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AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE CC ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO CC EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS CC TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ______ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE TERESINA/PI.
DISTRIBUIÇÃO POR URGÊNCIA – PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO – Art. 1048, §2º, II do CPC
BELTRANO DA SILVA, brasileiro, solteiroo, gerente, RG Nº 000000 SSPPI, CPF Nº 000000000, residente e domiciliado na Rua Francisco Celso Leitão, Nº 1234, Bairro Mafuá, CEP 64000-000, Teresina/PI, vem à presença de V. Exa., por intermédio da Defensoria Pública do Estado do Piauí, com fulcro no Art. 1.601 do CC e nos demais dispositivos aplicáveis, propor a presente 
		
AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C\C ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO C/C EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS C/C TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
 Em face de CICRANO SILVA, brasileiro, menor impúbere, representado por sua genitora, FULANA DOS SANTOS, brasileira, residente e domiciliada na Rua Carajás, Nº 5678, Bairro Parque Piauí, CEP: 64000-000, Teresina/PI, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I- PRELIMINARMENTE
I. 1 - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
O requerente é pessoa economicamente vulnerável e hipossuficiente na forma da lei, não podendo arcar com as custas judiciais e os honorários advocatícios sem comprometer a própria subsistência. Destarte, visto ser o acesso à justiça direito fundamental de pleitear todos os outros direitos em condições de igualdade com a parte contrária, o requerente, na presente demanda, restam assistidas por esta Defensoria Pública Estadual, conforme declaração anexa, com esteio na LC nº 80/1994 e na LC estadual nº 03/1990. 
Assim, pugna-se, desde logo, a isenção de quaisquer custas e emolumentos, assim como a obrigação de arcar com honorários advocatícios ao final, como benefícios da Justiça Gratuita, preconizados no inciso LXXIV, do art. 5º da CF/88; da Lei nº. 1.060/50 e arts. 98 e 99 do CPC.
I. 2 - DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO
Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos em que seja parte criança e adolescente. Necessário observar o espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b. Esse dispositivo determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes.
I. 3 – DA QUALIFICAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA
Considerando que a parte autora não dispõe de todas as informações acerca da parte adversa, requer, com fundamento no art. 319, §1º do Codex, que seja oficiado o INSS para informar o Cadastro Nacional de Informações Sociais, Receita Federal, INFOSEG, INFOJUD, SIEL.
I. 4 – DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica.
I. 5– DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
A Requerente pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição, comprometendo-se a parte autora a comparecer na referida assentada.
Requer, ainda, que as intimações para comparecimento à Audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as peculiaridades das atribuições defensoriais, com fulcro no art. 186, §2º, do CPC
I.6 – DA IMPOSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE ENDEREÇO ELETRÔNICO DAS PARTES
A parte autora é hipossuficiente e não possui acesso à rede mundial de computadores, razão pela qual não é possível informar seu endereço eletrônico.
II - DOS FATOS
O autor afirma que manteve um relacionamento amoroso com a mãe do requerido e dessa relação nasceu em 09 de fevereiro de 2001, o menor, CICRANO SILVA, sendo registrado pelo requerente, por acreditar ser, de fato, o pai biológico do mesmo, condição que lhe foi imputada pela genitora da criança, conforme fotocópia da certidão de nascimento em anexo.
No entanto, com o passar do tempo, o requerente começou a perceber que não havia semelhança entre ele e o filho, então o autor começou a questionar sua paternidade. A fim de dirimir qualquer dúvida, o autor resolveu realizar o exame de DNA da criança.
Conforme comprovação do exame de DNA em anexo, verificou-se a ausência de vínculo de filiação entre o autor e o menor. Logo, o demandante foi induzido ao erro ao registrar a criança como seu filho, fato que se deu graças às insistências e imputações da genitora da criança, que alegava que o requerente era o pai do infante.
Ressalta-se, que o requerido só teve contato com o suposto pai até a idade de um ano e pouco meses, logo não há sócio-afetividade comprovada, tendo o autor convivido pouco tempo com o menor.
Insta informar ainda que o requerente, foi condenado a pagar alimentos ao menor no processo de Nº 0001234-56.5890.0.12.3456, sendo fixada a pensão alimentícia no percentual de 15% dos rendimentos do requerido. Diante da comprovada inexistência de filiação entre as partes, se requer que seja feita exoneração da prestação alimentícia.
