e hiperalgesia • Regulação da quimiotaxia celular e entre outros 2.2 – ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEREOIDAIS (AINEs) • São as drogas que tem como mecanismo de ação o BLOQUEI DA COX a partir da cascata de inflamação do ácido araquidônico. Atuam na inibição periférica e central da atividade enzimática da ciclooxigenase e subsequente diminuição da biossíntese e liberação dos mediadores da dor, inflamação e febre (PGs). Vale ressaltar que os AINEs bloqueiam tanto os efeitos fisiológicos como os patológicos das COXs • MECANISMO DE AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA, ANALGÉSICA, TÉRMICA, COAGULANTE e ANALGÉSICA CENTRAL por bloqueio da formação de PGs por inibição da COX FARMACOCINÉTICA • Possui rápida absorção e distribuição, a metabolização é hepática e sua eliminação é essencialmente renal CICLO-OXIGENASE (COX): • Glicoproteína da membrana que atua como efetor secundário na via metabólica da cascata do ácido araquidônico. Nas células dos mamíferos existem três formas: COX-1, COX-2 e COX-3 CICLO-OXIGENASE 1 (COX-1) • São enzimas CONSTITUTIVAS de efeito fisiológico, estão presentes na maioria das células e tecidos do organismo e catalisa a formação das prostaglandinas e tromboxano na manutenção homeostática SISTEMA DIGESTÓRIO SISTEMA URINÁRIO COAGULAÇÃO SANGUÍNEA SISTEMA ÓSSEO FÍGADO EFEITOS FISIOLÓGICO: • Manutenção da integridade da mucosa gástrica • Inibem a secreção ácida • ↑ secreção de muco • Controlam o fluxo sanguíneo local INIBIÇÃO: • Lesão gástrica • Hemorragias no TGI e ulcerações EFEITOS FISIOLÓGICO: • Induz a secreção de renina no córtex renal • Regulam o fluxo sanguíneo renal • ↓ a resistência vascular • ↑ a perfusão tecidual do órgão INIBIÇÃO: • Inibição da função renal • Quadros de insuficiência renal aguda • Em felinos deve haver um acompanhamento renal constante EFEITOS FISIOLÓGICO: • COX-1 também está presente nas plaquetas • Convertem o ácido araquidônico em tromboxano A2 INIBIÇÃO: • Hemorragia INIBIÇÃO: • Prejudica a neoformação óssea INIBIÇÃO: • Insuficiência hepática CICLO-OXIGENASE 2 (COX-2) • São enzimas de efeito INDUZÍVEL e PATOLÓGICAS, são responsáveis pela inflamação e são induzidas por gatilhos inflamatórios como hipóxia e dano de tecidos. Atua em doenças alvo como artrite, dor, e câncer de colo. A COX-2 atua em macrófagos e em células inflamatórias levando a formação de prostaglandinas CICLO-OXIGENASE 3 (COX-3) • É uma subunidade da COX-1, está encontrada no SNC pela ação do paracetamol. Atua também em macrófagos e está relacionada com a dor e febre (↓ ação anti-inflamatória) CLASSIFICAÇÃO DOS AINEs: COX-1 e 2 PIROXICAM FLUNIXIN MEGLUMINE • Grande ação analgésica e anti-inflamatória INDICAÇÕES: • EQUINOS: cólicas e distúrbios musculoesqueléticos • CÃES e GATOS: não deve ultrapassar 3 dias de uso (risco à gastrite) • Tratamento de choque séptico por EV • Nome comercial: Banamine ® FENILBUTAZONA • Usado em EQUINOS e BOVINOS • Não usar em FELINOS e evitar o uso em CÃES INDICAÇÕES: • Distúrbios musculoesquelético • Orteoartrites • Inflamação de tecidos moles • Efeitos colaterais: distúrbios do TGI, hepatotoxicidade e nefropatias • Nome comercial: Butafenil ® IBUPROFENO • CONTRAINDICADO PARA CÃES E GATOS • BOVINOS: mastites e ação analgésica e anti-inflamatória COX-1 e 2 (+2) OXICANS/MELOXICAM/PIROXICAM • Ação condroprotetora • ↓ tendência à formação de úlceras • Piroxicam: não utilizar em FELINOS • Nome comercial: Meloxivet ® e Maxican ® CARPROFENO • Uso aprovado em CÃES e EQUINOS • Nome comercial: Rymadil ® VEDAPROFENO COX-1 e 2 (+1) ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) • AINE padrão • Analgésico, antitérmico e inflamatório • AÇÃO TROMBOELÍTICA (previne a formação de trombos impedindo a agregação plaquetária) • NÃO USAR EM FELINOS (é eliminado por conjugação, enzima em ↓ concentração em felinos) INDICAÇÕES: • Tratamento de CID (coagulação intravascular disseminada) • Pancreatite • Hepatite crônica TABELA GERAL: COX-2 (COXIBES) NIMESULIDA • NÃO É UM COXIBE (inibe seletivamente a COX-2) • CÃES: 5mg/kg 24/VO de 3-5 dias • Nome comercial: Sulidene ® CELECOXIBE • 5-10mg/animal em 24h/VO • Nome comercial: Celebra ® ETORICOXIBE LUMIRACOXIBE FIROCOXIBE MAVACOXIBE COX + LOX (DUAL) CETOPROFENO • Uso aprovado em TODAS AS ESPÉCIES • Nome comercial: Ketofen ® DICLOFENACO de Na+/K- • ↑ potencial analgésica e anti-inflamatória • Ação condroprotetora • CÃO e GATO: causam alterações gastrointestinais (emese, hematoemese, hematoquezia, dor abdominal e úlceras gástricas), renais (falência renal), gengivas pálidas e desidratação • Nome comercial: Cataflan ® e Voltaren ® COX-3 DIPIRONA (METONIDAZOL) • Analgésico e antipirético • Usado em dores agudas e crônicas • EQUINO/CÃO/GATO: cólica EFEITOS ADVERSOS: • Discrasias sanguíneas (agranulocitose e aplasia medular) ASSOCIAÇÃO: • Antiespasmódico (escopolamina - Buscopan composto/adifenina - Lisador) PARACETAMOL (ACETOAMINOFEN) • Potente antipirógenos • TÓXICO EM FELINOS EFEITOS ADVERSOS: • Hepatite aguda COX-1 e 2 (+1) COX-1 e 2 COX-1 e 2 (+2) COX-2 (COXIBES) COX + LOX COX-3 Ácido Acetilsalicílico (AAS) Piroxicam Meloxicam Firocoxibe Cetoprofeno Dipirona -------------------- Flunix Carprofeno Mavacoxibe Diclofenaco de Na/K Paracetamol -------------------- Meglumine Vedaprofeno Celoxibe -------------------- -------------------- -------------------- Fenilbutazona -------------------- Etoricoxibe -------------------- -------------------- -------------------- Ibuprofeno -------------------- Lumiracoxibe -------------------- -------------------- -------------------- -------------------- -------------------- Nimesulida * -------------------- -------------------- 2.3 – ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (CORTICOIDES) GLÂNDULA ADRENAL: • Responsáveis pela liberação de hormônios em resposta ao estresse através da síntese e liberação de HORMÔNIOS CORTICOSTEROIDES (CORTISOL e ADRENALINA). Tem a função ainda de converter proteínas e gorduras em glicose e ao mesmo tempo em diminuir a captação de glicose pelas células ANATOMIA E HISTOLOGIA DA ADRENAL:• Cada glândula é composta por duas regiões histologicamente distintas que recebem aferências do SN • A adrenal é dividia em duas porções, a primeira porção é o CÓRTEX que é a camada mais externa e de cor amarela devido ao alto índice de colesterol, a parte do córtex ainda é dividia em três zonas, ZONA GLOMERULOSA, FASCICULADA E RETICULAR, a última porção da glândula, é a mais interna, chamada de MEDULA de cor vermelho escura ou cinza SÍNTESE DO CORTISOL • Hormônio corticoide endógeno produzido na ZONA FASCICULADA DO CÓRTEX RENAL e está diretamente envolvido na resposta ao estresse, sua forma sintética usado nos anti-inflamatório é a HIDROCORTISONA • Sua síntese acontece pela estimulação do LÓBULO ANTERIOR DA HIPÓFISE através do hormônio ADRENOCORTICOTRÓFICO (ACTH). A Produção de ACTH é modulada pelo hipotálamo através da secreção por parte desde do hormônio LIBERADOR DE CORTICOTROFINA (CRH) SECREÇÃO DO CORTISOL • A secreção ocorre a partir de ESTÍMULOS ESTRESSANTES (atividade física ou inflamação) que transmita impulsos nervosos ao HIPOTÁLAMO. No hipotálamo ocorre a liberação de CRH que chega à HIPÓFISE, cuja suas células secretam o ACTH que flui pela corrente sanguínea até chegarem à zona fasciculada do córtex da adrenal, onde será produzido o cortisol INIBIÇÃO DA SECREÇÃO DO CORTISOL • A inibição da secreção é feita por FEEDBACK NEGATIVO. O aumento plasmático controla a sua produção e sua inibição pelo EIXO-HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO-ADRENAL CICLO DE PRODUÇÃO FISIOLÓGICA DO CORTISOL • O cortisol não é estocado e é produzido de forma rítmica, cíclica com seu pico na parte da MANHÃ e mínima liberação na parte da NOITE. O CICLO CARDIANO obedece à função reguladora do EIXO HIPOTALÂMICO- HIPOFISÁRIO, fazendo com que que animais de hábito noturno tenham seus picos alterados GLICOCORTICÓIDES (GC): FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA DOS GLICOCORTICÓIDES • Os GC podem ser classificados de acordo com a sua meia-vida, potência e duração de ação. A caracterização