Buscar

DIREITO SOCIETÁRIO E EMPRESARIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Personalidade jurídica
 Principais aspectos da Sociedade Limitada
 Principais aspectos da Sociedade Anônima
 Holdings e grupos econômicos
Unidade 2 - Legislação Societária Aplicada
Personalidade jurídica
Tópico 1: Personalidade jurídica
Introdução à unidade de ensino
Personalidade jurídica
 Contrato social
Unidade 2: Legislação Societária Aplicada | Tópico 1
Nome do professor organizador
• Guilherme Machado Casali
Introdução à unidade de ensino
 
Olá, estudante!
Nesta unidade, vamos estudar o direito societário e a constituição da personalidade jurídica, com seus
instrumentos normativos: contrato e estatuto sociais, os direitos e deveres dos sócios, as formas de sua
responsabilização em relação a terceiros, desconsideração da personalidade jurídica, principais aspectos
Seção 1 de 3
Introdução à unidade de ensino
da sociedade limitada, sociedades anônimas, valores mobiliários e os poderes normativo e fiscalizatório da
Comissão de Valores Mobiliários em relação a companhias abertas, holdings e grupos econômicos.
Também falaremos sobre transformação, incorporação, fusão e cisão das sociedades.
Ao final desta unidade, você será capaz de:
Bons estudos!
VA M O S C O M E Ç A R ?
As sociedades personificadas são aquelas em que seus atos societários foram devidamente registrados
em órgão competente – nesse caso, a Junta Comercial. O registro de uma sociedade junto ao órgão
competente dá início à personalidade jurídica da sociedade, ou seja, ela passará, em seu nome, a contrair
obrigações e a exercer direitos inerentes a cada tipo de sociedade. Apesar de serem os sócios (pessoa
física) que assinam os documentos, quem se obriga, na verdade, é a sociedade.
O princípio da autonomia patrimonial da sociedade empresária é um forte fator de estímulo à exploração da
atividade econômica. Dele, decorre a separação do patrimônio da pessoa jurídica em relação ao patrimônio
de cada um dos sócios. Como a personalidade da sociedade é diversa da personalidade de cada sócio, as
Seção 2 de 3
Personalidade jurídica
obrigações de um não implicam em obrigações para o outro, do ponto de vista do comprometimento
patrimonial.
A autonomia patrimonial, no entanto, é uma regra. Existem exceções que autorizam a quebra desse princípio,
o que ocasionará a responsabilidade do patrimônio pessoal do sócio por obrigações da pessoa jurídica. Isso
pode ocorrer mais facilmente em relação a direitos trabalhistas, direitos do consumidor, arrecadação
tributária e em razão de danos ambientais. Em qualquer um desses casos, no entanto, é preciso que se
demonstre que a personalidade jurídica está sendo propositalmente utilizada para dificultar a satisfação do
débito, o que ensejará a sua desconsideração como uma medida de sanção ao sócio.
A sociedade pode ser simples ou empresária. Quanto a isso, o Código Civil estabelece o seguinte:
Assim, a sociedade empresária é aquela que explora a atividade empresária, e todas as outras sociedades
serão consideradas como sociedades simples; porém, independentemente do objeto da sociedade,
considera-se empresária a sociedade por ações e simples a sociedade cooperativa (parágrafo único do art.
982 do Código Civil).
O Código Civil prevê a existência de duas sociedades sem personificação. São elas:
“Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais” (BRASIL,
2002).
Sociedade irregular –
Também chamada de sociedade em comum ou sociedade de fato, é aquela que não possui registro, pois
antes de iniciar as atividades empresariais a sociedade deve se inscrever perante o Registro Público de
C O NT I NU E
Empresas Mercantis; sem isso, não terá personalidade jurídica própria, ou seja, será uma sociedade sem
personificação.
Sociedade em conta de participação –
É uma forma societária atípica, porém lícita, formada a partir da cooperação de dois tipos de sócios: 
a) Os ostensivos: que exercem e representam a atividade que constitui o objeto da sociedade,
atuando em seu nome individual e assumindo responsabilidade exclusiva pelos atos praticados;
b) Os ocultos: que apenas participam dos resultados. O contrato da sociedade em conta de
participação tem efeitos apenas entre os sócios, por isso não tem personalidade jurídica própria
(BRASIL, 2002).
Para a sociedade empresária adquirir personalidade jurídica, é necessário que se faça o seu registro
mediante a apresentação de requerimento com os mesmos requisitos exigidos do empresário individual,
além de outros que se mostram necessários em razão da pluralidade de pessoas.
