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Questões Direito Processual Civil I= Parte 2

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Questões Direito Processual Civil I- parte 2
17.Conceitue o princípio da primaria do julgamento de mérito (art.
4° do CPC).
18.Explique a incidência do princípio da boa-fé objetiva (art. 5° do
CPC) no processo civil.
19.O que você entende por princípio da cooperação processual
(art. 6° do CPC)?
20.Explique o princípio do contraditório como “influência prévia”
(art. 9° do CPC).
21.Explique o princípio da vedação de decisões-surpresa (art. 10
do CPC).
22.Diferencie os juízos de admissibilidade e de mérito? Em sua
resposta, explique o que você entende por mérito e coisa
julgada material.
23.O que você entende por “pressupostos processuais”?
24.O que você entende por “requisitos de validade do processo”?
25.As “condições da ação” ainda existem na nossa ordem
jurídica? Qual é a função dessa categoria jurídica?
26.O que significa a “capacidade de ser parte” na ordem jurídica
pátria?
27.O que você entende por capacidade de estar em juízo ou
personalidade processual?
28.O que significa a “capacidade postulatória”?
29.O que você entende por legitimidade para a causa? Explique.
30.O que você entende por “interesse de agir”?
	
Respostas 
17)O "princípio da primazia da decisão de mérito" está presente no artigo 4º do CPC/15 e trata da obrigação do juiz de fazer de tudo que está ao seu alcance para fornecer uma decisão de mérito, devendo o juiz analisar se os vícios presentes em algum processo podem ser sanados, para assim se evitar a extinção do processo sem o exame do mérito. Um grande exemplo desse princípio ocorre quando a parte recorre às instâncias superiores em relação a algum processo, mas se esquece de recolher uma parte das custas processuais. Por esse princípio, o juiz deve comunicar sobre este vício- já que é um vício sanável- e dar um tempo para a parte recolher o restante das custas, para assim evitar a extinção do processo sem o exame de mérito.
18)O "princípio da boa-fé objetiva" está presente no artigo 5º do CPC/15 e afirma que todos os sujeitos do processo (réu, autor e juiz) devem se comportar de acordo com algumas normas legais para a validação do processo. As partes devem se comportar, no processo, seguindo alguns comportamentos previstos em lei, em que o seu não cumprimento pode acarretar algumas sanções legais. Um grande exemplo ocorre nos casos de litigância de má-fé, listados no artigo 80, I a VII, do CPC/15, nos quais será responsabilizada a parte praticante por perdas e danos, tal como prevê o artigo 79 do CPC/15.
19)O Novo Código de Processo Civil de 2015 estabeleceu um novo modelo de processo baseado na cooperação entre as partes para se obter, em tempo razoável, uma decisão de mérito justa e efetiva, como afirma o seu artigo 6º. Nesse novo modelo, o contraditório é concebido de uma maneira diferente do modelo previsto no CPC/73, já que veda as decisões surpresas, devendo o juiz informar as partes o conteúdo das decisões de forma prévia, para ser ter validade no processo. Outro ponto de destaque nesse modelo é a consagração do "princípio da primazia do julgamento de mérito", ou seja, juiz tem que fazer de tudo que está ao seu alcance para fornecer uma decisão de mérito, devendo o juiz analisar se os vícios presentes em algum processo podem ser sanados, para assim se evitar a extinção do processo sem o exame do mérito. Um grande exemplo disso ocorre nos recursos aos tribunais superiores, aonde muitas vezes os mesmos não eram conhecidos por causa de faltar centavos para completar o valor total das custas processuais, devendo o juiz informar a parte desse vício e dar um prazo para que ela possa corrigir o erro e, assim, poder prosseguir com o julgamento do mérito, evitando a extinção do processo sem o exame do mérito.
20)O "princípio do contraditório com influência prévia" está tipificado no artigo 9º do CPC/15 e trata da vedação de se proferir sentença contra as partes sem que antes elas sejam ouvidas, salvo no caso de tutela provisória de urgência, nas hipóteses de tutela de evidência previstas no artigo 311, II e III e no caso da decisão prevista no artigo 701 do mesmo CPC/15. De acordo com este princípio, que está relacionado com os princípios do devido processo legal (artigo 5º, caput e LIV, da CF/88) e o do contraditório (artigo 5º, LV, da CF/88), para o contraditório ser válido, as partes devem ter um prévio conhecimento das decisões para se evitar as chamadas "decisões surpresas". Ao contrário do CPC/73, que o simples ato do réu saber da acusação e ter uma chance de expor a sua defesa na hora validava o contraditório, mesmo que a decisão fosse uma surpresa.	
