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História Natural da Doença e Níveis de Prevenção em Saúde História Natural da Doença: compreende as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forcas que criam o estímulo patológico, passando pela resposta do ser humano ao estimulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte; - Compreende o meio ambiente (pré- condições, como a pobreza) e o meio interno (locus da doença); É dividido em 3 períodos: - Período pré-patogenese ou epidemiológico; - Período de patogênese; - Período de desenlace; Período Pré-Patogênese ou Epidemiológico: - Descreve a evolução das inter-relações dinâmicas que envolvem os condicionantes ambientais e sociais, e os fatores próprios do suscetível, até que chegue a uma configuração favorável para instalação da doença; - Fatores que compõe esse período: - Sociais: socioeconômicos, sociopolíticos, socioculturais, psicossociais; - Ambientais; - Genéticos; - Multifatorialidade; Período da Patogênese: - Se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado; - Doença ainda não desenvolvida, mas todos os fatores necessários para a ocorrência da mesma estão presentes (interação estímulo- suscetível); - Doença já implantada no organismo afetado, mas não há manifestação clinica (não visivelmente perceptíveis, no entanto detectadas por exames clínicos ou laboratoriais) → período de incubação; - Horizonte clínico: linha imaginaria que separa o período de incubação do estágio seguinte (sinais e sintomas); - Sinais e sintomas = estágio clínico → sinais da doença se tornam nítidos e se transformam sintomas (quando atingem uma massa crítica de alterações funcionais no organismo); - Cronicidade: a evolução clinica pode progredir ate o estado de cronicidade ou conduzir o doente a um nível de incapacidade física por tempo variável, ou produzir lesões que podem ser, futuramente, uma porta de entrada para novas doenças; * Seu desenlace varia conforme sua extensão; Desenlace: - Morte; - Invalidez; - Período de cura → convalescença → saúde Prevenção de Saúde: quando pensar? - Possibilidade de detecção em estágios iniciais e reversíveis de sua história natural - Distribuição universal e prevalência elevada da doença/agravo; - Incapacitações/complicações; - Encurtamento de vida; - Altos custos (econômicos e sociais); Níveis de Prevenção: Prevenção Primária: - É realizada no período pré-patogênico; - Compreende a promoção da saúde e a proteção específica; - Promoção da saúde: - Moradia adequada; - Construção de escolas e elevação de escolaridade; - Áreas de lazer; - Educação em saúde; - Atividade física regular; - Saneamento básico; - Proteção específica: - Imunização; - Saúde do trabalhador; - Higiene pessoal - Proteção contra acidentes; - Aconselhamento genético; - Controle de vetores e reservatórios; - Uso de preservativos e seringas descartáveis; Prevenção Secundária: - É realizada no período patogênico; - Compreende o diagnóstico precoce e o tratamento imediato e a limitação da incapacidade; - Diagnóstico precoce e tratamento imediato: - Inquérito para descoberta de casos da doença; - Exames de detecção precoce; - Isolamento (evita propagação da doença); - Tratamento (evita progressão da doença); - Limitação da Incapacidade: - Evitar futuras complicações; - Evitar sequelas; - Diminuir o risco de transmissão da doença; Prevenção Terciária: - É realizada no período patogênico (prevenção de incapacidades e reabilitação); - Reabilitação; - Fisioterapia; - Emprego para o reabilitado; - Redução de dependência familiar e social; - Melhora na qualidade de vida; Prevenção Quaternária: - Conjunto de medidas para evitar intervenções desnecessárias; - Avaliação do risco do excesso de intervenção, medicalização ou cirurgias desnecessárias; - Diminuição dos efeitos adversos dos tratamentos; - Construção de autonomia do indivíduo; - Conceito aceito pela Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA) em 2003 = ação tomada para identificar um paciente sob o risco de medicalização excessiva, para protege-lo de novas invasões médicas, e para sugerir intervenções eticamente aceitáveis; - Ou seja, o objetivo principal é não causar danos. → utilizar a medicina baseada em evidências, ter qualidade do cuidado e humanização para evitar diagnósticos abusivos, sobre-medicalização e medicina defensiva.
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