Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Semiologia Veterinária ~Termos semiológicos~ Ana Sara Gonçalves de Oliveira Varela Turma 104.5 ETAPAS DO EXAME CLÍNICO 1. Admissão do paciente- Identificação, resenha, queixa principal. 2. Anamnese- História atual e progressão. 3. Exame físico- “mão na massa” Geral e específico, geração de hipóteses. 4. Exames complementares 5. Diagnóstico e Prognóstico- Refinamento das hipóteses 6. Tratamento- seguimento- alta médica. EXAME FÍSICO GERAL Dividido em: INSPEÇÃO (observar o animal), PALPAÇÃO (tato), AUSCUTAÇÃO, PERCUSSÃO e OLFAÇÃO. 1. Nível de consciência • Alerta (normal) • Diminuído (apático) • Aumentado (excitado) • Obnulação (pré-coma) • Ausente (coma) 2. Postura e locomoção • Normal ou anormal 3. Condição corporal Avalia-se pelas protuberâncias ósseas do corpo. (espinha da escápula, costelas, coxal, asa do íleo, tuberosidade isquiática...) Visíveis, palpáveis? • Caquético (extremamente magro) • Magro • Normal • Gordo • Obeso 4. Pelame • Pelos limpos, brilhantes ou eriçados • Presença de ectoparasitas • Turgor cutâneo (elasticidade da pele) GRAU DE DESIDRATAÇÃO TURGOR CUTÂNEO Até 5% (não aparente) ↓ Elasticidade da pele discreta ou sem alteração Entre 6 e 8% (leve) ↓ Elasticidade da pele (de 2 a 4 s) Entre 8 e 10% (moderada) ↓ Elasticidade da pele (6 a 10 s) Entre 10 e 12% (grave) ↓ Marcante da elasticidade da pele (> 10 s) OBS: Deve-se ter cuidado na estimativa da desidratação em raças que apresentam pele em excesso (p. ex., Shar-pei) e em animais idosos, e deve-se levar em consideração o estado nutricional do animal para a estimativa da desidratação pela elasticidade da pele, pois animais gordos ou obesos podem ter seu grau de desidratação subestimado ou superestimado em animais magros. 5. Forma abdominal • Normal ou anormal (timpanismo, ascite e etc. Observar a silhueta abdominal e a simetria). 6. Características respiratórias • Eupneia (resp. normal) • Dispneia resp. anormal (postura ortopneica- tentativa de compensar a disfunção respiratória) • Tipo respiratório: toracoabdominal -normal, costal, abdominal ... 7. Grau de enoftalmia • Ausente, leve, intensa OBS: Em bovinos inspecionar também a Mufla, que deve estar úmida. Além disso deve ser analisado se o animal está ruminando, para isso inicialmente observa-se a atividade mastigatória do animal e posteriormente é necessária a auscultação dos movimentos ruminais, que podem ser auscultados por um período de 3 a 5 minutos, onde os sons de crepitação e cascata sinalizam um movimento completo. A cada 5 minutos bovinos apresentam entre 7 e 12 movimentos ruminais, ovinos entre 7 e 14 e caprinos de 6 a 12. Os achados devem ser interpretados de acordo com o tipo de alimentação fornecida ao animal. 8. Avaliação das mucosas • Oculopalpebral, oral, vulvar ou prepucial e nasal. • Observar coloração, lesões/úlceras, hemorragias, secreções e brilho. COLORAÇÃO E TPC (TEMPO DE PERFUSÃO CAPILAR): Denominação Significado Pálida (esbranquiçada) Anemia Congesta ou hiperêmica Aumento da permeabilidade vascular Cianótica (azulada) Distúrbio na hematose (pouco O2) Ictérica Hiperbilirrubinemia Normocorada No geral, é róseo-clara. OBS: Fêmeas no cio: avermelhada. TPC: Reflete o estado circulatório do animal (volemia) e é medido junto à mucosa bucal, próximo aos dentes incisivos. Pressiona-se a mucosa oral por um tempo de 2 segundos e observa-se o tempo que é levado até que a perfusão retorne e a coloração volte ao normal. (normal: até dois segundos). Animal sadio: 1 a 2 segundos Animal desidratado: 2 a 4 segundos Animal gravemente desidratado: Superior a 5 segundos. OCORRÊNCIA DE CORRIMENTOS/SECREÇÕES Fluido Líquido, aquoso, pouco viscoso e transparente (corrimento nasal normal em bovinos) Seroso + denso que o fluido, mas ainda transparente (processos virais, alérgicos e precede a secreção de infecções ou inflamações) Catarral + Viscoso, pegajoso e esbranquiçado Purulento + denso e com coloração variável Sanguinolento Vermelho vivo ou enegrecido 9. Avaliação dos linfonodos RUMINANTES: Mandibulares, retrofaríngeos, pré escapulares, pré femorais e mamários. EQUINOS: Mandibulares, retrofaríngeos, pré escapulares e pré femorais. CÃES: Submandibular, pré-escapular, axial, inguinal, poplíteo. GATOS: Mandibulares e poplíteo. Características examináveis: 1. TAMANHO 2. CONSISTÊNCIA 3. MOBILIDADE 4. TEMPERATURA 5. SENSIBILIDADE 10. Avaliação dos parâmetros vitais Os parâmetros vitais incluem a frequência cardíaca, pulso, frequência respiratória, temperatura retal, frequência dos movimentos ruminais e movimentos cecais (descargas da válvula íleo cecal dos equinos). Valores normais da temperatura corporal em animais. Espécie Idade Temperatura retal (°C) Cães Jovens 36,1 a 