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Vestcursos - História - Apostila - 02

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SUMÁRIO 
VOLUME 2 
História Geral 
Aula 19 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ....................................................................................................................... 1 
Aula 20 – MOVIMENTOS SOCIAIS E IDEIAS POLÍTICAS DO SÉC. XIX ............................................................... 13 
Aula 21 – IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO ................................................................................................ 24 
Aula 22 – AS UNIFICAÇÕES TARDIAS ALEMANHA E ITÁLIA ............................................................................... 38 
Aula 23 – OS EUA NO SÉC. XIX .............................................................................................................................. 47 
Aula 24 – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ............................................................................................................... 60 
Aula 25 – REVOLUÇÃO RUSSA .............................................................................................................................. 73 
Aula 26 – A CRISE INTERNACIONAL DO CAPITALISMO ...................................................................................... 85 
Aula 27 – REGIMES TOTALITÁRIOS ...................................................................................................................... 95 
Aula 28 – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ............................................................................................................. 110 
Aula 29 – GUERRA FRIA (PARTE 1) ..................................................................................................................... 124 
Aula 30 – GUERRA FRIA (PARTE 2) ..................................................................................................................... 138 
Aula 31 – REVOLUÇÃO CHINESA ........................................................................................................................ 151 
Aula 32 – REVOLUÇÃO CUBANA ......................................................................................................................... 162 
Aula 33 – CONFLITO ÁRABE ISRAELENSE ......................................................................................................... 173 
Aula 34 – OUTROS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO ....................................................................................... 187 
Aula 35 – O COLAPSO DO SOCIALISMO E O FIM DA URSS .............................................................................. 197 
 
História do Brasil 
Aula 15 – DOMINIO OLIGARQUICO DA PRIMEIRA REPÚBLICA ........................................................................ 209 
Aula 16 – CONFLITOS SOCIAIS NA PRIMEIRA REPUBLICA .............................................................................. 216 
Aula 17 – CRISE DA PRIMEIRA REPUBLICA E REVOLUÇÃO DE 30 ................................................................. 222 
Aula 18 – ERA VARGAS GOVERNO PROVISORIO E CONSTITUCIONAL ........................................................ 227 
Aula 19 – ERA VARGAS ESTADO NOVO ............................................................................................................. 232 
Aula 20 – GOVERNOS POPULISTAS DEMOCRATICOS DUTRA E VARGAS.................................................... 239 
Aula 21 – CRISE DO POPULISMO JK_ JANIO_ JANGO ..................................................................................... 244 
Aula 22 – DITADURA MILITAR FORMAÇÃO POLÍTICA ....................................................................................... 250 
Aula 23 – DITADURA MILITAR COSTA E SILVA E MEDICI ................................................................................. 255 
Aula 24 – CRISE DA DITADURA MILITAR ........................................................................................................... 261 
Aula 25 – GOVERNO SARNEY .............................................................................................................................. 269 
Aula 26 – GOVERNO COLLOR ITAMAR FRANCO ............................................................................................... 275 
Aula 27 – GOVERNO FHC LULA ........................................................................................................................... 284 
Aula 28 – GOVERNO DILMA .................................................................................................................................. 295 
Respostas e Comentários Exercícios de Fixação ................................................................................................... 303 
 
 
 
 
 
 
 
História Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL 
Prof. Monteiro Jr. 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
INTRODUÇÃO 
Na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, tem início 
uma série de transformações no processo de produção. A essas 
transformações dá-se o nome de Revolução Industrial. Em linhas 
gerais, a Revolução Industrial proporcionou a mecanização da 
indústria, com a substituição da força motriz humana por outras como 
o carvão, o vapor, a eletricidade, o que desencadeou grandes 
mudanças nas relações de trabalho, no uso da tecnologia, na 
economia dos países, na organização do espaço urbano e nos 
próprios fundamentos do sistema capitalista. 
“A Revolução Industrial assinala a mais radical transformação da vida 
humana já registrada em documentos escritos. Durante um breve período ela coincidiu com a história de um único país, a Grã-Bretanha (...) 
que por isso ascendeu temporariamente a uma posição de influência e poder mundiais sem paralelo na história de qualquer país com as 
suas dimensões relativas, antes ou desde então, e que provavelmente não será igualada por qualquer Estado no futuro previsível.” 
HOBSBAWM, Eric J. da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986, p. 13. 
O PIONEIRISMO INGLÊS 
A Inglaterra foi pioneira no processo de mecanização da indústria. Foi somente na segunda metade do século XIX que a industrialização se 
propagou para outros países da Europa e do mundo. 
“Quando o reformador chinês Huang-Tsun-Hsien visitou Londres, cerca de 1890, custou-lhe a crer que, apenas um século antes, a 
economia da sua pátria e da Grã-Bretanha se tivessem basicamente parecido. Viu a Grã-Bretanha com suas indústrias florescentes, ao 
passo que a China, que acabava de deixar, era ainda uma terra de artes campesinas e arrozais. (...) Foi uma das maiores transformações 
da História; em cerca de cem anos, a Europa de quintas, rendeiros, e artesãos tornou-se uma Europa de cidades abertamente industriais. 
Os utensílios manuais e os dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas; a lojinha do artífice pela fábrica. O vapor e a 
eletricidade suplantaram as fontes de energia – água, vento e músculo. Os aldeões, como as suas antigas ocupações se tornavam 
supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se os operários da nova era, enquanto uma classe profissional de 
empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a Revolução 
Industrial.” 
 HENDERSON, W. O. A Revolução Industrial, 1780-1914. Lisboa: Verbo 
 Vejamos os principais elementos que favoreceram o pioneirismo inglês 
na Revolução Industrial: 
• acumulação de capitais, provenientes das atividades mercantilistas 
desenvolvidas pelo país, especialmente depois que os Atos de Navegação 
(1651) entraram em vigor. 
• triunfo do liberalismo político e econômico, a partir da Revolução 
Gloriosa (1688), que sepultou de vez o Absolutismo e as práticas 
intervencionistas do Estado na economia. 
• os cercamentos (enclosures), que, aopromoverem a 
transformação de fazendas agrícolas em pecuaristas, provocaram 
desemprego no campo e a consequente migração de mão de obra 
para as cidades. 
• avanços tecnológicos, como a máquina a vapor patenteada 
por James Watt e os teares mecânicos e hidráulicos, que 
proporcionaram um significativo aumento na produção. 
• abundância de matérias primas, como carvão, ferro, algodão 
e lã. 
AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DA 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
O primeiro setor produtivo a se mecanizar foi o têxtil. O algodão foi sua principal matéria 
prima e o carvão vegetal, usado para mover as máquinas a vapor, sua principal fonte de 
energia. 
Entre as inovações tecnológicas do período, destacam-se: 
• a máquina de fiar (1767), de James Hargreaves, com capacidade para produzir 
vários fios de forma simultânea, sob a assistência de um único operário. 
• a máquina a vapor (1768), de James Watt, tornando possível o uso da energia 
mecânica para mover diversas outras máquinas. 
REVOLUÇÃO OU EVOLUÇÃO? 
Uma das discussões envolvendo a Revolução Industrial trata 
da caracterização do processo como revolução ou evolução. 
Apesar do impacto que Revolução Industrial trouxe para o 
mundo, não podemos esquecer que a mesma proporcionou a 
mecanização da indústria, que já existia (na forma de 
manufaturas). Portanto, a Revolução Industrial não foi uma 
ruptura, mas sim a herdeira de toda uma cadeia de inovações 
tecnológicas. 
FIQUE POR DENTRO 
Propostos por Oliver Cromwell e aprovados pelo 
Parlamento, os Atos de Navegação (1651) impulsionaram 
o desenvolvimento marítimo comercial da Inglaterra, uma 
vez que estabeleciam que as mercadorias inglesas só 
poderiam ser transportadas em navios ingleses ou em 
navios de países com quem a Grã-Bretanha 
comercializasse. 
SAIBA MAIS 
A partir da segunda metade do século XVII, muitas fazendas 
inglesas tiveram suas terras cercadas para a criação de ovelhas, 
devido ao crescimento das tecelagens que produziam tecidos de 
lã (era lucrativo prover essas tecelagens com sua matéria prima). 
Esse processo, denominado cercamentos (ou enclosures), fez 
com que milhares de camponeses ficassem sem trabalho, uma 
vez que a pecuária exige menos mão de obra do que a 
agricultura. Sem perspectivas no campo, essa massa miserável 
migrou para as cidades, transformando-se num exército reserva 
de mão de obra abundante e barata. 
 
Modelo didático da máquina a vapor, de James Watt. 
 
