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farmacologia e toxicologia

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Prévia do material em texto

Farmacologia e 
Toxicologia
Profa. Liliani Carolini Thiesen
Prof. Fábio Rodrigo Mesquita Borges
Indaial – 2020
2a Edição
Impresso por:
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profa. Liliani Carolini Thiesen
Prof. Fábio Rodrigo Mesquita Borges
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
T439f
 Thiesen, Liliani Carolini
 Farmacologia e toxicologia. / Liliani Carolini Thiesen; Fábio 
Rodrigo Mesquita Borges. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 206 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-020-5
1. Farmacologia. – Brasil. 2. Toxicologia. – Brasil. I. Borges, Fábio 
Rodrigo Mesquita. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 615.1
III
apresenTação
Caro acadêmico! Seja muito bem-vindo a nossa disciplina! Este 
livro didático auxiliará seus estudos para que você compreenda melhor a 
farmacologia e a toxicologia. As orientações contribuirão positivamente com 
relação ao direcionamento do processo de ensino e aprendizagem. 
A elaboração deste livro didático tem como finalidade direcionar 
você a ordenar os conteúdos, aspectos práticos e teóricos que auxiliarão 
no desenvolvimento global do seu estudo, agregando conhecimento e 
possibilitando, no final do curso, sua inserção no mercado de trabalho, 
através do seu mérito e dedicação.
Assim, convidamos você a conhecer brevemente cada unidade que 
será abordada neste livro.
Na Unidade 1, você compreenderá os aspectos relacionados à 
farmacologia, farmacocinética e farmacodinâmica, ou seja, você aprenderá 
como os medicamentos agem no organismo, vias de administração, formas 
farmacêuticas, seus benefícios e classes medicamentosas mais importantes. 
Na Unidade 2, você compreenderá a história da toxicologia, suas 
áreas de estudo, o status atual da toxicologia e os conceitos básicos que regem 
essa ciência que estuda os compostos tóxicos.
Na Unidade 3, você compreenderá algumas vertentes da toxicologia, 
com abordagem à toxicologia social, medicamentosa e ocupacional, com as 
principais características e particularidades de cada uma. 
Nesse contexto, delineamos os assuntos importantes a serem 
conhecidos e, dessa forma, convidamos você para se inteirar e assimilar este 
conhecimento.
Desejamos a você uma ótima leitura! Bons estudos!
Profa. Liliani Carolini Thiesen
Prof. Fábio Mesquita Borges
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que o levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA ................................................................ 1
TÓPICO 1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA ......................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRIA DA FARMACOLOGIA .................................................................................................. 3
3 DIVISÃO DA FARMACOLOGIA ..................................................................................................... 6
4 INVESTIGAÇÃO FARMACOLÓGICA ........................................................................................... 6
5 CONCEITOS DE FARMACOLOGIA ............................................................................................... 9
6 FORMAS FARMACÊUTICAS ......................................................................................................... 14
RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 18
TÓPICO 2 PRINCÍPIOS DA FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA ................... 19
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 19
2 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................................................... 19
2.1 Vias de administração dos fármacos .............................................................................................. 21
2.1.1 Enteral .............................................................................................................................................. 22
2.1.1.1 Via oral (pela boca, per os, P.O) ................................................................................................ 22
2.1.1.2 Via bucal e sublingual (S.L) ....................................................................................................... 22
2.1.1.3 Via retal (per rectum, P.R) ......................................................................................................... 23
2.1.1.4 Parenteral ..................................................................................................................................... 24
2.1.1.5 Intravascular ................................................................................................................................ 24
2.1.1.6 Injeção intra-arterial .................................................................................................................... 25
2.1.1.7 Injeção intramuscular (I.M) e subcutânea (S.C) ...................................................................... 25
2.1.1.8 Injeção intradérmicaou intracutânea (I.D) ............................................................................. 26
2.1.1.9 Vias menos utilizadas ................................................................................................................. 26
2.2 ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ......................................................................................................... 22
2.2.1 Biodisponibilidade ......................................................................................................................... 28
2.2.1.1 Determinação de biodisponibilidade ....................................................................................... 28
2.2.1.2 Bioequivalência ............................................................................................................................ 29
2.2.1.3 Equivalência terapêutica ............................................................................................................ 29
2.3 DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS .................................................................................................. 30
2.4 METABOLIZAÇÃO DE FÁRMACOS ........................................................................................... 30
2.5 EXCREÇÃO DE FÁRMACOS ......................................................................................................... 32
3 FARMACODINÂMICA .................................................................................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 38
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 40
TÓPICO 3 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E CLASSES DE MEDICAMENTOS ......... 41
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 41
2 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ............................................................................................. 41
3 CLASSES MEDICAMENTOSAS .................................................................................................... 44
3.1 FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) .............................. 45
3.2 FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIO-VASCULAR .......................................... 45
sumário
VIII
3.3 ANTIBIÓTICOS ................................................................................................................................. 46
3.4 ANTIFÚNGICOS .............................................................................................................................. 47
3.5 FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ........................................................................................ 47
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 50
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 58
UNIDADE 2 TOXICOLOGIA: DA ANTIGUIDADE À ATUALIDADE ................................... 59
TÓPICO 1 HISTÓRICO DA TOXICOLOGIA ................................................................................ 61
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 61
2 O PASSADO DA TOXICOLOGIA .................................................................................................. 62
3 TOXICOLOGIA MODERNA ........................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................................... 75
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 76
TÓPICO 2 ASPECTOS E ÁREAS DE ESTUDO DA TOXICOLOGIA ....................................... 79
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 79
2 ASPECTOS E ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DA TOXICOLOGIA ........................................... 79
3 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA ............................................................................... 82
3.1 TOXICOLOGIA AMBIENTAL ........................................................................................................ 82
3.2 TOXICOLOGIA FORENSE .............................................................................................................. 83
3.3 TOXICOLOGIA OCUPACIONAL ................................................................................................. 83
3.4 TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS ................................................................................................. 84
3.5 TOXICOLOGIA DE COSMÉTICOS ............................................................................................... 85
3.6 TOXICOLOGIA SOCIAL E DE MEDICAMENTOS ................................................................... 85
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 88
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 89
TÓPICO 3 CONCEITOS BÁSICOS EM TOXICOLOGIA ........................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 91
2 CONCEITOS BÁSICOS EM TOXICOLOGIA .............................................................................. 91
2.1 TOXICOCINÉTICA .......................................................................................................................... 91
2.2 TOXICODINÂMICA ...................................................................................................................... 102
2.3 MECANISMOS GERAIS DE INTERAÇÃO DO TOXICANTE ................................................ 103
2.3.1 Interação com receptores ............................................................................................................ 103
2.3.2 Interferência nas funções e membranas excitáveis .................................................................. 105
2.3.3 Inibição da fosforilação oxidativa .............................................................................................. 105
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 108
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 113
UNIDADE 3 TOXICOLOGIA SOCIAL, DE MEDICAMENTOS E OCUPACIONAL ......... 115
TÓPICO 1 TOXICOLOGIA SOCIAL ............................................................................................. 117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 117
2 TOXICOLOGIA SOCIAL ................................................................................................................ 118
3 DEPENDÊNCIA, ABSTINÊNCIA, TOLERÂNCIA E FATORES DE RISCO PARA O 
 USO DE DROGAS ............................................................................................................................121
4 SISTEMA DE RECOMPENSA CEREBRAL (NÚCLEO ACCUMBENS – ÁREA 
 TEGMANTAL VENTRAL) .............................................................................................................. 124
5 OPIOIDES .......................................................................................................................................... 126
IX
5.1 MECANISMO DE AÇÃO DOS OPIOIDES ................................................................................. 128
5.2 RECEPTORES OPIOIDES .............................................................................................................. 128
5.3 MORFINA ........................................................................................................................................ 129
5.4 CODEÍNA ........................................................................................................................................ 130
5.5 HEROÍNA ........................................................................................................................................ 131
5.6 COCAÍNA/CRACK ........................................................................................................................ 132
5.6.1 Toxicocinética cocaína/crack ...................................................................................................... 135
5.6.2 Toxicodinâmica cocaína/crack ................................................................................................... 136
5.7 ANFETAMINAS .............................................................................................................................. 137
5.7.1 Toxicocinética das anfetaminas .................................................................................................. 140
5.7.2 Toxicodinâmica das anfetaminas ............................................................................................... 141
5.7.3 LSD (Dietilamida do ácido lisérgico) ........................................................................................ 142
5.7.4 Toxicocinética do LSD ................................................................................................................. 143
5.8 CANNABIS SATIVA (MACONHA) ............................................................................................. 145
5.8.1 Toxicocinética da maconha ......................................................................................................... 148
5.8.2 Toxicodinâmica da Cannabis sativa .......................................................................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 152
TÓPICO 2 TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS ................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 155
2 BARBITÚRICOS ............................................................................................................................... 155
2.1 TOXICOCINÉTICA DOS BARBITÚRICOS ................................................................................ 158
2.2 TOXICODINÂMICA DOS BARBITÚRICOS .............................................................................. 159
2.3 INTOXICAÇÃO AGUDA POR BARBITÚRICOS ...................................................................... 161
3 BENZODIAZEPÍNICOS (BDZ) ..................................................................................................... 161
3.1 TOXICOCINÉTICA DO BDZ ........................................................................................................ 162
3.2 TOXICODINÂMICA DOS BDZ ................................................................................................... 163
3.3 INTOXICAÇÃO AGUDA POR BDZ ........................................................................................... 164
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 165
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 166
TÓPICO 3 TOXICOLOGIA OCUPACIONAL .............................................................................. 167
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 167
2 EXPOSIÇÃO A SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ............................................................................. 168
3 LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ............................................................................. 168
4 DOENÇAS OCUPACIONAIS ........................................................................................................ 169
4.1 VIAS DE EXPOSIÇÃO ................................................................................................................... 170
4.2 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DANOS AOS SISTEMAS DO CORPO HUMANO ........... 170
5 TOXICOLOGIA EXPERIMENTAL – ESTUDOS COM ANIMAIS E ESTUDOS 
 EPIDEMIOLÓGICOS ................................................................................................................... 171
6 MONITORAMENTO BIOLÓGICO E AMBIENTAL PARA A AVALIAÇÃO DA 
 EXPOSIÇÃO ................................................................................................................................... 171
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 181
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 182
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 185
X
1
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• conhecer a história da farmacologia e as suas divisões; 
• aprender os conceitos da farmacologia e as formas farmacêuticas;
• compreender a diferença entre remédio, medicamento, fármaco e droga;
• aprender as formas farmacêuticas e a farmacodinâmica;
• conhecer as vias de administração de fármacos;
• estudar a farmacocinética e a farmacodinâmica;
• entender o sistema nervoso autônomo; 
• explorar as diferentes classes de medicamentos.
