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ANTICONVULSIVANTES NEUROFISIOPATOLOGIA Crise epiléptica é definida como a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de atividade neuronal síncrona ou excessiva no cérebro. Epilepsia é definida pela ocorrência de duas crises epilépticas não provocadas, separadas por mais de 24 horas. INTRODUÇÃO Nem todas as convulsões implicam epilepsia. Os medicamentos utilizados no tratamento são chamados: ANTICONVULSIVANTES CASO CLÍNICO LMN, MASCULINO,45 ANOS neurof is iopatologia Em uma consulta farmacêutica informa que foi diagnosticado com epilepsia tônico-clônica há 15 anos. Inicialmente, fez uso de fenobarbital 100mg. Paciente informa que também possui depressão. Relata durante a consulta que após o início do tratamento com Fenobarbital passou a apresentar tontura, sonolência durante o dia, dificuldade em acordar, realizar atividades que exijam concentração. Notou também piora nos seus sintomas depressivos. Sendo assim, o médico realizou a substituição do fenobarbital 100mg pela Fenitoína 100mg. Após a substituição percebeu melhora da sonolência e concentração. Entretanto relata ao farmacêutico que recentemente está apresentando crises epiléticas mais constantes. O farmacêutico informou ao paciente que era necessário retornar ao médico para realizar o ajuste da terapia. Ao retornar ao médico, foi adicionado à terapia a Gabapentina 300mg, a fim de potencializar o efeito anticonvulsivante da terapia medicamentosa. Passado alguns meses após a modificação, o paciente retornou ao farmacêutico informando que a mudança trouxe uma melhora clínica- funcional. CRISES TÔNICO- CLÔNICAS CARACTERÍSTICAS • Perda abrupta da consciência, • Contração tônica e, em seguida, clônicas dos quatro membros • Apneia • Liberação esfincteriana • Sialorreia • Mordedura de língua • Duração de 1 minuto 1 2 3 4 5 Fase pré-ictal imediata Fase ictal Fase pós-ictal imediata Período de recuperação pós-ictal Fase premonitória TCG's Generalizadas Fases da FARMACOLOGIA Fenobarbital Fenitoína Farmacoterapia da epilepsia é caracterizada pela inibição de canais iônicos ou por aumento de neurotransmissores inibitórios. Barbitúrico gabapentina Hidantoína Análogo do GABA FENOBARBITAL Age na subunidade beta do receptor GABA-A aumentando o tempo de abertura dos canais de Cl - Indução hepática e forte depressão do sistema nervoso central Baixo índice terapêutico Capaz de agir mesmo sem a presença de GABA MECANISMO DE AÇÃO Tmáx: 8 horas T ½ vida: 50-140 horas Ligação com proteínas plasmáticas: 50% Excreção: Renal - quase inalterado FARMACOCINÉTICA FENOBARBITAL - REA Região lipofílica T 1/2 vida Penetração no SNC Toxicidade A soma dos átomos de C dos substituintes de C5 deve ser entre 6-10 para uma maior atividade Grupo Imida 1 3 Grupos substituintes na posição 1 e 3 Podem diminuir ou inibir a atividade terapêuticaCaracterística ácida FENITOÍNA FARMACOCINÉTICA Atua diretamente sobre os canais de Na+, diminuindo a velocidade de recuperação do canal de seu estado inativado para o estado fechado. MECANISMO DE AÇÃO Ligação a proteínas plasmáticas: 90% T ½ vida: 6 – 24h Metabolização hepática FENITOÍNA - REA 2 anéis aromáticos configuram maior lipofilicidade à molécula Grupo Imida Característica ácida Essencial para prevenção de convulsões tônico-clônicas generalizadas T 1/2 vida Penetração no SNC GABAPENTINA MECANISMO DE AÇÃO FARMACOCINÉTICA • O tempo de meia vida varia de 5-8h • O fármaco não é metabolizado, é excretado em sua forma inalterada por mecanismos renais A Gabapentina liga-se à subunidade α2d dos canais de Ca2+ tipo N regulados por voltagem. O medicamento não induz enzimas hepáticas Reduz a liberação de neurotransmissores excitatórios • Diminui a entrada de Ca2+ GABAPENTINA - REA GABA GABAPENTINA Lipossolubilidade e facilita a entrada pela barreira hematoencefálica A Gabapentina apresenta como estrutura química a molécula GABA, ligada por força covalente ao anel hexano ANÁLOGO DO GABA CONCLUSÃO A epilepsia pode ser classificada de diferentes formas e para que o tratamento seja eficaz é importante que seja feito um diagnóstico correto. O fenobarbital foi um dos medicamentos mais utilizados para o tratamento de crises epilépticas durante muitos anos, entretanto, vem sendo menos utilizado atualmente devido a sua faixa terapêutica estreita e alta toxicidade. A troca do fenobarbital pela fenitoína e gabapentina se mostrou uma boa escolha no caso relatado, visto que possuem boa segurança e eficácia no tipo de epilepsia apresentada pelo paciente e não apresentam reações adversas tão pronunciadas como sonolência e tontura, melhorando, então, a qualidade de vida do paciente. REFERÊNCIAS BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLMANN, B. C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. OLIVEIRA, M. C. B. et al. Caracterizações do fenobarbital: uma breve revisão ded literatura sobre seus efeitos. Revista Saúde em Foco, Itapetininga, SP. 10 ed. 2018. YACUBIAN, E. M. T.; CAICEDO, G. C.; POHL, L. R. Tratamento Medicamentoso das Epilepsias. Leitura Médica Ltda, São Paulo, 2014. YACUBIAN, E. M. T.; KOCHEN, S. Crises epilépticas. Leitura Médica Ltda, São Paulo, 2014. CLARK, M.A., et al. Farmacologia Ilustrada. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013 OLIVEIRA, Silvânia Maria de; SILVA, João Bosco Paraíso da; HERNANDES, Marcelo Zaldini; LIMA, Maria do Carmo Alves de; GALDINO, Suely Lins; PITTA, Ivan da Rocha. Estrutura, reatividade e propriedades biológicas de hidantoínas. Química Nova, [S.L.], v. 31, n. 3, p. 614-622, 2008. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100- 40422008000300029.
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