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CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES - TCC

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Campinas-SP 
2021 
ANA KAROLINA DA SILVA VASCONCELLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES 
 
Campinas-SP 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Medicina Veterinária. 
Orientador: 
 
 
 
ANA KAROLINA DA SILVA VASCONCELLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA KAROLINA DA SILVA VASCONCELLOS 
 
 
 
CUIDADOS PALIATIVOS EM CÃES 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Medicina Veterinária. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Campinas, 11 de Junho de 2021 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço primeiramente a Deus sem ele nada teria acontecido. 
Agradeço a minha mãe por ter me ajudado desde do primeiro momento que 
consegui entrar na faculdade, todo suporte financeiro e todo tempo para me ajudar, e 
também agradeço ao meu pai mesmo não estando mas entre nós sempre olhou por 
mim e me deu forças em momento difíceis e alegres. 
Agradeço meu namorado que sem ele muita coisa não teria acontecido, suporte 
emocional, os puxões de orelha, por sempre ficado ao meu lado nos momentos de 
surtos e de alegria. Agradeço também a família dele por ter me ajudado em vários 
momentos. 
Agradeço pelas minhas amizades que me ajudaram com muitos conselhos, 
risadas e choros sem eles também não teria chegado aqui. 
Agradeço aos meus professores sem eles essa jornada na minha vida não teria 
acontecido. 
Agradeço a Deus pelo meus cachorros que estão aqui comigo e os que já se 
foram, fizeram grande parte da escolha da minha profissão e por me mostrar esse 
amor incondicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Chegará um dia no qual os homens conhecerão o 
íntimo dos animais; e nesse dia, um crime contra um 
animal será considerado crime contra a humanidade”. 
(Leonardo da Vinci) 
 
 
 
 
 
VASCONCELLOS, Ana Karolina da Silva. Cuidados paliativos em cães. 2021. 32f. 
Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera, 
Campinas, 2021. 
 
 
RESUMO 
 
Os Cuidados Paliativos são cuidados continuados nos animais com doenças crônicas 
ou em fase terminal, que visam às necessidades do animal e do proprietário 
associadas à manutenção da qualidade de vida em casa. Estes cuidados buscam 
fornecer o maior conforto possível nas últimas fases da sua vida através de tratamento 
adequado, sendo o controle da dor um fator primordial. É um conceito recentes e ainda 
raro na medicina veterinária. A eutanásia ainda é o principal método utilizado para os 
pacientes veterinários com doenças terminais, mas só deve ser realizado quando não 
há outra opção. O objetivo geral foi contextualizar os cuidados paliativos em animais 
domésticos, idosos e em fase terminal. A metodologia utilizada foi uma revisão de 
literatura, elaborada com base na pesquisa de artigos científicos e trabalhos 
acadêmicos referentes ao tema, em bancos públicos de dados como Google Scholar, 
Pubmed e Scielo. As estratégias de cuidados paliativos são fundamentais para que o 
animal tenha conforto e também para que o tutor tenha atendimento psicológico 
adequado. 
 
 
 
Palavras-chaves: cuidados paliativos; cães; oncologia; geriatria e veterinária. 
 
 
VASCONCELLOS, Ana Karolina da Silva. Cuidados paliativos em cães. 2021. 32f. 
Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera, 
Campinas, 2021. 
 
 
ABSTRACT 
 
Palliative Care is the continued care of animals with chronic or end-stage disease that 
addresses the needs of the animal and owner associated with maintaining the quality 
of life at home. This care seeks to provide the greatest possible comfort in the later 
stages of your life through proper treatment, with pain control being a prime factor. It 
is a recent concept and still rare in veterinary medicine. Euthanasia is still the primary 
method used for terminally ill veterinary patients, but should only be performed when 
there is no other option. The general objective is to contextualize palliative care in 
domestic, elderly and terminal animals. The methodology used was a literature review, 
elaborated based on the research of scientific articles and academic works related to 
the theme, in public databases such as Google Scholar, PubMed and Scielo. Palliative 
care strategies are essential for the animal to have comfort and also for the tutor to 
have adequate psychological care. 
 
Key words: palliative care; dogs; oncology; geriatrics and veterinary. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Catarata em cão idoso ........................................................................... 23 
Figura 2 – Doença periodontal em cães .................................................................. 24 
Figura 3 – Fisioterapia e acupuntura em animais domésticos ................................. 29 
LISTA DE TABELA 
 