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles, 
você encontrará atividades que o auxiliarão na compreensão dos conteúdos 
apresentados.
TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA FARMACOCINÉTICA E
 FARMACODINÂMICA
TÓPICO 3 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E CLASSES
 MEDICAMENTOSAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA 
FARMACOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Seja bem-vindo a esta caminhada para estudar e 
compreender o mundo da farmacologia. A finalidade deste estudo é de que 
você receba as informações e construa seu próprio conhecimento referente ao 
tema central, para que consiga discutir sobre farmacologia nas diferentes áreas, 
visando aprimoramento para sua trajetória profissional.
Você sabe o significado de farmacologia?
A palavra farmacologia tem origem grega φαραμkολογίαs. 
Φαραμkο = Farmacon = Fármaco
Λογίαs = logos= Ciências
Em outras palavras,é a ciência que estuda as interações entre as substâncias 
químicas (fármaco) e os sistemas biológicos.
A partir de agora, abordaremos e compreenderemos a história da 
farmacologia e os conceitos farmacológicos. Vamos aos estudos!
2 HISTÓRIA DA FARMACOLOGIA
Desde o alvorecer da humanidade, os povos pré-históricos já tratavam 
as doenças mediante o uso de ervas e substâncias de origem animal. As antigas 
civilizações habitualmente utilizavam plantas em rituais, realizando uma mistura 
de magia, religião e medicina para o tratamento de doenças.
O conhecimento acerca do poder curativo de certas plantas e substâncias 
gerou vários registros escritos, um que podemos citar foi o Papiro Ebers, um dos 
tratados médicos mais antigos e importantes que se conhece, escrito no Antigo 
Egito, em torno de 1550 a.C. O papiro consiste num rolo de cerca de 20 metros 
de comprimento e 30 cm de altura, com 110 páginas, contendo mais de 700 
fórmulas mágicas e remédios populares. Atualmente, o Papiro Ebers encontra-se 
em exposição na biblioteca da Universidade de Leipzig na Alemanha (SUAREZ, 
s.d.).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
4
FIGURA 1 – PAPIRO EBERS
FONTE: <http://patologia.medicina.ufrj.br/images/_dep-patologia/historia_da_patologia/
historia_da_autopsia/Papiros/Papiro-Ebers.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2019.
Claudio Galeno, um médico e filósofo romano de origem grega, se destacou 
no período do Império Romano. Realizou vários estudos de Anatomia e Fisiologia, 
descreveu detalhadamente os ossos do crânio, espinha dorsal e importância da 
medula espinhal para os movimentos, o sistema muscular, gânglios nervosos, as 
válvulas do coração e as diferenças estruturais entre veias e artérias. Descobriu 
que a voz era controlada pelo cérebro, que as artérias transportam sangue, 
demonstrou que a urina é segregada pelos rins e detalhou o mecanismo de 
respiração. Foi o primeiro a refletir na base teórica da farmacologia, combatendo 
as doenças por meio de substâncias ou compostos que antagonizavam os sinais e 
sintomas das doenças. Galeno também escreveu sobre farmácia e medicamentos, 
e em suas obras se encontraram cerca de quatro centenas e meia de referências a 
fármacos (REBOLLO, 2006). 
FIGURA 2 – RETRATO DE CLÁUDIO GALENO
FONTE: <https://biologo.com.br/bio/claudio-galeno/>. Acesso em: 6 jul. 2019.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
5
Philippus Theophrastus Bombast von Hoheheim (1493-1541), conhecido 
como Paracelsus, se destacou no século XVI, o qual questionou as doutrinas 
provenientes da Antiguidade e procurou conhecer os componentes ativos dos 
medicamentos. Foi o primeiro médico a descrever e tratar a sífilis com pequenas 
doses de mercúrio. Além disso, foi um grande pioneiro no uso de minerais e 
substâncias inorgânicas na farmacoterapia europeia, abrindo caminhos para a 
pesquisa dos princípios ativos (SOUZA, s.d.).
A frase “Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja 
veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio” foi descrita por Paracelsus.
UNI
FIGURA 3 – RETRATO DE PARACELSUS
FONTE: <http://www.imagick.com.br/?p=9472>. Acesso em: 15 ago. 2019.
No século XIX, através da descoberta da química orgânica, as primeiras 
drogas puderam ser identificadas e isoladas, favorecendo a evolução para a 
farmacologia moderna. A primeira droga isolada foi a morfina em 1805, por 
Sertüner, que a extraiu da Papoula. Em 1847, Rudolf Buchheim (1820-1879) fundou 
o primeiro Instituto de Farmacologia na Universidade de Dorpat, em Estônia, 
dedicando-se a justificar os efeitos farmacológicos por meio das características 
químicas das substâncias (ZANINI; SEIZI, 1994).
Já no início do século XX, com a era industrial e a vasta descoberta de 
princípios ativos, surgiram as indústrias farmacêuticas, revolucionando o 
mercado farmacêutico, produzindo medicamentos em escala industrial, bem 
como a diversificação das formas farmacêuticas (ZANINI; SEIZI, 1994). 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
6
3 DIVISÃO DA FARMACOLOGIA
A farmacologia pode ser subdividida em vários ramos, sendo que essa 
classificação é feita com base na evolução das técnicas, métodos farmacológicos e 
ao tipo de estudo. Vamos agora entender esta classificação!
Farmacodinâmica: estuda o mecanismo de ação dos fármacos. É a área da 
farmacologia que estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos no organismo, 
efeitos terapêuticos e efeitos tóxicos de uma droga. 
Farmacocinética: estuda o destino do fármaco, ou seja, o caminho que o fármaco 
faz no organismo. Que são: as vias de administração, absorção, distribuição, 
metabolismo e excreção. 
Farmacotécnica: estuda a arte de preparo e conservação das formas farmacêuticas 
sob as quais os medicamentos são administrados: cápsulas, comprimidos, 
suspensões etc. 
Farmacognosia: estuda as substâncias ativas animais, vegetais e minerais no 
estado natural e suas fontes.
Farmacoterapia: estuda a orientação do uso racional de medicamentos.
Fitoterapia: estuda o uso de fármacos de origem vegetal (plantas medicinais).
Farmacoepidemiologia: estuda as reações adversas dos medicamentos, do risco/
benefício e custo dos medicamentos numa população.
Farmacovigilância: estuda a detecção de reações adversas de medicamentos, 
validade, concentração, apresentação, eficácia farmacológica, industrialização, 
comercialização, custo, controle de qualidade de medicamentos já aprovados e 
licenciados pelo Ministério da Saúde.
