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Relatório Ecossistemas Aquáticos: Rio Gravataí

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RELATÓRIO DE CAMPO: COLETA EM PONTOS DO 
ESTUÁRIO DO RIO GRAVATÁ (SC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 
2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 2 
2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................... 2 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 2 
3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 2 
3.1. ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................... 2 
3.2. MATERIAIS ....................................................................................................... 3 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 4 
4.1. ANÁLISE DOS PONTOS AMOSTRAIS .......................................................... 5 
4.1.1. PONTO 1 – PRAIA DO GRAVATÁ .......................................................... 5 
4.1.2. PONTO 2 – RIO GRAVATÁ ...................................................................... 8 
4.1.3. PONTO 3 – RUA URUGUAI .................................................................... 10 
4.1.4. PONTO 4 – AVENIDA RIO DO SUL ...................................................... 12 
4.2 ANÁLISE COMPARATIVA DOS PARÂMETROS ....................................... 14 
4.2.1. SALINIDADE ............................................................................................ 14 
4.2.2 CONDUTIVIDADE.................................................................................... 15 
4.2.3 TEMPERATURA ....................................................................................... 15 
4.2.4 pH ................................................................................................................ 16 
4.2.5 TURBIDEZ ................................................................................................. 17 
4.2.6. CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO ........................................................ 18 
5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 18 
6. REFERÊNCIA ..................................................................................................... 1 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Os estuários de maneira geral são ecossistemas que sofrem pressão antrópica, no que 
diz respeito ao estuário do rio Gravatá, foco desse relatório, de acordo com Leal (2012) 
começou a ser ocupado em 1970, com a construção de ranchos de pesca para o atracar 
embarcações de pesca artesanal, e a partir de 1980 iniciou o desmatamento das margens em 
decorrência da expansão urbana. Nota-se que sua ocupação iniciou recentemente, porém de 
forma descontrolada, situação que permanece sem o controle requerido atualmente, o que vem 
afetando tanto a construção civil local, assim como o turismo. 
O presente relatório consiste no estudo de um ecossistema aquático de transição, 
classificado como Estuário. Desta forma, um estuário pode ser definido como um ecossistema 
aquático em que as águas de um rio se misturam com as águas marinhas, produzindo gradientes 
mensuráveis de salinidade (TUNDISI & MATSUMURA, 2008). Schwingel, 2019 apresenta 
outra definição de Estuário: 
Desembocadura de um rio que forma uma larga 
chanfradura no traçado do litoral, sujeita aos 
efeitos de maré, e que corresponde geralmente a 
um vale submerso pela transgressão marinha. 
Apresentam biótopos originais por sua fauna e 
flora adaptada a variações de salinidade. As 
margens são lodosas, possuindo ambientes que 
abrigam locais de desova de peixes e crustáceos. 
Os meios utilizados para a proteção de estuários 
são diques (altos e baixos) e dragagem. 
(SCHWINGEL, 2019). 
 
De acordo com Dionne (1963), ao longo dos estuários podem ser observadas 
significativas variações dos principais processos oceanográficos atuantes e, em muitos casos, 
é possível identificar três regiões distintas: 1) alto estuário, onde não há presença de água 
marinha, observando-se apenas os efeitos das mares; 2) médio estuário, onde ocorre a iteração 
de águas continentais e oceânicas; e 3) baixo estuário, com predominância de processos 
oceânicos. Dalrymple et al., 1992 descreve que cada região pode ainda apresentar 
características sedimentológicas e geomorfológicas distintas. 
 