 
Tabela 1 – Correlação entre espécie animal, peso e idade cronológica .................. 20 
Tabela 2 – Efeitos do envelhecimento em animais domésticos ............................... 21 
Tabela 3 – Doenças que comumente afetam os animais domésticos geriátricos .... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 
2. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL ...................................... 14 
3. QUALIDADE DE VIDA EM ANIMAIS IDOSOS .................................................... 19 
3.1 GERIATRIA ......................................................................................................... 19 
3.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ASSOCIADAS À IDADE .................................... 20 
3.3 PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM ANIMAIS IDOSOS ................................ 22 
4. CUIDADOS PALIATIVOS EM ANIMAIS TERMINAIS IDOSOS ........................... 26 
4.1 O PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO ............................................................... 26 
4.2 CUIDADOS PALIATIVOS .................................................................................... 27 
4.3 ESTRATÉGIAS DE CUIDADOS PALIATIVOS .................................................... 28 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 31 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O bem-estar de animais idosos ou em estado terminal está diretamente 
relacionado às condições físicas e emocionais que são essenciais para garantir ao 
animal uma melhor qualidade de vida. O fato dos cães estarem chegando a uma idade 
mais avançada vem causando um aumento significativo em casos de doenças 
terminais crônicas, como no caso da oncologia que em alguns casos não tem cura e 
os sinais clínicos dessa doença acabam interferindo na qualidade de vida desses 
animais, os cuidados paliativos são indicados em animais que não alcançaram êxito 
no tratamento curativo ou que precisaram de cuidados a longo prazo. 
Em muitos casos é indicada a eutanásia aos tutores sem lhe darem a opção do 
tratamento paliativo para que o animal possa ter uma boa qualidade de vida, cuidados 
paliativos têm a finalidade de melhorar a vida desse animal, aliviando o desconforto, 
dores e o sofrimento do paciente. Com a aplicação dos cuidados paliativos é possível 
controlar a dor, dar suporte nutricional e deixar o animal o mais confortável possível 
durante o tempo que lhe resta de vida. 
Dessa forma, que foi baseada em: Quais oscuidados paliativos que podem ser 
uma estratégia eficiente para ser adotada em cães idosos e em fase terminal? 
O objetivo geral é contextualizar os cuidados paliativos em cães idosos e em 
fase terminal. Os objetivos específicos são descrever o histórico, apresentar o 
conceito e evolução do bem-estar animal, demonstrar o conceito de dor; compreender 
o conceito de geriatria e a importância dos cuidados paliativos em pacientes terminais 
e idosos; e por fim, demonstrar os cuidados paliativos que podem ser empregados 
nesses animais. 
A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura, elaborada com base na 
pesquisa de artigos científicos e trabalhos acadêmicos referentes ao tema, em bancos 
públicos de dados como Google Scholar, Pubmed e SciELO. Para a pesquisa, foram 
utilizados os trabalhos publicados nos últimos dez anos e que possuam as palavras 
chave cuidados paliativos, cães, oncologia, geriatria e veterinária. 
 
2. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL 
 
Em 1967 a inglesa Cicely Saundres introduziu na sociedade o movimento 
hospice contemporâneo, fundando o Saint Christopher Hospice, que era uma 
instituição que dava auxilio desde o controle dos sintomas até alívio da dor e 
sofrimento psicológico, então a partir do movimento hospice contemporâneo surgiu 
uma nova estratégia para cuidar dos pacientes terminais (ARAUJO, 2005). 
O termo "cuidados paliativos" é empregado para indicar a ação de um conjunto 
de profissionais de várias áreas à pacientes fora de possibilidades de cura terapêutica, 
a palavra "paliativa" é originada do latim palliun que significa proteção e manto, 
constitui proteger pacientes que a medicina curativa já não mais acolhe. Os princípios 
de cuidados paliativos abrangem: reafirmação da importância da vida, estabelecer 
cuidados que não antecipe a morte do paciente e nem a prolongue com obstinações 
terapêuticas, propiciar alívio da dor e de outros sintomas intensos, associar os 
aspectos espirituais e psicológicos nas táticas dos cuidados e oferecer de apoio à 
família (SHEARER, 2011). 
Em 1980, iniciou-se as primeiras discussões sobre cuidados paliativos em 
animais quando um grupo de médicos veterinários americanos criou o conceito de 
conforto para pacientes terminais. A primeira organização sem fins lucrativos com foco 
em animais com doenças terminais foi criada em 1996 “The Nikki Hospice Foundation 
for Pets” (NFSP), nos Estados Unidos. E em 2009 foi criada “The International 
Association of Animal Hospice and Palliative Care’s” (IAAHPC), que publica 
semestralmente atualizações em cuidados paliativos na medicina veterinária 
(MAROCCHINO, 2011; SHANAN et al., 2014). 
Cuidados paliativos foram criados primordialmente para atender pacientes 
portadores de câncer avançados, e com o tempo estendeu-se a pacientes portadores 
de alguma doença que cause dor intensa, sintomas físicos, e qualquer outro tipo 
sofrimento que tornem a vida insuportável ,são cuidados direcionados a pacientes 
sem intenção de cura, já que a doença se encontra em estágio avançado e não é 
responsiva ao tratamento curativo, o objetivo dos cuidados paliativos é dar ao paciente 
alguma qualidade de vida nos momentos finais (MC COUGHLAN et al., 2013). 
Atualmente a relação entre proprietário e animal teve uma grande evolução ao 
longo dos anos, que vem sendo justificado através de manifestações de carinhos, 
cuidados e preocupações constantes com o bem-estar animal e recursos científicos 
 
