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9 - Sta��y����c�u� � s��ep����c�u�. ● Introdução : São agentes oportunistas que vivem nos orifícios naturais e quando tem processos infecciosos, eles se aproveitam para invadir o organismo. O uso de antimicrobianos pode ser evitado ou pode ser reduzido com manejo dos animais e aplicação de metodologias alternativas de tratamento. Sempre é preciso ter cuidado no uso de medicamentos, priorizando a racionalização no uso de antimicrobianos e manejo correto. ● Staphylococcus: São cocos Gram-positivos em arranjos semelhantes a cachos de uva e crescem em meios não-enriquecidos, que crescem em qualquer lugar. Suas colônias são de tamanho médio, brancas ou douradas. As colônias de S. aureus e de S. intermedius produzem hemólise dupla, que faz a quebra das hemácias . Os Staphylococcus carregam muita resistência a antibióticos e tem muita facilidade de fazer troca de plasmídeos. São microrganismos anaeróbios facultativos(na presença de oxigênio, realizam respiração aeróbia e, na ausência desse gás, realizam os processos anaeróbios), imóveis, catalase-positivos. São comensais de membranas mucosas e da pele. A produção de coagulase está relacionada à patogenicidade e são relativamente estáveis no meio ambiente. Causam infecções piogênicas, que são decorrentes de bactérias encapsuladas. Estafilococos são cocos Gram-positivos, com mais ou menos 1μm de diâmetro e que tendem a formar arranjos semelhantes a cachos de uva. No mínimo 30 espécies de Staphylococcus ocorrem como comensais da pele e membranas mucosas. Alguns podem atuar como patógenos oportunistas, causando infecções piogênicas(infecções com pus vindas do combate de macrogados). A maioria dos estafilococos é anaeróbia facultativa e catalase-positiva. São imóveis, de oxidase-negativa e não formam esporos. As duas espécies, S. aureus subsp. anaerobius e S. saccharolyticus, são anaeróbias e catalase-negativas. As espécies do gênero Staphylococcus estão distribuídas no mundo todo como comensais na pele de animais e de humanos. Também são encontradas em membranas mucosas do trato respiratório superior e urogenital inferior e como transitórios no trato digestivo. São relativamente estáveis no meio ambiente. Algumas linhagens de estafilococos exibem afinidade seletiva por espécies particulares de animais. A transferência de linhagens de S. aureus entre espécies animais e o homem é limitada. - Características coloniais: As Colônias de estafilococos são brancas, opacas e com mais de 4 mm de diâmetro. As colônias de linhagens de S. aureus de bovinos e humanos são amarelo-douradas. Em Colônias de alguns estafilococos coagulase-negativos também são pigmentadas. - Beta-hemólise: É caracterizada pela lise completa das hemácias que rodeiam a colônia, ocorrendo uma zona transparente (zona de lise total) ao redor da colônia. Ocorre ao redor das colinas forma alo completo de hemólise. - Catalase-positivo: É uma prova bioquímica onde todas as bactérias vão passar nesse processo para fazer diagnóstico. Em estafilococos, quase todas as provas vão dar positivo. Coma as reações, há a formação de bolhas - Antibiograma: Serve para ver qual antibiótico mata tal bactéria. Quanto maior o alo formado, mais esse determinado antibiótico mata determinada a bactéria. O não uso dessa técnica pode resultar na maior resistência da bactéria 1. Hemólise em ágar-sangue bovino ou ovino: São quatro tipos de hemolisinas estafilocócicas, onde as conhecidas são: alfa, beta, gama e delta. Cada hemolisina se diferencia antigênica e bioquimicamente, como nos seus efeitos sobre as hemácias sanguíneas de diferentes animais. As linhagens de S. aureus e S. intermedius geralmente produzem hemolisinas alfa e beta. 2. Teste da coagulase em lâmina e tubo: Nesses testes, a suspensão bacteriana é misturada com plasma de coelho em uma lâmina ou em um tubo pequeno. O fibrinogênio no plasma do coelho é convertido em fibrina pela coagulase: ➔ O teste em lâmina detecta a presença de uma coagulase ligada ou um fator de aglutinação (fator clumping) na superfície bacteriana. ➔ Uma reação positiva é indicada pela aglutinação das bactérias no intervalo de 1 a 2 minutos. 