 
 
 
 2 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
• o tear mecânico (1785), de Edmund Cartwright, movido a vapor. 
• o descaroçador mecânico (1792), de Eli Whitney, que separava o caroço da fibra de algodão, permitindo uma espantosa 
produtividade a baixo custo. 
• o navio a vapor (1807), de Robert Fulton, permitindo maior rapidez aos transportes fluviais e marítimos. 
• a locomotiva a vapor (1814), de George Stephenson, trazendo maior rapidez aos transportes terrestres. 
AS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Para fins didáticos, costuma-se dividir a Revolução Industrial em dois momentos, cada um com suas características: 
• Primeira Revolução Industrial 
- de 1760 a 1860; 
- circunscrita à Inglaterra e poucos países da Europa Ocidental; 
- conhecida como a “era do carvão e do ferro”; 
- o carvão era a principal fonte de energia; 
- o ferro era o principal produto da indústria de base. 
• Segunda Revolução Industrial 
- de 1860 a 1914; 
- a expansão da industrialização atinge praticamente toda a Europa Ocidental, EUA e Japão; 
- conhecida como a “era do aço e da eletricidade”; 
- a eletricidade era a principal fonte de energia; 
- o aço era o principal produto da indústria de base. 
AS TRANSFORMAÇÕES PRODUZIDAS PELA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
A Revolução Industrial consolidou definitivamente o capitalismo e o 
trabalho assalariado, separando de vez capital e trabalho. 
Proporcionou o nascimento da classe operária e possibilitou a 
polarização da mesma com a burguesia. 
As manufaturas foram substituídas gradativamente pelas fábricas, 
caracterizadas pela mecanização no processo produtivo, que 
passou a ser em massa e em série. O trabalho dos artesãos sofreu 
desvalorização, acarretando a falência das manufaturas e 
corporações de ofícios. 
A divisão e especialização do trabalho promoveram a alienação 
doproletariado em relação ao processo produtivo. Especializando-se 
em operar uma determinada máquina, o operário se transformou 
numa espécie de robô, sujeito à monotonia que os repetitivos 
movimentos na operação das máquinas impunham. 
Nas indústrias têxteis inglesas predominava o trabalho de mulheres 
e crianças, mais barata e tida como mais dócil e obediente pelos 
empresários. Não havia legislação trabalhista que estabelecessem garantias ou direitos legais à classe trabalhadora. 
De acordo com o historiador americano Edmund Wilson, em Rumo à Estação Finlândia, a crescente demanda “(...) de mulheres e crianças 
nas fábricas fazia com que muitos chefes de família se tornassem desempregados crônicos, prejudicava o crescimento das meninas, 
facilitava o nascimento de filhos de mães solteiras e ao mesmo tempo obrigava as jovens mães a trabalharem grávidas ou antes de se 
recuperarem plenamente do parto, terminando por encaminhar muitas delas à 
prostituição; as crianças, que começavam a trabalhar nas fábricas aos cinco ou seis 
anosde idade, recebiam pouca atenção das mães, que também passavam o dia 
inteiro na fábrica, e nenhuma instrução de uma sociedade que só queria delas que 
executassem operações mecânicas; quando deixavam-nas sair das verdadeiras 
prisões que eram as fábricas, as crianças caíam exaustas, cansadas demais para 
lavar-se ou comer, quanto mais estudar ou brincar – às vezes cansadas demais até 
para ir para casa.” 
As jornadas de trabalho eram extensas (em média de 15 horas diárias, sem 
descanso semanal remunerado ou férias), as condições de traba-lho precárias e os 
salários extremamente baixos. Acidentes de trabalho eram comuns e os operários 
vitimados pela mutilação de dedos e outros membros não tinham direito a nenhum 
tipo de indenização. 
Essas condições de trabalho e de vida levaram a classe operária a se organizar em torno de movimentos e/ou ideologias em favor dos seus 
direitos e interesses, como veremos no próximo capítulo. 
A paisagem urbana também foi afetada pela industrialização. Segundo Hobsbawm, a típica cidade industrial era “(...) uma cidade de 
tamanho médio, mesmo por padrões atuais, embora (...) algumas cidades (que tendiam a ser muito grandes) também se tornaram centros 
maiores de produção (...). A nova região industrial típica tomava em geral a forma de pequenas vilas, que se transformavam em pequenas 
cidades, que depois se desenvolviam transformando-se em grandes cidades.” 
 
Instalações de uma fábrica do século XIX. No primeiro plano, aquele que 
parece ser o dono. Atente as condições do ambiente e a postura disciplinada e 
subserviente dos operários. 
 
Flagrante de crianças operárias nos EUA, século XIX. 
Aula 19 – Revolução Industrial 
 
 
 
 
 
3 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Friedrich Engels, em A situação da classe trabalhadora na 
Inglaterra, descreve o cenário de um bairro dessas cidades 
industriais: “É uma massa de casas de três ou quatro andares, 
construídas sem plano, com ruas tortuosas, estreitas e sujas onde 
reina uma animação tão intensa como nas principais ruas que 
atravessam a cidade com a diferença que (...) só se vêem pessoas 
da classe operária. O mercado está instalado nas ruas: cestos de 
legumes e de frutos, todos naturalmente de má qualidade, e 
dificilmente comestíveis, ainda reduzem a passagem e deles 
emana, bem como dos açougues, um cheiro repugnante. As casas 
são habitadas dos porões aos desvãos, são tão sujasno exterior 
como no interior e têm um tal aspecto que ninguém as desejaria 
habitar. Mas isto não é nada comparado às habitações nos 
corredores e vielas transversais onde se chega através de 
passagens cobertas, e onde a sujeira e a ruína ultrapassam a 
imaginação; não se vê, por assim dizer, um único vidro inteiro, as 
paredes estão leprosas, os batentes das portas e os caixilhos das 
janelas estão quebrados ou descolados, as portas – quando 
existem – são feitas de pranchas velhas pregadas umas às outras 
(...). Em toda parte montes de detritos e de cinzas, e as águas 
vertidas em frente às portas acabam por formar charcos. É aí que 
habitam os mais pobres, os trabalhadores mais mal pagos, com os 
ladrões (...) e as vítimas da prostituição, todos misturados.” 
Em contrapartida, a classe burguesa habitava em magníficas e 
luxuosas casas localizadas em largas alamedas, os boulevares, 
margeadas por jardins bem cuidados, em zonas exclusivamente 
residenciais, distantes da sujeira, do barulho e do burburinho dos 
bairros operários. 
HISTÓRIA E ARTE 
Pintado por Vincent Van Gogh (1885), durante a fase em que o 
artista se encontrava sob a influência do realismo, “Os Comedores 
de Batatas” denuncia a miséria das famílias trabalhadoras do 
século XIX. 
 
 
Para conferir realismo à obra, Van Gogh destacou traços 
grosseiros nos trabalhadores, explorando os tons escuros, típicos 
da luminosidade barroca. Para Van Gogh, a escuridão também 
poderia ser considerada uma cor, por isso os trabalhos que o pintor 
produziu nessa fase são escuros e pesados. 
Vincent trabalhou as sombras com outros tons que, junto ao interior 
pouco iluminado pelo lampião, dão um aspecto frio ao ambiente. 
LEITURA COMPLEMENTAR I: O SISTEMA DE TRABALHO 
O escritor norte-americano Leo Huberman, em História da riqueza 
do homem, apresenta uma classificação quanto à evolução do 
sistema de trabalho, do período medieval à Revolução Industrial: 
1 – Sistema familiar: os membros de uma família produzem artigos 
para o seu consumo, e não para a venda. O trabalho não se fazia 
com o objetivo de atender ao mercado. Princípio da Idade Média. 
2 – Sistema de corporações: produção realizada por mestres 
artesãos independentes, com dois ou três empregados, para o 
mercado, pequeno e estável. Os trabalhadores eram donos tanto 
da matéria prima que utilizavam como das ferramentas com que 
trabalhavam. Não vendiam o trabalho, mas o produto do trabalho. 
Durante toda a Idade Média. 
3 – Sistema doméstico: produção realizada em casa para um 
mercado em crescimento, pelo mestre-artesão com ajudantes, tal 
como no sistema de corporações. Com uma diferença importante: 
os mestres já não eram independentes; tinham ainda a propriedade 
dos instrumentos de trabalho, mas dependiam, para a matéria 
prima, de um empreendedor que surgira entre eles e o consumidor. 
Passaram a ser simplesmente tarefeiros assalariados. Do século 
XVI ao XVIII. 
4 – Sistema fabril: produção para um mercado cada vez maior e 
oscilante, realizada fora de casa, nos edifícios do empregador e 
sob uma rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam 
completamente sua independência. Não possuem a matéria prima, 
como ocorria no sistema de corporações, nem os instrumentos, tal 
como no sistema doméstico. A habilidade deixou de ser tão 
importante como antes, devido ao maior uso da máquina. O capital 
tornou-se mais necessário do que nunca. Do século XIX até hoje.” 
LEITURA COMPLEMENTAR II: OUTRO OLHAR SOBRE A 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Uma história bem conhecida da Revolução Industrial é a dos 
trabalhadores “ludistas”, aqueles que se revoltaram contra as 
máquinas por acharem que elas destruíam empregos e impunham 
uma concorrência desleal. Esses protestos são tão antigos quanto 
as primeiras máquinas. Tão logo o carpinteiro e tecelão James 
Hargreaves começou a vender sua fiandeira jenny, vizinhos e 
colegas invadiram sua casa e destruíram os equipamentos. Os 
quebra-quebras ganharam força a partir de 1811, quando 
costureiros da cidade Nottingham se armaram com machados e 
porretes, invadiram fábricas de tecidos e arruinaram 60 fiandeiras 
mecânicas. 
Basta olhar para o lado para constatar como os ludistas 
fracassaram. Daquela época até hoje, as fábricas foram tomadas 
por uma onda inescapável de engrenagens, máquinas, motores 
elétricos, esteiras rolantes, computadores e robôs; as cidades 
passaram a abrigar carros, trens, tratores, aviões e lâmpadas 
elétricas; o celular no bolso das pessoas tem processadores mil 
vezes mais potentes que os usados na Apollo 11. E qual foi o 
resultado desse enorme fracasso dos protestos dos trabalhadores? 
O contrário do que eles imaginaram. O número de empregos na 
Inglaterra (cerca de 6 milhões em 1750) não só não caiu como 
acompanhou o enorme crescimento populacional, chegando a 30 
milhões hoje. Foi uma elevação tão intensa que os ingleses – e 
boa parte dos países industrializados – precisaram contratar 
estrangeiros para cumprir a demanda por empregos. 
O erro da idéia de que as máquinas roubam empregos é achar que 
os desejos humanos, e os empregos para satisfazer esses 
desejos, são finitos. Desse ponto de vista, se uma máquina tira a 
função de um artesão, não vai sobrar outra atividade para 
sustentá-lo. Quem primeiro espalhou esse equívoco foi Karl Marx. 
“O instrumento de trabalho, quando toma a forma de uma máquina, 
se torna imediatamente um concorrente do operário. A expansão 
do capital por meio da máquina está na razão direta do número de 
trabalhadores cujas condições de existência ela destrói”, escreveu 
ele. 
 
