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GEOGRAFIA DO BRASIL FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO 1 1 www.cursounipre.com.br (21) 4101‐1013 Preparatório para Concursos Militares ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐FN‐AM FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO A ESTRUTURA GEOLÓGICA MUNDIAL ESTRUTURA DA TERRA A Terra é constituída por materiais sólidos, líquidos e gasosos, que se acham dispostos em camadas concêntricas. ESTRUTURA INTERNA Camadas Internas – As três principais são: a Crosta Terrestre, que é a parte superficial. O Manto, localizado logo abaixo da crosta e o Núcleo, localizado na parte central da Terra. Crosta Terrestre – É a camada externa superficial, formada por rochas e minerais, também chamada de Litosfera, é a camada mais fina, sua espessura varia de 25 a 90 quilômetros aproximadamente. Sua importância consiste no fato de ser sobre esta camada que se desenvolve a vida, onde seres humanos e natureza constroem e reconstroem o espaço geográfico. Manto – É uma camada intermediária, localizada entre a crosta e o núcleo central, tem uma espessura aproximada de 2.900 quilômetros. É formado por rochas, que em determinadas condições formam uma massa pastosa e extremamente quente, temperaturas de 3.000ºC, e recebe o nome de Magma, material expelido pelos vulcões. No magma, ocorrem movimentos de convecção: o magma interno aquecido sobe em direção a superfície, pressionando a crosta, e a medida que se resfria, retorna para o interior da Terra. Os movimentos de Convecção dão origem a terremotos e erupções vulcânicas. O Núcleo – É o centro da Terra. Ele é composto principalmente por ferro e níquel e apresenta espessura aproximada de 3.470 quilômetros, com temperatura de cerca de 6.000 ºC. ESTRUTURA EXTERNA É formada por: Litosfera ‐ A litosfera ou crosta terrestre, a parte consolidada da Terra, é formada por rochas e minerais. É todo estrato e substrato rochoso, que constitui o relevo submarino, os continentes e ilhas. Hidrosfera ‐ A hidrosfera é formada pelas águas oceânicas e águas continentais, incluindo os lençóis subterrâneos e o vapor aquoso da atmosfera. Atmosfera ‐ A atmosfera é a camada de ar ou envoltório gasoso que cobre a Terra. Biosfera ‐ Ou esfera de vida, é um ambiente resultante das relações de milhões de anos entre a Atmosfera, Hidrosfera e a Litosfera. É na Biosfera que se encontram todos os seres vivos, pois é onde contêm os diferentes tipos de solos, minerais, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, elementos fundamentais para a vida. ROCHAS As rochas são agregados naturais de minerais formados de diferentes substâncias, até mesmo de origem orgânica. Podemos classificar as rochas em três grupos: Magmáticas ou ígneas, Sedimentares, Metamórficas. Magmáticas Originam‐se da solidificação do magma no interior da crosta terrestre ou quando a lava sai do manto, através de uma erupção vulcânica. Quando o magma se resfria lentamente no interior da crosta transformando‐se em rocha ocorre o processo chamado de intrusão. A rocha magmática produzida recebe o nome de intrusiva. O granito é uma rocha magmática intrusiva. Já quando o processo de formação da rocha magmática se dá pelo resfriamento rápido da lava expelida de um vulcão, é chamado de extrusão. Esse tipo de rocha é chamado extrusiva ou vulcânica, um tipo de rocha extrusiva é o basalto. Sedimentares São formadas através da desagregação de fragmentos de outras rochas, levadas pelo vento, pela água ou pela gravidade e depositam‐se em regiões mais baixas do relevo. Esses fragmentos depois de depositados vão sendo recobertos por outros num processo que GEOGRAFIA DO BRASIL FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO 2 2 www.cursounipre.com.br (21) 4101‐1013 Preparatório para Concursos Militares ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐FN‐AM dura milhares de anos e é chamado de sedimentação. Sob a pressão das camadas superiores, os sedimentos acabam sendo compactados e se transformam em aglomerados rochosos. De modo geral as rochas sedimentares apresentam‐se estratificadas, ou seja, são formadas em camadas, que indicam diferentes sedimentos e épocas em que foram ali depositados. Quanto mais profundos, mais antigos serão os sedimentos. São exemplos de rochas sedimentares a ardósia, o arenito e a argila. Metamórficas São rochas que