No caso da sociedade, é fundamental que se faça o registro de um contrato social, ou seja, de um contrato
por meio do qual se esclareça qual a atividade econômica que se pretende explorar com o compartilhamento
de obrigações e de resultados.
No contrato social deve estar previsto qual ou quais serão os sócios que terão poder de administrar a
sociedade. Este ou estes poderão assinar, representando-a. Também é possível que um terceiro seja
Seção 3 de 3
 Contrato social
contratado para esta incumbência. Vejamos como o Código Civil estabelece tais requisitos.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios,
se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede
dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação
pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e
seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto
separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato  (BRASIL,
2002).
Dentre as formas possíveis para o desenvolvimento de uma sociedade não empresária (parágrafo único do
art. 966 do Código Civil), temos: 
Dentre as formas possíveis para o desenvolvimento de uma sociedade empresária, temos:
Sociedade simples;1
Cooperativas.2
Sociedade em nome coletivo;1
Sociedade em comandita simples;2
Sociedade limitada;3
Sociedade anônima;4
Sociedade em comandita por ações (BRASIL, 2002).5
Segundo previsão legal, todas essas são sociedades personificadas, isto é, com personalidade jurídica,
após o respectivo registro na Junta Comercial.
Inegavelmente, os tipos societários mais importantes são a sociedade limitada  e a  sociedade anônima,
representando a maior parte das sociedades constituídas.
Sociedade em nome coletivo é formada por pessoas físicas, todas responsáveis solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais (art. 1.039 do Código Civil). Não admitem que pessoas jurídicas sejam sócias. O
que torna essa forma societária pouco utilizada é a responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais, o
que fragiliza a segurança da autonomia patrimonial da pessoa jurídica em relação aos sócios.
A sociedade em comandita simples é formada por duas espécies distintas de sócios: comanditados  e
comanditários.
Os sócios comanditados somente podem ser pessoas físicas. Eles são responsáveis de modo solidário e
ilimitado pelas obrigações sociais. Já os sócios comanditários podem ser tanto pessoas físicas como
pessoas jurídicas. Na prática, essa também é uma modalidade societária pouco utilizada, especialmente
pela responsabilidade ilimitada dos sócios comanditados.
A sociedade em comandita por ações também tem o seu capital dividido em ações. Por isso,determina o
artigo 1.090 do Código Civil que ela seja regida pelas normas relativas à sociedade anônima, de forma
supletiva. Seu diretor terá responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações da sociedade, nos
termos do art. 1.091 do Código Civil, razão pela qual é pouco utilizada.
Principais aspectos da Sociedade Limitada
Tópico 2: Principais aspectos da sociedade limitada
Principais aspectos da sociedade limitada
Unidade 2: Legislação Societária Aplicada | Tópico 2
A sociedade limitada é constituída por pessoas por meio de um contrato social comungando os sócios e um
acordo de vontades, cuja validade exige a presença dos requisitos comuns a todos os negócios jurídicos:
agente capaz; objeto lícito, possível e determinável; e forma exigida ou não proibida em lei.
Nesse tipo de sociedade, os sócios são conhecidos entre si e unem esforços para desenvolver uma
determinada atividade dentro de uma sociedade empresarial. O artigo 981 do Código Civil prescreve:
“Celebram contrato de sociedades as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 2002).
Seção 1 de 1
Principais aspectos da sociedade limitada
Não importa se esses resultados são positivos ou negativos, pois, independentemente de prejuízo ou lucro,
as cotas adquiridas serão divididas entre os sócios proporcionalmente. 
A principal característica e atratividade desse tipo social é que os sócios possuem responsabilidade
limitada apenas pela integralização do capital social. O nome empresarial deverá conter, obrigatoriamente, a
expressão “Limitada” ou sua abreviação “Ltda.” ao final.
Integralização do capital social corresponde, efetivamente, ao pagamento das quotas subscritas pelos
sócios e poderá ser feita em dinheiro, bens móveis, imóveis ou ainda títulos de crédito. Esse pagamento
poderá ocorrer à vista ou de forma parcelada, conforme acordo entre os sócios.
Mas, para constituir uma sociedade limitada, é necessário atentar para algumas regras. O contrato social
deve ser escrito pelos sócios para poder ser arquivado junto ao órgão de registro (Junta Comercial) em até
30 dias após a sua assinatura. Sem o arquivamento, a sociedade não adquire personalidade jurídica, além
disso, quando não é registrada, possui todas as características de uma sociedade de fato, portanto, a
responsabilidade dos sócios se torna ilimitada. Para registro de uma sociedade, é necessário atentar, pois
que a lei impõe a observância de alguns requisitos essenciais, dispostos no artigo 997 do Código Civil, já
aqui mencionados. 