 
 
 4 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
Não é nenhum milagre o fato de que, desde os primeiros protestos 
ludistas até hoje, o número de empregos cresceu tanto quanto o de 
máquinas. A produção em série diminuiu o custo dos produtos que 
ficaram acessíveis a mais pessoas ao redor do mundo, que criaram 
uma demanda maior, que só pode ser cumprida com mais 
trabalhadores para operar as máquinas, mais vendedores, 
maquinistas e marinheiros para transportá-las, mais operários para 
construir as próprias máquinas, assim como trens, navios etc. É o 
caso da produção de roupas. Feitos a mão, casacos e vestidos 
custavam quase o salário de um ano de um empregado doméstico 
e constavam em testamentos e heranças. A concorrência livre e a 
mecanização fizeram o preço das roupas baixar continuamente. 
Com mais gente podendo comprar roupa, mais fábricas foram 
construídas. Em 1820, já havia na Inglaterra mais de 1.200 fábricas 
de tecidos de algodão, 1.300 de lã e mais de 600 moinhos de linho 
e seda. 
Além disso, a mão de obra das pessoas que perderam o emprego 
para teares movidos a vapor no século 19 ou tratores nas fazendas 
do século 20 foi liberada para atividades mais produtivas ou 
criativas. É verdade que a “destruição criativa” das inovações 
provoca falências de empresas, demissões, migrações, uma 
completa instabilidade e reorganização do trabalho. Mas, no fim 
das contas, há um benefício para todos. “A grande causa do 
aumento dos padrões de vida das nações industrializadas é o 
capital sendo usado para substituir trabalho, afirma o economista 
americano Walter Williams. O exemplo mais evidente disso é o 
sistema de produção de alimentos. Nos Estados Unidos do fim do 
século 18, mais de 90% das pessoas trabalhavam nos campos de 
cultivo e pecuária. Para que alimentos chegassem à boca de quase 
4 milhões de habitantes, era preciso que 19 a 20 americanos 
adultos trabalhassem nas fazendas. Dois séculos depois, a 
mecanização da agricultura liberou 18 deles: hoje, apenas um em 
cada 20 trabalhadores americanos contribui para cultivar alimentos 
aos mais de 300 milhões de habitantes. O que aconteceria se 
alguma lei do governo proibisse a introdução de máquinas no 
campoe impedisse as demissões nas plantações e fazendas? 
Vale imaginar um pouco mais: e se os manifestantes ingleses 
tivessem conseguido que o governo proibisse máquinas para 
preservar empregos? 
O resultado seria que os descendentes daqueles trabalhadores 
teriam hoje uma vida imensamente mais difícil. Não só os 
alimentos e as roupas custariam mais, como não haveria gente 
para projetar edifícios, carros, telefones celulares, máquinas de 
lavar roupa, sistemas de internet e para escrever livros. Nada de 
iluminação elétrica na rua, em respeito ao emprego dos 
acendedores de lampião a gás (que trabalharam no Rio de Janeiro 
até 1933). Páginas da internet não poderiam mostrar mapas de 
graça, para não acabar com o trabalho dos cartógrafos. Seria 
preciso ligar para uma telefonista para completar cada ligação 
telefônica, pagar a ascensoristas nos elevadores não 
automatizados, passar a maior parte do tempo na roça cultivando 
os próprios alimentos e usar o fim de semana para tricotar 
casacos, já que as roupas continuariam pouco acessíveis aos 
pobres. Ou esperar meses até que elas chegassem à cidade por 
meio do sistema de carroças (em respeito ao emprego dos 
fabricantes de carroça e dos criadores de cavalo, trens e 
caminhões de carga seriam banidos). Por causa de uma lei 
imposta pelos sindicatos do transporte coletivo para evitar 
demissões, todo ônibus urbano teria, além do motorista, um 
entediado cobrador (ops, esse ainda existe). 
As pessoas que perdem o emprego para as máquinas não são 
vítimas do progresso. São consumidores que usufruem dos 
prazeres infinitos que a inovação, a concorrência desleal e as 
máquinas tornaram acessíveis. 
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do mundo. São 
Paulo: Leya, 2013, p. 106-110. 
LEITURA COMPLEMENTAR III: DEPOIMENTO 
Perante uma comissão do Parlamento inglês, em 1816, John Moss, 
capataz de aprendizes numa tecelagem de algodão, prestou o 
depoimento a seguir, acerca das condições de trabalho envolvendo 
crianças: 
Eram aprendizes órfãos? – Todos aprendizes órfãos. 
E com que idade eram admitidos? – Os que vinham de Londres 
tinham entre 7 e 11 anos. Os que vinham de Liverpool tinham de 8 
a 15 anos. 
Até que idade eram aprendizes? – Até 21 anos. 
Qual o horário de trabalho? – De 5 da manhã até 8 da noite. 
Quinze horas diárias era um horário normal? – Sim 
Quando as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão, 
tinham as crianças, posteriormente, de trabalhar mais para 
recuperar o tempo parado? – Sim. 
As crianças ficavam de pé ou sentadas para trabalhar? – De pé. 
Durante todo o tempo? – Sim. 
Havia acidentes nas máquinas com as crianças? – Muito 
frequentemente.” 
(HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 
191.) 
LEITURA COMPLEMENTAR IV: O TRABALHO DAS MULHERES 
Depoimento de Betty Harris, 37 anos: 
Casei-me aos 23 anos, e foi somente depois de casada que eu 
desci à mina; não sei ler nem escrever. Trabalho para Andrew 
Knowles, da Little Bolton (Lancashire). Puxo pequenos vagões de 
carvão; trabalho das 6 da manhã às 6 da tarde. Há uma pausa de 
cerca de uma hora, ao meio dia, para o almoço; dão-me pão e 
manteiga, mas nada para beber. Tenho dois filhos, porém eles são 
jovens demais para trabalhar. Eu puxava esses vagões, quando 
estava grávida. Conheci uma mulher que voltou para casa, se 
lavou, se deitou, deu à luz e retornou o trabalho menos de uma 
semana depois. 
Tenho uma correia em volta da cintura, uma corrente que passa 
por entre as minhas pernas e ando sobre as mãos e os pés. O 
caminho é muito íngrime, e somos obrigados a segurar uma corda 
– e quando não há corda, nós nos agarramos a tudo o que 
podemos. Nos poços onde trabalho, há seis mulheres e meia dúzia 
de rapazes e garotas; é um trabalho muito duro para uma mulher. 
No local onde trabalho, a cova é muito úmida e a água sempre 
cobre os nossos sapatos. Um dia, a água chegou até minhas 
coxas. E o que cai do teto é terrível! Minhas roupas ficam 
molhadas durante quase o dia todo. Nunca fiquei doente em minha 
vida, a não ser na época dos partos. 
Estou muito cansada quando volto à noite para casa, às vezes 
adormeço antes de me lavar. Não sou mais tão forte como antes, 
mas não tenho mais a mesma resistência no trabalho. Puxei esses 
vagões até arrancar a pele; a correia e a corrente são ainda piores 
quando se espera uma criança.” 
(Depoimento extraído de um relatório parlamentar inglês, 1842.) 
CINEMATECA 
Filmes relacionados com o tema do capítulo: 
• A Nós, a Liberdade (1931), do diretor René Clair, estabelece um 
paralelo entre o trabalho forçado numa prisão e numa fábrica. 
Aula 19 – Revolução Industrial 
 
 
 
 
 
5 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
• Tempos Modernos (1936), dirigido por Charles Chaplin, 
apresenta uma crítica à exploração dos trabalhadores e sua 
transformação em ferramenta de trabalho. 
• Oliver Twist (1948), do diretor David Lean, narra a trajetória de 
um garoto de 12 anos, em meio à Revolução Industrial. 
• Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, retrata o cotidiano de 
uma comunidade de mineiros de carvão na França rural do século 
XIX. 
• Ver-te-ei no Inferno (1969), do diretor Martin Ritt, a trama gira 
em torno de uma comunidade de mineiros de origem irlandesa na 
Pensilvânia do século XIX. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
A expressão Revolução Industrial tem sido utilizada para designar um conjunto de transformações 
econômicas, sociais e tecnológicas que teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. 
Em pouco tempo, essas mudanças afetariam outros países da Europa e outros continentes, alterando 
definitivamente as relações entre as sociedades humanas. 
FIGUEIRA, D. G. "História". São Paulo: Ática, 2005. p. 193. 
 