Para o estudo deste ecossistema, foram realizadas análises técnicas em pontos 
específicos, do município de Penha (SC), onde foi encontrada a presença do meio em 
observação. Tais análises visam examinar alguns parâmetros desse ecossistema de transição, 
sendo eles: turbidez, pH, teor de oxigênio dissolvido, salinidade, temperatura da água e ar, e 
condutividade elétrica, também demarcando em cada ponto, sua latitude, longitude e o horário 
de coleta da análise. 
2. OBJETIVOS 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Analisar os parâmetros de qualidade de água permitirá ajuizar as principais 
características de um ambiente de transição, tendo como área de estudo a região do Estuário do 
Rio Gravatá. Capacidade essa, que será útil para determinar e definir qual o limite do 
ecossistema especulado. Tendo a definição deste limite, como principal objetivo do vigente 
relatório. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
a. Analisar os dados dos parâmetros de qualidade da água coletados; 
b. Levantar características no entorno dos pontos amostrais que afetem 
diretamente nos parâmetros analisados de qualidade da água; 
c. Delimitar os limites do estuário do rio Gravatá em Penha (SC). 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
3.1. ÁREA DE ESTUDO 
 
No dia 30 de abril de 2019, foi realizada uma saída à campo pelos acadêmicos da 
disciplina de Ecossistemas Aquáticos, ministrada pelo professor Dr. Paulo R. Schwingel. A 
visita ocorreu no município de Penha – SC, onde foram feitas análise em 4 pontos amostrais, 
conforme demarcado na figura 1, com o propósito de identificar os limites do ambiente de 
transição do rio Gravatá. Foram feitas coletas de amostras de água nos pontos para medição de 
diversos parâmetros, afim de avaliar e definir o possível limite do ambiente estudado (estuário). 
 
 
Figura 1. Localização dos pontos amostrais no rio Gravatá em Penha (SC) utilizados para a coleta de 
dados. Fonte: Google Earth, 2019. 
 
3.2. MATERIAIS 
a) Balde; 
b) Termômetro; 
c) Turbidímetro (HANNA); 
d) Analisador Multiparâmetros; 
e) Disco de Secchi; 
f) Condutivímetro. 
 
Para o desenvolvimento das análises foram estudados 4 pontos. Em cada local foi 
coletado uma amostra de água na qual foi analisada alguns parâmetros, sendo eles: 
 
a) Temperatura do ar (oC); 
b) Temperatura da água (oC); 
c) Oxigênio Dissolvido (mg/L); 
 
d) Turbidez (NTU); 
e) Salinidade; 
f) pH; 
g) Condutividade (mS/s); 
h) Transparência (cm). 
Através da observação destes parâmetros, é possível determinar em que situação se 
encontra o ambiente a ser estudado, e quais características influenciam na qualidade destes 
parâmetros. 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Conforme apresentado na Figura 1, é possível observar os locais em que foram 
realizadas as coletas para as análises, dos parâmetros de qualidade da água, os quais foram 
numerado sequencialmente (Ponto 1 ao Ponto 4), que para efeito de comparação de dados, a 
amostra do Ponto 4 é um ambiente de alta salinidade quando comparado ao Ponto 1, por ser 
um ambiente de água doce. Na figura 2 é apresentado de maneira geral o que corresponde cada 
parte do ambiente de transição denominado estuário. 
 
Figura 2. Representação esquemática de um estuário e dos seus setores. Fonte: Adaptado de Fairbridge, 
1980. 
 
 
 
 
4.1. ANÁLISE DOS PONTOS AMOSTRAIS 
 
4.1.1. PONTO 1 – PRAIA DO GRAVATÁ 
 
O ponto 1 se caracterizapor ser um ambiente com influência marinha próxima a 
desembocadura do rio Itajaí, onde se encontra a desembocadura do estuário, localizado na 
latitude 26° 49’ 35,77’’ e longitude de 48° 37’ 18,56’’, conforme observado na Figura 3 o local 
é caracterizado pela construção de molhes com o intuito de amenizar os efeitos de ressacas, 
como a ocorrida entre os anos de 2016 e 2017 na praia do Gravatá, comprometendo todo o 
visual da mesma, onde atualmente, no local se encontra pouquíssima vegetação de restinga. 
 
 
Figura 1. Molhe da Praia de Gravatá - SC. (30/04/2019). Fonte: Autores. 
 
No entorno nota-se que há bastante edificações (Figura 4), sendo que o local é alvo de 
investimento imobiliário por atrair uma grande quantidade de turistas e pela facilidade de 
acesso à praia, porém a instalação destes em sua maioria ocorre sem o mínimo de infraestrutura 
para que cause o mínimo de impacto possível principalmente ao ecossistema estuário que é 
sensível e é afetado pela mínimas alterações. 
 
