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Noções atuária

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Prévia do material em texto

2017
Noções de AtuáriA
Prof. Me. Henrique Furtado Arruda
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Me. Henrique Furtado Arruda
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
368.981
A773n 
Arruda; Henrique Furtado
 Noções de atuária / Henrique Furtado Arruda: UNIASSELVI, 2017.
 
 221 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0058-3
 
 1.Seguros – História – Brasil. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
ApreseNtAção
Prezado acadêmico, antes de tudo, permita me apresentar: sou graduado 
em Engenharia Civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, 
em Marketing e mestre em Administração de Empresas. Também sou habilitado 
como corretor de seguros. Desde 1986 lecionei em diversas instituições de 
ensino superior e de 2002 a 2008 coordenei a pós-graduação de Gestão em 
Seguros, curso realizado em parceria entre a Escola Nacional de Seguros 
(FUNENSEG) e o Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI). 
Profissionalmente, ainda muito jovem, troquei projetos e obras pela carreira 
em seguros, onde atuei em várias posições, destacadamente com regulação de 
sinistros, inspeções de riscos, consultoria e treinamento. 
O mercado segurador, composto pelas atividades de seguros gerais, 
previdência privada e capitalização, além de extremamente interessante, tem 
experimentado forte crescimento e amadurecimento no contexto brasileiro. Ao 
concluírem seus estudos, espera-se que os acadêmicos possam compreender 
com clareza a relevância que o mercado segurador tem para qualquer nação que 
deseje ser economicamente desenvolvida. Dentre suas inúmeras contribuições 
para a sociedade, destaca-se a função de preservar riquezas arduamente 
conquistadas, formar poupança popular através de suas reservas e gerar 
expressivos investimentos na economia. Deseja-se também que, com as noções 
gerais de atuária, entendam as bases técnicas do setor.
A Unidade 1 do caderno apresenta os conceitos básicos ou fundamentais 
que possibilitarão aos acadêmicos uma compreensão geral a respeito da 
preocupação humana e suas ações quanto ao conhecimento dos riscos, 
seu dimensionamento, tratamento e transferência financeira através da 
contratação de seguros. De início, tem-se uma visão de como surgiram e 
foram regulamentados os seguros. Em seguida, trata-se de suas classificações 
e se aborda o gerenciamento de riscos e as principais técnicas de análise e 
tratamento. Na sequência, é apresentada a estrutura técnica dos seguros, 
tratando-se dos seus elementos fundamentais, classificações, ramos, garantias, 
contratos e formas de contratação. Conclui a Unidade 1 um tópico específico 
sobre os processos de sinistros e os mecanismos de pulverização dos riscos, 
conhecidos como operações de cosseguro e resseguro.
A Unidade 2 trata da previdência e da capitalização. Os dois primeiros 
tópicos abordam as origens, fundamentos e regulamentações da previdência 
social e da previdência privada. Em seguida, apresentam-se especificamente 
os planos de previdência privada aberta, destinados a garantir a sobrevivência 
das pessoas (aposentadorias) ou o risco de morte. A unidade é encerrada 
com o histórico, a regulamentação, a estrutura técnica e as modalidades de 
capitalização.
IV
A Unidade 3 traz as noções gerais da atuária, a ciência que dá 
suporte técnico às operações de seguros, previdência e capitalização. Ela é 
complementada com uma visão geral a respeito da solvência das seguradoras, 
ou seja, suas capacidades financeiras de honrar os compromissos assumidos. 
Para tanto, estuda-se os princípios da atuária e a formação do preço, tanto 
nos seguros gerais como nos seguros de pessoas e planos de previdência. 
Encerrando a unidade, tem-se um panorama das provisões técnicas, dos limites 
operacionais, das margens de solvência, dos planos de contas e dos principais 
indicadores de desempenho das seguradoras.
 Prof. Me. Henrique Furtado Arruda 
V
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 - RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS ....................................................................................................... 1
TÓPICO 1 - A SOCIEDADE E O RISCO ........................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 COMO SURGIRAM OS SEGUROS ................................................................................................ 6
3 OS SEGUROS NO BRASIL ............................................................................................................... 8
4 A REGULAMENTAÇÃO DO SETOR ............................................................................................. 10
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 14
TÓPICO 2 - O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS ............................................... 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 17
2 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS ..................................................................................................... 17
3 GERENCIAMENTO DE RISCOS ..................................................................................................... 18
4 ANÁLISE PRELIMINAR E MATRIZ DE RISCOS ....................................................................... 22
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 27
TÓPICO 3 - A ESTRUTURA TÉCNICA DOS SEGUROS .............................................................. 29
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................29
2 CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS ESSENCIAIS ................................................................... 29
3 CLASSIFICAÇÃO DOS SEGUROS ................................................................................................. 30
4 RAMOS E PLANOS DE SEGUROS ................................................................................................. 31
5 GARANTIAS OU COBERTURAS ................................................................................................... 32
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 34
TÓPICO 4 - OS CONTRATOS DE SEGUROS ................................................................................. 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 35
2 FORMAS DE CONTRATAÇÃO ....................................................................................................... 36
3 COBERTURAS PROPORCIONAIS E NÃO PROPORCIONAIS .............................................. 37
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 40
TÓPICO 5 - SINISTROS, COSSEGURO E RESSEGURO .............................................................. 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 43
2 OS PROCESSOS DE SINISTROS .................................................................................................... 43
3 A REPARTIÇÃO DOS RISCOS E SINISTROS ............................................................................. 44
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 47
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 49
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 50
VIII
UNIDADE 2 - A PREVIDÊNCIA E A CAPITALIZAÇÃO .............................................................. 53
TÓPICO 1 - OS FUNDAMENTOS E A PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................................ 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 55
2 HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA E SEUS MODELOS ............................................................... 56
3 A PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA ...................................................................................... 59
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 67
TÓPICO 2 - OS FUNDAMENTOS E A PREVIDÊNCIA PRIVADA ............................................ 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 69
2 HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR BRASILEIRA ..................................... 70
3 A REGULAMENTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR .......................................... 72
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 79
TÓPICO 3 - PLANOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA ................................................... 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 81
2 OS PLANOS DE SOBREVIVÊNCIA ............................................................................................... 84
3 OS PLANOS DE RISCOS .................................................................................................................. 89
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 93
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 95
TÓPICO 4 - A CAPITALIZAÇÃO ....................................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 97
2 HISTÓRIA E REGULAMENTAÇÃO .............................................................................................. 100
3 ESTRUTURA TÉCNICA DA CAPITALIZAÇÃO ......................................................................... 103
4 AS MODALIDADES DE CAPITALIZAÇÃO ................................................................................ 113
 4.1 MODALIDADE TRADICIONAL ................................................................................................. 114
 4.2 MODALIDADE POPULAR .......................................................................................................... 115
 4.3 MODALIDADE INCENTIVO ....................................................................................................... 117
 4.4 MODALIDADE COMPRA PROGRAMADA ............................................................................. 118
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 123
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 136
UNIDADE 3 - NOÇÕES GERAIS DE ATUÁRIA E SOLVÊNCIA 
 DAS SEGURADORAS ................................................................................................ 139
TÓPICO 1 - PRINCÍPIOS DE ATUÁRIA ........................................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 141
2 NOÇÕES DE PROBABILIDADE ..................................................................................................... 143
 2.1 ESPAÇO AMOSTRAL .................................................................................................................... 143
 2.2 EVENTO ........................................................................................................................................... 144
 2.3 PROBABILIDADE .......................................................................................................................... 145
3 ESPERANÇA MATEMÁTICA .......................................................................................................... 148
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................153
TÓPICO 2 - A FORMAÇÃO DO PREÇO NOS SEGUROS GERAIS ........................................... 155
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 155
2 VALOR MATEMÁTICO DOS RISCOS E CUSTO MÉDIO DOS SINISTROS ...................... 157
IX
3 PRÊMIOS ESTATÍSTICO, COMERCIAL E BRUTO .................................................................... 159
 3.1 PRÊMIO ESTATÍSTICO ................................................................................................................. 159
 3.2 TAXA ESTATÍSTICA ...................................................................................................................... 161
 3.3 PRÊMIO COMERCIAL .................................................................................................................. 164
 3.4 TAXA COMERCIAL ....................................................................................................................... 165
 3.5 PRÊMIO BRUTO ............................................................................................................................. 166
 3.6 PRAZO DE VIGÊNCIA DO SEGURO ......................................................................................... 168
 3.6.1 Seguro a Prazo Curto ................................................................................................................ 168
 3.6.2 Prêmio de Seguro Pro Rata Temporis (em Proporção ao Tempo) ...................................... 170
 3.6.3 Seguro a Prazo Longo (Plurianual) ......................................................................................... 170
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 172
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 173
TÓPICO 3 - A FORMAÇÃO DO PREÇO NOS SEGUROS DE PESSOAS 
 E PREVIDÊNCIA ............................................................................................................................... 175
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 175
2 TÁBUAS DE MORTALIDADE ......................................................................................................... 176
 2.1 ELEMENTOS DE UMA TÁBUA DE MORTALIDADE ............................................................ 178
 2.2 PROBABILIDADE PARA PERÍODOS DE 1 ANO ..................................................................... 179
 2.3 PROBABILIDADE PARA PERÍODOS SUPERIORES A 1 ANO .............................................. 181
3 REGIMES FINANCEIROS ................................................................................................................ 183
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 187
TÓPICO 4 - SOLVÊNCIA DAS SEGURADORAS E DEMONSTRAÇÕES 
 FINANCEIRAS ................................................................................................................. 189
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 189
2 PROVISÕES TÉCNICAS ................................................................................................................... 190
 2.1 PROVISÃO DE PRÊMIOS NÃO GANHOS (PPNG) ................................................................. 190
 2.2 PROVISÃO DE SINISTROS A LIQUIDAR (PSL) ....................................................................... 191
 2.3 PROVISÃO DE SINISTROS OCORRIDOS E NÃO AVISADOS (IBNR) ................................ 192
3 LIMITES DE RETENÇÃO .................................................................................................................. 192
4 MARGEM DE SOLVÊNCIA .............................................................................................................. 193
5 PLANO DE CONTAS DAS SEGURADORAS .............................................................................. 196
6 INDICADORES DE DESEMPENHO .............................................................................................. 198
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 200
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 210
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 211
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 213
ANEXOS ................................................................................................................................................... 217
X
1
UNIDADE 1
RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, 
ESTRUTURA E CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• apresentar aspectos históricos das operações de seguros e a regulamenta-
ção do setor;
• classificar os riscos, conceituar gerenciamento de riscos apresentando suas 
etapas e explicar o que é uma análise preliminar e uma matriz de riscos;
• narrar as características e os elementos que caracterizam os seguros, de-
monstrar sua classificação e divisões e definir o que são garantias ou 
coberturas;
• definir o contrato de seguro, explicar como os contratos se efetivam e de-
monstrar o que são seguros proporcionais e não proporcionais;
• narrar cada etapa dos processos de sinistros e explicar os mecanismos de 
pulverização dos riscos.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 - A SOCIEDADE E O RISCO
 