Sobre a temática exposta no texto, pode-se inferir que 
a) a produção de tecidos foi um dos primeiros setores a desenvolver o processo industrializador 
juntamente com a metalurgia do aço. 
b) ao aumentar a produtividade de cada trabalhador, aumentou a oferta de mercadoria e, por 
consequência, possibilitou uma redução nos preços dos produtos. 
c) o sucesso da Revolução Industrial foi tão significativo que facilitou uma ampla melhoria das 
condições materiais da sociedade como um todo. 
d) a industrialização foi um processo urbano com poucas relações com o meio rural 
e) a indústria eliminou a produção artesanal e manufatureira na Europa. 
 
Questão 02 
"Um fato saliente chamou a atenção de Adam Smith, ao observar o panorama da Inglaterra: o 
tremendo aumento da produtividade resultante da divisão minuciosa e da especialização de trabalho. 
Numa fábrica de alfinetes, um homem puxa o fio, outro o acerta, um terceiro o corta, um quarto faz-lhe 
a ponta, um quinto prepara a extremidade para receber a cabeça, cujo preparo exige duas ou três 
operações diferentes: colocá-la é uma ocupação peculiar; prateá-la é outro trabalho. Arrumar os 
alfinetes no papel chega a ser uma tarefa especial; vi uma pequena fábrica desse gênero, com apenas 
dez empregados, e onde consequentemente alguns executavam duas ou três dessas operações 
diferentes. E embora fossem muito pobres, e portanto mal acomodados com a maquinaria necessária, 
podiam fazer entre si 48.000 alfinetes num dia, mas se tivessem trabalhado isolada e 
independentemente, certamente cada um não poderia fazer nem vinte, talvez nem um alfinete por dia." 
FARIA, Ricardo de Moura et all. "História". Vol. 1. Belo Horizonte: Lê, 1993. [adapt.]. 
 
O documento sobre a Revolução Industrial, na Inglaterra, 
a) relaciona a divisão de trabalho coma alta produtividade, situação bem diferente da produção 
artesanal característica da Idade Média. 
b) enfatiza o trabalho em série e as condições do trabalhador nas fábricas, reforçando a importância 
das leis trabalhistas, no início da Idade Moderna. 
c) demonstra que a produtividade está diretamente relacionada ao número de empregados da fábrica, 
ao contrário das Corporações de Ofício, em que a produção artesanal dependia do mestre. 
d) destaca a importância da especialização do trabalho para o aumento da produtividade, situação 
semelhante à que ocorria nas Corporações de Ofício, de que participavam aprendizes, oficiais e 
mestre. 
e) evidencia as ideias fisiocráticas e mercantilistas, ao realçar a divisão do trabalho, características 
marcantes da Revolução Comercial. 
 
Questão 03 
 
 
Anotações 
 
Aula 19 – Revolução Industrial 
 
 
 
 
 
7 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, 
considere as afirmativas a seguir: 
I. Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. A invenção 
da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o início das mudanças 
nos processos produtivos. 
II. O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização devido 
à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Comercial. 
III. Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e o de mineração. 
IV. As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a Alemanha, 
França e Estados Unidos ainda no Século XVIII recrutando operários com salários atrativos 
promovendo, assim, um intenso êxodo rural. 
Estão corretas 
a) apenas I, II e III. 
b) apenas I, II e IV. 
c) apenas II, III e IV. 
d) apenas I, III e IV. 
e) I, II, III e IV. 
 
Questão 04 
"O duque de Bridgewater censurava os seus homens por terem voltado tarde depois do almoço; estes 
se desculparam dizendo que não tinham ouvido a badalada da 1 hora, então o duque modificou o 
relógio, fazendo-o bater 13 badaladas." 
Este texto revela um dos aspectos das mudanças oriundas do processo industrial inglês no final do 
século XVIII e início do século XIX. A partir do conhecimento histórico, pode-se afirmar que 
a) os trabalhadores foram beneficiados com a diminuição da jornada de trabalho em relação à época 
anterior à revolução industrial. 
b) a racionalização do tempo foi um dos aspectos psicológicos significativos que marcou o 
desenvolvimento da maquinofatura. 
c) os empresários de Londres controlavam com mais rigor os horários dos trabalhadores, mas como 
compensação forneciam remuneração por produtividade para os pontuais. 
d) as fábricas, de modo em geral, tinham pouco controle sobre o horário de trabalho dos operários, 
haja vista as dificuldades de registro e a imprecisão dos relógios naquele contexto. 
e) os industriais criaram leis que protegiam os trabalhadores que cumpriam corretamente o horário de 
trabalho. 
 
Questão 05 
O aumento populacional, a Revolução Industrial e o crescimento das cidades proporcionaram novos 
estilos de vida, tanto para a classe média urbana quanto para a classe trabalhadora urbana. Sobre 
essas mudanças, pode-se afirmar que 
a) o principal investimento da maioria da classe trabalhadora era a educação dos filhos, pois garantia a 
mobilidade social. 
b) as moradias da classe média, localizadas nas proximidades das indústrias, simbolizavam lucro e 
prosperidade. 
c) o acesso ao mercado de trabalho, nas fábricas, restringiu-se às mulheres oriundas da classe média, 
enquanto as de classe baixa dedicavam-se ao trabalho doméstico. 
d) a contratação de mulheres e crianças, em lugar dos homens, provocava desagregação no sistema 
de vida familiar. 
e) o aumento da produção de bens duráveis (eletrodomésticos) garantiu o acesso a esses produtos 
por parte dos operários. 
 
Questão 06 
 
 
Anotações 
 
 
 
 
 8 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
 
Cenas do filme Tempos Modernos (Modern Times), EUA, 1936, Direção: Charles Chaplin, Produção: Continental. 
 
A figura representada por Charles Chaplin critica o modelo de produção do início do século XX, nos 
Estados Unidos da América, que se espalhou por diversos países e setores da economia e teve como 
resultado 
a) a subordinação do trabalhador à máquina, levando o homem a desenvolver um trabalho repetitivo. 
b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência funcional para cada homem em seu posto de 
trabalho. 
c) a organização do trabalho que possibilitou ao trabalhador o controle sobre a mecanização do 
processo de produção. 
d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento da produção conjugado com a diminuição das 
áreas de estoque. 
e) as novas técnicas de produção que provocaram ganhos de produtividade, repassados aos 
trabalhadores como forma de eliminar as greves. 
 
Questão 07 
Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa 
produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução 
tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas 
consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução 
Industrial, as quais incluem 
a) a erradicação da fome no mundo. 
b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. 
c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos. 
d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. 
e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização. 
 
Questão 08 
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de 
pessoas é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento da 
destreza de cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de 
uma operação para outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o 
trabalho e reduzem o tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho 
de muitos. 
(Adam Smith. “Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776)”. In: Adam 
Smith/Ricardo. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.) 
 
O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no 
contexto da Revolução Industrial: 
a) a introdução de máquinas, a valorização do artesanato e o aparecimento da figura do patrão. 
b) o aumento do mercado consumidor, a liberdade no emprego do tempo e a diminuição na exigência 
de mão de obra. 
c) a escassez de mão de obra qualificada, o esforço de importação e a disciplinarização do 
trabalhador. 
d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de ponto e a melhoria do sistema de 
distribuição de mercadorias. 
e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a maquinização da produção. 
 
 
Anotações 
 
Aula 19 – Revolução Industrial 
 
 
 
 
 
9 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 
Leia as informações a seguir. 
Em meados do século XVIII, James Watt patenteou na Inglaterra 
seu invento, sobre o qual escreveu a seu pai: “O negócio a que me 
dedico agora se tornou um grande sucesso. A máquina de fogo 
que eu inventei está funcionando e obtendo uma resposta muito 
melhor do que qualquer outra que tenha sido inventada atéagora”. 
Disponível em: <http://www.ampltd.co.uk/digital_guides/ind-rev-series-3-parts-1-to-
3/detailed-listing-part-1.aspx>. Acesso em: 29 out. 2012. (Adaptado). 
 
