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educação na quarentena

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Fomos todos surpreendidos no ano de 2020. Não há como negar que neste ano que estamos vivendo, um dos tantos substantivos que permeiam nossa rotina seja a incerteza. Tudo que havíamos planejado, sonhado, esperado ou, a simples imersão na rotina, foi deixado de lado no momento que houve a declaração que estávamos vivendo uma pandemia. De acordo com o dicionário, pandemia é um substantivo feminino que significa enfermidade epidêmica amplamente disseminada (dicionário online Google) e essa palavra se tornou a mais falada, buscada na internet e vivenciada no nosso dia a dia.
Em questão de dias, algo que víamos na televisão, do outro lado do mundo, pareceu chegar cada dia mais perto. Já estava presente na nossa realidade, não tinha como fugir. Em pouco tempo, nossa rotina de conversas, vivências, experiências e aprendizagem na escola foram suspensas. Tivemos alguns dias para nos organizar enquanto educadores, suprir algumas necessidades pedagógicas mais urgentes e encontrar uma forma de manter contato com os alunos durante os dias que teríamos que nos manter afastados.
Mas como manter um vínculo que mal havia sido criado? Estávamos com menos de um mês de aulas do ano letivo de 2020, estudantes e educadores estavam iniciando a construção de seus laços de confiança, credibilidade e vínculo afetivo. Estávamos em adaptação, como em todos os anos letivos quando começam, aquele misto de conhecer os alunos, entender o jeitinho de cada um, suas necessidades, sua forma de aprender, afinal, “todo e qualquer processo educacional ocorra sustentado por meio de experiências acompanhadas de afeto, emoções e sentimentos”. (CEINP, 2016). Sobre o vínculo afetivo:
“(...) desenvolver com essas pessoas uma relação que lhes permita restaurar ou criar um núcleo de confiança e esperança, a partir do qual possa ser criado o núcleo de identidade” (CEINP, 2014). Sendo assim, essa criação do vínculo que ocorre entre professores e alunos, alunos e alunos, professores e professores durante o início do ano letivo e que se fortalece ao longo da jornada letiva, estava interrompida da forma como sempre estávamos acostumados, e precisamos repensar na forma como iríamos manter e fazer crescer o vínculo com os alunos, em especial dos alunos com deficiência.
Tal adaptação da rotina e interação, que acontecia diariamente, foram interrompidas da forma presencial e tivemos que nos adaptar ao ensino não presencial. Nos acostumar a manter contato virtual com os alunos, com as famílias. Nesse contexto todo tão novo, tão desafiador, nos encontramos em mais uma necessidade: suprir as demandas de ensino e aprendizagem dos alunos público alvo da Educação Especial, que estão nas classes regulares do ensino básico, fazendo parte da Educação Inclusiva, segundo a LBI (2015):
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. (Lei Brasileira da Inclusão in MEC, 2015, p.02).
Na Rede Municipal de Ijuí, temos a particularidade de existirem dois profissionais na sala de aula, em tempo integral. Além do professor regular na sala de aula, seja em sua disciplina específica ou seja no ensino globalizado, alguns alunos com deficiência tem um auxiliar de ensino que o acompanha em todo o seu período de permanência na escola, seja por questão de saúde, de aprendizado ou de mobilidade. O auxiliar da educação especial é um parceiro do professor, e ambos trabalham com a turma e com o aluno incluído.
Assim, há a garantia de um acompanhamento da aprendizagem dos alunos com deficiência, garantindo-lhes o pleno desenvolvimento de suas capacidades. A inclusão é uma realidade na nossa rede regular de ensino municipal, que precisa estar sempre em constante desenvolvimento, a fim de tornar-se referência de comprometimento entre todos os profissionais envolvidos. A educação inclusiva, ao longo de sua história, já se mostrou um caminho essencial na educação para todos, onde a diversidade e oferta de aprendizagem para todos os alunos garante não somente o ensino formal, mas sim uma mudança de vida nos processos formativos de todos os cidadãos, na construção de uma sociedade melhor:
A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. (MANTOAN, in REVISTA NOVA ESCOLA, 2014, p.01).
Quando fomos surpreendidos pela chegada da pandemia, e pela suspensão das aulas, tivemos que nos reinventar. Além de toda a adaptação que acontece entre professor e auxiliar na sala de aula, o conhecer do aluno, a criação do vínculo afetivo, tivemos que aprender a nos comunicar e planejar à distância, de forma a conseguir alcançar as necessidades de aprendizagem daquele aluno, garantindo que ele, assim como todos os alunos da sala de aula, pudesse receber suas atividades.
A Educação Inclusiva baseia-se na perspectiva da educação para todos. Estar incluído na sala de aula regular possibilita ao educando com deficiência e aos demais estudantes, a vivência da diversidade. Ser e estar incluído é uma forma de troca, de aprendizagem para todos os estudantes e professores. A Educação Inclusiva, apesar de seus desafios e percalços, já é uma realidade há muitos anos. As escolas oferecem além do ensino regular e um currículo que garanta a sua aprendizagem - conforme suas potencialidades e necessidades - o acompanhamento de um profissional de apoio e também o serviço do Atendimento Educacional Especializado:
Um serviço da educação especial desenvolvido na rede regular de ensino que organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. (SMED IJUÍ, 2014, p.81).
Para garantir a aprendizagem, o trio formado entre professor da sala de aula regular, professor do AEE e auxiliar de ensino precisam estar sempre afinados. O diálogo, a troca e a constante revisão e avaliação do trabalho que está sendo feito são fundamentais para garantir o sucesso da Educação Inclusiva. Mas na pandemia, muita coisa precisou ser adaptada, muito além do currículo, muito além do olhar apenas a um diagnóstico ou laudo médico:

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