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Campinas-SP 2021 ANA KAROLINA DA SILVA VASCONCELLOS CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES Campinas-SP 2021 CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Medicina Veterinária. Orientador: ANA KAROLINA DA SILVA VASCONCELLOS ANA KAROLINA DA SILVA VASCONCELLOS CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Medicina Veterinária. BANCA EXAMINADORA Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) Campinas, 11 de Junho de 2021 AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus sem ele nada teria acontecido. Agradeço a minha mãe por ter me ajudado desde do primeiro momento que consegui entrar na faculdade, todo suporte financeiro e todo tempo para me ajudar, e também agradeço ao meu pai mesmo não estando mas entre nós sempre olhou por mim e me deu forças em momento difíceis e alegres. Agradeço meu namorado que sem ele muita coisa não teria acontecido, suporte emocional, os puxões de orelha, por sempre ficado ao meu lado nos momentos de surtos e de alegria. Agradeço também a família dele por ter me ajudado em vários momentos. Agradeço pelas minhas amizades que me ajudaram com muitos conselhos, risadas e choros sem eles também não teria chegado aqui. Agradeço aos meus professores sem eles essa jornada na minha vida não teria acontecido. Agradeço a Deus pelo meus cachorros que estão aqui comigo e os que já se foram, fizeram grande parte da escolha da minha profissão e por me mostrar esse amor incondicional. “Chegará um dia no qual os homens conhecerão o íntimo dos animais; e nesse dia, um crime contra um animal será considerado crime contra a humanidade”. (Leonardo da Vinci) VASCONCELLOS, Ana Karolina da Silva. Cuidados paliativos em cães. 2021. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera, Campinas, 2021. RESUMO Os Cuidados Paliativos são cuidados continuados nos animais com doenças crônicas ou em fase terminal, que visam às necessidades do animal e do proprietário associadas à manutenção da qualidade de vida em casa. Estes cuidados buscam fornecer o maior conforto possível nas últimas fases da sua vida através de tratamento adequado, sendo o controle da dor um fator primordial. É um conceito recentes e ainda raro na medicina veterinária. A eutanásia ainda é o principal método utilizado para os pacientes veterinários com doenças terminais, mas só deve ser realizado quando não há outra opção. O objetivo geral foi contextualizar os cuidados paliativos em animais domésticos, idosos e em fase terminal. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura, elaborada com base na pesquisa de artigos científicos e trabalhos acadêmicos referentes ao tema, em bancos públicos de dados como Google Scholar, Pubmed e Scielo. As estratégias de cuidados paliativos são fundamentais para que o animal tenha conforto e também para que o tutor tenha atendimento psicológico adequado. Palavras-chaves: cuidados paliativos; cães; oncologia; geriatria e veterinária. VASCONCELLOS, Ana Karolina da Silva. Cuidados paliativos em cães. 2021. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera, Campinas, 2021. ABSTRACT Palliative Care is the continued care of animals with chronic or end-stage disease that addresses the needs of the animal and owner associated with maintaining the quality of life at home. This care seeks to provide the greatest possible comfort in the later stages of your life through proper treatment, with pain control being a prime factor. It is a recent concept and still rare in veterinary medicine. Euthanasia is still the primary method used for terminally ill veterinary patients, but should only be performed when there is no other option. The general objective is to contextualize palliative care in domestic, elderly and terminal animals. The methodology used was a literature review, elaborated based on the research of scientific articles and academic works related to the theme, in public databases such as Google Scholar, PubMed and Scielo. Palliative care strategies are essential for the animal to have comfort and also for the tutor to have adequate psychological care. Key words: palliative care; dogs; oncology; geriatrics and veterinary. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Catarata em cão idoso ........................................................................... 23 Figura 2 – Doença periodontal em cães .................................................................. 24 Figura 3 – Fisioterapia e acupuntura em animais domésticos ................................. 29 LISTA DE TABELA Tabela 1 – Correlação entre espécie animal, peso e idade cronológica .................. 20 Tabela 2 – Efeitos do envelhecimento em animais domésticos ............................... 21 Tabela 3 – Doenças que comumente afetam os animais domésticos geriátricos .... 22 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 2. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL ...................................... 