Farmacogenética: estuda os efeitos dos fármacos com relação à genética molecular, 
inclusive a natureza genética das reações adversas às drogas. 
Farmacogeriatria: estuda as variações da sensibilidade dos medicamentos, 
absorção, metabolismo, toxicidade e excreção das drogas em pessoas idosas.
Farmacoeconomia: estuda os efeitos dos medicamentos em termos sociais e 
econômicos, e, surge como nova disciplina importante na orientação de decisões 
governamentais sobre a política de prescrição de medicamentos e de assistência 
sanitária (SCHELLCK, 2005).
4 INVESTIGAÇÃO FARMACOLÓGICA
Caro acadêmico! Você já se perguntou como acontece o desenvolvimento 
de um novo medicamento? Quais são as etapas que ocorrem até o novo 
medicamento chegar às prateleiras das farmácias? Quanto tempo leva desde a 
descoberta do princípio ativo até o medicamento ser lançado no mercado? Qual 
órgão fiscaliza todo esse processo?
Todo medicamento que vai ser lançado no mercado passa por diversas 
etapas de pesquisa, desenvolvimento e testes até ser aprovado pela ANVISA 
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão que fiscaliza a regulamentação 
de fabricação e produção de medicamentos. O processo de regulamentação de 
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
7
um medicamento é longo, rigoroso e caríssimo para as indústrias farmacêuticas, 
pois todo esse processo dura, em média, 15 anos. 
Primeiramente, inicia-se com as pesquisas em universidades e centros 
de pesquisa identificando compostos naturais, isolados ou sintéticos e suas 
atividades biológicas. A partir da descoberta de uma nova molécula com potencial 
farmacológico, que seja candidata a se tornar uma nova droga, começam a realizar 
os testes farmacotécnicos e otimização química visando a sua estabilidade, 
efetividade e segurança (SANTOS, 2019, s.d.). 
O potencial medicamento deve seguir, então, para os testes pré-clínicos 
laboratoriais (in vitro) e em animais (in vivo), com o objetivo de avaliar a 
toxicidade, a segurança e a eficácia do novo fármaco. Nessa etapa também 
é avaliada a absorção e eliminação do fármaco no organismo, além das doses 
eficazes (SANTOS, s.d.). 
Após o fármaco apresentar eficácia e segurança nas doses testadas, o 
dossiê de pesquisa é apresentado aos órgãos regulatórios e a comitês de ética em 
pesquisa (CEP), que aprovam o novo medicamento, passando para a fase dos 
testes clínicos, os quais visam testar o fármaco em seres humanos. 
Os testes clínicos são divididos em três fases, de acordo com a BNDES 
(2018): 
Fase I – o medicamento é testado em umpequeno grupo de voluntários sadios. O 
principal objetivo desta fase é verificar os efeitos indesejáveis, determinar a forma 
de administração e verificar como o organismo reage ao medicamento. 
Fase II – o medicamento é testado em um grupo de voluntários acometidos pela 
doença investigada. Os objetivos dessa fase são avaliar sua eficácia, se ele possui 
ação para a doença investigada, e definir seu regime terapêutico, sua dose e 
intervalo de uso. Essa fase também permite obter informações mais detalhadas 
sobre a segurança (toxicidade) em curto prazo. Somente se os resultados forem 
bons passa-se para a fase seguinte. 
Fase III – com a dose e o intervalo de uso estabelecido, o medicamento é testado 
em um grupo maior de pacientes, avaliando novamente a eficácia e a segurança. 
Nesta fase, ocorre a comparação com o tratamento padrão já existente ou placebo. 
Normalmente, nos estudos desta fase os pacientes são divididos em dois grupos: o 
grupo controle (recebe o tratamento padrão, já existente no mercado, ou placebo, 
em casos de nova substância) e o grupo investigacional (recebe o novo fármaco). 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
8
Você sabia que os voluntários que participam dos testes clínicos são 
denominados de sujeitos da pesquisa e assinam um Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE)? O TCLE consiste no consentimento livre do envolvido manifestar seu 
consentimento à participação na pesquisa após uma explicação clara, acessível e minuciosa 
sobre os procedimentos a serem realizados na pesquisa, os possíveis riscos e benefícios 
esperados, a assistência, a indenização de danos, a garantia do sigilo a sua privacidade e a 
liberdade de recusar sua participação em qualquer fase da experiência (DINIZ, 2009).
UNI
Ao término dessa fase são encaminhados para ANVISA os resultados 
de todas as fases pré-clínicas e estudos clínicos com a descrição dos processos 
de produção do medicamento. Se a ANVISA estiver de acordo com os dados 
submetidos referentes à qualidade, eficácia e segurança do medicamento, a 
autorização para lançamento e comercialização é concedida, e o novo medicamento 
estará disponível aos pacientes.
Após o medicamento estar no mercado, ocorre a pesquisa de pós-
comercialização. Essa pesquisa ocorre num período de 10 anos de comercialização 
do medicamento, avaliando os efeitos crônicos e acumulação de dose em 
pacientes usuários do medicamento. É a farmacovigilância, que acompanha esse 
processo, para verificar o surgimento de novas reações adversas e/ou confirmação 
da frequência de surgimento das já conhecidas e as estratégias de tratamento. 
Esses estudos são essenciais principalmente para os medicamentos novos, pois 
proporcionam a avaliação do seu uso em grandes populações (CECIERJ, 2019). 
FIGURA 4 – INVESTIGAÇÃO FARMACOLÓGICA
FONTE: <https://temciencianoteucha.com/2015/10/25/como-nasce-um-medicamento-
parte-i/>. Acesso em: 25 nov. 2019.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
9
5 CONCEITOS DE FARMACOLOGIA 
Caro acadêmico! Acreditamos que já tenha reparado em algumas novas 
palavras que são incomuns no nosso vocabulário, mas na área da farmacologia isso 
ocorre com frequência. Assim, antes de embarcarmos no mundo da farmacologia, 
vamos conhecer um pouco mais sobre os conceitos dessa área. 
Os medicamentos são substâncias químicas que influenciam em processos 
fisiológicos ou psicológicos, esses processos ocorrem devido à presença do 
princípio ativo, substância responsável pela ação terapêutica, com composição 
química e ação farmacológica conhecidas, é o principal agente do medicamento. 
Quando o medicamento não possui o princípio ativo, são denominados de 
medicamento placebo ou apenas placebo, utilizados quando há necessidade de 
suprir fatores psicológicos (SCHELLCK, 2005).
Veremos agora as definições de droga, fármaco, remédio e medicamento 
de acordo com Schellck (2005).
• Droga é qualquer substância exógena que ao ser introduzida no organismo 
altera sua função resultando em mudanças fisiológicas ou comportamentais 
(com ou sem efeito benéfico). Exemplo: cafeína, cocaína, nicotina. 
• Fármaco é uma substância exógena, com estrutura química definida, que ao ser 
introduzida no organismo promove uma ação benéfica, um efeito terapêutico. 
Exemplo: ácido acetilsalicílico (princípio ativo da Aspirina®), diclofenaco de 
sódio (princípio ativo do Cataflan®). 
• Remédio é qualquer dispositivo que produz ações benéficas, bem-estar ao 
paciente. Exemplos: chás, dietas, fisioterapia, atividade física, massagem, 
acupuntura, medicina alternativa.
• Medicamento é toda substância, ou associação de substâncias contida em 
um produto farmacêutico, empregada para modificar ou explorar sistemas 
fisiológicos ou estados patológicos em benefício da pessoa a que se administra, 
ou seja, é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com 
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.
A palavra remédio é muito utilizada pelos leigos como sinônimo de 
medicamento, mas como vimos anteriormente, as duas palavras possuem 
significados diferentes. Assim, concluímos que todo medicamento é um remédio, 
mas nem todo remédio é um medicamento.
Aliás, você sabe a diferença de medicamento de referência, similar e 
genérico? De acordo com Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, artigo 3: 
Medicamento de Referência – produto inovador registrado no 
órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado 
no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas 
cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do 
registro. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
10
Medicamento Similar – aquele que contém o mesmo ou os 
mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma 
farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, 
preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado 
no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir 
somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, 
prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, 
devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca;
Medicamento Genérico – medicamento similar a um produto de 
referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, 
geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção 
patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a 
sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela Denominação 
Comum Brasileira (DCB) ou, na sua ausência, pela Denominação 
Comum Internacional (DCI).