TÓPICO 2 - O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
 
TÓPICO 3 - A ESTRUTURA TÉCNICA DOS SEGUROS
 
TÓPICO 4 - OS CONTRATOS DE SEGUROS
 
TÓPICO 5 - SINISTROS, COSSEGURO E RESSEGURO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A SOCIEDADE E O RISCO
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que o fato de estarmos vivos também significa que estamos 
permanentemente enfrentando perigos e medos, riscos e preocupações. Também 
está intrínseco no ser humano o desejo de realizar conquistas e progredir, seja no 
plano material ou imaterial. A partir de agora, veremos a diferença entre perigo e 
risco e conheceremos como a humanidade desenvolveu as operações de seguros 
como mecanismo de proteção financeira para preservar suas conquistas e riquezas.
Maslow (1970 apud HERSEY; BLANCHARD, 1974) estabeleceu uma 
hierarquia para as necessidades humanas na seguinte ordem: fisiológicas, 
segurança, social, estima e autorrealização. As necessidades fisiológicas estão 
na base da hierarquia porque tendem a ter a força mais alta até que sejam 
minimamente satisfeitas. A partir daí as necessidades de segurança, de estar livre 
de medo, de perigo físico e de privações das necessidades fisiológicas básicas se 
tornam predominantes. 
Em outras palavras, temos necessidade de preservação. Além do aqui e 
agora, existe a preocupação com o futuro. Será que o indivíduo será capaz de 
conservar sua propriedade ou seu emprego de forma que possa ter alimento e 
abrigo amanhã e depois de amanhã? Se a segurança de um homem está em 
perigo, outras coisas parecem pouco importantes. Por isso, podemos afirmar que 
a preservação das riquezas conquistadas pela sociedade é mais do que um desejo: 
é uma necessidadehumana (HERSEY; BLANCHARD, 1974, p. 30 apud ARRUDA, 
2016).
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
4
FIGURA 1 - PIRÂMIDE DE MASLOW
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/
thumb/6/65/Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg/450px-
Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg.png>. Acesso em: 30 
jan. 2017.
NOTA
A famosa hierarquia de necessidades de Maslow, proposta pelo psicólogo 
americano Abraham H. Maslow, baseia-se na ideia de que cada ser humano se esforça muito 
para satisfazer suas necessidades pessoais e profissionais. É um esquema que apresenta uma 
divisão hierárquica em que as necessidades consideradas de nível mais baixo devem ser 
satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto.
1 – Necessidades fisiológicas: São aquelas que se relacionam com o ser humano como ser 
biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de 
descansar, beber, dormir, ter relações sexuais etc.
No trabalho: Necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho etc.
2 – Necessidades de segurança: São aquelas que estão vinculadas com as necessidades de 
sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de conservar o emprego etc. 
No trabalho: Necessidade de estabilidade no emprego, boa remuneração, condições seguras 
de trabalho etc.
3 – Necessidades sociais: São necessidades de manter relações humanas com harmonia: 
sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho e afeto dos familiares, 
amigos e pessoas do sexo oposto.
No trabalho: Necessidade de conquistar amizades, manter boas relações, ter superiores gentis 
etc.
4 – Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas capacidades 
por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa capacidade de adequação. Em 
geral, é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros, com prestígio e 
reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem-se também as necessidades de autoestima.
No trabalho: Responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por todos, promoções ao 
TÓPICO 1 | A SOCIEDADE E O RISCO
5
A história dos seguros mostra que, desde o princípio das grandes civilizações, 
a necessidade humana de preservar suas riquezas estabeleceu mecanismos de divisão 
ou recuperação de prejuízos ocorridos. O Código de Hamurábi, surgido em meados 
de 1.800 a.C., dedicava cláusulas ao tema da bodemeria, empréstimo ou hipoteca 
contraída pelo proprietário de um navio para financiar a sua viagem, e previa a 
isenção de pagamento se a embarcação viesse a pique. Existem indícios de que na 
Babilônia, 23 séculos antes de Cristo, caravanas de cameleiros que cruzavam o deserto 
dividiam entre si os prejuízos ocorridos com a morte de animais. Na China antiga e 
no Império Romano também havia seguros rudimentares, através de associações que 
visavam ressarcir membros que tivessem algum tipo de prejuízo (ARRUDA, 2016).
Assim, desde o início das civilizações, a divisão de perdas já cumpria com 
aquele que viria a ser o principal objetivo dos seguros: a preservação da riqueza 
ou da renda existente. Naquela época ainda não existiam meios científicos para 
se estabelecer probabilidades ou previsões. Deste modo, a divisão de perdas só 
acontecia após elas terem ocorrido e, portanto, convivia-se com grandes incertezas: 
qual poderia vir a ser o tamanho das perdas? Qual seria a capacidade financeira 
do grupo de indivíduos envolvidos e a disposição (ou boa vontade) dos que não 
sofreram prejuízos em honrar pagamento da sua cota/parte? Além disso, a repartição 
de perdas depois da sua ocorrência tende a ser possível apenas com reduzido número 
de participantes, e isso torna o fardo individual muito pesado e aumenta o grau de 
dificuldades de funcionamento desse regime. 
A mudança de procedimento, ou seja, a divisão das perdas antes delas 
acontecerem, só foi possível com os avanços da matemática. Isso só veio a acontecer 
entre os séculos XIII e XVII. Para Bernstein (1997, p. 23), “sem números, não há 
vantagens nem probabilidades; sem vantagens e probabilidades, o único meio de 
lidar com o risco é apelar para os deuses e o destino. Sem números, o risco é uma 
questão de pura coragem”.
Os avanços matemáticos possibilitaram o desenvolvimento das teorias das 
probabilidades e da tomada de decisões. Os riscos começaram a ser estudados mais 
seriamente a partir da época do Renascimento, quando as pessoas se libertaram das 
restrições do passado e desafiaram abertamente as crenças que colocavam todas as 
previsões futuras nas mãos de deuses, adivinhos ou oráculos.
Com o estudo de estatísticas e do cálculo de probabilidades, desenvolveu-
se a ciência atuarial, tornando possível a divisão de perdas antes da ocorrência 
longo da carreira, feedback etc.
5 – Necessidades de autorrealização: Também conhecidas como necessidades de crescimento. 
Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser aquilo que se pode ser, fazer o 
que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-se com as necessidades de estima: a 
autonomia, a independência e o autocontrole.
No trabalho: Desafios no trabalho, necessidade de influenciar nas decisões, autonomia etc.
FONTE: Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-
necessidades-de-maslow/>. Acesso em: jan. 2017.
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
6
dos sinistros. A atuária permite prever, com elevado grau de precisão, qual será 
a frequência relativa e o custo médio de sinistros futuros. Esses dois elementos 
constituem a base da precificação dos seguros.
A ciência atuarial permite estabelecer probabilidades com elevado grau de 
certeza, mas não nos permite saber quem serão as vítimas dos infortúnios, ou seja, 
com quem ocorrerão os sinistros. É justamente nessa incerteza (não saber quem 
sofrerá os prejuízos) que se encontra a principal razão para pessoas e empresas 
buscarem proteção por meio dos contratos de seguros. Por esse mecanismo, 
elas contribuem solidária e antecipadamente para a constituição de um fundo 
mútuo, denominado reservas técnicas, que irá suprir as futuras perdas dos que 
forem desafortunados. Além disso, a aplicação financeira dessas reservas, feita 
predominantemente em títulos públicos, possibilita investimentos na economia 
(BRANDON, 2001). 
 É natural esperar que as pessoas busquem melhores condições de vida. Isso 
também envolve a formação de um patrimônio, normalmente acumulado em anos 
de trabalho. Para os empreendedores, a empresa faz parte do patrimônio e consiste 
na fonte provedora de renda da sua e de muitas outras famílias. Tudo isso pode ser 
perdido, de uma hora para outra, em virtude da exposição a riscos. Alguns podem 
ser previstos e evitados ou minimizados; outros, como os eventos da natureza, são 
imprevisíveis e inevitáveis. O seguro nasceu, portanto, da necessidade de o homem 
controlar o risco.
Por isso, assumir riscos de forma consciente e/ou negligenciada de riscos 
pode indicar certa irresponsabilidade. Afinal, é fácil perceber que a exposição 
a eventos como vendavais, enchentes, terremotos, incêndios, roubos, colisões, 
mortes, entre outros, não causa apenas perdas individuais, mas também dificulta 
o desenvolvimento econômico de uma sociedade.
2 COMO SURGIRAM OS SEGUROS
 Viver envolve riscos. Se, no passado, o homem corria o risco de ser atacado 
por uma fera, ou morrer de frio ou fome, hoje enfrenta os riscos que afetam seu 
patrimônio e sua saúde. O assunto seguro está associado a dispositivos elaborados 
pelo homem no curso da sua história: da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.), passando 
pelo Código de Hamurábi e pelo Império da Babilônia, chegando até o Código 
Napoleônico. Portanto, o Homem evoluiu, e os riscos o acompanharam nessa 
mudança. E “se pudéssemos encontrar uma palavra para definir o surgimento da 
atividade de seguros, certamente essa palavra seria solidariedade” (TEIXEIRA, 
2016, p. 12).
 Vimosque fazer antecipadamente a divisão das perdas (ao invés de dividi-
las apenas depois da sua ocorrência) só foi possível com o surgimento da estatística 
e o estudo das probabilidades. A matemática permitiu comprovar que as chances 
de perdas (prejuízos) são reais, tanto para as pessoas como para as empresas. A 
TÓPICO 1 | A SOCIEDADE E O RISCO
7
disposição para correr riscos varia de pessoa para pessoa, mas todas elas detestam 
perder e, devido a este fator, estabeleceu-se a necessidade de controlar e transferir 
os riscos.
 