14 3. QUALIDADE DE VIDA EM ANIMAIS IDOSOS .................................................... 19 3.1 GERIATRIA ......................................................................................................... 19 3.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ASSOCIADAS À IDADE .................................... 20 3.3 PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM ANIMAIS IDOSOS ................................ 22 4. CUIDADOS PALIATIVOS EM ANIMAIS TERMINAIS IDOSOS ........................... 26 4.1 O PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO ............................................................... 26 4.2 CUIDADOS PALIATIVOS .................................................................................... 27 4.3 ESTRATÉGIAS DE CUIDADOS PALIATIVOS .................................................... 28 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 31 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32 1. INTRODUÇÃO O bem-estar de animais idosos ou em estado terminal está diretamente relacionado às condições físicas e emocionais que são essenciais para garantir ao animal uma melhor qualidade de vida. O fato dos cães estarem chegando a uma idade mais avançada vem causando um aumento significativo em casos de doenças terminais crônicas, como no caso da oncologia que em alguns casos não tem cura e os sinais clínicos dessa doença acabam interferindo na qualidade de vida desses animais, os cuidados paliativos são indicados em animais que não alcançaram êxito no tratamento curativo ou que precisaram de cuidados a longo prazo. Em muitos casos é indicada a eutanásia aos tutores sem lhe darem a opção do tratamento paliativo para que o animal possa ter uma boa qualidade de vida, cuidados paliativos têm a finalidade de melhorar a vida desse animal, aliviando o desconforto, dores e o sofrimento do paciente. Com a aplicação dos cuidados paliativos é possível controlar a dor, dar suporte nutricional e deixar o animal o mais confortável possível durante o tempo que lhe resta de vida. Dessa forma, que foi baseada em: Quais oscuidados paliativos que podem ser uma estratégia eficiente para ser adotada em cães idosos e em fase terminal? O objetivo geral é contextualizar os cuidados paliativos em cães idosos e em fase terminal. Os objetivos específicos são descrever o histórico, apresentar o conceito e evolução do bem-estar animal, demonstrar o conceito de dor; compreender o conceito de geriatria e a importância dos cuidados paliativos em pacientes terminais e idosos; e por fim, demonstrar os cuidados paliativos que podem ser empregados nesses animais. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura, elaborada com base na pesquisa de artigos científicos e trabalhos acadêmicos referentes ao tema, em bancos públicos de dados como Google Scholar, Pubmed e SciELO. Para a pesquisa, foram utilizados os trabalhos publicados nos últimos dez anos e que possuam as palavras chave cuidados paliativos, cães, oncologia, geriatria e veterinária. 2. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL Em 1967 a inglesa Cicely Saundres introduziu na sociedade o movimento hospice contemporâneo, fundando o Saint Christopher Hospice, que era uma instituição que dava auxilio desde o controle dos sintomas até alívio da dor e sofrimento psicológico, então a partir do movimento hospice contemporâneo surgiu uma nova estratégia para cuidar dos pacientes terminais (ARAUJO, 2005). O termo "cuidados paliativos" é empregado para indicar a ação de um conjunto de profissionais de várias áreas à pacientes fora de possibilidades de cura terapêutica, a palavra "paliativa" é originada do latim palliun que significa proteção e manto, constitui proteger pacientes que a medicina curativa já não mais acolhe. Os princípios de cuidados paliativos abrangem: reafirmação da importância da vida, estabelecer cuidados que não antecipe a morte do paciente e nem a prolongue com obstinações terapêuticas, propiciar alívio da dor e de outros sintomas intensos, associar os aspectos espirituais e psicológicos nas táticas dos cuidados e oferecer de apoio à família (SHEARER, 2011). Em 1980, iniciou-se as primeiras discussões sobre cuidados paliativos em animais quando um grupo de médicos veterinários americanos criou o conceito de conforto para pacientes terminais. A primeira organização sem fins lucrativos com foco em animais com doenças terminais foi criada em 1996 “The Nikki Hospice Foundation for Pets” (NFSP), nos Estados Unidos. E em 2009 foi criada “The International Association of Animal Hospice and Palliative Care’s” (IAAHPC), que publica semestralmente atualizações em cuidados paliativos na medicina veterinária (MAROCCHINO, 2011; SHANAN et al., 2014). Cuidados paliativos foram criados primordialmente para atender pacientes portadores de câncer avançados, e com o tempo estendeu-se a pacientes portadores de alguma doença que cause dor intensa, sintomas físicos, e qualquer outro tipo sofrimento que tornem a vida insuportável ,são cuidados direcionados a pacientes