Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diretrizes Sobre o uso da Força, Diretrizes Nacionais dos Profissionais e Nome Social D ir e it o s H u m a n o s A Portaria Interministerial n. 4.226/10, elaborada pelos Ministros da Justiça e Ministro Chefe da Secretaria de Direitos Humanos, estabelece diretrizes sobre o uso da força pelos agentes de segurança pública. Diretrizes Art. 1º: Ficam estabelecidas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública, na forma do Anexo I desta Portaria. Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes estabelecidas no Anexo I, as definições constantes no Anexo II desta Portaria. Diretrizes Art. 3º: A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Justiça estabelecerão mecanismos para estimular e monitorar iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação das diretrizes tratadas nesta portaria. Diretrizes 1 - O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se pautar nos documentos internacionais de proteção aos direitos humanos. 2 - O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência. Uso da Força 3 - Os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo contra pessoas, exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro contra perigo iminente de morte ou lesão grave. Disparo de Armas 4 - Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. Fuga 5 - Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. Veículo 6 - Os chamados “disparos de advertência” não são considerados prática aceitável, em razão da imprevisibilidade de seus efeitos. Disparo de Advertência 7 - O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de abordagem não deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada. Apontar Arma de Fogo 8 - Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a se envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à atuação específica. Outros Instrumentos 9 - Os órgãos de segurança pública deverão editar atos normativos disciplinando o uso da força por seus agentes, definindo objetivamente: Regulamentação a) os tipos de instrumentos e técnicas autorizadas; b) as circunstâncias técnicas adequadas à sua utilização, ao ambiente/entorno e ao risco potencial a terceiros não envolvidos no evento; Regulamentação c) o conteúdo e a carga horária mínima para habilitação e atualização periódica ao uso de cada tipo de instrumento; d) a proibição de uso de armas de fogo e munições que provoquem lesões desnecessárias e risco injustificado; Regulamentação e) o controle sobre a guarda e utilização de armas e munições pelo agente de segurança pública. Regulamentação 10) Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações: a) facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos; Lesão ou Morte b) promover a correta preservação do local da ocorrência; c) comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade competente; e d) preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força. Lesão ou Morte 11) Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o órgão de segurança pública deverá realizar as seguintes ações: a) facilitar a assistência e/ou auxílio médico dos feridos; Ações b) recolher e identificar as armas e munições de todos os envolvidos, vinculando-as aos seus respectivos portadores no momento da ocorrência; c) solicitar perícia criminalística para o exame de local e objetos bem como exames médico-legais; Ações d) comunicar os fatos aos familiares ou amigos da(s) pessoa(s) ferida(s) ou morta(s); e) iniciar, por meio da Corregedoria da instituição, ou órgão equivalente, investigação imediata dos fatos e circunstâncias do emprego da força; Ações f) promover a assistência médica às pessoas feridas em decorrência da intervenção, incluindo atenção às possíveis sequelas; g) promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes de segurança pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos decorrentes do fato ocorrido; Ações h) afastar temporariamente do serviço operacional, para avaliação psicológica e redução do estresse, os agentes de segurança pública envolvidos diretamente em ocorrências com resultado letal. Ações 12) Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança pública deverão levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com situações de estresse e uso da força e arma de fogo. Perfil Psicológico 13) Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança pública e os cursos de formação e especialização dos agentes de segurança pública devem incluir conteúdos relativos a direitos humanos. Formação 14) As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente de segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de maneira a serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sócio- familiar. Descanso 15) A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo formal e tempo de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em atividades fim, registros funcionais e formação em direitos humanos. Instrutores 16) Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica mínima. Habilitação de Armamento 17) Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado. Habilitação de Armamento 18) A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita com periodicidade mínima de 1 (um) ano. Habilitação de Armamento 19) Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades especializadas. Técnicas de Menor Potencial 20) Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e programas de educação continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo. Técnicas de Menor Potencial 21) As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e identificadas de forma diferenciada, conforme a necessidade operacional. Técnicas de Menor Potencial 22) O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser constantemente avaliado. Técnicas de Menor Potencial 23) Os órgãos de segurança pública deverão criar comissões internas de controle e acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso efetivo da força pelos seus agentes. Comissões Internas 24) Os agentes de segurança pública deverão preencher um relatório individual todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. Relatórios a) circunstânciase justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por parte do agente de segurança pública; b) medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas; Relatórios c) tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa contra a qual foi disparada a arma; d) instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a frequência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento; Relatórios e) quantidade de agentes de segurança pública feridos ou mortos na ocorrência, meio e natureza da lesão; f) quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s) agente(s) de segurança pública; Relatórios g) número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial ofensivo utilizados pelo(s) agente(s) de segurança pública; h) número total de feridos e/ou mortos durante a missão; Relatórios i) quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas regiões corporais atingidas; j) quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo e as respectivas regiões corporais atingidas; Relatórios k) ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o caso; l) se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa. Relatórios 25) Os órgãos de segurança pública deverão oferecer possibilidades de reabilitação e reintegração ao trabalho aos agentes de segurança pública que adquirirem deficiência física em decorrência do desempenho de suas atividades. Reabilitação O Anexo II apresenta um glossário de termos utilizados no Anexo I, de modo a evitar dúvidas quanto à exata adequação de cada palavra ou expressão. Anexo II - Glossário Armas de menor potencial ofensivo: armas projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade. Anexo II - Glossário Equipamentos de menor potencial ofensivo: todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua integridade. Anexo II - Glossário Equipamentos de proteção: todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI) ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida dos agentes de segurança pública. Anexo II - Glossário Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei. Anexo II - Glossário Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. Anexo II - Glossário Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas, especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas. Anexo II - Glossário Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo agente de segurança pública em resposta a uma ameaça real ou potencial. Anexo II - Glossário Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos. Anexo II - Glossário Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só poderão utilizar a força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei. Anexo II - Glossário Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança pública deve sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força. Anexo II - Glossário Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos. Anexo II - Glossário Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre ser compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública. Anexo II - Glossário Técnicas de menor potencial ofensivo: Conjunto de procedimentos empregados em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. Anexo II - Glossário Uso Diferenciado da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que possam causar ferimentos ou mortes. Anexo II - Glossário Diretrizes Nacionais dos Profissionais de Segurança Pública Policiais e profissionais de segurança pública devem ser reconhecidos em sua condição de trabalhadores e cidadãos titulares de direitos e, especialmente, sujeitos de direitos humanos. Policiais A ideia de construir uma aproximação positiva entre gestores de direitos humanos e profissionais de segurança pública, com o franco compromisso de