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Semiologia Veterinária IDENTIFICAÇÃO, ANAMNESE, EXAME CLÍCO, PARÂMETROS E ETC. CYNTHIA LORENA DO NASCIMENTO SILVA. JUAZEIRO DO NORTE/CE - 2019 Sumário INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA SISTEMA DIGESTÓRIO SISTEMA CIRCULATÓRIO SISTEMA RESPIRATÓRIO SISTEMA REPRODUTOR SISTEMA URINÁRIO SISTEMA NERVOSO SISTEMA LOCOMOTOR SEMIOLOGIA DA PELE Semiologia Veterinária INSPEÇÃO: Utilizando o sentido da visão, esse procedimento de exame se inicia antes mesmo da anamnese, sendo o mais antigo método de exploração clínica e um dos mais importantes. Por meio da inspeção, investigam-se a superfície corporal e as partes mais acessíveis das cavidades em contato com o exterior. A inspeção pode ser dividida em: Panorâmica: quando o animal é visualizado como um todo (condição corporal); Localizada: atentando-se para alterações em uma determinada região do corpo; Direta: sendo a visão o principal meio utilizado pelo clínico; Indireta: feita com o auxílio de aparelhos, PALPAÇÃO: É a utilização do sentido tátil ou da força muscular, usando-se as mãos, as pontas dos dedos, o punho, ou até instrumentos, para melhor determinar as características de um sistema orgânico ou da área explorada. Tipos de consistência de determinadas estruturas: o Mole: quando a estrutura reassume seu formato normal após cessar a aplicação de pressão à mesma(tecido adiposo); o Firme: quando a estrutura, ao ser pressionada, oferece resistência, mas acaba cedendo e voltando ao normal ao final da pressão (fígado, músculo); o Dura: quando a estrutura não cede, por mais forte que seja a pressão (ossose alguns tecidos tumorais); o Pastosa: quando uma estrutura cede facilmente à pressão e permanece a impressão do objeto que a pressionava, mesmo quando cessada (edema: sinal de Godet positivo); o Flutuante: determinada pelo acúmulo de líquidos, tais como sangue, soro, pus ou urina, em uma estrutura ou região; resulta em um movimento ondulante, mediante a aplicação de pressão alternada. Se o líquido estiver muito comprimido, pode não haver ondulações; o Crepitante: observada quando determinado tecido contém ar ou gás em seu interior. À palpação, a sensação é de movimentação de bolhas gasosas; é facilmente verificada nos casos de enfisema subcutâneo. AUSCULTAÇÃO: A auscultação consiste na avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos produzem espontaneamente, sendo esta a principal diferença entre auscultação e percussão, na qual os sons são produzidos pelo examinador, a fim de se obter uma resposta sonora. Tipos de ruídos detectados na auscultação: o Aéreos: quando ocorrem pela movimentação de massas gasosas (movimentos inspiratórios: passagem de ar pelas vias respiratórias); o Hidroaéreos: causados pela movimentação de massas gasosas em um meio líquido (borborigmo intestinal); o Líquidos: produzidos pela movimentação de massas líquidas em uma estrutura (sopro anêmico); o Sólidos: devem-se ao atrito de duas superfícies sólidas rugosas, como o esfregar de duas folhas de papel (roce pericárdico nas pericardites). PERCUSSÃO: Trata-se de um método físico de exame, em que, por meio de pequenos golpes ou batidas, aplicados em determinada parte do corpo, torna- se possível obter informações sobre a condição dos tecidos adjacentes e, mais particularmente, das porções mais profundas. Três tipos fundamentais de som: o Claro: se o órgão percutido contiver ar que possa se movimentar, produz um som de média intensidade, duração e ressonância; o Timpânico: os órgãos ocos, com grandes cavidades repletas de ar ou gás e com as paredes semidistendidas, produzem um som de maior intensidade e ressonância, que varia conforme a pressão do ar ou gás contido, como se fosse um tambor a percutir; o Maciço: as regiões compactas, desprovidas completamente de ar, produzem um som de pouca ressonância, curta duração e fraca intensidade, chamado de mate ou maciço. OLFAÇÃO: A técnica de olfação é simples, sendo necessária apenas a aproximação razoável da área do animal a ser examinada. Para analisar o odor do ar expirado, aproxima-se a mão, em formato de concha, das fossas nasais do animal e desvia-se o ar expirado para o nariz do examinador, individualizando-o. O exame clínico é constituído basicamente dos seguintes procedimentos: Identificação do(s) animal(is) (resenha) Investigação da história do animal (anamnese); Exame físico: o Geral: avaliação do estado geral do animal (atitude, comportamento, estado nutricional, estado de hidratação, coloração de mucosas, exame de linfonodos etc.) parâmetros vitais (frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura, movimentos ruminais e/ou cecais); o Especial: exame físico direcionado ao(s) sistema(s) envolvido(s); Solicitação e interpretação dos exames subsidiários (caso necessário); Diagnóstico e prognóstico; Tratamento (resolução do problema). EXAME FÍSICO GERAL OU DE ROTINA: Um exame físico envolve