de duração de ação é dada como curta, intermediária e longa e tem como base a duração da supressão do ACTH após dose única • ADMINISTRAÇÃO: oral, parenteral, oftalmológica, inalatória e tópica • A METABOLIZAÇÃO é de sua maioria hepática (70%) e extra-hepático (30%) com ELIMINAÇÃO renal MECANISMO DE AÇÃO • Os GC atuam praticamente sobre todos os órgãos e tecidos. O hormônio GC é ALTAMENTE LIPOFÍLICO, cruzando facilmente a membrana plasmática da célula-alvo por difusão passiva. No citoplasma os GC ligam- se a receptores proteicos específicos (RGC). Atuam como fatores de transcrição, alterando a expressão dos genes alvo em resposta a um sinal hormonal específico • O COMPLEXO GLICOCORTICÓIDE-RECEPTOR (RGC) sofre transmutação estrutural sendo capaz de PENETRAR NO NÚCLEO CELULAR, no núcleo os GCs AFETAM A EXPRESSÃO GÊNICA e induz a síntese de PROTEÍNAS ANTI-INFLAMATÓRIAS. Na CASCATA DA INFLAMAÇÃO os GCs inibem a ação da FOSFOLIPASE A2, bloqueando de forma direta a ação da COX e LOX, inibindo por completo os sinais da inflamação EFEITO DOS GLICOCORTICOIDES: 1 – NAS CÉLULAS INFLAMATÓRIAS (IMUNOSUPRESSÃO) • ↓ dos linfócitos B e T, monócitos e eosinófilos • Indução da apoptose de células linfoides • ↓ da liberação de histamina • Inibição da ação de APC 2 – NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS (HIPERGLICEMIA) • ↓ da captura e utilização da glicose • ↑ da proteólise • ↑ do armazenamento de glicose (glicogênio) • ↑ do metabolismo de lipídeos, resultando no ↑ de ácidos graxos livres 3 – NO METABOLISMO DO CÁLCIO (OSTEOPOROSE) • ↑ a ação dos osteoclastos • ↑ a excreção renal de cálcio, resultando no ↑ do paratormônio (PTH) e na ↓ do cálcio plasmático • ↓ a absorção intestinal de cálcio • ↓ a ação dos osteoblastos 4 – OUTROS EFEITOS • ↑ da reabsorção de água, causando edemas, hipercloremia e hipopotassemia (ácidose metabólica) • Inibe a proliferação de fibroblastos • Altas doses de GC inibem a síntese de colágeno • Sistema Cardiovascular: indução de adrenalina e aumento da pressão arterial • Sistema endócrino: insuficiência adrenal iatrogênica • Gestação: teratogênia (1/3) • ↓ o limiar convulsionante e a euforia EFEITOS FARMACOLÓGICOS DOS GLICOCORTICOIDES: • Efeitos metabólicos, no equilíbrio hidroeletrolítico, ação anti-inflamatória, na resposta imunológica, anti- histamínico, nos elementos figurados do sangue, gastrointestinais, cardiovasculares, no sistema musculoesquelético e no estado de ânimo INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: • Afecções agudas ou crônicas no sistema musculoesquelético • Dermatológicos (dermatites gerais ou prurido) • Edema cerebral • Doenças autoimunes • Transplante de órgãos • Reações alérgicas • Fotossensibilização • Oftamológicas (inflamação e ceratites não-ulcerativas) CONTRA-INDICAÇÕES: • Gestação (quando não se deseja induzir o parto) • Diabetes mellitus • Insuficiência renal • Processos cicatrizantes (principalmente de ossos ou córnea) • Infecções bacterianas crônicas • Micoses profundas • Animais em crescimento PRINCIPAIS CORTICOIDES DE USO NA MEDICINA VETERINÁRIA: 3 – INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECAs) 3.1 – SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA (SRAA): • Sistema que regula o EQUILÍBRIO HIDRO-ELETROLÍTICO e a PRESSÃO ARTERIAL. O sistema é ativado quando há o ↑ AUMENTO DA OSMOLARIDADE PLASMÁTICA ou na ↓ QUEDA DA PRESSÃO ARTEIAL • As CÉLULAS JUSTAGLOMERULARES da arteríola renal aferente detectam condições de baixa filtração renal e induzem a produção e liberação da RENINA na circulação sanguínea, a renina tem a função de converter e ativar a o ANGIOTENSINOGÊNIO presente no fígado em ANGIOTENSINA I, que logo caí na circulação sanguínea em direção aos pulmões, onde sofre efeito da ECA (ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA) para ser convertida em ANGIOTENSINA II, logo após sua conversão, a glândula suprarrenal estimula a liberação de ALDOSTERONA + ADH na circulação sanguínea, quando esses hormônios chegam ao néfron ocorre uma maior retenção de Na+ e H2O ATIVAÇÃO DO SISTEMA: ANGIOTENSINA I • Peptídeo formado a partir da ação da enzima renina sobre o angiotensinogênio, sofre ação da ECA para a geração da angiotensina II. ENZIMA POUCO ATIVA ANGIOTENSINA II • ENZIMA MAIS ATIVA. Peptídeo formado a partir da ação da ECA sobre a angiotensina I, após sua conversão, a angiotensina II caí na corrente sanguínea indo em direção aos rins, nos rins os CAPILARES DOS TÚBULOS DOS NÉFRONS estimula a CONSTRIÇÃO DA ARTERÍOLA EFERENTE, aumentando assim, a TGF (TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR), e consequentemente, aumentando a pressão arterial, simultaneamente, a angiotensina II atua também no CÓRTEX DAS ADRENAIS, estimulando a liberação do hormônio ADH (ALDOSTERONA), para que haja uma maior absorção de Na+ e H2O. Estima também o SNS ANGIOTENSINA III • É um METABÓLITO DA ANGIOTENSINA II AINDA ATIVO formado por AMINOPEPTIDADES. Por meio de uma via alternativa, a angiotensina III pode também ser formada a partir da angiotensina I, sem passar pela formação da angiotensina II, nesta situação a angiotensina I sofre ação direta da ECA • A angiotensina III tem sua forma MAIS ATIVA NO CÉREBRO (SNC). Ela é tão potente quando a angiotensina II, porém possui apenas 30% de sua ATIVIDADE VASOPRESSORA ANGIOTENSINA IV • FRAGMENTO DA ANGIOTENSINA II. Sua formação se dá por ação de PROTEASES sobre a angiotensina II. Atua na vasodilatação das arteríolas cerebrais e aumenta a excitabilidade neural 3.2 – RECEPTORES E EFEITOS DA ANGIOTENSINA II RECEPTORES: AT1 AT2 • Proteína componente da membrana celular, principalmente em animais adultos. Quando se liga à angiotensina IIprovoca uma série de reações celulares, sendo a mais importante a VASOCONSTRIÇÃO • Proteína componente da membrana celular, sendo mais encontrada em filhotes, faz parte do SRAA e é bastante encontrada durante regeneração tecidual. Suas ações são muito antagonistas às do receptor AT1. EFEITOS: VASOCONSTRIÇÃO RETENÇÃO DE SÓDIO FACILITA A LIBERAÇÃO DE NORADRENALINA REMODELAGEM E CICATRIZAÇÃO • Ação direta • A ECA degrada a bradicinina _____________________ • Cronotropismo (aumento da frequência cardíaca) e inotropismo positivo (aumento da força do coração) • Promoção do crescimento celular • Alteração da expressão gênica • Hipertrofia e proliferação fibroblástica 3.3 – DROGAS INIBIDORAS DA ECA 1 – CAPTROPIL (CAPOTEN®) • Biodisponibilidade de 60% (apenas em jejum). Quando administrado após alimentação a biodisponibilidade reduz para 25-50% • Produz proteinúria • Eliminação inalterada pela urina 2 – ENALAPRIL (RENITEC®) • Sua biotransformação ocorre no fígado (Enalapril → Enaprilato). Disfunções hepáticas reduzem a eficácia • A alimentação não interfere na biodisponibilidade • Eliminação renal 3 – BENAZEPRIL (LOTESIN® ou FORTEKOR®) • Sua biotransformação ocorre no fígado (Benazepril → Benazeprilato) • Eliminação significativa pela bile (50% no cão e 85% no gato) • É o mais indicado em nefropatas 4 – LISINOPRIL (PRIVINIL®) • Não possui biotransformação • Biodisponibilidade de 25% • Eliminação renal • Muito indicado para hepatopatas 4 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO • Sistema que está associado ao controle de funções vegetativas, regulando funções subconscientes, estando independente de controle voluntário • CONTROLE: m. lisa, frequência cardíaca, secreção de hormônios e processos metabólicos ANOTOMIA: • É formado por NERVOS e GÂNGLIOS • Consiste num afluxo de dois neurônios, em que os NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES que surgem dos corpos celulares no EIXO CÉREBRO-ESPINHAL fazem sinapses com NEURÔNIOS PÓS-GANGLIONARES que se originam de GÂNGLIOS AUTÔNOMOS • É dividido em SN SIMPÁTICO (TORACOLOMBAR) e SN PARASSIMPÁTICO (CRANIOSSACRAL) TRONCO ENCEFÁLICO MEDULA TORACO-LOMBAR MEDULA SACRAL • Neurônio pré-ganglionar parassimpático • Neurônios motores somáticos • Neurônio pré-ganglionar simpático • Neurônios motores somáticos • Neurônio pré-ganglionar parassimpático • Neurônios motores somáticos 4.1 – SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO • Estimula ações que permitem ao organismo responder a situações de estresse • São efetores em todo o corpo (TORACO-LOMBAR) • Os neurônios pré e pós-ganglionares estão distribuídos em uma proporção de 1:20, em que, NEURÔNIOS PRÉ-SINÁPTICOS (CURTO) e PÓS-SINÁPTICO (LONGO) • NEUROTRANSMISSORES: ↓ Acetilcolina e ↑ Noradrenalina/Adrenalina • RECEPTORES: α (1 e 2) e β (1, 2 e 3) 4.2 – SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO • Estimula ações que permitem ao organismo responder a situações de calma • Distribuição mais restrita (CRANIO-SACRAL) • Os neurônios pré e pós-ganglionares estão distribuídos em uma proporção de 1:1, em que, NEURÔNIOS PRÉ-SINÁPTICOS (LONGO) e PÓS-SINÁPTICOS (CURTO) • NEUROTRANSMISSORES: acetilcolina • RECEPTORES: MUSCARÍNEOS (M1, M2, M3, M4 e M5) e NICOTÍNICOS (NN e NM) 4.3 – RECEPTORES DO SNA RECEPTORES COLINÉRGICOS (AchR): • É uma proteína integral de membrana que gera uma resposta a partir de uma molécula de acetilcolina 1 – NICOTÍNICOS (Nn e Nm) • Canais iônicos na membrana plasmática de algumas células, cuja abertura é disparada pela acetilcolina ---------- LOCALIZAÇÃO ESTRUTURA MECANISMO PÓS-RECEPTOR Nn • Corpos celulares pós- ganglionares, dendritos e gânglios autonômicos • Estão relacionados ao SN simpático e parassimpático • Subunidades A e B somente como α2β2 ou α3β3 • Despolarização de canais iônicos de Na+ e K+ Nm • Junção neuromuscular (m. esquelético) • Placa neuromotora, relacionado à inervação somática • Pentâmero • Despolarização de canais iônicos de Na+ e K+ 2 – MUSCARÍNICOS • Relacionados APENAS ao SN PARASSIMPÁTICO • É de efeito mais localizado, os neurônios pós-ganglionares são curtos ------------ LOCALIZAÇÃO ESTRUTURA MECANISMO PÓS-RECEPTOR M1 • Gânglios autonômicos, glândula gástrica e salivar e no córtex cerebral • 7 domínios transmembranas acoplado a proteína G • IP3 • Cascata do DAG M2 • Coração, nervos, m. liso e SNC • 7 domínios transmembranas acoplado a proteína G • Inibição da síntese de CAMP • Ativação dos canais de K+ M3 • Glândulas exócrinas, m. liso, endotélio e SNC • 7 domínios transmembranas acoplado a proteína G • IP3 • Cascata do DAG M4 • SNC • 7 domínios transmembranas acoplado a proteína G • Inibição da síntese de CAMP M5 • SNC (substância cinzenta), glândula salivar e na m. ciliar • 7 domínios transmembranas acoplado a proteína G • IP3 • Cascata do DAG RECEPTORES ADRENÉRGICOS: • São receptores ligados à proteína G e que são alvos da CATECOLAMINAS. Seus efeitos são mais generalizados, os neurônios pós-ganglionares são longos e ocorre a liberação de adrenalina e noradrenalina na circulação pelas adrenais • CATECOLAMINAS = ADRENALINA (EPINEFRINA) ou NONRADRENALINA (NOREPINEFRINA) • Atuam EXCLUSIVAMENTE no SN SIMPÁTICO 1 – ALFA (α) α1 α2 • PÓS-SINÁPTICO EFEITO: • Contração da m. lisa • Vasoconstrição, broncoconstrição, midríase e diminuição da motilidade e da contração do esfíncter • Contração uterina e ereção pilosa • Aumenta a secreção prostática, sudorípara, salivar e lacrimal • Glicogenólise e gliconeogênese TIPOS: • α1A: coração, fígado, pulmão, vasos e próstata • α1B: rim, aorta e córtex cerebral • α1D: próstata, aorta e córtex cerebral • PRÉ-SINÁPTICO EFEITO: • ↓ A liberação de neurotransmissores adrenérgicos • Efeito inibitório • Efeito PARASSIMPATOMIMÉTICO TIPOS: • α2A: terminação nervosa, plaquetas e medula vertebral • α2B: rim e fígado • α2C: córtex cerebral 2 – BETA (β) β1 β2 β3 • PÓS-SINÁPTICO EFEITO: • Cronotropismo e inotropismo + • PÓS-SINÁPTICO EFEITO: • Cronotropismo e inotropismo + • Vasodilatação e broncodilatação • Relaxamento do destrusor da bexiga e uterino • PÓS-SINÁPTICO EFEITO: • Lipólise 4.4 – METABOLIZAÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES • Acetilcolina → Acetilcolinesterase • Noradrenalina/Adrenalina → Monoaminoxidase (MAO) ou Catecol O metil transferase (COMT) 5 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 5.1 – DROGAS SIMPATOMIMÉTICAS • Substâncias que imitam os efeitos da ADRENALINA/NORADRENALINA (CATECOLAMINAS). São drogas que ao entrarem em contato com o organismo, causam as mesmas alterações que a ativação do SN simpático 1 - AÇÃO DIRETA • Agonista de receptores adrenérgicos α1, β1 e β2 • Ligam-se aos receptores adrenérgicos e mimetizam os efeitos das catecolaminas α1 β1 β2 EFEITO: • Manutenção da estabilidade hemodinâmica (VASCONSTRIÇÃO) EFEITO ADVERSO: • Hipertensão arterial, arritmias cardíacas, ↓DC e ICC EFEITO: • Manutenção da estabilidade hemodinâmica • Cronotropismo e inotropismo positivo EFEITOS ADVERSOS: • Taquicardia, taquirritimias, tremores musculares e hipóxia do miocárdio EFEITO: • Broncodilatadores • Vasodilatação discreta • Inibição da contração uterina ou vesical EFEITOS ADVERSOS: • Poucos efeitos colaterais: tremoresmusculares e piora de quadros hemorrágicos uterinos DROGAS: OBS: • ETILEFRINA, NORADRENALINA, ADRENALINA e DOPAMINA: todos os receptores • FENILEFRINA e METOXAMINA: α1 • ISOPROTERENOL e DOBUTAMINA: β 2 - AÇÃO INDIRETA • Antagonistas de receptor α2 • ↑ A liberação de noradrenalina • ↑ A concentração de catecolaminas endógenas na fenda sináptica • ↓ Da recaptação e degradação da noradrenalina DROGAS: ANFETAMINAS EFEDRINA ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS IOIMBINA e ATIPAMAZOLE • Facilitam a liberação de noradrenalina • Tratamento de obesidade: ↑ da dopamina no centro de saciedade • Agente misto • Facilita a liberação de noradrenalina • Ação direta sobre os receptores α1, β1 e β2 • Inibidores da MAO • Não degradam as catecolaminas endógenas • Reversão de sedativos α2 por serem AGONISTAS • EFEITOS ADVERSOS: tremores e taquicardia 5.2 – DROGAS SIMPATOLÍTICAS • Drogas que inibem o funcionamento do SN simpático, a maioria é utilizada como anti-hipertensivos AGONISTAS DE α2: • Utilizados como sedativos, analgésicos e relaxantes musculares • EFEITOS ADVERSOS: bradicardia, hipotensão arterial, depressão respiratória e hiperglicemia DROGAS: α-METILDOPA XILAZINA (160) CLONIDINA (220) DETOMIDINA (260) MEDOTOMIDINA (1620) DEXMEDOTOMIDINA (1620) ANTAGONISTAS DE α1 e α2: ------------------- α1 EFEITO ADVERSO: • Hipotensão, taquicardia, náusea, vômito e diarreia α2 EFEITO ADVERSO: • Hiperalgesia, taquicardia e relato de óbito em ruminantes PRAZOSINA +++ + INDORAMINA +++ + HIDRALAZINA +++ + ANTAGONISTAS DE β1 e β2: --------------------- β1 EFEITO ADVERSO: • Hipotensão, ICC, bradirritmias e síndrome de retirada β2 EFEITO ADVERSO: • Broncoespasmo e mascara a hipoglicemia PROPANOLOL +++ +++ OXPRENOLOL +++ +++ ATENOLOL +++ + SOTALOL +++ + BRUTOXAMINA + +++ LABETALOL ++ ++ CARVEDILOL ++ ++ OBS: • PROPANOLOL: antiarrítmico e efeito de cronotropismo e inotropismo negativo • ATENOLOL e SOTALOL: idênticos ao propranolol, porém de efeito pulmonar • CARVEDILOL: antiarrítimico, vasodilatador e efeito de cronotropismo e inotropismo negativo 6 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 6.1 – DROGAS COLINÉRGICAS • São medicamentos que agem estimulando ou imitando o SN parassimpático, a acetilcolina (ACh) é o neurotransmissor utilizado para ativar esse sistema 1 - AÇÃO DIRETA • São drogas colinérgicas diretas aquelas que ativam seletivamente os receptores muscarínicos ou nicotínicos DROGAS: ÉSTERES DE COLINA: ALCALÓIDES: • ACETILCOLINA • PILOCARPINA • Usado no GLAUCOMA • METACOLINA • MUSCARINA • BETANECOL • Usado no ESVAZIAMENTO VESICAL • CARBACOL • Usado no ESVAZIAMENTO VESICAL PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: CORAÇÃO TGI SISTEMA URINÁRIO OFTAMOLÓGICAS SISTEMA RESPIRATÓRIO • Vasodilatação, cronotropismo e inotropismo negativo • ↓ pressão arterial • ↑ tônus, da peristalse e das secreções • ↑ da peristalse, da contração do músculo detrusor da bexiga e da pressão miccional • Miose • ↑ da contração do músculo ciliar • ↑ lacrimejamento • ↓ da pressão intraocular • Broncoconstrição • ↑ das secreções EFEITOS COLATERIAS DE AGONISTAS MUSCARÍNICOS: • CORAÇÃO: bradicardia e ↓ da pressão arterial • TGI: cólicas e ↑ de secreções glandulares CONTRA INDICAÇÕES: • Obstruções intestinais e urinárias, pacientes asmáticos, cardiopatas e prenhez 2 - AÇÃO INDIRETA (ANTI-COLINESTERÁSICOS) • São