Surgiram então os negócios de gerenciamento de riscos e os seguros de 
diversas naturezas, destinados a proteger pessoas, patrimônios e responsabilidades. 
A principal função dos seguros é a divisão das perdas individuais (que seriam 
desastrosas para a maioria das pessoas e empresas) entre um grande grupo. A 
atuária é o lastro técnico das operações, pois baseada no estudo de probabilidades 
e estatísticas, ela possibilita que a divisão das perdas ocorra antes que os sinistros 
aconteçam. Isto estabelece outras importantes funções sociais para a indústria 
do seguro: acumulação de recursos e geração de investimentos na economia 
(VARANDA, 2004 apud ARRUDA, 2016).
Arruda (2016) diz que a atividade seguradora é antiga e madura. Em 1347, 
em Gênova, Itália, formalizou-se o primeiro contrato de seguro marítimo, com 
emissão de apólice (derivação de polliza, que em italiano significa promessa). No 
século XVII os seguros de vida prosperavam na França e um grande incêndio que, 
em 1666, destruiu metade de Londres, estabeleceu a necessidade de proteção contra 
este tipo de evento. Os negócios atingiram pleno desenvolvimento comercial no 
século XVIII, quando os seguradores já emitiam apólices contra quase todo tipo de 
risco e ganharam impulso a partir da Revolução Industrial.
 FIGURA 2 - EVOLUÇÃO DA REPARTIÇÃO DE PERDAS
FONTE: Arruda (2016, p. 15)
IMPORTANT
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A primeira apólice de vida de que se tem conhecimento foi emitida no século XVI, 
na cidade de Londres, onde também foi criada a primeira sociedade de seguro de vida – The 
Society of Insurance for Widows and Orphans (TEIXEIRA, 2016, p. 12).
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XVIII
Séc. 
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XVII
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
8
3 OS SEGUROS NO BRASIL
O Brasil foi descoberto pouco depois do período renascentista, quando 
ocorreram os avanços matemáticos que formariam a base técnica das operações 
de seguros. Entretanto, o período colonial e extrativista não estabeleceu uma base 
econômica que favorecesse o florescimento dos mecanismos de seguro que já se 
praticavam na Europa. Seria necessária a transferência do governo português para 
que isso ocorresse. 
A história registra que o seguro surge no Brasil em 1808, em consequência 
da vinda da família real e da consequente abertura dos portos às nações amigas. 
A primeira seguradora brasileira, a Companhia de Seguros Boa-Fé, foi fundada 
em 24/02/1808 com a finalidade de operar no seguro marítimo. Neste período, 
os seguros existentes eram regulados pelas leis portuguesas (Casa de Seguros 
de Lisboa). A Previdência Privada (atual Previdência Complementar) também é 
desta época: surgiu em 1835, com a criação do Montepio Geral de Economia dos 
Servidores do Estado – MONGERAL.
 Teixeira (2016) acrescenta que, em 1850, foi promulgado o Código 
Comercial Brasileiro, que foi de fundamental importância para o desenvolvimento 
do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que 
passaram a operar não só com o seguro marítimo, mas também com o seguro 
terrestre. Posteriormente, o Decreto 4.270, de 1901, passou a regular as operações 
de seguros no Brasil e criou as Inspetorias de Seguros, subordinadas ao Ministério 
da Fazenda. Em 1916 ocorreu o maior avanço de ordem jurídica no campo do 
contrato de seguro, com a promulgação do Código Civil Brasileiro (substituído 
pelo atual Código Civil de 2002). Com ele foram fixados os princípios essenciais do 
contrato de seguros e disciplinados os direitos e obrigações das partes, de modo a 
evitar e dirimir conflitos entre os interessados. 
A história de um mercado segurador realmente brasileiro começaria apenas 
em 1939, com a criação do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), pois até então 
não existia um mercado nacional. A história dos seguros no país pode ser dividida 
em quatro períodos:
• Até 1940, com a efetiva instalação do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), 
o mercado brasileiro foi dominado por seguradoras estrangeiras que eram, 
basicamente, agências de captação de seguros para suas matrizes.
• O segundo momento está marcado pelo domínio das empresas nacionais e pela 
nacionalização das seguradoras estrangeiras que, a partir da criação do IRB, 
passaram a aplicar suas reservas no país.
• Uma nova fase se inicia com a criação do Sistema Nacional de Seguros, por meio 
do Decreto 73/66, que aumentou o poder de regulamentação do Estado. Este 
período se caracteriza, durante as décadas de 70 e 80, pela crescente participação 
dos bancos e por um processo contínuo de concentração, por meio de fusões e 
incorporações estimuladas pelo governo. 
TÓPICO 1 | A SOCIEDADE E O RISCO
9
• A fase atual começa com a Constituição de 1988 e com o Plano Diretor de 
Seguros, apresentado pelo governo Collor em 1992. A partir de então, inicia-
se a redução do poder regulamentar estatal, a abertura do mercado interno ao 
capital internacional e o aumento da concorrência (MAGALHÃES, 1997 apud 
ARRUDA, 2016).
Na década de 1990, as transformações decorrentes da abertura econômica, 
juntamente com o Plano Diretor de Seguros, criaram um ambiente de mudanças e 
de acirrada competição, estabelecendo novas dimensões, que passaram de locais 
para globais. A estabilidade da moeda (estabelecida com o Plano Real) associada 
a um conjunto de ações traçadas em Plano Setorial pela Federação Nacional das 
Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (FENASEG) no mesmo ano 
(1994) permitiu que ocorresse expressivo crescimento no volume de negócios de 
seguros. Em 2015, o mercado segurador brasileiro (formado pelas atividades de 
seguros, previdência complementar e capitalização) representou 6,2% da economia 
(PIB) nacional. 
FIGURA 3 - EVOLUÇÃO DOS SEGUROS NO BRASIL
FONTE: Arruda (2016, p. 17)
Em 15/01/07 foi promulgada a Lei Complementar 126/07, que promoveu 
a quebra do monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (atual IRB-Brasil 
Resseguros S.A.) e a consequente abertura do mercado de resseguros. Desde então, 
o IRB deixou de ser o ressegurador único e obrigatório, e as seguradoras brasileiras 
passaram a ter a opção de repassar seus excedentes de responsabilidade para 
resseguradores internacionais, conforme veremos na regulamentação do setor. 
DICAS
Conheça as estatísticas de seguros em <http://www.cnseg.org.br/cnseg/
estatisticas/mercado/>.
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1901 1966 1992 2004
1970-1980 19941850
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
10
4 A REGULAMENTAÇÃO DO SETOR
A atividade seguradora tem lugar de destaque no desenvolvimento das 
nações não apenas pela proteção às pessoas (físicas e jurídicas), mas também pelas 
suas características de poupança e de geração de investimentos na economia, em 
virtude das reservas técnicas que são administradas pelas companhias de seguros. 
Vimos que, através do Decreto-Lei 73/66, o Governo Federal reformulou 
a política de seguros no Brasil e criou o Sistema Nacional de Seguros Privados 
(SNSP). De acordo com o Art. 8º do decreto, os órgãos integrantes do Sistema e 
suas principais atribuições são:
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP): órgão governamental, 
presidido pelo Ministro da Fazenda, encarregado de fixar as diretrizes e 
normas da política de seguros privados no Brasil.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): autarquia vinculada 
ao Ministério da Fazenda, responsável pela regulação, supervisão, 
controle, fiscalização e incentivo das atividades de seguros, previdência 
complementar aberta, capitalização e resseguro.
Seguradoras: empresas constituídas sob a forma de sociedade 
anônima, que assumem e administram riscos de acordo com os critérios 
regulamentados pela SUSEP.
Entidades de Previdência Complementar Aberta: sociedades 
constituídas com o objetivo de instituir e executar planos de benefícios 
de caráter previdenciário.
Resseguradores: empresas que recebem a transferência de riscos das 
seguradoras, ou seja, é o segurador das seguradoras. A legislação 
brasileira os classifica como ressegurador local (sediado no país e 
constituído sob a forma de sociedade anônima), admitido (sediado 
no exterior, mas com escritório de representação no país) ou eventual 
(sediado no exterior, sem escritório de representação no país, mas 
cadastrado na SUSEP).
Corretores de Seguros: pessoas físicas ou jurídicas, intermediários 
legalmente autorizados a angariar e promover contratos de seguros.
 