a observação do aspecto geral do animal fazendo a auscultação e palpação. Deve-se observar ou inspecionar: Andar do animal; Estado de consciência e alerta; Condição geral do corpo do animal, ou seja, se o animal tem um peso corporal adequado; A pelagem (à procura de secura excessiva, oleosidade excessiva, a prova da caspa, queda excessiva ou perda de pelo anormal); A pele (à procura de oleosidade, ressecamento, caspa, caroços ou inchaços, áreas de espessamento anormal, etc); Os olhos (procurando vermelhidão, secreção, evidência de lacrimejamento excessivo, caroços anormais ou inchaços nas pálpebras, nebulosidade, ou quaisquer outras anormalidades); As orelhas (se tem presença de secreção, espessamento, perda de pelo, ou quaisquer outros sinais de problemas); O nariz e a face (à procura de simetria, respiração com ruídos ou secreções, se existem problemas relacionados com dobras da pele ou outros problemas aparentes); Boca e os dentes (à procura de tártaro, doença periodontal, dentes de leite retidos, dentes quebrados, salivação excessiva, manchas ao redor dos lábios, úlceras em torno da boca, etc); O coração (ouvindo batimentos cardíacos anormais, ritmo cardíaco ou sopros cardíacos); Os pulmões (ouvir a evidência de aumento ou diminuição sons respiratórios); O pulso (em função dos resultados da auscultação, pode-se ouvir simultaneamente o peito e apalpar o pulso nas patas traseiras); Os linfonodos na região da cabeça, pescoço e pernas traseiras (procurando inchaço ou dor); As patas (à procura de evidências de claudicação, problemas musculares, problemas nervosos, problemas com as patas ou unhas dos pés, etc); O abdómen (sentir nas áreas da bexiga, rins, fígado, intestino, baço e do estômago, de modo a avaliar se tais órgãos estão em conformação normal ou anormal, e se houver qualquer evidência subtil de desconforto). ESTIMATIVA DA DESIDRATAÇÃO POR MEIO DA AVALIAÇÃO FÍSICA DO ANIMAL: Diminuição do peso corporal: Até 5% (não aparente); Parâmetros observados: o Diminuição da elasticidade da pele discreta ou sem alteração; o Enoftalmia (afundamento do globo ocular) ausente ou muito discreta; o Estado geral sem alteração ou levemente alterado; o Apetite preservado/sucção geralmente presente; o Animal alerta e em posição quadrupedal. Diminuição do peso corporal: Entre 6 e 8% (leve); Parâmetros observados: o Diminuição da elasticidade da pele (de 2 a 4 s); o Enoftalmia (afundamento do globo ocular) leve; o Animal ainda alerta Diminuição do peso corporal: Entre 8 e 10% (moderada); Parâmetros observados: o Diminuição da elasticidade da pele (6 a 10 s); o Enoftalmia (afundamento do globo ocular) evidente; o Diminuição dos reflexos palpebrais; o Diminuição da temperatura das extremidades dos membros, de orelhas e focinho; o Mucosas secas;o Animal se mantém em posição quadrupedal e/ou em decúbito esternal; o Apatia de intensidade variável. Diminuição do peso corporal: Entre 10 e 12% (grave); Parâmetros observados: o Diminuição marcante da elasticidade da pele (> 10 s); o Enoftalmia (afundamento do globo ocular) intensa; o Extremidades, orelhas e focinho frios; o Tônus muscular baixo ou ausente; o Mucosas ressecadas; o Reflexos muito baixos ou ausentes; o Decúbito lateral; o Apatia intensa; Diminuição do peso corporal: > 12% (gravíssima); Parâmetros observados: o Possível óbito; VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA CORPORAL EM ANIMAIS: Espécie: Cães Idade/Temperatura retal (°C): o Jovens: ± 38,5; o Adultos: 37,5 a 39,2 Espécie: Gatos Idade/Temperatura retal (°C): 37,8 a 39,2 Espécie: Equinos Idade/Temperatura retal (°C): o Jovens: 37,2 a 38,9 o Adultos: 37,5 a 38,5 Espécie: Bovinos Idade/Temperatura retal (°C): o Jovens: 38,5 a 39,5 o Adultos: 37,8 a 39,2 Espécie: Caprinos Idade/Temperatura retal (°C): o Jovens: 38,8 a 40,2 o Adultos: 38,6 a 40 Espécie: Ovinos Idade/Temperatura retal (°C): o Jovens: 39 a 40 o Adultos: 38,5 a 40 AVALIAÇÃO DO TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR: Animal sadio: 1 a 2 s Animal desidratado: 2 a 4 s Animal gravemente desidratado: > 5 s ALTERAÇÕES DE COLORAÇÃO DAS MUCOSAS COM SEUS PRINCIPAIS SIGNIFICADOS E CAUSAS: Denominação: Pálida Coloração: Esbranquiçada Significado: Anemia Principais causas: o Ecto e endoparasitose; o Hemorragias/choque hipovolêmico; o Aplasia medular; o Insuficiência renal; o Falência circulatória periférica. Denominação: Congesta ou hiperêmica Coloração: Avermelhada Significado: Alta permeabilidade vascular Principais causas: o Inflamação e/ou infecção local; o Septicemia/bacteriemia; o Febre; o Congestão pulmonar; o Endocardite o Pericardite traumática. Denominação: Cianótica Coloração: Azulada Significado: Distúrbio na hematose Principais causas: o Anafilaxia; o Obstrução das vias respiratórias; o Edema pulmonar; o Insuficiência cardíaca congestiva; o Pneumopatias; o Exposição ao frio. Denominação: Ictérica Coloração: Amarelada Significado: Hiperbilirrubinemia Principais