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Questões Direito Processual Civil I= Parte 3

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Questões Direito Processual Civil I- parte 3
31.A possibilidade jurídica do pedido ainda é uma condição da 
ação?
32.Quais são as hipóteses legais de impedimento e suspeição do 
juiz?
33.Diferencie “questão preliminar” de “questão prejudicial”.
34.O que você entende por “mérito” do processo?
35.O que identifica uma demanda (“ação”) judicial? 
36.Há diferença entre “causa de pedir próxima” e “causa de pedir 
remota”? Explique.
37.Há diferença entre “pedido imediato” e “pedido mediato”. 
Explique.
38.Considerando que as partes são as mesmas, o que diferencia 
uma ação de investigação de paternidade de uma ação de 
pagamento de pensão alimentícia?
39.O que você entende por “litispendência”? Tem o mesmo 
significado de “coisa julgada”? Explique o que você entende 
por coisa julgada.
40.O que você entende por “perempção” no Direito Processual 
Civil.
Respostas 
31)Não. No Código de Processo Civil de 1973, a "possibilidade jurídica do pedido", a "legitimidade das partes" e o "interesse de agir" eram considerados "condições da ação" e a falta de um desses requisitos levaria à extinção do processo sem o exame de mérito por parte do poder judiciário. Como afirma Fredie Didier Jr., no atual Código de Processo Civil de 2015, não mais a menção à "possibilidade jurídica" como hipótese que leva à inadmissibilidade do processo, já que não há mais menção a ela como hipótese de inépcia da petição inicial(como prevê o artigo 330, §1º, do CPC/15) e também não há mais menção a ela como hipótese que leva o juiz a extinguir o processo sem o exame de mérito, referindo somente à legitimidade das partes e ao interesse de agir no artigo 485, VI, do CPC/15, sendo- na opinião do jurista- a possibilidade jurídica estudada como hipótese atípica de improcedência liminar do pedido. 
32)As hipóteses legais para o impedimento e a suspeição do juiz estão elencadas nos artigos 144 e 145 do CPC/15, respectivamente. Segundo o artigo 144 do CPC/15, são hipóteses legais para o impedimento do juiz, sendo vedado ao magistrado atuar em processos: 1) em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 2) de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 3) quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 4) quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 5) quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; 6) quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 7) em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 8) em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 9) quando promover ação contra a parte ou seu advogado. Já em relação as hipóteses legais de suspeição do juiz, o artigo 145 do CPC/15 estabelece que há suspeição do juiz: 1) amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 2) que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 3) quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 4) interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
33)Segundo o Jurista José Carlos Barbosa Moreira, as "questões prévias preliminares" são aquelas que impedem o pronunciamento sobre a outra questão que lhe está vinculada por um nexo lógico e jurídico, ou seja, são situações que, se preenchidas, impedem o juiz de adentrar no exame de mérito da ação e, consequentemente, extingui-la sem o exame do mérito. Podemos citar como exemplos de "questões prévias preliminares" que impedem o exame de mérito da ação por parte do poder judiciário: a falta dos pressupostos processuais e a falta de condição da ação. "Já as questões prejudiciais" são questões prévias que influenciam o juiz na hora de proferir a decisão sobre a ação, sem no entanto- impedir o exame do mérito, nem fazer com que o poder judiciário extingua a ação sem o seu devido exame do mérito. Podemos citar, como exemplo de uma "questão prévia prejudicial", ocaso de uma ação de obrigação de pagamento de pensão alimentícia ajuizada por uma criança que alega ser um suposto filho do réu. Contudo, antes do exame do mérito, o sujeito imputado como pai na petição inicial alega que não é pai biológico da criança e muito menos conhece a criança ou teve contato com a sua mãe e, consequentemente, não teria nenhuma obrigação de prestar pagamento de pensão alimentícia a esse suposto filho. Antes do juiz analisar o mérito da ação, o magistrado deverá promover uma investigação à cerca da paternidade ou não do réu, haja vista que a procedência da ação de obrigação de pagamento da pensão alimentícia é vinculada com a confirmação da paternidade, e sendo confirmado que o réu não é pai da criança, a ação de pagamento de pensão alimentícia terá a sua improcedência confirmada pelo juiz, tendo- em ambos os casos- a resolução da ação com o exame do mérito. 
34)Segundo Cândido Rangel Dinamarco, "mérito" é a pretensão apresentada ao juiz com o pedido de sua satisfação, ou seja, o "mérito do processo" diz respeito aos pedidos de direito material que, na maioria das vezes, é fixado pelo autor na petição inicial- apesar das exceções dos pedidos do réu contraposto nos Juizados Especiais Cíveis e apresentado na reconvenção. Em uma mesma ação, para uma mesma "lide", ou seja, conflitos no âmbito do direito material podemos ter vários "méritos" diferentes que deverão ser analisados um por um pelo juiz na hora da sentença, caso o juiz se esqueça de analisar um dos pedidos de direito material("mérito da ação"), a parte pode ajuizar um recurso no prazo de 5(cinco) dias após a sentença para análise do próprio magistrado, chamado de "embargos de declaração", alegando omissão do juiz ao se esquecer de julgar todos os "méritos da ação".
35)Demanda é o ato de o autor provocar concretamente o Estado-juiz para prestar a tutela jurisdicional pedida em uma petição inicial. Ela é identificada por três elementos: as partes, a causa de pedir e o pedido. 
 