37,7 Adultos 37,5 a 39,2 Gatos - 37,8 a 39,2 Equinos Jovens 37,2 a 38,9 Adultos 37,5 a 38,5 Bovinos Jovens 38,5 a 39,5 Adultos 37,8 a 39,2 Caprinos Jovens 38,8 a 40,2 Adultos 38,6 a 40,0 Ovinos Jovens 39,0 a 40,0 Adultos 38,5 a 40,0 Classificação da febre de acordo com o grau de elevação da temperatura. Tipo Equinos Bovinos Cães Febrícula 38 a 39°C 39,5 a 40°C 39,3 a 40°C Febre mediana 39,1 a 40°C 40,1 a 41°C 40,1 a 41°C Febre alta 40,1 a 41°C 41,1 a 42°C 41 a 41,5°C Febre muito alta > 41°C > 42°C > 41,5°C Valores normais da frequência cardíaca em animais adultos. Espécie Batimentos cardíacos/min Cães 60 a 160 Gatos 120 a 240 Equinos 28 a 40 Bovinos 60 a 80 Caprinos 95 a 120 Ovinos 90 a 115 Valores normais da frequência respiratória em animais adultos. Espécie Movimentos respiratórios/min Cães 18 a 36 Gatos 20 a 40 Equinos 8 a 16 Bovinos 10 a 30 Caprinos 20 a 30 Ovinos 20 a 30 Exame físico específico do sistema circulatório 1. POSTURA • Normal? Anormal? Posição ortopneica? 2. ATITUDE/COMPORTAMENTO • Cansado? Ofegante? Relutante a se movimentar? Posição? Decúbito? 3. EDEMAS • Distribuídos ventralmente (peito, barbela, abdômen, prepúcio, submandibular, membros...) • PALPAÇÃO- SINAL DE GODET! OBS: EDEMA EM CAVIDADES- EFUSÃO. SINAL DE GODET: Ao realizar uma pressão digital considerável sobre a área suspeita de edema, nota-se a formação de uma depressão no local pressionado, caracterizando-se, assim, um acúmulo de líquido no espaço intersticial. (Todo edema é sinal de godet positivo, somente em casos mais crônicos, em que há fibrosamento, ele se torna Godet-negativo). OBS: EFUSÕES E DEMAS NA ICC: ICC DIREITA- EFUSÕES ABDOMINAIS (ASCITE) E PLEURAIS. EDEMA DE MEMBROS E ÓRGÃOS. ICC ESQUERDA- EDEMA PULMONAR CARDIOGÊNICO. 4. ANOXIA • Através do nível de consciência e mucosas cianóticas 5. PULSO VENOSO POSITIVO • Pulsação da veia jugular e/ou mamária, que ocorre imediatamente após a primeira bulha cardíaca. • CAUSAS? Massa intratorácica, Endocardite atrioventricular direita, Efusão pericárdica, Aumento da pressão venosa central, Doença valvar... OS PULSOS VENOSOS TÊM QUE SER NEGATIVOS! 6. ABDUÇÃO DOS MEMBROS TORÁCICOS • Na tentativa de: Respirar melhor: em quadro de dispneia por edema pulmonar ou por insuficiência cardíaca em que haja menor oxigenação sanguínea ou diminuir a dor decorrente de uma reticulopericardite traumática: nessa enfermidade, é comum haver relato ou observarmos que o animal enfermo sente dor e geme ao descer uma rampa, procura ficar em aclive, com os membros torácicos em local mais alto que os pélvicos e evita fazer curvas acentuadas à esquerda e se deitar, para não sentir dor ao levantar-se. 7. MUCOSAS • Coloração e TPC, esses valores nos refletem o estado circulatório periférico 8. CHOQUE CARDÍACO • Vibração que ocorre na parede torácica devido a sua justaposição com a parede ventricular. Quinto e sexto espaço intercostal. (pequena vibração) • Alterações de intensidade e localização. (AUSÊNCIA? PODE INDICAR A PRESENÇA DEALGO ENTRE A PAREDE TORÁCICA E O VENTRÍCULO) DESLOCAMENTO DO CHOQUE? DESLOCAMENTO DO ÓRGÃO. 9. AUSCULTAÇÃO • FREQUÊNCIA: Expressa em batimentos por minuto (auscultar por no mínimo 20 segundos) • RITMO: Arritmia ou disritmia. • FOCOS DE AUSCULTA: Se dá de uma forma ordenada. Posicionar o estetoscópio em regiões específicas que privilegiem as valvas cardíacas, e correlacionar os focos de ausculta com as bulhas cardíacas. Semilunares (pulmonar e aórtica), lado esquerdo. Atrioventricular mitral/bicúspide, lado esquerdo. Atrioventricular tricúspide lado direito. 3 EIC- FOCO PULMONAR- CRANIAL E IMEDIATAMENTE ABAIXO DO AÓRTICO 4 EIC- FOCO AÓRTICO- MAIS DORSAL E IMADIATAMENTE CRANIAL AO FOCO M. 5 EIC- FOCO MITRAL- AVALIAR AQUI A FC! (MAIS AUDÍVEL) 4 e 5 EIC- FOCO TRICÚSPIDE- HEMITÓRAX DIREITO NA MESMA ALTURA DO FOCO MITRAL. • BULHAS (TOTAL DE 4) PRIMEIRA BULHA: FECHAMENTO DAS VALVAS ATRIOVENTRICULARES M E T. SEGUNDA BULHA: FECHAMENTO DAS VALVAS P E A. (SEMILUNARES) Entre a segunda bulha e o início de uma nova primeira bulha temos o grande silêncio. (terceira e quarta bulhas estão no grande silêncio). INTENSIDADE- “ABAFAMENTO” Derrame cavitário na cavidade pericárdica. HIPERFONESE: Hiperatividade cardíaca, aumentando a transmissão de ruídos (ex: pneumotórax) HIPOFONESE: Hipoatividade, diminuindo a transmissão dos ruídos. (ex: pericardite) TIMBRE: Perda de sonoridade “afinação” – exemplo: hipertrofia ventricular. RITMO: Variação do número de bulhas, exemplo: desdobramento- movimentos acontecem de forma assíncrona. LOCALIZAÇÃO Se não é possível auscultar o som no local correto isso indica um problema... • CARACTERÍSTICAS DOS RUÍDOS- RUÍDOS ANORMAIS: SOPROS! São turbulências, e vibrações sonoras que acontecem devido a alterações do fluxo sanguíneo pelas câmaras/valvas cardíacas. Classificação dos sopros: •TIPO •GRAU (INTENSIDADE) •DURAÇÃO •FASE •ORIGEM RUIDOS ADVENTÍCIOS: São sons que são produzidos fora do que estamos avaliando. 