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História Medieval 5 desafios e 5 questões FCE

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A Idade Média: diferentes visões ao longo do tempo
Desafio
Nossos alunos chegam às salas de aula com inúmeros conhecimentos prévios sobre História, que adquiriram assistindo a filmes e séries, navegando na Internet ou por meio de leituras. Esses saberes não podem ser desprezados pelos professores, mas devem ser problematizados quando apresentarem incorreções históricas. Em relação ao aprendizado formal nas escolas, um dos principais materiais de trabalho para o professor, e de referência para os alunos, é o livro didático.Isso não significa, no entanto, que esse recurso esteja isento de problemas ou com determinadas concepções historiográficas que dificultam o aprendizado histórico.
Vejamos um diagnóstico feito pelo professor Nilton Mullet Pereira (2009):
Imagine que você, ao preparar suas aulas sobre a Idade Média, percebeu que o livro didático, ao abordar o período, apresenta uma série de generalizações e contrastes oriundos de uma historiografia que é considerada ultrapassada.
a) Como você explicaria para os alunos o processo de construção do conhecimento histórico e sua periodização, para que eles compreendessem os preconceitos formados em relação ao medievo?
b) Que atividades você proporia para complementar a formação dos alunos sobre Idade Média, para além da utilização do livro didático?
Resposta
a) Um dos grandes desafios para o professor da Educação Básica é trabalhar com noções da escrita da história e da historiografia, devido, muitas vezes, ao grau de abstração e as peculiaridades dos debates historiográficos. Contudo, é importante que nossos alunos saibam como se escreve a história, e que esse procedimento extrapola a crítica documental e a narrativa, passando por definições cronológicas e relações de poder que instituem determinados conteúdos para serem aprendidos e, nesses conteúdos, certas representações. De acordo com a faixa etária dos alunos, bastaria explicar-lhes que as pessoas que habitavam o território que chamamos hoje de Europa não se reconheciam vivendo na "Idade Média", que esse foi um termo criado a posteriori para caraterizar determinado período, e que essa criação foi feita cheia de preconceitos porque cumpria exigências do momento. Ou, para outros níveis de ensino, é possível demonstrar aos alunos como esses preconceitos cristalizaram-se como leituras historiográficas, não encontrando respaldo nas fontes sobre o período.
b) Da desconstrução da noção de "Idade Média", ou "Idade das Trevas", como muitas vezes foi denominada na historiografia, pode-se propor uma série de atividades que extrapolem os textos presentes nos livros didáticos. É possível trabalhar com a cultura durante a Idade Média, a criação das universidades, as práticas de cura, o papel das mulheres e das crianças nas sociedades, e, juntamente aos alunos, estabelecer comparativos com os dias de hoje ou com outras realidades sincrônicas, como na América ou na África. Essas atividades permitem extrapolar as dicotomias que se estabelecem, tais como o bom/o ruim, o atrasado/o moderno, que em nada contribuem para o aprendizado histórico, e ressaltar a diferença e a diversidade de experiências existentes na história.
Exercícios
1. 
As imagens mais difundidas e populares sobre a Idade Média encontram-se em dois extremos: ou se referem ao período como a Idade das Trevas, de estagnação econômica e política, com predomínio da religiosidade, da superstição e do medo; ou a compreendem como momento de origem dos nacionalismos e de tradições e valores que deveriam ser perpetuados.
Essas representações foram forjadas historiograficamente em dois momentos específicos, que foram, respectivamente:​​​​​​​
A. O Humanismo e o Renascimento.
B. O Iluminismo e o Humanismo.
C. O Romantismo e o Renascimento.
D. O Renascimento e o Romantismo.
E. O Renascimento e o Humanismo.
2. 
Leia os trechos abaixo, que fazem referência às investigações desenvolvidas por um historiador medievalista:
“Os seus estudos renovaram radicalmente a nossa visão daquela época histórica. E isso graças sobretudo à sua grande criatividade. [...] de fato, sempre se interessou por temas de pesquisa geralmente ignorados pela história mais tradicional. [...]. Outro aspecto fundamental do seu trabalho é a atenção à mentalidade dos grupos sociais, que para ele era algo muito diferente das ideias e das ideologias. [...] Antes dele, dominava a ideia de uma Idade Média uniformemente obscura e decadente, que se seguiu a um renascimento igualmente uniforme. [...] mostrou que a realidade é muito mais complexa e que, sobretudo, não existe uma Idade Média única, resumível a uma única dimensão. Graças aos seus estudos, sabemos que há muitas idades médias diferentes.”
A partir das características da produção historiográfica desse autor, podemos considerá-lo como pertencente a qual período da historiografia sobre a Idade Média?​​​​​​​
A. Ao Renascimento, por propor uma visão tripartite da história.
B. Ao Iluminismo, por negar os valores aristocráticos e clericais.
C. Ao século XX, pela renovação teórico-metodológica e temática.
D. Ao Romantismo, por conter uma visão positiva do medievo.
E. À Idade Média, por escrever concomitantemente aos fatos.
3. 
