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TCC- Uma análise sobre a implantação da sala de recursos no município de São Francisco do Oeste dificuldades, possibilidades e desafios.

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN 
CAMPUS AVANÇADO PROFª. MARIA ELISA DE A. MAIA – CAMEAM 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DE 
NÚCLEO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO – NEED 
 
 
 
MÍRIAN PALOMA FERREIRA GOMES 
 
 
 
 
UMA ANÁLISE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSOS 
NO MUNICIPIO DE SÃO FRANCISCO DO OESTE: dificuldades, 
possibilidades e desafios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAU DOS FERROS /RN 
2018 
 
 
MÍRIAN PALOMA FERREIRA GOMES 
 
 
 
 
UMA ANÁLISE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSOS 
NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO OESTE: dificuldades, 
possibilidades e desafios. 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura 
Plena em Pedagogia, do Departamento de Educação 
da Universidade do Estado do Rio grande do Norte – 
UERN, Campus Avançado Profª. Maria Elisa de 
Albuquerque Maia – CAMEAM, como requisito 
parcial para obtenção do título de Licenciatura em 
Pedagogia. 
 
Orientadora: Prof.ª. Ma. Cristiane de Fátima 
Costa Freire. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAU DOS FERROS /RN 
2018 
© Todos os direitos estão reservados a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. O conteúdo desta obra é de
inteira responsabilidade do(a) autor(a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam
infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos
Autorais: Lei n° 9.610/1998. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu(a)
respectivo(a) autor(a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográ�cos.
Catalogação da Publicação na Fonte.
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
G633a Gomes, Mirian Paloma Ferreira
UMA ANÁLISE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA SALA
DE RECURSOS NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO
DO OESTE: dificuldades, possibilidades e desafios.. /
Mirian Paloma Ferreira Gomes. - Pau dos Ferros-RN,
2018.
71p.
Orientador(a): Profa. Mª. Cristiane de Fátima Costa
Freire.
Monografia (Graduação em Pedagogia). Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte.
1. Atendimento Educacional Especializado. 2. Sala de
Recursos Multifuncionais. 3. Educação inclusiva. I. Freire,
Cristiane de Fátima Costa. II. Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte. III. Título.
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográ�ca para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido
pela Diretoria de Informatização (DINF), sob orientação dos bibliotecários do SIB-UERN, para ser adaptado às
necessidades da comunidade acadêmica UERN.
 
 
MÍRIAN PALOMA FERREIRA GOMES 
 
 
UMA ANÁLISE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSOS 
NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO OESTE: dificuldades, 
possibilidades e desafios. 
 
 
Monografia aprovada como requisito para a conclusão do 
Curso de Graduação em Pedagogia (Licenciatura), pelo 
Campus Avançado “Profª. Maria Elisa de Albuquerque 
Maia” – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio 
Grande do Norte – UERN. 
 
Monografia aprovada dia 28 de julho de 2018. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
_________________________________________________ 
Profª. Ma. Cristiane de Fátima Costa Freire 
Departamento de Educação/CAMEAM/UERN 
Orientadora 
 
________________________________________________ 
Profª. Ma. Francisca Aline Micaelly da Silva Dias 
Departamento de Educação/CAMEAM/UERN 
1ª Examinadora 
 
_________________________________________________ 
Prof.ª. Esp. Iana Fernandes Caldas. 
Faculdade Evolução Alto Oeste Potiguar- FACEP 
2ª Examinadora 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AEE – Atendimento Educacional Especializado 
CAMEAM – Campus Avançado Prof.ª. Maria Elisa de Albuquerque Maia 
DE – Departamento de Educação 
EJA - Educação de Jovens e Adultos 
SRM – Sala de Recursos Multifuncionais 
UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 – Especificação dos participantes da pesquisa .......................................................... 21 
Quadro 02 – Número de alunos atendidos em 2017 ................................................................... 23 
Quadro 03- Cursos essenciais ..................................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiramente a DEUS, pois somente ele que me sustentou e me deu 
saúde por todos esses anos, mas ele por ser tão perfeito me enviou anjos 
que me levantaram e me ergueram quando já não tinha mais forças para 
continuar. Meus pais: Mariana Ferreira de Lima e Antônio Raimundo 
Gomes, e claro minhas intensas guerreiras de curso, demais familiares e 
amigos... 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de 
graças, apresentem seus pedidos a Deus. 
Filipenses 4:6 
 
 Gostaria de reprisar mais uma vez meu intenso agradecimento ao Senhor por tudo, 
pelo dom da vida e especificamente por este intitulado diploma, pois: “Ele é antes de todas as 
coisas. Nele, tudo subsiste. Col. Cap.1-17. Á ele o meu intenso agradecimento por todo 
cuidado, proteção, e ter me guiado neste caminho árduo. 
 Aos meus queridos pais pela paciência que tiveram nos meus dias de estresse, pelas 
palavras de incentivo, de apoio financeiro pôr as vezes deixar de comprar algo para me ajudar, 
me buscar de guarda-chuva por conta da chuva durante a chegada do ônibus, são memorias 
que ficaram gravadas nesta caminhada. 
 A minha irmã Maria Clara que por muitas vezes me ajudava no que podia para me 
tirar dos vários apertos da faculdade. 
 A Todos os Meus Colegas de Curso pois passamos juntos muitas aflições, em especial 
às minhas amigas que ganhei de presente nessa aventura da universidade: Taís, Lorena, 
Tamires, Joseane, Maria Eliza, Luana, Glaúcia, Camila, entre outros... que estavam comigo 
em meus estresses, choros, e alegrias, muitas vezes estávamos fracos mas apoiávamos umas a 
outras nos obstáculos acadêmicos e pessoais.. foram muito os momentos que me toleraram e 
fizeram da minha caminhada acadêmica prazerosa e contagiante, que Deus abençoe a todos! 
A Minha Orientadora Professora Cristiane de Fátima Costa Freire, que acreditou na 
minha pesquisa e na minha competência, que nas condições presentes da pesquisa obteve 
barreiras de me orientar, mas persistiu e em todo instante procurou me incentivar e engradecer 
este trabalho, meu muitíssimo obrigada! 
A todos os meus professores que me ensinaram durante a faculdade, cada um deles 
trouxe seus ensinamentos contribuintes a minha formação, obrigada pelos “puxões de orelha” 
e incentivos para nos preparar a esta sociedade criteriosa. 
Aos meus amigos e parentes em geral, quem sabe das minhas aflições se sentirá 
tocado neste momento, obrigado pelo incentivo e encorajamento! Mas em especial minha 
https://www.bibliaon.com/versiculo/filipenses_4_6/
 
 
vizinha e amiga Gilvanir que nunca poupou esforços para me ajudar academicamente e com 
apoio moral, o meu muito obrigada. 
Aos Autores Consultados, pois sem eles jamais teria feito tal trabalho. 
 Para quem quiser saber mais sobre esse assunto, divido minhas contribuições com 
vocês, qualquer erro é de minha inteira responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A inclusão acontece quando se aprende com 
as diferenças e não com as igualdades” (Paulo Freire) 
 
 
RESUMO 
Ensinar sempre foi uma missão de coragem, conhecimento e técnica. E esse trabalho não é 
fácil, e principalmente nos tempos atuais onde o percentual de crianças com necessidades 
educacionais aumentou, nesse sentindo novos projetos,e leis, têm sido criados para 
proporcionar um suporte e melhorias significativas para ajudar o professor no processo de 
ensino-aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Em 2008 é sancionado o projeto das Salas 
de Recursos Multifuncionais – SRM ocorrendo a partir dela o Atendimento Educacional 
Especializado – AEE, para proporcionar mudanças significativas de inclusão e aprendizado. A 
nossa pesquisa vem expor as análises de como foi a implantação da SRM na cidade de São 
Francisco do Oeste mostrando suas dificuldades, mudanças que tiveram que fazer para 
implantar a sala, suas angustias, e as lutas que percorrem diariamente em todo o caminho 
trilhado na educação. Direcionando o olhar em determinados objetivos, identificar as 
dificuldades encontradas no processo de implantação da sala, entender as possiblidades 
educacionais surgidas com a implantação da sala, e refletir sobre os desafios que permeiam o 
AEE na escola municipal. A investigação em pauta, apropriou-se de uma abordagem 
qualitativa, com estudo bibliográfico e de campo, utilizando-se de observações e aplicação de 
questionários, apropriando-se das discussões de alguns autores, Mantoan (2010), Mazzota 
(2001), Carvalho 2016), Freitas (2006), Romanowski (2007), entre outros. As análises nos 
levaram a constatar que, a implantação da sala foi um grande avanço no espaço físico da 
escola, no entanto, as atividades do AEE iniciaram-se com uma professora que não tinha 
experiência e cursos apropriados para atuar nessa área, apesar de se profissionalizar após 
assumir, ainda não se sentia pronta para atender o público alvo da referida sala com eficiência. 
A escola não dispõe de ações inclusivas, mas a gestão entende e conhece a sala e sua 
importância, como também não há articulação com os professores da sala regular e nem ajuda 
na família. Nesse sentido, se faz necessário uma união escolar em prol da inclusão dos alunos, 
mais conhecimentos para todo âmbito escolar, onde a sala do AEE possa ajudar no 
desenvolvimento das crianças e no processo de ensino na sala regular. 
Palavras-chave: Atendimento Educacional Especializado. Sala de Recursos Multifuncionais. 
Educação inclusiva. 
 