drogas que agem aumentando a neurotransmissão da acetilcolina, inibindo assim, a degradação desta pela acetilcolinesterase. Drogas altamente lipossolúveis MECANISMO DE AÇÃO (REVERSÍVEIS): • Formam um complexo menos estável com a acetilcolinesterase (Ache), permitindo a recuperação da enzima mais rapidamente DROGAS: REVERSÍVEIS EDROFÔNIO • Curta duração CARBAMATO • Média duração • Liga-se aos dois locais ativos da AChe MECANISMO DE AÇÃO (IRREVERSÍVEIS): • Ligam-se ao centro esterásico da Ache, impossibilitando-a de exercer sua função de hidrolisar o neurotransmissor acetilcolina em colina e ácido acético • EFEITOS ADVERSOS: OS MESMOS DA AÇÃO DIRETA MUSCARÍNICAS + SNC (excitação inicial, convulsão, depressão e inconsciência) DROGAS: IRREVERSÍVEIS ORGANOFOSFORADO • Inseticidas • Liga-se à serina do sítio esterásico USOS CLÍNICOS DOS ANTI-COLINESTERÁSICOS: • GLAUCOMA: Fisiostigmina e Ecotiofato • ANESTESIA: Neostigmina (reversão de bloqueador neuromuscular) • MIASTENIA GRAVIS: Edrofônio, Neostigmina e Piridostigmina • AGROPECUÁRIO: Organofosforado • EXEMPLOS DE ORGANOFOSFORADOS: Tabun, Sarin, Agente VX, DFP, Diflos, Paration e Malation 6.2 – ANTI-COLINÉRGICOS DIRETOS ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS: MECANISMO DE AÇÃO: • Antagonizam seletivamente as ações da Ach nos receptores muscarínicos, a atropina, por exemplo, ocupa o lugar da Ach PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: CORAÇÃO OFTAMOLÓGICA TGI SNC • Taquicardia • Midríase • Cicloplegia • Inibição da motilidade GI • Sonolência, amnésia e euforia SIST. RESPIRATÓRIO SIST. TEGUMENTAR • Broncodilatação • Ressecamento da boca e pele EFEITOS ANTAGONISTAS: CORAÇÃO OFTAMOLÓGICA TGI SIST. RESPIRATÓRIO • Taquicardia • Midríase e ciclopegia • Relaxamento da m. lisa e visceral • ↓ do peristaltismo e de secreções • Broncodilatação e ↓ das secreções USOS CLÍNICOS: • DILATAÇÃO DA PUPILA: Tropicamida e Ciclopentolato • BRADICARDIA SINUSAL: Atropina • ASMA: Ipratrópio • PRÉ-ANESTESIA: Atropina e Hioscina • ↓ SECREÇÕES GÁSTRICAS: Pirenzepina • RELAXAMENTO DA M. LISA: Hioscina e Diciclomina • CINETOSE: Hioscina • PARKINSONISMO: Benztropina EFEITOS COLATERIAS: • ↑ da pressão intraocular, retenção urinária e constipação, taquicardia e inibição das secreções gástricas TRATAMENTO PARA OF: • Uso de OXIMAS como antidoto, agem deslocando o OF, porém antes do uso da oxima, fazer uso da atropina para estabilização • OXIMAS: medicamentos que revertem a ligação do OF com a AChe, reativam a AChe. É contra indicado em intoxicações por carbamato INTOXICAÇÕES: 1 – ATROPA BELLADONA • Taquicardia, ↑ da temperatura corporal, boca seca, midríase e visão embaçada, constipação e retenção urinária • SNC: excitação, irritabilidade, hiperatividade, convulsão, alucinação, delírio e coma • Morte por parada respiratória 2 – CHUMBINHO • Composto por carbamato, organofosforado e outros compostos tóxicos TOXICOCINÉTICA: • Alta lipossolubilidade, rapidamente absorvida pela pele, trato respiratório e gastrointestinal, atingindo todos os órgãos, tecidos, barreira hematoencefálica e placenta • Biotransformação hepática e de eliminação renal/fecal MECANISMO DE AÇÃO: • Consiste em inibir a acetilcolinesterase, impedindo a inativação da ACh. Com a ação do veneno, a AChe não age e há excesso de acetilcolina, consequentemente, há um excesso de contração muscular • INTOXIXAÇÃO AGUDA: náuseas, vômito, bradicardia, dispneia, dor abdominal, aumento da motilidade GI, sialorreia, lacrimejamento, miose, contrações musculares, espasmos, tremores, aumento do tônus muscular e depressão do SNC TRATAMENTO: 1 – ATROPINIZAÇÃO • Ação sobre efeito muscarínico • O animal está intoxicado por uma DROGA ANTI-COLINÉRGICA, ou seja, enzimas ligam-se para bloquear o efeito da AChe, diminuindo a degradação deACh e, assim, ativando o receptor muscarínico • ATROPINA é ANTAGONISTA MUSCARÍNICO, competindo com o receptor muscarínico • A meia-vida da atropina é baixa, tendo que aplica-la novamente de 4 em 4h durante todo o período de tratamento MEDIDAS GERAIS: • DISPNEIA: O2 • PERDA ELETROLÍTICA: soro • INTOXICAÇÃO TÓPICA: banho morno sem esfregação • CATÁRTICO: animal consciente e intoxicação recente • CONVULSÃO: diazepan 7 – FARMACOLOGIA DO TRAGO GASTROINTESTINAL 7.1 – ETIOLOGIA DO EMESE CENTRO DO VÔMITO: • Localiza-se no TRONCO ENCEFÁLICO, recebem informações do córtex, do n. vago, do sistema vestibular, límbico e do ZQD. Receptores responsáveis: colinérgicos, adrenérgicos e seratonérgicos • O VÔMITO é a expulsão violenta e forçada do conteúdo gástrico, acompanhada de contração do diafragma e da musculatura abdominal, com o relaxamento do cárdia e contração do piloro, usualmente, é procedido de náuseas e acompanhado de palidez, taquicardia, sialorreia, sudorese e lassidão 1 – ALTERAÇÕES VESTIBULARES • Causa geralmente, por cinetose, são estímulos vindos dos CANAIS SEMICIRCULARES que são transmitidos pelo VIII par de nervos cranianos e induzem o vômito pela úvula e cerebelo 2 – CÓRTEX CEREBRAL • Causado por estímulos VISUAIS e AUDITIVOS 3 – SISTEMA LÍMBICO • Induz o vômito a partir de EMOÇÕES, como de medo ou ansiedade 4 – ZONA DEFLAGADORA DE QUIMIORRECEPTORES (ZQD) • Área da medula oblonga, localizada no 4° ventrículo e está fora da barreira hematoencefálica, fazendo parte do próprio centro do vômito. Recebe estímulos de DROGAS E HORMÔNIOS TRANSMITIDOS PELO SANGUE induzindo o vômito por meio de neurotransmissores: acetilcolina, dopamina, histamina, substância P e seratonina • Cão = D2 e H1 gato = α1 5 – AFERENTES PERIFÉRICOS • Induz o vômito a partir de LESÕES E ESTÍMULOS na faringe, esôfago, estômago, intestino e rins 7.2 – DROGAS EMÉTICAS • Drogas que induzem o vômito IRRITANTES EMÉTICOS • Geram irritação na mucosa gástrica induzindo o vômito • SOLUÇÃO DE SULFATO DE COBRE ou ZINCO A 1% • IPECA (alcaloide, estimula também o centro do vômito) • ÁGUA OXIGENADA 10V ou PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 3%: induz o vômito por reflexo de distensão após 10-20 mim de administração, cuidado na aspiração da espuma • Geram irritação na mucosa gástrica induzindo o vômito • SOLUÇÃO DE SULFATO DE COBRE ou ZINCO A 1% • IPECA (alcaloide, estimula também o centro do vômito) • ÁGUA OXIGENADA 10V ou PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 3%: induz o vômito por reflexo de distensão após 10-20 mim de administração, cuidado na aspiração da espuma 7.3 – ANTI-EMÉTICOS • Drogas que aliviam os sintomas do enjoo, náusea e vômitos, seu uso é importante pois o vômito causa exaustão, desidratação, hiponatremia, hipocloremia e alcalose AGENTE COLINÉRGICOS VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) ANTI-HISTAMÍNICOS • ↓ as secreções e a motilidade • ESCOPOLAMINA: usada para cinetose, não usar em gatos • Mecanismo de ação desconhecido, porém, ocorre aumento da GABA • DIMENIDRINATO (DRAMIN), DIFENIDRAMINA e MECLISINA • Bloqueiam H1 da ZQD 7.4 – ANTI-DIARREICO 1 – DEPRESSORES DE MOTILIDADE ANTICOLINÉRGICOS OPIÁCEOS/OPIÓIDES • Bloqueiam os receptores colinérgicos do TGI • ATROPINA, ESCOPOLAMINA e HOMATROPINA • ↑ do tônus da musculatura circular e esfíncter • ↓ secreções • ELIXIR PAREGÓRICO, DIFENOXILATO e LOPERAMIDA 2 – ADSORBENTES E/OU PROTETORES DE MUCOSA • PECTINA, CAULIM, SAIS DE BISMUTO e CARVÃO ATIVADO BLOQUEADORES DOPAMINÉRGICOS ANTAGONISTAS 5-HT • METOCLOPRAMIDA, BROMORIDA e DOMPERIDONA • Bloqueiam receptores dopaminérgicos da ZDQ • ONDANSETRONA • Bloqueiam receptores histaminérgicos da ZQD 7.5 – CATÁRTICOS (DIARREICOS) EMOLIANTES ou LUBRIFICANTES FORMADORES DE MASSA e/ou COLOIDES HIDRÓFILOS • Efeito laxante • Lubrificam e amolecem as fezes, facilitando a sua eliminação • ÓLEO MINERAL e VEGETAL • LAXANTES EM PEQUENOS ANIMAIS • PROPRIEDADES HIDRÓFÍLICAS: amolecem as fezes, aumentam seu volume, distendendo as fibras musculares e induzindo o relaxamento e aumento da motilidade • POLISSACARÍDEOS NATURAIS, SEMISSINTÉTICOS e CELULOSES, CASCA DE SEMENTES, ALGAS e RESINAS SINTÉTICAS OSMÓTICOS ou SALINOS ESTIMULANTES ou IRRITANTES • PROPRIEDADES OSMÓTICAS • Distensão de fibras causando o aumento do peristaltismo de forma reflexa • EFEITO