10. PALPAÇÃO • PALPAR O CHOQUE CARDÍACO: INTENSIDADE: NORMAL? AUMENTADA? DIMINUIDA? LOCALIZAÇÃO DIFERENTE -Geralmente se desloca cranialmente. Causas: Ascites, gestação, sobrecarga ruminal. (distensão abdominal...) • PALPAR O PULSO ARTERIAL: Dedos indicador e médio de forma intensa e ir diminuindo a pressão até sentir a pulsação. Em pequenos animais: artéria femoral, em grandes animais utilizam-se a DIGITAL, FACIAL, CARÓTIDA, CAUDAL. No pulso avaliam-se a frequência (pulsos por minuto), ritmo (compatível com o ritmo cardíaco) e plenitude (distensão da artéria). OBS: É importante avaliar em conjunto com a auscultação cardíaca e levar em consideração que cada batimento cardíaco deve equivaler a um pulso. Podendo ser classificado em normal, hiper ou hipocinético. FALTA DE EQUIVALENCIA = ARRITMIA! 11. PERCUSSÃO • Serve para delimitar a silhueta cardíaca. Área pulmonar: som claro. Submaciço-maciço indicam área cardíaca. Exame físico específico do sistema respiratório ~ TERMOS SEMIOLÓGICOS IMPORTANTES ~ ▪ EPISTAXE: Sangue saindo/escorrendo das narinas. Casos de sangramento unilateral são mais prováveis. ▪ HEMOPTÍSE: Se o sangue tem origem pulmonar chama-se hemoptise, porém só é utilizado esse termo quando há certeza da sua origem. Traumas, neoplasias, pneumonia fúngica, tromboembolismo... ▪ EUPNÉIA- Os parâmetros respiratórios estão dentro da normalidade para aquele animal. ▪ DISPNÉIA- Alterações nos parâmetros para o indivíduo em questão. ▪ TAQUIPNEIA: é o aumento da FR. Ocorre em situações de febre, dor ou de diminuição da oxigenação sanguínea ▪ BRADIPNEIA: é a diminuição da FR. Pode ocorrer nas depressões do sistema nervoso central ou próximo à morte do animal ▪ APNEIA: é a ausência total de respiração. 1. INSPEÇÃO NASAL Importante para verificar presença de lesões, secreções, assimetrias nasais, desidratação (mufla ou espelho nasal) e hemorragias... 2. TIPO RESPIRATÓRIO • FISIOLÓGICO: Costoabdominal • PATOLÓGICO: Dor torácica/ tipo respiratório ou a respiração predominantemente abdominal; dor abdominal/ respiração do tipo costal. 3. Secreção nasal: Uni ou bilateral? Vem do trato respiratório anterior ou posterior? TIPOS DE SECREÇÃO CORRIMENTO AFECÇÕES SEROSO Normal MUCOSO Alergias/viroses PURULENTO Bacterianas HEMORRÁGICO Corpo estranho ALIMENTAR Defeitos de deglutição, obstrução esofágica 4. OLFAÇÃO • Avaliar o odor do ar expirado, o ideal é que ele seja inodoro, ou tenha um cheiro “aromático ou adocicado” em bovinos devido aos processos fermentativos. Cheiros pútridos, urêmicos ou cetônicos são ANORMAIS! 5. PALPAÇÃO Palpação de todas as partes externas do sistema respiratório... Através da palpação é possível verificar situações específicas que as vezes passam despercebidas na inspeção. • Palpação do tórax- com a mão espalmada e com as pontas dos dedos espalmadas nos espaços intercostais. Pode ser feita com o paciente em decúbito, ou em pé. • Slap test.: Avalia o reflexo de abdução das aritenoides e estimula o costado do animal para que ele realize esse movimento. 6. PERCUSSÃO • Nos seios paranasais (frontal, lacrimal e maxilar), a percussão deve ser feita com o cabo do martelo de percussão ou com a ponta do dedo médio de modo comparativo entre o lado esquerdo e direito da face do animal. • Alteração de som claro ´para maciço ou timpânico (bactérias anaeróbicas) • A resposta sonora à percussão do tórax pode variar desde o som normal (claro) até as alterações sonoras com significado clínico. Deve ser feita dorsoventral e craniocaudalmente, em toda a área torácica, deslocando-se o plessímetro nos espaços intercostais. 6.1. DELIMITAÇÃO PULMONAR Limites posteriores de percussão da área pulmonar nos animais domésticos. LOCALIZAÇÃO Espécie animal Linha ilíaca Linha isquiática Linha do encontro EQUINOS 17º EIC 14º EIC 10º EIC RUMINANTES 12º EIC 11º EIC 8º EIC CANINOS 11º EIC (12º FEITOSA) 10º EIC (9º FEITOSA) 8º EIC (5º FEITOSA) 7. AUSCULTAÇÃO • O animal deve ser auscultado preferencialmente em estação e em repouso. • Auscultar pelo menos dois movimentos por ponto. • Explanar toda área respiratória! • Auscultar quando o animal estiver submetido a exercício. A utilização do saco respiratório: o animal aumenta a frequência e é possível auscultar sons anormais com mais facilidade. SONS NORMAIS SONS PATOLÓGICOS • Laringotraqueal • Traqueobrônquico • Broncobronquiolar • Grave e alto > agudo e baixo. • Crepitação grossa (gato ronronando) Regiões mais craniais. • Crepitação fina (esfregar do cabelo próximo a orelha) Bronquite... • Sibilo (produzido pela