sem intenção de cura, já que a doença se encontra em estágio avançado e não é responsiva ao tratamento curativo, o objetivo dos cuidados paliativos é dar ao paciente alguma qualidade de vida nos momentos finais (MC COUGHLAN et al., 2013). Atualmente a relação entre proprietário e animal teve uma grande evolução ao longo dos anos, que vem sendo justificado através de manifestações de carinhos, cuidados e preocupações constantes com o bem-estar animal e recursos científicos cada vez mais modernos, e chega a ser um desafio na medicina Veterinária (OGILVIE, 2003). Para os animais os cuidados paliativos servem para trazer conforto e qualidade de vida nos momentos finais (SOARES, 2010). Em pacientes veterinários, a eutanásia ainda é bastante considerada em casos de doenças terminais crônicas e neoplasias malignas (SOTO et al., 2016). Os animais domésticos são considerados membros da família, o que acaba gerando uma grande preocupação para os tutores quando descobrem uma doença incurável ou quando percebem que seu animal está ficando velho, e querem dar para os seus pets uma boa qualidade de vida até o fim eminente. Podemos ver a importância desses pets para as famílias através dos progressos científicos constantes sobre o diagnóstico e tratamento da dor nos animais (SHANAN et al., 2014). A medicina paliativa ensina como fazer os cuidados paliativos corretamente, e nos ajuda com os tipos de problemas que surgem e que possam surgir, também nos auxiliam como ajudar esse animal e seu proprietário a passar por essa situação e até mesmo se for o caso auxiliar o tutor a compreender de uma forma mais ampla o conceito de eutanásia para quando for necessário (SHANAN et al., 2014). O cuidado paliativo visa gerar o máximo de conforto possível ao animal, e seus tratamentos e cuidados podem ser tanto no hospital quanto em sua residência, trazendo uma maior comodidade, diminuindo o fator estresse do animal, já que está habituado em um determinado local (FIGUEIREDO; STANO, 2013). 2.2 BEM ESTAR ANIMAL A definição de bem-estar animal tem-se como aquele animal que está suficientemente bem, tanto em seu estado emocional como em sua qualidade de vida, esses fatores são considerados os mais importantes em relações aos animais, sejam eles sadios ou não, hoje em dia é considerado equivalente ao aproveitamento de vida (SHANAN et al., 2014). Essa qualidade de vida, pode ser percebida através de sinais característicos que o animal apresenta, como por exemplo: o sinal de alerta, que exibi um comportamento típico da espécie executar as suas atividades de interesse e de maneira animado e com diversão de acordo com cada espécie e com cada idade (SHEARER, 2011). O bem-estar animal garante que o animal seja livre de fome e de sede ou seja ele tem que ter um acesso a uma água fria, uma alimentação adequada às suas necessidades, que seja livre de desconforto, ou seja, os animais precisam de uma condição de alojamento em um ambiente adequado às necessidades, seja livre de dor, ferimento ou de doença sendo essa garantida pelo médico veterinário, livre de medo e de angústia, livre para expressar o comportamento natural da espécie (SHANAN et al., 2014). O veterinário tem a capacidade de realizar um plano de avaliação para cada animal, e esse animal terá um cuidado especial, respeitando as verdades e respeitando o seu limite comportamental, e deve pensar na capacidade de suporte para cada animal atendido. Pois sem essa avaliação e cuidados especiais, se causa um mal-estar, contrário de bem-estar para os animais que estão internados e tendo os cuidados paliativos, e a falta da aplicação de boas práticas pode acarretar em aumento de estresse, podendo aumentar o nível de dor do paciente (MAROCCHINO, 2011). Para uma determinada classe de pacientes como animais idosos, com doenças em estado terminal, precisa-se garantir todo bem estar como melhorias em suas condições sanitárias, aonde esse animal vai ser estabilizado, protocolos para diminuir o comportamento hostil e depressivo, diminuição de sinais de sensibilidade e agressividade, reintegrando em convívio social para que não morda as pessoas que estão lidando diretamente com ele ou outros animais de seu convívio, diminuindo o estresse, e o mais importante, a avaliação e tratamento da dor desse paciente, tendo em vista que em muitos casos o tratamento não é de cura e sim um conforto para o animal que espera a morte (ANCP, 2019). 