 
 
 
RESUMEN 
Enseñar siempre fue una tarea que requiere mucha coraje, conocimiento y técnica. Y no es un 
trabajo fácil, principalmente en los tiempos actuales donde el porcentaje de niños con 
necesidades educativas aumentó, en ese sentido nuevos proyectos y leyes, han sido creados 
con en intuito de proporcionar un suporte y mejorías que ayudan el profesor durante el 
proceso de enseñanza y aprendizaje y en el desarrollo del alumno. En 2008 fue sancionada el 
proyecto de las “Salas de Recursos Multifuncionais – SRM” ocurriendo a partir de ella el 
“Atendimento Educacional Especializado – AEE”, para proponer cambios significativos de 
inclusión y aprendizaje. La nuestra investigación ven exponer las análisis de como ocurrió la 
implantación de la SRM en la ciudad de São Francisco do Oeste/RN, mostrando sus 
dificultades, los cambios que tenían que hacer para la implantación de la clase, como también 
sus angustias y las luchas que enfrentan diariamente en todo el camino trillado en la 
educación. Direccionando la mirada en determinados objetivos, identificar las dificultades 
encontradas en el proceso de implantación de la sala, y entender las posibilidades educativas 
surgidas con la implantación de la sala, y reflexionar sobre los desafíos que permean el AEE 
en la escuela municipal. La investigación apropio-se de una abordaje cualitativa, con estudios 
bibliográficos y de campo, teniendo como método algunas observaciones y aplicación de un 
cuestionario, como también, utilizamos también la discusión de algunos autores, tales como 
Mantoan (2010), Mazzota (2001), Carvalho 2016), Freitas (2006), Romanowski (2007), entre 
otros. Los análisis nos llevaron a constatar que, la implantación de la sala fue un gran avance 
en el espacio físico de la escuela, entretanto las actividades del AEE empezaran con una 
profesora que no tenía experiencia y cursos apropiados para actuar en esa área, a pesar de 
tener la preocupación de buscar nuevos cursos después de asumir, aun no se sentía pronta para 
atender el público de la referida clase con eficiencia. La escuela no dispone de acciones 
inclusivas, pero la gestión entiende y conoce la clase y su importancia, como también no hay 
articulaciones con los profesores de las clases regulares y tampoco ayuda de la familia. En ese 
sentido, se haz necesario una unión de la escuela en favor de la inclusión de los alumnos, 
como más conocimientos para todos de la escuela, donde la clase del AEE pueda ayudar en el 
desarrollo de los niños y en el proceso de la enseñanza en la clase regular. 
Palabras-clave: Atención Educativa Especializada. Clase de Recursos Multifunción. 
Educación inclusiva. 
 
 
 
Sumário 
 
1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12 
2.PERCORRENDO O CAMINHO METODOLÓGICO DA PESQUISA .......................... 16 
2.1.A PESQUISA QUALITATIVA E DE CAMPO ................................................................... 16 
2.1.1.Colaboradores da pesquisa .............................................................................................. 18 
2.1.2.Conhecendo e descrevendo o cenário da pesquisa ........................................................ 19 
2.1.3.Caminhos trilhados na pesquisa..........................................................................24 
3.EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONTEXTUALIZANDO PONTOS QUE MARCARAM SUA 
TRAJETÓRIA...........................................................................................................................22 
3.1.ASPECTOS HISTÓRICOS DA INCLUSÃO ...................................................................... 24 
3.2CONHECENDO A SALA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO................................................................................................................... 29 
3.3.O PAPEL/PERFIL DO PROFESSOR DO AEE NA SALA REGULAR DE 
ENSINO.......................................................................................................................................33 
4.ANALISANDO O QUE COLHEMOS ................................................................................. 39 
4.1.IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: UM OLHAR 
REFLEXIVO DA GESTÃO ....................................................................................................... 39 
4.2.A IMPLANTAÇÃO DO AEE NA REFLEXÃO DA PROFESSORA REGENTE .............. 43 
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 52 
REFERÊNICIAS: ..................................................................................................................... 54 
APÊNDICE ................................................................................................................................ 57 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Para ocorrer desenvolvimento social, político e econômico é necessário profissionais 
capacitados instruídos em conhecimento, que possam liderar, governar industrias e empresas, 
é assim que enxergamos o valor eminente da educação para a sociedade sem ela não seria 
possível qualificar os indivíduos para o funcionamento de cargos no meio social. Assim, a 
educação e economia andam juntas e é o que move a sociedade, e o país como um todo. 
Entendendo o quanto que a educação é importante para formar o ser humano em todas as suas 
dimensões sociais, cognitivas e afetivas, é necessário que todos tenham acesso a uma 
educação. Mas, desde seus primórdios até os dias atuais o direito por uma educação de 
qualidade e para todos é uma constante busca de realizações. 
 A escola sempre foi sinônimo de desenvolvimento, aprendizagem e crescimento 
intelectual. Antigamentenão era visível aos olhos de muitos, as dificuldades de aprender dos 
alunos, a escola ensinava e quem não conseguia acompanhar acabava saindo. Houve avanços 
e o contexto escolar foi mudando, tornando-se espaço de inclusão e de direito de todos à uma 
educação de qualidade. 
 A sociedade vive intensas mudanças diariamente, sua modernidade e tecnologia 
atualmente cresce cada vez mais, é por isso que as áreas de educação, beleza, moda, e entre 
tantos outros fatores mudam em torno das mudanças sociais. Neste sentido, a educação é um 
elemento poderoso para a transformação da sociedade e dos indivíduos, constantemente ela 
muda seus processos de ensino e meios facilitadores de aprendizagem, porém, não pode 
trabalhar sozinha, cabe a sociedade eliminar as barreiras que possam distanciar o pleno 
desenvolvimento da educação. Nesse sentido de acordo com Sassaki (2010): 
 
Cabe, portanto, à sociedade eliminar todas as barreiras arquitetônicas, 
programáticas, metodológicas, instrumentais, comunicacionais e atitudinais 
para que as pessoas com deficiência possam ter acesso aos serviços, lugares, 
informações e bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal, social, 
educacional e profissional. (SASSAKI 2010, p.45). 
 
 Com o passar dos tempos as necessidades educacionais dos alunos ficaram mais 
expressivas e os estudos sobre certas síndromes foi acontecendo, partindo em busca de 
entender o que essas crianças precisam para que o seu desenvolvimento psicológico e 
educacional aconteça. Para isso, é necessária toda uma equipe de profissionais como, 
psicólogo, psicopedagoga, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, entre outros especialistas. 
13 
 
Emerge então a educação inclusiva, que nos últimos anos tem ganhado a importância de 
mostrar o quão é interligada com a educação para obter o ensino-aprendizagem benéfico para 
todos. Para se fazer a inclusão nas escolas e desenvolvimento educacional de crianças com 
necessidades educacionais especiais é formada a sala do AEE – Atendimento Educacional 
Especializado a partir do Decreto nº 6.571, em 17 de setembro de 2008. 
As escolas estão cada vez mais com crianças com necessidades educacionais, com isso 
a procura por tutores, profissionais especializados, está constante, pois é descrito por lei a 
participação desses alunos em sala regular, e é necessário que a escola esteja pronta a atendê-
los tanto em estrutura física como em corpo de docentes preparados. 
Ao estudar a educação para a inclusão de alunos com necessidades educacionais, me 
identifiquei com a disciplina de Educação Especial e ao trabalhar diretamente com uma 
criança autista, surgiu o interesse de saber sobre o atendimento da sala do AEE pois 
recentemente chegou em minha cidade no ano de 2015 - São Francisco do Oeste- RN, onde já 
existem algumas crianças que já participam e cremos que futuramente existirão mais que vão 
precisar deste atendimento. 
Pensando em minha formação profissional, e também por ter interesse de atuar no 
campo da inclusão, entender a sala do AEE, foi fundamental para análise deste tema. A 
pesquisa tem como pergunta geradora: Como se deu a implantação da Sala de Recursos 
Multifuncionais em uma Escola do Município de São Francisco do Oeste? tendo o 
propósito de investigar como ocorreu a implantação desta sala, como é o seu atendimento e 
capacidade profissional, a partir dos conhecimentos teóricos dos autores, comparando com a 
realidade vivida no município de São Francisco do Oeste
1
. 
A pesquisa traz um breve histórico sobre a inclusão, e detalhadamente a pesquisa se 
delimitará nos seguintes objetivos visando o olhar na Sala de Recursos Multifuncionais da 
rede municipal da cidade de São Francisco do Oeste. Pretende-se trazer a reflexão sobre a 
importância desta sala do AEE, entender quais desafios são encontrados para o funcionamento 
da sala, e constatar quais as possiblidades para um melhor Atendimento Educacional 
Especializado, e que empecilhos são encontrados para proporcionar o devido 
desenvolvimento nas aulas, saber se é por falta de materiais, apoio escolar ou familiar, 
capacidade profissional, entre outros quesitos que podem condicionar problemas para a 
resolução de um melhor atendimento. 
 