causas: o Estase biliar (obstrução); o Anemia hemolítica imune; o Isoeritrólise neonatal; o Anemia hemolítica microangiopática; Babesiose; Anaplasmose; Hemobartonelose o Hepatite tóxica e/ou Infecciosa. GRAU DE DIFICULDADE (–) OU DE FACILIDADE (+) À PALPAÇÃO DOS PRINCIPAIS LINFONODOS EXAMINÁVEIS NAS DIFERENTES ESPÉCIES DOMÉSTICAS: Espécie: Cães Linfonodos: o Mandibulares: relativamente fácil; o Pré-escapulares: relativamente fácil; o Subilíacos: não existem; o Poplíteos: relativamente fácil; o Mamários: de difícil palpação; o Inguinais: relativamente fácil; Espécie: Gatos Linfonodos: o Mandibulares: relativamente fácil; o Pré-escapulares: não tão fácil; o Subilíacos: não existem; o Poplíteos: relativamente fácil; o Mamários: de difícil palpação; o Inguinais: não tão fácil; Espécie: Equinos Linfonodos: o Mandibulares: não tão fácil o Pré-escapulares: de difícil palpação; o Subilíacos: não tão fácil; o Poplíteos: o Mamários: não existem; o Inguinais: de difícil palpação; Espécie: Ruminantes Linfonodos: o Mandibulares: não tão fácil; o Pré-escapulares: relativamente fácil; o Subilíacos: relativamente fácil; o Poplíteos: de difícil palpação; o Mamários: não tão fácil; o Inguinais: de difícil palpação. OBSERVAÇÃO: LINFONODOS EXAMINÁVEIS NA ROTINA CLÍNICA: o Mandibulares ou maxilares; o Cervicais superficiais ou pré-escapulares; o Subilíacos (pré-femorais ou pré-crurais); o Poplíteos; o Mamários; o Inguinais superficiais ou escrotais. CLASSIFICAÇÃO DA FEBRE DE ACORDO COM O GRAU DE ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA: Espécie: Equinos Tipo: o Febrícula: 38 a 39°C o Febre mediana: 39,1 a 40°C o Febre alta: 40,1 a 41°C o Febre muito alta: > 41°C Espécie: Bovinos Tipo: o Febrícula: 39,5 a 40°C o Febre mediana: 40,1 a 41°C o Febre alta: 41,1 a 42°C o Febre muito alta: > 42°C Espécie: Cães Tipo: o Febrícula: 39,3 a 40°C o Febre mediana: 40,1 a 41°C o Febre alta: 41 a 41,5°C o Febre muito alta: > 41,5°C Sistema Digestório RUMINANTES: CARACTERÍSTICA DA RUMINAÇÃO: Espécie: Bovinos Características: o Número de ruminações/dia: 4 a 20 o Tempo diário de ruminação (h): 4 a 9 o Duração de cada ruminação (min): 40 a 50 o Movimentos mastigatórios/min: 50 a 70 o Duração da mastigação por bolo alimentar (s): 53 Espécie: Caprinos e Ovinos Características: o Número de ruminações/dia: 15 o Tempo diário de ruminação (h): 8 a 10 o Duração de cada ruminação (min): Até 120 o Movimentos mastigatórios/min: 70 a 100 o Duração da mastigação por bolo alimentar (s): 61 a 70 OBSERVAÇÃO: CAUSAS DA REDUÇÃO OU AUSÊNCIA DE RUMINAÇÃO: o Hipomotilidade ou atonia rumenal; o Depressão do sistema nervoso central; o Dor; o Dano mecânico ao retículo (peritonite). SEQUÊNCIA DO EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE RUMINANTES: Identificação do paciente: o Raça; Idade; Sexo; Procedência. Anamnese: o Emagrecimento; Tempo de evolução; Tipo de alimentação; Características macroscópicas das fezes. Exame físico geral: o Condição nutricional; Comportamento e postura (se possível, durante alimentação e defecação); Estado dos pelos e pele; Tipo de respiração; Assimetria abdominal, gemidos; Corrimentos (boca, ânus etc.); Coloração de mucosas; Linfonodos; Parâmetros vitais (temperatura corporal, frequência cardíaca, frequência respiratória, frequência dos ruídos ruminais). Exame físico específico: o Natureza das contrações ruminais; Grau de preenchimento e consistência do conteúdo ruminal; Sons anormais (metálicos, maciço, rechaço etc.); Dor na região abdominal anterior (xifoide); Apetite; Mastigação; Deglutição; Defecação; e etc. Exames complementares: o Exame dos líquidos ruminal e peritoneal; Laparotomia; Ferroscopia; Fezes; Hemograma; Bioquímico; e etc. EQUINOS: SINAIS DE DOR ABDOMINAL OBSERVADOS NA INSPEÇÃO DE UM CAVALO COM CÓLICA: Escavar o chão; Bater com a pata no chão; Olhar para o flanco; Mexer na água com o focinho; Escoicear o abdome e morder o flanco; Rolar e Sentar; Sudorese intensa; Hiperexcitabilidade/depressão. SEQUÊNCIA DO EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE EQUINOS: Identificação do paciente: o Idade; Sexo; e etc; Anamnese: o Manejo e alimentação; Controle parasitário; Início do processo; Características da crise; Manifestações de episódios anteriores; Tratamentos anteriores; Defecação e micção; Ingestão hídrica; Prenhez; Exame físico geral: o Inspeção: Atitude, comportamento, aparência externa e formato do abdômen; Ocorrência de mímica de dor (rolar, cavar, olhar para os flancos etc.); Grau e tipo da dor; o Parâmetros vitais: Temperatura retal; Frequência cardíaca; Frequência respiratória; Pulso; o Coloração de mucosas e tempo de preenchimento capilar; o Estado de hidratação. Exame físico específico: o Exame da boca e do esôfago; Exame do abdome (palpação externa, percussão, auscultação); Exames complementares; Sondagem nasogástrica Paracentese abdominal; Palpação retal; Hematócrito; Proteína