2.2 DEFINIÇÃO DA DOR Nenhum animal merece sofrer ou morrer de dor. Dor é uma sensação desagradável associada ao emocional ou danos teciduais que são reais ou potenciais. Sensação dolorosa provém de algo sensorial podendo ser no fisiológico ou anatômico, devido aos receptores de dor nos nervos periféricos de medula espinhal e sistema nervoso central, mas existe um componente da dor que que seu motivo está associado a maneira como o animalsente dor, por isso o médico veterinário deve avaliar tanto a parte emocional como a parte sensorial ao mesmo tempo (COPPENS, 2000; FANTONI, 2012) Existem muitos mecanismos associados a dor, tanto dor aguda como dor crônica. Esses mecanismos envolvem-se com componentes sensoriais e emocionais, demonstrando-se ser apenas fisiológico, porém o emocional é associado a, e nos animais esse último fator não pode ser quantificado (VALADÃO et al., 2012). A primeira fase da dor se chama transição. Na fase de transição existe uma excitação de um receptor elétrico esses receptores são ativados por inúmeras razões, um estímulo cinético, um estímulo por temperatura, um estímulo de pressão, um estímulo ácido. Existem várias situações que produzem esses estímulos doloroso e quando esse receptor de dor é excitado ele produz um evento elétrico que vai ser transmitido (VALADÃO et al., 2012). A segunda fase da dor que é a transmissão da primeira fase é transdução, uma transformação de um estímulo em um potencial doloroso. A transmissão desse estímulo doloroso da periferia do sistema nervoso para o sistema nervoso central (TAYLOR, 1996; VALADÃO et al., 2012). Na terceira fase apresenta-se à modulação da dor, sendo uma modulação positiva como modulação negativa. Quando um animal sofre um trauma ele recebe rapidamente por um estímulo adrenérgico noradrenalina e adrenalina, as catecolaminas apresentam maior tempo de resposta ao, fazendo com que o animal libere um número maior de endorfinas que são basicamente opioides endógenos produzidos no corpo e bloqueia os receptores opioides existentes na medula espinhal (TAYLOR, 1996; VALADÃO et al. 2012). Os opioides reduzira em um período de tempo curto a essa sensação dolorosa, alinhando-se ao famoso ditado de luta ou fuga. O animal para poder sobreviver a um ataque ou para poder lutar contra o seu agressor ele não pode demonstrar a dor física naquele momento então durante esse processo ele apresenta resistência em uma sensação dolorosa tão importante (TAYLOR, 1996; VALADÃO et al., 2012). Após o processo fisiológico de luta e fuga através da modulação da dor negativa, o organismo do animal não pode se ausentar do estímulo fisiológico da sensação da dor, o organismo precisa ter essa sensação de dor, gerando estímulos para que possa ser tratada a região afetada. Se a modulação da dor negativa continuasse de forma indireta a lesão que ocorreu iria piorar e nunca chegaria uma solução. Com essa liberação de endorfinas vai reduzir a ativação dos receptores opioides isso faz com que o estímulo doloroso volte (DUARTE, 2005). O trabalho do médico veterinário é evitar o máximo possível que esse estímulo doloroso seja interpretado pelo sistema nervoso central depois que o estímulo da dor passa a existir. O tratamento vai ser baseado no que o paciente apresenta de dor e normalmente no paciente paliativo é diferente de um paciente que vai para o procedimento cirúrgico aonde possa prever o que vai acontecer no procedimento e evitar que ocorra essa sensação dolorosa, mas no paciente em emergência não ele demonstra essa dor e deve ser tratado baseado no que está sendo avaliado, fatores que podem alterar essa demonstração de dor (LAGO, 2008; SHANAN et al., 2014). Animais que se encontram em cuidados paliativos, podem apresentar o convivo em uma situação só dentro de casa, muitas vezes, apenas com o convívio da família, e vivem dentro dos quartos em cima de cama, e aqueles que se encontram internados em estado terminal, ambos podem apresentar dor intensa, porém é possível proporcional alivio, melhor qualidade de vida e bem-estar animal (FIGUEIREDO; STANO, 2013). 3. QUALIDADE DE VIDA EM ANIMAIS IDOSOS O envelhecimento afeta todos os sistemas corporais provocando mudanças progressivas e irreversíveis. Os animais idosos normalmente apresentam múltiplas doenças com diferentes níveis de disfunção. O conhecimento das alterações patológicas comuns associadas com a idade e seus efeitos sobre as funções vitais permite que o médico veterinário planeje a estratégia terapêutica mais adequada a ser adotada com o animal idoso (HOSKINS, 200). 3.1 GERIATRIA O envelhecimento pode ser definido como um processo de alterações morfológicas e funcionais de todos os órgãos que altera a condição corporal afetando de forma progressiva a coordenação das funções e da adaptabilidade. A principal causa de morte no cão idoso são tumores, seguido da insuficiência renal. Estas duas condições, juntamente com hipertireoidismo, diabetes mellitus, doenças do fígado e bronquite crônica são os principais processos patológicos que afetam o animal geriátrico (GOLDSTON, 1999). Atualmente houve um crescente interesse em relação ao cão geriátrico, fatores como o avanço da medicina veterinária e da indústria farmacêutica que desenvolveu novos fármacos, o crescimento da indústria pet que ofereceu diversos novos produtos, influenciam no aumento de expectativa e da qualidade de vida do animal (GOLDSTON, 1999). Os cães de tamanho menor têm uma expectativa de vida maior, atingindo a faixa geriátrica em uma idade mais avançada, isto é, a partir dos 11,5 anos (Tabela 1). Já os cães maiores atingem a faixa geriátrica um pouco antes, variando o tempo de acordo