estenose, relacionado a edemas, parece um assobio) • Ronco • Roce pleural Exame físico específico do sistema digestório • TERMOS SEMIOLÓGICOS IMPORTANTES • Disfagia: Dificuldade ou a impossibilidade de deglutição. • Odinogafia: Dor durante a deglutição • Fome: é a desagradável sensação de vazio no estômago, é a necessidade do alimento. • Apetite: desejo do alimento, faz por preferência por determinado alimento (depende da qualidade e palatabilidade do alimento). Leva-se em consideração o tipo de alimento, modo de preparo, forma administrada e frequência. Avaliação do apetite: Normal= normorexia, Aumentado= polifagia, Diminuído= hiporexia, Pervertido= pica, parorexia ou alotriofagia (coisas que não são alimentos) • Anorexia: Perda de apetite ou ao desinteresse pelo alimento • Inapetência: Perda parcial do apetite ou a diminuição do consumo de alimento. • Hematêmese (sangue presente no vomito, processo estomacal?) Expulsão de sangue digerido ou fresco pela boca. Origem: faringe, esôfago, estomago, inicio de ID. Atenção! Diferenciar de sangramento oral/bucal • Regurgitação: Eliminação retrógrada e passiva (sem esforços abdominais) do conteúdo esofágico. • Vômito: Ejeção forçada de conteúdo gástrico e, ocasionalmente, duodenal, pela boca. É um reflexo complexo, controladopelo centro emético, e requer a atuação combinada das atividades gastrintestinal, muscular, respiratória e neurológica. (precedida de sinais prodrômicos). • Diarreia: Aumento anormal do volume fecal, da frequência de defecação e do conteúdo de líquido nas fezes (alterações podem ocorrer simultânea ou isoladamente). Tipos: osmótica (Cartaxo), exsudativa, secretória, hiper motilidade. Características clínicas mais comuns em doenças do intestino delgado e do intestino grosso. Características Intestino delgado Intestino grosso Perda de peso, desnutrição Sim Em geral, não Polifagia, coprofagia Pode ocorrer Não Desidratação Comum Em geral, não Vômito Comum Pouco comum Volume fecal Em geral, aumentado Normal ou diminuído Frequência de defecação Normal ou pouco aumentada Em geral, aumentada Urgência em defecar Em geral, não Frequente Tenesmo Incomum Frequente Disquezia Incomum Frequente Hematoquezia Incomum Frequente Muco Incomum Frequente Melena Sim Não Participação de estresse Não Frequente • Hematoquezia: Sangue fresco nas fezes- faz alusão a regiões mais aborais do TGI. O sangue pode se apresentar como estrias na superfície ou misturado ao bolo fecal. Origem: cólon e reto. • Melena: Sangue parcialmente ou totalmente digerido. Origem: faringe, estomago, ID... • Constipação: Passagem de fezes dificultada, infrequente ou ausente, caracterizada pelo esforço ao defecar e retenção de fezes secas e endurecidas no cólon e reto. • Obstipação: Retenção fecal intratável. • Incontinência fecal: Incapacidade de controlar a eliminação das fezes. Em geral, é acompanhada pelo relaxamento do esfíncter anal e a descarga de material fecal ocorre a intervalos não regulares. • Tenesmo: Esforços improdutivos e repetidos de defecação. Pode estar associado a alterações do trato urinário (tenesmo vesical) ou alimentar. Em gatos, é frequente o tenesmo secundário a obstrução uretral, que pode ser confundido com constipação intestinal. • Disquezia: Defecação dolorosa. • Icterícia: Coloração amarelada da pele, mucosas e esclera decorrente do acúmulo de bilirrubina nos tecidos. A bilirrubina é um pigmento derivado da hemoglobina. • Sialocele: Acúmulo de saliva no tecido subcutâneo ou submucoso (abaixo da língua), geralmente flutuante, secundário ao bloqueio do ducto ou ruptura da própria glândula. • Avaliação da ingestão de água: Normal= normodipsia, Aumentada= polidipsia, Diminuída= hipodipsia ou oligodipsia, Ausência= adipsia.. Exame físico do sistema digestório: Avaliação e localização dos sinais clínicos específicos: vômito, diarreia, regurgitação, constipação intestinal etc, (obs: não existem sinais patognomônicos). Palpação abdominal: epi, meso e hipogástrio Percussão abdominal. Ausculta. O exame físico do paciente com suspeita de distúrbio digestório deve ser completo, avaliando todos os sistemas corporais, uma vez que os sinais e sintomas apresentados podem ser decorrentes de doenças primariamente digestórias ou secundárias a distúrbios em outros sistemas, como urinário, reprodutivo e circulatório. Principais observações a serem feitas no exame da cavidade oral: • Hálito: normal, odor ácido ou azedo (possível má digestão); urêmico (doença renal); pútrido (resíduos alimentares, cáries, gastrite etc.); odor de maçã verde (cetoacidose) • Mucosa oral: coloração, umidade, lesões (ulcerações), corpos estranhos, massas • Gengivas: inflamação, ulceração, corpos estranhos ou massas • Dentes: posicionamento, oclusão, coloração, qualidade do esmalte, fraturas ou cálculos (tártaro) • Língua: mobilidade, consistência, lesões, massas, corpo estranho na base da língua • Palato duro ou mole: lesões, corpos estranhos, palato mole excessivamente longo, fissura palatina • Faringe e tonsilas: inflamação, secreção purulenta, massas, corpos estranhos, simetria Exame das glândulas salivares Em condições normais, a única glândula palpável, devido a sua cápsula fibrosa, é a mandibular; quando alteradas, todas podem estar aumentadas à palpação. Exame do esôfago O exame físico direto do esôfago deve incluir inspeção e palpação das regiões oral e faríngea, visto que o esôfago normal pode ser palpado na região cervical esquerda, no sulco jugular. A ausculta do esôfago cervical e do tórax é de grande ajuda; em casos de dilatação esofágica, é possível auscultar sons de movimento de fluidos. A ausculta do tórax pode detectar sons sugestivos de pneumonia por aspiração. Exame do abdome O abdome deve ser observado cuidadosamente, avaliando-se seu formato e perímetro, os quais devem ter simetria e equilíbrio, além de guardar proporcionalidade com o tórax e o restante do corpo do animal. Deve-se ainda correlacionar o volume e o formato abdominal a espécies, raça e idade do paciente. • PALPAÇÃO ABDOMINAL: Animal em posição quadrupedal; posições lateral direita e esquerda; usar as duas mãos! Palmas e pontas dos dedos... Delimitar as regiões abdominais: epigástrica, mesogástrica e hipogástrica. Avaliam-se a sensibilidade cutânea, o tônus muscular, o conteúdo abdominal, além da tentativa de identificação e delimitação de regiões dolorosas. Durante a palpação profunda, são avaliados os órgãos contidos na cavidade abdominal, seus formatos, volume, sensibilidade e consistência. Nessa etapa, pesquisa-se a existência de estruturas e o espessamento da parede abdominal. • A região epigástrica é limitada cranialmente pelo diafragma e caudalmente por um plano imaginário transversal, tangente à face caudal da decima terceira costela. Esse é o limite cranial da região mesogástrica, que se estende até outro plano imaginário traçado na crista ilíaca. A região hipogástrica estende-se do limite caudal da mesogástrica até o limite caudal do abdome (intrapélvico). Planos horizontais traçados pelo limite inferior da musculatura lombar e parede abdominal ventral dividem as regiões em porções dorsal, medial e ventral. Um plano médio divide o abdome em uma metade direita e outra esquerda. Em condições normais, fígado, estômago, pâncreas, rins e baço situam-se na região epigástrica; os intestinos, ovários, ureter na mesogástrica e bexiga, próstata, uretra e reto na hipogástrica. A exploração semiológica do abdome inclui a inspeção direta, palpação, percussão, ausculta, além de exames complementares para avaliação do fluido abdominal e técnicas de imagem. • Teste de rebote: Compressão digital profunda do abdômen e repentina descompressão. Nos casos de peritonite os animais respondem com dor. Exame do rúmen PALPAÇÃO • Superficial (palma da mão ou pontas dos dedos, utilizada para avaliar a intensidade e frequência das contrações ruminais. • Profunda (realizada com a mão fechada, importante para identificar o tipo de conteúdo ruminal (normal/pastosa) • Palpação retal: fornece melhores resultados. AUSCULTAÇÃO • Movimentos ruminais, ausculta-se durante 5 minutos. • Sons de crepitação e cascata (movimento completo) • A cada 5 minutos bovinos apresentam entre 7 e 12 MR, ovinos entre 7 e 14 MR, e caprinos de 6 a 12 MR. • Os achados devem ser interpretados de acordo com o tipo de alimentação fornecida ao animal. PERCUSSÃO É normal encontrar um grau de ressonância sobre o saco dorsal do rumen- som normal timpânico devido a distensão das paredes e presença de gás. À medida que vamos percutindo ventralmente o som vai ficando sub-maciço (material fibroso e liquido). O timpanismo o som lembra o ressoar de um tambor. Na sobrecarga muitas vezes encontramos som maciço, inclusive no saco dorsal. Exame do retículo Encontra-se unido ao rúmen pelo sulco ruminorreticular e apoiado na cartilagem xifóide entre o 5 e o 7º espaço intercostal. A inspeção direta não é realizada pois ele está quase todo envolvido pelo gradil costal. Podemos observar a atitude do animal em posição quadrupedal e locomoção- comum ver os animais com os membros torácicos mais elevados em relação aos pélvicos e locomover-selentamente quando estão com corpos estranhos no retículo. Exame para sensibilidade: palpação profunda (mão fechada e cotovelo apoiado no joelho); prova do bastão; prova da percussão dolorosa; prova da cernelha; planos inclinados. Exame do omaso Unido ao reticulo pelo orifício reticuloomasal e topograficamente encontra-se o terço médio