romper preconceitos. Romper Preconceitos Profissionais de segurança pública descobrem que profissionais de direitos humanos defendem direitos de policiais. E profissionais de direitos humanos constatam que profissionais de segurança pública não devem ser rotulados como agentes da violência e do arbítrio. Conhecimento Para formar policiais garantidores e promotores de direitos humanos, vocação ideal da polícia em regimes democráticos, é preciso que profissionais de segurança pública sejam treinados e trabalhem em um ambiente onde seus próprios direitos sejam respeitados. Respeito aos Direitos As Diretrizes de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública nascem vocacionadas a estimular a participação democrática e a conquista de direitos pelos próprios profissionais de segurança pública. Conquistas 1 - Adequar as leis e os regulamentos disciplinares que versam sobre direitos e deveres dos profissionais de segurança pública à Constituição Federal de 1988. Adequação Constitucional 2 - Valorizar a participação das instituições e dos profissionais de segurança pública nos processos democráticos de debate, divulgação, estudo, reflexão e formulação das políticas públicas relacionadas com a área. Valorização Profissional 3 - Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos profissionais de segurança pública, especialmente por meio de internet, blogs, sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988. Liberdade de Expressão 4 - Garantir escalas de trabalho que contemplem o exercício do direito de voto por todos os profissionais de segurança pública. Escala de Trabalho 5 - Proporcionar equipamentos de proteção individual e coletiva aos profissionais de segurança pública, em quantidade e qualidade adequadas, garantindo sua reposição permanente, considerados desgaste e prazos de validade. Equipamentos 6 - Assegurar que os equipamentos de proteção individual contemplem as diferenças de gênero e de compleição física. Equipamentos 7 - Garantir, aos profissionais de segurança pública, instrução e treinamento continuado quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção individual. Treinamento 8 - Zelar pela adequação, manutenção e permanente renovação de todos os veículos utilizados no exercício profissional, bem como assegurar instalações dignas em todasas instituições, com ênfase para as condições de segurança, higiene, saúde e ambiente de trabalho. Instalações Dignas 9 - Considerar, no repasse de verbas federais aos entes federados, a efetiva disponibilização de equipamentos de proteção individual aos profissionais de segurança pública. Verbas 10 - Adotar orientações, medidas e práticas concretas voltadas à prevenção, identificação e ao enfrentamento do racismo nas instituições de segurança pública, combatendo qualquer modalidade de preconceito. Combate ao Preconceito 11 - Garantir respeito integral aos direitos constitucionais das profissionais de segurança pública, considerando as especificidades relativas à gestação e à amamentação, bem como as exigências permanentes de cuidado com filhos crianças e adolescentes. Respeito Integral 12 - Proporcionar espaços e oportunidades nas instituições de segurança pública para organização de eventos de integração familiar entre todos os profissionais, com ênfase em atividades recreativas, esportivas e culturais voltadas a crianças, adolescentes e jovens. Integração Familiar 13 - Fortalecer e disseminar nas instituições a cultura de não discriminação e de pleno respeito à liberdade de orientação sexual do profissional de segurança pública, com ênfase no combate à homofobia. Cultura da Não Discriminação 14 - Aproveitar o conhecimento e a vivência dos profissionais de segurança pública idosos, estimulando a criação de espaços institucionais para transmissão de experiências, e equipes de trabalho compostas por servidores de diferentes faixas etárias para integração intergeracional. Troca de Experiências 15 - Estabelecer práticas e serviços internos que contemplem a preparação do profissional de segurança pública para o período de aposentadoria, estimulando o prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase de serviço ativo. Aposentadoria 16 - Implementar os paradigmas de acessibilidade e empregabilidade das pessoas com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de segurança pública, assegurando a reserva constitucional de vagas nos concursos públicos. Acessibilidade 17 - Oferecer, ao profissional de segurança pública e a seus familiares, serviços permanentes e de boa qualidade para acompanhamento e tratamento de saúde. Saúde 18 - Assegurar o acesso dos profissionais do sistema de segurança pública ao atendimento independente e especializado em saúde mental. Saúde Mental 19 - Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento destinados aos profissionais de segurança pública envolvidos em ações com resultado letal ou alto nível de estresse. Saúde Mental 20 - Implementar políticas de prevenção, apoio e