total; Radiologia; Ultrassonografia; Endoscopia. CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE DOR: Leve: Sem alterações circulatórias; Manifestações discretas; Moderada: Alterações respiratórias; Cavar, deitar, rolar; Grave: Sudorese intensa; Alterações circulatórias; Rolar, jogar-se. CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE DOR: Tipo: Contínua Causa: Isquemia; Distenção exagerada de alça. Consequência: Diminuição do limiar de dor da fibra nervosa; Alçacom pequena capacidade de distensão (ID eestômago) – indica o local do processo. Tipo: Intermitente Causa: Distenção gradual da alça; Consequência: Alça com grande capacidade de distensão – geralmente processos obstrutivos do IG. CÃES E GATOS: SEQUÊNCIA DE EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE PEQUENOS ANIMAIS: Identificação do paciente: o Data da consulta, nome, espécie, raça, sexo, idade; Nome e endereço do proprietário; Procedência. Anamnese: o Informações sobre o paciente; Informações sobre o ambiente; Informações sobre a dieta; Informações sobre os sinais clínicos. Exame físico geral: o Condição corporal; Peso; Temperatura; Comportamento, atitude e postura; Ritmo cardiorrespiratório; Secreções (nasais, oculares, anais); Coloração de mucosas; Conformação e simetria abdominal. Exame físico específico: o Avaliação e localização dos sinais clínicos específicos: vômito, diarreia, regurgitação, constipação intestinal etc; Palpação abdominal: epi, meso e hipogástrio; Percussão abdominal; Ausculta. Exames complementares: o Laboratoriais (hemograma, perfil bioquímico); Parasitológico; Exame de líquidos peritoneais; Imagem (radiográfica simples e contrastada, ultrassonográfica, endoscopia com biopsia; Laparotomia exploratória com biopsia). GLOSSÁRIO DE SINAIS E SINTOMAS PRIMÁRIOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO: Halitose: Cheiro anormal ou desagradável no hálito; Disfagia: Dificuldade de deglutição; Odinofagia: Deglutição dolorosa; Regurgitação: Movimento passivo e retrógrado de material ingerido; Vômito: Ejeção ativa de conteúdo gástrico e, ocasionalmente, intestinal, pela boca; Apetite seletivo ou caprichoso: Interesse ou ingestão apenas de alimentos com alta palatabilidade; Apetite pervertido: Hábito de ingerir material não alimentício; Inapetência: Interesse parcial ou diminuído pelo alimento; Coprofagia: Hábito de ingerir fezes; Anorexia: Desinteresse total por alimento (ausência de fome); Diarreia: Aumento anormal de frequência, fluidez ou volume de fezes; Hematêmese: Existência de sangue no vômito; Melena: Existência de sangue digerido nas fezes; Hematoquezia: Existência de sangue vivo na superfície das fezes; Disquezia: Dor ao defecar; Constipação intestinal: Retenção fecal; Obstipação: Retenção fecal grave, intratável clinicamente; Tenesmo: Dificuldade ou ineficácia para defecar ou urinar; Icterícia: Coloração amarelada de mucosas e esclera em virtude da deposição de pigmentos biliares; PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES A SEREM FEITAS NO EXAME DA CAVIDADE ORAL: Hálito: normal, odor ácido ou azedo (possível má digestão); urêmico (doença renal); pútrido (resíduos alimentares, cáries, gastrite etc.); odor de maçã verde (cetoacidose); Mucosa oral: coloração, umidade, lesões (ulcerações), corpos estranhos, massas; Gengivas: inflamação, ulceração, corpos estranhos ou massas; Dentes: posicionamento, oclusão, coloração, qualidade do esmalte, fraturas ou cálculos (tártaro); Língua: mobilidade, consistência, lesões, massas, corpo estranho na base da língua; Palato duro ou mole: lesões, corpos estranhos, palato mole excessivamente longo, fissura palatina; Faringe e tonsilas: inflamação, secreção purulenta, massas, corpos estranhos, simetria. IDENTIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS DURANTE A PALPAÇÃO: Epigástrio: intestino delgado, fígado (quando aumentado), estômago (quando distendido); Mesogástrio: intestino delgado, intestino grosso, linfonodos mesentéricos (quando aumentados), rins (especialmente em felinos), baço, estômago (quando distendido); Hipogástrio: intestino delgado, colo descendente ou reto, útero (quando distendido), bexiga (quando moderadamente distendida), próstata (quando muito aumentada). Sistema Circulatório VALORES NORMAIS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ANIMAIS ADULTOS: Espécie/adultos: Cães o Batimentos cardíacos/min: 60 a 160 Espécie/adultos: Gatos o Batimentos cardíacos/min: 120 a 240 Espécie/adultos: Equinos o Batimentos cardíacos/min: 28 a 40 Espécie/adultos: Bovinos o Batimentos cardíacos/min: 60 a 80 Espécie/adultos: Caprinos o Batimentos cardíacos/min: 95 a 120 Espécie/adultos: Ovinos o Batimentos cardíacos/min: 90 a 115 SEQUÊNCIA DO EXAME CLÍNICO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO EM ANIMAIS DE GRANDE PORTE: Identificação do paciente: Principalmente espécie, raça, idade, sexo e uso: relacioná-los com as principais doenças cardiovasculares para cada item da