são formadas a partir de outras rochas, mas por um processo diferente. Ocorre quando as rochas ígneas, sedimentares e mesmo metamórficas são expostas a altos níveis de pressão e temperatura, normalmente no interior da crosta. Então, acontece uma metamorfose: transformam‐se as características originais e muda‐se a estrutura química das rochas, o que gera um novo tipo rocha. Exemplos desse tipo de rocha são o mármore (originado do calcário) e o gnaisse (originado do granito). Contudo, as rochas não são produzidas pela natureza apenas uma vez. Pelo contrário, esse processo ocorre o tempo todo numa constante transformação, chamado de ciclo das rochas. Conforme se vê na figura acima, o intemperismo exerce forte influência na transformação das rochas. Intemperismo é a desagregação das rochas através da ação da água, dos ventos, do calor e de seres vivos. Existem três tipos de intemperismo: Intemperismo químico: provocado pela água (geralmente associada à temperatura mais elevada e ação de ácidos originados da matéria orgânica como animais e plantas), que dissolve os minerais solúveis das rochas, decompondo‐a; Intemperismo físico: corresponde à quebra das rochas devido à grande variação de temperatura do ambiente, pelo congelamento da água nas frestas das rochas, através da cristalização de determinados sais ou outros processos que fragmentam as rochas sem alterar a sua estrutura química. Posteriormente, elas são atacadas por agentes erosivos e sedimentadas. Intemperismo biológico: é a decomposição das rochas provocadas pelas bactérias, fungos, plantas e até mesmo pelos seres humanos. As rochas também são importantes porque, quando são intemperizadas, geralmente formam o solo. Além disso, a maior parte dos minérios é formada a partir das rochas ou delas são componentes. Minério é o mineral do qual se extrai elementos economicamente úteis. Os minérios são importantes para as atividades agrícolas, industriais e de construção civil, como por exemplo, o cimento, a areia, o diamante, o granito, a brita, a ardósia, a argila, o mármore, o quartzo, o grafite, o giz, hematita (minério de ferro), bauxita (minério de alumínio), etc... O SOLO O solo é um recurso renovável, pois pode ser utilizado diversas vezes, dessa forma é um importante elemento para todas as sociedades dispersas na superfície terrestre. O solo é a parte mais superficial da litosfera, onde as plantas, tanto silvestres quanto cultivadas, são germinadas e se fixam, encontrando os nutrientes necessários. A formação dos solos ocorre a partir da decomposição de rochas oriundas do intemperismo decorrente do calor dos raios solares, além da ação das águas, dos ventos e dos microrganismos (bactérias e fungos) e microfauna (minhocas, formigas, cupins etc.). Os solos mais férteis do Brasil são encontrados nos planaltos sedimentares basálticos (São Paulo e Paraná), são chamados de “terra roxa” e em alguns pontos da faixa litorânea Nordestina também são encontrados solos que originaram da decomposição do granito, do gnaisse e do calcário, chamado de massapé. Um dos principaisproblemas enfrentados para a utilização dos solos brasileiros é a erosão, provocada pelo uso e o manejo inadequado e com a derrubada das florestas originais os solos ficam desprotegidos. Os solos brasileiros em geral, salvo exceções como o Sertão Nordestino, são profundos devido à tropicalidade e às abundantes chuvas sobre nosso território. As chuvas aceleram a decomposição das rochas e a formação de solo. GEOGRAFIA DO BRASIL FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO 3 3 www.cursounipre.com.br (21) 4101‐1013 Preparatório para Concursos Militares ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐FN‐AM O tipo de solo predominante no Brasil é o latossolo, que é característica das regiões tropicais e subtropicais, onde a umidade é elevada. A presença constante da água permite uma maior decomposição dos minerais e matéria orgânica, esse processo de dissolução é chamado de lixiviação e torna o solo pouco fértil, pois os nutrientes são constantemente transportados. AS FORMAS DO RELEVO BRASILEIRO A estrutura geológica do Brasil é constituída apenas pelos escudos cristalinos que ocupam 36% do território e por bacias sedimentares, que abrangem os 64% restantes. A grande ocorrência de áreas de formação antiga ‐ escudos cristalinos nos dá a possibilidade da ocorrência de jazidamentos