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1 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente Aula 8 – Parte 2 O conteúdo desta nota de aula abrange: Construção de gráficos 1 – Construção de Gráficos Para esboçar gráficos de uma maneira mais eficiente podemos aplicar o que aprendemos no estudo de “Máximos e mínimos”. Para o fazer de uma maneira organizada, podemos seguir uma lista de instruções, descritas abaixo: 1º Passo: Determinar o domínio da função. 2º Passo: Encontrar as raízes da função (se possível). 3º Passo: Determinar (se existir) suas assíntotas. 4º Passo: Encontrar os pontos críticos da função. 5 º Estudar as regiões de crescimento e decrescimento. 6º Determinar os pontos de máximo, mínimo e inflexão. 7º Passo: Esboçar o gráfico. Exemplos 1.1.1: Esboce o gráfico da seguinte função: 𝑓(𝑥) = 𝑥3 − 3𝑥 Resolução: 1º Passo: Determinar o domínio da função. 𝐷𝑜𝑚(𝑓) = ℝ 2º Passo: Encontrar as raízes da função (se possível). 𝑓(𝑥) = 𝑥3 − 3𝑥 = 0 𝑥(𝑥2 − 3) = 0 𝑥 = 0 𝑒 𝑥 = ±√3 Rectangle 2 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente 3º Passo: Determinar (se existir) suas assíntotas. 𝑓(𝑥) é um polinômio do terceiro grau, logo: 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ. Não possui assíntotas. 4º Passo: Encontrar os pontos críticos da função. 𝑓′(𝑥) = 3𝑥2 − 3 Teremos ponto crítico quando (i) 𝑓′(𝑥0) = 0 ou (ii) ∄𝑓′(𝑥0). Logo: (i) 𝑓′(𝑥) = 3𝑥2 − 3 = 0 𝑥2 = 1 ∴ 𝑥 = ±1 (ii) ∄𝑓′(𝑥0) Como 𝑓′(𝑥) é um polinômio, 𝐷𝑜𝑚(𝑓′) = ℝ. Não existe nenhum 𝑥 = 𝑥0, tal que ∄𝑓′(𝑥0). 5 º Estudar as regiões de crescimento e decrescimento. Pelo teste da derivada primeira: (i) 𝑓′(𝑥) > 0: 3𝑥2 − 3 > 0 𝑥2 > 1 |𝑥| > 1 Se 𝑥 > 0: 𝑥 > 1 Se 𝑥 < 0: −𝑥 > 1 𝑥 < −1 (ii) 𝑓′(𝑥) < 0: 3𝑥2 − 3 < 0 𝑥2 < 1 |𝑥| < 1 Se 𝑥 > 0: 𝑥 < 1 Se 𝑥 < 0: −𝑥 < 1 𝑥 > −1 6º Determinar os pontos de máximo, mínimo e inflexão. 𝑥 0 1 −1 Rectangle 3 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente Utilizando o teste da derivada segunda: 𝑓′′(𝑥) = 6𝑥 𝑓′′(−1) = −6 → 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑓′′(1) = 6 → 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 Ponto de inflexão: 𝑓′′(𝑥) = 6𝑥 = 0 𝑥 = 0 7º Passo: Esboçar o gráfico Exemplos 1.1.2: Esboce o gráfico da seguinte função: 𝑓(𝑥) = 𝑥2 𝑥2 − 1 1º Passo: Determinar o domínio da função. 0 1 −1 𝑥 𝑥 −1 1 2 −2 𝑦 0 √3 −√3 Rectangle 4 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente 𝑥2 − 1 ≠ 0 𝑥 ≠ ±1 → 𝐷𝑜𝑚(𝑓) = {𝑥 𝜖 ℝ / 𝑥 ≠ −1 𝑒 𝑥 ≠ 1} 2º Passo: Encontrar as raízes da função (se possível). 𝑓(𝑥) = 𝑥2 𝑥2 − 1 = 0 𝑓(𝑥) será zero, quando seu numerador for zero. Logo: 𝑥2 = 0 → 𝑥 = 0 3º Passo: Determinar (se existir) suas assíntotas. Assíntota horizontal: lim 𝑥→∞ 𝑥2 𝑥2 − 1 = ∞ ∞ → 𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝐿′𝐻ô𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙: lim 𝑥→∞ 𝑥2 𝑥2 − 1 = lim 𝑥→∞ 2𝑥 2𝑥 = lim 𝑥→∞ 1 = 1 lim 𝑥→−∞ 𝑥2 𝑥2 − 1 = ∞ ∞ → 𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝐿′𝐻ô𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙: lim 𝑥→−∞ 𝑥2 𝑥2 − 1 = lim 𝑥→−∞ 2𝑥 2𝑥 = lim 𝑥→−∞ 1 = 1 𝑦 = 1 é assíntota horizontal Assíntota vertical: lim 𝑥→−1− 𝑥2 𝑥2 − 1 = lim 𝑥→−1− 𝑥2 𝑥2 − 1⏟ >0 = 1 0+ = ∞ lim 𝑥→−1+ 𝑥2 𝑥2 − 1 = lim 𝑥→−1+ 𝑥2 𝑥2 − 1⏟ <0 = 1 0− = −∞ lim 𝑥→1− 𝑥2 𝑥2 − 1 = lim 𝑥→−1− 𝑥2 𝑥2 − 1⏟ <0 = 1 0− = −∞ lim 𝑥→1+ 𝑥2 𝑥2 − 1 = lim 𝑥→−1+ 𝑥2 𝑥2 − 1⏟ >0 = 1 0+ = ∞ 4º Passo: Encontrar os pontos críticos da função. 