Em 1998 foi criado o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros 
Privados, de Previdência Complementar Aberta e de Capitalização (CRSNSP) como 
um órgão colegiado, integrante da estrutura básica do Ministério da Fazenda e que 
tem por finalidade o julgamento, em última instância administrativa, dos recursos 
de decisões dos órgãos fiscalizados do SNSP e que possui a seguinte estrutura:
TÓPICO 1 | A SOCIEDADE E O RISCO
11
FIGURA 4 - ESTRUTURA DO SNSP – SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS 
PRIVADOS
FONTE: Teixeira (2016, p. 15)
Com relação aos produtos ou planos de capitalização, Guerra (2016, p. 13) 
afi rma que:
A Capitalização não integra o Sistema Nacional de Seguros Privados 
(SNSP), isto é, o título de capitalização não é um plano de seguro a 
ser comercializado por uma seguradora. A Capitalização constitui 
um sistema próprio: O Sistema Nacional de Capitalização (SNC). 
Assim, os títulos somente podem ser comercializados por sociedades 
de capitalização. No entanto, a fi scalização e a regulamentação da 
Capitalização, por força do Decreto-Lei 261, de 28/02/67, que criou o 
Sistema Nacional de Capitalização (SNC), também estão a cargo da 
SUSEP e do CNSP, respectivamente, da mesma forma que ocorre com 
as sociedades seguradoras.
Pode-se observar que, apesar do sistema de capitalização não integrar o 
Sistema Nacional de Seguros Privados, ele evolui paralelamente. As sociedades 
de capitalização desempenham funções análogas às sociedades seguradoras e, 
para ambas, deve-se observar a necessidade de autorização pela SUSEP para que 
possam iniciar suas operações. 
Os produtos ou planos de saúde também possuem um sistema próprio. 
Comercializados por qualquer uma das modalidades de operadoras (seguradoras, 
empresas de medicina de grupo, cooperativas médicas, entre outras), eles integram 
o Sistema de Saúde Privada e Suplementar, que é da competência do Ministério da 
Saúde, através do Conselho Nacional de Saúde Suplementar (CONSU) e da Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que disciplina esse setor (GUERRA, 2016).
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Seguros
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
12
Quanto às entidades de classe, Teixeira (2016, p. 13) destaca, primeiramente, 
a Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Capitalização, de 
Previdência Privada e das Empresas Corretoras de Seguros (FENACOR) como 
sendo a “entidade sindical, de grau superior, de âmbito nacional, reconhecida 
como entidade coordenadora dos interesses da categoria econômica dos corretores 
de seguros e de capitalização”. Complementarmente, apresenta a Confederação 
Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde 
Suplementar e Capitalização (CNseg) como entidade máxima de representação 
institucional do mercado segurador, o qual seria formado pelo conjunto dos 
setores de Seguros, Previdência Complementar Aberta, Saúde Suplementar e 
Capitalização. 
Finalmente, para habilitar, qualificar e desenvolver a formação técnica 
dos profissionais de seguros, previdência complementar, saúde e capitalização, 
em 1971 surgiu a Fundação Escola Nacional de Seguros (FUNENSEG). Ela é a 
responsável pelo ensino e divulgação do seguro no Brasil. 
DICAS
Acesse os sites listados a seguir, eles contribuirão com seu aprendizado.
<www.susep.gov.br>
<www.ans.gov.br>
<www.fenacor.org.br>
<www.cnseg.org.br>
<www.funenseg.org.br>
<www.tudosobreseguro.org.br>
13
Neste tópico, você aprendeu que:
• A preservação das riquezas conquistadas pela sociedade é uma necessidade 
humana.
• Com o estudo de estatísticas e do cálculo de probabilidades, desenvolveu-se a 
ciência atuarial.
• Através dos seguros contribui-se para a constituição de um fundo mútuo, 
denominado reservas técnicas. O seguro irá suprir as perdas dos desafortunados, 
e a aplicação financeira das reservas, feita predominantemente em títulos 
públicos, possibilita investimentos na economia.
• A principal função dos seguros é a divisão das perdas individuais entre um 
grande grupo; e a atuária é o lastro técnico das operações.
• O seguro surgiu no Brasil em 1808, e sua história registra quatro períodos: 1) 
Até 1940 o mercado brasileiro foi dominado por seguradoras estrangeiras; 2) 
A criação do IRB e a nacionalização do mercado; 3) Nas décadas de 70 e 80 
houve crescente participação dos bancos e aumento da concentração por meio 
de fusões e incorporações estimuladas pelo governo; 4) Com a Constituição 
de 1988 e o Plano Diretor de Seguros de 1992 teve início a redução do poder 
regulamentar estatal, a abertura do mercado ao capital internacional e o aumento 
da concorrência.
• O Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) é integrado pelo Conselho 
Nacional de Seguros Privados (CNSP), pela Superintendência de Seguros 
Privados (SUSEP), pelas Seguradoras, pelas Entidades de Previdência 
Complementar Aberta, pelos Resseguradores e pelos Corretores de Seguros.
• O Sistema Nacional de Capitalização (SNC) é integrado pelas Sociedades 
de Capitalização e pelos Corretores de Capitalização. A fiscalização e a 
regulamentação competem à SUSEP e ao CNSP.
• O Sistema de Saúde Privada e Suplementar compete ao Ministério da Saúde, 
através do Conselho Nacional de Saúde Suplementar (CONSU) e da Agência 
Nacional de SaúdeSuplementar (ANS), que regulamentam e fiscalizam as 
operadoras (seguradoras, empresas de medicina de grupo, cooperativas médicas 
e outras).
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 O mercado de seguros no Brasil desenvolveu-se ao longo dos anos. Órgãos 
foram criados e legislações incorporadas ao sistema, de forma a aprimorá-
lo. Dentre essas legislações, uma delas reformulou a política de seguros no 
Brasil e criou o Sistema Nacional de Seguros Privados, sendo considerada 
uma referência, em termos de legislação, pelo seu alcance e abrangência. 
Estamos nos referindo ao:
a) ( ) Código Civil Brasileiro.
b) ( ) Código Comercial.
c) ( ) Código de Defesa do Consumidor.
d) ( ) Decreto-lei 73/66.
e) ( ) Decreto das S.A.
2 Em relação ao Sistema Nacional de Seguros Privados, associe os órgãos às 
suas respectivas atribuições:
1) O CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados.
2) A SUSEP – Superintendência de Seguros Privados.
3) A Sociedade Autorizada a operar em seguros privados.
( ) Determina as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil.
( ) Assume e gere os riscos que lhe são transferidos pelos segurados, de acordo 
com os critérios técnicos e administrativos regulamentados.
( ) Executa a supervisão da atividade de seguros.
( ) Fiscaliza as seguradoras.
( ) É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
Agora, assinale a alternativa correta:
a) ( ) 1,1,2,3,3
b) ( ) 1,1,3,3,3
c) ( ) 1,2,1,3,3
d) ( ) 2,2,1,3,3
e) ( ) 1,3,2,2,2
3 O órgão governamental que fixa as diretrizes e normas da política de seguros 
privados do Brasil, entre outras atribuições, é o(a):
a) ( ) SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados.
b) ( ) SUSEP – Superintendência de Seguros Privados.
c) ( ) CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados.
d) ( ) Ministério da Fazenda.
e) ( ) Banco Central do Brasil.
AUTOATIVIDADE
15
4 O órgão responsável pela regulação, controle, fiscalização e incentivo das 
atividades de seguros, previdência, capitalização e resseguro é o(a):
a) ( ) IRB – Brasil Seguros S.A.
b) ( ) Comissão de Valores Mobiliários.
c) ( ) Ministério da Fazenda.
d) ( ) Conselho Nacional de Seguros Privados.
e) ( ) Superintendência de Seguros Privados.
16
17
TÓPICO 2
O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE 
RISCOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que, de modo geral, as pessoas apresentam maior ou menor 
propensão ao enfrentamento de riscos. Umas são mais, outras são menos ousadas. 
Umas mais aventureiras, outras mais conservadoras, ou seja, o grau de aversão 
a riscos varia de pessoa para pessoa. Já vimos também que todas as pessoas são 
avessas a perdas. Assim, quando não está presente a percepção ou o forte sentimento 
das possibilidades de perdas, muitos empresários costumam negligenciar os riscos 
de virem a sofrer perdas inesperadas, que podem comprometer a estabilidade 
econômica e/ou projetos de crescimento da sua empresa e, até mesmo, provocar a 
inviabilidade do negócio. Nesta seção, conheceremos o processo de gerenciamento 
de riscos, que se baseia em dois importantes conceitos. 
O que é gerenciar riscos? “Significa tentar evitar perdas, tentar diminuir 
a frequência ou severidade de perdas ou poder pagar as perdas que ocorrerem 
apesar de todos os esforços em contrário” (HOPE, 2002, p. 4).
O que faz um gerente de riscos? “Seu papel consiste em detectar as 
exposições a que uma corporação está sujeita, traçando seu cenário de risco. Cabe 
a ele implementar políticas de prevenção e controle para decidir qual parcela do 
risco absorver ou transferir a uma seguradora” (CONDUTA, 2000 apud ARRUDA, 
2016, s.p.). 
Os danos ou prejuízos envolvidos podem ser materiais ou patrimoniais, 
pessoais ou corporais, decorrentes de responsabilidade civil ou decorrentes 
de lucros cessantes. Tratar os riscos significa prevenir perdas, diminuir as 
consequências financeiras quando elas ocorrem e reduzir as incertezas de 
indivíduos e organizações, proporcionando a paz de espírito necessária à condução 
de suas atividades.
2 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS
 