minerais importantes. Como o posicionamento do país está mais ao centro da placa sul‐americana verificamos que também nosso território não apresenta dobramentos modernos. Assim, por não ter sofrido estas grandes dobras que formaram as cadeias montanhosas recentes o relevo brasileiro apresenta altitudes modestas e não apresenta áreas com vulcões ativos ou com risco de grandes abalos sísmicos ‐ terremotos. Lembro somente que qualquer área do globo pode sofrer com um terremoto pelo processo de acomodação de camadas da crosta terrestre ou por se reativar uma falha. Nos escudos cristalinos encontramos as principais jazidas minerais. Ex.: minério de ferro, manganês, ouro, níquel, chumbo, prata e diamantes. Nas bacias sedimentares encontramos riquezas minerais formadas por resíduos depositados durante a sua formação. Como exemplo podemos citar os depósitos de ouro nos vales dos rios que marcou o ciclo dou ouro no brasil. As bacias sedimentares ocupam a grande parte do nosso território e são originários de diversos períodos geológicos. Elas são responsáveis pela produção dos combustíveis fósseis como: petróleo, carvão mineral, xisto betuminoso e materiais de construção (areia, cascalho, calcário), etc. RELEVO O relevo consiste nas formas da superfície do planeta, podendo ser influenciado por agentes internos e externos. Ou seja, é o conjunto das formas da crosta terrestre, manifestando‐se desde o fundo dos oceanos até as terras emersas. Entre as principais formas apresentadas pelo relevo terrestre, os três tipos principais são: PLANALTOS PLANÍCIES DEPRESSÕES Planaltos Os planaltos, também chamados de platôs, são áreas de altitudes variadas e limitadas, em um de seus lados, por escarpa, onde o processo de desgaste ou degradação supera o de deposição de sedimentos. Entendemos por escarpa, uma rampa ou aclive que surge nas bordas de planaltos e serras. Os planaltos apresentam várias feições: conjunto de morros, serras, colinas, chapadas e escarpas. Planícies É uma área geográfica caracterizada por superfície relativamente plana (pouca ou nenhuma variação de altitude) onde o processo de acumulação de sedimentos superam os de desgastes ou de degradação. São encontradas, na maioria das vezes, em regiões de baixas altitudes. As planícies são formadas por rochas sedimentares. Nestas áreas, ocorre o acúmulo de sedimentos. GEOGRAFIA DO BRASIL FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO 4 4 www.cursounipre.com.br (21) 4101‐1013 Preparatório para Concursos Militares ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐FN‐AM Depressões É a área do relevo que se situa abaixo do nível do mar ou dos terrenos que a circundam. Quando esta região situa‐se numa altitude abaixo do nível do mar, ela é chamada de depressão absoluta (Mar Morto e a do Mar Cáspio na Ásia). Quando são apenas mais baixas do que as áreas ao redor, são chamadas de depressões relativas. As crateras de vulcões desativados são consideradas depressões. É comum a formação de lagos nas depressões. No território brasileiro não há depressões absolutas; há apenas relativas, chamadas simplesmente de depressões. CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO A partir do desenvolvimento do sensoriamento remoto e do geoprocessamento foram feitas ao longo das décadas várias classificações do relevo brasileiro, essas classificações se tornaram cada vez mais precisas. Segundo Aroldo de Azevedo ‐ considerou a altimetria como método par classificar o relevo. Planaltos ‐ acima de 200 m ‐ 59% do país Planícies ‐ abaixo de 200 m de altitude ‐ 41% do país. AROLDO DE AZEVEDO Segundo este autor o relevo do Brasil estaria dividido em: Os planaltos são: Planalto das Guianas Planalto Atlântico Planalto Central Planalto Meridional As planícies são: Planície Amazônica Planície do Pantanal Planície Costeira Planície do Pampa ou Gaúcha (divisão antiga) Ab´Saber aperfeiçoou a divisão do professor Aroldo de Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, especialmente as noções de sedimentação e de erosão. As áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que a sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que os processos de sedimentação superam o de erosão foram denominadas planícies. Nota‐se, assim, que essa classificação não leva em conta as cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos de sua modelagem, ou seja, a