 
1
 Cidade localizada no interior do Rio Grande do Norte – RN. 
14 
 
Este trabalho pretende abordar a importância da inclusão e da sala do AEE nas 
escolas, e suas principais leis, porém focaremos na sala de recursos multifuncionais, onde é o 
objetivo da pesquisa, trazer conhecimentos sobre essa riquíssima sala, deixando claro que ela 
é para complementar ou suplementar as atividades do aluno, a criança não pode deixar de 
frequentar a sala regular. Hoje, esse recurso existente traz consigo uma esperança para pais, 
alunos, professores que sofrem de algum modo e com a vivência desta sala podem favorecer e 
desenvolver habilidades nos alunos, melhorando os conhecimentos com os ensinamentos da 
sala regular. 
Sabe-se que muitos não tem condições econômicas de favorecer um acompanhamento 
terapêutico, e existir o AEE nas escolas públicas, é como uma luz para encontrar alternativas 
de evolução. No caso deste município onde a sala foi explorada, é uma comunidade que a 
maioria das pessoas são de classe baixa e não tem condições econômicas e nem psicológicas 
para conseguirem sozinhas os suprimentos necessários que a criança precisa, a essência da 
funcionalidade do AEE na cidade deve guiar e ajudar as famílias que precisam deste 
atendimento. No entanto, sabemos que todo o desenvolvimento das políticas públicas para a 
educação inclusiva e educação em geral precisam da execução de recursos do governo. 
A presente pesquisa decorre de uma abordagem qualitativa em base de apontamentos 
bibliográficos com a pretensão de trazer uma dimensão da praticidade da sala de atendimento 
educacional especializado com base nas concepções teórico-metodológicas: MANTOAN 
(2010), SANTOS (2010), CARVALHO (2016), MINAYO (2006), MAZZOTA (2001), 
CARVALHO 2016), FREITAS (2006), ROMANOWSKI (2007), entre outros. 
Nesse sentido firmando nos seguintes objetivos para obter um olhar crítico na 
pesquisa, temos como objetivo geral: conhecer as dificuldades, as possibilidades e os 
desafios que permeiam o processo de implantação da sala de recursos multifuncionais na 
Escola Municipal aqui investigada, e durante a pesquisa buscaremos ampliar nossas 
informações de acordo os objetivos específicos: Identificar as dificuldades encontradas no 
processo de implantação da sala de recursos multifuncionais na Escola Municipal da cidade 
de São Francisco do Oeste; entender as possiblidades educacionais surgidas com a 
implantação da sala de recursos multifuncionais na referida escola; e refletir sobre os desafios 
que permeiam o AEE. Dessa forma com os objetivos comtemplados obteremos maiores 
conhecimento acerca da implantação da sala de recursos multifuncionais. 
Com esta pesquisa espera-se trazer mais conhecimento acerca da sala do AEE e deixar 
claro a sua importância em âmbito nacional e no município que a pesquisa foi desenvolvida. 
Falar de inclusão se tornou um tema apropriado para palestras à ouvintes e profissionais da 
15 
 
área, porém, os discursos continuam bonitos, e mais profissionais estão se envolvendo na 
inclusão. Mas, ainda não se pode dizer que temos uma sociedade inclusiva. 
No entanto, não podemos desanimar e deixar que os dados comprovados em pesquisas 
nos desanimem a falar e a pensar maneiras ou formas diferenciadas para o aluno com 
deficiência, continuemos com esperança, garra e metodologias para propor o melhor para 
esses aprendizes. 
O trabalho acadêmico se desenvolverá com a descrição da metodologia da pesquisa, 
descrevendo o cenário, tipo de pesquisa, e forma investigada. Após o capitulo teórico de 
forma geral sobre os temas, o primeiro capitulo é sobre os aspectos históricos da inclusão, 
trazendoum resumo dos caminhos percorridos para a realidade da inclusão. No outro tópico 
conhecendo a sala do atendimento educacional especializado, trazemos a dimensão das leis e 
metodologias que permeiam a sala. E por fim com o último tópico do referencial teórico, 
sobre o papel/perfil do professor do AEE na sala regular de ensino, referenciando a visão do 
professor e como deve ser sua atuação e formação para exercer a docência. Finalizando a 
pesquisa com as análises sobre a investigação, primeiramente ao olhar da gestão e depois com 
o olhar da professora regente, terminando nosso trabalho acadêmico com as considerações 
finais decorrentes de todo o percurso estendido para a realização deste estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. PERCORRENDO O CAMINHO METODOLÓGICO DA PESQUISA 
 
O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, 
mas é antes de tudo aprender a aprender, é aprender a se desenvolver e 
aprender a continuar a se desenvolver depois da escola. (Jean Piaget,2018). 
 
 A universidade nos mostra os melhores caminhos para se desenvolver como educador 
seja, em pesquisas, autores, estratégias, mas como Piaget afirma devemos continuar se 
desenvolvendo fora do campus, tornar-se um profissional pesquisador e interessado em mudar 
as situações cotidianas da educação, não somente estender um diploma mas tentar fazer a 
diferença como alguém que aprendeu meios e teorias significativas e tem que ensinar. 
Como educadores precisamos estar em constante conhecimento e debruçar em 
informações que possam aprimorar as práxis durante as aulas. A pesquisa traz um percurso 
caminhado em prol da concretização da implantação da sala de recursos multifuncionais 
elevando os passos para uma efetiva inclusão. 
A seguir a presente pesquisa descreverá a metodologia utilizada, o lócus, o tempo da 
investigação, e instrumentos usados para realização da mesma, se apropriando de autores 
como Minayo (2001), Oliveira (2008), para nos orientar e nos auxiliar a ter um olhar de 
pesquisador para uma melhor desenvoltura no trabalho cientifico. 
 
2.1.A PESQUISA QUALITATIVA E DE CAMPO 
 
 Para se concretizar, a pesquisa foi consolidada de caráter empírico, uma pesquisa 
qualitativa, que segundo Minayo (2001) trabalha com o universo dos significados, dos 
motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Com a utilização do diário de 
aula/campo como método. 
 Decorrendo-se de outro autor para a estruturação da pesquisa qualitativa ou 
abordagem qualitativa, o autor Oliveira (2008) enfatiza a forma da pesquisa, como um 
processo de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para a 
compreensão detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico e/ou segundo sua 
estruturação. 
Para a conceituação da pesquisa é utilizado técnicas que facilitem a compreensão do 
objeto estudado, que segundo Oliveira (2008) as técnicas são instrumentos para a coleta de 
dados e informações para se chegar a um melhor conhecimento da realidade em estudo. 
17 
 
A seguinte investigação traçou como técnica as observações, que segundo Bogdan e 
Biklen (1994, p. 45): “centra-se numa organização particular (escola, centro de reabilitação) 
ou nalgum aspecto particular dessa organização. [...]”. Nesse sentindo fundamenta-se somente 
em um local específico dentro da organização, um grupo específico de pessoas e qualquer 
atividade da escola, o tipo e tempo da pesquisa pertence ao autor. 
 Em busca da concretização dos nossos objetivos, propomos a realização de estudos 
bibliográficos e pesquisa de campo que segundo Minayo (1993): 
 
“O trabalho de campo permite a aproximação do pesquisador da realidade 
sobre a qual formulou uma pergunta [...] é claro que a riqueza desta etapa vai 
depender da qualidade da fase exploratória. Ou seja [...] do levantamento 
bibliográfico [...] dos conceitos bem trabalhados que viabilizem sua 
operacionalização no campo e das hipóteses formuladas” (MINAYO 1993, 
p.61). 
 
Através desses autores pretendíamos ser norteados para montar um roteiro para um 
diário de campo, questionário com o profissional que desempenha o trabalho da sala de 
SRM
2
, em uma escola municipal de São Francisco do Oeste – RN, cidade localizada no Rio 
Grande do Norte. Com uma duração estimada de 3 (três) meses, estivemos em constante 
contato com a profissional e os alunos da sala de recursos multifuncionais, a procura das 
respostas as nossas indagações através de intensas observações, aprimorando com um 
questionário para diretora da escola, com anotações durante toda a pesquisa. É nesse período 
que buscamos as respostas as nossas investigações, como também acontecerá uma troca de 
aprendizagem. 
O diário de campo tem como objetivo realizar, por meio de observações, questionários 
e anotações, o registro de práticas realizadas durante visitas e discussões no decorrer de 
determinada pesquisa e/ou acompanhamento de algum procedimento/projeto, no intuito, de 
facilitar a compreensão e análise da coleta de dados, utilizando-se também dos estudos de 
Minayo (1993). 
Sabendo da dimensão das deficiências intelectuais e físicas das crianças que abrange 
todos os lugares do país, sabe-se da nítida importância de uma sala de Atendimento 
Educacional Especializado, estrutura física, professores especializados, acompanhantes para 
 
 
2
 Sala de Recursos Multifuncionais. 
18 
 
fazer a inclusão necessária, cada quesito complementa e suplementa para fazer a educação, 
pois cada qual tem sua participação para composição educacional. 
Portanto, objetiva-se analisar os dados conseguidos através da pesquisa para saber de 
que forma aconteceu a implantação da Sala de Recursos Multifuncionais, quais são as 
dificuldades que permeiam na sala para aplicação das atividades, que possibilidades 
educacionais surgiram com a sala, e quais desafios a professora e gestão enfrentam em torno 
do AEE. Como de maneira geral, vislumbraremos se a inclusão tanto descrita em planos 
educacionais e documentos está sendo construída na escola, a inclusão de verdade acontece 
quando a escola muda suas atitudes e principalmente seus conceitos e obtém a empatia do 
aluno com deficiência ou necessidades educacionais especiais, para buscar soluções que o 
ajudem a se desenvolver e ser incluído como se deve no contexto da sala de aula e 
consequentemente da escola como um todo. 
 