Podemos definir o que é risco e diferenciá-lo de perigo? Todo e qualquer 
risco pode ser segurado? Como iremos fazer o seu gerenciamento? Essas são 
questões importantes a serem respondidas e esclarecidas nesta seção.
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
18
Teixeira (2016, p. 25) define risco como sendo um “evento incerto ou de data 
incerta que independe da vontade das partes contratantes e contra o qual é feito 
o seguro. O risco é a expectativa de sinistro”. No que diz respeito às operações de 
seguros, acrescenta que “risco é a possibilidade de ocorrência de um evento aleatório 
que cause dano de ordem material, pessoal ou mesmo de responsabilidades”. No 
entanto, nem todos os riscos podem ser segurados. Para que exista seguro, o risco 
precisa ser possível, futuro, incerto, acidental, mensurável e causador de prejuízos. 
De acordo com Teixeira (2016), para efeito das operações de seguros, os riscos são 
classificados em:
• Risco puro: risco em que só existem duas possibilidades: perder (caso ele 
ocorra) ou não perder (caso ele não ocorra). Exemplos: a possibilidade de morte 
dos indivíduos é um risco puro. Se ocorrer a morte de alguém, há perda e, se 
não ocorrer, não há perda. O roubo de um veículo também. Se for roubado, o 
proprietário perde. Se não for, não perde. Esses riscos são seguráveis.
• Risco especulativo: risco que envolve as possibilidades de perder, não perder 
ou ganhar. Exemplos: o investimento em bolsa de valores ou apostas em jogos 
de azar.
• Riscos particulares: são aqueles que afetam apenas indivíduos ou empresas em 
particular, e não a sociedade coletivamente, e para os quais, também, só existem 
duas possibilidades: perder ou não perder. Exemplos: a morte de uma pessoa 
ou o incêndio em uma empresa. Esses riscos são seguráveis.
• Riscos fundamentais: assim são chamados os riscos impessoais, resultantes 
de mutações sociais e econômicas, afetando a coletividade. Exemplos: perdas 
decorrentes de guerra ou de inflação. Esses riscos não são seguráveis e o seu 
tratamento compete ao Estado.
3 GERENCIAMENTO DE RISCOS
O fato de uma pessoa ou uma empresa estar exposta a riscos nos leva a 
imaginar que, se ocorrer um evento danoso, haverá perdas ou prejuízos. Os 
danos decorrentes do evento podem ser de natureza material, corporal, moral ou 
geradores de responsabilidades de reparação. Podem, ainda, implicar em perda 
de renda à pessoa física ou redução parcial ou total das atividades de uma pessoa 
jurídica (lucros cessantes). Portanto, tratar os riscos significa prevenir perdas ou 
reduzir as consequências financeiras quando elas ocorrem. 
O processo de gerenciamento ou de tratamento de riscos, segundo Hope 
(2002), é baseado em método científico similar ao processo de tomada de decisões 
gerais em negócios, e comporta cinco etapas lógicas, sistemáticas e contínuas:
1. Identificar e analisar as exposições a risco.
2. Verificar a viabilidade das várias técnicas disponíveis para tratamento dessas 
exposições.
3. Selecionar a combinação mais adequada dessas técnicas.
4. Implementar as técnicas escolhidas.
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
19
5. Monitorar os resultados e analisar a necessidade de mudanças ou 
aperfeiçoamentos.
Vimos acima que os riscos podem e devem ser tratados. Isso não significa, 
necessariamente, que estejam controlados. Para manter os riscos sob controle, 
devem ser utilizadas as cinco técnicas descritas a seguir:
1. Evitar o risco. Embora seja possível, a eliminação é pouco adequada. Significa, 
por exemplo, um fabricante optar pelo abandono de um produto devido à 
forte possibilidade de reclamações dos consumidores por danos decorrentes de 
responsabilidade civil. 
2. Prevenir perdas, ou seja, tentar reduzir a frequência dos eventos danosos. 
3. Reduzir perdas, ou seja, tentar diminuir a sua severidade.
4. Segregar as exposições, o que pode ser feito pela separação de uma atividade ou 
de ativosem mais de um local ou pela duplicação através de backups, reservas 
ou duplicatas de ativos essenciais. 
5. Transferir contratualmente, o que significa repassar para outrem a 
responsabilidade legal e financeira sobre um ativo ou uma determinada 
operação (HOPE, 2002).
A seleção das técnicas mais apropriadas para o gerenciamento dos riscos 
deve levar em consideração os principais objetivos da organização, destacando 
a sua própria sobrevivência econômica. Pela própria natureza das atividades 
desenvolvidas pelas empresas, elas próprias estabelecem pesos diferentes para 
questões como a segurança do trabalho, os riscos ambientais, preocupações 
comunitárias e legais, entre outras.
Financeiramente, as empresas podem optar pela retenção dos riscos 
(acumular recursos próprios para o pagamento das perdas ou, se for um grande 
grupo econômico, constituir uma seguradora própria) ou pela transferência dos 
riscos através da contratação de seguros (o que é muito mais comum). Também é 
usual se combinar a retenção com a transferência dos riscos. Nesse caso, quando 
ocorrerem perdas, a empresa assume uma pequena participação e a seguradora 
indeniza a parte que não foi absorvida pela empresa. O esquema a seguir permite 
visualizar o fluxograma de um processo de gerenciamento de riscos.
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
20
FIGURA 5 - GERENCIAMENTO DE RISCO
FONTE: O autor
Arruda (2016) observa que, mesmo que uma empresa não venha a sofrer 
perdas catastróficas ou expressivas em relação à sua situação patrimonial, o 
acúmulo de pequenas ou médias perdas pode comprometer a competitividade e, 
em consequência, reduzir a participação no mercado. Além disso, com o passar 
do tempo, a falta de tratamento para esses riscos/perdas pode implicar em grande 
dificuldade na contratação de seus seguros ou pagamento de preços muito elevados. 
Por outro lado, para os que tratam seus riscos, os custos com seguros podem 
ser reduzidos através de descontos, mas esta é apenas uma das consequências da 
existência ou não de um programa de gerenciamento de riscos. Para competir, tanto 
no mercado internacional como no mercado brasileiro, as empresas não conseguirão 
repassar os custos de perdas que podem ser controladas. Elas significam desperdício 
e os clientes não irão pagar por isso.
Para Conduta (2000 apud ARRUDA, 2016), o papel do gerente de riscos 
consiste em detectar as exposições a que a corporação está sujeita, traçando seu 
cenário de risco. E a ele cabe implantar as políticas de prevenção e controle de 
perdas para que a empresa possa decidir qual parcela do risco absorver ou transferir 
a uma seguradora. Hope (2002) acrescenta que os gerentes de risco devem pesar a 
efetividade e a economia de cada técnica utilizada com os objetivos definidos no 
programa de gerenciamento. Para isso, devem considerar: 
1. As potenciais consequências financeiras das exposições a riscos.
2. A efetividade potencial das várias técnicas de controle e de financiamento de 
riscos.
3. O custo potencial de tais técnicas.
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
21
• Técnica de Incidentes Críticos (TIC): Esta técnica detecta fatores causais em 
termos de erros e condições inseguras, que possibilitem acidentes com ou sem 
lesão, bem como as origens de acidentes potenciais. O foco de ação da TIC é, então, 
identificar não conformidades (condições e atos inseguros) que contribuam 
com episódios de danos, reais (acidentes) e potenciais (incidentes críticos), 
usando-se amostra aleatória estratificada de participantes, selecionados 
dentro de uma dada população da empresa.
• What-If (WI): É uma técnica qualitativa de análise geral e de simples aplicação, 
podendo ser aplicada na identificação de perigos no projeto, pré-operação 
e operação do processo. O objetivo desta técnica é, na realidade, testar as 
possíveis omissões em projetos, procedimentos e normas, bem como conferir, 
no ambiente de trabalho, o comportamento, a capacitação, as habilidades e 
outros elementos julgados necessários em relação aos recursos humanos, com 
o objetivo de proceder a identificação de perigos e respectivo tratamento. 
Para a sua aplicação, usa-se periodicamente, de acordo com as necessidades, 
uma sistemática técnica administrativa que inclui princípios de dinâmica 
de grupo.
• Cenário: É uma técnica utilizada para a realização de reuniões de profissionais 
de diversas áreas com fins de identificar possíveis problemas futuros e 
as respectivas alternativas de solução em projetos e, assim, tem caráter de 
predição qualitativa e/ou quantitativa de tendências na operação, nem sempre 
contempladas por métodos mais tradicionais e específicos.
• Análise Preliminar de Riscos (APR): Também conhecida como Análise 
Preliminar de Perigos (APP) (Preliminary Hazard Analysis - PHA), teve seu 
desenvolvimento na área militar e é uma técnica qualitativa aplicável à fase 
de projeto (concepção ou desenvolvimento de um novo sistema), visando 
determinar os riscos quando da fase operacional. Também é útil quando 
aplicada na revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando 
aspectos até então negligenciados. 
• Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE): A Análise de Modos de Falha 
e Efeitos (Failure Modes and Effects Analysis - FMEA) é uma análise bem mais 
detalhada em relação às técnicas anteriores, sendo que pode ter uma abordagem 
qualitativa ou quantitativa, dependendo do foco que é dado. Essa técnica 
foi desenvolvida por engenheiros para determinar a confiabilidade de 
sistemas complexos, o que é reconhecido como inversamente proporcional 
à probabilidade de falhas. Logo, permite analisar as falhas de um 
equipamento ou sistema e os respectivos efeitos, bem como estimar taxas de 
falhas, de modo a propiciar o estabelecimento de alterações e alternativas 
que possibilitem uma redução das probabilidades de falhas e, assim, 
aumentando a confiabilidade do sistema.
• Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP): A Análise de Operacionalidade 
de Perigos ou Hazard and Operability Studies (HAZOP) é uma técnica 
semelhante ao FMEA de análise qualitativa, desenvolvida com o intuito 
de examinar previamente projetos ou modificações de linhas de processo, 
identificando perigos e prevenindo problemas, mas também pode ser aplicada 
para equipamentos do processo e até para sistemas.
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
22
• Análise de Árvore de Eventos (AAE): A Análise da Árvore de Eventos - AAE 
(Event Tree Analysis - ETA) é um método lógico-indutivo para identificar 
as possíveis consequências resultantes de um dado evento inicial a partir da 
determinação das frequências e consequências de eventos indesejáveis
• Análise de Árvore de Falhas (AAF): Seu principal conceito é a transformação 
de um sistema físico em um diagrama lógico estruturado (a árvore de falhas), 
no qual são especificadas as causas que levam à ocorrência de um específico 
evento indesejado de interesse (evento topo), posteriormente determinando 
as frequências de eventos indesejáveis a partir da combinação lógica das 
falhas dos diversos componentes do sistema. 
FONTE: Pacheco Jr. (2007) 
4 ANÁLISE PRELIMINAR E MATRIZ DE RISCOS
Dentre as principais técnicas de identificação, análise e avaliação de riscos, 
a Análise Preliminar se destaca pela amplitude de sua utilização e aplicabilidade. 
Ela não exige os conhecimentos técnicos de grande profundidade que normalmente 
acompanham as avaliações mais complexas que são exigidas, destacadamente, 
no estudo e análise dos riscos industriais. Quando associada com a construção de 
uma Matriz de Risco, nos permite estabelecer as situações mais críticas e definir 
prioridades de tratamento.
 Portanto, a Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma das técnicas de 