FIGURA 5 – MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA X SIMILAR X GENÉRICO DO PRINCÍPIO 
ATIVO DA DIPIRONA
FONTE: <https://marcioantoniassi.wordpress.com/2014/01/25/genericos-x-similares-entenda-a-
diferenca-entre-os-medicamentos/>. Acesso em: 22 ago. 2019.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
11
No Brasil, os medicamentos genéricos para serem comercializados devem ser 
identificados na embalagem com uma tarja amarela, contendo a letra G maiúscula na cor 
azul e a inscrição Medicamento Genérico, conforme a Lei dos Medicamentos Genéricos 
(Lei nº 9.787, de 1999).
UNI
FONTE: <http://momentosaudeufpel.blogspot.com/2012/04/como-identificar-um-
medicamento.html>. Acesso em: 24 ago. 2019.
Na farmacologia estudamos o medicamento num todo, sua composição 
química, a ação esperada, seus efeitos desejáveis e indesejáveis e o modo de uso. 
Com relação ao modo de uso, temos a posologia que está relacionada com o 
estabelecimento das doses, a sua frequência de administração e a duração do 
tratamento, ou seja, é a forma de utilizar o medicamento. Ela é definida através 
da concentração terapêutica, que compreende a concentração plasmática mínima 
do fármaco para fazer o efeito terapêutico e a concentração máxima tolerada, no 
qual o fármaco apresentará efeitos tóxicos (SCHELLCK, 2005). Entre essas faixas 
de concentração, encontra-se a janela terapêutica, conforme demonstrado na 
Figura 6. 
MEDICAMENTOGENÉRICO
Lei 9.787/99
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
12
FIGURA 6 – CONCENTRAÇÃO TERAPÊUTICA DO FÁRMACO
FONTE: <https://farmaceuticodigital.com/2012/09/o-que-e-posologia.html>. Acesso em: 24 
ago. 2019.
A partir disso são determinadas as doses, a dose terapêutica é a dose 
administrada com a intenção de obter seus efeitos terapêuticos. A dose de 
manutenção está relacionada às doses que serão administradas a fim de manter 
a concentração plasmática do fármaco constante para uma melhor eficiência no 
tratamento. A dose de ataque corresponde a uma única dose com concentração 
superior ao que é normalmente administrado com a finalidade de obter uma 
resposta mais rápida, seguida posteriormente de doses com concentrações 
inferiores à de ataque. A dose tóxica está relacionada a uma dose que será 
administrada numa concentração superior à terapêutica, podendo levar a um 
quadro de intoxicação ou à morte. Existe ainda o efeito dose dependente, que é o 
atingimento de efeitos farmacológicos decorrentes do aumento da dose utilizada 
(SCHELLCK, 2005). 
A eficácia farmacológica ocorre no pico de ação do fármaco, que é o efeito 
máximo do fármaco, a ação farmacológica. A quantidade de fármaco (dose) que 
produz o efeito farmacológico é denominada de potência (SCHELLCK, 2005).
A diminuição da resposta farmacológica que se deve à administração 
repetida ou prolongada de alguns fármacos é denominada de tolerância 
(SCHELLCK, 2005). 
O medicamento pode causar efeitos indesejáveis, como já relatado 
anteriormente, isso ocorre devido ao princípio ativo não possuir alta especificidade 
ao sítio de ligação (local onde o fármaco se liga ao receptor), ou seja, acaba 
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
13
interagindo em mais de um alvo farmacológico, ocasionando sintomas e reações 
adversas (SCHELLCK, 2005).
Os efeitos colaterais, também chamados de efeitos secundários do 
medicamento, são reações esperadas e explicáveis após o uso do medicamento, 
relacionado ao mecanismo de ação ou propriedades químicas. Ocorrem devido 
a não seletividade do fármaco, aparecem como efeito terapêutico. Um exemplo 
disso é a diminuição da coagulação sanguínea que a Aspirina® causa (TAVEIRA; 
GUIMARÃES, 2014). 
A reação adversa medicamentosa (RAM) é qualquer resposta do 
medicamento que seja nociva, não intencional, e que ocorra nas doses 
normalmente utilizadas para profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças, ou 
para a modificação de uma função fisiológica (ANVISA, 2004). Um exemplo disso 
é a tosse seca intermitente que surge com o uso de Captopril. Por fim, os efeitos 
idiossincrásicos são reações adversas raras, inesperadas e inexplicáveis após o 
uso do fármaco (TAVEIRA; GUIMARÃES, 2014).
Há também as interações medicamentosas, que ocorrem quando 
administramos mais de um medicamento concomitantemente, ocasionando um 
aumento ou diminuição do efeito terapêutico. A interação medicamentosa pode 
promover um aumento de toxicidade de um fármaco. Por exemplo, pacientes 
que fazem uso de varfarina podem ter sangramentos se passarem a usar um 
anti-inflamatório não esteroide (AINE) sem reduzir a dose do anticoagulante. 
O álcool reforça o efeito sedativo de hipnóticos e anti-histamínicos (TAVEIRA; 
GUIMARÃES, 2014).
 A interação medicamentosa pode reduzir a eficácia de um fármaco, por 
exemplo, o uso de antibiótico com anticoncepcional oral, que provoca alterações 
na absorção intestinal dos anticoncepcionais orais, diminuindo a eficácia 
contraceptiva (SILVA; ROCHA, 2013). Há interações que podem ser benéficas, por 
exemplo, o uso de anti-hipertensivos e diuréticos, visto que o uso de diuréticos 
potencializa o efeito do anti-hipertensivo.
Lembrando que as interações medicamentosas também podem ocorrer 
com alimentos e bebidas. Por exemplo, a tetraciclina sofre quelação por alimentos lácteos, 
sendo excretada nas fezes, sem produzir o efeito antimicrobiano desejado.
UNI
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
14
6 FORMAS FARMACÊUTICAS
Caro acadêmico! Você viu que a farmacotécnica estuda os fármacos 
nas formas farmacêuticas, analisando sua estabilidade, absorção e sua ação 
terapêutica. Para que o fármaco possua sucesso terapêutico são adicionados 
outros componentes a ele, denominados de adjuvantes ou excipientes, que são 
matérias-primas que irão favorecer ou melhorar a sua estabilidade, o sabor, o 
odor, facilitar a administração, dar volume a forma farmacêutica, entre outras 
funções. São eles que dão forma e estado final ao medicamento (TAVEIRA; 
GUIMARÃES, 2014). 
Existem várias formas farmacêuticas para preparar um fármaco. Um 
mesmo princípio ativo, por exemplo, o diclofenaco de sódio, pode ser apresentado 
em várias formas farmacêuticas distintas para diferentes vias de administração 
ou para a mesma via. Os motivos de produzir diferentes formas farmacêuticas 
são para uma fácil administração, diferentes doses o tempo de ação, local de ação, 
proteção da substância ativa contra as barreiras do organismo, que dificultam a 
sua entrada ou inativam o fármaco, por exemplo, o suco gástrico do estômago. 
Existem as formas farmacêuticas sólidas, líquidas e semissólidas (TAVEIRA; 
GUIMARÃES, 2014). Vamos agora conhecê-las! 
As formas farmacêuticas sólidas são as mais usualmente conhecidas. Os 
comprimidos são uma mistura de pós e/ou grânulos, contendo o fármaco e seus 
adjuvantes, que passam por um processo de compressão. Apresentam inúmeras 
vantagens, como estabilidade físico-química; economia na preparação; boa 
apresentação; precisão na dosagem, fácil administração e fácil manuseio (FERRAZ, 
s.d.). As desvantagens são a perda do fármaco pela ação do suco gástrico; a não 
desintegração do comprimido; e a irritação do trato gastrointestinal.
As cápsulas são preparações farmacêuticas constituídas por um invólucro 
de formato cilíndrico ou ovoide, contendo substâncias ativas. O envoltório que 
forma a cápsula pode ser tanto duro quanto mole, as cápsulas duras são feitas 
de gelatina e as moles de glicerina. Elas têm como objetivo eliminar o sabor e/
ou odor desagradável, bem como facilitar a deglutição e a liberação do fármaco 
(TAVEIRA; GUIMARÃES, 2014).
As drágeas são comprimidos com revestimento açucarado. É o uso desse 
revestimento em que se dá a nomenclatura a esse tipo de forma farmacêutica. 
Para um entendimento melhor, podemos exemplificar as drágeas com confetes 
de chocolate. Um exemplo de medicamento com essa forma farmacêutica é 
a Neosaldina®. A drágea geralmente é utilizada para administração oral de 
medicamentos irritantes da mucosa gástrica (TAVEIRA; GUIMARÃES, 2014).