cada vez mais modernos, e chega a ser um desafio na medicina Veterinária (OGILVIE, 
2003). 
Para os animais os cuidados paliativos servem para trazer conforto e qualidade 
de vida nos momentos finais (SOARES, 2010). Em pacientes veterinários, a eutanásia 
ainda é bastante considerada em casos de doenças terminais crônicas e neoplasias 
malignas (SOTO et al., 2016). 
Os animais domésticos são considerados membros da família, o que acaba 
gerando uma grande preocupação para os tutores quando descobrem uma doença 
incurável ou quando percebem que seu animal está ficando velho, e querem dar para 
os seus pets uma boa qualidade de vida até o fim eminente. Podemos ver a 
importância desses pets para as famílias através dos progressos científicos 
constantes sobre o diagnóstico e tratamento da dor nos animais (SHANAN et al., 
2014). 
A medicina paliativa ensina como fazer os cuidados paliativos corretamente, e 
nos ajuda com os tipos de problemas que surgem e que possam surgir, também nos 
auxiliam como ajudar esse animal e seu proprietário a passar por essa situação e até 
mesmo se for o caso auxiliar o tutor a compreender de uma forma mais ampla o 
conceito de eutanásia para quando for necessário (SHANAN et al., 2014). 
O cuidado paliativo visa gerar o máximo de conforto possível ao animal, e seus 
tratamentos e cuidados podem ser tanto no hospital quanto em sua residência, 
trazendo uma maior comodidade, diminuindo o fator estresse do animal, já que está 
habituado em um determinado local (FIGUEIREDO; STANO, 2013). 
 
2.2 BEM ESTAR ANIMAL 
 
A definição de bem-estar animal tem-se como aquele animal que está 
suficientemente bem, tanto em seu estado emocional como em sua qualidade de vida, 
esses fatores são considerados os mais importantes em relações aos animais, sejam 
eles sadios ou não, hoje em dia é considerado equivalente ao aproveitamento de vida 
(SHANAN et al., 2014). 
Essa qualidade de vida, pode ser percebida através de sinais característicos 
que o animal apresenta, como por exemplo: o sinal de alerta, que exibi um 
comportamento típico da espécie executar as suas atividades de interesse e de 
 
maneira animado e com diversão de acordo com cada espécie e com cada idade 
(SHEARER, 2011). 
 O bem-estar animal garante que o animal seja livre de fome e de sede ou seja 
ele tem que ter um acesso a uma água fria, uma alimentação adequada às suas 
necessidades, que seja livre de desconforto, ou seja, os animais precisam de uma 
condição de alojamento em um ambiente adequado às necessidades, seja livre de 
dor, ferimento ou de doença sendo essa garantida pelo médico veterinário, livre de 
medo e de angústia, livre para expressar o comportamento natural da espécie 
(SHANAN et al., 2014). 
O veterinário tem a capacidade de realizar um plano de avaliação para cada 
animal, e esse animal terá um cuidado especial, respeitando as verdades e 
respeitando o seu limite comportamental, e deve pensar na capacidade de suporte 
para cada animal atendido. Pois sem essa avaliação e cuidados especiais, se causa 
um mal-estar, contrário de bem-estar para os animais que estão internados e tendo 
os cuidados paliativos, e a falta da aplicação de boas práticas pode acarretar em 
aumento de estresse, podendo aumentar o nível de dor do paciente (MAROCCHINO, 
2011). 
Para uma determinada classe de pacientes como animais idosos, com doenças 
em estado terminal, precisa-se garantir todo bem estar como melhorias em suas 
condições sanitárias, aonde esse animal vai ser estabilizado, protocolos para diminuir 
o comportamento hostil e depressivo, diminuição de sinais de sensibilidade e 
agressividade, reintegrando em convívio social para que não morda as pessoas que 
estão lidando diretamente com ele ou outros animais de seu convívio, diminuindo o 
estresse, e o mais importante, a avaliação e tratamento da dor desse paciente, tendo 
em vista que em muitos casos o tratamento não é de cura e sim um conforto para o 
animal que espera a morte (ANCP, 2019). 
 
2.2 DEFINIÇÃO DA DOR 
 
Nenhum animal merece sofrer ou morrer de dor. Dor é uma sensação 
desagradável associada ao emocional ou danos teciduais que são reais ou potenciais. 
Sensação dolorosa provém de algo sensorial podendo ser no fisiológico ou anatômico, 
devido aos receptores de dor nos nervos periféricos de medula espinhal e sistema 
nervoso central, mas existe um componente da dor que que seu motivo está associado 
 