Apesar da ampla regulamentação trazida pelo Código Civil, o art. 1.053 prevê que em caso de omissão da lei
e do contrato social, deve-se aplicar às sociedades limitadas as regras pertinentes às sociedades simples.
Se mesmo assim a lacuna continuar, o contrato social pode prever a aplicação da Lei das S/A.
Após a integralização do capital, a responsabilidade é limitada, ou seja, não haverá responsabilidade dos
sócios pelas obrigações sociais, já que o patrimônio social é o responsável pelo pagamento dessas dívidas.
Numa Sociedade Limitada em que o capital social é de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Este é o valor que
os sócios se propuseram a integralizar para que possam explorar a atividade econômica.
O Sócio A subscreveu, ou seja, estabeleceu no contrato social, que integralizaria R$ 20.000,00, o que ele fez.
O Sócio B subscreveu R$ 15.000,00, porém somente integralizou R$ 10.000,00, isso implica que do total que
ele se comprometeu a aportar na sociedade, ficou devendo R$ 5.000,00. O mesmo aconteceu com o sócio C,
que se comprometeu a pagar R$ 15.000,00, mas só efetivou R$ 9.000,00.
Nesse caso temos que o Capital Social é de R$ 50.000,00 (cinquenta mil), porém somente R$ 39.000,00
(trinta e nove mil reais) foi integralizado, ou seja, transferido para a sociedade. Nessa situação, os sócios A,
B e C respondem solidariamente, ou seja, em conjunto, pela integralização dos R$ 11.000,00 (onze mil reais)
que faltam, uma vez que o capital social não está totalmente integralizado.
Duas características se destacam na sociedade limitada: a sua formação se
dá por contrato social, logo é uma sociedade contratual, e a
responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas quotas, porém, até
que o capital social esteja integralizado, todos respondem solidariamente
até o montante do capital subscrito.
Após a integralização do capital, a responsabilidade é limitada, ou seja, não haverá responsabilidade dos
sócios pelas obrigações sociais, já que o patrimônio social é o responsável pelo pagamento dessas dívidas.
As sociedades limitadas, como já analisado anteriormente, podem ser sociedades de pessoas ou de capital,
conforme preveja o contrato social. O seu capital social será dividido em quotas, sejam elas iguais ou
desiguais.
A depender de previsão contratual, as quotas sociais poderão ou não ser cedidas. Caso haja omissão, o art.
1.057 afirma que o sócio poderá livremente ceder sua quota, desde que não haja oposição de mais de um
quarto do capital social.
Outro assunto importante a ser abordado é a questão da administração da Sociedade Limitada, que poderá
se dar por quem seja sócio ou não. Para o caso em que o administrador não é sócio, sua designação
dependerá de aprovação por unanimidade dos sócios, quando o capital social ainda não estiver integralizado
ou por 2/3, no mínimo, se ocorrer após a integralização.
Já no que diz respeito à deliberação dos sócios em uma sociedade limitada para decisão de assuntos
atinentes à exploração da atividade, essa deverá ocorrer por assembleia, na hipótese em que a sociedade
compreenda mais de 10 sócios.
No que se refere ao prazo de duração, as sociedades limitadas podem exercer suas atividades por prazo
determinado ou indeterminado, desde que haja previsão no contrato social nesse sentido.
O sócio da sociedade limitada terá direito a desligar-se, conforme seu interesse, das obrigações assumidas
no contrato social, trata-se do direito de retirada. O exercício desse direito é um ato unilateral do sócio que
não tenha mais interesse em permanecer na sociedade e, para que tenha eficácia perante terceiros, deverá
ser formalizada com a mudança do quadro societário no Registro Público de Empresas Mercantis. 
C O NSE NSU A LM E NTE J U D I C I A LM E NTE
A Sociedade Limitada é considerada por muitos a espécie societária mais segura, por garantir que o
patrimônio pessoal dos sócios não seja atingido caso atuem dentro dos limites legais e das previsões do
contrato social. Outra espécie societária muito utilizada no Brasil é a Sociedade Anônima, que será
analisada a seguir.
Quando os sócios chegam a um acordo sobre o valor do reembolso, promovendo a alteração contratual de
imediato.