A história da historiografia tem uma íntima conexão com os aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais de cada uma das épocas, o que nos demonstra que a escrita da história também contém uma historicidade. Assinale V para verdadeiro e F para falso nas seguintes afirmações, que dizem respeito à historiografia sobre a Idade Média:
(  ) A denominação Idade das Trevas para o medievo decorre da ausência de fontes primárias que permitam a escrita da história do período, que permanece envolto em muitos mistérios.
( ) As renovações historiográficas promovidas pela Escola dos Annales não influenciaram a historiografia medieval, já que esses historiadores preocupavam-se com a escrita da história do tempo presente.
(  ) As visões do medievo consolidadas pelos historiadores renascentistas e iluministas obliteraram a riqueza artística e cultural do período, que também é rico em invenções presentes no nosso cotidiano.
​​​​​​​(  ) Existem diferentes periodizações para a Idade Média, em decorrência das concepções de continuidade ou ruptura que os historiadores empregam, além da diversidade de experiências no período.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A. F – F – V – V.
B. V – V – F – F.
C. F – V – F – V.
D. V – F – V – F.
E. F – F – F – V.
4. 
Nos debates historiográficos contemporâneos sobre a Idade Média, um dos temas que recebeu muita atenção foi o da cronologia, da periodização e das temporalidades, todos relacionados às ideias de continuidade e ruptura do período medieval em relação à Antiguidade e aos Tempos Modernos. Sobre essa temática, são feitas as seguintes afirmações:
I – No aspecto das continuidades ou legados, podemos citar que foi durante a Idade Média que se desenvolveram técnicas de utilização do moinho de vento e do arado, conceberam-se importantes teses filosóficas, forjou-se um estilo arquitetônico único e criou-se o modelo de universidade que conhecemos até hoje.
II – Atualmente, a visão de que o Renascimento e os Tempos Modernos significam uma ruptura drástica com o período medieval encontra-se superada, pensando-se mais em continuidades e condições prévias que possibilitaram as mudanças observadas nesses períodos.
​​​​​​​III – O desprezo pelos mil anos correspondentes ao período medieval pelos historiadores renascentistas e humanistas deve-se por acreditarem que seu tempo significava um “renascimento” da civilização greco-latina, considerando, assim, o medievo como um “hiato” entre aquele presente e o passado da Antiguidade Clássica.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A. Apenas I.
B. Apenas II.
C. Apenas I e II.
D. Apenas II e III.
E. Todas estão corretas.
5. 
Determinadas cronologias e periodizações históricas vêm sendo criticadas pela naturalização de seu emprego, sem criticidade, e pelas generalizações, que não abordam determinadas especificidades culturais,geográficas e temporais. Leia o texto abaixo, que faz uma referência a esse tema em relação à Idade Média:
“Rostovtzeff seguiu a tradição dos historiadores que organizaram a cronologia da História Mundial em Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Uma cronologia que apareceu pela primeira vez com os humanistas da Renascença, mas que só se consolidou nas últimas décadas do século XIX, com a ascensão do cientificismo. [...]. Ela escolheu apenas temas e culturas, afirma a historiadora Christine Dabat, representativos do passado da Europa ocidental. Segundo essas críticas, a Antiguidade não seria o período do nascimento da civilização como um todo, mas só do Ocidente.”​​​​​​​
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos sobre a historiografia da Idade Média e a teoria da história, assinale a alternativa correta:
A. A divisão quadripartite da história, assim como os marcos cronológicos da Idade Média, serve apenas para a história europeia e africana, únicas que mantinham contato durante o período medieval, tendo as sociedades asiáticas e americanas se desenvolvido sem o intercâmbio com esses outros povos.
B. A divisão quadripartite da história, assim como os marcos cronológicos da Idade Média, corresponde a marcos da história europeia e não pode ser generalizada para outras sociedades que se desenvolveram sincronicamente pelo risco do etnocentrismo e do eurocentrismo.
C. A divisão quadripartite da história, assim como os marcos cronológicos da Idade Média, foi pensada de forma a englobar as realidades na América, na África e na Ásia, podendo ser utilizada, com sucesso, para datar o tempo histórico nessas sociedades.
D. A divisão quadripartite da história, assim como os marcos cronológicos da Idade Média, corresponde a aspectos culturais: todas as vezes em que temos um novo período histórico significa o rompimento drástico com a mentalidade do período precedente.
E. A divisão quadripartite da história, assim como os marcos cronológicos da Idade Média, pressupõe uma ideia de continuidade e circularidade do tempo histórico, afirmando sua repetição em cada um desses momentos da sociedade europeia.
A mentalidade medieval
Desafio
As pesquisas sobre a mentalidade medieval trazem à tona complexas interpretações para nossa contemporaneidade. O consenso sobre o tema gira em torno da influência do Cristianismo nas camadas sociais e dinâmicas que os dogmas cristãos provocavam entre tais camadas do medievo. Trata-se de um período em que apenas membros da Igreja sabiam ler e escrever. A população não tinha acesso aos acervos, que eram oriundos da antiguidade, acondicionados nos mosteiros sob os auspícios dos clérigos, responsáveis pela educação e difusão dos dogmas cristãos. Num mundo descentralizado, os ensinamentos dos dogmas cristãos para a sociedade secular (os cidadãos que não faziam parte da Igreja) não eram escritos e as tradições orais se fortaleceram por intermédio do corpo eclesiástico.  A visão de mundo era teocêntrica, com a máxima verdade pautada na afirmação de que "Deus era o centro de tudo" e a Igreja seu porta-voz.  
