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Livro texto III - Direito Aplicado ao Comércio Exterior e Legislação Aduaneira

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1. EMPRESA E EMPRESÁRIO E ESTABELECIMENTO 
 
No decorrer de nossos estudos veremos os conceitos de empresa e de 
empresário, as características, capacidade e requisitos para configuração da 
condição de empresário, o nome empresarial, tipos e classificação de sociedades, 
os atos constitutivos e a personalidade jurídica. 
 
 
1.1 EMPRESA 
 
Em que pese o fato do Código Civil destinar um capítulo para tratar das 
questões inerentes ao “Direito de empresa”, não traz um conceito ou definição sobre 
empresa. 
 
Por seu turno, a doutrina entende que “empresa é definida como sendo a 
atividade econômica organizada, que visa à obtenção de lucros mediante o 
oferecimento, ao mercado, de bens e serviços, gerados mediante a organização dos 
fatores de produção, tais como força de trabalho, matéria-prima, capital e 
tecnologia1”. 
 
 
1.2 EMPRESÁRIO 
 
Já, a figura do empresário encontra-se conceituada pela própria Lei 10.406/02 
(Código Civil): 
 
"Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens 
ou de serviços." 
 
 
Dessa forma, empresário pode ser definido como a pessoa física ou jurídica. 
 
 
1.3 CAPACIDADE PARA SER EMPRESÁRIO 
 
O Código Civil dispõe no artigo 972 "podem exercer a atividade de empresário 
os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente 
impedidos." 
 
 
1.4 DA RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS 
 
O artigo 135, do Código Tributário Nacional, abrangia a responsabilidade 
pelos débitos tributários aos sócios, diretores, gerentes e representantes das 
sociedades. 
 
Já o artigo 50 da Lei 10.406/02 (Código Civil) prevê: 
 
1 FERRAGUT, Maria Rita. Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002. São Paulo, editora Noeses, 
2005. p. 2 
 
 "Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir 
no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores 
ou sócios da pessoa jurídica." 
 
 
Assim, os bens dos sócios podem ser executados por dívidas da sociedade, 
resguardados os direitos de meação (que devem ser objeto de ação própria) e o de 
ver seus bens executados após exaurimento do patrimônio da empresa. 
 
 
1.5 SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES 
 
De acordo com o artigo 977, do CCB, a possibilidade dos cônjuges formarem 
uma sociedade somente é possível se não forem casados no regime de comunhão 
universal de bens: 
 
"Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação obrigatória." 
 
 
1.6 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
O artigo 1.142 do Código Civil estabelece que “considera-se estabelecimento 
todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou 
sociedade empresária." 
 
Dessa forma, todos aqueles estabelecimentos comerciais, também chamados 
de Fundos de Comércio, não são portanto o local da atividade do comerciante, mas 
sim toda a construção intelectual das atividades, os equipamentos (corpóreos e 
incorpóreos) que o empresário utiliza para desenvolver a sua atividade. São os 
móveis, utensílios, marca, logotipo etc. 
 
Enfim, o estabelecimento comercial, agora denominado de estabelecimento 
empresarial, compreende no conjunto de bens que o empresário ou a sociedade 
empresarial organiza para a atividade da empresa. 
 
 
1.7 PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
A sociedade somente adquire personalidade jurídica com o registro de seus 
atos constitutivos, conforme prescreve o artigo 1150 do Código Civil. Veja: 
 
“Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e 
a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual 
 
deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade 
simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.” 
 
 
1.8 DAS FORMAS SOCIETÁRIAS 
 
A sociedade individualmente considerada pode formar-se de mais de uma 
maneira. 
 
O artigo 9832, do Código Civil consigna que a sociedade deverá ser 
constituída segundo um dos tipos ali regulados, são elas: 
 
1. sociedade em comum; 
2. sociedade em conta de participação; 
3. sociedade simples; 
4. sociedade em nome coletivo; 
5. sociedade em comandita simples; 
6. sociedade limitada; 
7. sociedade anônima; 
8. sociedade em comandita por ações; 
9. sociedade cooperativa; 
10. sociedade coligada. 
 