LAXANTE ou PURGANTE • SAIS DE MAGNÉSIO, SAIS DE SÓDIO, LACTULOSE, GLICERINA e SORBITOL • IRRITAÇÃO DA MUCOSA INTESTINAL • Inibem a absorção de água, eletrólitos e nutrientes • Estimulam os plexos nervosos intramurais (motilidade). Inibem o Na, K e ATPase • ÓLEO DE RÍCINO (PURGANTE), DERIVADOS DO DIFENILMETANO (FNOLFTALEÍNA), ANTRAQUINÔNICOS (PURGANTES ou LAXANTES) 7.6 – DIGESTIVOS ou EUPÉPTICOS • Ajudam os processos digestivos substituindo ou complementando as secreções do TG ENZIMAS DIGESTIVAS COLERÉTICOS COLAGOGOS ou COLICINÉTICOS • PROTEASES: PAPAÍNA e BROMELINA • PANCREATINA e PANCREOLIPASE • Estimulam as secreções da bile • Contraem a vesícula biliar igual a CCK 7.8 – HEPATOPROTETORES • Usado apenas em casos de IH. Essas drogas estão divididas em HEPATOTRÓPICOS (metabolização de diversas substâncias) e LIPOTRÓPICOS (metabolização de lipídeos) COLINA METIONINA LECTINA e BETAÍNA • LIPOTRÓPICO • Metabolização de fosfolipídios, a gordura hepática é metabolizada em fosfolipídios e movida ao sangue • Doa metila (metilação) para a sua eliminação • A sua eliminação ocorre pela metilação que altera sua estrutura e forma um campo elétrico, causando sua eliminação • COLINA: HIDRÓLISE 8 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 8.1 – HEMOSTÁTICOS • Atuam na contenção do sangue nos vasos e na sua fluidez VITAMINA K • Síntese dos FATORES DE COAGULAÇÃO II, VII, IX e X • Suplementação exógena para a fluidez adequada do sangue • Usado em casos de RATICIDAS ANTICOAGULANTES, PLANTAS TÓXICAS (SAMAMBAIA) e DISTÚRBIOS INTESTINAIS E HEPÁTICOS 8.2 – ANTI-GOAGULANTES HEPARINA ANTI-AGREGANTES PLAQUETÁRIOS • ANTICOAGULANTE e ANTITROMBÓTICA • Interage com a antitrombina, formando um complexo inibitório que inativa os fatores de coagulação • PROPRANOLOL: bloqueadores adrenérgicos • AINES: AAS • DIFENIDRAMINA: anti-histamínico • VERAPRAMIL: bloqueadores de canais de cálcio 8.3 – INOTRÓPICOS DIGITÁLICOS AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS • ↑ da contratilidade do miocárdio • ↓ da resistência vascular periférica e do consumo de O2 • Usado para ICC e arritmias supraventriculares (fibrilação atrial) • DIGOXINA e DIGITOXINA • Agonistas β-adrenérgicos • DOBUTAMINA: β1 adrenérgico e não ativa os receptores de dopamina • DOPAMINA: atua em receptores D1, D2 e β1 e α (dependendo da dose) • São utilizados principalmente para tratamento de ICC VITAMINA B12 (HIDROXICOBALAMINA) VITAMINA E (ALFA-TOCOFEROL) E SELÊNIO • LIPOTRÓPICO • Favorece a síntese proteica e hepática para formação de COLINA • Biotransformação de radicais livres • ANTIOXIDANTE 8.4 – VASODILATADORES PINOBENDANA OUTROS: • INODILATADOR • Atua na interação do cálcio com a atropinaC, aumentando o inotropismo sem consumir O2 • Age sobre PDEV causando efeito vasodilatador (arterial e venoso) e reduzindo a pré e pós- carga • NITROGLICERINA, NITROPRUSSIATO DE SÓDIO, DINITRATO DE ISOSSORBIDA, HIDRALAZINA, ANLODIPINO, PRAZOSINA e SILDENAFILA 8.5 – ANTIARRITMICOS CLASSE I CLASSE II • TAQUIRRTMIAS VENTRICULARES • Bloqueiam os canais de Na • QUINIDINA, PROCAINAMIDA E LIDOCAINA • ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS • PROPANOLOL, METOPROLOL, ATENOLOL e ESMOLOL CLASSE III CLASSE IV • PROLONGAM O POTENCIAL DE AÇÃO • SOTALOL (B-BLOQUEADOR) • AMIODARONA: bloqueia os canais de K e em menor grau os de Na • ANTAGONISTAS DE Ca • Prolongam a condução nos nós- sinoatrial e atrioventricular • VERAPAMIL e DILTIAZEM 9 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 9.1 – EXPECTORANTES MECANISMO DE AÇÃO: • Facilitam a excreção da secreção brônquica ao reduzirem a viscosidade do muco ou ainda, promover o aumento do conteúdo líquido, aumentando a fluidez da secreção • Promove a irritação brônquica e, consequentemente, o estímulo do reflexo da tosse EXPECTORANTES REFLEXOS EXPECTORANTES MUCOLÍTICOS • Promovem a IRRITAÇÃO DA VIA RESPIRATÓRIA, fazendo com que as glândulas secretem muco • IODETO DE POTÁSSIO: aumenta as secreções em 150% e pode causar náuseas, vômitos, hipotireoidismos e atravessa a BP • GUAIFENESINA: polímero da degradação da lisina, sua absorção ocorre no TGI • IPECA (EMETINA): em animais cardiopatas e idosos causa hipotensão e taquicardia • ↓ VISCOSIDADE • BROMEXINA: atuam em lisossomos e em enzimas lisossomais • N-ACETILCISTEÍNA: atua na destruição das pontes de dissulfeto, inativando penicilinas, tetraciclinas e H2O2 EXPECTORANTE INALANTE • Emprego limitado • BENZOÍNA, ÓLEO DE EUCALIPITO E SOLUÇÃO FISIOLÓGICA 9.2 – ANTI-TUSSÍGENOS TOSSE: • Reação fisiológica pelo nervo vago, podendo ser por RECEPTORES IRRITANTES (estímulos físicos e químicos, ACh, histamina, serotonina, leucotrienos e prostaglandinas ou por broncoconstrição) • ANTI-TUSSÍGENOS: diminuem a frequência e a gravidade da tosse AGENTES NARCÓTICOS AGENTES NÃO-NARCÓTICOS • CODEÍNA: efeito de 3-4h, efeitos adversos como vômito, constipação e sonolência, em felinos e quinos causa excitação • BUTORFANOL: 20x mais potente e seus efeitos duram mais, efeito analgésico • DEXTROMETORFANO: opioide sintético com a mesma potência da codeína, de poucos e feitos colaterais e não induz a dependência 9.3 – BRONCODILATADORES AGONISTA β-ADRENÉRGICOS METILXANTINAS ANTICOLINÉRGICOS • Efeito broncodilatador • Inibição de 5-HT e de histamina de mastócitos • Inibição de TNF-alfa dos monócitos • Estimulam cílios e diminuem a viscosidade • PREFERENCIAL A β2 • SALBUTAMOL, TERBUTALINA e CLEMBUTEROL • Aumentam a força dos músculos respiratórios • TEOFILINA • Efeitos colaterais: excitação SNC, vômitos, estimulação cardíaca, diurese e baixo índice terapêutico • ATROPINA: muitos efeitos colaterais • GLICOPIRROLATO: TT da DPOC em equinos • IPRATRÓPIO: apenas em equinos 9.4 – DESCONGESTIONANTES • MECANISMO DE AÇÃO: agonista alfa-adrenérgico que causa vasoconstrição de efeito prolongado, o que reduz o fluxo sanguíneo e o edema tissular ANTI-HISTAMÍNICOS AGONISTAS DE α1 • Efeito parassimpático • DIMENIDRINATO, HIDROXIZINA e LORATADINA • Vasoconstrição • EFEDRINA e PSEUDOEFEDRINA 7.9 – ESTIMULANTES DE APETITE • ESTEROIDES ANABOLIZANTES • ZINCO • COMPLEXO B: aumenta a multiplicação celular, cuidado em pacientes oncológicos • ANTI H1: CIPRO-HEPTADINA e BUCICLIZINA 7.10 - ADSORVENTES • Usado em casos de envenenamento por ALCALÓIDES, contém alta porosidade e reduz a absorção de substâncias • CARVÃO 7.11 – ANTIESPUMANTES • São polímeros de silicone que alteram a tensão superficial dos líquidos, rompendo bolhas ou as impedindo de serem formadas, facilitando a eliminação de gases • DIMETICONA 7.12 – PRÓ-CINÉTICOS • Antagonistas de receptor gastrointestinal D2 e agonista serotoninérgico 5HT4 • Atuam na liberação da acetilcolina, resultando no ESVAZIAMENTO GÁSTRICO pela contração do esfíncter esofágico e relaxamento do esfíncter pilórico, aumentando o peristaltismo do duodeno e jejuno • METOPRAMIDA • CARBACOL e BETANECOL: antagonistas muscarínicos que causam hipermotilidade, bradicardia, hipotensão e dores abdominais 7.13 – ANTIÁCIDOS • MAGNÉSIO = CONSTIPANTES / ALUMÍNIO = LAXANTE • HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIO • ÓXIDO DE MAGNÉSIO • CARBONATO DE MASGNÉSIO • HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO 7.14 – BLOQUEADORES DO ÁCIDO CLORÍDRICO ANTI HISTAMÍNICOS: • São rápidos e mais fracos • CIMETIDINA, RANITIDINA, FAMOTIDINA e NIZATIDINA INIBIDORES DA BOMBA DE HIDROGÊNIO: • Lentos e mais potentes • OMEPRAZOL, PANTOPRAZOL e ESOMEPRAZOL 7.15 – ANTI-INFLAMATÓRIO LOCAL • Glicocorticóide potente e de baixa absorção sistêmica • Rediz as manifestações clínicas de hiperadrenocorticismo iatrogênico • Alta eficiência em gatos • BUDESONIDA 10 – INTOXICAÇÃO POR DOMISSANITÁRIOS 1 – PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (H2O2) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Lesão alveolar permanente, colapso pulmonar, déficits neurológicos, clareamento da pele e pelos e perfuração digestiva • Dispnéia, edema traqueal, convulsão, dermatites e descolorações, queimaduras, lacrimejamento, náuseas e vômitos, dor abdominal • Inalação, ventilação e oxigenioterapia, broncodilatadores, pomadas, lavagem gástrica e colírios • Dor abdominal ou