A revolução histórica relacionada ao texto, a fonte primária de 
energia utilizada em tal máquina e a consequência ambiental de 
seu uso são, respectivamente, 
a) puritana, gás natural e aumento na ocorrência de inversão 
térmica. 
b) gloriosa, petróleo e destruição da camada de ozônio. 
c) gloriosa, carvão mineral e aumento do processo de desgelo das 
calotas polares. 
d) industrial, gás natural e redução da umidade atmosférica. 
e) industrial, carvão mineral e aumento da poluição atmosférica. 
 
Questão 02 
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava 
em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas 
lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua 
ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e 
os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a 
escravização do homem que seu poder. 
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). 
 
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos 
ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as 
características das cidades industriais no início do século XIX? 
a) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas 
transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre 
iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. 
b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano 
aumentava a eficiência do trabalho industrial. 
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de 
transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das 
periferias até as fábricas. 
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas 
revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, 
transformando as cidades em locais de experimentação estética e 
artística. 
e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais 
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por 
péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 
 
Questão 03 
O consumo diário de energia pelo ser humano vem crescendo e se 
diversificando ao longo da História, de acordo com as formas de 
organização da vida social. O esquema apresenta o consumo 
típico de energia de um habitante de diferentes lugares e em 
diferentes épocas. 
 
 
Segundo esse esquema, do estágio primitivo ao tecnológico, o 
consumo de energia per capita no mundo cresceu mais de 100 
vezes, variando muito as taxas de crescimento, ou seja, a razão 
entre o aumento do consumo e o intervalo de tempo em que esse 
aumento ocorreu. O período em que essa taxa de crescimento foi 
mais acentuada está associado à passagem 
a) do habitante das cavernas ao homem caçador. 
b) do homem caçador à utilização do transporte por tração animal. 
c) da introdução da agricultura ao crescimento das cidades. 
d) da Idade Média à máquina a vapor. 
e) da Segunda Revolução Industrial aos dias atuais. 
 
Questão 04 
"... Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro 
corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do 
alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 
operações diferentes, ..." 
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas 
Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Culturas, 1985. 
 
A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes 
afirmações: 
I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são 
submetidos os operários. 
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à 
produção artesanal. 
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial 
não depende do conhecimento de todo o processo por parte do 
operário. 
Dentre essas afirmações, apenas 
a) I está correta. d) I e II estão corretas. 
b) II está correta. e) I e III estão corretas. 
c) III está correta. 
 
Questão 05 
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos 
mantêm na miséria? 
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos 
tiranos vestem? 
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses 
 
 
 
 10 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem 
vosso sangue? 
SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do 
Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 
 
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico 
Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições 
socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante 
a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada 
a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada na riqueza 
dos patrões. 
b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços 
nas indústrias. 
c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo 
proletariado. 
d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. 
e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam. 
 
Questão 06 
Considere o papel da técnica no desenvolvimento da constituição 
de sociedades e três invenções tecnológicas que marcaram esse 
processo: invenção do arco e flecha nas civilizações primitivas, 
locomotiva nas civilizações do século XIX e televisão nas 
civilizações modernas. 
A respeito dessas invenções são feitas as seguintes afirmações: 
I - A primeira ampliou a capacidade de ação dos braços, 
provocando mudanças na forma de organização social e na 
utilização de fontes de alimentação. 
II - A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte, 
ampliando possibilidades de locomoção e provocando mudanças 
na visão de espaço e de tempo. 
III - A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo 
apenas participação passiva do ser humano, não provocou 
mudanças na sua forma de conceber o mundo. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
Questão 07 
O modelo T foi um sucesso. Ford aprimorou seus métodos de 
produção reduzindo o trabalhador a uma mera engrenagem, 
diminuindo o tempo de montagem – em fins de 1913 o tempo de 
produção os chassis passara de 12 horas e meia para duas horas 
e quarenta minutos – e baixando os preços. Ford aumentou os 
salários e reduziu a carga horária. Um modelo T saia da linha de 
montagem a cada 24 segundos e o preço estava em 290 dólares 
quando sua produção foi interrompida em 1927. 
FURTADO, Peter. 1001 dias que abalaram o mundo. Rio de Janeiro: Sextante, 
2009, p.629. 
 
A respeito das inovações técnicas introduzidas nas fábricas de 
Henry Ford a partir de 1908 pode-se inferir que 
a) os resultados obtidos deveram-se muito mais a uma nova 
disciplinarização da mão de obra do que da tecnologia das 
máquinas. 
b) não foram capazes de serem aplicados em outros tipos de 
produção, ficando restritas ao setor automobilístico. 
c) a difusão do modelo fordista garantiu o aumento significativo dos 
salários dos trabalhadores europeus. 
d) tornaram-se hegemônicas dentro da organização das fábricas 
capitalistas sem nenhum tipo de sistema concorrente até a 
atualidade. 
e) ao baratearem excessivamente os preços contribuíram para a 
estagnação do capitalismo nas décadas de 30 a 70 do século XX. 
 
Questão 08 
 
 
Uma rua de um bairro pobre de Londres (Dubley Street); gravura de Gustave Doré 
de 1872. (fonte: BENEVOLO, 1999) 
 
A gravura do artista remete a um momento de grande ruptura 
tecnológica e social ocorrida na Inglaterra como se depreende em 
uma das afirmativas abaixo: 
a) A população também foi beneficiada de imediato pelosavanços 
da criação de novas máquinas. 
b) Aqueles que passavam necessidade eram na maioria pessoas 
que não buscavam trabalho nas indústrias. 
c) A falta de emprego gerada pelo avanço das máquinas gerou 
fome e miséria por toda Inglaterra durante o século XVIII. 
d) A pobreza e a miséria eram vistas apenas nos bairros mais 
pobres não chegando a afetar as altas classes sociais protegidas 
em seus castelos. 
e) A burguesia tentando amenizar as crises sociais, rapidamente 
ampliou os direitos e salários dos trabalhadores. 
 
Questão 09 
O assalariado na sociedade capitalista é um homem livre. Não 
pertence a um dono, como na escravidão, nem está preso ao solo, 
como no regime feudal da servidão. (...) ele foi “libertado” não só 
do senhor, mas também dos meios de produção. Vimos como os 
meios de produção (terra, instrumentos, máquinas etc.) passaram 
a ser propriedade de um pequeno grupo e já não eram distribuídos 
geralmente entre todos os trabalhadores. Os que não são donos 
dos meios de produção só podem ganhar a vida empregando-se – 
por salários – aos que são donos. É evidente que o trabalhador 
não se vende ao capitalista (isso faria dele um escravo), mas 
vende a única mercadoria que possui – sua capacidade de 
trabalhar, sua força de trabalho. 
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21. ed. Rio de Janeiro: LTC, 
1959. 
 
A descrição do mundo do trabalho e da propriedade dos meios de 
produção retratados no texto acima se refere ao contexto histórico 
a) das grandes navegações, quando o capitalismo comercial se 
consolidou como meio de produção, impondo o modelo de trabalho 
assalariado. 
b) do nascimento das corporações de ofícios nas cidades 
medievais, que baniu o trabalho escravo da sociedade europeia. 
c) do renascimento comercial e urbano europeu, na Baixa Idade 
Média, quando o trabalho servil foi substituído pelo modelo 
assalariado. 
Aula 19 – Revolução Industrial 
 
 
 
 
 
11 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
d) da revolução industrial, onde a alienação do trabalhador facilitou 
o processo de acumulação de riquezas pela burguesia. 
e) do entre guerras do século XX, quando todos os resquícios do 
feudalismo foram banidos da Europa, em função do 
desmembramento dos impérios continentais europeus. 
 
Questão 10 
Considere a gravura. 
Fundição de cobre em Swansea, Gales, século XIX 
 
(In: Divalte Garcia Figueira. "História". São Paulo: Ática, 2005. p. 193) 
A partir da segunda metade do século XVIII, as chaminés 
expelindo rolos de fumaça, como as da gravura, passaram a fazer 
parte da paisagem de algumas regiões inglesas, alterando o 
equilíbrio natural. Essas chaminés eram, na verdade, apenas parte 
mais visível da fábrica que alterou completamente a sociedade 
humana. Dentre as alterações econômicas e sociais advindas do 
fenômeno apresentado na gravura, pode-se destacar 
a) o processo de desconcentração urbana, haja vista a decisão da 
burguesia de construir as unidades fabris longe dos centros 
urbanos. 
b) a melhoria do padrão de vida do trabalhador fabril, já que a 
máquina o libertou das condições degradantes do trabalho rural. 
c) a preocupação do poder público com a questão ambiental, 
impondo rapidamente uma legislação que eliminou os efeitos da 
poluição ambiental. 
d) a redução do lucro dos capitalistas ingleses porque eram 
obrigados a pagar elevadas indenizações aos operários que 
adoeciam nas fábricas. 
e) o crescimento populacional próximo às fábricas, dando origem a 
graves problemas de urbanização, como a proliferação de cortiços. 
 