entre o 7º e o 9º espaço intercostal do lado direito. Exame difícil. Laparotomia exploratória. Exame do abomaso Exame difícil. Percussão auscultatória para verificar deslocamentos. Exame do fígado A avaliação do fígado deve ser baseada em: Inspeção: mucosas aparentes (icterícia hepática); Palpação (empurrando -se os dedos por trás do arco costal do lado direito – quando normal não é palpável); Percussão (entre os espaços intercostais das últimas costelas do lado direito (delimitar o órgão). Exame das alças intestinais Nos ruminantes localizam-se nos 2/3 posteriores do abdômen do lado direito, na inspeção verifica- se o aumento no flanco direito em casos de timpanismo (torção de ceco, vólvulo e intussuscepção intestinal). Na auscultação observa-se borborigmos. Palpação retal: difícil. Pode-se identificar dor. Avaliar as fezes no reto (consistência, tamanho das partículas, presença de muco, sangue). Região anal pode ter edema ou prolapso retal. Palpação retal em equinos (diferente de bovinos): Limitação- somente 1/3 da cavidade abdominal é explorada. Fundamental em abdômen agudo de equinos. Auscultar por 5 minutos os barulhos da prega ileocecal. O número de descargas ileocecal consideradas normais em equinos são de 2 a 4 descargas a cada 5 minutos. Nesse local, é necessário também realizar a ausculta intestinal e passar para o quadrante inferior direito o corpo do ceco do animal, que dica localizado um pouco abaixo. Nele, deve-se auscultar os burburinhos, como no lado esquerdo. Exame físico específico do sistema gênito urinário TERMOS SEMIOLÓGICOS IMPORTANTES (sistema urinário) • Disúria: dificuldade p/ urinar caracterizada por desconforto ou dor a micção • Poliúria: Aumento do volume de urina produzida • Oligúria: diminuição do volume de urina produzida • Anúria: ausência de produção de urina. • Polaquiúria- Frequência aumentada da micção. (causas: aumento da produção de urina, cistite, uretrite, vaginite, postite). • Oligosúria- Micção rara em razão da diminuição da produção de urina (pode ser pré renal - desidratação, choque e insuficiência cardíaca; renal- nefrose aguda, glomerulonefrite; e pós renal- obstrução de ureteres ou uretra). • Iscúria- Retenção da urina (completa ou incompleta- gotas) causas- obstrução uretral, paresia do detrusor, dissinergia reflexa. • Incontinência urinária- Perda da capacidade total ou parcial de conter a urina que é eliminada sem a postura de micção. Causas- neurológicas, inflamação crônica grave, fistula vesicovaginal ou vesicoumbilical. • Hematúria: Urina com sangue ou hemácias (hemorragias no trato geniturinário) • Hemoglobinúria: Hemoglobina na urina decorrente de hemólise intravascular (babesiose, leptospirose, isoelitrólise) cor da urina avermelhada ou acastanhada. Pode ter manifestação em mucosas: coloração ictérica (ictérica pré-hepática) • Mioglobinúria: Presença de mioglobina na urina decorrente de lesão muscular extensa (miopatia de esforço) cor da urina castanho avermelhada Palpação, Inspeção direta e indireta e Olfação • RINS: Palpação simultânea (pontas dos dedos). Ambos são palpáveis? Tamanho? Simetria? Posição? Forma, contorno, consistência? Dor? • BEXIGA: Ambas as mãos/ decúbito e em estação ou com uma mão em forma de “pinça”. Posição? Tamanho? Espessura da parede? Cálculos/massas palpáveis? • PRÓSTATA: Importante para cães, palpação com a ponta do dedo indicador. Posição, tamanho consistência e simetria? Dor? • URETERES: Palpáveis somente quando estão dilatados, geralmente está relacionado a processos obstrutivos. • URETRA: Palpação retal (útil para machos, permite examinar a parte pélvica da uretra). Inspeção direta (cálculos e secreções). TERMOS SEMIOLÓGICOS IMPORTANTES (sistema reprodutor) • Balanite: inflamação do pênis • Postite ou acrobusite: inflamação do prepúcio • Balonoposite: Inflamação do pênis e do prepúcio • Fimose: incapacidade de exteriorização do pênis, em virtude do alongamento ou estenose do prepúcio • Frênulo persistente: permanência anormal de tecido conjuntivo entre a glande do pênis e o prepúcio • Hipospadia: abertura da uretra ventralmente ao pênis e caudalmente ao orifício uretral normal • Orquite: Inflamação dos testículos • Orquiocele: tumor ou herniação completa de um testículo • Orquiopatia: processo patológico do testículo. • Monorquidismo: ausência de um testículo • Criptorquidismo: não migração de um ou ambos os testículos para a bolsa escrotal. • Espermatocele: distensão do epidídimo com acúmulo de esperma • Hematocele: extravasamento e acúmulo de sangue na cavidade da túnica vaginal • Hidrocele: acúmulo de líquido no saco da túnica vaginal REPRODUTOR FEMININO EXAME FÍSICO ESPECÍFICO: forma e dilatação da vulva, aumento de tamanho, aumento de volume, cicatrizes, exame