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1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso – Pedagogia 2682 – Prática do Módulo VI – 03/07/20 EDUCAÇÃO INCLUSIVA Acadêmicos: Daniele de Avelar Macedo¹ Mairead Cristina de Jesus Pereira¹ Mayara Souza¹ Sara Gomes¹ Tutor externo: Mariléia Fogulari Ubinski² RESUMO O presente trabalho tem por objetivo discutir a importância da educação inclusiva e sua práxis na escola, apresentando um breve histórico da educação inclusiva no mundo e no Brasil, bem como, demonstrar a relevância do papel do professor, como peça chave neste processo. Palavras chave: Educação inclusiva, Brasil, Professor. 1.INTRODUÇÃO O tema “educação inclusiva” tem sido muito debatido hoje no ambiente escolar e acadêmico. O estudante de pedagogia tem em seu currículo base esta disciplina para sua formação. Trazer este tema da teoria para a prática em sala de aula tem sido o grande desafio para o professor. Nesse sentido, a relevância desta pesquisa e debate. A escola tem o dever de cumprir a lei que garante a todos o direito de frequentar a rede regular de ensino, adequando-se às reais necessidades de cada aluno. As dificuldades não são apenas de infraestrutura, mas elas perpassam pela necessidade de mudança de mentalidade e políticas públicas efetivas. Por muitos anos as pessoas com deficiência foram excluídas da escola, pensava-se que este posicionamento era melhor para eles, quando na verdade os marginalizava à solidão de suas casas e famílias. Houve um grande avanço quanto à inclusão das crianças especiais na rede regular de ensino, porém, é preciso compreender a educação inclusiva numa perspectiva mais ampla, que compreende todos os alunos, sem exceção. Nesta perspectiva este trabalho de pesquisa traz a temática, apresentando a educação inclusiva no decorrer da história, sua trajetória no Brasil e levantando a discussão sobre a importância do professor neste processo. 2 2. DEFINIÇÃO DE TERMOS Para melhor compreensão deste tema se torna relevante diferenciarmos os termos: educação inclusiva e educação especial. Para a pesquisadora Denise Crispim, mãe de uma criança com paralisia cerebral, “a educação inclusiva deveria ser o que na verdade a educação precisa ser para todos. Ela tem que criar sentidos, abrir possibilidades, permitir a participação e estar conectada com a realidade. ” (INSTITUTO RODRIGO MENDES E DIVERSA, 2016). Nesta perspectiva a psicóloga Liliane Garcez também esclarece o termo: A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. Ela pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos. Implica a transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de modo a garantir o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem exceção. (GARCEZ, INSTITUTO RODRIGO MENDES E DIVERSA, 2016). Segundo o dicionário on line de português, educação especial é “a área da educação dedicada ao ensino de pessoas com algum tipo de deficiência, normalmente em escolas regulares, ou também em instituições especializadas”. (EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2019) 3. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Na Idade Antiga (3.500 a. C. a 476 d. C.), também chamada de era pré-cristã, não encontramos registros que demonstrem o atendimento oferecido às pessoas com necessidades especiais. Apesar das demonstrações artísticas mostrarem casos positivos de integração, a história traz situações extremas de exclusão. Isto pode ser comprovado pela afirmação de Gurgel (2007, s. p.) ao citar que Platão e Aristóteles, em seus livros a república e a política, respectivamente, “trataram do planejamento das cidades gregas indicando as pessoas nascidas “disformes” para eliminação. A eliminação era por exposição, ou abandono ou, ainda, atiradas do aprisco de uma cadeia de montanhas chamada Taygetos, na Grécia”. Por muitos anos as pessoas com necessidades especiais eram excluídas da educação escolar pois eram vistos como pessoas doentes, incapazes de aprender. Na Idade Média as pessoas com deficiências eram perseguidas, e até mesmo executadas, https://www.diversa.org.br/ https://www.diversa.org.br/ 3 porque acreditavam que elas tinham a presença do demônio. De acordo com GUGEL (2007, s. p., apud FLORIANI, 2017, p. 10): A população ignorante encarava o nascimento de pessoas com deficiência como castigo de Deus. Os supersticiosos viam nelas poderes especiais de feiticeiros ou bruxos. As crianças que sobreviviam elas separadas de suas famílias e quase sempre ridicularizados. A literatura da época coloca os anões e os corcundas como foco de diversão dos mais abastados. Em Roma havia leis igualmente não favoráveis às pessoas nascidas com deficiências. Aos pais era permitido matar as crianças que nasciam com deformações, pela prática do afogamento, como afirma Gugel (2007, s.p.). Há relatos de que pais abandonavam seus filhos em cestos no Rio Tibre, ou em outros lugares sagrados. Os sobreviventes eram explorados nas cidades por “esmoladores”, ou passavam a fazer parte de circos para o entretenimento dos abastados. No século XIII surge pela primeira vez uma instituição para