3. Testes bioquímicos para diferenciação entre S. aureus e S. intermedius ➔ Um teste rápido para detecção de acetoína tem sido desenvolvido em Ágar púrpura, contendo púrpura de bromocresol como indicador de pH e 1% de maltose, e é usado para diferenciação entre S. aureus e S. intermedius. S aureus utiliza maltose, acidificando o meio, e as colônias ficam com coloração amarela. ➔ Staphylococcus intermedius fermenta pouco a maltose, não alterando a cor do meio (púrpura). 4. Testes bioquímicos: ➔ Comercialmente disponíveis podem ser usados para confirmação de espécies de Staphylococcus. ➔ Os microrganismos são halofílicos, e conseguem crescer em salina de mais de 20%. Quanto maior for o percentual de sal , menos microorganismos crescem. Somente estafilos. ➔ Quando há acidificação no meio, ocorre troca de cor. Ocorre acidificação porque faz a quebra da maltose com ácido. 5. Métodos moleculares ➔ Como a reação em cadeia da polimerase (PCR), são geralmente realizadas em pesquisas ou em laboratórios de referência. ➔ São poucos usados nesses casos, além de ser caro. ● Patogenia: Como os estafilococos são bactérias piogênicas, frequentemente causam lesões supurativas. Pequenos traumas ou imunossupressão podem predispor ao desenvolvimento de infecções. Características estruturais, como: cápsula polissacarídica, ácido teicóico e proteína A, interferem na opsonização e na subsequente fagocitose. As Proteínas da parede celular estafilocócica, que se ligam à fibronectina e ao fibrinogênio, podem facilitar a ligação aos tecidos lesados pelos fatores tóxicos elaborados pelos microrganismos. A produção de coagulase pelos estafilococos é um importante indicador de patogenicidade. 6. Atendimento clínico: Os estafilococos ocorrem tanto como comensais na pele e nas membranas mucosas como contaminantes ambientais, as infecções podem ter origem endógena ou exógena. Qualquer coisa que leve ao desequilíbrio do organismo pode levar a uma infecção por estafilococos. Muitas infecções são oportunistas e associadas a: - trauma; - imunossupressão; - infecções parasitárias e fúngicas intercorrentes; - condições alérgicas; - distúrbios endócrinos e metabólicos; Os estafilococos coagulase-positivos são responsáveis pela maioria das infecções. O teste de sensibilidade a antimicrobianos deve ocorrer antes de dar início ao tratamento. As doenças estafilocócicas de importância em animais domésticos incluem: - mastites; - piemia pelo carrapato; - epidermite exsudativa; - botriomicose; - pioderma. a) MASTITE ESTAFILOCÓCICA BOVINA A mastite estafilocócica é causada principalmente por S. aureus, e é mundialmente a forma mais comum de mastite bovina. Pode ser subclínica, aguda ou crônica, porém, maioria das infecções é subclínica. A mastite é uma das infecções mais comuns de levar a septicemia quando o microrganismo atinge o sangue. As formas superaguda e gangrenosa estão associadas a reações sistêmicas graves e podem ser fatais. Nas mastites gangrenosas, o quarto afetado torna-se frio e cianótico, podendo ter o desprendimento . A necrose tecidual está relacionada à alfa-toxina, que causa a contração e a necrose do músculo liso dos vasos sanguíneos, impedindo o fluxo do sangue no quarto afetado. Essa toxina também causa liberação de enzimas lisossomais pelos leucócitos. b) ECZEMA ÚMIDO SUÍNOS Essa doença, causada por S. hyicus, ocorre no mundo inteiro em suínos lactentes e desmamados com mais de três meses de idade. É altamente contagiosa e caracteriza-se por excessiva secreção sebácea purulenta generalizada, esfoliação e exsudação na superfície da pele. Os suínos afetados, que ficam anoréticos, deprimidos e febris, apresentam dermatite extensiva, sem prurido e com exsudato gorduroso. Os Leitões com menos de três semanas de idade podem morrer em 24 a 48 horas por serem imunocomprometidos. As taxas de