com seu peso corporal, atingindo em média em torno 7,5 a 10,9 anos. Já em relação aos felinos, os animais com idade superior a seis anos são considerados geriátricos, pois, a partir desta idade começam a ser observado modificações súbitas nas funções dos órgãos (MOONEY, 1995). Tabela 1 – Correlação entre espécie animal, peso e idade cronológica. Fonte: Barreto, 2013 Em geral, considera-se animal geriátrico aquele que tenha excedido 75% de suas expectativas de vida, no entanto, mais importante do que a idade cronológica é a idade fisiológica, uma vez que as alterações fisiológicas associadas com a idade do animal é que determina o grau de envelhecimento o paciente (PADDLEFORD, 2001). O papel do veterinário é de não apenas reduzir ou retardar a deterioração progressiva dos diversos sistemas orgânicos causados pelo envelhecimento, mas também informar e educar os proprietários para proporcionar uma melhor qualidade de vida ao animal (GOLDSTON, 1999). 3.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ASSOCIADAS À IDADE Animais com idade avançada costumam apresentar atrofia miocárdica que resulta em contração e débito cardíaco reduzidos, favorecendo a hipotensão e arritmias cardíacas. Devido à diminuição do débito cardíaco, perda de elasticidade do sistema cardiovascular e desidratação crônica, há uma redução dos mecanismos compensatórios do sistema cardiovascular (Tabela 2) (HOSKINS, 200). Também são frequentes mudanças na composição corporal dos animais idosos, pois há perda da massa magra e um aumento do tecido adiposo o que influencia a redução da taxa metabólica basal provocando uma redução calórica, o que faz com que os animais idosos sintam mais frio (MONNEY, 1995). Tabela 2 – Efeitos do envelhecimento em animais domésticos Fonte: Moraes, 2013 Devido a essas alterações fisiológicas os animais idosos são incapazes de compensar alterações súbitas que ocorrem após a administração de agentes anestésicos, por isso, é fundamental utilizar doses menores e reduzir a velocidade de infusão dos anestésicos para evitar que ocorra problemas mais graves (HOSKINS, 2000). São frequentes alterações em diversos sistemas do animal idoso. A respiração é afetada pelo envelhecimento com a diminuição do volume corrente de ar e uma menor eficiência da troca gasosa, gerando diminuição da capacidade pulmonar, principalmente pela diminuição da complacência. Os bronquíolos sofrem um estreitamento, os alvéolos perdem elasticidade, há o desaparecimento do parênquima pulmonar podendo gerar o aparecimento de enfisema pulmonar (PADDLEFORD, 2001). Tambémhá perda de massa renal, resultando em uma diminuição na filtração glomerular, podendo gerar insuficiência renal. A função tubular também diminui o que leva a uma dificuldade em excretar excesso de sal e água. Também há uma perda de massa do fígado e diminuição do fluxo sanguíneo hepático (PADDLEFORD, 2001). 3.3 PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM ANIMAIS IDOSOS Cães com idade avançada são afetados por doenças degenerativas e infecciosas que podem levar o animal ao óbito. Outras alterações são problemas dentários decorrentes de placas bacterianas, alterações das funções renais, hepática, perda de massa muscular, inflamações, degenerações articulares e tumores (Tabela 3) (GAVAZZA, 2001). Tabela 3 – Doenças que comumente afetam os animais domésticos geriátricos Fonte: Hoskins, 2008 Em relação ao sistema cognitivo, cães e gatos idosos apresentam alterações na percepção, menor resposta a estímulos e declínio na capacidade de aprendizado e memória. Alguns animais podem desenvolver um envelhecimento cerebral patológico, caracterizando a síndrome da disfunção cognitiva. É uma desordem neurodegenerativa progressiva com deterioração gradual de funções cognitivas, pode ser comparada à doença de Alzheimer em humanos, afetando principalmente cães e gatos (HORWITZ, 2008). Seus sinais são a desorientação, o animal fica confuso em ambientes familiares. Mudanças na interação com humanos ou outros animais, como por exemplo, maior irritabilidade, menor afeição. Também ocorre alteração no ciclo de sono, o animal dorme durante o dia e passa a noite acordado. O animal desaprende, não sabe mais onde deve urinar e defecar e não responde mais a comandos (NEILSON, 2001). Em relação ao sistema visual, a catarata (Figura 1) é muito frequente em animais domésticos idosos. É caracterizada pela perda total ou parcial da visão. Os olhos do animal apresentam um aspecto nublado e o animal começa a esbarrar com frequência nos objetos da casa. O diagnosticado deve ser realizado de forma precoce para permitir a realização da cirurgia com maiores chances de sucesso (NEILSON, 2001). Figura 1 – Catarata em cão idoso Fonte: Nelson; Couto, 2010 Em relação ao sistema cardíaco, os cães idosos estão mais propensos a desenvolver problemas cardíacos, principalmente nas válvulas do coração. Os sinais que devem ser observados no animal são o cansaço acima do normal durante a atividade física, perda de peso, falta de ar, língua arroxeada e