gerenciamento e seu objetivo consiste em identificar eventos perigosos, suas causas 
e consequências. Ela é preliminar porque é utilizada como primeira abordagem 
do objeto de estudo.Em um grande número de casos, é suficiente para estabelecer 
medidas de controle de riscos (CARDELLA, 1999 apud FRANKENBERGER et al., 
2010).
Normalmente, a APR também é uma técnica utilizada antes de outros tipos 
de análise. Ela traz como principais vantagens a identificação com antecedência e a 
conscientização acerca dos perigos em potencial. Além disso, ajuda na identificação 
e/ou desenvolvimento de diretrizes e dos critérios a serem seguidos com o uso de 
outras técnicas, quando o caso requer maior profundidade de estudo ou tratamento. 
Um dos parâmetros utilizados numa APR é a frequência ou probabilidade 
de ocorrência dos acidentes. Assim, uma vez identificados os riscos, eles são 
classificados em categorias com base numa indicação qualitativa, conforme 
apresentado no quadro a seguir.
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
23
QUADRO 1 – CATEGORIAS DE FREQUÊNCIAS
Categoria Denominação Descrição
A
EXTREMAMENTE
REMOTA
Conceitualmente possível, mas extremamente 
improvável de ocorrer durante a vida útil do 
processo ou instalação.
B REMOTA
Não esperado ocorrer durante a vida útil do 
processo ou instalação.
C IMPROVÁVEL
Pouco provável de ocorrer durante a vida útil do 
processo ou instalação.
D PROVÁVEL
Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil 
do processo ou instalação.
E FREQUENTE
Esperado ocorrer várias vezes durante a vida útil 
do processo ou instalação.
FONTE: Amorim (2012)
Como segundo parâmetro utilizado numa APR, temos a severidade ou 
potencial de danos de um acidente. Portanto, os riscos que foram identificados 
também são classificados, qualitativamente, em categorias, como segue:
QUADRO 2 – CATEGORIA DE SEVERIDADE DOS PERIGOS IDENTIFICADOS
Categoria Denominação Descrição/ Características
I Desprezível
- Sem danos ou danos insignificantes aos 
equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente.
- Não ocorrem lesões/mortes de funcionários ou de 
terceiros. O máximo que pode ocorrer são casos de 
primeiros socorros ou tratamento médico menor.
II Marginal
- Danos leves aos equipamentos, à propriedade 
e/ou ao meio ambiente (os danos materiais são 
controláveis e/ou de baixo custo para reparo).
- Lesões leves em empregados, prestadores de 
serviço ou em membros da comunidade.
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
24
III Crítica
- Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/
ou ao meio ambiente.
- Lesões de gravidade moderada em empregados 
ou prestadores de serviços ou em membros da 
comunidade (probabilidade remota de morte).
- Exige ações corretivas imediatas para evitar seu 
desdobramento em catástrofe.
IV Catastrófica
- Danos irreparáveis aos equipamentos, à 
propriedade e/ou ao meio ambiente (reparação lenta 
ou impossível).
- Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas 
(empregados, prestadores de serviços ou em 
membros da comunidade).
FONTE: Amorim (2012)
Com base nas avaliações feitas para a frequência e a severidade esperadas 
para cada uma das situações de perigo (que foram identificadas no local em 
análise), é possível classificar os respectivos riscos. Isso se faz através de uma 
matriz de riscos, do tipo ilustrado a seguir:
FIGURA 6 - MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
FONTE: Aguiar (2012, p. 8)
Observa-se, no interior da figura acima, que o grau de risco varia de 1 a 
5 de acordo com o cruzamento da severidade com a frequência esperada para o 
evento. O quadro a seguir resume, nas duas primeiras colunas, as classificações 
de severidade e frequência; e apresenta, na terceira coluna, o descritivo das 
classificações dos riscos conforme sua variação: de 1 (desprezível) a 5 (crítico).
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
25
QUADRO 3 - LEGENDA DA MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
FONTE: Aguiar (2012, p. 8)
A Matriz de Risco é construída pela composição das variáveis severidade 
e frequência, podendo ser dividida em áreas que caracterizam os níveis de risco 
avaliados. A definição desses níveis irá variar em função do perfil do avaliador 
(que pode ser mais ou menos crítico) e da natureza dos processos avaliados. 
A partir desta classificação, é possível estabelecer prioridades no 
tratamento. Todos os riscos de nível 5 (críticos) devem ser tratados com máxima 
prioridade, seguindo-se os riscos de nível 4 (sérios) e posteriormente os riscos de 
nível 4 (moderados). Finalmente, caberá ao gestor, junto com a direção da empresa, 
avaliar se os riscos menores (nível 2) ou desprezíveis (nível 1) deverão ou não 
receber algum tipo de tratamento. No Anexo 1 encontra-se um exemplo de Análise 
Preliminar de Riscos (APR). 
Exemplificando o uso da APR para classificar dois riscos relacionados com 
um determinado galpão industrial: incêndio e vendaval. Vamos imaginar que o 
analista, com base em sua experiência e informações coletadas, faça as seguintes 
estimativas:
a) Risco de incêndio: 
Frequência: classificado como categoria B (remota) no quadro 1.
Severidade: classificado como categoria III (crítica) no quadro 2.
Grau de risco: 2 – menor (obtido na figura 6 com entrada dos parâmetros acima). 
b) Risco de vendaval:
Frequência: classificado como categoria D (provável) no quadro 1.
Severidade: classificado como categoria III (crítica) no quadro 2.
Grau de risco: 4 – sério (obtido no quadro anterior com entrada dos parâmetros 
acima). 
No exemplo acima, o risco de vendaval (grau 4 – sério) é mais elevado do que 
o risco de incêndio (2 – menor) e, por isso, deve ter prioridade no seu tratamento. No 
exercício da autoatividade você terá oportunidade de classificar riscos, atribuindo 
seus respectivos graus, a partir da avaliação preliminar feita por um analista.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A aversão a riscos varia de pessoa para pessoa, mas todos são avessos a perdas.
• Para ser segurável, o risco precisa ser possível, futuro, incerto, acidental, 
mensurável e causador de prejuízos.
• Os riscos são classificados em puros e especulativos e também em particulares e 
fundamentais.
• O processo de gerenciamento possui cinco etapas: 1) Identificar e analisar as 
exposições a risco; 2) Verificar a viabilidade das várias técnicas; 3) Selecionar 
a combinação mais adequada das técnicas; 4) Implementar as técnicas 
escolhidas; 5) Monitorar os resultados e analisar a necessidade de mudanças ou 
aperfeiçoamentos.
• O controle dos riscos pode ser feito através de cinco técnicas: 1) Evitar o risco; 2) 
Reduzir a frequência dos eventos danosos; 3) Diminuir a severidade; 4) Segregar 
as exposições; 5) Transferir o risco.
• O papel do gerente de riscos consiste em detectar as exposições a que a 
corporação está sujeita e traçar seu cenário de risco. A ele cabe implantar as 
políticas de prevenção e controle de perdas para que a empresa possa decidir 
qual parcela do risco absorver ou transferir a uma seguradora.
• A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma das técnicas de gerenciamento e 
consiste em identificar perigos, causas e consequências. Ela permite classificar os 
riscos com base em avaliações feitas para a frequência e a severidade esperadas 
para cada situação de perigo.
• Uma Matriz de Risco é construída com as avaliações de severidade e frequência. 
Ela permite estabelecer cinco níveis de risco: críticos, sérios, moderados, menores 
e desprezíveis.
27
1 O risco pode ser classificado em:
I. Puro, Particular, Especulativo e Fundamental.
II. Particular, Puro, Pessoal e Fundamental.
III. Fundamental, Pessoal, Particular e Especulativo.
Assinale a opção correta:
a) ( ) Somente as alternativas I e III estão corretas.
b) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
c) ( ) Somente a alternativa II está correta.
d) ( ) Somente as alternativas I e II estão corretas.
e) ( ) Somente a alternativa I está correta.
2 Com referência à classificação dos Riscos, podemos afirmar que:
a) Os Riscos Puros devem ser tratados pelas seguradoras e admitem duas 
possibilidades: perder ou ganhar.
b) A possibilidade de ocorrência de umincêndio em um apartamento é um 
Risco Fundamental e deve ser tratado com técnicas de Prevenção e Combate 
a Incêndio.
c) Os riscos onde há a possibilidade de perder, não perder ou ganhar e que são 
tratados com técnicas comerciais são denominados Riscos Especulativos.
d) Os Riscos Particulares são pessoais e, portanto, não devem ser tratados por 
seguradores.
e) A colisão de dois carros pode ser incluída no elenco dos Riscos Fundamentais.
3 A partir de uma Análise Preliminar de Riscos (APR) é possível identificar os 
perigos existentes num determinado ambiente, bem como suas causas e suas 
possíveis consequências caso venham a ocorrer. Estimando-se a frequência e 
a severidade esperadas para cada uma dessas situações de perigo, é possível 
classificar os respectivos riscos em cinco níveis (críticos, sérios, moderados, 
menores e desprezíveis) utilizando-se uma Matriz de Risco. Com base nesta 
ferramenta e utilizando o exemplo do Anexo 1, inserido ao final do livro, 
classifique os riscos identificados em um açougue:
AUTOATIVIDADE
Perigo Causas Consequências Frequência Severidade Grau de Risco
Uso de 
serra 
fita
Falta de inspeção, 
distração, falta de 
treinamento e
não utilização de 
equipamentos de 
proteção
Amputação dos 
membros ou 
lesões graves
D 
Provável III Crítica
28
Uso de 
faca 
manual
Falta de 
treinamento e
não utilização de 
equipamentos de 
proteção
Amputação dos 
membros ou 
lesões de graus 
variados
E 
Frequente II Marginal
Uso de 
moedor 
de carne
Falta de inspeção, 
distração, falta de 
treinamento e
não utilização de 
equipamentos de 
proteção
Esmagamento 
de membros ou 
lesões de graus 
variados
C 
Improvável III Crítica
Choque 
elétrico
Fiação exposta, 
fiação mal 
dimensionada, 
umidade e falta de 
manutenção
Queimaduras, 
mortes, danos a 
equipamentos
D 
Provável III Crítica
4 Quais dos parâmetros a seguir são necessários para que o risco seja segurável:
a) ( ) Somente deve independer da vontade das partes.
b) ( ) Deverá causar prejuízo de ordem financeira e deve ser mensurável.
c) ( ) Deve ser mensurável e incerto, em alguns casos.
d) ( ) Deve ser mensurável e depender da vontade das partes.
e) ( ) Deve ser possível, futuro e incerto.
29
TÓPICO 3
A ESTRUTURA TÉCNICA DOS SEGUROS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Além das operações de seguros consistirem em um ato de previdência e 
de formação de poupança coletiva, eles cumprem importante função econômica e 
social e contribuem para o desenvolvimento de uma nação. Ao repor patrimônios 
perdidos, os seguros são fiadores de riquezas e serviço de todas as atividades, 
sujeitas aos mais variados riscos. Sem o seu respaldo, haveria natural retração de 
capitais destinados à exploração das mais diversas atividades, principalmente as 
de maior risco ou mais perigosas. 
Ao assumir riscos e acumular os recursos recolhidos dos segurados, se faz 
necessária a constituição de provisões técnicas cujo investimento, tanto no setor 
público como no privado, irá se transformar em mais serviços (como escolas, 
hospitais, estradas etc.), e mais empregos para a coletividade, estabelecendo assim 
a importante função social da atividade de seguros. Isso sem contar a infinidade 
de garantias que oferecem às classes economicamente mais desfavorecidas, tais 
como as de aposentadoria, pensão, assistência médica, acidentes pessoais e vida, 
tirando-lhes ou diminuindo suas incertezas quanto ao seu próprio futuro ou de 
seus familiares (ARRUDA, 2013).
2 CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS ESSENCIAIS
 