dispneia deverá ser mantido em observação • Pacientes assintomáticos deverão ser avaliados 2 – SODA CÁUSTICA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Aparecem 12h após a ingestão: sialorreia, anorexia, inflamação e ulceração oral, disfagia, êmese, dor abdominal, melena, perfuração esofágica e necrose. Quando inalada: edema e lesões nas vias aéreas • Sintomático e de suporte: antibióticos, omeprazol, soro IV e jejum. Em estenoso (cirurgia) • Não induzir o vômito • 3 – NAFTALINA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Cefaleia, diaforese, letargia, náusea, vômito, diarreia, metemoglobinemia, anemia hemolítica, hemólise, hipercalcemia, hematúria, oligúria, IR aguda, coma, hipotensão e choque • Exame de sangue e urina • Obstrução mecânica por “bolina” de naftalina • Observação de sinais clínicos • Monitoração de eletrólitos e enzimas hepáticas com testes de função renal • Hemólise: alcalinização urinária • Metemoglobinemia: azul de metileno • Dependende da toxicidade e da quantidade ingerida 4 – COMPOSTOS À BASE DE AMÔNIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Irritação da área afetada, dermatite e queimadura, sialorreia, hematêmese, corrosão do TGI, pneumonia química, edema pulmonar, tosse, cianose e dispnéia • Anamnese e exame físico • Hemograma (níveis séricos de amônia e ureia) • Lavagem em água corrente, ambiente arejado, lavagem gástrica • Positivo com recuperação total na maioria dos pacientes 5 – DETERGENTE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Irritação e coceira na pele, hiperemia ocular, sialorreia, diarreia, tremores. Dor abdominal, dispneia e convulsões • • Primeiros socorros: azeite, carvão ativado e lavagem do animal • Analgésicos, demulcentes e omeprazol6 – HIPOCLORITO DE SÓDIO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Lesão no TGI, odor forte, disfagia, sialorreia, êmese, hipotensão, dispenéia, delírios, choque e come, dermatite, eczema, prurido e formação de escamas • Observação de mucosas, anamnese, vômitos, queimaduras, sialorreia • Decúbito lateral para broncoaspiração, não provocar vômito, lavagem gástrica, lavagem em água corrente 7 – SABÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO • Irritação da pele, hiperemia, edema, ulcerações e dermatite, inchaço da cavidade oral, vômito e diária, dor abdominal, lacrimejação, • Banho em água corrente, indução do vômito, lavagem gástrica, amalgésicos, colírios, oxigineoteraipai • Depende da quantidade de sabão ingerido e da velocidade do tratamento 11 – INTOXICAÇÃO POR ANTI-PARASITAS (ENDO e ECTO) 1 – AVERMECTINAS • Série de drogas usadas para tratar vermes parasitas. São derivados de LACTONA MACROCÍCLICA com potentes propriedades ANTI-HELMÍNTICO e INSETICIDAS. Esses compostos são gerados como produtos de fermentação por Streptomyces avermitillis (actinomiceto). Tem alta potencia antiparasitária e baixa toxicidade • ESPECTRO DE AÇÃO: múltiplos helmintos, berne, ácaro, piolho, carrapato e usado como inseticidade na agricultura • Ex: Avermectina, Abamectina (natural), Ivermectina (sintético) e Doramectina MECANISMO DE AÇÃO • Conduz a paralisia de nematelmintos e artrópodes pela ABERTURA DE CANAIS DE Cl- (picrotoxina), inibindo os potenciais pós-sinápticos inibitórios e excitatórios (ex: GABA). Ocorre a INIBIÇÃO NEURAL devida à HIPERPOLARIZAÇÃO, causando a paralisia motora do tipo flácida e assim, a eliminação do parasita INTOXICAÇÃO • A intoxicação ocorre pela MUTAÇÃO DA GLICOPROTEÍNA de esterificação, alterando a estrutura da membrana plasmática dos neurônios mediados por GABA no SNC e não atravessam a BHE • Animais muito jovens, com histórico de TC e doenças do SNC tem predisposição • Raças sensíveis: Collie, Old English Sheepdog, Pastor de Shetland, Partor Alemão, Poodle e Labrador MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CÃES GATOS • 1° sinais após 4h • Ataxia, comportamento anormal, tremores, letargia, fraqueza, decúbito, cegueira, sialorreia, coma, depressão, convulsões, bradicardia, bradipnéia e falta de resposta aos estímulos sonoros • Vocalização, ataxia, desorientação, anorexia, demência, tremores, midríase, cegueira, andar em círculos, head preassing, perda de reflexos, reflexo pupilar, lentidão, bradicardia, bradipnéia, hipotermia, mucosas pálidas, coma e morte DIAGNÓSTICO • Anamnese, sinais clínicos, necropsia (lesões inespecíficas) e hemograma e bioquímica (inespecífico) TRATAMENTO • Suporte e sintomático 2 – AMITRAZ • Inseticida do grupo das FORMAMIDINAS muito utilizado em ectoparasitas como ácaros e carrapatos • É uma base fraca, estável em pH alcalino e sensível a pHs ácidos, é fotossensível, sensível a temperaturas elevadas, hidrolisada no estômago, metabolização hepática e excreção por bile e uirna • Exemplos: Triatrox, Proventic e Coleira MECANISMO DE AÇÃO • INVERTEBRADOS: inibição do receptor de octopamina (α2), neurotransmissor excitatório do SNP dos insetos, ligando-se aos seus receptores e elevando o estado de excitação no organismo-alvo • VERTEBRADOS: inibição da MAO (agonista de α2-adrenérgico) enzima responsável pela degradação de cotecolaminas, gerando o aumento dos níveis de noradrenalina e serotonina no SNC INTOXICAÇÃO • Atua principalmente como agonista de α2-adrenérgico, com baixa ação inibitória da MAO • Causa frequente intoxicação, mas considerada de baixa letalidade, porém diluições, vias de administrações incorretas e distúrbios pré-existentes do animal como cardiopatia ou diabetes podem complicar o quadro MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • SNC: sedação, letargia, diminuição dos reflexos, hipotermina • OLHO: midríase e prolapso da 3° pálpebra • CARDIOVASCULAR: hipotensão, bradicardia e arritmia (BAV) • RENAL/TGI: poliúria, vômito, sialorreia e impactação intestinal (diminuição do peristaltismo) • HORMONAL: hiperglicemia, hipoinsulinemia transitória DIAGNÓSTICO • Anamnese, manifestações clínicas, avaliação biuqímica (hiperglicemia e hipoinsulinemia) e achados de necropsia (inespecíficos) TRATAMENTO • VIA TÓPICA: banho • VIA ORAL: eméticos, laxantes e lavagem gástricas ou o uso do carvão ativado • DE SUPORTE: fluidoterapia, aquecimento corporal e controle de bradiarrtmias • IOMBINA: reverte a bradicardia e a hipertensão mediada por α2 3 – PIRETRÓIDES • Compostos químicos sintéticos produzidas pelas flores Pyrethrum (Chrysanthemum cinerariaefolium e C. oocineum). São comuns em produtos comerciais como INSETICIDAS DOMÉSTICOS e REPELENTE CONTRA INSETOS, são usualmente decompostos pela luz do Sol e atmosfera em um a dois dias, e não efeito sobre a qualidade de água de substrato • Piretróides são VENENOS AXÔNICOS que mantêm os canis de Na+ abertos nas membranas neurais dos insetos. Baixa toxicidade em mamíferos, baixo impacto ambiental, efetivos contra um largo espectro de insetos e de baixas doses. São rapidamente absorvidos (v. oral, tópica e inalatória), lipossolúveis, de metabolização hepática e de excreção renal • ESPECTRO DE AÇÃO: carrapatos, ácaros, pulgas e piolhos • Exemplo: Deltametrina, Permetrina, Cipermetrina, Ultimate (Alfametrina) e Butox (Deltametrina) MECANISMOS DE AÇÃO • CANAIS DE Na+: interferem na sua abertura e fechamento, prolongam o tempo de entrada dos íons de Na+ para o interior da célula. Ocorre a supressão do período refratário • GABA: ligam-se aos receptores do GABA, bloqueando os canais de cloro e sua ativação. Tipo II principalmente MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • TIPO I - SNP (PIRETRINA e PERMETRINA): hiperexcitabilidade, agressividade, tremor, fraqueza motora, aumento de sensibilidade aos estímulos externos • TIPO II - SNC (DELTAMETRINA e CIPERMETRINA): convulsão, salivação intensa, incoordanação, desorientação DIAGNÓSTICO • Anamnese, manifestações clínicas e achados de necropsia (inespecíficos) TRATAMENTO • VIA TÓPICA: banho • VIA ORAL: eméticos, laxantes, lavagem gástrica e carvão ativado • TERAPIA DE SUPORTE 4 – RODENTICIDAS • Veneno de elevada toxicidade utilizado para exterminar RATOS e ROEDORES em geral. Por serem utilizados metais pesados em sua composição, essa substância acaba sendo perigosa devido ao risco de