tosse (HORWITZ, 2008). Uma doença bastante comum em animais idosos é a osteoartrite que está relacionada com o envelhecimento natural das cartilagens, que se desgastam com o tempo. Sua forma de manifestação é a dificuldades para subir escadas ou rigidez quando levanta perda dos músculos e comportamento irritadiço. Se não for tratada rapidamente, essa patologia pode se agravar e impedir o animal de andar. Além disso, cães obesos ou de porte grande são mais propensos a desenvolver a doença (PADDLEFORD, 2001). Os sinais clínicos na fase inicial da doença são a marcha rígida e claudicação, em fases avançadas o animal apresenta alterações na postura, dificuldade de locomoção, dores articulares, inchaço local, diminuição da amplitude do movimento articular e em casos mais graves, atrofia muscular (NELSON; COUTO, 2010). Assim como as cartilagens, os dentes (Figura 2) vão se desgastando com o tempo e perdendo sua qualidade, aumentando as chances de desenvolver problemas odontológicos. Os sintomas de doenças periodontais é o forte mau-hálito, mudanças na alimentação e perda de peso. É importante diagnosticar e realizar o tratamento o quanto antes para o animal não perder nenhum dente ou contrair infecção (NELSON; COUTO, 2010). Figura 2– Doença Periodontal em cães Fonte: Nelson; Couto, 2010 A Insuficiência renal é outra patologia que cães idosos são mais propensos a contrair. A doença surge quando o rim não consegue mais filtrar o sangue com eficiência. Como consequência, os rins diminuem de tamanho e ficam fibrosos e enrugados. Dentre os sintomas, urina em grandes quantidades, aumento da sede, perda de peso e apetite, fraqueza e vômito (NELSON; COUTO, 2010). A doença renal crônica (DRC) é a doença mais comum em caninos e felinos geriátricos, causa à perda dos néfrons dos rins, as lesões provocadas por lesões estruturais são irreversíveis sendo uma doença grave e progressiva que afeta a homeostasia corporal e pode levar o animal a morte (ANDRADE, 2002). As doenças reprodutivas também afetam os animais idosos, nas fêmeas é observado principalmente hiperplasia endometrial cística, a mucometra e a piometra, sendo a piometra uma das afecções mais comuns sendo uma doença que pode levar a morte. Seus sintomas são letargia, anorexia, vômito, e perda de peso e presença de corrimento vaginal purulento. Ocorre principalmente na fase diestro do ciclo estral (NELSON; COUTO, 2010). Nos machos as doenças prostáticas são muito comuns em animais idosos não castrados. As principais são a hiperplasia prostática benigna (HPB), prostatite aguda ou crônica, cistos, abscessos e neoplasias prostáticas. Os sinais clínicos dessas doenças são semelhantes e podem evoluir sem nenhum sinal clinico evidente dificultando a detecção precoce (CORNELL et al., 2000). Uma das mais graves doenças que podem afetar os animais domésticos idosos é o câncer. A taxa de tumores em animais domésticos cresceu devido a principalmente a maior longevidade desses animais. Um animal com doença oncológica não sofre apenas com o tumor e a sua localização, mas também com vários problemas secundários, o que leva a uma redução da condição geral do paciente (SIMON, 2006). As neoplasias em animais idosos podem ser mais difíceis de diagnosticar, devido aos sintomas serem escondidos por outros problemas apresentados nesta faixa etária, como artrite, obesidade, doença periodontal, entre outras. As principais neoplasias detectadas em animais idosos são o carcinoma de células escamosas, melanoma, fibrossarcoma, osteossarcoma, mastocitoma, hemangiopericitoma, adenocarcinoma mamário, linfossarcoma e carcinoma vesical e uretral (EPSTEIN et al., 2005). As causas do câncer ainda não estão totalmente esclarecidas, os fatores causadores do câncer podem ser intrínsecos e extrínsecos. Os fatores extrínsecos envolvem metais, radiações, vírus, bactérias e inflamações crônicas. Já os fatores intrínsecos estão relacionados à idade, tipo de dieta, efeitos hormonais e predisposição genética. Atualmente o câncer é a principal causa de óbito em cães e gatos o que pode estar correlacionada à maior longevidade e o crescente aumento populacional desses animais (DALECK et al., 2008). 4 CUIDADOS PALIATIVOS EM ANIMAIS TERMINAIS IDOSOS O papel do médico veterinário não é apenas reduzir ou retardar os danos progressivos dos diversos sistemas fisiológicos causados pelo envelhecimento, mas também esclarecer os proprietários, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida a seus animais, bem como prepará-los para o dia que falte a presença deste seu animal e para isso é necessário conhecer a importância dos cuidados paliativos (OLIVEIRA FILHO, 2010). 