Para que ocorra um ambiente favorável à existência dos seguros, vimos 
que deve existir alguma situação de ameaça de perdas que possam afetar a muitas 
pessoas. Será a reunião dessas pessoas, interessadas em se proteger financeiramente 
com relação aos mesmos tipos de riscos, que irá estabelecer um conjunto de regras, 
ou seja, uma estrutura técnica que viabilize a solução desejada por todos. 
 
Portanto, a teoria geral dos seguros ensina que três elementos caracterizam 
a atividade: primeiramente, a previdência (ato de uma pessoa que se preocupa 
em resguardar a si ou a seus bens contra os riscos a que estão expostos no seu 
dia a dia); como segundo elemento, temos a incerteza (não se sabe se o evento vai 
acontecer ou quando poderá acontecer) e; por último, o mutualismo (pessoas com 
interesses em comum, que no caso significaria a preocupação com o mesmo tipo 
de perdas). Já os elementos básicos ou essenciais são cinco: o risco, o segurado, a 
seguradora, o prêmio de seguro e a indenização. 
30
UNIDADE 1 | RISCOS E SEGUROS – HISTÓRIA, ESTRUTURA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Nas operações de seguro, risco é a possibilidade de ocorrência de 
um evento aleatório que cause dano de ordem material, pessoal ou 
mesmo de responsabilidades. Esse risco é assumido pela seguradora, 
que se obriga a indenizar a importância segurada na ocorrência do 
risco coberto, mediante o pagamento do prêmio do seguro realizado 
(TEIXEIRA, 2016, p. 25).
 