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA
15
FIGURA 7 – EXEMPLOS DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS
FONTE: <https://farmaceuticodigital.com/2014/10/formas-farmaceuticas.html>. Acesso em: 25 
ago. 2019.
Os supositórios são formas farmacêuticas sólidas destinadas à inserção 
nos orifícios corporais, onde se fundem, amolecem ou dissolvem, exercendo 
efeito local ou sistêmico. A vantagem dessa forma está relacionada a crianças que 
não conseguem ou possuem dificuldade para engolir formas orais. Os óvulos são 
muito parecidos com os supositórios, apresentam formato ovoide, difundem-se 
ou se dispersam e são utilizados na aplicação vaginal (TAVEIRA; GUIMARÃES, 
2014).
Já as formas farmacêuticas semissólidas normalmente são utilizadas para 
aplicação na pele ou em mucosas, possuindo ação local ou penetração percutânea 
dos medicamentos, podem ainda exercer ação emoliente ou protetora. Dentre 
essas formas existem os cremes, géis, pastas, pomadas e emplastros (TAVEIRA; 
GUIMARÃES, 2014). 
Os cremes são emulsões do tipo óleo/água ou água/óleo, contendo o 
princípio ativo imerso neles. As pomadas são preparações oleosas de consistência 
semissólida destinadas a serem aplicadas sobre a pele ou sobre determinadas 
mucosas, possuem características adesivas ou oclusivas a fim de exercer uma 
ação local. Os géis são dispersões de pequenas ou grandes moléculas em um 
veículo aquoso que adquire consistênciasemelhante de geleia, após ajustar o pH. 
A pasta é uma preparação que possui 20% de sólido, em que o pó é disperso em 
um ou mais excipientes, possuindo efeito secante. Devido a essa característica é 
utilizado rigorosamente na pele, já que a penetração do fármaco é dificultada. 
Os emplastros, por fim, consistem em um suporte com função adesiva à pele, 
contendo uma base com um ou mais princípios ativos (TAVEIRA; GUIMARÃES, 
2014).
As formas farmacêuticas líquidas são mais utilizadas em crianças e 
idosos, devido à fácil administração quando comparadas às formas farmacêuticas 
sólidas tradicionais. Por serem líquidas, aceitam uma variação de dosagem pela 
mudança do volume a ser administrado.
As soluções são preparações farmacêuticas líquidas, sendo sistemas 
monofásicos e termodinamicamente estáveis. Os elixires são soluções 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
16
hidroalcoólicas edulcoradas com açúcar, apresentado graduações alcoólicas na 
faixa de 20 a 30%. Os xaropes são preparações farmacêuticas aquosas, límpidas, 
altamente viscosas que contêm alta concentração próxima à saturação de açúcar. 
A suspensão é um sistema heterogêneo de dispersão mecânica em que a fase 
externa é liquida e a fase interna ou dispersa é constituída por sólidos insolúveis 
(TAVEIRA; GUIMARÃES, 2014).
17
Neste tópico, você aprendeu que:
• A farmacologia é a ciência que estuda as interações entre as substâncias 
químicas (fármaco) e os sistemas biológicos. Está subdividida em classes, na 
qual cada uma estuda uma função.
• A investigação farmacológica passa pela fase pré-clínica (estudo da substância 
em animais e in vitro). A fase clínica (humanos) é dividida em três fases: 
Fase I – testada em voluntários sadios, dose, avaliação, efeitos adversos; Fase 
II – testada em voluntários doentes, dosagem mais eficaz e segura; Fase III – 
Triagem Clínica.
• Eficácia Farmacológica: é o efeito máximo do fármaco.
• Potência: quantidade do fármaco (dose) que produz efeito.
• Tolerância: é a diminuição da resposta fármaco lógica que se deve à 
administração repetida ou prolongada de alguns fármacos.
• As formas farmacêuticas são os estados físicos finais dos medicamentos, 
podendo ser sólido, líquido e semissólido. Visam facilitar a administração e 
atingir a disponibilidade biológica desejada.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Diferencie os conceitos de droga, fármaco e medicamento. 
2 Com relação à linguagem farmacológica, relacione a coluna da direita com 
os números da coluna da esquerda:
AUTOATIVIDADE
(2) São reações esperadas e explicáveis que aparecem 
após o uso do fármaco devido a sua não seletividade, 
aparecem lateralmente com o efeito terapêutico.
 ( ) Tolerância.
(4) São reações inesperadas e inexplicáveis que aparecem 
após o uso do fármaco.
( ) Efeitos colaterais.
Processo pelo qual só se consegue o mesmo efeito 
fármaco lógico, com a administração de doses cada vez 
mais altas do fármaco.
( ) Potência.
(3) Propriedade de um fármaco que em pequena 
quantidade produz efeito farmacológico máximo.
 ( ) Efeitos adversos.
(5) Efeito máximo do fármaco, produzindo sobre uma 
ação.
 ( ) Eficácia farmacológica.
3 Conforme a Lei dos medicamentos genéricos, descreva as características de 
um medicamento genérico.
19
TÓPICO 2
PRINCÍPIOS DA 
FARMACOCINÉTICA E 
FARMACODINÂMICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Neste tópico abordaremos os princípios da 
farmacocinética e farmacodinâmica. 
A farmacocinética é o estudo do destino dos fármacos no organismo após 
sua administração e abrange os processos de absorção, distribuição, metabolização 
e excreção. A ideia de “cinética” está relacionada à movimentação dos fármacos 
pelo organismo (NUNES, 2018).
Já a farmacodinâmica estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos 
fármacos e seus mecanismos de ação. Fornece as bases para a utilização terapêutica 
e racional de um fármaco e o desenvolvimento de agentes terapêuticos novos e 
mais eficazes (SCHELLCK, 2005).
Assim, a abordagem da farmacocinética pode-se resumir a “o que o 
organismo faz com o fármaco”, o que a distingue da farmacodinâmica, que 
aborda “o que o fármaco faz com o organismo”. 
Vamos aos estudos!
2 FARMACOCINÉTICA
A farmacocinética estuda a maneira como os processos de absorção, 
distribuição, metabolismo (ou biotransformação) e excreção determinam o 
destino das moléculas das drogas dentro dos organismos vivos. Descreve, ainda, 
os efeitos dos processos (ADME) corporais nas moléculas das drogas, como uma 
função do tempo (isto é, medidos com o passar do tempo) (SCHELLCK, 2005).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
20
Caro acadêmico! Os quatro processos destacados se referem como processos 
ADME, que quer dizer:
A = Absorção
D= Distribuição
M = Metabolismo
E = Excreção
Mais adiante, abordaremos cada um desses processos.
UNI
Segundo Rang e Dale (2012), na prática, a farmacocinética tem como foco 
as concentrações do fármaco no plasma sanguíneo, que é facilmente obtido por 
venopunção, pois assume-se que as concentrações plasmáticas apresentem uma 
relação evidente com as concentrações de um fármaco no líquido extracelular que 
envolve as células, as quais expressam receptores e outros alvos com os quais as 
moléculas do fármaco interagem. No caso de alguns fármacos, as concentrações 
plasmáticas também são utilizadas na prática clínica de rotina para individualizar 
a dose, com a finalidade de alcançar o efeito terapêutico desejado, ao passo em 
que os efeitos adversos são minimizados em cada paciente, uma abordagem 
denominada monitoração terapêutica do fármaco (frequentemente abreviada como 
MTF). 
Como já estudado anteriormente, o objetivo do tratamento medicamentoso 
é prevenir, curar ou controlar doenças. Para atingir esse objetivo, doses adequadas 
do fármaco devem ser oferecidas ao tecido-alvo, de forma a serem obtidos níveis 
terapêuticos, porém não tóxicos. O clínico necessita reconhecer que a velocidade 
do início da ação, a intensidade do efeito e a duração da ação do fármaco são 
controladas pelos quatro processos fundamentais do movimento e da modificação 
do fármaco no organismo. Primeiro a absorção do fármaco a partir do local de 
administração (entrada) permite o acesso do agente terapêutico (seja direta ou 
indiretamente) no plasma. Segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente 
sair da circulação sanguínea e distribuir-se nos líquido intersticial e intracelular 
(distribuição). Terceiro, o fármaco pode ser metabolizado no fígado ou em outros 
tecidos. Finalmente, o fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo 
(saída) na urina, na bile ou nas fezes, completando assim os processos ADME 
(HOWLAND; MYCEK, 2007).