4.1 O PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO As Diretrizes Curriculares Nacionais orientam a formação de um Médico Veterinário generalista, humanista, crítico e reflexivo, apto a desenvolver suas atividades em todos os campos de atuação profissional, refletindo a necessidade da sociedade brasileira (OLIVEIRA FILHO, 2010). O profissional da Saúde, normalmente apresenta um mecanismo de negação para se defender da angústia produzida pelo falecimento de um paciente, isto têm relação com o currículo e com a estrutura dos cursos de Medicina que não fornece os instrumentos adequados para o profissional lidar com a realidade da morte (QUINTANA, 2002). A morteé tratada de forma fisiológica, e não de modo humanista, pois não é dado treinamento para o médico veterinário tratar esse assunto com os proprietários. O profissional deveria estar preparado para realizar seu atendimento, apoiando os familiares que acabaram de perder um ser que amavam (OLIVEIRA FILHO, 2010). Sentir-se inútil ou impotente, é um tipo de sentimento que todo o profissional de saúde sente em algum momento ao longo da trajetória profissional. Quando o profissional tem a necessidade de realizar a eutanásia, este tipo de procedimento provoca um grande desgaste psicológico, sendo necessária dessa forma que o profissional tenha uma preparação adequada para esse momento em sua formação acadêmica (SOTO; SOUSA; RISSETO, 2006). Portanto a formação do médico veterinário aborda pouco o tema cuidados paliativos e dessa forma o médico não tem a preparação adequada para lidar quando a morte do paciente é impossível de impedir. A grade curricular da medicina veterinária deve conter disciplinas que abordem os cuidados paliativos para que o profissional esteja preparado para lidas com assuntos que exijam preparo emocional e psicológico (QUINTANA, 2002). 4.2 CUIDADOS PALIATIVOS Os Cuidados Paliativos são cuidados continuados nos animais com doenças crônicas ou em fase terminal, que visam às necessidades do animal e do proprietário associadas à manutenção da qualidade de vida em casa. Estes cuidados reconhecem a morte como um processo normal e acreditam que o animal merece viver com o maior conforto possível nas últimas fases da sua vida através de tratamento adequado, sendo o controle da dor um fator primordial (NELSON; COUTO, 2010). É necessário avaliar e controlar de forma adequada não somente a dor, mas, todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual. É focado também na preparação mental dos proprietários para a morte do animal quando esta chegar ou essa decisão for avaliada (SOARES, 2010). Os cuidados paliativos têm o objetivo de fornecer ao paciente em sua fase final da vida, mais conforto e qualidade. Para os animais, a utilização dos cuidados paliativos é conceito recentes e ainda raro na medicina veterinária. A eutanásia ainda é o principal método utilizado para os pacientes veterinários com doenças terminais (SOTO, 2006). O primeiro trabalho que abordou a importância dos cuidados paliativos na veterinária ocorreu em 1980, nesse trabalho foi abordado à importância do conforto para animais terminais. Em 1996, nos Estados Unidos, foi criada a primeira organização sem fins lucrativos com o intuito de auxiliar animais em fases terminais e em 2009, também nos estados unidos, foi criada a primeira associação para auxiliar esses animais (MAROCCHINO, 2011). São considerados terminais os pacientes que possuem expectativa de vida inferior a um mês, dessa forma os animais com expectativa de vida maior que um mês podem ser encaminhados a cuidados paliativos para ser acompanhado com uma melhor qualidade de vida (SHEARER, 2011). 4.3 ESTRATÉGIAS DE CUIDADOS PALIATIVOS Deve ser elaborado um modelo de intervenção em Cuidados Paliativos onde as ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença. A paliação ganha expressão e importância para o doente à medida que o tratamento modificador da doença perde sua efetividade (SOTO, 2006). A eutanásia é um procedimento legalizado na medicina veterinária, mas só deve ser realizado quando não há outra opção, não deve ser realizado apenas como opção para aliviar a dor. Apenas quando todas as outras opções não tiveram sucesso, a eutanásia pode ser sugerida pelo médico veterinário para evitar maior sofrimento (SHANAN et al., 2014). As ações paliativas devem incluir medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio psicológico ao proprietário do diagnóstico ao óbito. A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório deve compreender uma rede de ações composta por consultas ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em unidade de média complexidade, destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos cuidados de final de vida (SOTO, 2006). A preparação dos cuidados paliativos começa com a formulação de um plano individualizado, tendo em consideração a avaliação abrangente das necessidades do animal e da família englobando o diagnóstico do paciente, prognóstico e opções de tratamento disponíveis; valores familiares, crenças e recursos e a filosofia da equipe de cuidados paliativos. Os Cuidados paliativos em domicílio incluem (OLIVEIRA FILHO, 2010): A Assistência médica inclui o controlo da dor e de outros sintomas, administração de medicamentos, antecipando complicações e preparando os proprietários para os efeitos secundários que podem estar associados aos medicamentos e