𝑥 = −1 é assíntota vertical 𝑥 = 1 é assíntota vertical Rectangle 5 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente 𝑓′(𝑥) = ( 𝑥2 𝑥2 − 1 ) ′ = 2𝑥. (𝑥2 − 1) − 𝑥2. 2𝑥 (𝑥2 − 1)2 𝑓′(𝑥) = − 2𝑥 (𝑥2 − 1)2 Teremos ponto crítico quando (i) 𝑓′(𝑥0) = 0 ou (ii) ∄𝑓′(𝑥0). Logo: (i) 𝑓′(𝑥) = − 2𝑥 (𝑥2−1)2 = 0 −2𝑥 = 0 ∴ 𝑥 = 0 (ii) ∄𝑓′(𝑥0) 𝑥2 − 1 ≠ 0 → 𝑥 = ±1 A derivada 𝑓′(𝑥) não existe para 𝑥 = ±1. Porém, não podemos chamar esses pontos de críticos, pois eles não fazem parte do domínio de 𝑓(𝑥). 5 º Estudar as regiões de crescimento e decrescimento. Pelo teste da derivada primeira: 𝑓′(𝑥) > 0: − 2𝑥 (𝑥2 − 1)2 > 0 Numerador: −2𝑥 > 0 𝑥 < 0 Denominador: (𝑥2 − 1)2 > 0 Será sempre maior que zero, pois todo o termo está elevado a uma potência par. 𝑓′(𝑥) < 0: − 2𝑥 (𝑥2 − 1)2 < 0 Numerador: −2𝑥 < 0 𝑥 > 0 Denominador: (𝑥2 − 1)2 < 0 Nunca. − 2𝑥 (𝑥2 − 1)2 0 − 0 𝑥 𝑥 𝑥 −2𝑥 (𝑥2 − 1)2 0 + + + + + + − + + − − Rectangle 6 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente 6º Determinar os pontos de máximo, mínimo e inflexão. Utilizando o teste da derivada segunda: 𝑓′′(𝑥) = (− 2𝑥 (𝑥2 − 1)2 ) ′ = −2. (𝑥2 − 1)2 − (−2𝑥). 2(𝑥2 − 1). (2𝑥) (𝑥2 − 1)4 𝑓′′(𝑥) = 2 + 6𝑥2 (𝑥2 − 1)3 𝑓′′(0) = 2 (−1)3 = −2 → 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 Ponto de inflexão: 𝑓′′(𝑥) = 2 + 6𝑥2 (𝑥2 − 1)3 = 0 2 + 6𝑥2 = 0 → 𝑁ã𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑥 ∈ ℝ 𝑞𝑢𝑒 𝑧𝑒𝑟𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜. Não possui ponto de inflexão. Porém, como a função tem restrições de domínio, é bom analisarmos sua concavidade. 𝑓′′(𝑥) > 0: 2 + 6𝑥2 (𝑥2 − 1)3 > 0 Numerador: 2 + 6𝑥2 > 0 Será sempre positivo. Denominador: (𝑥2 − 1)3 > 0 |𝑥| > 1 ou seja, 𝑥 > 1 ou 𝑥 < −1 (fazer a análise do módulo). 𝑓′′(𝑥) < 0: 2 + 6𝑥2 (𝑥2 − 1)3 < 0 Numerador: 2 + 6𝑥2 < 0 Nunca será negativo. Denominador: (𝑥2 − 1)3 < 0 |𝑥| < 1 ou seja, −1 < 𝑥 < 1 (fazer a análise do módulo). 0 1 −1 0 𝑥 Rectangle Rectangle 7 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente 7º Passo: Esboçar o gráfico. Exercício: Esboce o gráfico de: a) 𝑓(𝑥) = √𝑥 3 b) 𝑓(𝑥) = 3𝑥4 − 4𝑥3 0 𝑥 𝑥 𝑥 2 + 6𝑥2 (𝑥2 − 1)3 0 + − − + + + + + − − + 2 + 6𝑥2 (𝑥2 − 1)3 + 1 −1 0 −1 −1 1 1 0 1 −1 𝑥 𝑥 𝑦 0 1 1 −1 Rectangle 8 Cálculo diferencial e integral I – Prof.ª Paula C. M. Clemente Bibliografia: LEITHOLD, Louis. O Cálculo com geometria analítica. 3a ed. São Paulo - Harbra, C1994. v1. STEWART, James. Cálculo. 5a., 6a. ou 7a. ed. São Paulo - Pioneira /Thomson Learning v1. GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Livros Técnicos e Científ. Ed., 1997. v1. Rectangle
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