Por meio da ação de dissolução e apuração de haveres se não houver acordo, dependerá da decisão
judicial.
C O NSE NSU A LM E NTE J U D I C I A LM E NTE
Principais aspectos da Sociedade Anônima
Tópico 3: Principais aspectos da sociedade anônima
Principais aspectos da sociedade anônima
Unidade 2: Legislação Societária Aplicada | Tópico 3
A  sociedade  anônima  tem  sua  regulamentação  estabelecida  pela  Lei nº 6.404/1976 que a conceitua
como sendo a espécie societária que tem o capital dividido em ações de modo que a responsabilidade dos
acionistas é limitada ao preço da emissão das ações por eles subscritas ou adquiridas (BRASIL, 1976).
As sociedades anônimas poderão explorar qualquer atividade com fins lucrativos, desde que legais e não
contrárias aos bons costumes. Os títulos representativos da participação societária (ações) são livremente
negociáveis. Nenhum dos acionistas pode impedir o   ingresso de quem quer que seja no quadro
 associativo. Falecendo o titular de uma ação, não poderá ser impedido o ingresso de seus sucessores no
quadro associativo.
Seção 1 de 1
Principais aspectos da sociedade anônima
Diferentementedas demais espécies societárias, nas sociedades por ações há a possibilidade de terceiros
externos à atividade subscreverem parte do capital social, isso porque suas ações são de livre negociação.
Por isso, é dito que é uma sociedade típica de capital, já que pouco importa quem serão os titulares das
ações por ela comercializadas. Nesse sentido, é lícito aos acionistas firmarem acordo no sentido de terem
preferência na aquisição de ações em relação aos terceiros.
Para definir o nome empresarial da sociedade anônima, essa deverá se utilizar de uma denominação social
precedida da expressão “companhia” ou finalizada pelo termo “sociedade anônima”, que poderão ser
expressas por extenso ou abreviada.
São características da Sociedade Anônima:
As sociedades anônimas poderão ser de duas espécies, estabelecidas pela legislação de acordo com
negociação ou não de seus valores mobiliários. 
Sempre é sociedade empresária; 1
 Possui uma denominação seguida de “S.A.”; 2
Pode participar de outras sociedades; 3
É formada por meio de Estatuto Social;4
Pode ser constituída por subscrição pública (os fundadores subscrevem parte do capital  e
colocam o restante à venda) ou subscrição particular (os fundadores ficam com a totalidade
do capital).
5
Se as sociedades oferecem seus valores mobiliários para negociação no mercado de capitais ou bolsa de
valores, estamos diante das sociedades de capital aberto, que deverá realizar seu registro na Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) antes do início da abertura de seu capital. A captação de recursos é feita junto ao
público – negociação em bolsas de valores, pregão ou mercado de balcão, não há obrigação líquida e certa
do reembolso ao público investidor.
Todavia, se os títulos não são ofertados no mercado de capitais ou na bolsa de valores, fala-se em
sociedade de capital fechado. Esse tipo de Sociedade Anônima não recorre ao público,  obtendo recursos
entre os acionistas para formação do capital, sua ação não é cotada em bolsa de valores. Nesse contexto,
para a formação inicial do capital social, os sócios devem contribuir em dinheiro ou outra espécie de bem
que possa ser possível a avaliação em dinheiro. 
As Sociedades de Capital Autorizado são aquelas que já têm, previamente, admitido o aumento de capital
até certo teto, sem a necessidade de anuência da Assembléia Geral nem reforma do estatuto. Ao se chegar
ao teto previsto por meio da emissão de ações, haverá fixação de um novo teto.
Destaca-se   aqui   que   as   Sociedades   Anônimas,   obrigatoriamente,   deverão constituir três órgãos:
Assembleia Geral, Diretoria e Conselho de Administração. O estatuto social da companhia ainda poderá
prever a criação de outros órgãos. 
A assembleia geral é composta por todos os acionistas da sociedade e é a responsável por aprovar e
reformar os estatutos sociais, eleger ou destituir o conselho de administração ou da diretoria e, ainda,
aprovar ou não as demonstrações financeiras. 
O Conselho de Administração será formado por, no mínimo, 3 acionistas e tem por incumbência orientar os
negócios da companhia. Note-se que esse conselho é de constituição obrigatória em apenas três situações:
Sociedade de Economia Mista;
Companhia de Capital Aberto;
Sociedade de Capital Autorizado.