a maneira como o animalsente dor, por isso o médico veterinário deve avaliar tanto a 
parte emocional como a parte sensorial ao mesmo tempo (COPPENS, 2000; 
FANTONI, 2012) 
Existem muitos mecanismos associados a dor, tanto dor aguda como dor 
crônica. Esses mecanismos envolvem-se com componentes sensoriais e emocionais, 
demonstrando-se ser apenas fisiológico, porém o emocional é associado a, e nos 
animais esse último fator não pode ser quantificado (VALADÃO et al., 2012). 
A primeira fase da dor se chama transição. Na fase de transição existe uma 
excitação de um receptor elétrico esses receptores são ativados por inúmeras razões, 
um estímulo cinético, um estímulo por temperatura, um estímulo de pressão, um 
estímulo ácido. Existem várias situações que produzem esses estímulos doloroso e 
quando esse receptor de dor é excitado ele produz um evento elétrico que vai ser 
transmitido (VALADÃO et al., 2012). 
A segunda fase da dor que é a transmissão da primeira fase é transdução, uma 
transformação de um estímulo em um potencial doloroso. A transmissão desse 
estímulo doloroso da periferia do sistema nervoso para o sistema nervoso central 
(TAYLOR, 1996; VALADÃO et al., 2012). 
Na terceira fase apresenta-se à modulação da dor, sendo uma modulação 
positiva como modulação negativa. Quando um animal sofre um trauma ele recebe 
rapidamente por um estímulo adrenérgico noradrenalina e adrenalina, as 
catecolaminas apresentam maior tempo de resposta ao, fazendo com que o animal 
libere um número maior de endorfinas que são basicamente opioides endógenos 
produzidos no corpo e bloqueia os receptores opioides existentes na medula espinhal 
(TAYLOR, 1996; VALADÃO et al. 2012). 
Os opioides reduzira em um período de tempo curto a essa sensação dolorosa, 
alinhando-se ao famoso ditado de luta ou fuga. O animal para poder sobreviver a um 
ataque ou para poder lutar contra o seu agressor ele não pode demonstrar a dor física 
naquele momento então durante esse processo ele apresenta resistência em uma 
sensação dolorosa tão importante (TAYLOR, 1996; VALADÃO et al., 2012). 
Após o processo fisiológico de luta e fuga através da modulação da dor 
negativa, o organismo do animal não pode se ausentar do estímulo fisiológico da 
sensação da dor, o organismo precisa ter essa sensação de dor, gerando estímulos 
para que possa ser tratada a região afetada. Se a modulação da dor negativa 
continuasse de forma indireta a lesão que ocorreu iria piorar e nunca chegaria uma 
 
solução. Com essa liberação de endorfinas vai reduzir a ativação dos receptores 
opioides isso faz com que o estímulo doloroso volte (DUARTE, 2005). 
O trabalho do médico veterinário é evitar o máximo possível que esse estímulo 
doloroso seja interpretado pelo sistema nervoso central depois que o estímulo da dor 
passa a existir. O tratamento vai ser baseado no que o paciente apresenta de dor e 
normalmente no paciente paliativo é diferente de um paciente que vai para o 
procedimento cirúrgico aonde possa prever o que vai acontecer no procedimento e 
evitar que ocorra essa sensação dolorosa, mas no paciente em emergência não ele 
demonstra essa dor e deve ser tratado baseado no que está sendo avaliado, fatores 
que podem alterar essa demonstração de dor (LAGO, 2008; SHANAN et al., 2014). 
Animais que se encontram em cuidados paliativos, podem apresentar o convivo 
em uma situação só dentro de casa, muitas vezes, apenas com o convívio da família, 
e vivem dentro dos quartos em cima de cama, e aqueles que se encontram internados 
em estado terminal, ambos podem apresentar dor intensa, porém é possível 
proporcional alivio, melhor qualidade de vida e bem-estar animal (FIGUEIREDO; 
STANO, 2013). 
 
 
3. QUALIDADE DE VIDA EM ANIMAIS IDOSOS 
 
 O envelhecimento afeta todos os sistemas corporais provocando mudanças 
progressivas e irreversíveis. Os animais idosos normalmente apresentam múltiplas 
doenças com diferentes níveis de disfunção. O conhecimento das alterações 
patológicas comuns associadas com a idade e seus efeitos sobre as funções vitais 
permite que o médico veterinário planeje a estratégia terapêutica mais adequada a 
ser adotada com o animal idoso (HOSKINS, 200). 
 
3.1 GERIATRIA 
O envelhecimento pode ser definido como um processo de alterações 
morfológicas e funcionais de todos os órgãos que altera a condição corporal afetando 
de forma progressiva a coordenação das funções e da adaptabilidade. A principal 
causa de morte no cão idoso são tumores, seguido da insuficiência renal. Estas duas 
condições, juntamente com hipertireoidismo, diabetes mellitus, doenças do fígado e 
bronquite crônica são os principais processos patológicos que afetam o animal 
geriátrico (GOLDSTON, 1999). 
Atualmente houve um crescente interesse em relação ao cão geriátrico, fatores 
como o avanço da medicina veterinária e da indústria farmacêutica que desenvolveu 
novos fármacos, o crescimento da indústria pet que ofereceu diversos novos produtos, 
influenciam no aumento de expectativa e da qualidade de vida do animal 
(GOLDSTON, 1999). 
Os cães de tamanho menor têm uma expectativa de vida maior, atingindo a 
faixa geriátrica em uma idade mais avançada, isto é, a partir dos 11,5 anos (Tabela 
1). Já os cães maiores atingem a faixa geriátrica um pouco antes, variando o tempo 
de acordo com seu peso corporal, atingindo em média em torno 7,5 a 10,9 anos. Já 
em relação aos felinos, os animais com idade superior a seis anos são considerados 
geriátricos, pois, a partir desta idade começam a ser observado modificações súbitas 
nas funções dos órgãos (MOONEY, 1995). 
 
 
 
 
 
Tabela 1 – Correlação entre espécie animal, peso e idade cronológica. 
 