Todos os aspectos da vida social estavam ligados ao sobrenatural e ao rígido código que colocava o ser humano como a expressão máxima do pecado. Nesse sentido, a ideia de conformismo e da  busca contínua pela expiação dos pecados pelo uso de símbolos católicos era a razão da existência medieval. A salvação da alma, o louvor ao criador, a fuga das tentações e a prática dos sacramentos cristãos eram o modus operandi da sociedade estamental do medievo.
A partir dessas informações, analise a organização da sociedade, o contexto histórico e o papel da mulher no mundo medieval. Apresente argumentos que justifiquem a construção da história da mulher na Idade Média e os motivos que influenciaram algumas interpretações presentes até a atualidade.
Resposta
A renúncia pelo corpo na Idade Média foi um processo construído pela Igreja Católica, pois, no entendimento da instituição, o “corpo”, ou a “carne”, era a representação do pecado e colocava a mulher num contexto delicado e muito complexo. Em uma das visões da época, o corpo feminino era a representação de algo diabólico, que poderia colocar em tentação homens cristãos e levá-los ao pecado. 
Nesse sentido, a sexualidade da mulher, sua constituição física, suas ações e maneiras de agir seriam cuidadosamente observadas pela Igreja e pela sociedade. Por outro lado, a representação do feminino também foi associada a aspectos positivos, de santidade, de reprodução, de cuidado para com a família, castidade e conexão com elementos de pureza, construídos a partir da narrativa bíblica da Virgem Maria. 
Portanto, uma importante construção histórica, como a história das mulheres no período medieval, não pode ser generalista. Devem ser considerados diversos aspectos, neste caso, em específico, um dos mais importantes, o patriarcalismo bíblico. Evidentemente, a mulher medieval não teve acesso a cargos e poder na Igreja Católica, mesmo que já existissem classes sociais distintas. Por outro lado, é inegável que a interpretação sobre o papel das mulheres na Idade Média passa por um processo de reconstrução na historiografia recente. As novas pesquisas, fontes e narrativas têm problematizado sua importância para o período, consequentemente, ampliando as possibilidades de compreensão da época.
Exercícios
1. 
Os homens da Idade Média estavam convencidos de que a terra era o centro do Universo e que Deus tinha reservado uma vida pós-morte para aqueles que seguissem os dogmas cristãos. O texto revela, em relação à Idade Média ocidental:
A. o prevalecimento de uma mentalidade fortemente religiosa, indicativa da força e da influência do cristianismo.
B. a consciência da própria gênese e origem, resultante das pesquisas históricas e científicas realizadas na Grécia Antiga.   
C. o esforço de compreensão racionalista dos fenômenos naturais, base do pensamento humanista.
D. a construção de um pensamento mítico, provavelmente originário dos contatos com povos nativos da Ásia e do Norte da África.
E. a presença de esforços constantes de predição do futuro, provavelmente oriundos das crenças dos primeiros habitantes do continente.   
2. 
 A Igreja Católica na Idade Média conciliou a razão com o universo sobrenatural e supersticioso presente na época por meio da filosofia medieval. A proliferação da filosofia medieval, responsável por importantes transformações na Igreja, está relacionada:
A. ao Renascimento cultural promovido por Carlos Magno e pelos homens cultos que este trouxe para sua corte.   
B. à invenção da imprensa, que possibilitou a reprodução dos livros a serem consultados por mestres e alunos.
C. à importância compreendida pelos teólogos de explicar a fé por intermédio da razão.  
D. ao crescimento dos filósofos germânicos, ao desenvolvimento das cidades e às aspirações de conhecimentos da burguesia.  
E. à determinação de eliminar a ignorância e o analfabetismo da chamada Idade das Trevas.   
3. 
A população medieval era extremamente voltada para crenças supersticiosas criadas pela Igreja Católica, considerando todos os eventos naturais como uma expressão da vontade divina. ​​​​​​​Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, como, por exemplo:
A. disseminando o cultivo das línguas nacionais nas universidades.   
B. estimulando o avanço da ciência, sobretudo da medicina, por meio das pesquisas voltadas às doenças da época.
C. impedindo a divulgação de conhecimentos científicos por meio do estabelecimento do Index.  
D. mesmo sendo proprietária de terras doadas pela burguesia, passou a se omitir, não construindo mais igrejas e mosteiros.   
E. servindo como instrumento de homogeneização cultural diante da fragmentação política da sociedade medieval.   
4. 
​​​​​​​No contexto artístico medieval, o corpo do mundo greco-romano era considerado profano, por isso foi substituído pelo espírito, que, conforme os dogmas católicos,seria a conexão com o sagrado. Sobre a arte nesse período histórico, assinale a alternativa correta:
A. Caracterizou-se por buscar a valorização do hedonismo, do naturalismo e do neoplatonismo.
B. Buscava compreender o sentido da vida do homem por meio de uma verdade superior, que era revelada pelas Escrituras e legitimada pela Igreja.   