A Diretoria, por sua vez, é o órgão de frente da companhia, responsável por executar as determinações
advindas da assembleia geral e do conselho administrativo. Sua composição será de, no mínimo, duas
pessoas que podem ser acionistas ou terceiros.
Por se tratar de uma sociedade que limita a responsabilidade dos sócios ao valor das ações, os
administradores não responderão com seu patrimônio pessoal pelas obrigações da sociedade anônima
desde que ajam dentro dos limites legais e estatutários, do contrário, poderão ser responsabilizados.
Holdings e grupos econômicos
Tópico 4: Holdings e grupos econômicos
Holdings e grupos econômicos
Referências bibliográ�cas
Unidade 2: Legislação Societária Aplicada | Tópico 4
Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas, ou de
simples participação.
Seção 1 de 2
Holdings e grupos econômicos
Controlada –
Sociedade cujo capital de outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou
da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores, ou cujo controle esteja em poder
de outra empresa.
A sociedade não pode participar em outra, que seja sócia, por montante superior, segundo o balanço, ao das
próprias reservas.
Caso aprovado o balanço em que se verifique ter sido excedido esse limite, a sociedade não poderá exercer
o direito de voto correspondente às ações ou quotas em excesso, que devem ser alienadas em 180 dias
seguintes à aprovação.
Não podem ser consideradas Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte:
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado
previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12
desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
Sociedade coligada ou filiada –
A sociedade cujo capital de outra sociedade participa com 10% ou mais, do capital da outra, sem controlá-
la.
Simples participação –
A sociedade cujo capital de outra sociedade possua menos de 10% do capital com direito de voto.
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa
jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como
empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento
jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput
deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do
capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar,
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso
II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; [...]
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou
de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de
arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de
previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5
(cinco) anos-calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o
contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e
habitualidade ( BRASIL, 2006).
A expressão "holding" é um estrangeirismo que vem do verbo “to hold”, que significa “segurar”, “ter nas
mãos”. Assim, a holding é a empresa controladora, aquela que possui outras companhias. Normalmente, a
holding não produz bens e serviços, mas apenas gere e administra outras companhias.
Para se tornar uma holding, a companhia pode utilizar quatro operações, pelas quais as sociedades mudam
de tipo, aglutinam-se ou dividem-se: 
A transformação é a operação de mudança de tipo societário (sociedade limitada se torna anônima, ou vice-
versa). Não acarreta a dissolução e liquidação da sociedade. A transformação não extingue a pessoa
jurídica da sociedade, nem cria outra nova. É o mesmo sujeito de direito coletivo anterior à transformação
que permanece. O procedimento da transformação deve obedecer às mesmas formalidades preceituadas
para a constituição da sociedade do tipo resultante. A sua deliberação exige a aprovação unânime detodos
Transformação; 1
Incorporação;2
Fusão;3
Cisão.4
os sócios ou acionistas (inclusive os titulares de ações preferenciais sem voto), salvo se o ato constitutivo
já admitir a possibilidade da transformação. Na hipótese de previsão contratual ou estatutária da
transformação da sociedade, no entanto, os sócios dissidentes poderão exercer o direito de retirada (Lei nº
6.404/76, art. 221).
Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios
ou acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato social, caso
em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade.
Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no contrato social, ao
direito de retirada no caso de transformação em companhia (BRASIL,
1976).
A transformação depende do consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso
em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato
social, de acordo com o Código Civil, art. 1.114 (BRASIL, 2002).
Na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos
e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos.
A incorporação não se confunde com a incorporação de ações, essa última uma operação disciplinada pelo
art. 252 da Lei das Sociedades Anônimas, referente à conversão de sociedade anônima em subsidiária
integral:
Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao
patrimônio de outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária
integral, será submetida à deliberação da assembléia-geral das duas
companhias mediante protocolo e justificação, nos termos dos artigos
224 e 225.
§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar a
operação, deverá autorizar o aumento do capital, a ser realizado com as
ações a serem incorporadas e nomear os peritos que as avaliarão; os
acionistas não terão direito de preferência para subscrever o aumento de
capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da companhia, observado
o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações,
nos termos do art. 230.
§ 2º A assembléia-geral da companhia cujas ações houverem de ser
incorporadas somente poderá aprovar a operação pelo voto de metade,
no mínimo, das ações com direito a voto, e se a aprovar, autorizará a
diretoria a subscrever o aumento do capital da incorporadora, por conta
dos seus acionistas; os dissidentes da deliberação terão direito de
retirar-se da companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante o
reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 230.  