identificação do animal; Anamnese: o Histórico atual: Queixa principal (sinais e sintomas); Evolução clínica da doença atual; Animais contactantes; Manejos nutricional e higiênico-sanitário; Condicionamento físico do animal e carga de trabalho; Medicamentos (dose e frequência) utilizados e resultados obtidos. o Histórico pregresso: Doenças anteriores e quadros clínicos semelhantes já ocorridos? Exame físico geral e especial: o Inspeção: Avaliação de atitudes relacionadas com distúrbios cardiovasculares; Observação de anormalidades anatômicas e funcionais; Coloração de mucosas e avaliação do tempo de reperfusão capilar o Palpação: Avaliação do choque de ponta; Avaliação do pulso arterial; Detecção de frêmitos; Detecção de edemas. o Ausculta: Avaliação de frequência e ritmo cardíacos e respiratórios; Detecção de ruí dos normais e anormais: patológicos ou não; Detecção de bloqueios e desdobramentos. o Percussão: Determinação de área cardíaca Exames complementares: o Eletrocardiográfico; Mensuração de frequência e ritmo cardíacos; Avaliação das ondas P e T, do complexo QRS; Detecção de arritmias, bloqueios AV. o Ultrassonográfico (Ecocardiografia e Eco-Doppler): Avaliação cardíaca, valvar e vascular; Avaliação anatômica e funcional do sistema circulatório. o Laboratoriais: Avaliação de: CK e LDH (para as isoenzimas cardíacas), SDH, AST e arginase (avaliação hepática); ureia e creatinina (avaliação renal). o Fonocardiograma: Avaliação das bulhas cardíacas. LOCALIZAÇÃO DOS FOCOS DE AUSCULTAÇÃO EM EQUINOS E RUMINANTES: Espécie: Bovina Focos de auscultação cardíaca: o Pulmonar: 3º EIC esquerdo o Aórtico: 4º EIC esquerdo o Mitral: 4º EIC esquerdo o Tricúspide: 3º ou 4º EIC direito Espécie: Equina Focos de auscultação cardíaca: o Pulmonar: 3º EIC esquerdo o Aórtico: 4º EIC esquerdo o Mitral: 4º ou 5º EIC esquerdo o Tricúspide: 3º ou 4º EIC direito Espécie: Caprina Focos de auscultação cardíaca: o Pulmonar: 3º EIC esquerdo o Aórtico: 4º EIC esquerdo o Mitral: 5º EIC esquerdo o Tricúspide: 3º ou 4º EIC direito Espécie: Ovina Focos de auscultação cardíaca: o Pulmonar: 3º EIC esquerdo o Aórtico: 4º EIC esquerdo o Mitral: 5º EIC esquerdo o Tricúspide: 3º ou 4º EIC direito FREQUÊNCIAS DE PULSO EM EQUINOS E RUMINANTES POR FAIXA ETÁRIA: Espécie: Equina Faixa etária/ Frequência (nº de pulsos/min): o Neonato: 80 a 120 o Jovem: 30 a 50 o Adulto: 28 a 44 Espécie: Caprina Faixa etária/ Frequência (nº de pulsos/min): o Adulto: 95 a 120 Espécie: Bovina Faixa etária/ Frequência (nº de pulsos/min): o Neonato: 90 a 120 o Jovem: 70 a 100 o Adulto: 60 a 80 Espécie: Ovina Faixa etária/ Frequência (nº de pulsos/min): o Adulto: 90 a 115 Sistema Respiratório VALORES NORMAIS DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA EM ANIMAIS ADULTOS: Espécie/adultos: Cães o Movimentos respiratórios/min: 18 a 36 Espécie/adultos Gatos: o Movimentos respiratórios/min: 20 a 40 Espécie/adultos: Equinos o Movimentos respiratórios/min: 8 a 16 Espécie/adultos: Bovinos o Movimentos respiratórios/min: 10 a 30 Espécie/adultos: Caprinos o Movimentos respiratórios/min: 20 a 30 Espécie/adultos: Ovinos o Movimentos respiratórios/min: 20 a 30 LIMITES POSTERIORES DE PERCUSSÃO DA ÁREA PULMONAR NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS: Espécie: Equinos Localização: Linha ilíaca: 17º EIC | Linha isquiática: 14º EIC | Linha do encontro: 10º EIC Espécie: Ruminantes Localização: Linha ilíaca: 12º EIC | Linha isquiática: 11º EIC | Linha do encontro: 8º EIC Sistema Reprodutor SEQUÊNCIA DO EXAME CLÍNICO DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO: Identificação ou resenha: o Raça, Espécie, Idade, Eventuais Particularidades; Anamnese: o Primípara, Plurípara; Exame físico: condição nutricional; o Geral: Corrimento Coloração de mucosas, linfonodos; o Parâmetros vitais: temperatura corporal, frequências cardíaca, respiratória e dos ruídos ruminais; o Específico: Distensão e tensão abdominal; Formato e dilatação da vulva; Aumentos de volume, cicatrizes; Exame retal; Exames complementares: dosagem hormonal, exames microbiológicos e sorológicos, exames citológico e histológico DURAÇÃO MÉDIA DA GESTAÇÃO EM ANIMAIS (EM DIAS): Vacas: 273 a 296 Éguas: 327 a 357 Ovelhas: 140 a 155 Porcas: 111 a 116 Cabras: 148 a 156 Cadelas: 60 a 63 Gatas: 56 a 65 TEMPO MÉDIO DE DESCIDA DOS TESTÍCULOS PARA A BOLSA TESTICULAR: Garanhão: 9 a 11 meses de gestação; Touro: até 4 meses de gestação; Carneiro: 80 dias de gestação; Cão: 5 dias após o nascimento; Gato: 2 a 5 dias após o nascimento. VOLUME MÉDIO DE SÊMEN OBTIDO EM ESPÉCIES DOMÉSTICAS: Espécie/Volume (m l): Bovina: 0,5 a 20; Equina: 30 a 340; Ovina: 0,5 a 3; Caprina: 0,2 a 2,5; Canina: 2 a 35; Suína: 100 a 500. Sistema Urinário ITENS IMPORTANTES PARA A ANAMNESE ESPECÍFICA DO TRATO URINÁRIO: Itens investigados/Aspectos enfocados: o Urina: Volume em cada micção, aspecto (coloração, transparência/turvação, presença de material sólido ou semissólido, viscosidade, presença