 
1.8.1 Sociedades não personificadas 
 
São aquelas sociedades personificadas, aquelas não personificadas ou 
existentes unicamente de fato, que não possuem seus atos constitutivos 
devidamente registrados. 
 
a) sociedades em comum: sobre este tipo de sociedade tem-se que 
enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por 
ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente 
e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. 
 
b) sociedades em conta de participação: a atividade constitutiva do objeto 
social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob 
sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados 
correspondentes. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, 
exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social. A 
constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer 
formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. 
 
 
 
 
 
2 Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 
a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o 
fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. 
 
1.8.2 Sociedades personificadas 
 
As sociedades personificadas constituem-se mediante contrato escrito, 
particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
- nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se 
jurídicas; 
- denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
- capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
- a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
- as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em 
serviços; 
- as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
- a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
- se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
 
Dentre elas, o Código Civil classificou como sociedade personificada as 
seguintes: 
1. sociedade simples; 
2. sociedade em nome coletivo; 
3. sociedade em comandita simples; 
4. sociedade limitada; 
5. sociedade anônima; 
6. sociedade em comandita por ações; 
7. sociedade cooperativa; 
8. sociedade coligada. 
 
 
2 REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 
 
“A reorganização societária envolve 4 (quatro) operações, a saber: 
incorporação, fusão, cisão e transformação. Por meio de tais operações, as pessoas 
 
jurídicas mudam de tipo societário3, aglutinam-se ou dividem-se, visando os sócios a 
dotar a respectiva sociedade de perfil mais adequado à realização do seu objeto 
social4.” 
 
Neste sentido trataremos das três primeiras modalidades de reorganização 
onde existe alteração da estrutura jurídica da empresa: a fusão, a incorporação e a 
cisão. 
 
 
2.1 FUSÃO 
 
De acordo com o artigo 1.119 do C.C., fusão é a operação pela qual se unem 
duas ou maissociedades para formar uma sociedade nova, que lhes sucederá em todos os 
direitos e obrigações. Veja: 
 
“Art. 1.119. A fusão determina a extinção das sociedades que se unem, 
para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e 
obrigações.” 
 
 
Os doutrinadores acenam como aspecto positivo desta modalidade, o fato de 
que o nascimento de nova empresa deixa todos os acionistas e credores em posição 
de igualdade, com reflexos no clima organizacional. 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
Na fusão, deliberada, ocorre: 
 
a) cada uma das fusionadas, ao concordar com a fusão concorda, também, 
com sua extinção; 
 
b) a totalidade do patrimônio de cada sociedade, eliminado seu passivo, 
passa a constituir o capital social da sociedade nova; 
 
c) correspondentes ao capital social formado com a soma das contribuições 
patrimoniais das sociedades, são atribuídas aos antigos sócios, ações ou cotas de 
participação, na proporção das suas participações nas sociedades extintas; 
 
3 NETO, Vera Lúcia Pereira. Reorganização Societária, Dissolução e Liquidação no Novo Código Civil. 
(www.fiscosoft.com.br) 
 
A B
C
 
d) é vedado aos sócios votar o laudo de avaliação patrimonial das sociedades 
que façam parte antes da fusão (art. 1120, § 3º, CCB); 
 
e) Até 90 dias, o credor que se sentir prejudicado com a fusão, pode requerer 
judicialmente a anulação; 
 
f) se em 90 dias a empresa nova sofrer falência, os credores anteriores 
podem requerer a separação dos bens (art. 1122, § 3º, CCB). 
 
 
2.2 INCORPORAÇÃO 
 
Operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que 
lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 1116 e seguintes do CC). Veja: 
 
“Art. 1.116. Na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas 
por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo 
todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos. 
Art. 1.117. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada deverá 
aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato constitutivo. 
§ 1o A sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento 
desse ato, e, se o aprovar, autorizará os administradores a praticar o 
necessário à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da 
diferença que se verificar entre o ativo e o passivo. 
§ 2o A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá 
a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da 
sociedade, que tenha de ser incorporada. 
Art. 1.118. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará 
extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro 
próprio.” 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
A
B
A
 
2.3 CISÃO 
 
Operação pela qual a sociedade transfere todo ou somente uma parcela do 
seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 
existentes, extinguindo-se a sociedade cindida, se houver versão de todo o seu 
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. (Lei das S.A., art. 229) 
 
Exemplo: 
 
 
 
A cisão, portanto, pode ser total ou parcial. 
 