C. A pintura apresentava-se no estilo gótico e seus personagens buscavam a beleza neoplatônica.
D. Caracterizou-se pela religiosidade dos poemas de Giovanni Boccacio, que ressaltam os ideais ascéticos da vida monástica.  
E. Seu objetivo era encontrar Deus e romper com a hierarquização da sociedade, imposta pela ordem feudal.   
5. 
Durante o período medieval, o poder da Igreja se fez sentir sob diversas formas e em diferentes ocasiões. É notável seu poder:
A. na regulamentação dos comportamentos e práticas sociais dos fiéis, excomungando os que se desviassem das prescrições eclesiais.
B. no impedimento do uso da tortura ou da pena de morte por parte de tribunais ou autoridades jurídicas, civis e eclesiásticas.  
C. na condenação à guerra como instrumento de propagação da fé, ao contrário dos muçulmanos, que estimulavam a Guerra Santa.  
D. na organização das Cruzadas, com a finalidade de evangelizar os árabes e judeus que ocupavam a Palestina.  
E. na divulgação do Cristianismo nas colônias europeias da África e da América, como meio da expansão da fé cristã para todo o mundo.
Desafio
A Idade Média foi um período de, aproximadamente, mil anos. Ao contrário do que algumas crenças populares dizem sobre essa fase da civilização, a Idade Média não pode ser compreendida como uma época de “imobilidade”: cada uma de suas diferentes fases apresenta mudanças profundas e significativas no que diz respeito a economia, política, direito, filosofia, ciência, artes e religião.
Fizeram-se ausentes as complexas estruturas públicas e políticas que atuaram de forma tão marcante na antiga Roma ou na Grécia clássica. O poder era exercido de forma localizada e fracionada, em cada feudo, por um senhor feudal. Logo, a vida política e a ideia de cidadania desaparecem do cenário social.
Acompanhe, a seguir, duas imagens representativas da Idade Média: uma vinculada ao Estado e a outra, ao modo de produção. A partir dessas imagens, fale sobre a relação entre o Estado e a Igreja na Idade Média, bem como sobre o seu modo de produção.
Resposta
1. A primeira figura é a imagem de um Papa coroando um Rei, mais especificamente Carlos Magno, pelo Papa Leão III. A imagem demonstra o quanto era próxima a relação entre Estado e Igreja, ou melhor, era a Igreja quem legitimava os poderes dos reis, uma vez que, na Idade Média, eles eram os "representantes divinos". Nesse sentido, a Igreja tinha interferência direta nos assuntos do Estado.
2. A segunda imagem apresenta o modo de produção tipicamente medieval, isto é, o feudalismo, que consistiu essencialmente na transformação de grande parte da Europa em uma multiplicidade de propriedades privadas, nas quais um senhor feudal atuava de forma soberana, fornecendo segurança e acesso à terra para os trabalhadores rurais, que pagavam por isso cedendo parte dos frutos de seu trabalho ao senhor feudal.
Exercícios
1. 
Sobre as fases do período medieval, é correto afirmar que:
A. Constitui um período de dez séculos que, tradicionalmente, é classificado, por historiadores, na forma de um bloco unitário sem quaisquer espécies de subdivisões.
B. Começa pela Baixa Idade Média e evolui para a Alta Idade Média.
C. Representou uma época de obscurantismo generalizado, congelamento social absoluto e não teve nem um avanço cultural digno de nota.
D. Sem prejuízo das críticas aos aspectos negativos da Idade Média, é certo que a identificação profundamente negativa do período está muito ligada ao imaginário do Renascentismo, que rejeitava amplamente o panorama cultural e social do medievo.
E. A existência de perseguições religiosas variadas e obscurantismos supersticiosos demonstra que, na Idade Média, não existia nem um tipo de direito racional válido.
2. 
Sobre a estrutura do Estado e da sociedade medieval, é correto afirmar que:
A. Torna-se complicado falar em um "Estado medieval", na medida em que, durante todo o período do medievo, a organização política e social dos territórios europeus oscilou entre diferentes modelos, como feudos e reinos, havendo, na maioria dos casos, uma descentralização e uma fragmentação do poder, sendo que as grandes monarquias nacionais só iriam realmente se constituir nos últimos séculos da Idade Média.
B. A sociedade medieval era caracterizada, como acontecia na Antiguidade Clássica, por um profundo envolvimento das pessoas nos debates públicos e na vida política, aprofundando os modelos e instituições democráticas herdadas dos antigos gregos e romanos.
C. A religião cristã exercia grande influência sobre as crenças individuais das pessoas, mas não se envolvia, de nenhuma forma, com questões de poder político ou organização social.
D. Os fundamentos da sociedade medieval encontravam-se na ascensão social por meio do trabalho duro nas lavouras e na produção rural voltada para o comércio exterior.
E. Como acontece nos dias atuais, a terra era uma propriedade importante porque sempre teve grande valor imobiliário e tendia a ser um bom investimento para ser posteriormente revendida.
3. 