retal. • Exame da vulva: deve estar fechada, proteção para impedir a entrada de microrganismos. Inspeção da vulva: Deve ser feita de forma criteriosa, analisando a presença de edemas, laceração, tumores e corrimentos. • Genitália interna: exame retal, palpação vaginal, espéculos. • Palpação transretal: espessura do útero, simetria dos cornos, contração. • Ovário: avaliar tamanho (ultrassonografia), presença de folículos, presença de corpo lúteo, consistência dos folículos. • Cévix: anéis (vacas), formato, abertura. TEMPO DE GESTAÇÃO DE CADA ESPÉCIE Vacas 273 a 296 Éguas 327 a 357 Ovelhas 140 a 155 Porcas 111 a 116 Cabras 148 a 156 Cadelas 60 a 63 Gatas 56 a 65 REPRODUTOR MASCULINO Tempo médio para o início da puberdade nos machos Equino: 18 meses Bovino e felino: 9 a 10 meses Canina: 7 a 11 meses Ovino: 6 a 8 meses Exame físico especifico externo: • Bolsa testicular, testículos e epidídimo: Bolsa testicular: elástica, fina, com pouco pelo e relativamente pendulosa. Avaliar a presença de ectoparasitas, lesões, edemas e fistulas. Testículos: Palpação (consistência, temperatura, sensibilidade...), tamanho, mobilidade, posição, simetria... • Pênis: O pênis é fibroelástico nos bovinos, ovinos e suínos e vasculomotor nos equinos. Para a exteriorização do pênis podem ser utilizadas algumas drogas como acepromazina no garanhão, e em ovinos sentar o animal, já em bovinos pode-se utilizar o eletroejaculador ou subir no manequim. • Prepúcio: Exame do prepúcio: Avaliar presença de edemas, hemorragias, abcessos, e o grau de abertura óstio prepucial. Exame físico específico interno Até certo ponto, os órgãos sexuais internos dos machos podem ser examinados pela exploração manual ou digital retal. A observação de anormalidades (p. ex., pus, sangue ou células inflamatórias) no sêmen indica a necessidade da avaliação das várias estruturas que compõem a genitália masculina interna. Os animais domésticos, com exceção da espécie canina, costumam apresentar quatro pares de glândulas acessórias, a saber: • Duas glândulas bulbouretrais, que são difíceis de serem palpadas por via retal em virtude do espesso revestimento do músculo isquiocavernoso. • Uma próstata, cujo formato, tamanho e localização variam de acordo com espécie, raça e tamanho do animal. • Duas ampolas, as quais envolvem cada segmento terminal dos ductos deferentes, e sua palpação somente é realizada em bovinos e equinos. São detectadas à palpação por via retal, movendo-se a mão cranialmente ao longo da uretra pélvica até que os dois ductos sejam palpados dorsalmente à bexiga. • Um par de glândulas vesiculares, que devem ser comparadas com relação ao tamanho, simetria, consistência, mobilidade e ocorrência de sensibilidadedolorosa. Exame físico específico do sistema nervoso Cada espécie tem sua particularidade e doenças mais comuns, podem ser utilizadas diferentes manobras com os animais domésticos para tornar a interpretação dos sinais mais fácil. • O exame neurológico é de extrema importância e nele é possível localizar e diagnosticar a lesão, pois a partir disso podemos traçar planos de diagnósticos mais precocemente. Assim, é possível obter bons resultados em algumas enfermidades diagnosticadas e tratadas precocemente. • Realizado tendo como base a resposta obtida em provas específicas da avaliação funcional. Estímulo- Resposta. Passo-a-passo do exame: 1. Avaliação do comportamento e nível de consciência: Pode ser classificado como alerta/normal, apático/deprimido, semicomatoso, comatoso e hiperexitabilidade. • Obnulação (sonolento) • Só responde a estímulos dolorosos (estupor) • Nível excitado de consciência (geralmente intoxicações) Comportamento: Repress. Anormal! Relacionado a alterações do tele e diencéfalo. (não é regra)! Geofagia: ingestão de terra. Outras alterações: • Andar em círculos • Andar compulsivo • Pressionar a cabeça contra obstáculos • Lamber ou emitir sons frequentes • Balançar compulsivo da cabeça. 2. Postura e movimentos (andar, trotar, galopar) • Desvio lateral da cabeça • Giro ortotônico de cabeça e pescoço • Tremores • Pleurotótono • Opistótono OBS: Todas as etapas supracitadas do exame neurológico fazem parte do processo de inspeção. 