21)O "princípio da vedação das decisões surpresas" está tipificado no artigo 10º do CPC/15 e é um complemento do "princípio do contraditório com influência prévia" previsto no artigo 9º do CPC/15, pois veda qualquer decisão do juiz, mesmo aquelas em que ele deva agir de ofício, sem que seja dado oportunidade de manifestação às partes, para assim se ter validade e lisura de todo o processo judicial. O "princípio da vedação das decisões surpresas" está em consonância com os princípios constitucionais necessários para haver validade dos atos processuais: os princípios do devido processo legal (artigo 5º, caput e LIV, da CF/88) e o do contraditório (artigo 5º, LV, da CF/88).
22)O "juízo de admissibilidade" é o exame preliminar que o magistrado faz antes de entrar no exame do mérito da ação, verificando se estão presentes na petição inicial os condições mínimas necessárias para o prosseguimento do processo: os pressupostos processuais, os requisitos de validade do processo e as condições da ação. Após analisados todas as condições necessárias para a admissibilidade da ação, o juiz irá começar a analisar o mérito da ação em si. Caso estejam faltando alguns dos requisitos para a admissibilidade da ação, mas forem sanáveis, o juiz fixará um prazo para a parte corrigi-lo. Contudo, se forem insanáveis, o juiz determinará a extinção do processo sem o exame de mérito. Visto isso, o mérito é a demanda inicial proposta em juízo ao pedido principal do processo; e a coisa julgada é aquela que advém de uma sentença de mérito, na qual o conteúdo da decisão judicial, se torna imutável e indiscutível. Sendo assim, a coisa julgada material pressupõe decisão de mérito, que aprecie a pretensão posta em juízo, favorável ou desfavoravelmente ao autor.
23)Segundo Fredie Didier Júnior, pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade e as condições de eficácia do procedimento, que é um ato complexo de formação sucessiva, sendo esse desenvolvimento teórico à cerca dos pressupostos processuais creditado a Oskar Von Büllow, que- em 1868- desenvolveu a tese da relação jurídica, afirmando que o Direito Processual Civil seria um ramo autônomo do Direito Civil, pois ambos possuem sujeitos distintos na relação jurídica ( no Direito Civil temos o devedor e o credor como sujeitos, já no Processo Civil temos o juiz, a parte autora e a parte ré como sujeitos do processo), afirmando ainda que o processo pode ser analisado também do ponto de vista de três planos autônomos: existência, validade e eficácia. Contudo, ao meu ver, Fredie Didier Jr. se equivocou ao unir em um mesmo plano os pressupostos processuais com os requisitos de validade e as condições de eficácia do processo, já que os três planos da relação jurídica em um processo civil(planos da existência, validade e eficácia) são autônomos e independentes entre si, estando- na minha opinião- os pressupostos processuais inseridos no plano da existência e sendo os antecedentes necessários para se ter a existência jurídica do processo, que- na falta de um dos pressupostos processuais- pode levar a extinção do processo sem o exame do mérito, se o defeito for impossível de ser sanável ou não for sanado no momento estipulado pelo juiz. Podemos citar como exemplos de pressupostos processuais: 1) Provocação à jurisdição; 2) Capacidade de ser parte; 3) Investidura de jurisdição; 4) Citação. 
24)O processo civil pode ser estudado do ponto de vista de três planosautônomos e independentes: existência, validade e eficácia. Os requisitos de validade, como o próprio nome já diz, estão no plano da validade e têm como finalidade estabelecer as condições necessárias para se ter um processo válido, ou seja, são as formalidades necessárias para validar os atos processuais praticados dentro do processo civil. Podemos citar alguns exemplos de requisitos para a validade do processo: 1) Ausência de inépcia da petição inicial; 2) Imparcialidade do juiz; 3) Respeito à competência absoluta do juízo para julgar o caso; 4) Capacidade postulatória; 5) Capacidade processual; 6) Inexistência de litispendência; 7) Inexistência de objeção de coisa julgada.
