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MECANISMOS DE PATOGENICIDADE MICROBIANA Patogenicidade: é capacidade de um organismo em causar doenças por meio de superação de defesas do hospedeiro. É qualitativa. Virulência: está relacionada ao grau de patogenicidade. Uma bactéria muito virulenta tem um alto potencial de causar doenças. É possível se estimar. Fatores de virulência: são os artifícios que os microrganismos (MO) vão utilizar para conseguir gerar uma infecção com sucesso. Infecção: relacionada à invasão tecidual. Colonização: relacionada à proliferação da microbiota. • Transitória: alguns MO podem estar presente em um momento e em outro não estar mais, pois alguns fatores podem ter mudado. • Permanente: há gêneros específicos na microbiota intestinal. Patógenos oportunistas: podem causar doenças em situações de imunossupressão ou alguma doença de base que favoreça a proliferação do MO. Microbiota: MO que estabelecem “residência” no hospedeiro, mas não produzem doença em condições normais. Para causar algum dano ao hospedeiro o MO precisa: 1. Acesso ao hospedeiro 2. Aderir aos tecidos 3. Escapar do sistema imune 4. Danificar os tecidos Há também doenças causadas em decorrência do acúmulo de excretas do MO, como cárie e acne. O número de MO invasores também é importante para estabelecer a infecção. DI50 = dose infectante para 50% de uma amostra da população. Ex.: Bacillus anthracis pode causar antraz respiratório pela inalação de 10.000 a 50.000 endósporos, já para o antraz cutâneo precisa de 10 a 50 endósporos na pele e 250.000 a 1 milhão de endósporos para causar antraz gastrointestinal. Portas de entrada (acesso) o Membranas mucosas o Trato respiratório o Trato gastrointestinal (TGI) o Urogenital o Conjuntiva o Pele o Via parenteral Alguns MO, como a Salmonella, possuem uma porta de entrada de preferência. Como infectam o hospedeiro (aderência) Aderência é uma etapa necessária à patogenicidade. Os patógenos possuem adesinas, que são moléculas de superfície que se ligam especificamente a receptores. Biofilmes: um dos métodos de aderência, é uma associação de células ou MO que ao se ligarem à superfície, liberam polissacarídeos que formam a matriz celular polimérica. Conseguem ser formados tanto em superfícies bióticas quanto abióticas. Inicialmente as bactérias começam a formar moléculas indutoras e quando a densidade dessas moléculas aumenta, atrai outras bactérias para aquele local e começam a se agrupar. Células planctônicas (células bacterianas livres que não estão em biofilmes). As adesinas ajudam nesse processo inicial e as bactérias começam a produzir uma matriz polissacarídica, que é bastante úmida (composta por água, DNA, canais aquosos) e o biofilme começa a se proliferar até formar um biofilme maduro, que confere uma proteção física para as bactérias ali agrupadas e as células do sistema imune (SI) não conseguem alcançar as células mais internas no biofilme, nem os antibióticos. Dentro dos biofilmes também são produzidas beta-lactamases que inativam os antibióticos, assim como bombas de efluxo. Confere proteção e cronicidade. Depois de um tempo as células vão se desprender do biofilme e posteriormente formar outros recomeçando assim o ciclo. Como ultrapassam as defesas (Mecanismo de virulência para escapar do SI) Cápsula: formada de polissacarídeos que defende o MO da fagocitose. Ex.: Streptococcus pneumoniae. O próprio corpo humano pode produzir anticorpos para atuar nas cápsulas. Componentes da parede celular: intermédio da aderência da bactéria às células epiteliais do hospedeiro e auxilia na resistência à fagocitose. Ex.: proteína M do Streptococcus pyogenes (resistente ao calor e ácido). Enzima extracelular: como a coagulase que degrada fibrinogênio em fibrina, que forma uma espécie de cápsula. Outros exemplos: hialuronidase e colagenase. Variação antigênica: vírus Influenza. Como os patógenos danificam as células (danos nos tecidos) 1. Utilizando nutrientes do hospedeiro: MO que produz sideróforos (proteína que reconhece o Fe³+) e se ligam ao complexo Fe-transportador, só que por uma ligação mais forte, fazendo com que o Ferro seja liberado ou então a bactéria engloba o complexo todo. 2. Danos diretos: como rompimentos das células. 3. Toxinas: a. Exotoxinas: Proteínas produzidas comumente por Gram positivas e são excretadas no meio circulante durante a fase log. O MO precisa delas para o crescimento e metabolismo próprio. Quando em desuso, são descartadas. Elas podem destruir determinadas partes das células ou inibir certas funções metabólicas. São altamente específicas e podem ser classificadas de acordo com a sua estrutura e função: i. Toxina A-B (ativo e de ligação, respectivamente). ii. Toxinas danificadoras de membranas. iii. Superantígeno. As exotoxinas podem ser desativas pelo calor ou agentes químicos formando partículas inativas de toxinas capazes de gerar uma resposta imune de memória, os chamados toxoides. b. Endotoxinas: são constituintes das bactérias Gram negativas, encontradas na parte lipídica do lipopolissacarídeo (LPS) que se encontra na membrana extracelular. São liberadas durante a multiplicação bacteriana ou quando morrem. Agem estimulando macrófagos liberando citocinas em concentrações elevadas. Toxina diftérica: 1. A bactéria produz e libera a toxina A-B; 2. O componente B da exotoxina liga-se a um receptor da célula; 3. A membrana plasmática invagina a exotoxina e o receptor (endocitose); 4. A exotoxina A-B e o receptor são envoltos por uma vesícula; 5. Os componentes se separam e o A altera a função da célula inibindo a síntese. Fonte: Google imagens
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