tratamentos. Os Cuidados de Enfermagem Inclui a revisão dos tratamentos e medicamentos administrados pela família, revendo as atividades da vida diária do paciente, avaliando a condição do paciente, administração de medicamentos e tratamentos, e assegurar que sejam tomadas todas as medidas para maximizar o conforto do paciente. O Suporte para a família consiste em ouvir os proprietários tendo em conta os seus sentimentos, experiências passadas, dúvidas e medos fornecendo informações e outros recursos e ajudando na preparação para a morte do animal e os apoiando na fase de luto (OLIVEIRA FILHO, 2010). Outras modalidades de alívio da dor incluem métodos não farmacológicos como a acupuntura e a fisioterapia (Figura 3), que podem ser combinados com a terapia farmacológica, para permitir o uso de doses mais baixas de medicamentos, diminuindo assim os seus efeitos secundários (GARCIA et al., 2009). Figura 3 - Fisioterapia e acupuntura e animais domésticos Fonte: Nelson; Couto, 2010 Já foi mostrado que a analgesia por acupuntura é extremamente útil na dor da zona pélvica, na zona rádio-ulnar e femoral, bem como no desconforto cutâneo secundário a radioterapia. A acupuntura ajuda também a aliviar as náuseas secundárias a tratamentos quimioterápicos e analgésicos, e promove o bem-estar geral (GARCIA et al., 2009). O mecanismo de analgesia na acupuntura parece envolver a estimulação de interneurônios inibitórios na medula espinhal, bem como a liberação endógena de encefalinas, endorfinas e opiáceos oferecendo assim seus diversos benefícios que auxiliam o animal em fase terminal (ANTUNES et al., 2008). Os benefícios da fisioterapia, em particular da cinesioterapia, também denominada terapia do movimento, e da massagem são o alívio da dor e do stress, a melhoria das defesas imunitárias e o alívio do edema linfático. Outras terapias utilizadas para a reabilitação física do animal são a massagem, laser terapêutico, aplicação de calor ou frio, fisioterapia, entre outros métodos veterinários alternativos e complementares (SHEARER, 2011). O local que o animal vive deve conter modificações que facilitem seu cotidiano tais como rampas, portas e piso antiderrapante, iluminação adequada, evitar sons altos e temperatura adequada. Essas modificações irão prevenir acidentes e melhorar a qualidade de vida do animal (SHANAN et al., 2014). Outra opção é a possibilidade de hospedagem do animal durante o dia enquanto o tutor estiver trabalhando, essa possibilidade permite que o animal tenha todos os cuidados necessários durante o período que não tem ninguém disponível para cuidar do animal (SHEARER, 2011). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os cuidados paliativos são indicados em animais que não alcançaram êxito no tratamento curativo ou que precisaram de cuidados a longo prazo. Têm a finalidade de melhorar a vida desse animal, aliviando o desconforto, dores e osofrimento do paciente. Esse estudo buscou mostrar a importância da qualidade de vida para os animais idosos em fase terminal sendo mostrado como diferentes estratégias que possam evitar dor e melhore seu bem-estar. No primeiro capítulo foram abordados o histórico e a evolução do bem-estar animal sendo mostrado que os progressos científicos sobre o diagnóstico e tratamento da dor nos animais permitiram uma evolução dos cuidados paliativos veterinários. No secundo capítulo foi abordado o conceito de qualidade de vida de animais idosos sendo mostrado que o envelhecimento afeta todos os sistemas corporais provocando mudanças progressivas e irreversíveis. Foram mostrados as principais alterações fisiológicas e patologias associadas à idade, sendo o câncer uma das mais graves. O conhecimento das alterações patológicas comuns associadas com a idade e seus efeitos sobre as funções vitais permite que o médico veterinário planeje a estratégia terapêutica mais adequada a ser adotada com o animal idoso. No terceiro capítulo foi caracterizados os cuidados paliativos em animais idosos terminais, sendo mostrado o papel do veterinário nessa situação. O avanço da medicina veterinária e da indústria farmacêutica que desenvolveu novos fármacos, o crescimento da indústria pet que ofereceu diversos novos produtos, influenciam no aumento de expectativa e da qualidade de vida do animal. A questão-problema desse estudo foi: Quais os cuidados paliativos que podem ser uma estratégia eficiente para ser adotada em cães idosos e em fase terminal? Essa questão foi respondida pois foram mostradas as principais estratégias de cuidados paliativos, as ações paliativas devem incluir medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio psicológico ao proprietário do diagnóstico ao óbito. Essas estratégias são fundamentais para que o animal tenha conforto e também para que o tutor tenha atendimento psicológico adequado para que supere essa fase da melhor maneira possível. REFERÊNCIAS ANCP - ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro, v. 1, p.25-43, 2009. 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