 
Fonte: Barreto, 2013 
 
Em geral, considera-se animal geriátrico aquele que tenha excedido 75% de 
suas expectativas de vida, no entanto, mais importante do que a idade cronológica é 
a idade fisiológica, uma vez que as alterações fisiológicas associadas com a idade do 
animal é que determina o grau de envelhecimento o paciente (PADDLEFORD, 2001). 
O papel do veterinário é de não apenas reduzir ou retardar a deterioração 
progressiva dos diversos sistemas orgânicos causados pelo envelhecimento, mas 
também informar e educar os proprietários para proporcionar uma melhor qualidade 
de vida ao animal (GOLDSTON, 1999). 
 
3.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ASSOCIADAS À IDADE 
Animais com idade avançada costumam apresentar atrofia miocárdica que 
resulta em contração e débito cardíaco reduzidos, favorecendo a hipotensão e 
arritmias cardíacas. Devido à diminuição do débito cardíaco, perda de elasticidade do 
sistema cardiovascular e desidratação crônica, há uma redução dos mecanismos 
compensatórios do sistema cardiovascular (Tabela 2) (HOSKINS, 200). 
Também são frequentes mudanças na composição corporal dos animais 
idosos, pois há perda da massa magra e um aumento do tecido adiposo o que 
influencia a redução da taxa metabólica basal provocando uma redução calórica, o 
que faz com que os animais idosos sintam mais frio (MONNEY, 1995). 
 
 
 
 
Tabela 2 – Efeitos do envelhecimento em animais domésticos 
 
 
Fonte: Moraes, 2013 
 
Devido a essas alterações fisiológicas os animais idosos são incapazes de 
compensar alterações súbitas que ocorrem após a administração de agentes 
anestésicos, por isso, é fundamental utilizar doses menores e reduzir a velocidade de 
infusão dos anestésicos para evitar que ocorra problemas mais graves (HOSKINS, 
2000). 
São frequentes alterações em diversos sistemas do animal idoso. A respiração 
é afetada pelo envelhecimento com a diminuição do volume corrente de ar e uma 
menor eficiência da troca gasosa, gerando diminuição da capacidade pulmonar, 
principalmente pela diminuição da complacência. Os bronquíolos sofrem um 
estreitamento, os alvéolos perdem elasticidade, há o desaparecimento do parênquima 
pulmonar podendo gerar o aparecimento de enfisema pulmonar (PADDLEFORD, 
2001). 
Tambémhá perda de massa renal, resultando em uma diminuição na filtração 
glomerular, podendo gerar insuficiência renal. A função tubular também diminui o que 
leva a uma dificuldade em excretar excesso de sal e água. Também há uma perda de 
massa do fígado e diminuição do fluxo sanguíneo hepático (PADDLEFORD, 2001). 
 
 
3.3 PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM ANIMAIS IDOSOS 
Cães com idade avançada são afetados por doenças degenerativas e 
infecciosas que podem levar o animal ao óbito. Outras alterações são problemas 
dentários decorrentes de placas bacterianas, alterações das funções renais, hepática, 
perda de massa muscular, inflamações, degenerações articulares e tumores (Tabela 
3) (GAVAZZA, 2001). 
 
Tabela 3 – Doenças que comumente afetam os animais domésticos 
geriátricos 
 
 
Fonte: Hoskins, 2008 
 
Em relação ao sistema cognitivo, cães e gatos idosos apresentam alterações 
na percepção, menor resposta a estímulos e declínio na capacidade de aprendizado 
e memória. Alguns animais podem desenvolver um envelhecimento cerebral 
patológico, caracterizando a síndrome da disfunção cognitiva. É uma desordem 
neurodegenerativa progressiva com deterioração gradual de funções cognitivas, pode 
ser comparada à doença de Alzheimer em humanos, afetando principalmente cães e 
gatos (HORWITZ, 2008). 
Seus sinais são a desorientação, o animal fica confuso em ambientes 
familiares. Mudanças na interação com humanos ou outros animais, como por 
exemplo, maior irritabilidade, menor afeição. Também ocorre alteração no ciclo de 
sono, o animal dorme durante o dia e passa a noite acordado. O animal desaprende, 
não sabe mais onde deve urinar e defecar e não responde mais a comandos 
(NEILSON, 2001). 
Em relação ao sistema visual, a catarata (Figura 1) é muito frequente em 
animais domésticos idosos. É caracterizada pela perda total ou parcial da visão. Os 
 
olhos do animal apresentam um aspecto nublado e o animal começa a esbarrar com 
frequência nos objetos da casa. O diagnosticado deve ser realizado de forma precoce 
para permitir a realização da cirurgia com maiores chances de sucesso (NEILSON, 
2001). 
 