Questão 11 
Leia os dois textos seguintes. 
"No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido 
pela referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-
sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda 
dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações 
de exatidão, sem inquietações de produtividade". 
(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na 'crise' do século XIV".) 
 
"Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores 
faziam conosco o que queriam. Normalmente os relógios das 
fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em 
lugar de serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados 
para o engano e a opressão". 
(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.) 
 
Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do 
trabalho, pode-se citar: 
a) a predominância no campo de uma relação próxima entre 
empregadores e assalariados, uma vez que as atividades agrárias 
eram regidas pelos ritmos da natureza. 
b) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que 
permitiram racionalizar o dia de trabalho, que passa a ser calculado 
em horas no campo e na cidade. 
c) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, 
que originou uma nova disciplina e percepção do tempo, regida 
pela lógica da produtividade. 
d) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros 
obtidos a partir da exploração do trabalhador, e os industriais, que 
aumentavam as jornadas. 
e) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses 
sobre as terras, e a burguesia, que defendia o êxodo rural e a 
industrialização. 
 
Questão 12 
Analise os três textos seguintes. 
Eu vi o ferro incandescente sair da fornalha; eu o vi como se tecer 
em barras e fitas, com uma velocidade e facilidade que pareciam 
maravilhosas. 
(Engenheiro James Nasmyth, 1830) 
 
... como parecia estranho viajar naquilo, sem nenhuma causa 
visível do avanço a não ser a máquina mágica, com sua flutuante 
exalação branca e marcha ritmada, invariável, entre aquelas 
paredes rochosas ... Senti como se nenhum conto de fadas fosse 
tão maravilhoso quanto a metade do que via. 
(Atriz Fanny Kemble, 1829) 
 
Pobreza, pobreza, pobreza, em perspectivas quase infindáveis: e 
carência e desgraça cambaleando de braços dados por essas ruas 
miseráveis ... Ali, cerca de quinze pés abaixo da calçada, 
agachada numa imundice indescritível, com a cabeça inclinada, 
estava a figura do que fora uma mulher. Seus braços azuis cingiam 
no colo lívido duas coisas mirradas como crianças, que se 
inclinavam em direção a ela, uma de cada lado. A princípio eu não 
sabia se estavam vivas ou mortas. 
(Herman Melville, 1839) 
 
O contexto histórico dos textos apresentados refere-se 
a) ao conflito entre capital e trabalho, na cidade e no campo, 
provocado por migrações e pobreza nas pequenas cidades 
inglesas, onde estavam os antigos centros manufatureiros. 
b) ao grande desenvolvimento industrial norte-americano e à 
pobreza vivida por operários na cidade de Nova Iorque. 
c) à segunda etapa da Revolução Industrial, realizada pela 
expansão da indústria do aço, e ao empobrecimento da população 
como consequência das revoltas operárias. 
d) à expansão do imperialismo inglês na África e à miséria 
desencadeada pela imposição às populações locais de um modo 
de vida urbano e segregacionista. 
e) às contradições geradas pela Revolução Industrial inglesa, que 
promoveu desenvolvimento tecnológico e, ao mesmo tempo, gerou 
desemprego e pobreza. 
 
Questão 13 
"Estas ruas são em geral tão estreitas que se pode saltar de uma 
janela para a da casa em frente, e os edifícios apresentam por 
outro lado uma tal acumulação de andares que a luz mal pode 
penetrar no pátio ou na ruela que os separa. Nesta parte da cidade 
não há nem esgotos nem lavabos públicos (...) nas casas, e é por 
isso que as imundícies, detritos ou excrementos de, pelo menos, 
 
 
 
 12 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
50.000 pessoas são lançados todas as noites nas valetas (...) que 
não só ferema vista e o olfato, como, por outro lado, representam 
um perigo extremo para a saúde dos habitantes. (...) Os 
alojamentos da classe pobre são em geral muito sujos e 
aparentemente nunca são limpos (...) e compõem-se, na maior 
parte das casas, de uma única sala 
 
(...) que muitas vezes é úmida e fica no subsolo, sempre mal 
mobiliada e perfeitamente inabitável, a ponto de um monte de 
palha servir frequentemente de cama para uma família inteira, 
cama onde se deitam, numa confusão revoltante, homens, 
mulheres, velhos e crianças." 
(The Artisan, 1843. In: Friedrich Engels. A Situação da classe trabalhadora na 
Inglaterra. Tradução Porto: Afrontamento, 1975. p.69.) 
 
O artigo da revista inglesa mostra as contradições de vida 
a) dos camponeses que trabalhavam no interior das propriedades 
burguesas logo após a realização dos cercamentos das terras. 
b) dos trabalhadores artesãos que viviam na periferia das cidades 
industriais, exercendo, com seus próprios instrumentos, atividades 
em pequenas oficinas. 
c) das famílias dos operários, que se aglomeravam nas cidades 
industriais a partir da Revolução Industrial. 
d) dos mendigos de Londres que viviam marginalizados na 
sociedade porque não se adaptavam ao trabalho disciplinado da 
fábrica. 
e) dos desempregados, já que não conseguiam pagar os aluguéis 
das habitações sanitárias pelos industriais para as famílias 
operárias. 
 
Questão 14 
"É curioso que quando a fabricação de algodão apenas começava, 
todas as operações, desde o preparo da matéria-prima até a sua 
transformação em tecido, se completavam sob o teto da cabana do 
tecelão. O processo da manufatura determinou que o fio seria fiado 
nas fábricas e seria tecido nas cabanas. Na época atual, quando a 
manufatura chegou a sua etapa de maturidade, todas as 
operações voltam a realizar-se em um único edifício, recorrendo-se 
a meios superiores e máquinas mais complexas." 
Guest, O efeito do tear mecânico sobre a produção. 
 
O fragmento de texto anteriormente transcrito se refere: 
a) à consolidação das estruturas capitalistas de produção, com a 
valorização do trabalho artesanal. 
b) às transformações verificadas na produção a partir da chamada 
segunda fase da Revolução Industrial. 
c) ao processo de evolução da produção têxtil, observado a 
Inglaterra durante a transição feudal/capitalista. 
d) ao desenvolvimento de um sistema econômico fundamentado no 
trabalho de produtores autônomos. 
e) à queima de etapas perceptível na industrialização dos 
chamados países capitalistas de segunda geração. 
 
Questão 15 
Analise os textos: 
A indústria foi modernizada na Inglaterra, durante o século XIX, 
mas os velhos métodos de exploração do trabalho não mudaram: 
as jornadas de trabalho foram prolongadas e os salários 
diminuídos, fazendo crescer os lucros, especialmente nas minas de 
carvão, com o trabalho infantil. Os escrúpulos humanitários 
resumiram-se às casas para trabalhadores desvalidos, sobre as 
quais escreveu Charles Dickens, em Oliver Twist: ‘os pobres têm 
duas escolhas, morrer de fome lentamente se permanecem no 
depósito, ou de repente, se saem de lá’. 
ARRUDA, J. Nova História Moderna e Contemporânea. Bauru, SP: Edusc 2005, v. 
2, p. 40. 
 
Quando examinei as três cabanas de barro que servem de hospital 
aos nativos em Leopoldville, todas deterioradas e duas com o teto 
de palha praticamente destruído, encontrei dezessete pacientes 
com doença do sono, homens e mulheres, jogados na pior sujeira. 
A maioria jazia no chão nu – muitos do lado de fora, em frente às 
casas e, pouco antes da minha chegada, uma mulher em estágio 
final de insensibilidade tinha caído no fogo e se queimado 
horrivelmente. 
FARIA, R.; MIRANDA, M., CAMPOS, H. Estudos de História, 2. São Paulo: FTD, 
2009, p. 178. (adaptado) 
 