2.1.1 Colaboradores da pesquisa 
 A pesquisa contou com duas profissionais da educação, a professora da Sala de 
Recursos Multifuncionais e a diretora da referida escola. Assim, mediante estudos 
bibliográficos, observação in-locus e a realização de aplicações de questionários com as duas 
educadoras se formulou a investigação, desta forma descrevemos de maneira sucinta e 
detalhada o percurso metodológico para melhor compreensão do leitor. Os profissionais 
tiveram seus nomes ocultados e substituídos por pseudônimos, primando pela ética da 
pesquisa. 
 
Quadro 01 – Especificação dos participantes da pesquisa. 
Participante Função que exerce Formação 
Professora Bruna Professora da Sala de Recursos 
Multifuncionais – SEM 
Graduação em Biologia e Serviço 
Social, com especialização em 
Psicopedagogia, e atualmente está 
em formação no Atendimento 
Educacional Especializado - AEE 
Diretora Fernanda Gestora da escola Letras – Hab. em Língua Inglesa e 
possuí Pós-graduação em 
Psicopedagogia Institucional 
Fonte: pesquisa direta. 
 
 Em conversas informais a professora da Sala de Recursos Multifuncionais nos 
informou sobre suas experiências educacionais, é interessante ressaltar que ela sempre atuou 
19 
 
na função de gestora e essa é sua primeira atuação como professora. Acreditamos ser uma 
grande responsabilidade reger a sala do AEE é necessário ter muito conhecimento, as 
experiências contam muito neste momentopara a segurança e firmamento emocional do 
professor. A professora está no seu segundo ano de atuação da referida sala e constantemente 
procura cursos para se especializar. 
 Durante as observações foi visto alunos participando do atendimento no mesmo 
horário de sua aula da sala regular, o número pequeno apenas 2 alunos, mas um fato 
contraditório ao que se refere a Resolução nº 04/2009 (BRASIL, 2009), o AEE deve ser 
ofertado no contraturno. Desta forma a sala pesquisada não atende por completo as normas 
legais, no entanto, a educadora me aponta os motivos do porquê deste acontecimento, aluno 
que quer participar da sala diariamente, outros que não tem noção do horário e do respectivo 
dia, isso resulta da falta de apoio da família. 
 O atendimento acontece por dia agendado, cada aluno tem o seu dia de ser atendido e 
horário, aproximadamente 1 ou 2 horas individualmente, raramente são atendidos em 
pequenos grupos, somente quando é para se fazer alguma atividade grupal, que acontece de 
alunos irem no mesmo horário decorrente a feriados, faltas, então a professora que é muito 
criativa e alegre usa esses momentos para fazer decorações de objetos ou espaços na sala para 
trabalhar temas como o natal ou são João por exemplo. 
 
2.1.2 Conhecendo e descrevendo o cenário da pesquisa 
 A pesquisa aconteceu em uma escola municipal da cidade de São Francisco do Oeste – 
RN, ela possui a Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) – tipo I, implantada no ano de 
2015. Escolhida por ser uma sala de grande porte do sistema inclusivo em um município 
pequeno e sendo localidade de moradia da pesquisadora. 
 A escola foi criada em 1964 e está localizada no centro da cidade na zona urbana. 
Conta com aproximadamente 600 alunos nos turnos matutino, vespertino e noturno, 
atendendo o Ensino Fundamental e o EJA (Educação de Jovens e Adultos). O Atendimento 
Educacional Especializado é oferecido na Sala de Recursos Multifuncionais nos turnos 
matutino e vespertino. A instituição conta com 25 professores, com um quadro de 
funcionários que são 3 supervisores, um diretor e vice-diretor, 7 cozinheiras, 10 Asgs, 5 
porteiros/vigia, e 1 coordenador do EJA. A escola é distribuída em 13 salas do Ensino 
Fundamental Anos Iniciais, 9 salas de Ensino Fundamental Anos Finais, 1 sala o AEE, 1 
20 
 
secretaria, 1 diretoria, 1 cozinha, 1 espaço cultural, 1anexo com sala de leitura e laboratório de 
informática, 1 espaço cultural. 
 As observações da pesquisa ocorreram no turno vespertino, foi visto mais de 10 
alunos, ao total são 14 alunos atendidos, inclusive da zona rural. A seguir demonstraremos em 
um quadro os alunos atendidos: 
 
Quadro 02 – Número de alunos atendidos em 2017 
Necessidade Educacional Especial Número de 
alunos 
Ano de Escolaridade 
Retardo mental leve
3
, transtornos 
hipercinéticos
4
 
2 5° ANO 
Retardo mental 
5
e epilepsia 
6
 1 5° ANO 
Síndrome Down
7
 2 3°, 5° ANO 
Comprometimento motor 
8
 1 8° ANO 
Deficiência intelectual 
9
 1 4° ANO 
Transtorno mental moderado
10
 1 5° ANO 
 
 
3
 Retardo mental leve: Amplitude aproximada do QI entre 50 e 69 (em adultos, idade mental de 9 a menos de 12 
anos). Provavelmente devem ocorrer dificuldades de aprendizado na escola. Muitos adultos serão capazes de 
trabalhar e de manter relacionamento social satisfatório e de contribuir para a sociedade. 
4
 Os transtornos hipercinéticos, ditos transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), constituem um 
grupo de transtornos caracterizados por início precoce (habitualmente durante os cinco primeiros anos de vida), 
falta de perseverança nas atividades que exigem um envolvimento cognitivo, e uma tendência a passar de uma 
atividade a outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade global desorganizada, incoordenada e 
excessiva. Há: F90.1 Transtorno hipercinético de conduta: Transtorno hipercinético associado a transtorno de 
conduta, e F90.9 Transtorno hipercinético não especificado: Reação hipercinética da infância ou da adolescência 
sem outra especificação Síndrome hipercinética sem outra especificação. 
5
 F70-F79 Retardo mental: Parada do desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto do funcionamento 
intelectual, caracterizados essencialmente por um comprometimento, durante o período de desenvolvimento, das 
faculdades que determinam o nível global de inteligência, isto é, das funções cognitivas, de linguagem, da 
motricidade e do comportamento social. O retardo mental pode acompanhar um outro transtorno mental ou 
físico, ou ocorrer de modo independentemente. 
6
 É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, 
drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais 
incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. 
7
 A síndrome de Down (SD) é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 
21, por isso também conhecida como trissomia 21. 
8
 o grau de comprometimento neuromotor interfere funcionalmente no desempenho motor; quanto maior a 
gravidade do comprometimento, maior será a presença de fatores limitantes que podem restringir a capacidade 
funcional das crianças portadoras de PC. 
9
 Quadro de inteligência e conjunto de habilidades gerais da vida abaixo da média, manifestado antes dos 18 
anos. 
10
 O retardo mental moderado é quando a pessoa apresenta um quociente de inteligência (QI) entre 35 e 55. 
Assim, as pessoas afetadas apresentam uma maior lentidão para aprender a falar ou sentar, mas se receberem o 
tratamento e apoio adequados, conseguem viver com alguma independência. 
21 
 
Portador de retardo psicomotor dos quatro 
membros, compatíveis em paralisia celebral 
11
 
1 7° ANO 
Leve lentificação do ritmo base, ausência de 
atividade paroxística 
12
 
1 9° ANO 
Fonte: pesquisa direta. 
 
2.1.3 Caminhos trilhados na pesquisa 
 
 Como já havia acontecido a visita prévia no dia 02 de novembro de 2017 na instituição 
onde seria a pesquisa e a sala especificamente, foi possível conversar com a professora e 
gestão antes do pedido oficial para a realização da investigação. Após a professora ter 
assinado o termo de consentimento, iniciou-se no dia 15/11/17 e terminou no dia 29/11/2017 
com observações em sua sala, tivemos uma observação estruturada ou sistemática, ela 
pressupõe um planejamento quanto à coleta de dados (Oliveira 2008, p.79), para assim 
facilitar o olhar do pesquisador, determinamos os seguintes aspectos: 
 
1° dia: Infraestrutura da sala e dos equipamentos 
2° dia: Domínio de conteúdo da professora 
3° dia: Participação dos alunos 
4° dia: Dinâmica das aulas (metodologias) 
 5° dia: Conhecer os planos de aula e documentos 
 
 Nas diversas visitas a sala pudemos conversar com a profissional onde nos relatava 
suas dificuldades e acertos nesse percurso educacional, muitas vezes ocorria um desabafo 
mediante o trabalho desenvolvido, relacionado a suas angústias e acontecimentos positivos. 
Como de certa forma, em alguns diálogos, e ajudas em atividades a observação foi 
participante pois estabelece uma relação direta com os grupos ou pessoas [...] interrogando-os 
sobre os atos e seus significados por meio de um constante diálogo (OLIVEIRA 2008, p.81). 
 A pesquisa durou aproximadamente 15 dias com observações de 4 a 5 horas semanais 
no turno vespertino, ao término das observações de cada dia foi feito relatórios para 
posteriormente uma melhor concretização de dados. 
 