Sobre o Direito na Idade Média, é correto afirmar que:
A. É marcado pelo desaparecimento completo do Direito Romano, que perde por completo a sua influência de outrora.
B. É marcado por um barbarismo completo, próprio dos costumes primitivos das tribos incultas que derrubaram o Império Romano Ocidental.
C. Por se tratar de uma época de grande dominação da religião e da Igreja Católica, o panorama jurídico desse período histórico é completamente engolido pelo Direito Canônico.
D. Movidos pelo desejo de vingança e de aniquilação da cultura imperialista, as tribos germânicas, após a queda do Império Romano Ocidental, trataram de destruir todo o legado do Direito Romano e dos institutos jurídicos criados pelos romanos.
E. O Direito Medieval mostra-se multifacetado, com diferentes influências em cada local e século, com destaque para o Direito Romano (que é preservado pelas tribos germânicas), o Direito Muçulmano, o Direito Canônico, o Direito Feudal e, para o surgimento, na Baixa Idade Média, do modelo inglês da Common Law.
4. 
Sobre a Magna Carta, é correto afirmar que:
A. É o documento jurídico que representa o primeiro embrião do Direito Constitucional e que marca o fim da Idade Média.
B. Foi o instrumento jurídico por meio do qual a burguesia destituiu o rei, transformando a Inglaterra em uma democracia constitucional parlamentarista.
C. Representou um marco civilizatório e foi a semente do constitucionalismo moderno, à medida que se tratava de um documento jurídico que estabelecia limites para os poderes do monarca, bem como consagrava direitos e garantias básicas de liberdade para os indivíduos contra os arbítrios do poder.
D. Era uma constituição completa e extensa, nos moldes das constituições contemporâneas.
E. Apesar de sua grande importância histórica, hoje, nenhum dos seus dispositivos permanece tendo validade nem vigência, sobretudo em razão de se tratar de um estatuto jurídico de muitos séculos atrás.
5. 
Sobre a transição da Idade Média para a Era Moderna, é correto afirmar que:
A. A chegada da Modernidade representou o encontro das pessoas com as luzes da razão após um milênio de inércia causada pelas trevas medievais da ignorância.
B. As condições tecnológicas, sociais, institucionais, econômicas e intelectuais que conduziram a Europa à Modernidade surgiram, todas elas, no período medieval, marcado por muitos contrastes mas também por grandes avanços, como o surgimento das universidades.
C. A formação dos Estados nacionais modernos e o ressurgimento dos grandes centros urbanos são exemplos de avanços que só ocorreram após o fim do período medieval.
D. Com a transição do medievo para a modernidade, a influênciada Igreja Católica foi drasticamente reduzida e o mundo se tornou menos apegado à religião, o que implicou em uma perda generalizada de valores morais e no surgimento de uma sociedade despreocupada com questões morais.
E. Com o fim do mundo medieval, a crença em Deus logo desapareceu da cultura popular europeia. Além disso, a rejeição dos renascentistas ao mundo medieval implicou em uma rejeição generalizada não apenas à Igreja, enquanto estrutura institucional de poder, mas também à Bíblia e aos simbolismos religiosos como um todo.
Fontes e problemas no estudo da Idade Média
Desafio
Alguns professores da Educação Básica costumam afirmar que existe uma distância significativa entre o saber acadêmico, ou a historiografia, e o saber escolar, ou a história que é ensinada nas escolas. Em sua percepção, parece não haver uma proximidade entre os avanços historiográficos e a narrativa dos livros didáticos, fazendo com que siga sendo repetida uma série de preconceitos e estereótipos nas salas de aula. Em relação ao ensino da Idade Média, leia a observação feita pela historiadora Miram Coser:
"A transposição de discussões historiográficas complexas para a sala de aula é sempre um problema e um dilema para os professores. Sem dúvida, não se trata de propor que tais questões sejam minuciosamente abordadas, mas já é hora de crianças e jovens terem acesso à informação de que, na Idade Média, havia outros grupos sociais além da tradicional divisão padres/guerreiros/camponeses tão preconizada pela Igreja e que as cidades faziam parte da vida medieval."
Você, como futuro professor, quais outros temas poderia abordar sobre a Idade Média que não a tríade comentada por Miram Coser? Como você realizaria essa abordagem? Descreva.
Resposta
Existem muitas temáticas que podem ser exploradas sobre a Idade Média que extrapolam as noções de feudalismo ou da sociedade de ordens, e as formas clássicas de se abordar o período. As contribuições da história cultural, da micro-história e da história das mentalidades trouxeram novos objetos de pesquisa que podem contribuir para extinguir certos preconceitos e estereótipos sobre a Idade Média. É possível trabalhar com a história das mulheres, a cultura popular, o desenvolvimento da filosofia e da ciência, as manifestações culturais e a arquitetura, os inventos dos camponeses, etc.
Essas abordagens podem ser realizadas a partir da bibliografia existente sobre esses temas, mas também explorando-se fontes primárias que se encontram digitalizadas e traduzidas em inúmeros sites e diferentes revistas especializadas. As cantigas, a iconografia e os documentos escritos despertam a atenção dos jovens e possibilitam, ainda, explicar para os alunos como se dá o trabalho dos historiadores.