Portanto, para que se realize uma operação de seguro, faz-se necessária 
a preocupação e o interesse de uma pessoa física ou jurídica (segurado) na sua 
transferência, pois deseja a reparação de eventuais perdas financeiras. De outro 
lado, também precisamos de alguém (seguradora legalmente constituída) disposto 
a aceitar este risco, mas que não o fará gratuitamente. Para assumir o risco, a 
seguradora precisa e exigirá o pagamento de determinado valor, que recebe a 
denominação de prêmio de seguro. Finalmente, se o risco garantido vier a ocorrer, 
chamaremos este evento de sinistro e o segurado exigirá o pagamento da respectiva 
indenização. Estes cinco elementos serão a base dos contratos de seguros.
Teixeira (2016) ressalva que não se pode fazer seguro de todo e qualquer 
risco. Para serem seguráveis, primeiramente os riscos precisam ser possíveis, 
futuros e incertos. Acrescenta que, além desses, normalmente os contratos de 
seguros preveem que os riscos seguráveis sejam independentes da vontade das 
partes contratantes (o risco deve ocorrer de forma acidental, e não intencional); 
que resultem em um prejuízo econômico no caso de sua ocorrência e que sejam 
mensuráveis (se o risco não puder ser medido, a seguradora não poderá estabelecer 
um custo adequado para a sua aceitação).
 
3 CLASSIFICAÇÃO DOS SEGUROS
Os seguros costumam ser classificados quanto à responsabilidade pela sua 
operação e também quanto à sua natureza. A responsabilidade pelas operações 
pode ser do Estado (governo) quando se tem os chamados seguros sociais; ou pode 
ser das empresas de seguros privados (seguradoras), quando se tem os seguros 
privados. 
 
Os seguros sociais são os que se destinam, prioritariamente, a proteger as 
classes economicamente mais fracas e, normalmente, são obrigatórios. No Brasil, 
esses seguros são operados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e 
tratam da assistência médica, aposentadoria, pensão e acidentes do trabalho. Já os 
seguros privados podem ser ou não obrigatórios e, até mesmo, ter características 
sociais, por exemplo, o seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos 
Automotores (DPVAT), que é exigido no licenciamento dos veículos e conhecido 
como o seguro do trânsito. 
Vale também observar que algumas modalidades de seguros podem ser 
operadas tanto pelo Estado como pelas seguradoras privadas. É o caso da saúde e 
também da previdência, que pode ser social ou privada. Dependendo de decisão 
governamental, determinada modalidade de seguro pode ser estatizada ou 
TÓPICO 3 | A ESTRUTURA TÉCNICA DOS SEGUROS
31
privatizada. Exemplo disso é o caso do seguro de acidentes do trabalho, que até 
a década de 70 era operado pelas seguradoras privadas e foi transferido para a 
seguridade social. 
Quanto à classificação dos seguros em relação à sua natureza, Teixeira (2016) 
apresenta na primeira categoria os Seguros de Danos, que abrangem os seguros 
de bens, direitos, responsabilidades e obrigações. Eles destinam-se à reparação, 
compensação

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