 
11
 A impossibilidade da ação corporal provocada pela ocorrência de uma lesão cerebral interfere negativamente 
no desenvolvimento e no crescimento infantil. 
12
 Os surtos de ondas lentas podem ocorrem na infância, na velhice e em algumas formas de epilepsia. A sua 
presença isoladanão significa que exista doença ou que seja necessário algum tipo de tratamento. 
22 
 
3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONTEXTUALIZADO PONTOS QUE 
MARCARAM SUA TRAJETÓRIA 
 
 Atualmente entendemos que se faz necessário uma inclusão e que as pessoas que 
possuem alguma deficiência não são seres marginais ou algo contagioso, mais sim que 
precisam de intervenção clínica, psicológica e pedagógica. Para entendermos o 
desenvolvimento da inclusão atualmente o texto está divido em alguns tópicos para um 
melhor entendimento. 
 A sociedade brasileira passou por suas transformações e sucessões de governantes e 
em cada um deles mudanças na educação para crianças especiais aconteceram. Deu-se início 
na época imperial com D. Pedro II que inaugurou os primeiros institutos, o do Imperial 
Instituto dos Meninos Cegos e Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. 
 Na época de 1854 para os anos atuais muita coisa mudou, nesse sentindo várias 
escolas para deficientes foram criadas, dentre os cinquenta e quatros estabelecimentos, 
destacam-se: O colégio dos Santos Anjos em Santa Catarina fundado em 1909, a Sociedade 
Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro criada em 1948, o Instituto de Cegos da Bahia em 
Pernambuco de 1935, dentre outros que foram muito importantes para iniciar a educação dos 
deficientes. 
 Com pensamentos renovados, o que antes era uma educação integradora passou a 
entender que deve incluir, surgiram mais deficiências, necessitando de mais escolas, leis, e 
consequentemente, o direito a educação para todos segundo a Educação como Direito Social 
na Constituição Federal reza no seu Art. 6º. A educação especial está conquistando seu espaço 
que é por direito segundo a vigência da LDB nº 9394/96 (BRASIL, 1996), que no seu capítulo 
V define educação especial como modalidade de educação escolar oferecida 
preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com necessidades especiais. 
 Aparentemente tudo descrito nas leis, campanhas para inclusão, programas e projetos 
tudo esquematizado, porém, é sim uma vitória da educação inclusiva a garantia da sua 
vivência vigente com a lei, mas, para a sua eficiência são necessários outros parâmetros. É 
preciso a escola em geral se capacitar, principalmente os professores para receber e ensinar os 
alunos público alvo da Educação Especial. 
 Portanto, porque é tão comprometido e complicado conseguir a inclusão, Mantoan 
(2006) aponta o motivo: O direito a diferença nas escolas desconstrói, portanto, o sistema 
atual de significação escolar excludente, normativo, elitista, com suas medidas e mecanismos 
23 
 
de produção da identidade e da diferença. O padrão único escolar já advém faz décadas e não 
será alterado e transformado rapidamente. 
 Não se pode, porém, deixar de lutar pelo direito que é do indivíduo por uma educação. 
A realidade é fria e cruel, existem denominações na classe regular, quem são os inteligentes, 
hiperativos, carentes, comportados, deficientes, fazendo diminuir a objetividade do ensino 
levando a crer que tal indivíduo não pode sobressair-se. É preciso renovações de currículo, 
pensamentos, formações e principalmente ações, de acordo com Mantoan (2006): 
 
As condições que dispomos, hoje, para transformar a escola nos autorizam a 
propor uma escola única e para todos, em que a cooperação substituirá a 
competição, pois o que se pretende é que as diferenças se articulem e 
componham e que os talentos de cada um sobressaiam. (MANTOAN 2006, 
p.198) 
 
 O desenvolvimento de uma criança especial acontece aos poucos, só é perceptível aos 
olhos sensíveis de um verdadeiro educador. Os seus avanços que comparado a outros são 
pequenos, para eles são de fato extraordinários. O fato de melhorar a sua coordenação motora, 
seu vocábulo, aprender a língua de sinais, correr, pular, são melhorias em seu 
desenvolvimento psíquico e motor que somente o indivíduo e o profissional percebem. 
 A construção de uma educação inclusiva vai muito além de mudanças estruturais ou 
organizacionais, implica no amadurecimento das emoções, na empatia pelo outro, numa 
transformação de caráter de se dizer de amor fraterno, educar é ensinar alguém que tem 
limitações e propor um sorriso ou respectiva evolução é uma grande conquista para ele e seus 
familiares. 
 Refere-se a uma futura educação que será norteada de alunos com suas diferentes 
deficiências, os dados comprovam a cada ano o aumento de alunos com determinadas 
deficiências e das dificuldades encontradas pelos professores no âmbito escolar, são 
necessárias mudanças urgentes enquanto há ainda tempo de se refazer seu planejamento 
escolar, portanto Mantoan (2006) descreve: 
 
Confirma-se ainda, mais uma razão de ser da inclusão: um motivo para que a 
educação se atualize, para que os professores aperfeiçoem suas práticas e as 
escolas públicas e particulares se obriguem a um esforço de modernização e 
reestruturação de suas condições atuais a fim de responder às necessidades 
de cada um de seus alunos, em suas especificidades, sem cair nas malhas da 
educação especial e suas modalidades de exclusão. (MANTOAN 2006, 
p.199). 
 
24 
 
 A educação no país tem que ser um nível padrão para todos, mas infelizmente as 
escolares particulares as vezes proporcionam muito mais aprendizado, o projeto das escolas 
federais se mostra visivelmente um melhor programa de estudo, mas não são incorporadas na 
maior parte do país. A educação para ser de qualidade à todos ainda são necessárias muitas 
mudanças, a seguir veremos a contextualização histórica do percurso de desenvolvimento da 
educação inclusiva. 
 
3.1.ASPECTOS HISTÓRICOS DA INCLUSÃO 
 
 Diante do século XXI as inovações da tecnologia contaminam toda a humanidade, 
vivendo um consumismo e sendo atraído pelo novo. A educação também passou por tais 
mudanças que traz um significado diferente ao que é hoje, traçado de uma linhagem 
capitalista e autoritária, a educação já foi somente para os ricos, educação técnica voltada 
apenas para o trabalho, e sociológica, os conteúdos explicados eram criticamente citados pelo 
governo. Atualmente ainda convivemos com essas características mais de níveis diferentes, 
hoje através da constituição de 1998 decreta a educação para todos e de qualidade. 
 Diante de várias questões que a educação percorreu para chegar ao que ela é hoje, 
permitir que os alunos se expressem e que os professores tenham a liberdade de ensinar a 
cidadania e emitir valores morais. Podemos imaginar a tamanha luta que foi para a educação 
inclusiva ganhar o seu espaço, ao decorrer dos anos as crianças/adolescentes que não 
acompanhavam o ensino foram sendo estudados e identificados certos transtornos. É descrito 
por lei no Decreto 5.296/2004 de acordo com uma atualização na legislação, é dever do 
Estado promover essa educação para eles também, mesmo estando decretado por lei os seus 
direitos, esta educação é muito fragilizada e não tem o apoio apropriado. 
 Ao se falar de educação inclusiva é necessário esclarecer o porquê desta denominação, 
é referido assim por conta da organização de educação brasileira em que exclui seus alunos, 
seja por deficiências físicas/ intelectuais, como situações sociais econômica desfavorável, 
padrões escolares com esquemas de integração, nesse sentindo surge a educação com o tema 
de “incluir” esses que são considerados descartados para a educação, nisso a educação 
inclusiva visa englobar todos para uma educação qualificada. 
 O Brasil traz consigo um tipo de mercado econômico excludente fazendo com que 
muitas famílias não fossem incorporadas diretamente ao setor produtivo. Desde os anos 30 do 
século XX, o país inicia propriamente seu período de industrialização, com a crescente 
25 
 
urbanização aumenta a demanda educacional, assim como neste período já existia crianças 
que necessitavam de um atendimento especializado. 
Até o século XVIII não havia conhecimento sobre as deficiências, elas eramligadas ao 
misticismo e ocultismo. Não existia dados científicos para contextualiza-las e muito menos 
direitos sobre igualdade e respeito. O que é desconhecido gera polêmica e diferença do que é 
comum, eram assim que as pessoas da época se deparavam e por influência também religiosa, 
com falta de humanidade acompanhada por ausência de informações as pessoas que tinham 
alguma deficiência eram ignoradas e marcadas como marginais. 
 Podemos observar o caráter que a educação inclusiva se propunha, como algo 
separado e “contagioso”. Nesta fase não tinha atenção educacional para os alunos com 
deficiência, a sociedade que deveria abraçar e propor ideias de possível inclusão ignorava-os, 
rejeitava, perseguia e explorava. Não somente nesta época, mas historicamente a educação 
especial foi construída separadamente da educação em geral, como um campo de atuação 
específico. 
 A educação especial no Brasil teve seu início na década de cinquenta do século 
passado, segundo Mazzota (2001) foi em 12 de setembro de 1854 que a primeira providência 
educacional aos portadores
13
 de deficiência foi efetuada por D. Pedro II. Através do Decreto 
Imperial n°1.428 fundou na cidade de Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos 
e pela lei n° 839 de 26 de setembro de 1857 criou também no Rio de Janeiro o Imperial 
Instituto dos Surdos-Mudos. 
 Segundo Mazzota (2001) ainda no Segundo Império há registros de atendimentos 
pedagógicos ou médico-pedagógicos aos deficientes. E no ano 1874 o Hospital Estadual de 
Salvador na Bahia, hoje denominado Hospital Juliano Moreira introduziu a assistência aos 
deficientes mentais. 
 Em 1950 foi fundado a Associação de Assistência à Criança Defeituosa – AACD, uma 
importante instituição considerada um dos mais essenciais Centro de Reabilitação do Brasil, 
um estabelecimento particular que atendia a deficientes físicos não-sensoriais, indivíduos com 
paralisia celebral e pacientes com problemas ortopédicos, sua forma organizacional se 
estendia com órgãos públicos e privados, nacionais e estrangeiros. 
 As Sociedades Pestalozzi trouxeram grandes benefícios aos alunos deficientes, por 
tamanha importância foi criada nas cidades São Paulo em 1952, Canoas no de 1926, Rio de 
 