cuidar de pessoas com deficiência, uma Colônia Agrícola na Bélgica, que propunha o tratamento com base na alimentação, exercícios e ar puro para minimizar os efeitos da deficiência, como nos diz Rodrigues 2008, p.9. Com o surgimento do cristianismo foram criados hospitais de caridade que abrigavam indigentes e pessoas com deficiências, na época foi criado a primeira Universidade de estudos filosóficos e teológicos de grandes Mestres, em Alexandria. Dentre eles, Dídimo, o cego conhecia e recitava a Bíblia de cor. Dídimo perdeu a visão, quando tinha cinco anos, mas continuou seus estudos tendo ele próprio gravado o alfabeto em madeira para utilizar o tato. No século XVII aconteceram muitos avanços oriundos da área da Medicina que se voltaram também para a deficiência, cabe lembrar que nesse período, a criança ainda estava institucionalizada em conventos, asilos e hospitais psiquiátricos. A história nos mostra que neste período, as pessoas que possuíam algum tipo deficiência começam a ser valorizadas como ser humano, a partir da consideração de sua patologia. Observou- se que muitas deficiências eram causadas por lesões e disfunções no organismo. Então entre os séculos XVIII e XIX são criadas as primeiras instituições para deficientes, mas com atendimento precário, próprio do paradigma da exclusão. A sociedade Mundial passou por diversas fases relacionadas a educação especial. Assim também aconteceu no Brasil: houveram as instituições segregativas, as escolas especiais, o Centro de Saúde e cuidado, o atendimento Clínico, para, atualmente, discutirmos a prática da Integração Social e a inclusão. 4 3. 1. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL Os dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de geografia e estatística _ IBGE no ano de 2010 apontam um contingente de 45,6 milhões de pessoas com pelo menos uma das deficiências: visual, auditiva, motora e intelectual, o que corresponde a 23,9% da população. Com o Censo percebe-se que houve um aumento considerável em relação ao número de matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Todos têm direito à educação, não somente alguns segmentos da sociedade, hoje isto é garantido por lei. No Brasil, por muito tempo, os alunos com algum tipo de deficiência não eram aceitos pelas escolas, negavam-lhes o direito ao estudo e a educação. Essa realidade foi mudando através de iniciativas dealgumas escolas. De acordo com o Ministério da Educação (MEC) no Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência começou na época do Império. Nesse período duas instituições foram criadas: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. O perfil, contudo, era muito mais voltado as deficiências visuais e auditivas continuando a excluir as limitações físicas e principalmente as intelectuais. A história da educação inclusiva no Brasil começa na década de 70, quando algumas escolas passam a aceitar alunos especiais, desde que os mesmos conseguissem se adequar ao plano de ensino da instituição. No século XX surgia as ideias de educação para todos, todos na escola, escola para todos. Neste contexto é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. Em 1969 o Brasil contava com mais de 800 escolas especializadas na educação de pessoas com deficiência intelectual. Na década de 80 a educação especial começa a ganhar o caráter de inclusão. O primeiro passo para isso, em 1988, com o artigo 208 da Constituição Brasileira que garante o atendimento preferencialmente na rede regular de ensino, aos indivíduos que apresentam deficiência. Em dezembro de 1996 é publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394. O texto confirma que a 5 educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino e deve haver serviços de apoio especializado. Atualmente existem normas estabelecidas que visam a acessibilidade dentro das escolas como a construção de rampas, de elevadores, corrimãos e outros elementos facilitadores da vida dos deficientes físicos. As diretrizes também colocam o ensino de libras nos currículos dos cursos superiores, entre outras ações que visam impulsionar a inclusão escolar. 3. O PROFESSOR COMO AGENTE DE INCLUSÃO A inclusão envolve todo o corpo docente da escola. Passa por uma gestão que acompanha de perto professor e alunos. A coordenação pedagógica que faz essa mediação com docentes e discentes e chega no professor, este último, está na linha de frente e conhece melhor que todos, os alunos, sabe os desafios da inclusão em sala de aula. Falar sobre o papel que o professor exerce como agente de inclusão é lembrar qual papel ele desempenha, e qual papel poderia desempenhar. Na sala de aula o professor tem a oportunidade de aprender sobre a inclusão com seus alunos. Cada turma tem na diversidade, um desafio para o professor. Ele precisa incluir aquele aluno que tem dificuldades na aprendizagem, o que não sabe ler em uma turma já alfabetizada, sem rotular e estigmatizar. A exclusão acontece quando se elogia apenas os mais caprichosos, aqueles que terminam as atividades primeiro, que são os alunos destaque na sala de aula. Sempre haverá alunos