Em face ao que foi exposto, se requer a Anulação do Reconhecimento de Paternidade e, por conseguinte, expedição de um novo registro de nascimento para o menor, assim como a exoneração da prestação alimentícia devida a criança.
III . DO DIREITO
As diversas modalidades de reconhecimento de filiação referem-se ao pai e à mãe. Assim, sendo, cabe os genitores o registro cível de sua prole. Entretanto, vale ressaltar que, se existirem outros interessados na desconstituição da paternidade atribuída a determinada pessoa, como a mãe, os filhos e os pretensos irmãos, mais aquele que se diz verdadeiro pai e mesmo outros herdeiros, todos têm legitimidade par ajuizar ação anulatória do registro. Como citado no Código Civil, que diz in verbis:
Art. 1.601 CC/02: Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível. 
[...]
Art. 1.615 CC/02: Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
Não restam dúvidas, portanto, quanto à legitimidade do requerente e da procedência de seu pedido, a solicitação de anulação de reconhecimento de paternidade e expedição de um novo registro de nascimento ao requerido.
Parte da jurisprudência, mediante uma análise comparativa entre os artigos 1.601 e 1.615 do Código Civil, entende que a expressão “contestar” presente nos dois dispositivos deve ser entendida como a faculdade de questionar a paternidade, através do exercício do direito de ação. Assim, qualquer pessoa que justo interesse tenha, independente se ser marido ou não, é parte legítima para demandar a devida ação com o fim de contestar a paternidade. Eis o entendimento: 
APELAÇÃO. AÇÃO ANULATÓRIA DE ASSENTO DE NASCIMENTO CUMULADA COM NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. AVÓS REGISTRAIS. LEGITIMIDADE ATIVA. PARENTALIDADE SÓCIO AFETIVA. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE. "Ressalto a expressão "contestar" empregada pelo legislador. 
Uma primeira leitura - e uma interpretação meramente literal - podem levar à conclusão de que neste artigo 1.615 a expressão "contestar" foi utilizada na acepção técnico-processual, ou seja, referindo-se tão somente à resposta do réu dentro de um processo específico. 
Mas uma leitura - e uma interpretação - conjugada deste artigo 1.615 com o já referido artigo 1.601 dá uma dimensão diferente à questão. 
Veja-se que o artigo 1.601 também emprega a expressão "contestar" ("Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidadedos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível"). E ali essa expressão tem um sentido mais amplo, referindo-se não só à resposta do réu no processo, mas ao próprio questionamento da paternidade, através do exercício próprio do direito de ação. 
Com efeito, o artigo 1.601, mesmo empregando a expressão "contestar a paternidade", é aquele que fundamenta o dito direito personalíssimo de ação do marido. 
Ou seja, a expressão "contestar", no artigo 1.601, diz respeito à possibilidade de questionar a paternidade como resposta do réu dentro de um processo específico. 
Entendo que a expressão "contestar" empregada no artigo 1.615 deve ser entendida no mesmo sentido. Deve ser entendida não apenas como a faculdade de responder o processo na qualidade de réu, mas também como a faculdade de questionar a paternidade, através do exercício do direito de ação. 
Assim, pela sistemática da nova Lei Material, não é apenas o marido que pode "contestar" a paternidade. Todos aqueles que tiverem justo interesse poderão "contestá-la" - isto é, poderão questioná-la - através da propositura de uma ação própria para esse fim." REJEITARAM A PRELIMINAR. POR MAIORIA. DERAM PROVIMENTO, POR MAIORIA. (SEGREDO DE JUSTIÇA) (Apelação Cível Nº 70012236402, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 18/08/2005) (grifos nossos)
A pretensão do autor encontra amparo no Artigo 1.604, caput, do Código Civil, que assim dispõe:
Artigo 1.604CC/02: Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
Diante do exposto, é nítido que o erro é fundamento em que sustenta a anulação de registro civil, levado a efeito pelo vício de falsidade, estando, assim, sujeito a anulação e desfazimento.
A falsidade resulta, por óbvio, do fato de que a criança, requerido da ação, não nasceu da união da genitora com o requerente, mas, sim, de relação amorosa com outro homem. E, como sabido, a ninguém é permitido dar filho alheio como próprio.
O requerente reconheceu espontaneamente a paternidade extramatrimonial de forma errônea, cujo ato pode ser desfeito mediante a demonstração do erro incorrido, ou seja, através do exame de DNA, que segue em anexo.