Figura 1 – Catarata em cão idoso 
 
 
 
Fonte: Nelson; Couto, 2010 
 
Em relação ao sistema cardíaco, os cães idosos estão mais propensos a 
desenvolver problemas cardíacos, principalmente nas válvulas do coração. Os sinais 
que devem ser observados no animal são o cansaço acima do normal durante a 
atividade física, perda de peso, falta de ar, língua arroxeada e tosse (HORWITZ, 
2008). 
Uma doença bastante comum em animais idosos é a osteoartrite que está 
relacionada com o envelhecimento natural das cartilagens, que se desgastam com o 
tempo. Sua forma de manifestação é a dificuldades para subir escadas ou rigidez 
quando levanta perda dos músculos e comportamento irritadiço. Se não for tratada 
rapidamente, essa patologia pode se agravar e impedir o animal de andar. Além disso, 
cães obesos ou de porte grande são mais propensos a desenvolver a doença 
(PADDLEFORD, 2001). 
Os sinais clínicos na fase inicial da doença são a marcha rígida e claudicação, 
em fases avançadas o animal apresenta alterações na postura, dificuldade de 
locomoção, dores articulares, inchaço local, diminuição da amplitude do movimento 
articular e em casos mais graves, atrofia muscular (NELSON; COUTO, 2010). 
Assim como as cartilagens, os dentes (Figura 2) vão se desgastando com o 
tempo e perdendo sua qualidade, aumentando as chances de desenvolver problemas 
odontológicos. Os sintomas de doenças periodontais é o forte mau-hálito, mudanças 
 
na alimentação e perda de peso. É importante diagnosticar e realizar o tratamento o 
quanto antes para o animal não perder nenhum dente ou contrair infecção (NELSON; 
COUTO, 2010). 
 
Figura 2– Doença Periodontal em cães 
 
 
 
Fonte: Nelson; Couto, 2010 
 
A Insuficiência renal é outra patologia que cães idosos são mais propensos a 
contrair. A doença surge quando o rim não consegue mais filtrar o sangue com 
eficiência. Como consequência, os rins diminuem de tamanho e ficam fibrosos e 
enrugados. Dentre os sintomas, urina em grandes quantidades, aumento da sede, 
perda de peso e apetite, fraqueza e vômito (NELSON; COUTO, 2010). 
A doença renal crônica (DRC) é a doença mais comum em caninos e felinos 
geriátricos, causa à perda dos néfrons dos rins, as lesões provocadas por lesões 
estruturais são irreversíveis sendo uma doença grave e progressiva que afeta a 
homeostasia corporal e pode levar o animal a morte (ANDRADE, 2002). 
As doenças reprodutivas também afetam os animais idosos, nas fêmeas é 
observado principalmente hiperplasia endometrial cística, a mucometra e a piometra, 
sendo a piometra uma das afecções mais comuns sendo uma doença que pode levar 
a morte. Seus sintomas são letargia, anorexia, vômito, e perda de peso e presença de 
corrimento vaginal purulento. Ocorre principalmente na fase diestro do ciclo estral 
(NELSON; COUTO, 2010). 
Nos machos as doenças prostáticas são muito comuns em animais idosos não 
castrados. As principais são a hiperplasia prostática benigna (HPB), prostatite aguda 
ou crônica, cistos, abscessos e neoplasias prostáticas. Os sinais clínicos dessas 
doenças são semelhantes e podem evoluir sem nenhum sinal clinico evidente 
dificultando a detecção precoce (CORNELL et al., 2000). 
 
Uma das mais graves doenças que podem afetar os animais domésticos idosos 
é o câncer. A taxa de tumores em animais domésticos cresceu devido a principalmente 
a maior longevidade desses animais. Um animal com doença oncológica não sofre 
apenas com o tumor e a sua localização, mas também com vários problemas 
secundários, o que leva a uma redução da condição geral do paciente (SIMON, 2006). 
As neoplasias em animais idosos podem ser mais difíceis de diagnosticar, 
devido aos sintomas serem escondidos por outros problemas apresentados nesta 
faixa etária, como artrite, obesidade, doença periodontal, entre outras. As principais 
neoplasias detectadas em animais idosos são o carcinoma de células escamosas, 
melanoma, fibrossarcoma, osteossarcoma, mastocitoma, hemangiopericitoma, 
adenocarcinoma mamário, linfossarcoma e carcinoma vesical e uretral (EPSTEIN et 
al., 2005). 
As causas do câncer ainda não estão totalmente esclarecidas, os fatores 
causadores do câncer podem ser intrínsecos e extrínsecos. Os fatores extrínsecos 
envolvem metais, radiações, vírus, bactérias e inflamações crônicas. Já os fatores 
intrínsecos estão relacionados à idade, tipo de dieta, efeitos hormonais e 
predisposição genética. Atualmente o câncer é a principal causa de óbito em cães e 
gatos o que pode estar correlacionada à maior longevidade e o crescente aumento 
populacional desses animais (DALECK et al., 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 CUIDADOS PALIATIVOS EM ANIMAIS TERMINAIS IDOSOS 
 