tratamento do alcoolismo, tabagismo ou outras formas de drogadição e dependência química entre profissionais de segurança pública. Políticas de Prevenção 21 - Desenvolver programas de prevenção ao suicídio, disponibilizando atendimento psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio e divulgação de informações sobre o assunto. Políticas de Prevenção 22 - Criar núcleos terapêuticos de apoio voltados ao enfrentamento da depressão, estresse e outras alterações psíquicas. Núcleos de Apoio 23 - Possibilitar acesso a exames clínicos e laboratoriais periódicos para identificação dos fatores mais comuns de risco à saúde. Exames Clínicos 24 - Prevenir as consequências do uso continuado de equipamentos de proteção individual e outras doenças profissionais ocasionadas por esforço repetitivo, por meio de acompanhamento médico especializado. Prevenção de Doenças Profissionais 25 - Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física como parte da jornada semanal de trabalho. Prática de Exercícios 26 - Elaborar cartilhas voltadas à reeducação alimentar como forma de diminuição de condições de risco à saúde e como fator de bem-estar profissional e autoestima. Reeducação Alimentar 27 - Promover a reabilitação dos profissionais de segurança pública que adquiram lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais em decorrência do exercício de suas atividades. Reabilitação e Reintegração 28 - Consolidar, como valor institucional, a importância da readaptação e da reintegração dos profissionais de segurança pública ao trabalho em casos de lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais adquiridos em decorrência do exercício de suas atividades. Readaptação e Reintegração 29 - Viabilizar mecanismos de readaptação dos profissionais de segurança pública e deslocamento para novas funções ou postos de trabalho como alternativa ao afastamento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente de trabalho, ferimentos ou sequelas. Readaptação 30 - Manter política abrangente de prevenção de acidentes e ferimentos, incluindo a padronização de métodos e rotinas, atividades de atualização e capacitação, bem como a constituição de comissão especializada para coordenar esse trabalho. Prevenção de Acidentes 31 - Garantir aos profissionais de segurança pública acesso ágil e permanente a toda informação necessária para o correto desempenho de suas funções, especialmente no tocante à legislação a ser observada. Acesso à Informação 32 - Erradicar todas as formas de punição envolvendo maus tratos, tratamento cruel, desumano ou degradante contra os profissionais de segurança pública, tanto no cotidiano funcional como em atividades de formação e treinamento. Punições Cruéis 33 - Combater o assédio sexual e moral nas instituições, veiculando campanhas internas de educação e garantindo canais para o recebimento e a apuração de denúncias. Assédio 34 - Garantir que todos os atos decisórios de superiores hierárquicos dispondo sobre punições, escalas, lotação e transferências sejam devidamente motivados e fundamentados. Punição Fundamentada 35 - Assegurar a regulamentação da jornada de trabalho dos profissionais de segurança pública, garantindo o exercício do direito à convivência familiar e comunitária. Jornada de Trabalho 36 - Apoiar projetos de leis que instituam seguro especial aos profissionais de segurança pública, para casos de acidentes e traumas incapacitantes ou morte em serviço. Seguro e Auxílios 37 - Organizar serviços de apoio, orientação psicológica e assistência social às famílias de profissionais de segurança pública para casos de morte em serviço. Seguro e Auxílios 38 - Estimular a instituição de auxílio- funeral destinado às famílias de profissionais de segurança pública ativos e inativos. Seguro e Auxílios 39 - Firmar parcerias com Defensorias Públicas, serviços de atendimento jurídico de faculdades de Direito, núcleos de advocacia pro bono e outras instâncias de advocacia gratuita para assessoramento e defesa dos profissionais de segurança pública, em casos decorrentes do exercício profissional. Assistência Jurídica 40 - Proporcionar assistência jurídica para fins de recebimento de seguro, pensão, auxílio ou outro direito de familiares, em caso de morte do profissional de segurança pública. Assistência Jurídica 41 - Garantir a implementação e a divulgação de políticas e planos de habitação voltados aos profissionais de segurança pública, com a concessão de créditos e financiamentos diferenciados. Habitação 42 - Conceber programas e parcerias que estimulem o acesso à cultura pelos profissionais de segurança pública e suas famílias, mediante vales para desconto ou ingresso gratuito em cinemas, teatros, museus e outras atividades, e que garantam o incentivo à produção cultural própria. Cultura e Lazer 43 - Promover e estimular a realização de atividades culturais e esportivas nasinstalações físicas de academias de polícia, quartéis e outros prédios das corporações, em finais