 
 
Figura 2. Entorno do ponto amostral 1 alta densidade de edificações (30/04/2019). Fonte: Autores. 
Na Figura 5 pode ser observar que na época da coleta dos dados estava sendo construída 
uma calçada na praia que pode vir a afetar o ecossistema pela atração de mais turista para o 
local. Vale destacar, que por ser uma praia de veraneio, ocorre um grande fluxo de pessoas 
consequentemente o pisoteio da vegetação. Na Figura 6 se pode notar que a ocupação ocorre 
principalmente regiões mais próximas a praia. 
 
 
Figura 3. Construção de calçada na Praia do Gravatá (SC) no entorno do ponto 1 (30/04/2019). Fonte: 
Autores. 
 
 
Figura 4. Edificações próximas ao estuário no ponto 1 na Praia do Gravatá – SC (30/04/2019). Fonte: 
Autores. 
 
Assim, de acordo com os parâmetros observados no Ponto 1, que foram destacados no 
Quadro 1, se observa que o local possui altos níveis de salinidade e consequentemente 
condutividade, por estar sobre influência direta do ambiente marinho, além de conter baixa 
turbidez e elevada transparência o que é característico de ambientes marinhos, além disso pelo 
pH coletado ser neutro, é algo benéfico para o ecossistema, levando em consideração que este 
parâmetro afeta diretamente os organismos. 
 
Quadro 1. Parâmetros observados no Ponto 1 coletado por volta das 09h e 54min do dia 30/04/2019. 
Fonte: Autores. 
Ponto 1 
T ar (oC) 24 
T água (oC) 26,9 
OD (mg/L) 6,65 
Turbidez (NTU) 6,08 
Salinidade 36,6 
pH 7,26 
 
Condutividade (mS/s) 54,9 
Transparência (cm) 150 
 
4.1.2. PONTO 2 – RIO GRAVATÁ 
 
O ponto 2 se caracteriza por ser ainda um ambiente com influência marinha, localizado 
na latitude - 26° 49’ 25,793’’ e longitude de - 48° 37’ 16,319’’, conforme a Figura 7, fica 
evidente a alocação de residências nas proximidades, tendo como forte impacto negativo o 
despejo irregular de esgoto no rio, em decorrência do local não possuir tratamento de esgoto, 
assim a maioria das residências possui sistema de fossa e filtro, além disso, o local é ocupado 
por oficinas mecânica que não possuem tratamento adequado para os efluentes que também 
são despejados no rio Gravatá. 
 
Figura 5. Entorno altamente edificado do ponto 2 no rio Gravatá - SC (30/04/2019). Fonte: Autores. 
 
No local onde foi feita a coleta de água para a análise do ponto 2, também se observa 
conforme a Figura 8, que há uma grande quantidade de embarcações que podem afetar o 
ecossistema, por eventualmente os resíduos de óleos e combustíveis serem despejados no rio, 
 
assim como na Figura 9, pode ser ver que ocorre intenso tráfego de veículos, pela ponte. Mesmo 
possuindo mata ciliar, o ambiente encontra-se degradado. 
 
Figura 6.Embarcações atracadas no ponto 2 no rio Gravatá - SC (30/04/2019). Fonte: Autores. 
 
Figura 7. Tráfego intenso de veículos na ponte do ponto 2 no rio Gravatá - SC (30/04/2019). Fonte: 
Autores. 
 
Neste ponto, mesmo ainda sendo influenciado pela salinidade, conforme a Quadro 2, 
suas características físicas passam a ser de ambiente de água doce, considerando que a amostra 
foi coletada mais adentro do estuário do rio, como se observa pela queda da salinidade e da 
condutividade, assim como pela diminuição da transparência e aumento da turbidez, em 
decorrência do aumento da produtividade. Nota-se que o pH no momento da coletada não 
estava em níveis preocupantes. 
Quadro 2. Parâmetros observados no Ponto 2 coletado por volta das 10 h e 20min do dia 30/04/2019. Fonte: 
Os autores. 
Ponto 2 
T ar (oC) 24 
T água (oC) 23,5 
(OD (mg/L) 6,84 
Turbidez (NTU) 10,12 
Salinidade 13,1 
pH 6,88 
Condutividade (mS/s) 21,4 
Transparência (cm) 76 
 