morbidadevariam entre 20 e 100%, e a taxa de mortalidade pode chegar a 90% em ninhadas gravemente afetadas. O Staphylococcus hyicus pode ser isolado da mucosa vaginal e da pele de porcas sadias. Os microrganismos entram na pele de suínos através de pequenas lesões, como picadas. c) BOTRIOMICOSE A botriomicose é uma doença crônica, granulomatosa e supurativa, causada pela S. aureus. Pode ocorrer em poucas semanas após a castração de equinos pela infecção no coto do cordão espermático (cordão esquirroso). Pode aparecer também no tecido mamário de porcas. As lesões são compostas por uma massa de tecido fibroso contendo focos de pus e fístulas. d) PIEMIA PELO CARRAPATO É uma infecção em cordeiros causada por S. aureus, e está limitada a pastagens de regiões montanhosas da europa, onde há condições adequadas para o carrapato Ixodes ricinus. Os cordeiros podem carregar S. aureus na pele e na mucosa nasal, e a infecção ocorre por meio de pequenas lesões de pele, tais como a picada do carrapato. O Ixodes ricinus é um vetor para o agente causador da febre causada pela picada do carrapato, Ehrlichia phagocytophila, que pode causar imunossupressão em cordeiros abrir oportunidade para infecções por estafilococos. A piemia pelo carrapato é caracterizada por septicemia e morte rápida ou por formação de abscessos localizados em vários órgãos. ● Tratamento: A terapia por antibiótico sistêmica precoce combinada com tratamento tópico com anti-séptico ou suspensão de antibióticos, pode ser efetiva. O isolamento estrito dos animais afetados é essencial e devem ser realizadas limpeza e desinfecção de instalações contaminadas. ● Streptococcus : Os Cocos Gram-positivos em cadeias, fastidiosos, e com isso, requerem meios enriquecidos. Formam colônias pequenas, com formato de colar de pérolas, translúcidas e geralmente hemolíticas. São catalase-negativos, e isso é o principal fator diferencial do Staphylococcus. São anaeróbios facultativos, geralmente imóveis, comensais em membranas mucosas, causam infecções piogênicas,assim como Staphylococcus. Além disso, são sensíveis à dessecação. Os Estreptococos formam um grupo de bactérias que podem infectar muitas espécies animais, causando infecções supurativas, como: mastite, metrite, poliartrite e meningite. Nesse microrganismo, estão incluídos os gêneros Streptococcus, Enterococcus e Peptostreptococcus. Esses microrganismos são cocos Gram-positivos, com mais ou menos 1,0 μm de diâmetro e que formam cadeias de diferentes comprimentos. As espécies do gênero Streptococcus são catalase-negativas, anaeróbias facultativas e imóveis. São bactérias fastidiosas e requerem adição de sangue ou soro no meio de cultura. O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) ocorre como diplococos levemente periformes. As linhagens patogênicas têm cápsula espessa e produzem colônias mucóides.Essas bactérias causam pneumonia em humanos, porcos-da-índia e ratos. Os estreptococos têm distribuição mundial. Muitas espécies vivem como comensais na mucosa do trato respiratório superior e no trato urogenital inferior. Essas frágeis bactérias são sensíveis à dessecação e sobrevivem por um curto período fora do hospedeiro. Os enterococos são patógenos oportunistas. Há três procedimentos laboratoriais usados para diferenciar estreptococos e estafilococos: - tipo de hemólisis; - agrupamento de Lancefield; - testes bioquímicos; Os Tipo de hemólise em ágar-sangue ovino ou bovino são: - beta-hemólise: é hemólise completa indicada por zona clara ao redor das colônias; - alfa-hemólise: é hemólise parcial ou incompleta indicada por zona esverdeada ou pouco clara ao redor das colônias; - gama-hemólise: não causa alterações observáveis ao redor das colônias no ágar-sangue. Com base na substância C do grupo-específica (polissacarídeo) da parede celular. Métodos-teste incluem: - Teste da precipitação em anel: A substância C é extraída por aquecimento ou pelo uso de ácido de espécies de Streptococcus sobre anti-soro de diferentes especificidades em tubos