de semana ou outros horários de disponibilidade de espaços e equipamentos. Cultura e Lazer 44 - Estimular a realização de atividades culturais e esportivas desenvolvidas por associações, sindicatos e clubes dos profissionais de segurança pública. Cultura e Lazer 45 - Estimular os profissionais de segurança pública a frequentar programas de formação continuada, estabelecendo como objetivo de longo prazo a universalização da graduação universitária. Formação Continuada 46 - Promover a adequação dos currículos das academias à Matriz Curricular Nacional, assegurando a inclusão de disciplinas voltadas ao ensino e à compreensão do sistema e da política nacional de segurança pública e dos Direitos Humanos. Adequação Curricular 47 - Promover nas instituições de segurança pública uma cultura que valorize o aprimoramento profissional constante de seus servidores também em outras áreas do conhecimento, distintas a segurança pública. Aprimoramento 48 - Estimular iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento profissional e à formação continuada dos profissionais de segurança pública, como o projeto de ensino a distância do governo federal e a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP). Ensino a Distância 49 - Assegurar o aperfeiçoamento profissional e a formação continuada como direitos do profissional de segurança pública. Aperfeiçoamento 50 - Assegurar a produção e divulgação regular de dados e números envolvendo mortes, lesões e doenças graves sofridas por profissionais de segurança pública no exercício ou em decorrência da profissão. Produção de Conhecimentos 51 - Utilizar os dados sobre os processos disciplinares e administrativos movidos em face de profissionais de segurança pública para identificar vulnerabilidades dos treinamentos e inadequações na gestão de recursos humanos. Vulnerabilidades 52 - Aprofundar e sistematizar os conhecimentos sobre diagnose e prevenção de doenças ocupacionais entre profissionais de segurança pública. Produção de Conhecimentos 53 - Identificar locais com condições de trabalho especialmente perigosas ou insalubres, visando à prevenção e redução de danos e de riscos à vida e à saúde dos profissionais de segurança pública. Produção de Conhecimentos 54 - Estimular parcerias entre universidades e instituições de segurança pública para diagnóstico e elaboração de projetos voltados à melhoria das condições de trabalho dos profissionais de segurança pública. Produção de Conhecimentos 55 - Realizar estudos e pesquisas com a participação de profissionais de segurança pública sobre suas condições de trabalho e a eficácia dos programas e serviços a eles disponibilizados por suas instituições. Produção de Conhecimentos 56 - Constituir núcleos, divisões e unidades especializadas em Direitos Humanos nas academias e na estrutura regular das instituições de segurança pública. Educação em Direitos Humanos 57 - Promover a multiplicação de cursos avançados de Direitos Humanos nas instituições, que contemplem o ensino de matérias práticas e teóricas e adotem o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como referência. Educação em Direitos Humanos 58 - Atualizar permanentemente o ensino de Direitos Humanos nas academias, reforçando a compreensão de que os profissionais de segurança pública também são titulares de Direitos Humanos e devem agir como defensores e promotores desses direitos e precisam ser vistos dessa forma. Educação em Direitos Humanos 59 - Direcionar as atividades de formação no sentido de consolidar a compreensão de que a atuação do profissional de segurança pública, orientada por padrões internacionais de respeito aos Direitos Humanos, confere-lhes credibilidade, respeito social e eficiência superior. Educação em Direitos Humanos 60 - Contribuir para a implementação de planos voltados à valorização profissional e social dos profissionais de segurança pública, assegurado o respeito a critérios básicos de dignidade salarial. Valorização Profissional 61 - Multiplicar iniciativas para promoção da saúde e da qualidade de vida dos profissionais de segurança pública. Qualidade de Vida 62 - Apoiar o desenvolvimento, a regulamentação e o aperfeiçoamento dos programas de atenção biopsicossocial já existentes. Atenção Biopsicossocial 63 - Profissionalizar a gestão das instituições de segurança pública, fortalecendo uma cultura gerencial enfocada na necessidade de elaborar diagnósticos, planejar, definir metas explícitas e monitorar seu cumprimento. Gestão Profissional 64 - Ampliar a formação técnica específica para gestores da área de segurança pública. Formação de Gestores 65 - Veicular campanhas de valorização profissional voltadas ao fortalecimento da imagem institucional dos profissionais de segurança pública. Valorização Profissional 66 - Definir e monitorar indicadores de satisfação e de realização profissional dos profissionais de segurança pública. Indicadores 67 - Estimular a participação dos profissionais de segurança pública