O papel do médico veterinário não é apenas reduzir ou retardar os danos 
progressivos dos diversos sistemas fisiológicos causados pelo envelhecimento, mas 
também esclarecer os proprietários, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de 
vida a seus animais, bem como prepará-los para o dia que falte a presença deste seu 
animal e para isso é necessário conhecer a importância dos cuidados paliativos 
(OLIVEIRA FILHO, 2010). 
4.1 O PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO 
As Diretrizes Curriculares Nacionais orientam a formação de um Médico 
Veterinário generalista, humanista, crítico e reflexivo, apto a desenvolver suas 
atividades em todos os campos de atuação profissional, refletindo a necessidade da 
sociedade brasileira (OLIVEIRA FILHO, 2010). 
O profissional da Saúde, normalmente apresenta um mecanismo de negação 
para se defender da angústia produzida pelo falecimento de um paciente, isto têm 
relação com o currículo e com a estrutura dos cursos de Medicina que não fornece os 
instrumentos adequados para o profissional lidar com a realidade da morte 
(QUINTANA, 2002). 
A morteé tratada de forma fisiológica, e não de modo humanista, pois não é 
dado treinamento para o médico veterinário tratar esse assunto com os proprietários. 
O profissional deveria estar preparado para realizar seu atendimento, apoiando os 
familiares que acabaram de perder um ser que amavam (OLIVEIRA FILHO, 2010). 
Sentir-se inútil ou impotente, é um tipo de sentimento que todo o profissional 
de saúde sente em algum momento ao longo da trajetória profissional. Quando o 
profissional tem a necessidade de realizar a eutanásia, este tipo de procedimento 
provoca um grande desgaste psicológico, sendo necessária dessa forma que o 
profissional tenha uma preparação adequada para esse momento em sua formação 
acadêmica (SOTO; SOUSA; RISSETO, 2006). 
Portanto a formação do médico veterinário aborda pouco o tema cuidados 
paliativos e dessa forma o médico não tem a preparação adequada para lidar quando 
a morte do paciente é impossível de impedir. A grade curricular da medicina veterinária 
deve conter disciplinas que abordem os cuidados paliativos para que o profissional 
 
esteja preparado para lidas com assuntos que exijam preparo emocional e psicológico 
(QUINTANA, 2002). 
4.2 CUIDADOS PALIATIVOS 
Os Cuidados Paliativos são cuidados continuados nos animais com doenças 
crônicas ou em fase terminal, que visam às necessidades do animal e do proprietário 
associadas à manutenção da qualidade de vida em casa. Estes cuidados reconhecem 
a morte como um processo normal e acreditam que o animal merece viver com o maior 
conforto possível nas últimas fases da sua vida através de tratamento adequado, 
sendo o controle da dor um fator primordial (NELSON; COUTO, 2010). 
É necessário avaliar e controlar de forma adequada não somente a dor, mas, 
todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual. É focado também 
na preparação mental dos proprietários para a morte do animal quando esta chegar 
ou essa decisão for avaliada (SOARES, 2010). 
Os cuidados paliativos têm o objetivo de fornecer ao paciente em sua fase final 
da vida, mais conforto e qualidade. Para os animais, a utilização dos cuidados 
paliativos é conceito recentes e ainda raro na medicina veterinária. A eutanásia ainda 
é o principal método utilizado para os pacientes veterinários com doenças terminais 
(SOTO, 2006). 
O primeiro trabalho que abordou a importância dos cuidados paliativos na 
veterinária ocorreu em 1980, nesse trabalho foi abordado à importância do conforto 
para animais terminais. Em 1996, nos Estados Unidos, foi criada a primeira 
organização sem fins lucrativos com o intuito de auxiliar animais em fases terminais e 
em 2009, também nos estados unidos, foi criada a primeira associação para auxiliar 
esses animais (MAROCCHINO, 2011). 
São considerados terminais os pacientes que possuem expectativa de vida 
inferior a um mês, dessa forma os animais com expectativa de vida maior que um mês 
podem ser encaminhados a cuidados paliativos para ser acompanhado com uma 
melhor qualidade de vida (SHEARER, 2011). 
 
4.3 ESTRATÉGIAS DE CUIDADOS PALIATIVOS 
Deve ser elaborado um modelo de intervenção em Cuidados Paliativos onde 
as ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se 
desenvolve de forma conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da 
doença. A paliação ganha expressão e importância para o doente à medida que o 
tratamento modificador da doença perde sua efetividade (SOTO, 2006). 
A eutanásia é um procedimento legalizado na medicina veterinária, mas só 
deve ser realizado quando não há outra opção, não deve ser realizado apenas como 
opção para aliviar a dor. Apenas quando todas as outras opções não tiveram sucesso, 
a eutanásia pode ser sugerida pelo médico veterinário para evitar maior sofrimento 
(SHANAN et al., 2014). 
As ações paliativas devem incluir medidas terapêuticas para o controle dos 
sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio psicológico ao proprietário do 
diagnóstico ao óbito. A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento 
satisfatório deve compreender uma rede de ações composta por consultas 
ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em unidade de média complexidade, 
destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos cuidados de final de vida (SOTO, 
2006). 
A preparação dos cuidados paliativos começa com a formulação de um plano 
individualizado, tendo em consideração a avaliação abrangente das necessidades do 
animal e da família englobando o diagnóstico do paciente, prognóstico e opções de 
tratamento disponíveis; valores familiares, crenças e recursos e a filosofia da equipe 
de cuidados paliativos. Os Cuidados paliativos em domicílio incluem (OLIVEIRA 
FILHO, 2010): 
A Assistência médica inclui o controlo da dor e de outros sintomas, 
administração de medicamentos, antecipando complicações e preparando os 
proprietários para os efeitos secundários que podem estar associados aos 
medicamentos e tratamentos. 
Os Cuidados de Enfermagem Inclui a revisão dos tratamentos e medicamentos 
administrados pela família, revendo as atividades da vida diária do paciente, avaliando 
a condição do paciente, administração de medicamentos e tratamentos, e assegurar 
que sejam tomadas todas as medidas para maximizar o conforto do paciente. 
 