§ 3º Aprovado o laudo de avaliação pela assembléia-geral da
incorporadora, efetivar-se-á a incorporação e os titulares das ações
incorporadas receberão diretamente da incorporadora as ações que lhes
couberem.
§ 4º A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas especiais
de avaliação e contabilização aplicáveis às operações de incorporação
de ações que envolvam companhia aberta (BRASIL, 1976).
Na incorporação de ações, todas as ações do capital social de uma companhia são transferidas ao
patrimônio de uma sociedade empresária, que passa à condição de sua única acionista. A sociedade que
será incorporada deve tomar conhecimento desse ato, que, se aprovado, autorizará os administradores a
praticar o necessário à incorporação. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a
incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro próprio.
A fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar uma sociedade nova, que a elas
sucederá nos direitos e obrigações. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos,
pelas sociedades que pretendem se unir. Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade,
deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de
distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade.
Constituída a nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os
atos relativos à fusão.
A cisão é a transferência de parcelas do patrimônio social para uma ou mais sociedades, já existentes ou
constituídas na oportunidade. Na cisão, só há direito de retirada se acarretar a participação do acionista em
sociedade com objeto essencial diferente ou dividendos obrigatórios menores que os da cindida, ou
integrante de grupo a que não pertencia a cindida. 
Tem início a incorporação, a fusão ou a cisão com versão patrimonial para sociedade existente com a
formalização de um protocolo pelos órgãos de administração das sociedades envolvidas ou seus sócios. Se
uma sociedade anônima for interessada na operação, a lei exige também a apresentação à Assembleia
Geral de justificação (Lei das Sociedades Anônimas, art. 225).
Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas
à deliberação da assembléia-geral das companhias interessadas
mediante justificação, na qual serão expostos:
I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua
realização;
II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para
a modificação dos seus direitos, se prevista;
III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das
ações, do capital das companhias que deverão emitir ações em
substituição às que se deverão extinguir;
IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas
dissidentes (BRASIL, 1976).
A incorporação e a fusão de sociedades estão condicionadas à aprovação pelo Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE), sempre que resultar em empresa que participe em vinte por cento ou mais de
um mercado relevante ou se qualquer uma das sociedades envolvidas tiver faturamento bruto anual
expressivo (Lei 12.529/2011).
Art. 36.  Constituem infração da ordem econômica, independentemente
de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por
objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam
alcançados: 
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou
a livre iniciativa; 
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; 
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e 
IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 
§ 1° A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na
maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores
não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo. 
§ 2° Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo
de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as
condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou
mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo
Cade para setores específicos da economia (BRASIL, 2011).
Os direitos dos credores, nessas operações, estão claramente definidos. Na transformação, eles continuam
titularizando as mesmas garantias dadas pelo tipo societário anterior, até a integral satisfação de seus
créditos. Na incorporação e na fusão, o credor prejudicado pela nova situação da sociedade devedora
poderá pleitear, em juízo, a anulação da operação. Falindo a sociedade incorporadora ou a resultante de
fusão, os credores anteriores poderão requerer no juízo falimentar a separação das massas. Na cisão,
ocorre a solidariedade entre as sociedades resultantes da operação por todas as obrigações da cindida. Se
o instrumento da cisão estabelecer que as sociedades resultantes obrigar-se-ão somente pelas dívidas a
elas transferidas, o credor poderá opor-se a essa definição de distribuição de responsabilidades no prazo de
90 dias (Lei das Sociedades Anônimas, art. 233).
A incorporação, a fusão ou a cisão de sociedade anônima emissora de debêntures não poderão ocorrer sem
a prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em assembleia, a menos que se assegure oresgate do valor
mobiliário nos seis meses seguintes à operação (Lei das Sociedades Anônimas, art. 231).
Chegamos ao fim desta unidade. Você viu as principais formas societárias, que são as Sociedade Limitada
e a Sociedade Anônima. Além do mais, foram explicitadas as características dos grupos econômicos por
meio da incorporação, fusão ou cisão que também possibilitam a criação desses grupos.
C O NT I NU E
BRASIL. Constituição Federal, de 05 de out. de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em 25 jan. 2019.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dez. de 1976. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 14 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de jan. de 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm>. Acesso em: 13 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº 12.529, de 30 de nov. de 2011. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm>. Acesso em: 14 fev. 2019.
BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dez. de 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 13 fev. 2019.
Fotos: Grupo Ănima Educação e Banco de Imagens DP Content.
Seção 2 de 2
Referências bibliográficas

Outros materiais