Exercícios
1. 
As fontes históricas são materiais imprescindíveis para o trabalho do historiador. As diferentes formas com que as sociedades nos legaram vestígios de sua existência e experiência permitem que façamos nossas análises sobre sua história. Leia a citação a seguir, retirada da obra Fontes Históricas, organizada por Carla Pinsky (2008):
“O uso das fontes também tem uma história porque os interesses dos historiadores variaram no tempo e no espaço, em relação direta com as circunstâncias de suas trajetórias pessoais e com suas identidades culturais. Ser historiador do passado ou do presente, além de outras qualidades, sempre exigiu erudição e sensibilidade no tratamento de fontes, pois delas depende a construção convincente de seu discurso.”
Sobre esse trecho e a partir de seu conhecimento sobre as fontes históricas da Idade Média, assinale a alternativa correta:​​​​​​​
A. A história da Idade Média sempre foi escrita por meio das mesmas fontes, pois não há como alterar os registros deixados pelas sociedades daquele período.
B. Houve inovações temáticas na escrita da história da Idade Média, que são correlatas a uma ampliação da concepção de “fonte histórica” por parte dos historiadores.
C. Somente as fontes religiosas são consideradas fontes críveis para a escrita da história da Idade Média, pois os monges copistas atestavam os documentos que transcreviam para o latim.
D. A iconografia não pode ser utilizada como uma fonte na escrita da história da Idade Média devido às dificuldades de datação dos afrescos, das gravuras e das pinturas.
E. As inovações historiográficas ocorridas no campo da Idade Média são decorrentes apenas de novos conceitos, novas metodologias e novas teorias, não de novas fontes.
2. 
O período chamado de Idade Média, que, convencionalmente, abrange mil anos da história dos territórios europeus, foi marcado pela existência de diferentes reinos, cada um com as suas características socioeconômicas, com desenvolvimentos culturais e temporais próprios, representando um período de pluralidade de experiências.
Sobre essa diversidade cultural, espacial, geográfica e temporal, são feitas as seguintes afirmações:
I – As particularidades dos reinos medievais constituem um desafio para a escrita da história da Idade Média, pois a fragmentação das fontes, as diferentes datações, e as múltiplas línguas tornam difíceis generalizações sobre o período.
II – As especificidades cronológicas e temporais dos reinos medievais são superadas pelo historiador quando ele se atém às datações impostas pela Igreja Católica, que eram universais e adotadas igualmente em todos os reinos.
​​​​​​​III – A diversidade de experiências medievais nos evidencia a importância do domínio de certos conhecimentos prévios antes do trabalho com as fontes primárias para que o historiador evite problemas de interpretação de cronologias.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A. Apenas a afirmativa I.
B. Apenas a afirmativa II.
C. Apenas as afirmativas I e II.
D. Apenas as afirmativas I e III.
E. I, II e III.
3. 
A historiografia medieval modificou-se substancialmente ao longo do século XX a partir de uma série de transformações no âmbito conceitual, metodológico e teórico que ocorreram na história da historiografia. Em relação às mudanças ocorridas no tratamento dos vestígios do passado, são feitas as seguintes afirmações. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
(  ) As transformações conceituais, metodológicas e teóricas não implicaram em críticas quanto à cronologia da Idade Média, pois há um consenso entre os historiadores de que o período medieval corresponde aos cinco séculos entre os anos V e XV, independentemente das fontes primárias.
(  ) A partir da utilização de novas fontes primárias, desenvolveram-se campos de pesquisa específicos dentro da Idade Média, como a hagiografia e a história da doença e saúde, que buscaram evidenciar as especificidades de algumas práticas medievais.
(  ) A ampliação da noção de “fonte histórica” permitiu que os historiadores pudessem realizar outros estudos sobre as temáticas consideradas secundárias na historiografia, como a cultura popular, os marginais, as relações amorosas e familiares, etc.
​​​​​​​(  ) As fontes históricas legais e jurídicas, bem como as religiosas, passaram a ser incorporadas nas análises, pois os historiadores se desfizeram do preconceito com os documentos oficiais dos reinos e impérios medievais.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A. F – V – F – V.
B. F – V – F – F.
C. V – V – V – F.
D. V – F – F – V.
E. F – V – V – F.
4. 
Durante os dez séculos de Idade Média, homens e mulheres orientaram-se temporalmente de formas distintas, que também variaram conforme as características específicas de cada império ou reino. Contudo, é possível assinalar algumas características em comum nessa contagem do tempo e na vivência da temporalidade.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente algumas características do tempo e da temporalidade durante esse período​​​​​​:
A. A Idade Média se caracterizou por uma experiência temporal que se orientava pelos solstícios e equinócios, sendo as datas religiosas apenas celebradas pelos clérigos, sem influência dos camponeses, que seguiam se orientando apenas por fenômenos astrológicose naturais.
B. A Idade Média se caracterizou por uma multiplicidade de experiências temporais, que se vinculavam a fenômenos astronômicos e naturais, em uma ideia de tempo circular, mas também a questões religiosas, como os dias santos, e uma tentativa de instituição de um tempo linear por meio da noção de sucessão.