4.1.3. PONTO 3 – RUA URUGUAI 
 
O ponto 3 ainda mais adentro do rio Gravatá (SC) é um ambiente com influência 
marinha, localizado na latitude - 26° 49’ 22,756’’ e longitude de - 48° 37’ 37,276’’, conforme 
a Figura 10 vê-se que foram construídos gabiões nas margens do rio, provavelmente com o 
intuito de controlar a erosão e as cheias, visto que no local há várias residências que podem ser 
diretamente afetadas. 
Neste ponto, encontra-se vegetação de formação pioneira com influência 
fluviomarinha, ou seja, possuem raízes aéreas para se adaptarem às condições, por ainda sofrer 
a influência da maré, são dessa forma vegetação de mangue que é característico de ambientes 
de transição (figura 11). Mesmo possuindo ocupação no entorno, ocorre pouca movimentação 
de veículos, por não constituir uma via principal. 
 
 
 
Figura 8. Gabiões nas margens do rio Gravatá no ponto 3 da rua Uruguai. Fonte: Autores. 
 
Figura 9. Vegetação de mangues presentes no ponto 3 da rua Uruguai no rio Gravatá - SC 
(30/04/2019). Fonte: Autores. 
Para ente ponto, foram encontrados os resultados apresentados na Quadro 3, onde se 
observa o decréscimo da salinidade e condutividade, evidenciando a distância da influência 
marinha, além do aumento da turbidez, o que era esperado, porém em relação à transparência, 
a qual deveria diminuir aumentou, o que pode ser justificado pela deriva do disco de Secchi no 
momento da medição, o que veio a afetar no resultado. 
 
Quadro 3. Parâmetros observados no Ponto 3 coletado por volta das 10 h e 25 min do dia 30/04/2019. 
Fonte: Autores. 
Ponto 3 
T ar (oC) 26 
T água (oC) 23,3 
OD (mg/L) 5,36 
Turbidez (NTU) 12,3 
Salinidade 6,7 
pH 6,98 
Condutividade (mS/s) 11,8 
Transparência (cm) 90 
 
4.1.4. PONTO 4 – AVENIDA RIO DO SUL 
 
No ponto 4 localizado na avenida Rio do Sul, encontrava-se um ecossistema aquático 
de água doce (Ambientes Límnicos) , ou seja já era o rio, localizado na latitude - 26° 49’ 33,064’’ 
e longitude de - 48° 38’ 16,607’’, sendo possível observar na Figura 12 que mesmo possuindo casas 
em área de preservação permanente, o local apresenta uma floresta ombrófila densa com 
influência aluvial, porém como observado in loco também foram construídos gabiões. 
 
Figura 10. Volume expressivo de mata ciliar no ponto 4 na Avenida Rio do Sul no rio Gravatá - SC. 
(30/04/2019). Fonte: Autores. 
 
Conforme se nota na Figura 13 percebe-se que o local sofre interferência antrópica, 
assim como os pontos anteriores, pois possui residência bem próximas ao rio e o tráfego de 
veículos, assim como a construção de gabiões, além de que no local há vegetação exóticas com 
raízes com baixa fixação, que podem afetar diretamente o ecossistema local. 
 
Figura 11. Edificações e vegetações exóticas nas margens do rio no ponto 4 na Avenida Rio do Sul no 
rio Gravatá SC (30/04/2019). Fonte: Autores. 
Conforme o quadro 4, é possível observar que o local já não possui mais influência da 
maré, pois a salinidade coletada foi igual a zero, assim como a condutividade foi bem baixa, e 
dados como a transparência diminuíram, o que evidencia um possível erro na medição anterior, 
e ainda a turbidez aumentou, o que é típico de ambientes límnicos. 
Quadro 4. Parâmetros observados no Ponto4 coletados por volta das 10 h e 41 min do dia 30/04/2019. Fonte: 
Autores 
Ponto 4 
T ar (oC) 25 
T água (oC) 22,2 
OD (mg/L) 6,21 
Turbidez (NTU) 40,08 
Salinidade 0 
pH 7,2 
 