na elaboração de todas as políticas e programas que os envolvam. Políticas Públicas Nome Social É o nome pelo qual pessoas trans e travestis preferem ser chamadas cotidianamente, em contraste com o nome oficialmente registrado que não reflete sua identidade de gênero. Nome Social Grupo vulnerável de pessoas que sofre muitas violências e discriminações. O Brasil é líder mundial de assassinatos de pessoas travestis e transexuais por motivo de ódio. População LGBTI Mulher que tem preferência sexual por ou mantém relação afetiva e/ou sexual com outra mulher. Lésbica Homem que tem preferência sexual por ou mantém relação afetiva e/ou sexual com outro homem. Gay Pessoa que tem preferência sexual por ou mantém relação afetiva e/ou sexual com ambos os sexos. Bissexual Pessoa que não se identifica com o gênero biológico e se veste e se comporta como pessoas de outro sexo. Travesti Pessoa que tem uma identidade de gênero, ou expressão de gênero, diferente de seu sexo atribuído. Transexual Termo usado para designar uma variedade de condições em que uma pessoa nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixa na definição típica de sexo feminino ou masculino. Intersex O reconhecimento do nome social é um direito conquistado por pessoas travestis e transexuais, contra o constrangimento de ser chamado(a) pelo nome que representa um gênero com o qual a pessoa não se identifica. Nome Social Segundo o art. 16 do Código Civil, toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Nome Civil O nome social passou a ser adotado para adequar o senso de identidade da pessoa àquilo que ela representa socialmente. Nome Social Diversas entidades já regulamentaram o uso do nome social, independentemente da autorização judicial para troca de nome nos documentos civis (OAB, Conselhos de Psicologia, Administração Pública Federal, Estado do Rio Grande do Sul). Nome Social O Decreto n. 48.118/11, do Rio Grande do Sul, dispõe sobre o tratamento nominal, inclusão e uso do nome social de travestis e transexuais nos registros estaduais relativos a serviços públicos prestados no âmbito do Poder Executivo Estadual. Nome Social Art. 1º: Nos procedimentos e atos dos órgãos da Administração Pública Estadual direta e indireta de atendimento a travestis e transexuais deverá ser assegurado o direito à escolha de seu nome social, independentemente de registro civil, nos termos deste Decreto [...] Decreto Parágrafo único: Para fins deste Decreto, nome social é aquele pelo qual travestis e transexuaisse identificam e são identificados pela sociedade. Decreto Art. 2º: O nome civil deve ser exigido apenas para uso interno da instituição, acompanhado do nome social do usuário, o qual será exteriorizado nos atos e expedientes administrativos. Decreto Art. 3º: Nos casos em que o interesse público exigir, inclusive para salvaguardar direitos de terceiros, será considerado o nome civil da pessoa travesti ou transexual. Decreto Art. 4º: A pessoa interessada indicará no momento do preenchimento do cadastro, formulário, prontuário ou congênere, ou ao se apresentar para o atendimento, o prenome pelo qual queira ser identificada, na forma como é reconhecida e denominada por sua comunidade e em sua inserção social. Decreto § 1º. Os servidores públicos deverão tratar a pessoa pelo nome social constante dos atos escritos. § 2º. O prenome anotado no registro civil deve ser utilizado para os atos que ensejarão a emissão de documentos oficiais, acompanhado do prenome escolhido. Decreto § 3º. Os documentos obrigatórios de identificação e de registro civil serão emitidos nos termos da legislação própria. Decreto Art. 5º: É assegurado ao servidor público travesti ou transexual a utilização do seu nome social mediante requerimento à Administração Pública Estadual direta e indireta, nas seguintes situações: Decreto I - cadastro de dados e informações de uso social; II - comunicações internas de uso social; III - endereço de correio eletrônico; Decreto IV - identificação funcional de uso interno do órgão; V - lista de ramais do órgão; e VI - nome de usuário em sistemas de informática. Decreto § 1º. No caso do inciso IV (identificação funcional), o nome social deverá ser anotado no anverso e o nome civil no verso da identificação funcional. § 2º. Nos Sistemas de Recursos Humanos, será implementado campo para a inscrição do nome social indicado pelo servidor. Decreto Art. 6º: As escolas da rede de ensino público estadual ficam autorizadas a incluir o nome social de travestis e transexuais nos registros escolares para garantir o acesso, a permanência e o êxito desses cidadãos no processo de escolarização e de aprendizagem. Decreto Art. 7º: O descumprimento do disposto neste Decreto por servidor público estadual fica sujeito às penalidades previstas na Lei Complementar n. 10.098/94 (Estatuto dos Servidores RS). Decreto Diretrizes Sobre o uso da Força, Diretrizes Nacionais dos Profissionais e Nome Social D ir e it o s H u m a n o s
Compartilhar