 
13
 Terminologia usada na época. 
26 
 
Janeiro fundada em 1948, Minas Gerais em 1935. Outra instituição significativa foi a primeira 
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE criada no dia 11 de dezembro de 
1954 na cidade do Rio de Janeiro. Foi um grande sucesso e assim foi criada outros espaços de 
APAEs: Volta Redonda (1956), São Lourenço, Goiânia, Niterói, Jundiaí, João Pessoa e 
Caxias do Sul (1961), contando atualmente com uma importante Federação Nacional das 
APAEs, com mais de mil entidades associadas. 
No Brasil começa os primeiros passos para uma futura educação inclusiva, no ano de 
1961 apresenta que os alunos excepcionais deveriam ser matriculados dentro do possível no 
ensino regular, segundo a Lei de Diretrizes e Bases – Lei 4024 em 20 de dezembro de 1961. É 
com a Constituição Federal de 1988 que é implantado políticas públicas de caráter universal e 
a Educação passa a ser implantada como uma dessas políticas. Mais tarde é com a 
Conferência Mundial de Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada 
pela UNESCO em 1994, onde cada situação da educação será contextualizada e obtidos 
possíveis planos para eliminar as barreiras constantes, dos assuntos como, a universalização 
do acesso na escola no âmbito da educação fundamental, a educação de jovens e adultos, 
gestão democrática, entre outros fatores. 
No século XX houve intensos movimentos sociais para a busca de direitos referente a 
todo tipo de discriminação, com isso surgiu a Conferência Mundial de Educação para Todos, 
Jomtien/1990, a fim de estabelecer projeto e guias para se construir e poder viver em 
cidadania. Neste sentido, chama a atenção dos países para os altos índices de crianças, 
adolescentes e jovens sem escolarização, tendo como objetivo promover as transformações 
nos sistemas de ensino para assegurar o acesso e a permanência de todos na escola. 
Segundo MAZZOTTA (2001) a procura em ajudar os indivíduos com necessidades 
educacionais já existia já no século XIX um grupo particular já se inspirava em práticas dos 
países da Europa para compor atendimentos educacionais para pessoas cegas, deficientes 
mentais e físico. Mas é precisamente no final dos anos cinquenta e início da década de setenta 
do século XX que a batalha para inclusão de alunos “deficientes, mentais, excepcionais ou 
especiais” na política educacional brasileira começa a acontecer. 
A abordagem histórica da educação inclusiva deteve-se em dois tempos, primeiro: de 
1854 a 1956 – iniciativas oficiais e particulares isoladas e, de 1957 a 1993 – iniciativas 
oficiais de âmbito nacional. É durante essas datas que foram construindo institutos, escolas, e 
profissionais para os alfabetizar e desencadear os seus talentos ensinando-os serviços para a 
profissionalização dos deficientes. 
27 
 
Ao passar dos tempos no período de 1957 a 1993 especula-se a procura de melhorias e 
caminhos certos para acontecer a inclusão vai se desencadeando. É com a primeira Campanha 
para a Educação do Surdo Brasileiro – C.E.S.B.- pelo Decreto Federal n°42.728, que 
acontecem campanhas a nível nacional pelo governo federal, voltadas especialmente para o 
atendimento educacional aos especiais. 
Mazzota (2001) aponta na constituição de 24/01/1967, mostrando pontos importantes 
para os deficientes. No título III, Da Ordem Econômica e Social, o Artigo Único, incluído 
entre os artigos 165 e 166, resulta em: 
 
É assegurado aos deficientes a melhoria de sua condição social e econômica, 
especialmente mediante: 
I – educação especial e gratuita; 
II – assistência, reabilitação e reinserção na vida econômica e social do País; 
III – proibição de discriminação, inclusive quanto à admissão ao trabalho ou 
ao serviço público e a salários; 
IV - possiblidade de acesso a edifícios e logradouros públicos. 
(MAZZOTA 2001, P.71) 
 
Por volta do ano de 2003, o Ministério da Educação passa a propor Programas e ações 
para implantação de uma política de Educação Inclusiva. Apresentaremos alguns: Programa 
Nacional de Formação Continuada de Professores na Educação Especial e Formação de 
Professores para o Atendimento Educacional Especializado, para atender a formação 
continuada de professores, prioritariamente na modalidade a distância; Programa de 
Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais; Escola Acessível, para adaptação 
arquitetônica das escolas; Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, para 
disseminar o conceito de Educação Inclusiva, visando a transformar os sistemas de ensino do 
país em sistemas de ensino inclusivos; Programa Incluir, para as universidades. Com o passar 
dos tempos a procura de melhorias e caminhos certos para acontecer de fato a inclusão vai se 
concretizando, é no ano de 2008 que o Brasil publica o novo documento sobre Política 
Nacional de Educação Especial. Com a implantação dessas ações vai construindo outro olhar 
sobre a Educação Especial da Educação Brasileira. 
É com o Decreto n° 7.611, de 17 de novembro de 2011 que dispõem sobre a educação 
especial, em foco no atendimento educacional especializado e dá outras providências a serem 
seguidas para o funcionamento do AEE, como os alunos com deficiência ter educação nas 
salas regulares, sistema inclusivo em todos os níveis e disseminação de preconceitos, entre 
outras normas. De forma concreta na base de leis, um grande passo avança na educação 
inclusiva, apesar de suas particularidades na eficácia do atendimento. 
28 
 
Novas estratégias surgem na intensa busca por uma educação de qualidade. Um novo 
Plano Nacional de Educação (PNE 2014) foi aprovado pela Lei n°. 13.005de 25 de junho de 
2014, com vigência de dez anos a contar da data de sua aprovação. Dentre suas 20 metas, dez 
diretrizes estão em comunhão com as propostas de educação inclusiva, Carvalho (2016) 
aponta alguns pontos gerais: 
 
Além das matrículas de egressos das classes e escolas especiais nas classes 
comuns do ensino regular, destaco: a universalização do atendimento 
escolar, a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na 
promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de 
discriminação, além da melhoria da qualidade da educação. (CARVALHO 
2016, p.88). 
 
A meta 4 do PNE ((BRASIL, 25 DE JUNHO DE 2014). , propõe diversas estratégias 
para acontecer mudanças significativas referentes a inclusão, dentre o prazo prescreve 
implantar sala de recursos multifuncionais, estimula a criação de centros multidisciplinares de 
apoio, formação continuada de professores, garantia do atendimento educacional 
especializado, garantir a oferta de educação bilíngue, promover a articulação intersetorial 
entre órgãos e políticas públicas de saúde de forma a assegurar a atenção integral ao longo da 
vida; de maneira geral a meta é descrita assim: 
 
universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional 
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia 
de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, 
classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou 
conveniados.(BRASIL, 25 DE JUNHO DE 2014). 
 
 São planos bastantes interessantes e precisos para acontecer o que a educação 
inclusiva tanto quer, tudo bem estruturado, se tudo fosse plenamente feito na prática as 
discussões e conferências tratariam mais sobre possíveis outras implantações para aprimorar e 
não pensariam como fazer pelo menos que um aluno com deficiência tenha o mínimo de 
dignidade e materiais para estudar. No entanto, o autor Carvalho (2016), relata que todas essas 
estratégias do PNE 2014 precisam estar claras e consensuais. Caso contrário, cada região 
brasileira continuará com seu sistema próprio, aumentando a exclusão e a falta de 
atendimento tenderá a continuar. 
 O Brasil é um país rico, porém não investe o necessário e nem pratica suas ações 
legislativas referentes a educação, o que vemos são escolas sem estrutura, falta de materiais, e 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.005-2014?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.005-2014?OpenDocument
29 
 
profissionais sem apoio e apreensivos referentes a educação de crianças com necessidades 
educacionais. A educação inclusiva se encaminha em meio a todas essas preocupações gerais 
da educação, do que ela já foi um dia, atualmente temos algumas providências, no entanto, 
anda-se longe de existir uma inclusão escolar, mas cabe ao governo providenciar meios e 
rever suas atitudes mediante a modalidade que é a única que pode transformar vidas. 
 