O fato de o autor basear a sua desconstituição de paternidade em exame de DNA, encontra total fundamento na jurisprudência pátria, posto que alguns tribunais tem determinado a paternidade por intermédio do critério biológico, ou seja, a desconstituição da paternidade vem sendo aceita nas ações negatórias com fundamento de que nos registros de nascimento deve ser retratada a verdade real:
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO POR PARTE DO AUTOR/RECORRENTE. DÚVIDAS SOBRE A PATERNIDADE. REALIZAÇÃO DO EXAME DE DNA. AUSÊNCIA DE VÍNCULO BIOLÓGICO. RELAÇÃO DE SOCIOAFETIVIDADE. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. ERRO. COMPROVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO SOCIOAFETIVO. POUCO TEMPO DE CONVIVÊNCIA. EXCLUSÃO DA PATERNIDADE. DETERMINAÇÃO. ANULAÇÃO EM PARTE DO REGISTRO CIVIL. POSSIBILIDADE. MODIFICAÇÃO DO DECISUM. PROVIMENTO DO APELO.
- Havendo comprovação nos autos, através do exame de DNA, de que o autor não é o pai biológico da criança, e, diante da existência de vício quando da assunção da paternidade, impossível se torna a manutenção da relação paterno filial.
- Não se reconhece a paternidade socioafetiva quando não há nos autos, elementos capazes de demonstrar afinidade entre as partes, alicerçado ainda, ao pouco de tempo de convivência entre os mesmos, pouco mais de quatro meses, devendo ser modificada a decisão recorrida e dado provimento ao apelo. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00427929720118152003, 4ª Câmara Especializada Cível, Relator DES FREDERICO MARTINHO DA NOBREGA COUTINHO , j. em 29-09-2015). (grifo nosso).
Face ao exposto, tendo em vista que o pai registral não possui qualquer vínculo afetivo com o menor, e nunca demonstrou interesse em participar do desenvolvimento da criança, o autor, por não ser o verdadeiro genitor da mesma, como comprova o exame de DNA, em anexo, deseja que seja anulado o registro de nascimento do menor, assim como, seja emitido um novo registro civil desse, com a retirada do nome e sobrenome do suposto pai, englobando todas as correções que se fizerem necessárias.
III . 1 DA EXONERAÇÃO ALIMENTÍCIA
Importante salientar que a prova material que excluiu a paternidade do requerente sobre o requerido, além de inconteste, só veio concretizar o que já era um fato para os mesmos: a completa ausência de relação afetiva entre, o até então pai, e seu filho.
Motivo pelo qual requer a liberação de todas as obrigações a que vem se submetendo até o presente e que são inerentes da paternidade; qual seja, a de continuar prestando alimentos ao requerido, que, como já comprovado de forma inquestionável não é seu descendente.
Sendo assim não existe nenhum vínculo que justifique a manutenção das obrigações alimentares.
Neste sentido, a jurisprudência tem seguido pelo caminho da desconstituição da paternidade, vejamos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE, CUMULADA COM EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. PROCESSUAL CIVIL. PERDA DO OBJETO.
Diante da prolação de nova decisão judicial a respeito do pedido de cessação de verba alimentar, o comando judicial que ensejou a interposição do presente reclamo não mais subsiste, restando prejudicado o seu exame, pela perda de seu objeto. AGRAVO DE INSTRUMENTO PREJUDICADO, POR DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70058662263, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 27/02/2014)
Importante analisar, também, o disposto nos arts. 1.694 e 1. 699 do Código Civil, no pertinente à obrigação alimentar:
Art. 1699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. (grifos nossos).
Desta feita, há de se considerar que houve mudança no quadro fático da situação, visto que o requerido não é filho do requerente, sendo preeminente o direito do autor em requerer a exoneração alimentícia do menor.
III.2 DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
Preceitua o Código de Processo Civil: 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
§ único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
[...]
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Dispõem os artigos supracitados que a tutela pode ser concedida liminarmente, ou seja, inaudita altera parte. Segundo MARINONI a concessão se dará quando “o tempo ou a atuação da parte contrária for capaz de frustrar a efetividade da tutela sumária”, ainda, segundo o doutrinador, “nada obsta que a tutela de urgência seja concedida em qualquer momento do procedimento, inclusive na sentença” (MARINONI, Luiz Gullherme, et al. Novo Código de Processo Civil Comentado. 1 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.).