tímidos, aqueles que se escondem no fundo da sala... A prática da inclusão se estende além dos alunos com necessidades especiais, sua amplitude deve alcançar cada educando em suas especificidades e individualidade. Na postura deste profissional se encontra uma porta aberta ou fechada a inclusão. Não se pode colocar apenas sobre o professor está responsabilidade, mas como mestre em sua sala ele pode fazer a diferença neste ambiente. Sendo um professor acolhedor, atento às necessidades de seus alunos, que busca parceria com as famílias e com o segundo professor, quando este está presente em sala. Mudar nunca foi fácil, mas as grandes transformações começaram muitas vezes, por iniciativas individuais, com pequenos passos que alcançaram grandes proporções, através de uma visão. Para a jornalista e escritora Claudia Werneck, fundadora da ONG Escola de Gente, no Rio de Janeiro (RJ), o ambiente educacional inclusivo é o melhor exemplo do que seria a escola como um bem público levado às suas últimas consequências. “A educação 6 inclusiva é a base da sociedade. Ela nada mais é do que a consequência natural de uma escola de qualidade para todos”, define. Claudia diz que o desafio da escola não está em lidar com as crianças com deficiência, mas em compreender as múltiplas formas de ser um estudante. “A educação inclusiva olha para cada criança como um ser em uma fase específica da vida”, afirma. No entanto, muitas vezes as instituições educacionais não consideram as diferentes formas de aprender quando organizam seus processos. Todos os alunos ficam dispostos em carteiras enfileiradas, sentados por horas para fazer as mesmas atividades. Segundo especialistas como Claudia, a deficiência só evidencia o impacto de um modelo educacional que já não faz mais sentido para os estudantes e não atende às expectativas do século XXI. O projeto inclusivo precisa ser assumido por todos, a fim de que, por meio de um projeto político pedagógico que assume o compromisso com a diversidade, baseado em princípios Democráticos possa realizar adaptações curriculares, que permitam concretizar metas, sustentados em novos paradigmas, desafiando o professor a ser flexível, levando a caminhar para níveis mais elevados de Formação, compromisso e enfrentamento das dificuldades em relação ao processo inclusivo. 5. CONCLUSÃO Uma escola inclusiva permite uma constante revisão de suas práticas e saberes, possibilitando uma tomada de consciência que possa renovar suas concepções. A educação para todos depende da união de esforços e recursos para sua implementação. Se historicamente as pessoas com necessidades educativas especiais foram excluídas e marginalizadas, são necessários uma mudança de atitude e envolvimento com a aprendizagem. É necessário o preparo de toda a comunidade escolar para receber bem os alunos, uma nova concepção de escola precisa ser desenvolvida, a fim de que experiências educacionais possam contribuir com a inclusão dos alunos com necessidades especiais, tornando a escola um espaço acolhedor, de aprendizagem, sustentado por uma prática educativa que favoreça novas formas de compreensão sobre a deficiência, defina o planejamento e acompanha a trajetória escolar dos alunos, contribuindo com a crença da possibilidade de mudança e aprendizagem de todos. É necessário criar uma imagem positiva em relação aos alunos que estão em processo de inclusão, desenvolvendo conteúdos atitudinais, trabalhando respeito, valores e cooperação. 7 A escola precisa ser um ambiente onde se convive harmoniosamente com as diferenças, oferecendo aos alunos uma educação de qualidade, mas isso é um processo. Existe uma progressão em relação às práticas inclusivas nas quais as diferenças são valorizadas e consideradas fontes de aprendizagem, mas ainda há muito para se conquistar. Para dimensionar as diferenças é possível afirmar que a educação inclusiva engloba a educação especial. Uma escola para todos inclui não apenas as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades, mas também os índios, ricos, pobres, brancos, negros, enfim, todos sem distinção. REFERÊNCIAS MÜLLER, Antônio José (Org.). et al. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013. FLORIANI; Marlei Adriana Beyer. Educação Inclusiva. Indaial: Uniasselvi, 2017. VAGULA; Edilaine; VEDOATO, Sandra C. Malzinoti. Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais. Londrina: Unopar, 2014. GARCEZ, Liliane. O que é educação inclusiva. Instituto Rodrigo Mendes e DIVERSA, 2016. Disponível em: https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva/. Acesso em: 02 de julho de 2020. CAPELLINI, Lúcia M. Fialho. Linha do tempo: Educação inclusiva. 2015. Disponível em: youtube.com/watch?v=a4Ntfg98xlY&t=164s. Acesso em 29/06/2020. EDUCAÇÃO ESPECIAL. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: https://www.dicio.com.br/educacao-especial/. Acesso em: 29/06/2020. https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva/ https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva/ https://www.dicio.com.br/educacao-especial/
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