3.2. CONHECENDO A SALA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO 
 
O Brasil promulga a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
(ONU/2006), por meio do Decreto nº 6949/2009, assumindo a responsabilidade de prover um 
sistema educacional inclusivo as pessoas com deficiência em todos os níveis da educação e 
garantir meios para a sua efetiva participação. O acesso à educação das pessoas com 
necessidades educacionais requer mudanças de estrutura, salas especificas e professores 
capacitados, para assim desenvolver a inclusão. No contexto das políticas públicas para o 
desenvolvimento inclusivo da escola está a organização das Salas de Recursos 
Multifuncionais, com a distribuição de recursos e de apoio pedagógico para o atendimento às 
especificidades dos alunos público alvo da educação especial matriculados no ensino regular. 
Regida de princípios pedagógicos, projetos estruturados, com o objetivo de promover 
e possibilitar condições para um sistema educacional inclusivo, a Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) descreve: 
 
define a Educação Especial como modalidade de ensino transversal a todos 
os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços e o 
atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar, aos 
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação no ensino regular. (MEC/SEE, 2010. p.5). 
 
O AEE é inserido nas escolas de ensino regular por meio de uma Sala de Recursos 
Multifuncionais de acordo com o Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, define a Sala 
de Recursos Multifuncionais no Artigo 3º, Parágrafo 1º: “As Salas de Recursos 
Multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e 
pedagógicos para a oferta do Atendimento Educacional Especializado”. Ao passo que, a sala 
de recursos multifuncionais é um suporte para ampliar as maneiras de se ocorrer uma 
aprendizagem significativa. Nessa sala tem o objetivo de promover condições de acesso, 
participação e aprendizagem aos alunos com deficiência e garantir a parceria das ações da 
educação do ensino especial com o ensino regular. 
30 
 
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem como objetivo de apoiar o 
aluno com deficiência por meio do auxílio pedagógico, que se torna necessário para a 
construção de espaços inclusivos no ambiente escolar. Esse atendimento é destinado a alunos 
com deficiência física, intelectual, sensorial (visual, surdez), alunos com transtornos globais 
de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, ofertado em Salas de Recursos 
Multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou 
de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
A finalidade do AEE (Atendimento Educacional Especializado) é “[...] promover 
condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de 
apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes” (BRASIL, 
2011). 
O funcionamento da sala perpassa a educação básica estende-se à Educação de Jovens 
e Adultos (EJA), no ensino superior, e na educação do campo, indígena e quilombola, este 
atendimento também deve acontecer. Apesar das grandes contribuições que a sala pode 
oferecer o seu acesso não é obrigatório, somente na educação básica, após depende se o aluno 
e os pais ou responsáveis aprovam essa assistência. 
É importante frisar que de acordo com a resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, o 
atendimento da sala acontecerá especialmente, na Sala de Recursos Multifuncionais da 
própria escola ou em outra escola de ensino regular no turno inverso do horário que o aluno 
estuda, não substituindo o ensino da sala regular, o AEE pode ser realizado também em centro 
de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação 
ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. 
Conforme dispõe a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, art. 10º, o Projeto Político 
Pedagógico - PPP da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta do AEE, 
prevendo na sua organização: 
 
I - Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliários, materiais 
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos 
específicos; 
II - Matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria 
escola ou de outra escola; 
III - Cronograma de atendimento aos alunos; 
IV - Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas 
dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem 
desenvolvidas;V - Professores para o exercício do AEE; 
31 
 
VI - Outros profissionais da educação: tradutor intérprete de Língua 
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, 
principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção; 
VII - Redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do 
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, 
entre outros que maximizem o AEE. 
 
 
A sala de recursos multifuncionais: “É um espaço organizado preferencialmente em 
escolas comuns das redes de ensino. Fazem parte desse ambiente de educação especial 
equipamentos de informática, ajuda técnica e materiais pedagógicos e mobiliários adaptados 
para atender às necessidades dos alunos” (MANTOAN, SANTOS, 2010). 
Existem dois tipos de sala de recursos multifuncionais, segundo Mantoan e Santos 
(2010), há duas opções de salas de recursos multifuncionais: as do tipo I e as do tipo II. Esta 
última é mais complexa e dispõe de materiais específicos para atender a alunos com 
deficiência visual. Na lista de materiais dessas salas estão incluídos microcomputadores, 
scanners, impressoras, TV com legenda, mouses e teclados adaptados, fones de ouvido, 
conjuntos de material pedagógico, brinquedos, mobiliário, impressora braile de médio porte, 
conjunto de lupas, reglete, soroban, máquina de escrever em braile e outros. 
 No art. Art. 3
o
 do Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. descreve, prover 
condições de acesso, participação e aprendizagem aos alunos; garantir a transversalidade das 
ações da Educação Especial no ensino regular; fomentar o desenvolvimento de recursos 
didáticos e pedagógicos para eliminar possíveis barreiras no processo de ensino e 
aprendizagem; e assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de 
ensino. 
A característica da sala do AEE difere que o aluno não vai aprender os conteúdos da 
sala regular, mas será trabalhado suas limitações e dificuldades para seu pleno 
desenvolvimento escolar, social e intelectual, melhorando as barreiras impostas por conta da 
deficiência. Nesse sentindo com o atendimento sendo feito especialmente nas instituições 
escolares MANTOAN; SANTOS (2010), ressalta: 
 
A escola é o lugar em que esse aluno está sendo formado para a vida pública. 
A sala de recursos multifuncionais e o AEE, ao fazer parte do conjunto de 
serviços da escola comum, propiciam mais uma oportunidade para que esse 
aluno aprenda a conviver com o outro, no confronto com as diferenças [...] 
(MANTOAN; SANTOS, 2010, p. 36). 
 
 Se a escola é o lugar para as pessoas desenvolverem pensamento crítico e valor moral 
fica evidente que a inclusão não deveria ser difícil de acontecer, porém, o trabalho deve seguir 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.611-2011?OpenDocument
32 
 
a instituição por um todo, juntos promovendo e se adequando as limitações de cada aluno. Se 
seguissem o que determina as legislações e seus preceitos, a mediação à inclusão seria mais 
rápida. As atividades da sala regular devem estar consonantes com a dos demais, de acordo 
com cada dificuldade do aluno. 
No Decreto 6.571/2008 devem ocorrer as duas condições simultâneas: matrícula em 
classe comum e no Atendimento Educacional Especializado. Por isso, o aluno necessita ter 
acesso à educação e participar da sala regular de ensino não significa que ele está participando 
do processo de inclusão literalmente, está dentro da sala é um avanço, mas fazer com que ele 
tenha participação nas atividades com os colegas e rotina para o seu desenvolvimento é outro 
quesito. Receber o aluno na escola não significa incluí-lo. É necessário oferecer-lhe todas as 
oportunidades para que possa desenvolver-se como cidadão. 
É importante destacar que as leis são promulgadas em todo o país, no entanto, cada 
estado promove sua implantação se adequando as normas da lei e possivelmente agregando 
algumas condições a mais, no caso da pesquisa ela é entorno também das propostas do 
Governo do Rio Grande do Norte - RESOLUÇÃO Nº 02/2012-CEE/CEB/RN, 31 de outubro 
de 2012. Vale destacar um ponto exigido capitulo IV da resolução referente a organização das 
turmas: 
 
Art.21. Para inserir o estudante nas turmas regulares deverão ser observados 
os resultados da avaliação de ingresso. 
Parágrafo único. Cada estudante descrito no artigo 4° desta resolução 
corresponde à vaga de dois estudantes com desenvolvimento típico, de modo 
que: 
a) uma turma que permita 25 estudantes tendo dois estudantes com 
deficiência (2x2=4) e 21 estudantes com desenvolvimento típico (4+21=25), 
corresponderá a 25 matrículas. 
b) uma sala com dois estudantes com deficiência (2x2=4) e 26 estudantes 
com desenvolvimento típico (4 + 26= 30) corresponderá a 30 matrículas. 
c) uma sala com dois estudantes com deficiência (2x2=4) e 31 estudantes 
com desenvolvimento típico (4 + 31= 35) corresponderá a 35 matrículas. 
 
 
 A prática do AEE deve ser consoante com os das propostas da escola comum, mesmo 
que suas atividades sejam diferentes. Essa sala é organizada para suprir as necessidades de 
acesso ao conhecimento e à participação dos alunos nas escolas comuns, o Atendimento 
Educacional Especializado se regulariza como oferta obrigatória dos sistemas de ensino, de 
acordo com MANTOAN; SANTOS, (2010 p.30) o atendimento prescreve: 
 Apoia o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos gerais de 
desenvolvimento e altas habilidades; 
33 
 
 Disponibiliza o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e 
sinalização; 
 Oferece Tecnologia Assistiva – TA 
 
 Para um desenvolvimento nos alunos a partir do atendimento depende da 
concretização dos objetivos que são traçados, como também deve ter uma parceria com o 
professor da sala regular. Os planos elaborados são referentes as barreiras impostas pelo 
ambiente escolar e as necessidades especificas dos estudantes, por isso é necessário que o 
professor seja instruído de sua função, de acordo com MANTOAN; SANTOS, (2010): 
 
É, portanto, necessário que o professor do AEE esteja ciente de que não 
abordará os problemas de seus alunos do ponto de vista clínico e/ou escolar, 
mas que o conhecimento do que ocorre nessa aéreas é importante para 
organizar um plano específico de trabalho de AEE para seu aluno. 
(MANTOAN; SANTOS, 2010, p.31). 
 