36)Sim. As "causas de pedir próxima ou jurídica é" são representadas pelas fundamentações fáticas que o autor expõe na petição inicial ao narrar os fatos da causa. Já as "causas de pedir remota" são representadas pelas fundamentações jurídicas sobre os fatos narrados pelo autor na petição inicial, devendo o autor expor artigos de leis, jurisprudências e doutrinas que possam corroborar com o seu pedido e demonstrar ao magistrado a violação do seu direito e, consequentemente, plausibilidade jurídica para pleitear tais pedidos. Em princípio, a narrativa fática do autor e a sua fundamentação jurídica na petição inicial vinculam a atuação do juiz no memento de sua decisão, haja vista que- se o juiz decidir sobre algo que não estava nos autos do processo nem foi suscitado pelo autor da causa- estaria sendo violado uma das mais importantes princípios derivado do princípio do devido processo legal, que é a vinculação do juiz ao pedido, já que o juiz deve ser limitado aos pedidos e situações presentes no processo, não podendo exceder esses limites para conhecer de situações não levantadas nos autos processuais.
 
37)O "pedido imediato" é representado pelo tipo de tutela jurisdicional que a parte deseja para resolver a sua ação, sendo tipos detutelas jurisdicionais: declaratória, constitutiva e condenatória. A tutela jurisdicional declaratória tem como finalidade resolver uma crise de incerteza jurídica, declarando ou não a existência de uma relação jurídica ou de um fato jurídico, devendo a sentença reconhecer e declarar essa existência ou inexistência. A tutela jurisdicional constitutiva tem como finalidade resolver uma crise advinda de uma relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo uma relação jurídica e estabelecendo, na sentença, uma nova relação jurídica que deve ser seguida daqui pra frente pelas partes envolvidas no processo. Por fim, a tutela jurisdicional condenatória tem como finalidade resolver uma crise de inadimplemento, no qual o autor pede o reconhecimento do seu direito e a condenação do réu para reparar algum direito lesado. O "pedido mediato" diz respeito ao resultado prático que o autor pretende ter com a demanda judicial, é o objeto da ação propriamente dito.
38)Apesar de uma ação de investigação de paternidade e uma ação de pagamento de pensão alimentícia possuírem as mesmas partes, as ações se diferenciam por causa do tipo de tutela jurisdicional pedida pelo autor ao poder judiciário para solucionar o conflito entre as partes e garantir o seu direito pedido na petição inicial. Na ação de investigação de paternidade, o tipo de tutela jurisdicional pedida pelo autor é declaratória, haja vista que a intenção do autor é solucionar a crise de incerteza jurídica em relação à paternidade ou não do sujeito imputado e reconhecer, caso a alegação seja procedente, as obrigações relativas advindas da paternidade (podemos citar, como exemplo, a obrigação do pai de prestar pagamento de pensão alimentícia ao filho, em caso de necessidade). Já na ação de pagamento de pensão alimentícia, o tipo de tutela jurisdicional pedida pelo autor é condenatória, já que o objetivo da ação é a condenação do réu (o pai) ao pagamento de pensão alimentícia ao seu filho, não estando discussão uma crise de incerteza jurídica em relação ao vínculo de paternidade ou não entre os sujeitos, sendo simplesmente uma crise de inadimplemento de uma obrigação do pai de prestar pagamento de pensão alimentícia ao seu filho.
39)"Litispendência" e "coisa julgada" são pressupostos processuais negativos, que devem ser examinados de ofício pelo juiz e possuem significados bem diferentes. A "litispendência" está positivada no nosso Código de Processo Civil de 2015 no seu artigo 337, §3º e ocorre quando há duas ações idênticas tramitando ao mesmo tempo, sem que qualquer uma delas á tenha o trânsito em julgado, sendo a segunda ação extinta sem o exame de mérito, pois só temos direito a um julgamento por parte do judiciário e duas ações idênticas tramitando ao mesmo tempo poderiam ter decisões distintas, favorecendo a insegurança jurídica. Já a "objeção à coisa julgada" está positivada no nosso ordenamento jurídico no artigo 502, caput, do CPC/15 e ocorre quando a parte ingressa com uma ação idêntica a outra que já possui o trânsito em julgado, sendo a segunda ação extinta sem o exame de mérito, pois só temos direito a um julgamento e como já há uma ação com trânsito em julgado, faz-se coisa julgada e garante a segurança jurídica. Assim, litispendência e coisa julgada se distinguem porque a primeira pressupõe ação em curso, e a segunda, diferentemente, a ação que se repete já foi decidida por decisão transitada em julgado.
40)A "perempção" é uma situação que impede o andamento do processo, e no Direito Processual Civil, está positivada no nosso ordenamento jurídico nos artigos 485, V e §3º e 486, §3º do CPC/15 e ocorre quando há um abandono sucessivo por três vezes de uma mesma causa pelo autor, ficando o autor da ação impedido de ingressar com uma nova ação contra o réu com o mesmo objeto. Ou seja, quando a mesma ação for proposta pela quarta vez, exige-se a extinção do processo, haja vista que o autor perdeu o direito.

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