C. A Idade Média se caracterizou por uma experiência temporal única, regida pela Igreja Católica, que era a responsável pela instituição do calendário civil e religioso, e que era vivenciada da mesma forma por camponeses, por mercadores e por clérigos.
D. A Idade Média se caracterizou por uma experiência temporal unicamente linear, em que, a partir do calendário estabelecido durante a vigência do Império Romano do Ocidente, foi possível estabelecer com precisão os anos, e assim realizar os registros cotidianos.
E. A Idade Média se caracterizou pela inexistência de uma concepção de tempo e de temporalidade, e as noções de circularidade ou linearidade foram atribuídas a posteriori pelos historiadores, não sendo uma experiência própria de homens e mulheres daquele período.
5. 
A definição da semana de sete dias e a sua nomenclatura durante a Idade Média exemplificam a diversidade com que os historiadores devem lidar ao trabalhar com o período. Na Itália, na Espanha, na França e na Alemanha, a segunda-feira é o dia da Lua; Portugal adotou a ideia de segunda-feira a partir dos dias posteriores ao feriado (feriae) de Páscoa.
Assinale a alternativa correta em relação à determinação dos dias da semana:
A. A diferença existente entre esses países revela concepções temporais distintas, predominando em Portugal uma noção de circularidade, em detrimento de uma ideia de linearidade, que era comum e universal no restante do território europeu.
B. Não é possível estabelecer nenhuma consideração sobre as formas de contagem do tempo nem a periodização da Idade Média com as nomenclaturas dos dias da semana, pois esses nomes se originaram somente com a instituição das línguas latinas e germânicas modernas.
C. Enquanto na Itália, na Espanha, na França e na Alemanha predominou uma tradição pagã para a nomenclatura dos dias da semana, em Portugal prevaleceu a tradição cristã, o que demonstra as diferenças culturais existentes entre os impérios e os reinos.
D. O fato da Itália, da Espanha, da França e da Alemanha preservarem as nomenclaturas aos dias da semana definidas no medievo demonstra certo atraso dessas sociedades, que permanecem ligadas às concepções naturais e primitivas de contagem do tempo.
E. A permanência de uma tradição cristã nos nomes dos dias em Portugal demonstra a força da Igreja Católica nesse país, em detrimento do ocorrido na Itália, na Espanha, na França e na Alemanha, em que o protestantismo contribuiu fortemente para a paganização dos nomes dos dias da semana.
A transição da Idade Média para a Modernidade
Desafio
Uma tendência historiográfica contemporânea, a história conectada ou história global, vem permitindo a abordagem de determinadas realidades de forma paralela, buscando conexões entre espacialidades ou temporalidades distintas. Para o professor da educação básica, trabalhar com essa noção de história pode ser um desafio em função da estruturação dos currículos (que tendem a separar os conteúdos da "história geral" e do "Brasil") e da organização dos livros didáticos (cujos capítulos temáticos, por vezes, não se conectam). Contudo, a perspectiva da história conectada permite conexões interessantes, como algumas características da Idade Média e a colonização da América Portuguesa. Veja o que diz o historiador Jacques Le Goff:
"[...] sejam quais forem as diferenças entre a Europa medieval e a América colonial do século XVI, o essencial do feudalismo medieval volta a ser encontrado na América: o papel dominante e estruturador da Igreja; o equilíbrio da tensão entre monarquia e aristocracia modifica-se, sem que se rompa, no entanto, a lógica feudal; as atividades cada vez mais importantes dos homens de negócios, comprometidos com o comércio atlântico ou com a exploração dos recurso minerais e agrícolas do mundo colonial, permanecem dentro dos marcos corporativos e monopolistas tradicionais, e estes homens seguem orientado seus ganhos para a propriedade da terra e a aquisição do estatuo de nobre."
Neste cenário, imagine-se como futuro professor e responda:
Como organizaria uma aula sobre a feudalidade, a história da América Portuguesa e a sociedade brasileira contemporânea?
Resposta
Para organizar uma aula de história conectada que relacione a feudalidade, a história da América Portuguesa e a sociedade brasileira contemporânea, é preciso que os alunos conheçam a estrutura da sociedade feudal, as relações das pessoas entre si e com a terra e como se organiza o poder político. A partir desse estudo prévio, pode-se passar ao aprendizado da colonização, questionando os alunos quanto às experiências econômicas, políticas, religiosas e sociais que estavam disponíveis para os portugueses e que foram trazidas para a América. Assim, pode-se estabelecer um continuum e uma aproximação entre a sociedade feudal e o sistema colonial, suas instituições e as relações sociais, cuidando com os anacronismos e generalizações. Por fim, tendo esse quadro comparativo estabelecido, pode-se perguntar aos alunos que aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais eles veem como continuidade da feudalidade e do sistema colonial. Pode-se elencar a ideia do patrimonialismo e do patriarcado, a importância da religião para algumas comunidades, etc.
Exercícios
1. 