 O conhecimento sobre a Política de Educação Especial na perspectiva da Educação 
Inclusiva, destaque no AEE, é importante para que os professores, os gestores educacionais, 
pais e demais dedicados ao assunto possam exigir o que é direito pelos alunos, assim 
entendendo seus direitos podem reivindicar com segurança o que é fundamental para a 
efetivação da inclusão. 
Mesmo com as intensas lutas inclusivas acontecendo a um bom tempo a intervenção 
do atendimento educacional especializado e alunos com deficiência nas salas regulares, ainda 
é novo e cheio de receios para os profissionais. Essa regularização ainda não se faz por 
completo em todo o país por inúmeros fatores, o fato é que o número de crianças com 
necessidades educacionais tem aumentado, e as instituições escolares precisam estar se 
renovando a cada instante, tem que mudar não só suas estruturas físicas, mas perspectivas 
interiores, o corpo de profissionais tem que estar aptos a lidar com os indivíduos que possuem 
diversas deficiências, e eles precisam e tem o direito de ter uma educação. 
Portanto, quando se fala em escola logo se pensa dos inúmeros deveres que a escola 
tem o de, ensinar, preparar para a sociedade, formar um cidadão, preparar para uma faculdade, 
entre outros, mas, quando o AEE e a sala de recursos multifuncionais se conciliam com a 
escola para se compor a educação inclusiva, ocorre mais uma possibilidade de o aluno saber 
conviver com suas diferenças e a dos outros. 
 
3.3.O PAPEL/PERFIL DO PROFESSOR DO AEE NA SALA REGULAR DE ENSINO34 
 
 
Para primeiramente construir o papel do professor em sala de aula, ele vem carregado 
de uma bagagem seja positiva ou negativa, que são incialmente seus preceitos individuais e 
ensinamentos familiares. Assim sua forma de atuar e pensar depende de sua formação pessoal 
e acadêmica, do pensamento escolar e possibilidades que a gestão pode oferecer, o que a 
comunidade pensa a respeito e como a sociedade se importa e faz por pessoas que possuem 
graus de inteligência e limites diferentes da maioria. 
Paramos para pensar em um professor que se preocupe de verdade com seus alunos e 
não possua discriminações, ele não vai excluir o aluno com necessidade especial 
simplesmente porque quer, há fatores por trás dessa atitude, às vezes não teve formação 
necessária, não foi preparado pela gestão ou não tem auxílio da mesma, não possuem ajuda da 
família, são diversos motivos que podem trazer dificuldades para a inclusão de fato do aluno-
professor-colegas. Constantemente há vários teóricos explicando maneiras, dicas sobre o que 
fazer mediante tal aluno, porém, só sabemos o quanto é extenso e demorado o processo de 
inclusão e aprendizagem deste aluno quando é sentido na “pele”. Nessa percepção Freitas 
(2006) traz uma reflexão mediante a sociedade: 
 
[...]Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada com base 
no entendimento de que é ela que precisa ser capaz de atender às 
necessidades de seus membros. Assim sendo, inclusão significa a 
modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com 
necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer sua 
cidadania[..]. (FREITAS 2006, p.167). 
 
A educação já foi extremamente rígida com seus castigos de palmatoria, como 
também já foi elitista onde era somente para pessoas da nobreza. Nestas fases o professor 
tinha domínio de sua situação e não existia casos que trouxessem dúvidas para a sua 
efetivação. Assim, foi mudando a educação e as pessoas, surgindo as crianças com 
necessidades educacionais especiais, que no caso além dessas dificuldades, vinham a surgir os 
transtornos globais do desenvolvimento nas crianças que com o passar dos anos, que foi 
aumentando em intensidade e quantidade de crianças. 
 É nesse sentido que a formação de professores para a classe comum é mais visada e 
que também desencadeia uma maior preocupação para os professores em saber lidar com as 
crianças com necessidades mentais e físicas que posteriormente estariam juntas na sala de 
aula. Os dados referentes as matriculas de pessoas com deficiência no país só tem crescido, 
segundo dados do Censo Escolar da Educação Básica 2017, divulgados nesta pelo Ministério 
35 
 
da Educação (MEC), o índice de inclusão de pessoas com deficiência em classes regulares, o 
que é recomendado, passou de 85,5% em 2013 para 90,9% em 2017. A maior parte dos 
alunos com deficiência, no entanto, não tem acesso ao atendimento educacional especializado. 
Somente 40,1% conseguem utilizar o serviço. É uma realidade difícil mais a inclusão no 
Brasil acontece de forma lenta e devagar, os que precisam da educação são os que mais 
sofrem com a falta de atendimento. 
 No entanto, ainda temos como repensar e mudar estratégias e se preparar porque no 
ano de 2014 foi detectado segundo Centers for Disease Control and Prevention (Centros de 
Controle e Prevenção de Doenças) em cada 59 crianças 1 era autista, possivelmente a 
tendência é aumentar o número. É desesperador em pensar, mas é preciso repensar o currículo 
educacional, projetos educacionais produzidos pelo governo, os investimentos, de certa 
urgência, para não esperar transtornos maiores para paralisar o país para dar atenção a uma 
das coisas mais importantes da sociedade, a educação, o elemento que transforma o ser e o faz 
capaz para produzir projetos para um desenvolvimento social. 
A formação em geral dos professores seja da classe comum ou especial, deve ser 
constituída de projetos, programas e aprendizados que desenvolvam competências de um 
profissional seguro e apto a lidar com diversas situações inéditas que podem acontecer. Nesse 
sentido sua formação também deve ser continuada, Tardif (2002) aponta: 
 
Como processo contínuo e permanente de desenvolvimento, o que pede do 
professor disponibilidade para a aprendizagem; a formação que o ensine a 
aprender; e do sistema escolar no qual ele se insere como profissional, 
condições para continuar aprendendo. (RODRIGUES 2006, p.169, apud 
TARDIF 2002). 
 
O professor deve abrir sua mente para realmente compreender a dimensão de pessoas 
diferentes com níveis de aprendizagem e delicadezas diferentes que ele vai ensinar, envolve 
condições econômicas, sociais, emocionais, psicológicas e físicas. Segundo Freitas (2006), o 
famoso “aluno-padrão” idealizado reforça a mente do futuro professor imaginando alunos e 
estratégias para normalizar o seu ambiente, talvez assim contribuindo para uma exclusão. É 
durante a formação que deve ser discutido as dúvidas e os pensamentos antecipados que uma 
pessoa advém antes de entrar nos cursos de formação. Assim segundo Freitas (2006), é 
necessário romper com o idealismo pois a prática mostrará as verdades, discutir as questões 
relativas à função social da escola e sua importância, considerar a diversidade e a 
heterogeneidade dos alunos e a complexidade da prática pedagógica são assuntos essenciais a 
serem assegurados na formação. 
36 
 
Fazemos uma pergunta óbvia quem educa essas crianças? Os professores, na maior 
parte do tempo. Então, é notório a visibilidade que a formação profissional hoje provoca. 
Freitas (2006) reafirma expondo: 
 
É consensual a afirmação de que a formação de que dispõem os professores 
hoje no Brasil não contribui suficientemente para que seus alunos se 
desenvolvam como pessoas, tenham sucesso nas aprendizagens escolares, e 
principalmente, participem como cidadãos detentores de direitos e deveres 
na chamada sociedade do conhecimento. (FREITAS 2006, p.168). 
 
 Para que não continue agravante essa dominação referente a formação de professores 
é necessária primeiramente uma formação humana no sentido de mais vontade para ensinar, 
respeito e amor para trabalhar com crianças com necessidades intelectuais especiais e 
posteriormente uma formação acadêmica qualificada que possa trazer conhecimento amplo 
sobre as deficiências e indicar aportes metodológicos em suas aulas. 
Neste sentido expresso um documento referente ao estado da pesquisa. De acordo com 
a resolução do Governo do Rio Grande do Norte - Nº 02/2012-CEE/CEB/RN, 31 de outubro 
de 2012 no capítulo VI dos educadores, refere-se à formação do profissional para atuar na sala 
de atendimento educacional especializado. 
 
Art. 26. A formação inicial de docentes para atuar no Atendimento 
Educacional Especializado deverá processar-se em consonância com o 
estabelecido pela LDB - Lei 9.394/96 - Art.59, inciso III e Art. 62 para a 
Educação Básica. 
§ 1º A formação de que trata o Caput deste artigo será complementada por 
cursos de atualização/aperfeiçoamento ou pós-graduação nas áreas da 
Educação Especial. 
§ 2º A carga horária mínima considerada nos cursos de complementação de 
estudos, atualização e aperfeiçoamento nas áreas específicas da educação 
especial será de 180 horas. 
 
Assim o professor que trabalha com educação especial precisa ter uma formação 
especializada para saber guiar o conhecimento escolar dos alunos com deficiência, essa 
formação é desafiadora, porque lida com indivíduos de graus de complexidade maior. 
Sabemos da realidade que nem todas as cidades possuem uma sala de recursos 
multifuncionais, e sabe-se a necessidade de ter esse ambiente e professores com formação 
continuada para educação inclusiva. Nesse sentido Romanowski (2007) ressalta: 
 
A formação continuada é uma exigência para os tempos atuais. Desse modo, 
pode-se afirmar que a formação docente acontece num

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