Insta citar que o Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC), esclarece que:
Enunciado 32: A redação do art. 300, caput, superou a distinção entre os requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência, erigindo a probabilidade e o perigo na demora a requisitos comuns para a prestação de ambas as tutelas de forma antecipada.
No tocante à prova inequívoca e a verossimilhança, os documentos ora juntados comprovam que o autor não é pai do requerido, ou seja, dão conta de que sua situação fática se alterou.
Já no concernente ao do dano irreparável trata-se do dano que sofrerá o autor caso não seja concedida a medida, uma vez que deverácontinuar a arcar com as despesas de manutenção de um filho que não é seu em detrimento da manutenção própria. 
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, REQUER-SE a Vossa Excelência:
a) A concessão dos benefícios da gratuidade da Justiça em sua integralidade, nos termos da Declaração de Hipossuficiência Econômica anexa, consoante preconizam os artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil;
b) Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Codex, c/c art. 4º, parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
c) A intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de providencia ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada, nos moldes do art. 186,§2º, do Código de Processo Civil;
d) A citação da Requerida, em seu endereço residencial acima mencionado, para que, para contestar no prazo de 15 (quinze) dias, dispensando Vossa Excelência a audiência do art.695 do Código de Processo Civil tendo em vista a absoluta impossibilidade de reconciliação e, se assim não entender Vossa Excelência, que seja a mesma marcada com a maior brevidade, devendo o requerido ser citado para nela comparecer; 
e) Determinar a intimação do Ministério Público para que acompanhe o feito ad finem, conforme art. 698, do Código de Processo Civil;
f) Que sejam concedidos os efeitos da antecipação da tutela para que seja o autor exonerado da obrigação do pagamento de pensão alimentícia devida ao menor, CICRANO SILVA, no valor de 15% (quinze por cento) sob os rendimentos do requerente;
g) EXTINGUIR a relação jurídica (direitos e obrigações) estabelecida entre autor e réu em função do reconhecimento de paternidade viciado – erro substancial –, retornado as partes ao status quo ante;
h)  DETERMINAR ao Cartório de Registro Civil, a RETIRADA do nome do autor onde se encontra COMO PAI DO RÉU, bem como, a retirada do nome dos AVÓS PATERNOS e que seja retirado o sobrenome do autor, qual seja, SILVA;
i) Seja confirmado os efeitos da antecipação de tutela, determinando a exoneração da pensão alimentícia em desfavor do menor, e exoneração alimentar, estipulado em favor do menor 15% (quinze por cento) sob o salário do requerente;
j) Ao final, sejam os presentes pedidos julgados procedentes;
k) Seja a requerida condenada ao pagamento das custas e honorários advocatícios a ser arbitrado por Vossa Excelência.
Protestam provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial os documentos comprobatórios anexos, depoimento pessoal das partes, juntada ulterior de documentos e testemunhas, a serem oportunamente arroladas. 
Dá-se à causa o valor de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais).
Nestes termos,
Pedem e esperam deferimento.
Teresina, 21 de outubro de 2016.
_________________________________
VERÔNICA ACIOLY DE VASCONCELOS
Defensora Pública em substituição na 5ª Defensoria de Família
_________________________________
ANA REGINA DE CARVALHO HOLANDA
Estagiária
ROL DE DOCUMENTOS
1) Declaração de hipossuficiência econômica ;
2) Documentos pessoais do requerente (RG, CPF, Holerite, Comprovante de Residência, Certidão de Casamento);
3) Certidão de Nascimento do menor;
4) Cópia do exame de DNA;
5) Petição Inicial do Processo nº 000000000000.
ROL DE TESTEMUNHAS
1) ANTONIO SILVA, brasileiro, casado, auxiliar administrativo, RG nº 0000000, CPF 00000000000, residente e domiciliado na Rua 03, Nº 3181, Parque Itararé, Bairro Saci, CEP 64000-000, Teresina/PI;
2) FRANCISCA SANTOS, brasileira, casada, comerciante, RG nº 000000000, CPF nº 000000000000, residente e domiciliada na Rua Francisco Celso Leitão, Nº 1234, Bairro Ininga, CEP 64000-000, Teresina/PI;
3) JOSÉ SOUSA, brasileiro, solteiro, assessor parlamentar, RG nº 123456, CPF 123456789-00, residente e domiciliado na Quadra 10, Casa 06, Bairro Vamos Ver o Sol, CEP 64000-000, Teresina/PI
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