geomorfologia. Segundo Ab´Saber o relevo do Brasil ficou dividido em 10 unidades de relevo AZIZ NACIB AB’SÁBER GEOGRAFIA DO BRASIL FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO 5 5 www.cursounipre.com.br (21) 4101‐1013 Preparatório para Concursos Militares ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐FN‐AM Os planaltos são: Planalto das Guianas Planalto Central Planalto Meridional Planalto Nordestino Planalto do Maranhão‐Piauí Planalto Uruguaio Sul‐Riograndense Serras e Planaltos do Leste e Sudeste As planícies são: Planície Amazônica Planície do Pantanal Planície Costeira Jurandyr Ross propôs em 1995 uma nova classificação elaborada a partir da análise de imagens de radar obtidas com o Projeto RADAM BRASIL (1970 ‐ 1985) A inovação que observamos neste trabalho refere‐se a utilização das características morfoestruturais (estruturas geológicas) e morfoclimáticas, as características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores. O professor Ross classifica três tipos de relevo: Planaltos ‐ relevo acidentado com altimetria acima de 300 m onde predomina a erosão; Depressão ‐ levemente acidentado com altimetria entre 100 e 500m; Planície ‐ terreno plano com altimetria inferior a 100 m onde o processo de deposição é predominante. Considera‐se, neste estudo, as cotas altimétricas para a delimitação dos compartimentos . Segundo Ross o Brasil tem 28 unidades de relevo: JURANDYR L. S. ROSS O Brasil é um país que possui uma estrutura geológica bastante antiga, o que determina seu relevo de baixa altitude, influenciado principalmente por agentes externos (exógenos),como o homem, os ventos e a água. O país não apresenta atividades geológicas internas (endógenas) em caráter expressivo, como terremotos de grande magnitude e vulcanismo. O relevo Brasileiro é em geral modesto, destacando‐se o Pico da Neblina (3.014 m) na fronteira do Amazonas com a Venezuela. A inexistência de dobramentos modernos e a ação erosiva, pela qual já passaram os escudos cristalinos, ocasionaram o baixo nível do relevo. GEOGRAFIA DO BRASIL FORMAÇÃO NATURAL DO ESPAÇO 6 6 www.cursounipre.com.br (21) 4101‐1013 Preparatório para Concursos Militares ESFCEX‐ESPCEx‐EsSA‐CHQAO‐AFA‐EPCAr‐EEAER‐EFOMM‐CN‐EM‐FN‐AM Contudo o predomínio de baixas altitudes não significa que o relevo Brasileiro seja basicamente de planícies, ao contrário, a maioria do território é constituída de planaltos, e uma grande parcela de depressões. As áreas de concentração das planícies verdadeiras não chegam a um quinto do território nacional. RELEVO SUBMARINO Na área dos mares e oceanos, existe um conjunto amplo de relevo, que se constitui de planícies, planaltos e até montanhas. Neste tipo de relevo podemos diferenciar: Plataforma continental É a estrutura geológica continental abaixo do nível do mar. Apresenta uma profundidade razoável, contribuindo para que se desenvolva vegetação marinha e consequentemente o desenvolvimento de atividade pesqueira. Com o passar do tempo, as depressões do terreno da plataforma continental tornam‐se bacias sedimentares de grande importância para a exploração de petróleo no oceano. Talude Onde ocorre o encontro da crosta continental com a crosta oceânica, com inclinação de profundidade que pode chegar a 3 mil metros. Região pelágica É o relevo submarino, onde encontramos depressões, montanhas tectônicas e vulcanismo, podendo atingir 6 mil metros abaixo do mar. AGENTES DO RELEVO Agentes endógenos do relevo Os agentes endógenos, ou internos, do relevo são processos estruturais que atuam de dentro para fora. Às vezes, vêm com muita força e rapidez, modificando o relevo. Eles acontecem por causa do movimento das placas tectônicas e dos fenômenos magmáticos. São exemplos de agentes internos: o tectonismo, o vulcanismo, os terremotos e abalos sísmicos. Agentes exógenos do relevo Agentes exógenos, ou externos, são aqueles que esculpem o relevo terrestre através de um processo erosivo, o intemperismo, que pode ser químico (alteração da constituição da rocha), físico (desintegração) ou biológico (ação dos seres vivos). Há três partes do procedimento: a erosão (desgaste das rochas superficiais causado por rios, chuvas, geleiras, vento, etc.), o transporte dos sedimentos resultantes da erosão, e a sedimentação ou acumulação dos detritos que formam novas camadas rochosas.
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