capilares colocados em plasticina sobre uma lâmina. Uma reação positiva é indicada pela formação de anel branco de precipitação próximo à interface dos dois fluidos dentro de 30 minutos. - Teste da aglutinação em látex; O anti-soro substância C específica para grupos A a G (com exceção do grupo E) estão disponíveis comercialmente. - Testes bioquímicos: Há vários sistemas comerciais de testes estão disponíveis para a rápida identificação bioquímica de estreptococos. ● Patogênese: Os estreptococos piogênicos estão associados à formação de abscessos, de outras condições supurativas e de septicemias. Os estreptococos beta-hemolíticos são mais patogênicos do que aqueles produtores de alfa-hemólise. Os fatores de virulência incluem: - enzimas e exotoxinas, como estreptolisinas (hemolisinas), - hialuronidase, DNase, NADase, - estreptoquinase - proteases. A ação específica e o significado de alguns desses fatores são pouco entendidos. Os Cápsulas polissacarídicas, que são os maiores fatores de virulência de S. pyogenes, de S. pneumoniae e de algumas linhagens de S. equi, são antifagocitárias. A proteína M da parede celular de S. pyogenes, de S. equi e de S. porcinus também são antifagocitárias. ● Características gerais: -Contém Cápsula (ácido hialurónico ou polissacarídeos) -São Imóveis -Não esporulados -Causam uma série de doenças , como: a) GARROTILHO: é uma doença febril altamente contagiosa que ocorre entre os equinos, sendo causada por Streptococcus equi (S. equi subsp. equi), envolvendo o trato respiratório superior com abscessos nos linfonodos regionais b) MASTITE ESTREPTOCÓCICA BOVINA Streptococcus agalactiae, S. dysgalactiae e S. uberis são os principais patógenos envolvidos na mastite estreptocócica. Enterococcus faecalis, S. pyogenes e S. zooepidemicus são menos frequentemente isolados a partir de casos de mastite. c) INFECÇÕES POR STREPTOCOCCUS SUIS: Os Streptococcus suis são conhecidos como causa de perdas significativas na indústria suína. A doença associado a doenças como meningite, artrite, septicemia e broncopneumonia em suínos de todas as idades, além de casos esporádicos de endocardite, morte neonatal e aborto. ● Diagnóstico: Bacterioscopia: método de Gram Uma técnica sensível, usando a reação em cadeia da polimerase (PCR), tem sido desenvolvida para detectar S. equi viável e não viável em suabes nasais. Cadeias de cocos Gram-positivos podem ser demonstradas em esfregaços dos espécimes. Os espécimes devem ser cultivados em ágar-sangue e ágar MacConkey. As placas são incubadas aerobicamente a 37°C por 24 a 48 horas. - Padrões de hemólise: ➔ Alfa-hemólise: ➔ Beta-hemólise: - Teste CAMP: É utilizado para diferenciação. Pega ágar sangue e faz uma linha agar Estafilococus aureus e Streptococcus agalactiae e quando da junção da áreas de hemólise significa que está positivo. - Critérios para identificação dos isolados: ➔ As colônias pequenas, translúcidas, algumas das quais podem ser mucóides; ➔ O tipo de hemólise em ágar-sangue; ➔ As cadeias de cocos Gram-positivos; ➔ Nenhum crescimento em ágar MacConkey, com exceção da E.faecalis; ➔ Teste da catalase negativo; ➔ Agrupamento de Lancefield; ➔ Perfil nos testes bioquímicos. ● Tratamento: Recomenda-se a administração de PENICILINA para animais infectados e àqueles que estiverem em contato com animais infectados. A antibioticoterapia pode ter benefício limitado se o abscesso já estiver formado. Os animais clinicamente suspeitos devem ser isolados. Uma vacina inativada (bacteriana), disponível em alguns países, têm eficácia questionável. Fatores predisponentes, como superlotação e mistura de grupos com idades diferentes, devem ser evitados. Após surtos da doença, construções e equipamentos devem ser limpos e desinfetados. - Medicamento geralmente usados em infecções: ➔ Penicilina ➔ Cefalosporina ➔ Eritromicina ➔ Cloranfenicol - Infecções graves: Em casos graves, é usado a combinação dos medicamentos: ➔ pelicilina+aminoglicosídeo
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