O movimento das Cruzadas, que tinha um viés religioso, mas também econômico e militar, prolongou-se por um longo período na história da Europa durante o medievo. Sobre as Cruzadas, são feitas as seguintes afirmações (assinale V para verdadeiro e F para falso):
(  ) As Cruzadas foram exitosas em todos seus objetivos, inclusive na desestabilização do sistema feudal, que não representava mais os interesses da Igreja Católica.
(  ) A temática religiosa foi apenas uma justificativa para o início do movimento das Cruzadas, cujo interesse maior era econômico, em função da expansão das atividades mercantis das cidades.
(  ) Em razão das guerras religiosas iniciadas com o avanço dos cruzados, não foi possível estabelecer trocas culturais e econômicas entre as religiões.
(  ) Para os cruzados, o combate aos “infiéis” era uma obrigação religiosa e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de absolvição dos pecados.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A. V – F – V – F.
B. V – V – F – F.
C. F – F – V – V.
D. F – V – V – V.
E. F – F – F – V.
2. 
As cruzadas foram expedições de caráter econômico, militar e religioso, ocorridas entre os séculos XI e XIII, contra os chamados “infiéis”, fossem eles heréticos ou islâmicos. Leia o texto a seguir, que trata desse episódio:
Com as Cruzadas, houve a ______ do comércio no Mar Mediterrâneo, o que contribuiu para o ______ de cidades europeias, que ______ de tamanho. Os impactos comerciais e econômicos dessas expedições levaram ao ______ do Feudalismo.
A alternativa que melhor preenche as lacunas do texto é:
A. estagnação – desenvolvimento – aumentaram – enfraquecimento.
B. estagnação – enfraquecimento – diminuíram – enfraquecimento.
C. retomada – desenvolvimento – aumentaram – enfraquecimento.
D. retomada – enfraquecimento – diminuíram – fortalecimento.
E. retomada – desenvolvimento – aumentaram – fortalecimento.
3. 
Durante a Baixa Idade Média, houve uma série de transformações nos âmbitos cultural, econômico, político e social que contribuíram para o término de uma das instituições mais importantes da feudalidade, o contrato vassálico. Assinale V para “verdadeiro” ou F para “falso” nas seguintes afirmações sobre o enfraquecimento e o fim das relações de vassalagem:
(  ) A nobreza feudal e seus hábitos de consumo cada vez mais exigentes necessitava de uma renda cada vez maior, obrigando os camponeses a trabalharem mais, gerando descontentamentos e diversas revoltas.
(  )A mortalidade provocada pela Peste Negra foi compensada pela nobreza feudal com o comércio de escravizados africanos para a Europa, suprindo a deficiência de mão de obra camponesa.
(  ) As cidades, o comércio, em expansão, e a monetização das trocas não impactaram as relações vassálicas, que somente foram atingidas com o fortalecimento das corporações de ofício e as atividades manufatureiras.
(  ) Paralelamente ao processo do enfraquecimento das relações de vassalagem, há um fortalecimento econômico, político e social dos burgueses, classe fundamental no movimento de centralização do poder político na figura do rei.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A. V – V – F – F.
B. V – F – F – V.
C. V – F – F – F.
D. F – V – F – V.
E. F – F – V – V.
4. 
O enfraquecimento das relações sociais baseadas no contrato vassálico foi uma das consequências do progressivo crescimento das cidades, acompanhado pelo aumento de sua importância econômica. Sobre esse tema, são feitas as seguintes afirmações:
I – Na Baixa Idade Média, houve um processo de fixação da população ligada às atividades mercantis nas cidades e em seus entornos, em razão da limitação espacial decorrente de suas muralhas.
II – No final do período medieval, as cidades eram autossuficientes em relação ao campo, que não gerava excedentes de produção, obrigando-as a importar alimentos e fomentando as relações mercantis.
III – O aumento da produção agrícola, decorrente de novas técnicas de cultivo e ampliação dos espaços cultiváveis, foi responsável pela prosperidade arquitetônica, educacional e comercial das cidades.
​​​​​​​Qual(is) está(ão) correta(s)?
A. Apenas I.
B. Apenas II.
C. Apenas III.
D. Apenas I e III.
E. Apenas I e II
5. 
Durante o período da Baixa Idade Média, inicia-se um processo de centralização do poder político que, em diferentes momentos, dará origem às monarquias nacionais da Idade Moderna.
Sobre a formação dos Estados Nacionais, assinale a alternativa correta:​​​​​​​
A. A centralização do poder na figura do monarca soberano ocorreu com o apoio da nobreza, que se via ameaçada com o crescimento da influência e do poder da burguesia.
B. A centralização do poder na figura do monarca soberano ocorreu como forma de uniformizar as práticas religiosas e combater o avanço do islamismo na Europa.
C. A centralização do poder na figura do monarca soberano ocorreu a partir da abdicação do estabelecimento de uma língua comum, preservando o pluralismo cultural.
D. A centralização do poder na figura do monarca soberano ocorreu com o apoio de todas os estratos sociais existentes na sociedade, incluindo o clero, a burguesia e a nobreza.
E. A centralização do poder na figura do monarca soberano ocorreu com o apoio da burguesia, contra certos privilégios da nobreza, que foram passados ao rei e ao Estado.

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