25)As "condições da ação" são os requisitos básicos necessários para que o poder judiciário analise a ação proferida pelo autor e possa proferir uma decisão de mérito, ou seja, decidir sobre os pedidos de direito material feitos pelo autor na petição inicial. As "condições da ação" são representadas por dois institutos (interesse de agir e legitimidade das partes), que na falta de um deles na ação importará na extinção do processo sem o exame de mérito por parte do juiz, declarando o autor "carente de ação", podendo o autor ajuizar uma outra ação sobre o mesmo assunto, corrigindo a falha anteriormente apresentada e que levou a extinção da ação sem o exame de mérito por parte do poder judiciário. Segundo Fredie Didier Jr., a categoria "condição da ação" não existe mais no nosso ordenamento jurídico, haja vista que o atual CPC/15 não menciona mais a expressão "condição da ação", apenas determinando que- reconhecida a ilegitimidade ou a falta de interesse- o órgão jurisdicional deve proferir decisão de inadmissibilidade da ação e extingui-la sem o exame de mérito, como está previsto no artigo 485, VI, do atual Código de Processo Civil. Ao contrário do Código de Processo Civil de 1973, que previa taxativamente que o processo fosse extinto sem o exame do mérito quando " não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual", positivando essa expressão "condição da ação" como uma categoria importante para fornecer os requisitos básicos para que o poder judiciário analise uma ação e possa proferir uma decisão de mérito. Por fim, segundo Fredie Didier Jr., o interesse de agir e a legitimidade das partes- antes pertencentes a categoria de "condições da ação"- passarão a ser incorporados pelos pressupostos processuais. 
26)A "capacidade de ser parte" é a capacidade de figurar no processo civil como parte nos polos ativo ou passivo, sendo que toda pessoa (natural ou jurídica) possui essa capacidade. Pode ser parte todo aquele que tiver capacidade de direito (art.1° e 2° do Código Civil).
27)A "capacidade de estar em juízo" é a capacidade de postular em juízo sem a necessidade de representação ou de assistência de terceiros, ou seja, é a aptidão para se estar em juízo e defender os seus direitos sem auxílio de outras pessoas. Esta "capacidade de estar em juízo" é alcançada com a maioridade civil ao completar 18 anos de idade, salvo as hipóteses legais de emancipação e de incapacidade para se exercer os atos da vida civil previstas no Código Civil.
28)A "capacidade postulatória" é a capacidade de fazer valer e defender as próprias pretensões ou as de outrem em juízo, ou seja, o atributo necessário para pleitear demandas ao judiciário sem necessidade de assistência ou representação de terceiros. Em regra, possuem "capacidade postulatória" os advogados regularmente registrados na OAB, os defensores públicos e o Ministério Público. Contudo, em alguns casos, qualquer pessoa pode pleitear seus direitos sem o auxílio de um advogado, podemos citar como citar como exemplos: a Justiça do Trabalho e as causas cíveis com valores inferiores a 20 salários mínimos nos Juizados Especiais Cíveis.
29)Segundo Cândido Rangel Júnior, "legitimidade para a causa" significa que todo aquele que está naquela relação processual tem legitimidade para agir, ou seja, é uma qualidade para estar em juízo como demandante ou demandado em relação a determinado conflito trazido ao exame do juiz. Ela depende sempre de uma concreta relação entre o sujeito e a causa e se traduz na relevância que o resultado desta virá a ter sobre a esfera de direitos do autor, seja para favorecê-la ou restringi-la. Sintetizando, para se ter direito de demandar em juízo é necessário que exista uma relação entre o autor e a causa, não podendo postular em juízo no interesse de terceiros, pois assim teríamos um polo ativo ilegítimo. 
30) O "interesse de agir" é um dos institutos das chamadas "condições da ação", ou seja, os requisitos básicos necessários para que o poder judiciário analise a ação proferida pelo autor e possa proferir uma decisão de mérito, ou seja, decidir sobre os pedidos feitos pelo autor na petição inicial. Segundo Nelson Nery Jr., existe "interesse de agir" quando a parte tem necessidade de ir a juízo para alcançar a tutela pretendida e, ainda, quando essa tutela jurisdicional pode trazer ao autor alguma utilidade do ponto de vista prático, sendo verificado esse interesse de agir quando o seu direito tiver sido ameaçado ou efetivamente violado. Em suma, o "interesse de agir" é verificado quando o autor da ação não tinha outra forma possível de valer o seu direito, senão recorrendo ao poder judiciário, ficando evidente que para caracterizar o "interesse de agir"- o autor somente pode recorrer ao poder judiciário como última "ratio".

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