de sangue; o Micção: Frequência (número de vezes e intervalo), tipo (postura à micção, sinais de dificuldade, sinais de dor ou desconforto, tenesmo, incontinência); o Ingestão de água: Frequência e volume; o Doença urinária: Histórico completo de doenças do trato urinário (com ou sem conclusão diagnóstica), incluindo tratamentos feitos; o Sinais relacionados com outros órgãos: Detalhamento de informações referentes às manifestações que possam ter relação com as causas ou consequências da afecção urinária em curso. SEQUÊNCIA DE EXAME CLÍNICO DO SISTEMA URINÁRIO: Resenha; Anamnese; Exame físico Geral: o Peso corporal, temperatura, frequência de pulso e respiratória, mucosas (coloração e estado dos vasos), grau de hidratação; Boca (úlceras, alterações da língua, inserção dos dentes, aumento maxilar, hálito urêmico); Exame geral dos demais órgãos e sistemas; Exame específico: Rins: o Ambos são palpáveis? o Tamanho, simetria e posição? o Forma, contorno e consistência? o Dor? Bexiga: o Posição o Tamanho, formato, consistência? o Cálculos ou massas palpáveis? o Espessura da parede? o Dor? Próstata (importante em cães): o Posição, tamanho, simetria, consistência? o Dor? Uretra dos machos: o Meato urinário Secreção uretral ou prepucial? o Tamanho, formato e consistência das porções palpáveis? o Anormalidades periuretrais? Micção: o Frequência? o Disúria? o Retenção? o Incontinência? Exames complementares: o Urinálise; Cateterização vesical; Técnicas para diagnóstico por imagem; Provas de função renal; Biopsia. FREQUÊNCIA NORMAL DE MICÇÕES EM 24 H PARA ADULTOS: Equinos e bovinos: 5 a 7 vezes; Ovinos e caprinos: 1 a 4 vezes; Cães: Muito variável; Cadelas: 2 a 4 vezes; Gatos: 2 a 4 vezes. Sistema Nervoso OBJETIVOS DO EXAME NEUROLÓGICO: Confirmar se há problema neurológico: o Este animal apresenta anormalidades neurológicas? Localização da lesão: o Em caso afirmativo, qual é o local mais provável? Estabelecer uma lista de diagnósticos diferenciais: o Quais são os diagnósticos diferenciais mais prováveis para lesões neste local? Associar as informações relativas à identificação do animal (idade, espécie), evolução dos sinais clínicos e informações epidemiológicas; Prognóstico, tratamento e prevenção: o Qual é o prognóstico? O tratamento é possível e viável economicamente? Como prevenir a ocorrência desta enfermidade em outros animais do rebanho? ETAPAS DO EXAME NEUROLÓGICO: Identificação e anamnese; Exame físico; Identificação dos sinais; Interpretação das informações; Localização das lesões; Diagnósticos diferenciais; Exames complementares; Diagnóstico Prognóstico; Tratamento; Recomendações. PRINCIPAIS INFORMAÇÕES QUE DEVEM SER OBTIDAS NA ANAMNESE: Início dos sinais clínicos; Evolução; Principais anormalidades observadas; Alimentação; Vacinação; Tratamentos realizados; Doenças anteriores; Número de animais acometidos; Ambiente e tratamento dos animais; Número de mortes. N° NOME EMERGÊNCIA PRIN. FUNÇÃO I Olfatório Telencefalo Olfação II Óptico Diencefalo Visão III Oculo-motor Mesencefalo Motricidade Somática IV Troclear Mesencefalo Motricidade Somática V Trigêmio Ponte Motricidade e Sensibilidade Somática VI Abducente Bulbo/Ponte Motricidade Somática VII Facial Bulbo/Ponte Motricidade Somática e Gustação VIII Acústico-vestibular Bulbo Audição/Equilíbrio IX Glossofaríngeo Bulbo Motricidade e Sensibilidade Somática X Vago Bulbo Motricidade e Sensibilidade Visceral XI Acessório Bulbo e Medula Motricidade Somática XII Hipoglosso Bulbo Motricidade Somática SEGMENTO MEDULAR, NERVO ENVOLVIDO E RESPOSTA ESPERADA PARA CADA REFLEXO AVALIADO: Reflexo: Reflexo carporradial o Segmento medular: C6-T2 o Nervo envolvido: Radial o Resposta observada: Extensão do carpo Reflexo: Reflexo bicipital o Segmento medular: C7-C8 o Nervo envolvido: Musculocutâneo o Resposta observada: Flexão da articulação umerorradioulnar Reflexo: Reflexo tricipital o Segmento medular: C7-T1 o Nervo envolvido: Radial o Resposta observada: Extensão da articulação umerorradioulnar Reflexo: Reflexo flexor torácico o Segmento medular: C6-T2 o Nervo envolvido: Axilar, musculocutâneo, o mediano e ulnar o Resposta observada: Contração e retirada do membro femorotibial Reflexo: Reflexo patelar o Segmento medular: L4-L5 o Nervo envolvido: Femoral o Resposta observada: Extensão da articulação Reflexo: Reflexo tibial cranial o Segmento medular: L6-S1 o Nervo envolvido: Fibular o Resposta observada: Flexão do tarso Reflexo: Reflexo gastrocnêmio o Segmento medular: L5-S3 o Nervo envolvido: Ciático e tibial o Resposta observada: Contração do músculo gastrocnêmio e extensão do tarso Reflexo: Reflexo isquiático o Segmento medular: L5-S2 o Nervo envolvido: Ciático o Resposta observada: Abdução Reflexo: Reflexo flexor pélvico o Segmento medular: L5-S3 o Nervo envolvido: Ciático o Resposta observada: Retirada do membro Sistema Locomotor BOVINOS: SEQUÊNCIA DE EXAME CLÍNICO DO APARELHO LOCOMOTOR DE BOVINOS: Identificação do animal: o Raça, idade, sexo, procedência; Anamnese: o Sistema de produção utilizado na propriedade; o Produção diária de leite de vaca o Quantidade e qualidade da alimentação fornecida o Tipo de manejo o Ocorrência de doenças infecciosas o Duração da claudicação o Tipo e intensidade da claudicação o Tratamentos realizados o Resultados obtidos com os tratamentos Exame físico geral: o Frequência cardíaca o Frequência respiratória o Coloração das membranas mucosas o Turgor da pele o Auscultação pulmonar, cardíaca e do trato digestório o Palpação de linfonodos Exame físico específico: o Inspeção em posição quadrupedal o Inspeção em movimento o Contenção física e/ou medicamentosa o Limpeza dosdígitos o Inspeção e palpação do espaço interdigital o Pinçamento dos cascos o Palpação dos ossos, articulações, tendões e músculos o Bloqueios anestésicos Exames complementaes: o Hemograma, líquido sinovial, raios X e ultrassonografia CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE CLAUDICAÇÃO: Escore: 0 o Anormalidade de andamento: Ausente o Descrição: Anormalidade de andamento não visível ao caminhar; animal não relutante em caminhar; Escore: 1 o Anormalidade de andamento: Leve o Descrição: Variação leve no andamento ao caminhar; incluindo andamento assimétrico intermitente leve e pequena restrição bilateral ou quadrilateral em movimentos livres; Escore: 2 o Anormalidade de andamento: Moderado o Descrição: Assimetria moderada no andamento e consistente ou andamento simétrico, mas anormal, porém hábil para caminhar; Escore: 3 o Anormalidade de andamento Grave: o Descrição: Andamento variando de assimetria marcante a grave anormalidade simétrica; Escore: 4 o Anormalidade de andamento: Imobilidade o Descrição: Decúbito. EQUINOS: RESUMO DE PERGUNTAS IMPORTANTES NA ANAMNESE: Nome, número e/ou registro; Início da claudicação; Duração dos sinais clínicos; Se a claudicação teve aparecimento súbito ou gradativo; Se a causa da claudicação é conhecida ou se há relato de trauma; Evolução da claudicação; Se o grau de claudicação se altera durante o período de trabalho; Se o proprietário notou aumento de volume ou alteração na postura do animal; Se o animal foi casqueado ou ferrado recentemente. INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE ESPORTIVA NA CLAUDICAÇÃO: Modalidade: Corrida Fatores predisponentes: o Animais jovens o Alta velocidade o Estresse o Fadiga Lesões: o Fraturas por estresse o Tendinite do flexor digital superficial o Desmite do suspensor do boleto o Fraturas de carpo e sesamoides proximais Modalidade: Salto Fatores predisponentes: o Alto impacto após o salto o Obstáculo Lesões: o Síndrome do navicular o Tendinites o Fraturas de carpo Modalidade: Polo Fatores predisponentes: o Ferraduras com rampão o Rápidos movimentos de giro Lesões: o Fraturas de sesamoide proximal e I falang Modalidade: Enduro Fatores predisponentes: o Percursos de longa distância o Pisos duros ou com pedregulhos o Fadiga Lesões: o Miosites o Osteíte podal o Lesões no casco o Laminites o Fraturas por estresse Modalidade: Apartação Fatores predisponentes: o Balanço e giro sobre os membros posteriores com força e torque o Batidas intermitentes com os membros anteriores Lesões: o Contusão de sola nos membros anteriores o Fraturas em I e II falanges o Artrite e esparavão no tarso o Gonites Modalidade: Tambor e laço Fatores predisponentes: o Velocidade e giro o Torque e twist Lesões: o Artrite no boleto (sinovite, capsulite) o Fratura de III falange o Síndrome do navicular o Exostoses nas falanges o Desmites Modalidade: Rédeas Fatores predisponentes: o Influência do treinador e treinamento sobre o tipo de problema apresentado o Esbarro Lesões: o Tendinites o Tendossinovites o Miopatia fibrótica o Osteoartrite tarsal Semiologia da Pele A pele é o maior órgão de um organismo – aquele que determina as formas, dá características às raças e mantém o recobrimento piloso, tão nobre em algumas espécies que, por décadas, e ainda hoje, queremos usá-las ou imitá- las como vestimenta. Trata-se da barreira anatômica e fisiológica entre o organismo e o meio ambiente, promovendo proteção contra lesões físicas, químicas e microbiológicas. É sensível ao calor, ao frio, à dor, ao prurido e à pressão. OBSERVAÇÃO: O pH da pele tem fundamental importância na escolha de um xampu destinado à higienização ou nos ditos xampus terapêuticos. Um xampu é considerado neutro quando tem o mesmo pH da pele. BARREIRA CUTÂNEA: Se considerarmos a epiderme, mais especificamente a camada córnea, como um muro, teremos, no lugar de tijolos, corneó citos, e, no lugar de cimento, lipídios. Fica claro observarmos que um muro bom é aquele com bons tijolos e bom cimento, ambos na proporção ideal. Havendo qualquer falha em um dos dois elementos, o muro pode ruir. HIPERPIGMENTAÇÃO: Observando as ações do a-MSH na epiderme, pode-se compreender melhor o fato de grande parte das dermatopatias inflamatórias