Condutividade (mS/s) 0,256 
Transparência (cm) 58 
 
4.2 ANÁLISE COMPARATIVA DOS PARÂMETROS 
Analisando a amostra de água coletada nos 4 pontos visitados, mediu-se parâmetros 
como oxigênio, turbidez, condutividade elétrica, temperatura, salinidade e o pH que seguir são 
analisados graficamente. 
4.2.1. SALINIDADE 
 
Como é possível observar na Figura 14, o primeiro ponto por estar sob influência direta 
do ambiente marinho, obteve um teor de salinidade bem mais significativo em relação aos 
demais locais. Do ponto número 2 ao 4, a salinidade foi decrescendo, conforme distancia-se do 
mar e sobe-se o rio, é possível notar que nos pontos 2 e 3, com os valores obtidos se trata de 
um ambiente de transição cuja salinidade fica respectivamente, entre 6,7 e 13,1 sendo 
classificado como água salobra. Chegando ao valor de zero de salinidade no ponto 4, conclui-
se que já se trata de um ambiente límnico. 
 
 
Figura 14. Salinidade em 4 pontos amostrais do rio Gravatá - SC em 30/04/2019. Fonte: Autores. 
Vale evidenciar ainda, que em ambientes aquáticos costeiros, quando a água do mar 
com maior salinidade encontra água do rio, pode ocorrer estratificação da massa d’água devido 
às diferenças concentrações de sais e consequentemente de densidade. 
 
4.2.2 CONDUTIVIDADE 
Os dados encontrados da condutividade elétrica variam proporcionalmente com os da 
salinidade, pois ela é um dos determinantes na condutividade elétrica. Conforme se distancia 
do mar a concentração de sais (Cl- e H+) vem decaindo como mostra a Figura 15. O primeiro 
ponto por ser um ambiente marinho apresentou um valor extremamente significativo, 
representando mais que o dobro em relação ao segundo ponto. Podemos afirmar ainda que a 
água do primeiro ponto é mais densa que a dos demais locais devido à concentração de sal. 
Onde o ponto 1 apresentou a maior condutividade elétrica com 54,9 (mS/s) e em contrapartida 
o ponto 4 apresentou 0,256 (mS/s), a menor condutividade elétrica entre as estações. 
 
Figura 15. Condutividade em 4 pontos amostrais do rio Gravatá - SC em 30/04/2019. Fonte: Autores. 
 
4.2.3 TEMPERATURA 
 
Já as variações de temperatura se comportaram de maneira muito similar, como é 
possível observar na Figura 16. Constata-se que no Ponto 4, a temperatura foi mais baixa com 
22,2 ºC, podendo ser justificada por estar próximo de onde existe bastante sombreamento, bem 
como a mata ciliar no entorno, diferente do ponto 1, onde é dominado por edificações. 
 
 
 
Figura 16. Temperatura da água em 4 pontos amostrais do rio Gravatá - SC em 30/04/2019. 
Fonte: Autores. 
 
4.2.4 pH 
 
O pH (Potencial Hidrogêniônico) apresentou variação entre valores de 7,26 a 7,2 nos 
pontos analisados, conforme Figura 17, possivelmente devido a diversas quantidades de 
material sedimentar. 
 
 
Figura 17. Potencial Hidrogeniônico (pH) nos 4 pontos amostrais do rio Gravatá - SC em 30/04/2019. 
Fonte: Autores. 
26,9
23,5 23,3
22,2
0
5
10
15
20
25
30
P1 P2 P3 P4
T 
ág
u
a 
(o
C
) 
Pontos Amostrais
T água (oC) vs. Ponto Amostral 
 
