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Resumo - Esferocitose

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CONCEITO 
→ Anemia hemolítica hereditária por uma 
desordem autossômica dominante causada por um 
defeito na membrana da hemácia, levando ao 
aparecimento de hemácias esferocíticas/ 
esferócitos no sangue periférico 
→ Desordem majoritariamente autossômica 
dominante (em 80% dos casos), em que ocorrem 
alterações heterogêneas em um de seis genes (na 
maioria das vezes o gene anquirina, podendo ainda 
ser o da actina ou da espectrina) que codificam as 
proteínas envolvidas na ligação do esqueleto da 
membrana de bicamada lipídica dos eritrócitos. 
INCIDÊNCIA 
→ Frequência da forma típica da doença na 
população geral é estimada em 1/2.000- 5.000 
nascimentos, mas as formas leves e portadores 
assintomáticos podem atingir 1% da população. 
ETIOLOGIA 
→ Hereditária (crônica) 
FISIOPATOLOGIA 
 
→ Defeito celular primário é a perda da área de 
superfície da membrana em relação ao volume 
intracelular, com formação de esferócitos, redução 
da deformabilidade das hemácias e predisposição 
ao aprisionamento esplênico. 
→ Diminuição da superfície da membrana celular 
correlaciona-se com a gravidade da hemólise -> 
pode diminuir em condições de icterícia obstrutiva, 
devido à captação pelas hemácias de colesterol e 
fosfolípides do plasma anormal, com correção da 
fragilidade osmótica e melhora da sobrevida das 
hemácias 
→ A deficiência no ancoramento da espectrina no 
citoesqueleto eritrocitário (forças verticais) leva à 
perda de fragmentos da camada lipídica da 
membrana. 
→ Dessa forma, a célula perde a superfície em 
relação ao volume, acabando com seu formato 
bicôncavo e transformando-se em um esferócito. 
→ Ao passarem pelos cordões esplênicos, não 
conseguem se deformar o suficiente para penetrar 
nas fendas sinusoidais, ficando mais tempo em 
contato com os macrófagos, tendo por 
consequência a perda de pequenos pedaços da 
membrana, transformando-se em um 
microesferócito, tipo celular encontrado no sangue 
periférico do paciente. Na passagem pelo baço, 
alguns esferócitos e microesferócitos são 
fagocitados e destruídos, gerando hemólise 
crônica. 
QUADRO CLÍNICO 
LEVE - Ocorre em 20 a 30% dos casos. 
Não há anemia, reticulocitose 
modesta, pouca esplenomegalia 
ou icterícia, e a doença pode 
não ser detectada até a 
adolescência ou a vida adulta. 
- Níveis normais de hemoglobina 
em face da destruição de 
eritrócitos acelerada através de 
um aumento da eritropoioese 
estimulada pela eritropoietina. 
MODERADA - É responsável por 60 a 75% dos 
casos. Os pacientes afetados são 
anêmicos, têm contagens de 
reticulócitos elevadas e 
concentrações de bilirrubina 
elevadas. 
- Pacientes exibem um aumento 
adequado da eritropoietina 
sérica, a resposta de reticulócitos 
cria formas esféricas, que 
contribuem para o grau da sua 
anemia 
GRAVE - Ocorre em cerca de 5% dos 
casos e é caracterizada por 
hemólise acentuada, anemia, 
hiperbilirrubinemia, 
esplenomegalia e uma 
necessidade de transfusões de 
eritrócitos. 
- O padrão de herança é quase 
sempre recessivo, e os pais de um 
paciente afetado são 
geralmente assintomáticos. 
- Sintomas dependem da idade 
do paciente. 
→ COMPORTAMENTO CLÍNICO 
- Heterogêneo 
- Hemólise acentuada 
- Anemia 
- Hiperbilirrubinemia 
- Esplenomegalia 
→ CRISES 
1- Crise biliar -> litíase biliar por cálculo de 
bilirrubinato de cálcio 
2- Crise aplásica -> anemia aguda grave 
sintomática, com reticulocitopenia, após infecção 
pelo parvovírus B19 
3- Crise hemolítica -> hiperfunção esplênica 
durante infecções 
4- Crise megaloblástica -> deficiência relativa de 
folato 
→ OUTRAS COMPLICAÇÕES 
- Úlcera de perna por isquemia/ hipóxia 
- Gota (metabolização de AA -> aumento de ácido 
úrico como consequência da hemólise) 
LABORATÓRIO 
→ Encontro de anemia hemolítica crônica, na 
presença de reticulócitos e microesferócitos no 
sangue periférico e na ausência de um teste de 
Coombs direto positivo 
→ Anemia leve a moderada, micro ou normocítica, 
com hemácias tipicamente hipercrômicas 
(aumento do CHCM), além de reticulócitos e 
microesferócitos no esfregaço de sangue periférico 
→ PERFIL HEMOLÍTICO 
- DHL aumentado 
- Bilirrubina indireta aumentada 
 . Justificada pela hemólise crônica, sendo 
resultado da degradação do grupo heme, 
justificando também a hepatomegalia ou uma 
possível colelitíase. 
- Reticulocitose (hiperproliferação medular) 
 
DIAGNÓSTICO 
→ TESTE/CURVA DE FRAGILIDADE OSMÓTICA 
- Positivo: indica microesferocitose em grande 
número de hemácias 
- Possui acurácia subótima para a doença 
- Além de resultados falso-positivos em outras 
anemias (ex: imuno-hemolítica), apresenta 
resultado falso-negativo em 10-20% dos pacientes 
com esferocitose hereditária. 
- Condições responsáveis pelos falso-negativos: 
anemia ferropriva, icterícia colestática, 
reticulocitose presente na recuperação de uma 
crise aplásica (o reticulócito tem maior resistência 
osmótica) e desidratação dos microesferócitos ou 
esferócitos. 
- OBS: Afastar autoimunidade com teste de Coombs 
é mandatário 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
→ Eliptocitose 
→ AHAI 
→ Anemia Megaloblástica 
TRATAMENTO 
→ ESPLENECTOMIA: exceto para os pacientes com 
anemia leve ou com hemólise compensada. Ao 
remover o principal sítio de hemólise, previne a 
anemia e as demais complicações da doença, 
embora não elimine os esferócitos do sangue 
periférico. 
- Falha terapêutica: falha de resposta à 
esplenectomia é rara e causada pela presença de 
baço acessório ou pela associação da doença de 
membrana com outro defeito hereditário do 
glóbulo vermelho. 
- Baço acessório ocorre em 15 a 40% dos pacientes 
e deve ser pesquisado por cintilografia, se possível 
antes da cirurgia ou sempre que se suspeitar de 
falha da esplenectomia. 
- Risco de septicemia pós-esplenectomia -> 
infecção por pneumococo, meningococo, 
haemophilus 
→ SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDO FÓLICO: evitar crise 
megaloblástica (devido a hiperproliferação da 
medula -> necessário matéria prima) 
→ Colecistectomia em casos de colecistite/ 
colelitíase

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