Quando falamos de absorção nos referimos à passagem das moléculas da 
droga através de diversas membranas mucosas, ele ou tecido subcutâneo para 
a circulação sanguínea. A distribuição refere-se ao transporte dessas moléculas 
através da circulação sistêmica para os diversos compartimentos fluidos, tecidos 
e sistemas de órgãos que constituem seus sítios de ação. Por fim, a ação do 
fármaco necessita ser interrompida por meio do metabolismo (biotransformação) 
do fármaco e da eventual excreção de seus metabólitos para fora do organismo 
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA
21
(SCHELLCK, 2005).
Para que ocorram esses processos cinéticos, as moléculas dos fármacos 
necessitam possuir a capacidade de atravessar barreiras biológicas, tais como a 
membrana plasmática das células, o endotélio das paredes dos vasos capilares, as 
membranas mucosas etc. (SCHELLCK, 2005).
2.1 Vias de administração dos fármacos
Conforme já fora mencionado, a absorção é o primeiro dos processos 
cinéticos. Para que a absorção das moléculas dos fármacos ocorra, primeiramente 
o fármaco necessita ser introduzido ou administrado ao organismo (SCHELLCK, 
2005).
A determinação de qual via de administração será utilizada se dá 
primariamente pelas propriedades do fármaco (ex.: hidro ou lipossolubilidade, 
ionizaçãoetc.) e pelos objetivos terapêuticos (ex.: a necessidade de um início 
rápido da ação ou a necessidade de administração por longo tempo ou restrição 
de acesso a um local especifico). Há duas vias principais de administração de 
fármacos, enteral e parenteral (HOWLAND; MYCEK, 2007). Vamos então 
conhecer as principais vias de administração. 
FIGURA 8 – PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
FONTE: Whalen et al. (2016, p. 4)
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
22
2.1.1 Enteral
A administração enteral é a via mais segura, comum, conveniente e 
econômica de administrar os medicamentos. Veremos que o medicamento poderá 
ser deglutido, por via oral, ou poderá ser colocado sob a língua (sublingual), entre 
a bochecha e a gengiva (bucal) ou no ânus (retal), facilitando a absorção direta na 
circulação sanguínea (WHALEN et al., 2016). 
2.1.1.1 Via oral (pela boca, per os, P.O)
O processo cinético da absorção pode ser apresentado de uma maneira 
melhor se utilizarmos o exemplo da administração por via oral. A administração 
do fármaco oralmente é a via mais comum, mas também é a mais variável e 
envolve o caminho mais complicado até os tecidos. É geralmente considerada 
a via mais conveniente e aceitável de administrar um medicamento, já que o ato 
de engolir é a maneira natural de ingerir alimentos ou bebidas. Além disso, a 
maioria dos leigos não requer a ajuda de um profissional da saúde para tomar 
medicamentos pela boca (mas com injeções, por exemplo, eles podem precisar de 
assistência). Alguns fármacos são absorvidos no estômago; no entanto, o duodeno 
é o principal local de entrada na circulação sistêmica devido a sua maior superfície 
absortiva. A partir do estômago e do intestino delgado, as moléculas das drogas 
precisam, então, atravessar uma série de membranas biológicas e barreiras para 
alcançar a circulação porta hepática. A maioria dos fármacos absorvidos no trato 
gastrintestinal (TGI) entram na circulação portal e encontra o fígado antes de ser 
distribuída na circulação geral (HOWLAND; MYCEK, 2007; SCHELLACK, 2005). 
 A biotransformação de primeira passagem ou metabolismo de primeira 
passagem, no intestino ou no fígado, limita a eficácia de vários fármacos quando 
administrados por via oral. A ingestão de fármacos com alimento no estômago 
retarda o esvaziamento gástrico de forma que os fármacos que são destruídos 
pelo ácido e se tornam indisponíveis para a absorção. Em circunstâncias gástricas 
normais, o esvaziamento levará até quatro horas, e o tempo de trânsito pelo 
intestino delgado levará outras seis horas para se completar (HOWLAND; 
MYCEK, 2007; SCHELLACK, 2005). 
Como já abordado no Tópico 1, o revestimento entérico do fármaco 
o protege do meio ácido e pode evitar a irritação gástrica. Dependendo da 
formulação, a liberação do fármaco pode ser prolongada, produzindo um efeito 
de liberação sustentada. Formas de administração líquidas são as fórmulas orais 
que melhor são absorvidas (SCHELLACK, 2005).
2.1.1.2 Via bucal e sublingual (S.L)
As membranas da mucosa oral possuem um grande suprimento sanguíneo, 
proporcionando, portanto, uma superfície de absorção altamente vascularizada. 
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA
23
Fármacos lipossolúveis podem ser rapidamente absorvidos diretamente para a 
circulação sistêmica, pois o retorno venoso para o coração se dá por meio da veia 
cava superior, evitando, assim, a circulação porta hepática (SCHELLACK, 2005).
Você sabe a diferença entre substâncias lipossolúveis e hidrossolúveis? 
Substâncias lipossolúveis se dissolvem em lipídios e substâncias hidrossolúveis são solúveis 
em água. 
ATENCAO
A administração bucal consiste em borrifar ou colocar o fármaco entre a 
mucosa jugal (bochecha) e a mucosa mastigatória (gengiva). Para a administração 
sublingual, o fármaco é colocado embaixo da língua. Os fármacos que são 
administrados por essa via precisam ser solúveis na saliva e devem ser ativos em 
concentrações muito baixas (SCHELLACK, 2005).
A colocação sob a língua permite ao fármaco difundir-se através dos 
capilares e, assim, entrar diretamente na circulação sistêmica. A administração 
de um fármaco por essa via também possui a vantagem de que o fármaco não 
passa pelo intestino e pelo fígado e, assim, evita a biotransformação de primeira 
passagem (HOWLAND; MYCEK, 2007; SCHELLACK, 2005).
2.1.1.3 Via retal (per rectum, P.R)
O uso dessa via de administração relativamente impopular, desconfortável 
e pouco ortodoxa, é indicado nos casos de estado de inconsciência, náuseas e 
vômitos, estados febris e convulsivos, e outras situações em que há o perigo de 
aspiração ou quando a administração via oral necessita ser evitada por causa de 
irritação gástrica, disfagia e outros problemas clínicos. A droga ativa é formulada 
dentro de um supositório retal ou pode estar disponível na forma de enema retal 
(SCHELLACK, 2005).
A taxa de absorção retal é lenta, pois a superfície de absorção do reto é 
pequena, devido à ausência de vilosidades intestinais. Anatomicamente falando, 
o sangue venoso da porção distal do reto é drenado pelas veias retais inferior 
e média, enquanto o sangue do reto proximal é drenado para o sistema porta 
hepático por meio da veia retal superior. As veias retais inferior e média, entretanto, 
desembocam diretamente na veia cava inferior, por meio da veia hipogástrica, 
efetivamente evitando o sistema porta hepático. A existência de uma rica 
anastomose (comunicação) entre as três veias retais, produzindo uma importante 
área de anastomose porta-cava (uma vez que a circulação porta hepática pode ser 
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24
desviada de maneira significante), tem significância clínica. Portanto, cinquenta 
por cento (50%) da drenagem da região retal não passa pela circulação portal; 
assim, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é minimizada. Tanto a via 
de administração sublingual quanto a retal têm a vantagem adicional de evitar 
a destruição do fármaco pelas enzimas intestinais ou pelo pH no estômago 
(HOWLAND; MYCEK, 2007; SCHELLACK, 2005).
A via retal também é útil se o fármaco provoca vômito quando 
administrado oralmente ou se o paciente já se encontra vomitando. O diazepam 
e o metronidazol são particularmente bem absorvidos pela mucosa retal. Muitas 
drogas antipiréticas, anti-inflamatórias, antieméticas, anticonvulsivantes e 
broncodilatadores podem ser encontrados na forma de supositórios retais. 
Supositórios devem ser cuidadosamente inseridos na porção distal do reto, logo 
acima do esfíncter anal interno e do anel anorretal (HOWLAND; MYCEK, 2007; 
SCHELLACK, 2005).
2.1.1.4 Parenteral
A administração parenteral assegura o melhor controle sobre a dose real 
de fármaco administrada ao organismo. É utilizada para administrar fármacos 
que são pouco absorvidos no TGI e para aqueles que são instáveis no TGI, como 
a insulina. As três principais vias parenterais são a intravascular (intravenosa ou 
intra-arterial), a intramuscular e a subcutânea. Cada via apresenta suas vantagens 
e desvantagens (HOWLAND; MYCEK, 2007).