intoxicação • São ANTAGONISTAS COMPETITIVOS DA VITAMINA K, podendo ser pós-inodoro, insípidos ou iscas prontas • Exemplo: Warfin, tomorin, racumin, brumoline, difenacoum, coumatetralil e brodrracoum • COMPOSTOS À IDANDIONA: Pindona, Clorfacinona, Bromadiolona e Difacinona GERAÇÕES: 1° GERAÇÃO (VARFARINAS) 2° GERAÇÃO (SUPERVAFARINAS) • Curta ação • Intoxicação: 12-16h e de duração de 4-5d com a meia-vida de 14h • Dose única x múltipla • VARFARINA, DICUMAROL e PINDONA • RACUMIN (CUMATETRALIL) • Excreção renal • Longa duração, meia-vida de 6d a 4-6 semanas • 100x mais potente do que os de 1° geração • Dose única = dose letal • BRODIFACOUM, BROMADIOLONA • RATUM (BROMADIFACOUM) MECANISMO DE AÇÃO • Inibidores competitivos da vitamina K, inibindo a formação, no fígado, dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K (II – protrombina, VII, IX e X) • Aumenta a fragilidade capilar em altas doses e/ou pelo uso repetido MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Vômito com ou sem sangue, hematúria, taquicardia, hemorragias, anemia, fraqueza, mucosas pálidas, depressão, epistaxe, melena, ataxia, estertores pulmonares úmidos, dispneia, hematomasexternos, icterícia, morte súbita PATOLOGIA CLÍNICA • Provas de coagulação alteradas, aumento do tempo de coagulação, redução da agregação plaquetária, aumento do tempo de protrombina e diminuição do hematócrito DIAGNÓSTICO • Anamnese, exame clínico (anemia, desidratação, alteração respiratória e hematomas), hemograma (plaquetas, determinação dos fatores de coagulação e tempo de coagulação) R-X, USG e urinálise • Necropsia, testes toxicológicos ediagnósticos diferenciais TRATAMENTO • Vitamina K por 3-5d associados a alimentos gordurosos, transfusão de sangue, expansores plasmáticos, hidratação, carvão ativado e, o animal deve permanecer em repouso absoluto 12 – INTOXICAÇÃO POR PLANTAS TÓXICAS EM GRANDES ANIMAIS 1 – PALICOUREA MARGCGRAVII (ERVA-DE-RATO) • Causa mais comum na morte súbita de BOVINOS, outros animais como coelhos, equinos, caprinos, ovinos e ratos podem ser também intoxicados. Possui boa palatabilidade e elevada toxicidade de eleito acumulativo, sendo apenas os frutos e suas folhas as partes tóxicas • Encontra-se nas regiões norte, e em algumas partes do centro-oeste (exceção na região sul do MS), nordeste e sul. Possui nomes populares, como: cafezinho, café-bravo, erva-café, roxa, roxinha, roxona e vick TOXICOLOGIA • Os sinais neurotóxicos são consequências da ação do FLUORICITRATO, metabólito dos fluoracetatos, liberando o princípio ativo ÁCIDO MONOFLUORACETATO DE SÓDIO • Esse ácido interfere no metabolismo energético celular, INIBINDO O CLICO DE KREBS • O ácido monofluoracetato de sódio é rapidamente absorvido no TGI, após sua absorção o princípio tóxico interfere no ciclo de Krebs, primeiramente, se ligando ao acetil-CoA e transformando-se em fluruoacetil- CoA. Logo após, liga-se ao oxalato, originando o composto fluoricitrato, o fluoricitrato inibe a aconitase, interferindo na respiração celular e no metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídeos. O citrato que está em grande quantidade no organismo, liga-se ao cálcio sérico, causando acido metabólica, fibrilação ventricular ou falência respiratória e óbito do animal em 24h SINAIS CLÍNICOS • Desequilíbrio dos membros pélvicos, tremores musculares, respiração ofegante, instabilidade, caem em decúbito, realizam movimentos de pedaladas, mugidos e convulsões tônicas • ↓ ATP: bloqueio dos processos metabólicos dependentes de energia (coração, cérebro e rins). A evolução superaguda é fatal em bovinos DIAGNÓSTICO • BIOQUÍMICO: hiperglicemia, aumento dos níveis séricos de citrato, hipocalmia e azotemia renal • EXAME TOXICOLÓGICO POR CROMATOGRAFIA DE TECIDOS: observa a quantidade dos níveis de citrato tecidual e sérico no fígado e rins • NECRÓPSIA (inespecífica): lesão renal DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Plantas que causam morte súbita • Plantas CIANOGÊNICAS como a Manihot spp • Doencas com evolução superaguda, como o CARBÚNCULO HEMÁTICO TRATAMENTO SINTOMÁTICO PROFILAXIA • ACETAMIDA: impede o acúmulo de citrato • GLUCONATO DE CÁLCIO: hipocalcemia • BUTYRIVIBRIO FIBRISOLVENS: degrada o fluoroacetato • Cercar bem as áreas infestadas • Erradicas a plantas aos quais os bovinos têm acesso 2 – PTERIDIUM AQUILINUM (SAMAMBAIA-DO-CAMPO) • A intoxicação por samambaia aparece após a ingestão da planta verde ou seca, todas as partes da planta contêm os princípios tóxicos. Os animais têm preferência pela ingestão dos brotos que são mais palatáveis e também mais tóxicos, além disso, causam dependência. Bovino > equino > suíno • É uma planta invasora facilmente encontrada nas pastagens, beiras de estradas e campos nativos. É encontrada em todo o continente TOXICOLOGIA • Sua toxicidade é divido ao PTAQUILOSÍDEO que tem efeitos radiomiméticos (semelhantes à radiação) e carcinogênicos (câncer) e, os ruminantes são os mais acometidos • OUTROS PRINCIPIOS ATIVOS: tanino, quercetina, ácido chiquímico, prumasina, aquilideo A e canferol MANINESTAÇÕES CLÍICAS EM BOVINOS DIATÉSE HEMORRÁGICA HEMATÚRIA ENZOÓTICA CARCINOMAS DO T. DIGESTIVO SUPERIOR • 3-8 semanas após ingestão • Hemorragias na pele e mucosas e sangramento nos orifícios naturais, pode ocorrer hematoquezia • Os sinais aparecem lentamente, acometendo bovinos com >2 anos • Ocorre em áreas onde há exposição contínua pela planta • Hematoúria, anemia e perda de peso. O curso dessa doença, geralmente, dura diversos anos • Bovinos >5 anos • Tumores no TGI, obstruindo os tubos de passagem, causando tosse, regurgitamento, timpanismo, diarreia e perda de peso contínuo DIAGNÓSTICO • Anamense e constatar a existência da planta na propriedade DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • DIATÉSE HEMORRÁGICA: pasteurelose, babesiose, anaplasmose, leptospirose, intoxicação por Crotalaria sp, intoxicação por trevo-doce-mofado, hemoglobinúria bacilar e carbúnculo hemático • HEMATÚRIA ENZOÓTICA: HEMOGLOBINÚRIA (colher a urina e verificar a fomação de sedimento, o que não ocorre quando se tem hemoglobinúria por hemoparasitose ou por outras causas • CARCINOMA EPIDERMÓIDE DO TGI SUPERIOR: precisas ser diferenciada da tuberculose, actinobacilose, enfermidades com características de emagrecimento progressivo e dificuldade de deglutição alimentar TRATAMENTO • Tratamento preventivo: alimentação adequada, cercar as regiões com a presença da samambaia e diminuir o desmatamento 3 – BRACHIARIA DECUMBENS • Os animais em condições naturais que mais se observa a FOTOSSENSIBILIZAÇÃO são a bovina, bubalina e ovina, atingindo mais bovinos e ovinos da faixa etária do desmame até os dois anos. Esta sensibilização à luz é conhecida pelos nomes “reiquemia” e sapeca” e caracteriza por uma dermatite TOXICOLOGIA FOTOSSENSIBILIZAÇÃO PRIMÁRIA • Ocorre pela ingestão de AGENTES FOTODINÂMICOS, que passam pelo fígado sem causar danos, vão à circulação sanguínea periférica, onde, recendo luz solar, provocam o quadro clínico de sensibilização • SAPONINA LITOGÊNICA (PROTODIOSCINA): nas plantas essa proteína tem a função de defesa contra insetos e patógenos e também na manutenção do crescimento FOTOSSENSIBILIZAÇÃO SECUNDÁRIA • Na qual o fígado é lesado por toxinas, causando DISTÚRBIOS HEPÁTICOS e impedindo-o de fazer a desintoxicação do organismo, causada por certas substâncias fotodinâmicas que vão se acumular na circulação sanguínea periférica e, com a incidência da luz solar, instala-se o quadro da fotossensibilização • FOTOSSENSIBILIZAÇÃO HEPAÓGENA: causada pelo FUNGO PHITOMYCES CHARTARUM MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Lesões cutâneas, alopecias, eritemas, úlceras e necrose, além da pele estar despigmentada e desprovida de pelo. Eritemas e edemas subcutâneos generalizados • Fotofobia • Apatia ou inquietação além da perda do apetite e diminuição nos movimentos ruminais. A vesícula biliar encontra-se obstruída, apresenta icterícia e hepatomegalia. Morte TRATAMENTO • Suporte x prevenção • Antissepsia nas lesões e uso de antibacterianos 13 – ZOOTOXINAS • É o veneno inoculado pela mordedura ou ferroada