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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 23 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br UNIDADE III 3 - Classificação periódica dos elementos A classificação periódica é uma forma de organização dos elementos quími- cos de modo a evidenciar algumas semelhanças em suas propriedades físicas ou químicas. Vários estudiosos tentaram criar um sistema de classificação dos elemen- tos. 3.1 Histórico Em 1869, Dmitri Ivanovitch Mendeleev, um químico nascido na Sibéria, enquan- to escrevia um livro de Química Inorgânica, conseguiu criar um sistema de organiza- ção dos elementos químicos de uma forma muito parecida com a classificação pe- riódica moderna. Mendeleev criou uma carta para cada um dos 63 elementos conhecidos. Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atômica e suas propriedades quími- cas e físicas. Colocando as cartas em uma mesa, organizou-as em ordem crescente de suas massas atômicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhan- tes. Formou-se, então, a tabela periódica. Em 1913, o cientista britânico Henry Moseley descobriu que o número de pró- tons no núcleo dos átomos de um determinado elemento é sempre o mesmo. Quan- do os elementos foram arranjados de acordo com o aumento do número atômico, alguns problemas existentes na tabela de Mendeleev deixaram de existir e, por isso, a tabela periódica moderna está baseada no número atômico dos elementos. 3.2 Classificação periódica atual - Denomina-se tabela periódica porque as propriedades dos elementos químicos variam de modo periódico. - As colunas são numeradas de 1 a 18 são os grupos, ou famílias de elementos, e as carreiras horizontais, de 1 a 7, são os períodos. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 24 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br - Na tabela periódica os elementos são ordenados nos períodos em ordem crescen- te de seus números atômicos. - Elementos de uma mesma coluna possuem propriedades químicas e físicas seme- lhantes em função do modo com que os elétrons estão distribuídos em torno dos núcleos. - Os elétrons estão distribuídos em torno dos núcleos em camadas ou níveis de energia, um fenômeno diretamente relacionado com a estrutura da tabela periódica. - Cada período da tabela periódica, em número de 7, corresponde a um nível de energia (BRAATHEN, p.69,2011). - A distribuição dos elétrons em torno dos núcleos é de fundamental importância na química, pois está diretamente relacionado com as fórmulas das substâncias e suas propriedades. - Camada de Valência é o número de elétrons existentes no último nível de energia dos átomos de um elemento químico. - Os elementos que estão numa mesma coluna, ou família, da tabela periódica têm, pelo menos nas colunas 1 e 2 e 13 a 18, apresentam o mesmo número de elétrons na camada de valência. 3.3 Distribuição eletrônica dos elementos Para distribuirmos os elétrons em suas respectivas camadas eletrônicas, deve-se utilizar o diagrama de Linus Pauling, obtido a partir do modelo atômico atual (modelo da mecânica quântica): CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 25 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br As letras s, p, d e f são subníveis, e os números 1, 2, 3, 4, 5, 6, e 7 são os níveis eletrônicos. Os subníveis de energia são formados a partir de orbitais. Orbital é a região mais provável de encontrar o elétron. Figura: Representação dos orbitais. Cada “caixinha” é um orbital e, em cada orbital, podemos colocar, no máximo, 2 elétrons. Então, o número máximo de elétrons existentes em um subnível s – 1 elétron, no subnível p – 6 elétrons, no subnível d – 10 elétrons e no subnível f – 14 elétrons. A distribuição eletrônica deve ser feita de modo que os subníveis sejam total- mente preenchidos para que possamos passar para outro subnível. Essa ordem de preenchimento é energética, ou seja, o subnível de menor energia é preenchido pri- meiro. O sentido de preenchimento é mostrado na figura a seguir: Exemplo de distribuições eletrônicas em ordem energética. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 26 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Distribuições irregulares As distribuições eletrônicas terminadas em ns2 (n – 1)d4 e ns2 (n – 1)d9 não devem permanecer assim; um elétron do orbital s deverá ser transferido para esses orbitais, transformando-os em s1 d5 e s1 d10. Exemplos: Distribuição eletrônica de íons Subnível de valência ⇒ É o subnível mais distante do núcleo. Exemplo: Zn (Z = 30) ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 O subnível 4s2 é o mais distante do núcleo. Então, o subnível 3d10 é o mais energé- tico na distribuição do zinco (Zn). Subnível mais energético ⇒ É o subnível que aparece por último na distribui- ção energética. Observação: Esses átomos são neutros, número de prótons é igual o número de elétrons. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 27 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Algumas vezes, o subnível de valência coincide com o subnível mais energético. Isso só ocorre quando a distribuição energética é idêntica à distribuição geométrica. Exemplo: Ca (Z = 20) ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 4s2 é o subnível de valência e também o mais energético. A distribuição eletrônica de íons, cátions (perdem e–) e ânions (ganham e–), basta retirar elétrons do subnível de valência, ou a ele acrescentarmos elé- trons. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 28 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Figura: Tabela Periódica Em relação às propriedades químicas e físicas dos elementos, exibidas pelas respectivas substâncias simples, os mesmos são agrupados em três classes, que são. METAIS (é a maioria, representados em cinza claro na figura). NÃO METAIS (OU AMETAIS) (representados em cinza escuro na figura). GASES NOBRES (assim chamados por que são muito pouco reativos e dificilmen- te se ligam para formarem moléculas. São representados em cinza mais escuro na figura). Até recentemente era comum se falar também em metalóides ou semimetais (Boro- B, Silício-Si, Germânio- Ge, Arsênio-As, Antimônio- Sb e Telúrio-Te), que teriam propriedades intermediárias entre metais e ametais. Esta designação está caindo em desuso e não é mais recomendada pela I.U.P.A.C. (União Internacional de Quí- mica Pura e Aplicada). (BRAATHEN, p.71, 2011) - O elemento hidrogênio, representado em branco, não se encaixa em nenhuma das classes acima. - Os metais forma substâncias simples, ou elementares, que são, normalmente, sóli- dos à temperatura ambiente (com exceção do mercúrio), e em sua maioria com altos pontos de fusão e ebulição. São bons condutores de calor e eletricidade. São ma- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 29 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br leáveis (facilmente transformados em lâminas) e dúcteis (facilmente transformados em fios). - Os ametais formam substâncias simples, ou elementares, que podem ser sólidas, líquidas ou gases, à temperatura ambiente. Possuem, de modo geral, então, baixos pontos de fusão e ebulição. São de modo geral, maus condutores de calor e eletrici- dade. Uma exceção importante é o carbono, em sua forma alotrópica grafite, que é excelente condutor de eletricidade. 3.4 Propriedades periódicas dos elementos químicos O estudo da posição dos elementos na tabela periódica pode ser usado para relacionar suas propriedades com suas estruturas atômicas. Os elementos se organizam de acordo com suas propriedades periódicas: à medida que o número atômico aumenta, os elementos assumem valores crescentes ou decrescentes em cada período. As principais propriedades periódicas são: raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica e eletronegatividade. 3.4.1 Raio atômico A medida de um átomo é feita com base em uma técnica de difração de raios X. Essa técnica funciona pelo bombardeamento, com raios X, de uma amostra pura e sólidas contendo átomos de um único elemento químico. Esses raios são desvia- dos e registrados em uma chapa fotográfica. Com base na imagem registrada, é possível determinar a posição dos núcleos dos átomos. A distância entre dois núcleos de um átomo é o diâmetro entre eles. O raio é calculado dividindo-se o diâmetro por dois. Fonte: http://quimicacrescersempre.blogspot.com/2011/06/propriedades-periodicas.html http://quimicacrescersempre.blogspot.com/2011/06/propriedades-periodicas.html CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 30 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Utilizam-se dois átomos não ligados, pois a medida do raio de um átomo iso- lado não pode ser feita com precisão, uma vez que a eletrosfera não tem um limite determinado. Variação do raio na tabela periódica Nas famílias Nas famílias, o raio aumenta de cima para baixo. Isto ocorre porque os níveis de energia ou camadas eletrônicas do átomo no estado fundamental também aumen- tam. Assim, podemos dizer que o raio atômico cresce de cima para baixo na ta- bela periódica. Nos períodos Neste caso, ocorre o inverso. À medida que o número atômico aumenta (da es- querda para a direita) em um mesmo período, o raio atômico diminui. Isto acontece porque, à medida que aumenta o número de prótons (carga nuclear), aumenta tam- bém a atração sobre os elétrons. Assim, diminui-se o tamanho dos átomos. Pode-se confirmar, então, que o raio atômico cresce da direita para a esquerda na Tabela Periódica. Raio de íons (cátions e ânions) Quando um átomo neutro recebe ou perde elétrons, o seu raio sofre modificação. Raio do átomo neutro e raio do cátion Cátion (perda de elétron): a perda de um ou mais elétrons faz com que o número de prótons no núcleo fique maior do que o número de elétrons. Assim, o núcleo exerce uma maior atração nos níveis, diminuindo o tamanho do átomo. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 31 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Figura: comparação entre um átomo de magnésio (Mg) e um cátion de (Mg2+). Raio do átomo neutro e raio do Ânion (ganho de elétron): o ganho de um ou mais elétrons faz com que o número de prótons no núcleo fique menor do que o número de elétrons. Como os elétrons apresentam a mesma carga e sua quantidade está maior, ocorre um aumento na repulsão entre essas partículas, fazendo com que o tamanho do átomo torne-se maior. Assim, a repulsão entre os elétrons supera a atração entre o núcleo e os níveis. Figura: Comparação entre um átomo de cloro (Cl) e um ânion de cloro (Cl-). 3.4.2 Energia de ionização ou potencial de ionização Energia de Ionização, também denominada de Potencial de ionização, cor- responde à energia mínima necessária para retirar um elétron de um átomo ou íon no estado gasoso. Observe as energias de ionização para o átomo de sódio. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 32 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br O aumento considerável da energia pode ser explicado a partir da retirada de elétrons. Com a retirada de 1 elétron, a força de atração núcleo/elétron aumenta, tornando maior a energia necessária para a retirada do próximo elétron. Na tabela, a energia de ionização varia de acordo com a seguinte forma. Nas famílias ou grupos: de baixo para cima. Nos períodos: da esquerda para a direita. 3.4.3 Afinidade eletrônica ou eletroafinidade A afinidade eletrônica é definida como sendo a quantidade de energia liberada quando um átomo neutro, isolado e gasoso ganha um elétron. Observe o esquema a seguir: Y(g) + 1e- → Y-1(g) + energia CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 33 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Esse ganho de elétron está relacionado com a instabilidade de um átomo. Pa- ra conseguir certa estabilidade eletrônica, um átomo recebe elétron, transformando- se em um ânion e liberando energia. O valor da afinidade eletrônica está relacionado com o tamanho do átomo, ou seja, quanto maior for o raio do átomo, mais distante o elétron estará do núcleo e menor será a sua afinidade eletrônica. De forma resumida, pode-se dizer que a afi- nidade eletrônica aumenta quando o raio diminui e vice-versa. A variação da afinidade eletrônica na tabela periódica. Nas famílias ou grupos: de baixo pra cima. Nos períodos: da esquerda para a direita. Devido a estabilidade eletrônica dos gases nobres, eles são excluídos dessa propriedade. 3.4.4 Eletronegatividade A eletronegatividade é definida como a tendência de um átomo atrair elétrons em uma ligação química. A eletronegatividade é uma grandeza relativa, pois ela é analisada por meio de uma comparação entre a capacidade que dois átomos ligados possuem de atrair os elé- trons. Além disso, ela é uma propriedade periódica, uma vez que, à medida que o número atômico aumenta, ela adquire valores semelhantes para intervalos regula- res. Existem várias formas de medir a eletronegatividade dos elementos, mas a for- ma mais conhecida e usada é a que foi determinada pelo cientista Linus Pauling. Linus Pauling atribuiu arbitrariamente o valor de 4,0 para o elemento flúor. Fazendo comparações, foi possível determinar os valores de eletronegatividade para os outros elementos da tabela. https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/propriedades-periodicas.htm CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 34 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br Como os gases nobres apresentam estabilidade eletrônica. Eles não são in- seridos nessa propriedade, embora alguns gases apresentem valores de eletronega- tividade na tabela periódica. A variação da eletronegatividade na tabela periódica. Nas famílias ou grupos: de baixo para cima. Nos períodos: da esquerda para a direita. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 35 Professor: Marialice T. Trigo Miranda – licem@uai.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. RUSSEL, John B. Química Geral. 2a ed. Vol. I. São Paulo, Makron Books, 1994. 2. BRAATHEN, Per Chistian. Química Geral. 1ª ed. Vol. único. Viçosa, 1999.
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