2.1.1.5 Intravascular 
A injeção intravenosa (I.V) é a via parenteral mais comum. Para fármacos 
que não são absorvidos por via oral, em geral, não há outra escolha. O fato de 
o fármaco ser injetado nas veias periféricas das extremidades superiores, ou 
por meio de cateteres venosos centrais, que fornecem uma entrada direta na 
circulação pulmonar e sistêmica pela veia cava superior, sem passagem pelo TGI, 
evita completamente a necessidade de absorção da droga e, por conseguinte, a 
biotransformação de primeira passagem pelo fígado. Essa via permite um efeito 
rápido e um grau de controle máximo sobre os níveis circulantes do fármaco, 
portanto, muito útil para drogas que têm uma curta meia-vida de eliminação 
e para aquelas que requerem uma titulação muito cuidadosa de suas doses, 
necessitando, portanto, de infusões intravenosas contínuas (HOWLAND; 
MYCEK, 2007; SCHELLACK, 2005).
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25
Meia-vida é o tempo gasto para que a concentração plasmática de um 
fármaco no organismo se reduza à metade.
UNI
Essa via de administração é indicada quando a absorção pelos tecidos 
está comprometida de alguma maneira (por ex.: em vítimas de traumas por 
queimadura, pacientes hipovolêmicos e pacientes em insuficiência cardíaca 
severa) ou quando a condição de um paciente demanda uma resposta imediata, 
essa via de administração também é de grande utilidade. É preciso menos de 
um minuto (vinte segundos quando o funcionamento cardíaco está perfeito) para 
que a dosagem administrada se misture suficientemente com o volume de sangue 
circulante (SCHELLACK, 2005).
No entanto, diferente dos fármacos usados no TGI, os que são injetados 
não podem ser retirados com estratégias como vômito ou ligação a carvão 
ativado. A injeção I.V tem a seu desfavor algumas possíveis adversidades, como 
a possibilidade de introduzir bactérias por meio de contaminação no local da 
injeção. Pode também produzir hemólise ou causar outras ações adversas por 
liberação muito rápida de altas concentrações do fármaco ao plasma e aos tecidos. 
Por isso, a velocidade de administração deve ser cuidadosamente controlada. 
Preocupações similares se aplicam aos fármacos injetados por via intra-arterial 
(HOWLAND; MYCEK, 2007).
2.1.1.6 Injeção intra-arterial
Nos casos em que se deseja o efeito localizado de um fármaco em apenas 
um órgão específico, pode-se optar por injetar o fármaco na corrente sanguínea 
arterial. Os carcinomas são, às vezes, tratados dessa maneira, pela injeção do 
fármaco oncostático no suprimento de sangue arterial apropriado (SCHELLACK, 
2005).
2.1.1.7 Injeção intramuscular (I.M) e subcutânea (S.C)
Essas duas vias fazem uso do suprimento de sangue do tecido adiposo 
subcutâneo e do tecido muscular esquelético para a absorção das moléculas dos 
fármacos, e são amplamente indicadas. A absorção pela via intramuscular é mais 
rápida do que a absorção de uma injeção subcutânea, isso ocorre em virtude do 
tecido muscular esquelético receber um suprimento maior de sangue do que 
a gordura subcutânea. Fármacos de depósito podem ser injetados no músculo 
para estender a duração de sua atividade por horas, dias ou semanas. A severa 
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26
vasoconstrição ou a hipoperfusão retardarão a absorção das moléculas a partir 
desses tecidos (SCHELLACK, 2005).
Segundo Howland e Mycek (2007), fármacos administrados por via I.M 
podem ser soluções aquosas ou preparações especializadas de depósito, com 
frequência uma suspensão do fármaco em um veículo não aquoso. A absorção 
dos fármacos em solução aquosa é rápida, enquanto a preparação tipo depósito é 
lenta. À medida que o veículo difunde para fora do músculo, o fármaco precipita 
no local da injeção. O fármaco, então, se dissolve lentamente, fornecendo uma 
dose sustentada durante um período de tempo estendido. 
A via subcutânea minimiza os riscos associados à injeção intravascular. A 
injeção S.C, assim como a injeção I.M, requerem absorção e é um pouco mais lenta 
do que a I.V, e, como citado anteriormente, um pouco mais lenta que a própria 
I.M (HOWLAND; MYCEK, 2007).
2.1.1.8 Injeção intradérmica ou intracutânea (I.D)
Indicada para processos que envolvem reações imunológicas (exemplo: 
testes de sensibilidade, alergia e tuberculose), aplicação de vacinas e anestésico 
local. Locais mais comuns para injeção I.D são: parte ventral do antebraço e ventral 
superior do tórax; parte superior das costas; parte superior dorsal dos braços. O 
volume injetado deve ser muito pequeno (menos de 0,2 ml) e é administrado 
dentro da pele (SCHELLACK, 2005).
2.1.1.9 Vias menos utilizadas
• Injeção intra-articular: em casos de artrite, fármacos podem ser injetados nos 
espaços articulares para um efeito localizado (SCHELLACK, 2005).
• Intratecal/intraventricular: utilizada quando há necessidade de administração 
de fármacos diretamente no líquido cérebro-espinhal. Por exemplo, a 
anfotericina B é usada no tratamento da meningite criptocócica (SCHELLACK, 
2005).
• Inalação: essa via produz efeito tão rápido quanto à intravenosa, sua oferta é 
através da superfície da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio 
pulmonar (HOWLAND; MYCEK, 2007).
• Tópica: essa via possui efeito localizado do fármaco, diretamente na pele ou 
mucosa (HOWLAND; MYCEK, 2007).
2.2 ABSORÇÃO DE FÁRMACOS
Segundo Howland e Mycek (2007), absorção é a transferência de um 
fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. A velocidade 
e a eficiência da absorção dependem da via de administração. Para a via I.V, toda 
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27
a dose do fármaco alcança a circulação sistêmica. A liberação do fármaco por 
outras vias pode resultar em absorção parcial e, consequentemente, em menor 
biodisponibilidade. Por exemplo, a via oral exige que o fármaco se dissolva nos 
líquido GI e, então, penetre as células epiteliais da mucosa intestinal; doenças ou a 
presença de alimentos podem afetar esse processo. Dependendo das propriedades 
químicas, os fármacos podem ser transportados desde o TGI por difusão passiva 
ou por transporte ativo. A maioria dos fármacos tem acesso ao organismo por 
difusão passiva. Fármacos lipossolúveis movem-se facilmente através da maioria 
das membranas biológicas, enquanto os hidrossolúveis penetram através de 
canais aquosos. A entrada de fármacos através de transporte ativo é dependente 
de energia e movido pela hidrólise de trifosfato de adenosina (ATP). O transporte 
ativo é capaz de mover fármacos contra um gradiente de concentração. 
De acordo com Howland e Mycek (2007), os fatores físicos que influenciam 
a absorção são:
• Fluxo de sangue no local de absorção: o fluxo de sangue para o intestino é 
muito maior do que o fluxo para o estômago; assim, a absorção no intestino é 
maior do que a que ocorre no estômago. 
O estado de choque hipovolêmico reduz drasticamente o fluxo sanguíneo aos 
tecidos cutâneos, minimizando a absorção de administrações subcutâneas.
NOTA
• Área ou superfície disponível para absorção: como o intestino tem uma 
superfície rica em microvilosidades, ele apresenta uma superfície cerca de 
1.000 vezes maior do que a do estômago; assim, a absorção de fármacos através 
do intestino é mais eficiente. 
• Tempo de contato com a superfície de absorção: se um fármaco se desloca 
muito rápido ao longo do TGI, como ocorre em uma diarreia intensa, ele não 
é bem absorvido. Ao contrário, qualquer retardo no transporte do fármaco do 
estômago para o intestino reduz a sua velocidade de absorção. 
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28
O tônus parassimpático acelera o esvaziamento gástrico, enquanto o tônus 
simpático [causado pelo exercício ou por emoções estressantes] o retarda. Assim, a presença 
de alimento no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Portanto, 
quando um fármaco é ingerido com o alimento, em geral é absorvido mais lentamente. É 
importante ressaltar que existem exceções, visto que alguns fármacos são recomendados 
com alimentos para evitar irritação gástrica ou até mesmo melhorar a absorção.
NOTA
2.2.1 Biodisponibilidade
Biodisponibilidade é a fração do fármaco administrado que alcança a 
circulação sistêmica na forma química inalterada. Por exemplo, se 100 mg de um 
fármaco forem administrados por via oral, e 70 mg desse fármaco forem absorvidos 
inalterados, a biodisponibilidade é 70%. Apenas uma fração da dose da droga 
alcança de fato a circulação sistêmica depois da administração oral. Uma razão 
para isso é que nem todas as moléculas da droga são de fato absorvidas no trato GI 
(por causa do tamanho das moléculas, seu grau de ionização e lipossolubilidade, a 
qualidade do fluxo sanguíneo mesentérico etc.). Outro fator muito importante é a 
biotransformação das moléculas da droga na sua primeira passagem pelo fígado. 