Nota-se que por influência do mar a água tende a ter um pH mais alcalino, como é 
possível observar no Ponto 1, contudo, os pontos 2 e 3 mesmo não sendo considerados 
alcalinos, mas ficaram muito próximos a neutros. 
A variabilidade do pH da água do mar é pequena, devido às reações relacionadas ao gás 
carbônico que tendem a manter o pH em equilíbrio. A proporção entre as concentrações em 
mol/l dos íons bicarbonato e carbonato controla a concentração do íon hidrônio, e, portanto, o 
valor do pH da água do mar. 
4.2.5 TURBIDEZ 
 
Como é possível observar a Figura 18, conforme vamos se distancia do mar, a turbidez 
vai aumentando, a origem desses materiais pode ser devido ao lançamento de esgoto doméstico 
no manancial sem tratamento, assim como atividade de decomposição de matéria orgânica que 
ocorre nos rios eutróficos. Os sedimentos suspensos que causam a turbidez impedem a 
penetração da luz solar, assim, estando diretamente relacionada a transparência. 
 
Figura 18. Turbidez em 4 pontos amostrais do rio Gravatá - SC em 30/04/2019. Fonte: Autores. 
 
A turbidez se apresenta mais alta no ponto 4, apresentando 40,08 NTU, por ser área de 
baixa energia e turbulência da água o mesmo está diretamente relacionado com a deposição de 
sedimentos que acontece no local. 
 
 
6,08
10,12
12,3
40,08
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
P1 P2 P3 P4
Tu
rb
id
e
z 
(N
TU
)
Pontos Amostrais
Turbidez (NTU) vs. Ponto Amostral
 
4.2.6. CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO 
 
Mudanças na temperatura e na qualidade da água, como o pH, em sistemas costeiros 
levam a alterações nos teores de gases dissolvidos e em sua utilização na oxidação da carga de 
matéria orgânica e na regulação dos processos que ocorrem nos ciclos biogeoquímicos da 
matéria. Assim, conforme a Figura 19, a maior concentração de oxigênio dissolvido foi 
encontrada no ponto 2, estação com 6,84 mg/l, logo a menor concentração de oxigênio 
dissolvida encontrada foi no ponto 3, local de influência antrópica. Esse padrão mostra que o 
oxigênio dissolvido pode estar relacionado com a concentração de organismos, maior no 
estuário e que o teor de oxigênio. 
 
 
Figura 12. Oxigênio Dissolvido (OD) em 4 pontos amostrais do rio Gravatá - SC em 30/04/2019. Fonte: 
Autores. 
 
5. CONCLUSÃO 
Conforme os dados de qualidade da água apresentados, pode-se concluir que o limite 
do estuário é possivelmente entre os pontos 3 e 4, conforme pesquisa no Google Earth, a 
vegetação de manguezal se estende até as proximidades do ponto 4, sendo dessa forma o limite 
está mais próximo a esse ponto. 
 
É notório a grande influência antrópica e como ela afeta o padrão natural de 
sedimentação, acelerando a deposição sedimentar, quando desmata as florestas e prepara a terra 
para a agricultura e urbanização. Podemos então definir o limite do estuário pelo principal 
parâmetro que é a salinidade, constatamos que o último ponto apresentou um valor de 0 ppm isso 
indica que a cunha salina não está presente no quarto ponto, então o este ponto já é um ambiente 
de água doce. 
 
6. REFERÊNCIAS 
 
DALRYMPLE, R. W.; ZAITLIN, B. A. & BOYD, R. (1992). A conceptual model of 
estuarine sedimentation. Journal of Sedimentary Petrology. 
 
DIONNE, J. C. (1993). Towards a more adequate definition of the St. Lawrence estuary. 
 
LEAL, K. P. Bacias Hidrográficas dos Rios Gravatá e Iriri, municípios de Navegantes e 
Penha (SC): Caracterização Ambiental e Recomendações para Orientar Política Pública. 
Monografia. Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2012. 
 
Slides: Ecossistemas Aquáticos – Introdução, 2019. Aula1. Eng. Ambiental e Sanitária. Profº 
Paulo Ricardo Schwingel. 
 
Slides: Estuários, 2019. Aula 5. Eng. Ambiental e Sanitária. Profº Paulo Ricardo Schwingel. 
 
TUNDISI, J. G.; MATSUMURA-TUNDISI, T. Limnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 
2008.

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