Os textos relatam duas manifestações do(a) 
a) racismo dos europeus em relação aos nativos africanos. 
b) espoliação dos trabalhadores na etapa imperialista do 
capitalismo. 
c) falência das políticas assistenciais propostas pelos socialistas. 
d) despreparo das autoridades para lidar com moléstias pouco 
conhecidas. 
e) insuficiência da missão civilizadora restringida à dimensão 
religiosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL 
Prof. Monteiro Jr. 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICOS DO SÉCULO XIX 
INTRODUÇÃO 
As palavras que abrem este capítulo são as últimas da obra Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, publicada pela primeira 
vez em 1848. Ela retrata e, ao mesmo tempo, resume o espírito de uma época, em que o proletariado começava a se organizar na busca 
por melhores condições de vida e de trabalho. É nesse período, século XIX, que se multiplicam as ideologias e os movimentos em defesa 
da classe trabalhadora. 
De acordo com o historiador Edward Burns, tanto as idéias de Marx e Engels como a de outros pensadores que defendiam os interesses da 
burguesia (os teóricos do liberalismo) são historicamente importantes: “Em primeiro lugar, as idéias ajudaram muitos homens e mulheres a 
compreender melhor a nova ordem social que havia surgido após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, e o papel que poderiam 
representar, como membros de uma classe, naquela ordem. Em segundo lugar, as próprias idéias contribuíram para inspirar as mudanças 
e acontecimentos concretos – de natureza política, social e econômica (...).” 
A PRIMEIRA REAÇÃO DOS TRABALHADORES 
O avanço da industrialização e a intensa exploração do operariado, submetido 
a longas jornadas diárias, baixos salários e condições insalubres no locais de 
trabalho produziram, no fim do século XVIII, sua primeira reação. Trata-se do 
ludismo, movimento que também ficou conhecido como o dos quebradores 
de máquinas. De acordo com o filósofo e pensador italiano Norberto Bobbio, 
em Dicionário de Política, “(...) o nome tem origem no lendário movimento 
‘Nedd Ludd’ (conforme a tradição, teria sido ele o primeiro operário têxtil a 
quebrar o tear do patrão, devido a um conflito com o mesmo, em 
Loughborough, Leicestershire, lá pelo fim do século XVIII); por isso seus 
sequazes se chamaram ludders ou luddites (ludistas)”. 
Os ludistas protestavam contra a substituição da mão de obra humana por 
máquinas e incitavam os trabalhadores a destruírem o maquinário nas 
fábricas. Movimentos ludistas eclodiram em várias cidades da Grã-Bretanha, 
uns mais organizados, outros nem tanto. Ao contrário do que alguns 
imaginam, os ludistas não eram contrários aos avanços tecnológicos. Por trás da quebra das máquinas escondia-se o protesto contra a 
desvalorização do trabalhador, que se tornou um mero operador das máquinas, tal qual um robô. 
A sabotagem das máquinas também era uma forma do operariado pressionar os donos das fábricas por melhores condições salariais e de 
trabalho. Entretanto, o movimento começou a perder força à medida em que o Estado endurecia as punições aos destruidores de máquinas 
e a própria classe trabalhadora percebeu que a luta política seria o caminho para alcançar seus objetivos. 
CARTISMO 
Nas décadas de 30 e 40 do século XIX, surgiu na Inglaterra um 
movimento que daria um novo rumo às lutas do operariado: o cartismo. 
Ao contrário dos ludistas, os cartistas acreditavam na reforma das leis 
como caminho para que a classe operária alcançasse suas 
reivindicações. 
Sob a organização de William Lovett e Feargus O’Connor e tendo as 
organizações trabalhistas (trade unions) como plataforma de 
projeção, o movimento tem seu nome derivado da Carta do Povo, um 
documento apresentado ao Parlamento inglês com as principais 
reivindicações dos trabalhadores. 
Para Lovett e O’Connor, enquantoa burguesia controlasse o 
Parlamento, as leis por ele elaboradas não iriam favorecer a classe 
operária. Seria necessário colocar os representantes dos 
trabalhadores no Parlamento. As mudanças passariam pelo caminho 
político. 
Apesar da Carta do Povo ter sido apresentada com mais de um 
milhão de assinaturas, o Parlamento a rejeitou. No entanto, o 
movimento sinalizou o caminho através do qual o operariado trilharia 
na conquista de seus direitos. 
O SOCIALISMO UTÓPICO 
Antes de Marx e Engels publicarem o Manifesto Comunista (1848), 
alguns pensadores esboçaram idéias no sentido de construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Marx os chamou de socialistas 
utópicos pelo fato dos mesmos pregarem reformas no sistema capitalista, ao invés da sua destruição. Apesar de criticarem a exploração 
 
Gravura retratando a ação dos ludistas numa fábrica inglesa. 
PROUDHON 
Para alguns historiadores, Pierre-Joseph Proudhon deveria 
configurar entre os anarquistas (e não entre os socialistas 
utópicos), devido às suas críticas ao Estado e à propriedade 
privada. Entretanto, Proudhon era contrário às lutas de 
classes, defendendo que os próprios governantes deveriam 
extinguir, aos poucos, a figura do Estado organizado. 
 
SAIBA MAIS 
As principais reivindicações dos cartistas eram: 
• voto universal secreto; 
• igualdade de direitos eleitorais; 
• limitação do mandato dos parlamentares (12 meses); 
• remuneração das funções parlamentares. 
 
 
 
 14 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
dos trabalhadores, não questionavam a propriedade privada (com exceção de Pierre-Joseph Proudhon). 
A seguir, os principais utópicos e uma síntese do que defendiam: 
• Charles Fourrier – propunha a criação de comunidades 
(falanges ou falanstérios), onde a divisão da riqueza seria proporcional à quantidade e qualidade do trabalho individual. 
• Saint-Simon – em sua visão de mundo, a sociedade se divide em dois grupos (trabalhadores e ociosos); os trabalhadores (burgueses, 
profissionais liberais, operários etc.) devem formar uma administração conjunta (governo) sobre a produção. 
• Robert Owen – empresário que implantou práticas em sua fábrica, como a redução na jornada de trabalho e o aumento nos salários. 
Como já foi dito, os socialistas utópicos criticavam as desigualdades e a exploração do sistema capitalista ao mesmo tempo em que 
propunham reformas no sentido de humanizar o sistema (ao invés de destruí-lo, conforme Marx e Engels defendiam). É por isso que se diz 
que os socialistas utópicos estavam mais para capitalistas humanizados do que para socialistas de fato. 
SOCIALISMO CIENTÍFICO (OU MARXISTA) 
Em 1848, quando o continente europeu estava sendo varrido por uma onda 
de revoluções, os alemães Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o 
Manifesto Comunista, obra que apresentou ao mundo os postulados 
ideológicos daquilo que viria a ser conhecido como socialismo científico ou 
socialismo marxista. 
Antes de publicarem a obra, Marx e Engels mergulharam profundamente no 
estudo dos mecanismos de funcionamento do sistema capitalista. A partir 
desses estudos (que não se limitaram ao capitalismo, mas se estenderam 
aos sistemas socioeconômicos que o precederam), Marx e Engels 
elaboraram algumas importantes teorias: 
• Teoria da mais-valia – em linhas gerais, a mais-valia é a diferença entre 
a riqueza que o operário produz através de seu trabalho e o salário que 
recebe por isso (pode-se perceber um abismo colossal nessa diferença). 
• Teoria do materialismo histórico – os fatos e acontecimentos são determinados pelas condições sociais e econômicas da sociedade. 
• Teoria da luta de classes – as lutas de classes são o motor da história, logo conclui-se que a história da humanidade é a história da 
luta de classes. 
• Teoria do materialismo dialético – cada sistema ou modo de 
produção carrega consigo certas contradições que acabarão por destruí-
lo, o que acarretaria sua substituição por outro. 
De acordo com o pensamento marxista, o capitalismo não pode ser 
reformado, tem de ser derrubado por uma revolução armada do 
proletariado. A propriedade privada seria eliminada, mas o Estado 
mantido e colocado sob o governo da própria classe trabalhadora (a 
ditadura do proletariado, como Marx a definiu). Posteriormente, quando 
a figura do Estado se tornasse obsoleta, a sociedade atingiria o 
comunismo. Portanto, na visão marxista, o socialismo seria a transição do capitalismo para o comunismo. 
 
O ANARQUISMO 
A palavra anarquia apresenta dois significados na Língua 
Portuguesa: princípio ideológico pregado por uma ideologia 
revolucionária (significado denotativo) e bagunça, desordem 
(significado conotativo). O substantivo vem do grego e, numa 
tradução mais precisa, significa “ausência de governo autoritário”. 
O anarquismo se estruturou como ideologia revolucionária no 
século XIX, a partir de pensadores como Mikhail Bakunin, que 
defendia a violência como a única estratégia capaz de destruir o 
Estado burguês e implantar uma sociedade igualitária, sem 
classes, sem propriedade privada e sem Estado. Ao contrário de 
Marx, que via no proletariado a força revolucionária, Bakunin, 
proveniente da Rússia, um país rural e sem indústrias no século 
XIX, considerava o campesinato como a grande força 
revolucionária que subverteria o Estado capitalista burguês. 
 Outra diferença entre os marxistas e os anarquistas: para Marx, 
o socialismo seria uma etapa transitória entre o capitalismo e o 
comunismo; para Bakunin, a derrubada do capitalismo deveria 
também envolver a eliminação imediata da figura do Estado, ou 
seja, o comunismo deveria ser instalado imediatamente após a 
revolução que destruiria o capitalismo, sem a necessidade de uma 
etapa transitória. 
O CATOLICISMO SOCIAL 
Em meio às agitações sociais que sacudiam a Europa no século 
XIX, a Igreja Católica, pressionada pela sociedade da época, que 
lhe cobrava um posicionamento quanto à questão social, 
apresentou ao mundo a encíclica Rerum Novarum (“Das Coisas 
Novas”), que sintetizou o pensamento e a doutrina social da Igreja. 
Assinada pelo papa Leao XIII em 1891, o documento criticava tanto 
o capitalismo selvagem quanto o socialismo revolucionário. 
Defendia o respeito à propriedade privada e conclamava patrões e 
empregados a um relacionamento harmônico, apontando o Estado 
como arbitro nas disputas de classes. 
A socióloga Carmem Lúcia Evangelho Lopes diz, em O que Todo 
Cidadão Precisa Saber sobre Sindicatos no Brasil, que Leão XIII 
“abria a discussão da chamada ‘questãosocial’ dentro da Igreja 
 