Todas as moléculas da droga absorvidas passam pelo fígadouma primeira vez. O 
fígado pode até eliminar uma porcentagem significativa das moléculas da droga 
em seu caminho para a veia cava inferior. Em suas passagens subsequentes pelo 
fígado, frações menores da droga absorvida serão biotransformadas (HOWLAND; 
MYCEK, 2007; SCHELLACK, 2005).
2.2.1.1 Determinação de biodisponibilidade
A determinação da biodisponibilidade é realizada através da comparação 
dos níveis plasmáticos do fármaco após sua administração através de uma via 
de administração (por ex.: administração oral) com os níveis plasmáticos do 
fármaco obtidos por injeção I.V, na qual o fármaco entra na circulação em sua 
totalidade. Quando o fármaco é administrado por via oral, apenas uma fração 
da dose aparece no plasma. Lançando a concentração plasmática do fármaco 
contra o tempo, é possível mensurar a área sob a curva (ASC). Essa curva reflete 
a extensão da absorção do fármaco (HOWLAND; MYCEK, 2007).
Fatores que influenciam a biodisponibilidade
A) Biotransformação hepática de primeira passagem. Quando um fármaco é absorvido 
a partir do TGI, ele entra na circulação portal antes de entrar na circulação 
sistêmica. Se o fármaco é rapidamente biotransformado pelo fígado, a 
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29
quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica 
diminui.
B) Solubilidade do fármaco. Fármacos muito hidrofílicos (afinidade pela água) 
são pouco absorvidos devido a sua inabilidade em atravessar as membranas 
celulares ricas em lipídeos. Paradoxalmente, fármacos que são extremamente 
hidrofóbicos (avessos à água) são pouco absorvidos, pois são totalmente 
insolúveis nos líquidos aquosos do organismo e, portanto, não tem acesso à 
superfície das células. Para que um fármaco seja bem absorvido, ele deve ser 
basicamente hidrofóbico, mas ter alguma solubilidade em soluções aquosas.
C) Instabilidade química. Alguns fármacos são instáveis no pH do conteúdo gástrico. 
Outros, são destruídos no TGI pelas enzimas.
D) Natureza da formulação do fármaco. A absorção do fármaco pode ser alterada 
por fatores não relacionados com a sua estrutura química. Por exemplo, o 
tamanho da partícula, o tipo de sal, o polimorfismo cristalino e a presença de 
excipientes (como os agentes aglutinantes e dispersantes) podem influenciar a 
facilidade da dissolução e, por conseguinte, alterar a velocidade de absorção 
(HOWLAND; MYCEK, 2007, p. 7).
2.2.1.2 Bioequivalência
Dois fármacos relacionados são considerados bioequivalentes caso 
apresentem biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o 
pico de concentração plasmática (HOWLAND; MYCEK, 2007).
Dois fármacos com biodisponibilidades significativamente diferentes são 
denominados de bioenequivalentes.
NOTA
2.2.1.3 Equivalência terapêutica
São considerados terapeuticamente equivalentes dois fármacos que 
possuem eficácia e segurança comparáveis. A eficácia clínica frequentemente 
depende tanto da concentração plasmática máxima como do tempo necessário 
para atingir o pico de concentração após a administração. Portanto, dois fármacos 
que possuem bioequivalência podem não possuir equivalência terapêutica 
(HOWLAND; MYCEK, 2007).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA
30
2.3 DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS
O segundo processo cinético do farmacocinética é a distribuição 
(movimento do fármaco). Na distribuição, os fármacos atingem a circulação 
sanguínea sistêmica e são conduzidos até as células dos tecidos e/ou no 
interstício (HOWLAND; MYCEK, 2007). Nesse processo, os fármacos podem 
ser encontrados na forma livre ou ligados a proteínas plasmáticas (geralmente 
albumina). A corrente sanguínea conduz o fármaco não só para os seus sítios de 
ação, bem como para os sítios de eliminação (SCHELLACK, 2005).
Você sabia? O fármaco na forma livre é ativo, atua no seu sítio de ação (alvo), 
proporcionando sua atividade biológica. Já os que estão ligados a proteínas plasmáticas 
são inativos e precisam se desconectar de suas ligações para serem eliminados.
INTERESSA
NTE
O caminho do fármaco do plasma para o interstício depende de vários 
fatores, tais como fluxo sanguíneo, permeabilidade capilar, grau de ligação do 
fármaco às proteínas plasmáticas e tissulares e as propriedades físico-químicas 
do fármaco (HOWLAND; MYCEK, 2007). 
A dimensão da quantidade total do fármaco no organismo pela quantidade 
livre no plasma é chamada de volume de distribuição (Vd): 
Vd = quantidade no organismo/quantidade no plasma
Fármacos que entram no compartimento intracelular apresentam volumes 
maiores de distribuição, já os fármacos ligados a proteínas plasmáticas mostram 
volumes menores de distribuição (SCHELLACK, 2005).
2.4 METABOLIZAÇÃO DE FÁRMACOS
Os fármacos são eliminados normalmente por dois processos: a 
biotransformação e/ou excreção. A biotransformação (metabolismo) é o conjunto 
de alterações que ocorre no fármaco dentro do organismo, visando aumentar a 
polaridade (solubilidade em água) e facilitando a excreção. O fígado é o principal 
local de metabolização dos fármacos, mas pode ocorrer em outros tecidos. 
No fígado, as enzimas microssomais são as responsáveis pelo processo de 
biotransformação (HOWLAND; MYCEK, 2007).
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31
Após as reações de metabolização, todos os compostos formados tendem 
a ser mais hidrossolúveis e com menor atividade biológica. As reações de 
metabolização dos fármacos ocorrem em duas fases. Na Fase I ocorrem reações 
de oxidação, redução e hidrólise. Essas reações fornecem grupos funcionais que 
produzem metabólitos mais polares e hidrossolúveis. O metabólito produzido 
pode ser inativo, menos ativo ou, às vezes, mais ativo que a molécula original 
(pró-fármaco ou pró-droga). Na Fase II, ocorrem reações de conjugação, em 
que grandes grupamentos químicos são ligados à molécula formada na fase I, 
conforme exemplo na Figura 9, aumentando assim a solubilidade em água e 
facilitando a excreção do metabólito pelos rins (SCHELLACK, 2005). 
Quando o próprio metabólito é a forma ativa, o composto original é 
denominado pró-droga. Assim, as pró-drogas são fármacos convertidos em substâncias 
fármaco logicamente ativas após a biotransformação. Temos como exemplo o 
medicamento Enalapril.
NOTA
Como abordado anteriormente, vários sistemas enzimáticos atuam nas 
reações da Fase I, tais como: o citocromo p450, as monoamino-oxidase (MAO) e as 
flavinas mono-oxigenases (FMO). Nas reações de Fase II atuam o Uridinadifosfato 
glicuronil transferase (UGT), N-acetiltransferase (NAT), Glutation-S-transferase 
(GST) e Sulfotransferase (ST) (MATUO, 2011). 
Vale ressaltar que o Citocromo P450 é conhecido como o principal 
responsável por modificar as estruturas químicas dos fármacos, atuando na 
ativação ou eliminação dos fármacos nas reações de Fase I (MATUO, 2011).
O Citocromo P450 (CYP) possui diversas isoformas, aproximadamente 4000 
diferentes sequências já foram identificadas. Devido à ampla multiplicidade de formas do 
Citocromo P450 foi criada uma nomenclatura para a subdivisão e classificação destas 
isoformas, divididas em famílias e subfamílias. Por exemplo: a CYP 3A4 corresponde à 
isoforma 4, da subfamília A e família 3 (MATUO, 2001).
UNI
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32
FIGURA 9 – EXEMPLO DE METABOLIZAÇÃO DE FASE I E II COM O FÁRMACO ÁCIDO 
ACETILSALICÍLICO
FONTE: Boas (2004, p. 15)
Vale lembrar que um mesmo fármaco pode sofrer várias metabolizações 
em diversas vias no organismo, e que não necessariamente em ambas as fases ou 
na ordem que elas se apresentam.
2.5 EXCREÇÃO DE FÁRMACOS
Após as metabolizações dos fármacos, ocorre a secreção. A principal 
excreção acontece nos rins através da urina, mas outros órgãos podem realizar 
a eliminação do fármaco, tais como o pulmão, o intestino e a bile (fezes) e as 
secreções corporais (suor, lágrima e saliva) (WHALEN; KAREN, 2016).
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FIGURA 10 – ESQUEMA DEMONSTRANDO OS

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