Ocorrerá cisão total quando houver completa transferência de patrimônio, 
caso em que a sociedade cindida se extinguirá; a cisão parcial, por sua vez, importa 
versão parcial do ativo e do passivo para outra sociedade, remanescendo a 
sociedade originária com uma parcela do patrimônio em seu poder e reduzindo-se 
seu capital social na proporção do patrimônio líquido transmitido 
 
Na hipótese de cisão parcial, estabelece o artigo 229 a existência de 
sucessão apenas quanto aos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão. 
Como regra geral para proteção dos credores, o artigo 233 prevê que a sociedade 
cindida que subsistir e as sociedades que receberem parte de seu patrimônio serão 
solidariamente responsáveis pela satisfação das obrigações da sociedade cindida 
anteriores à cisão 
 
 
3 AGRUPAMENTOS ECONÔMICOS 
 
Dentre as formas mais comuns de agrupamentos com finalidade econômica e 
sem qualquer outro elemento comum e, de outro lado, aquelas empresas que se 
formarão em agrupamento com base contratual: 
 
 
3.1. GRUPO ECONÔMICO 
 
“É a unidade empresarial de grande porte que está subordinada a um centro 
único de poder, de controle e de decisão estratégica, embora atual, em geral, em 
diversos mercados e através de diversas empresas, com uma organização 
institucional descentralizada e com diferentes graus de autonomia nas decisões de 
gestão”5 
 
 
5 PORTUGAL Jr, José Geraldo, et al., Grupos econômicos: expressão institucional da unidade 
empresarial contemporânea”. P. 26. São Paulo : FUNDAP/IESP, 1994. 
A 
B c
 
As empresas que compõem o grupo econômico são responsáveis, consoante 
dispõe a legislação trabalhista, por dívidas do grupo (art. 2º, da CLT) 
 
 
3.2 CARTEL 
 
“Acordo de empresas concorrentes, destinado a regular o mercado em que 
atuam6” 
 
Formam-se por “acordo de cavalheiros” para obter condições mais 
vantajosas para os partícipes, seja na aquisição de matéria-prima, na 
conquista de mercados consumidores e, até, eliminação de concorrentes 
(instituição de monopólio – versão perniciosa e combatida). 
 
As empresas mantém sua independência administrativa, financeira e jurídica, 
inexistindo unidade diretiva. Não se equipara ao consórcio porque neste há 
manutenção de um órgão em comum, normalmente uma central de vendas ou de 
compras ou, ainda que fiscaliza ao cumprimento das obrigações acordadas. 
Os “pools” são simples variações de cartéis. 
 
 
3.3 CONSÓRCIO 
 
Nos termos da Lei 6.404/76m artigo 278, o consórcio é a associação de duas 
ou mais empresas com o objetivo de executar determinado empreendimento de 
interesse comum. 
 
Não tem personalidade jurídica e as consorciadas tem limitadas suas 
obrigações ao previsto em contrato, respondendo cada qual por suas obrigações 
sem qualquer presunção de solidariedade e sem extensão de falência de umas em 
relações às outras empresas (art. 278, § 2º, da Lei 6.404/76). 
 
Exige documento formal – contrato - para sua constituição. 
 
Pode-se classificá-los de acordo com sua maior ou menor complexidade: 
 
1º grau – quando a atuação das partes fica limitada a estipulação de um 
pacto, apenas; 
 
2º grau – quando por acordo, estipulam a organização de escritório ou 
organismo comum de cunho fiscalizador e representativo perante terceiros; 
 
3º grau – quando este papel de representação perante terceiros e 
coordenação do pactuado é desempenhado por uma sociedade formada para tanto. 
 
Dependendo da complexidade do consórcio, pode-se ou não ter configurado o 
grupo econômico. 
 