crônicas apresentar-se hiperpigmentada. Além dos melanócitos, existem outras células dendríticas na epiderme, as células de Langerhans. MUCINA: O aumento da mucina, um mucopolissacarídio da derme, confere aos cães da raça Sharpei sua aparência pregueada. A SAÚDE E OS PELOS: A assertiva: “...o pelo reflete o estado de saú de de um animal...” fica facilmente explicável quando observamos todos os fatores que podem interferir no ciclo dos pelos. Da mesma maneira, entende-se melhor por que os quadros hormonais estão frequentemente associados a falhas (alopecia) no recobrimento piloso. SEQUÊNCIA DO EXAME SEMIOLOGICO DA PELE: Identificação: o Identificação etária o Identificação sexual o Identificação racial o Coloração do pelame Anamnese: o Queixa principal Tempo de evolução? Início do quadro? Tratamentos efetuados? Consequência do tratamento efetuado? o Antecedentes Início do quadro e tempo de evolução Tratamentos já efetuados e suas consequências Periodicidade Ambiente, manejo e hábitos Contactantes Ectoparasitas o Prurido Avaliação da presença do prurido Intensidade do prurido Manifestação do prurido Localização do prurido Sintomas relacionados com outros órgãos Exame Físico o Palpação o Olfação o Inspeção direta o Inspeção indireta Exames Complementares: o Teste da fita adesiva o Exame direto do pelame o Tricograma o Parasitológico de raspado cutâneo o Exame micológico o Citologia o Biopsia e exame histopatológico COÇA OU NÃO? Muitas vezes, os animais se coçam sem que isso seja um problema; basta que o veterinário observe a si mesmo e concluirá que algumas regiões do corpo realmente coçam no decorrer de um dia. Deve-se diferenciar esse prurido considerado fisiológico daquele dito patológico. Quando o animal se coça acima de 30% do tempo disponível ou mais, considera-se um caso de prurido patológico. QUADROS SEMELHANTES: Na abordagem do quadro, sempre deve ser levado em consideração que as manifestações de prurido representam reações autotraumáticas do animal, oferecendo um padrão parecido de lesões de pele, independentemente da etiologia do processo pruriginoso, dando relativo sentido à frase: “Em dermatologia, os quadros são muito parecidos”. CARACTERÍSTICA LESÃO MODIFICAÇÕES DE COR Eritema Púrpura Mácula/Mancha LESÕES SÓLIDAS Pápula/Placa Nódulo/Turmor/Cisto Vegetações/Verrucosidades LESÕES PREENCHIDAS POR LÍQUIDOS Vesículas/Bolhas Pústula CARACTERÍSTICA LESÃO PRODUÇÕES ANORMAIS Colarete epidérmico Crosta PERDA DE SUBSTÂNCIAS Erosão/Escoriação CONSERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DA SUPERFÍCIE CUTÂNEA Esclerose Atrofia Liquenificação Hiperpigmentação CARACTERÍSTICA LESÃO PRODUÇÃO ANORMAL DE CERATINA Escama Comedão/Cisto Folicular Cilindro Folicular PERDA DE SUBSTÂNCIAS OU DE PELOS Alopecia Úlcera Glossário Semiológico Saúde: estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais estão em situação normal; estado do que é sadio ou são. Doença: evento biológico caracterizado por alterações anatômicas, fisiológicas ou bioquímicas, isoladas ou associadas. Enema (clister): administração de líquidos pelo reto, para fim terapêutico ou diagnóstico. Prematuro: recém-nascido com perío do gestacional mais curto que o normal para a espécie. Dismaturo:animal nascido a termo, porém com pequeno tamanho e/ou peso. Mastite: processo inflamatório da glândula mamária. Espermatocele: distensão do epidídimo com acúmulo de esperma. Hematocele: extravasamento e acúmulo de sangue na cavidade da túnica vaginal. Hidrocele: acúmulo de líquido no saco da túnica vaginal Monorquidismo: existência de um único testículo no escroto; chamado, também, de criptorquidismo unilateral. Orquite: inflamação do(s) testículo(s). Orquiocele: tumor ou herniação completa de um testículo. Orquiopatia: processo patológico do testículo. Balanite: inflamação da glande peniana. Balanopostite: inflamação simultânea da glande e da mucosa prepucial. Fimose: incapacidade de exteriorização do pênis, em virtude do alongamento ou estenose do prepúcio. Frênulo persistente: permanência anormal de tecido conjuntivo entre a glande do pênis e o prepúcio. Hipospadia: abertura da uretra ventralmente ao pênis e caudalmente ao orifício uretral normal. Postite: inflamação do prepúcio. Acinesia: ausência de motilidade. Aspermia: ausência de ejaculado. Astenospermia: debilidade de movimentação do espermatozoide. Azoospermia: ausência de espermatozoides no ejaculado. Hemospermia: ocorrência de sangue no ejaculado. Necrospermia: ejaculado com a totalidade ou quase todos os espermatozoides mortos. Oligospermia: pequeno volume de ejaculado. Oligozoospermia: número baixo de espermatozoides no ejaculado. Piospermia: existência de piócitos no ejaculado. Teratospermia: apresentações teratológicas do espermatozoide. Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Anotações _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________
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