de animais peçonhentos. São substâncias muito complexas, sua ação decorre do SINERGISMO de componentes próprios do organismo 13.1 – OFIDISMO TIPOS DE TOXINAS (PEÇONHAS): AÇÃO PROTEOLÍTICA AÇÃO MIOTÓXICA AÇÃO NEUROTÓXICA • Decomposição das proteínas, destruindo os tecidos e causando graves NECROSES nos locais da picada • Afeta os músculos. Produz lesões na fibra esquelética com a liberação de CK e mioglobino para a circulação sanguínea • Causa mudança na cor da urina • Afeta o SN. Interferem nas sinalizações pelos neurotransmissores pela inibição da Ach, provocando fraqueza e parada respiratória AÇÃO COAGULANTE AÇÃO HEMORRÁGICAAÇÃO NEFROTÓXICA • Estimula a transformação do fibrinogênio em fibrina (MICROTROMBOS) • Impede a cascata de coagulação, causa hemorragia local ou sistêmica • Lesão renal. Ação direta sobre os túbulos renais e o endotélio vascular, causa IRA SERPENTES BRASILEIRAS: JARARACA (BOTHROPS) SURUCUCUS (LACHESIS) • Encontra-se em todo o Brasil em locais úmidos, em árvores, rios e lagos e no barro. São agressivas (85% dos casos de ofidismo) VENENO BOTRÓPICO: • Proteolítico (hialuronidades), hemorrágico, coagulante e vasculotóxico • Encontra-se na região norte em locais de florestas úmidas. São as maiores serpentes da américa latina, é de hábito noturno (3% dos casos de ofidismo) VENENO LACHESIS: • Proteolítica, coagulante, hemorrágica e vasculotóxica CASCAVÉL (CROTALUS) CORAL (MICRURUS) • Encontra-se no sudeste, e parte do centro- oeste e nordeste de ambiente seco, quente e de terreno arenoso e pedregroso (9% dos casos de ofidismo) • Sua toxina atua na AÇÃO PRÉ-SINÁPTICA nas junções neuromuscular, bloqueando a liberação de Ach VENENO BOTRÓPICO: • Coagulante, miotóxica e neurotóxica • Encontra-se em todo o Brasil, principalmente nos litorais e mata atlântica. Hábito noturno e com potente veneno (0,6 dos casos de ofidismo) • Sua toxina atua na AÇÃO PRÉ-SINÁPTICA, bloqueando a Ach e na AÇÃO PÓS-SINÁPTICA, competindo com a Ach por receptores muscarínicos nas junções neuromusculares VENENO MICRURUS: • Neurotóxica TRATAMENTO • IDENTIFICAÇÃO DO TIPO DE VENENO: a partir do gênero da cobra (brotrópico, laquetíco, crotálico e elapídico) e pela GRAVIDADE DA LESÃO: leve, moderada ou grave • SORO ANTI-OFÍDICO • ANTICOLINESTERÁSICO (apenas em neurotoxinas pós-sinápticas – coral) • SINTOMÁTICOS 13.2 – ARACNÍDEOS 1 – ESCOPIANISMO • O veneno é composto por proteínas, peptídeos e AA, capazes de produzir: ESTÍMULOS AFERENTES NOCICEPTIVOS (dor), LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINAS (como a Ne, hipertensão arterial) e de AÇÃO COAGULANTE (trombos), MIOTÓXICA (lesão miocárdica) e NEUROTÓXICA (despolarização neural, espasmos e tremores), No veneno, ainda há a presença de HIALURONIDASE e menor quantidade de histamina e serotonina (processos de dor e inflamação) TIPOS DE ESCORPIÃO: • ESCORPIÃO-AMARELO (Titys serrlatus) • ESCORPIÃO-MARROM (Tityus bahienses) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • São divididas em leves, moderadas e graves. A causa mais frequente de óbito é pelo choque cardiocirculatório e edema agudo dos pulmões (pela hipertensão). Os sintomas dependem da espécie do escorpião, número de picadas e massa corporal da vítima TRATAMENTO • SINTOMÁTICO: combater os sinais de envenenamento para manter as funções vitais do animal com analgésicos, diuréticos, fluido e anti-hipertensivos, o animal deve ser mantido na internação até completa recuperação • NEUTRALIZAÇÃO DAS TOXINAS 2 – ARANEÍSMO ARMADEIRA (Phoneutria spp.) ARANHA-MARROM (Laxosceles spp.) • Comum nas regiões sul e sudeste em ambientes próximos à bananeiras, são agressivas VENENO: • NEUROTOXINA e CARDIOTOXINA (semelhantes ao escorpianismo), a evolução pode causar IC TRATAMENTO: • Analgésicos e AINEs e medicamentos para reverter o quadro cardíaco • Diuréticos, fluido, transfusão sanguínea e soro antiloxoscético • Comum nas regiões sul e sudeste em ambientes peridomiciliares (buscam abrigo) VENENO: • Foffolipase, protease, colagenase e hialuronidase • ESFINGOMIELINASE: causa a destruição de plaquetas e hemácias pela quimiotaxia de netrófilos e ativação do sistema complemente, causando inflamação • Os sintomas se iniciam 12h após a picada, acompanhados de edema, hemorragia, necrose e de AÇÃO HEMOLÍTICA 14 – DIURÉTICOS • Drogas que aumentam a excreção de sais (sódio) e água através da urina, diminuindo o volume extracelular. São utilizados principalmente para a tratar quadros de HIPERTENSÃO ARTERIAL e EDEMAS, bem como outros distúrbios como a ICC, cirrose hepática, IRC e glaucoma CLASSIFICAÇÃO DOS DIURÉTICOS: 1 – INIBIDORES DE COTRANSPORTE Na+, K+ e 2Cl- (DIURÉTICOS DE ALÇA) • Bloqueiam o cotransporte de Na+, K+ e 2Cl- na porção ESPESSA DO RAMO ASCENDENTE DA ALÇA DE HENLE • A ação diurética resulta da inibição da reabsorção de NaCl (15-20%) filtrado neste segmento da alça de Henle, além de ter efeitos diretos no fluxo renal • Drogas: * FUROSEMIDA (Diurana), BUMETANIDA (Burinax), TORASEMIDA e ÁCIDO ETACRÍNICO FARMACOCINÉTICA • Boa absorção por VO e de rápido início (20-30min IV e 60min VO), meia-vida de 90min, está fortemente ligado a proteínas plasmáticas, sendo secretados no túbulo contorcido proximal, é de metabolização hepática (P450, conjugada pelo ácido glicurônico e de eliminação renal (60%) EFEITOS COLATERIAS • * HIPOCALCEMIA: suplementação de K+ ou o uso de diuréticos poupadores de K+ • ALCALOSE METABÓLICA: excreção de íons H+ • DEPLEÇÃO DE Ca2+ e Mg2+ • HIPOVOLEMIA/HIPOTENSÃO: colapso em idosos • Náuseas e reações alérgicas USOS CLÍNICOS • OUTROS DIURÉTICOS INEFICAZES: sendo usados em associação com tiazídicos e poupadores de K+ • EMERGÊNCIAS: edema pulmonar agudo • Overdose de drogas Bloqueio de Na+, K+ e 2Cl- 2 – TIAZÍDICOS • São compostos salúricos. Atuam no TCD na INIBIÇÃO DO COTRANSPORTE de Na+ e Cl-, promovendo uma ELIMINAÇÃO MODERADA DE ÁGUA, podendo causar hipocalemia e, são úteis em todos os casos de descompensação cardíaca • ↑ modesto da excreção de Na+ (5-10%), na reabsorção de Ca2+ e na excreção de K+ • Drogas: INDAPAMIDA, * HIDROCLOROTIAZIDA, CLORTALIDONA e CLOROTIAZIDA FARMACOCINÉTICA • A absorção varia com o fármaco: Indapamida (99%) > Hidroclorotiazida (65-75%) > Clortalidona (60-70%) > Clorotiazida (10-21%). Todos são de excreção renal EFEITOS COLATERIAS • DESBALANÇO ELETROLÍTICO: ↑ EXCREÇÃO DE Na+ (depleção do volume e hipotensão postural), DEPLEÇÃO DE K+, HIPOCLOREMIA e ALCALOSE METABÓLICA • Reações de hipersensibilidade USOS CLÍNICOS • EDEMA: ICC, IR e IH • HIPERTENSÃO ARTERIAL: edema pulmonar agudo Inibição no cotransporte de Na+ e Cl- 3 – POUPADORES DE K+ • São antagonistas competitivos da aldosterona, diminuindo a reabsorção ativa de Na+. Não promovem a excreção de K+ pela urina. Para um tratamento efetivo, os diuréticos devem ser prescritos em conjunto a uma dieta com baixo teor de sódio • Drogas: * AMILORIDE, TRIAMTERENE e ESPIRONOLACTONA FARMACOCINÉTICA • Inibem a ação da aldosterona, competindo pelos seus receptores das células renais. A aldosterona é o hormônio responsável pela reabsorção de Na+, principalmente no TCD. ATUA NO TÚBULO COLETOR EFEITOS COLATERAIS • HIPERCALEMIA • HIPERUCEMIA • ACIDOSE METABÓLICA • Distúrbios no TGI Excreção de Na+ e reabsorção de K+ por bomba de ATPase 4 – INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA (AC) • Inibem reversivelmente a enzima AC no TCP, promovendo a diminuição de prótons H+ disponíveis para a troca entre Na+/H+ e a consequente diminuição da reabsorção (aumento da excreção) de Na+ e água. Por haver também a excreção de íon bicarbonato, pode ocorrer a alcalinização da urina e acidificação do sangue • GLAUCOMA: os inibidores de AC reduzem a PIO devido a alta concentração desta enzima no globo ocular • Drogas: ACETAZOLAMIDA EFEITOS COLATERAIS • Visão embaçada, lacrimejamento e fotofobia • Acidose metabólica e hiperclorêmia • Aumento da formação de cálculos renais e hipocalemia USOS CLÍNICOS • GLAUCOMA: ↓ da taxa de formação de humor aquoso e da PIO • ALCALINIZAÇÃO DA URINA: ↑ da excreção do ácido úrico, cisteína e de ácidos fracos
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