 
6 BULGARELLI, Waldirio. Concentração de empresas e direito antitruste. 3a. Ed. São Paulo : Atlas, 
1997. 
 
3.4. JOINT VENTURE 
 
É, uma associação de empresas que combinam interesses para a execução 
de projeto comum com intuito de lucro. 
 
Não tem regulamentação, salvo em Portugal, e é por decisões judiciais norte-
americana que se consegue destacar algumas das características essenciais destas 
associações: 
 
a) destinadas a um único objeto; 
b) contribuição e esforço comum dos “co-ventures”; 
c) busca lucro; 
d) recíproca faculdade para representar e obrigar os “co-ventures”; 
e) controle conjunto do empreendimento pelas associadas; 
f) repartem prejuízos; 
g) termina com a extinção de um dos “co-ventures”; 
h) dever de não-concorrência em relação ao objeto do joint venture 
 
 
3.5. HOLDING COMPANY 
 
Holding deriva do verbo inglês “to hold” – segurar, manter, controlar, guardar. 
 
É uma sociedade formada para possuir ações e participações em outras 
empresas, sem ter, ela mesma, a princípio, qualquer atividade industrial, comercial 
ou financeira. 
 
 A holding pode ser PURA, quando seu capital está investido em outras 
companhias, com objetivo de dominá-las ou OPERACIONAL, quando além de deter 
estaparticipação desenvolve atividades produtivas de bens ou serviços. 
 
Pode, ainda, ser DE FATO, quando é a empresa-mãe, que de fato centraliza 
a gestão do grupo, além de exerce suas atividades; será DE DIREITO 
PARTICIPADORA quando, formalmente constituída com o objetivo de controlar e 
centralizar o poder econômico no grupo, não interfere na administração das 
controladas; HOLDING DE DIREITO OPERADORA, quando além de formalmente 
constituída, centraliza o controle administrativo de todas as outras controladas. 
 
 
3.7. SOCIEDADES COLIGADAS 
 
São coligadas as empresas ligadas por laços societários, onde uma participa 
com 10% ou mais do capital de outra, sem controlá-la (art. 243, § 1º, da Lei 
6.404/76), não configurando, assim, grupo econômico, pois se mantém 
independentes.. 
 
Já o Regulamento do Imposto de renda, considera - art. 606, § 4º - como 
empresas coligadas, aquelas “cuja maioria do capital votante seja controlada direta 
ou indiretamente pela mesma pessoa física ou jurídica, compreendida também esta 
última, como integrante do grupo” 
 
Esta definição cria celeumas entre os doutrinadores que o vinculam apenas à 
questão tributária. 
 
É a independência destas empresas entre si, apesar da participação de 
capital, que a CVM (Comissão de valores mobiliários) possa exigir que a companhia, 
quando da publicação de sei balanço, divulgue informações adicionais sobre as 
empresas coligadas e controladas. 
 
 
4. RESPONSABILIDADE 
 
Responsabilidade civil é, de forma sucinta, a obrigação jurídica que tem 
alguém de responder ao dano causado ao patrimônio de outrem. 
 
À luz do Código do Consumidor, quando determinado produto ou serviço 
causar dano ao consumidor ou a qualquer um deles equiparado, nasce para o 
fornecedor a obrigação de indenizar, sendo esta responsabilidade objetiva: 
constatando-se os elementos evento danoso, o acidente de consumo e o nexo 
causal entre estes, surge então a obrigatoriedade de reparação. 
 
Só haverá isenção de responsabilidade, desde que o fabricante, o construtor, 
o produtor, o importador e o fornecedor de serviços provem que não colocaram o 
produto ou o serviço no mercado, que, embora, o tendo colocado, o defeito inexiste, 
ou que houve culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
Ainda sobre responsabilidade do fornecedor pelos acidentes de consumo, 
temos que esta é regida pelo princípio da solidariedade passiva, em que o 
consumidor pode exigir de todos ou de apenas um responsável a indenização total 
ou parcial pelo dano sofrido; e que a reparação deverá ser ampla, devendo abranger 
tanto danos patrimoniais (materiais) quanto morais, tanto o dano emergente quanto 
o lucro cessante.

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