Friedrich Engels (à esquerda) e Karl Marx. 
FIQUE POR DENTRO 
Nos países onde regimes socialistas foram instalados (Rússia, 
China, Cuba etc.) verificou-se a instalação de uma ditadura sobre 
o proletariado, ao invés de uma ditadura do proletariado. 
Ditaduras totalitárias e monopartidárias, controladas por uma 
burocracia (alta cúpula do partido comunista local), passaram a 
governar esses países, num projeto de poder bem distante do que 
foi concebido por Marx e Engels. A esse modelo dá-se o nome de 
socialismo real. 
Aula 20 – Movimento Sociais e Ideais Políticas do Século XIX 
 
 
 
 
 
15 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Católica, afirmando que ‘o capital e o trabalho deviam viver em 
colaboração um com o outro, obedecendo aos princípios da 
caridade cristã’. Ou seja, os patrões deviam ser justos na 
exploração do trabalho operário, e estes não deviam perturbar a 
ordem social com manifestações. A sociedade ideal para a Igreja 
seria uma sociedade em que não haveria luta de classes, porque 
os ricos não seriam tão ricos e os pobres não seriam tão pobres.” 
 A ambigüidade ideológica da encíclica Rerum Novarum está emapontar o Estado como árbitro dos conflitos entre patrões e 
empregados. Como poderia o Estado burguês ser um árbitro 
imparcial se a burguesia era um dos lados envolvidos nos conflitos 
de classes? 
HISTÓRIA E ARTE 
O quadro “Il Quarto Stato” foi pintado em 1901 pelo italiano 
Giuseppe Pellizza da Volpedo e apresentado no ano seguinte, em 
Turim, Itália. 
A obra reflete as posições políticas e ideológicas do pintor, ao 
retratar o avanço de uma nova força social, o “quarto estado” (o 
proletariado). O termo foi empregado numa alusão ao Terceiro 
Estado da França revolucionária, que derrubou o regime 
absolutista e instituiu um governo burguês. Para Volpedo, o 
proletariado seria a grande força revolucionária capaz de derrubar 
o Estado burguês e instalar uma nova ordem social. 
Observe, na tela, que os trabalhadores marcham de maneira firme, 
segura, mas também contida, sem exageros, como se estivesse 
prestes a entrar no cenário da história e assumir de vez seu lugar. 
 
As cores que o pintor usou também comunicam uma poderosa 
mensagem: os trabalhadores saem de um fundo escuro rumo à luz. 
É a mensagem de um futuro vislumbrado por Volpedo para a 
classe trabalhadora. 
LEITURA COMPLEMENTAR I: BURGUESIA E PROLETARIADO 
A história de toda a sociedade tem sido, até os nossos dias, a 
história das lutas de classes. 
Homem livre e escravo, patrícios e plebeus, barão e servo, mestre-
artesão e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em 
constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora 
franca, ora disfarçada; uma guerra que terminava sempre, ou por 
uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela 
destruição das duas classes em luta. 
Nas primeiras épocas históricas, verificamos, quase por toda a 
parte, uma divisão hierárquica da sociedade, uma escala graduada 
de posições sociais. Na Roma antiga, encontramos patrícios, 
cavaleiros, plebeus e escravos; na Idade Média, senhores, 
vassalos, mestres, companheiros, servos; e, em cada uma destas 
classes, gradações especiais. 
A sociedade burguesa moderna, edificada sobre as ruínas da 
sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Ela 
apenas substituiu as antigas por novas classes, novas condições 
de opressão, novas formas de luta. 
Entretanto, a nossa época, a era da burguesia, caracteriza-se por 
ter simplificado os antagonismos de classes. A sociedade divide-se 
cada vez mais em dois grandes campos opostos, em duas classes 
inimigas: a burguesia e o proletariado. (...) 
Com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital, 
desenvolve-se o proletariado, a classe dos operários modernos, 
que só vivem sob a condição de achar trabalho, e que não 
encontram trabalho senão quando este faz aumentar o capital. Os 
operários, constrangidos a vender-se dia a dia, são uma 
mercadoria como outra qualquer; experimentam, por conseguinte, 
todas as vicissitudes da concorrência, todas as flutuações do 
mercado. 
A introdução das máquinas e a divisão do trabalho, despojando o 
trabalho do operário de seu caráter individual, tiraram-lhe todo 
atrativo. O produtor torna-se um simples apêndice da máquina: 
exige-se dele apenas a operação mais simples, mais monótona, 
mais rapidamente aprendida. Por conseguinte, o que custa hoje o 
operário reduz-se, quase exclusivamente, aos meios de 
manutenção de que ele tem necessidade para viver e reproduzir-
se. Ora, o preço do trabalho, como de toda mercadoria, é igual ao 
custo de sua produção. Portanto, quanto mais o trabalho se torna 
repugnante, mais os salários baixam. 
Ainda mais, a quantidade de trabalho cresce com o 
desenvolvimento do maquinismo e da divisão do trabalho, quer 
pelo prolongamento do dia de trabalho, quer pela maior intensidade 
do trabalho por hora, ou ainda pela aceleração do movimento das 
máquinas etc. 
 A indústria moderna transformou a pequena oficina do antigo 
patrão patriarcal na grande fábrica do burguês capitalista. Massas 
de operários, amontoados na fábrica, são organizados 
militarmente. São como soldados industriais, estão sob a vigilância 
de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são 
somente escravos da classe burguesa, do Estado burguês, mais 
ainda diariamente, a toda hora, escravos da máquina, do contra-
mestre e, sobretudo, do dono da fábrica. Quanto mais esse 
despotismo proclama abertamente o lucro como seu fim único, 
tanto mais é mesquinho, odioso e exasperador. 
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Rio de Janeiro: 
Editorial Vitória, 1948, p. 19-20, 27-28. 
LEITURA COMPLEMENTAR II: A PRIMEIRA INTERNACIONAL 
 “No início dos anos 1860, em vários países, os trabalhadores 
estavam organizados em sindicatos e associações para lutar por 
seus direitos. 
Para Marx, era preciso unificar a atuação desses grupos, formar 
um organismo independente das práticas liberais que congregasse 
os operários e, ao mesmo tempo, conquistasse o apoio de outros 
setores sociais explorados no mundo capitalista. 
Em 1864, em Londres, realizou-se a primeira reunião da 
Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Conhecida 
como Primeira Internacional, a nova organização tinha como 
objetivos valorizar a ação sindical e outras formas de luta dos 
trabalhadores por seus direitos políticos e sociais e, sobretudo, 
viabilizar a conquista do poder pelos trabalhadores. Seus lemas 
eram: a permanente solidariedade entre os trabalhadores e suas 
lutas; promoção do trabalho cooperativo; redução da jornada de 
trabalho das mulheres e das crianças; difusão da lei da jornada de 
10 horas pelos países; estímulo à organização sindical. 
Participaram do encontro pessoas ligadas às mais variadas 
 
 
 
 16 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
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tendências: sindicalistas, cooperativistas, democráticos radicais, 
republicanos, antigas lideranças cartistas, blanquistas, anarquistas. 
A proposta de Marx de fazer da AIT um partido de massas na luta 
pelo poder político sofreu críticas de muitas organizações, como os 
anarquistas. Para eles, um partido político, mesmo que da classe 
operária, era um instrumento de poder.” 
VAINFAS, Ronaldo. et al. História. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 441. 
CINEMATECA 
Filmes relacionados com o tema do capítulo: 
• Os Companheiros (1963), do diretor Mario Monicelli, traz 
como cenário a Itália do fim século XIX para narrar a trajetória de 
um ativista em meio a uma greve. 
• Sacco e Vanzetti (1971), dirigido por Giuliano Montaldo, relata 
a história de dois anarquistas, de origem italiana, condenados à 
morte nos EUA, no início do século XX. 
• Danes, um grito de justiça (1992), dirigido por Stijn Conix, 
conta a história do padre Daens, sacerdote revolucionário que 
assume uma igreja numa cidade da Bélgica, no fim do século XIX, 
e se choca com a exploração de crianças e mulheres nas fábricas 
do local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 20 – Movimento Sociais e Ideais Políticas do Século XIX 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
“Com machado, lança ou fuzil 
Meus valentes cortadores 
Os que com apenas um só forte golpe 
rompem com as máquinas cortadeiras" 
 
O fragmento acima é parte da letra de uma canção entoada pelos ludistas, operários de fábricas que, 
no início do século XIX: 
a) reivindicavam significativas alterações na legislação operária vigente, a fim de reduzir a jornada de 
trabalho. 
b) protestavam contra a substituição da mão de obra humana por máquinas destruindo essas últimas. 
c) divulgavam entre seus companheiros os princípios revolucionários da ideologia do socialismo 
utópico. 
d) alertavam os líderes

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