O Suporte para a família consiste em ouvir os proprietários tendo em conta os 
seus sentimentos, experiências passadas, dúvidas e medos fornecendo informações 
e outros recursos e ajudando na preparação para a morte do animal e os apoiando na 
fase de luto (OLIVEIRA FILHO, 2010). 
Outras modalidades de alívio da dor incluem métodos não farmacológicos 
como a acupuntura e a fisioterapia (Figura 3), que podem ser combinados com a 
terapia farmacológica, para permitir o uso de doses mais baixas de medicamentos, 
diminuindo assim os seus efeitos secundários (GARCIA et al., 2009). 
 
Figura 3 - Fisioterapia e acupuntura e animais domésticos 
 
 
 
Fonte: Nelson; Couto, 2010 
 
Já foi mostrado que a analgesia por acupuntura é extremamente útil na dor da 
zona pélvica, na zona rádio-ulnar e femoral, bem como no desconforto cutâneo 
secundário a radioterapia. A acupuntura ajuda também a aliviar as náuseas 
secundárias a tratamentos quimioterápicos e analgésicos, e promove o bem-estar 
geral (GARCIA et al., 2009). 
O mecanismo de analgesia na acupuntura parece envolver a estimulação de 
interneurônios inibitórios na medula espinhal, bem como a liberação endógena de 
encefalinas, endorfinas e opiáceos oferecendo assim seus diversos benefícios que 
auxiliam o animal em fase terminal (ANTUNES et al., 2008). 
Os benefícios da fisioterapia, em particular da cinesioterapia, também 
denominada terapia do movimento, e da massagem são o alívio da dor e do stress, a 
melhoria das defesas imunitárias e o alívio do edema linfático. Outras terapias 
utilizadas para a reabilitação física do animal são a massagem, laser terapêutico, 
aplicação de calor ou frio, fisioterapia, entre outros métodos veterinários alternativos 
e complementares (SHEARER, 2011). 
 
O local que o animal vive deve conter modificações que facilitem seu cotidiano 
tais como rampas, portas e piso antiderrapante, iluminação adequada, evitar sons 
altos e temperatura adequada. Essas modificações irão prevenir acidentes e melhorar 
a qualidade de vida do animal (SHANAN et al., 2014). 
Outra opção é a possibilidade de hospedagem do animal durante o dia 
enquanto o tutor estiver trabalhando, essa possibilidade permite que o animal tenha 
todos os cuidados necessários durante o período que não tem ninguém disponível 
para cuidar do animal (SHEARER, 2011). 
 
 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Os cuidados paliativos são indicados em animais que não alcançaram êxito no 
tratamento curativo ou que precisaram de cuidados a longo prazo. Têm a finalidade 
de melhorar a vida desse animal, aliviando o desconforto, dores e osofrimento do 
paciente. Esse estudo buscou mostrar a importância da qualidade de vida para os 
animais idosos em fase terminal sendo mostrado como diferentes estratégias que 
possam evitar dor e melhore seu bem-estar. 
No primeiro capítulo foram abordados o histórico e a evolução do bem-estar 
animal sendo mostrado que os progressos científicos sobre o diagnóstico e tratamento 
da dor nos animais permitiram uma evolução dos cuidados paliativos veterinários. 
No secundo capítulo foi abordado o conceito de qualidade de vida de animais 
idosos sendo mostrado que o envelhecimento afeta todos os sistemas corporais 
provocando mudanças progressivas e irreversíveis. Foram mostrados as principais 
alterações fisiológicas e patologias associadas à idade, sendo o câncer uma das mais 
graves. O conhecimento das alterações patológicas comuns associadas com a idade 
e seus efeitos sobre as funções vitais permite que o médico veterinário planeje a 
estratégia terapêutica mais adequada a ser adotada com o animal idoso. 
No terceiro capítulo foi caracterizados os cuidados paliativos em animais idosos 
terminais, sendo mostrado o papel do veterinário nessa situação. O avanço da 
medicina veterinária e da indústria farmacêutica que desenvolveu novos fármacos, o 
crescimento da indústria pet que ofereceu diversos novos produtos, influenciam no 
aumento de expectativa e da qualidade de vida do animal. 
A questão-problema desse estudo foi: Quais os cuidados paliativos que podem 
ser uma estratégia eficiente para ser adotada em cães idosos e em fase terminal? 
Essa questão foi respondida pois foram mostradas as principais estratégias de 
cuidados paliativos, as ações paliativas devem incluir medidas terapêuticas para o 
controle dos sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio psicológico ao 
proprietário do diagnóstico ao óbito. Essas estratégias são fundamentais para que o 
animal tenha conforto e também para que o tutor tenha atendimento psicológico 
adequado para que supere essa fase da melhor maneira possível. 
 
 
 
 
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