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Uma pequena desconstrução do nome “Idade das Trevas”.
Esse trabalho tem a finalidade de em breves palavras mostrar que a denominação de Idade das Trevas um período de grandes acontecimentos e criações não se justifica.
A “Idade das Trevas” foi denominada assim pelos humanistas do século XVII, nome que se generalizo por toda a civilização europeia do século IV ao século XV como um tempo em que o bem tinha sido esquecido e prevalecia a ruina e o flagelo de sua população. Esta ideologia de obscuridade das trevas é resultado de fatos e acontecimentos negativos ocorridos no longo período da Idade Média, tais como, as guerras, as invasões bárbaras, as crises da agricultura, as epidemias, a imposição da Igreja, a inquisição em relação aos hereges, a centralização da economia restrita aos feudos, as desigualdades sociais, dentre outros aspectos, mas que não justifica uma denominação de forma pejorativa para um grande e envolvente período da civilização.
Empregar uma ideologia pejorativa a uma vã sociedade é demonstrar preconceito, uma insuficiência de conhecimento desta mesma. Conforme Jacques Le Goff, a Idade Média foi “... uma época que não foi de trevas nem imune ao progresso; ao contrário, foi uma época fértil de invenções vitais e importantes...” (LE GOFF, 2007, capa). 
Nesta citação Le Goff trata a Idade Média de uma forma clara, objetiva e aonde expõe suas ideias sem condenar qualquer coisa, afinal a função do historiador é de compreender, e não de julgar o passado. 
Através de comparações de fontes de diferentes linhas teóricas, e através do estudo, da pesquisa e da análise de várias fontes secundárias podemos estudar a Idade Média visando mostrar que se teve sim desenvolvimento, mesmo que lento, porem grandioso. Mesmo em um período que foi marcado pela fome, pobreza, miséria e doenças.
Estas dificuldades de certa forma forçou a necessidade de se criar meios para a superação e sobrevivência levaram que no medievo várias invenções e criações tenham sido descobertas. Conforme o historiador Hilário Franco Junior
“(...) o período entre os séculos IV e XVI é tradicionalmente conhecido por Idade das Trevas, Idade da Fé ou, com mais frequência, Idade Média. Todos eles rótulos pejorativos, que escondem a importância daquela época na qual surgiram os traços essenciais da civilização ocidental. Nesta, mesmo países surgidos depois daquela fase histórica –caso do Brasil- têm muito mais de medieval do que à primeira vista possa parecer. Olhar para a Idade Média é estabelecer contato com coisas que nos são ao mesmo tempo familiares e estranhas, é resgatar uma infância longínqua que tendemos a negar mas da qual somos produto. De fato, para o homem do Ocidente atual compreender em profundidade a Idade Média é um exercício imprescindível de autoconhecimento (...)”.(FRANCO JUNIOR,2004, capa).
Entre as várias criações da Idade Média, podemos citar algumas: os moinhos, a charrua, a pólvora, a plaina, o pisão, o arco triangular, os algarismos arábicos, a anestesia, o anno domini, a árvore genealógica, os bancos, os botões, a bússola, o carnaval, o carrinho de mão, as cartas de jogo, o cavalo como força motriz, o garfo, os livros, os nomes das notas musicais, e dezenas de outras em uso até hoje.
Seria o mundo medieval somente um inferno de misérias e obscuridade? Descobre-se ao estudar o período que o contrário ocorreu. Temos uma época onde o desenvolvimento se expandiu muito além da ideologia de obscuridade imposta pelos humanistas modernos do século XVII. 
Para uma suposta sociedade subdesenvolvida não cabem invenções geniais e de grande repercussão, portanto a Europa ocidental medieval não foi uma idade de trevas nem imune ao desenvolvimento, teve obviamente alguns aspectos negativos, que de um modo geral faz parte de qualquer civilização. Afinal no mundo contemporâneo é notável civilizações com demasiados atritos e aspectos negativos, se não maiores do que nos dez séculos do período medieval. O progresso medieval constituiu vários alicerces que resultaram nas nações monárquicas da idade moderna, como a França, a Inglaterra, a Itália, a Alemanha, Portugal e a Espanha, que sem sombra de dúvida não existiriam sem a “vontade de superação” dos homens medievais, que por causa de suas necessidades muito inventaram e desenvolveram, atingindo um alto nível de progresso, portanto o período medieval é sinônimo de uma época de desenvolvimento.

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