3. Pares de nervos cranianos I- Olfatório ➢ Função: olfação! ➢ Teste: Oferecimento do alimento com odor atrativo com a mão fechada. ➢ Anormalidade: Incapacidade total ou parcial de sentir odores. HIPOSMIA: perda parcial; ANOSMIA: perda total. II- Óptico • Função: visão! • Teste: reflexo de ameaça, animal acompanha objetos em movimento ou desvia de obstáculos, reflexo pupilar. • Anormalidade: cegueira total ou parcial. • Anopsia (perda visual), amaurose (origem nervosa). OBS: Um animal cego não possui necessariamente uma anormalidade do nervo óptico (podem ser alterações oculares severas, lesões occipitais e quiasma óptico). Resposta ao teste de ameaça. III- Oculomotor • Função: controle da pupila e da acomodação visual, inerva também os músculos que elevam a pálpebra superior. • Teste: Realização do reflexo pupilar, avaliar movimentação da pálpebra e posicionamento e movimentação da pálpebra e posicionamento e movimentação do globo ocular. • Anormalidade: anormalidade do reflexo pupilar, ptose palpebral e possível estrabismo. Estrabismo. Compatível com lesão em oculomotor. O nervo óptico faz uma conexão pós quiasma óptico com o nervo oculomotor, que por sua vez inerva a pupila e realiza contração da mesma. Lesão no nervo óptico direito: Em repouso o olho estará em midríase, pois ele não leva informação de luz e o oculomotor mantém o olho dilatado. O outro olho permanece normal. (assimetria pupilar). Quando é colocada luz no olho que permanece com a contração pupilar ele contrai normalmente, e a resposta consensual também acontecerá no outro olho. Já se for feito o estimulo luminoso no olho acometido pela lesão (nesse caso o direito), não haverá nenhuma resposta! Situação onde há lesão do oculomotor direito: Em repouso espera-se que o indivíduo apresente estrabismo. Pois o abducente “puxa” o globo para a lateral. Quando o teste luminoso é feito não há nenhum tipo de resposta (nem direta, nem consensual no globo ocular direito). Quando o teste luminoso é feito no globo ocular direito (lesionado) não há contração pupilar! No olho esquerdo há resposta consensual. (mióse). Teste luminoso no olho esquerdo: apenas resposta direta! Lesão no trato óptico: Usualmente os globos oculares estarão idênticos, pois mesmo que essa informação não chegue na junção com o nervo oculomotor existem as fibras que sofrem decussação, e o estimulo luminoso feito no outro olho haverá uma resposta de miose positiva. Pode haver um pouco de perda visual no aspecto esquerdo do campo visual. IV- Troclear • Função: inerva o músculo ocular obliquo superior responsável pela movimentação do globo ocular. • Teste: Observar o posicionamento dos globos oculares e coordenação dos movimentos dos mesmos durante a movimentação da cabeça do animal. • Anormalidade: posicionamento anormal. Estrabismo dorso medial. V- Trigêmeo • Função: Informação sensorial de córnea, pálpebras e cabeça; motora dos músculos faciais relacionados com a mastigação. • Teste: Oferecimento de alimento e teste de sensibilidade da face. • Anormalidade: dificuldade de apreensão de alimento, atrofia de masseter e anormalidades sensoriais faciais. Dificuldade de fechar a boca: atrofia de masseter e músculos mastigatórios. Componente motor do trigêmeo lesionado. Atrofia de masseter! VI- Abducente • Função: inerva músculos reto lateral e retrator ocular responsáveis pela movimentação dos globos oculares. • Teste: Observar o posicionamento dos globos oculares e coordenação de movimentos dos mesmos durante movimentação da cabeça do animal. • Anormalidade: estrabismo medial e inabilidade de retrair o globo. VII- Facial • Função: inervação motora de orelhas, pálpebras e musculaturas relacionadas a expressão facial (movimentação da narina e lábio). Tem influência sobre glândulas lacrimais e salivares. • Teste: Simetria e posicionamento de orelhas, pálpebras, narinas e lábios. • Anormalidade: Diminuição ou ausência de movimentação das orelhas, ptose palpebral, anormalidades na movimentação da narina e lábio (ptose labial), diminuição da secreção lacrimal. VIII- Vestibulococlear • Função: equilíbrio (vestibular) e audição (coclear). • Teste: posição da cabeça, presença de nistagmos, captação de estímulos auditivos. • Anormalidade: presença de rotação de cabeça, dificuldade de captação de sons, eventualmente presença de nistagmos. IX- Glossofaríngeo • Função: responsável pela inervação da faringe e sensibilidade da porção caudal da língua. • Teste: Oferecimento de alimentos e passagem de sonda para observar a deglutição • Anormalidade: disfagia. OBS: O IX e X são pares de nervos cranianos avaliados em conjunto quando relacionados com a movimentação de faringe e deglutição. X- Vago • Função: nervo misto, com função motora e sensorial para vísceras torácicas e abdominais e motora da laringe e faringe • Teste: Slap test (testa a abdução da cartilagem aritenoide), oferecimento de alimentos, avaliação de sons anormais durante respiração. • Anormalidades: disfagia e sons inspiratórios anormais em razão da flacidez laringeana. XI- Acessório • Função: motora para músculos do pescoço (trapézio) • Teste: avaliação da simetria da musculatura do pescoço e eletromiografia. XII- Hipoglosso • Função: Motora da língua • Teste: oferecimento de alimentos, movimentação da língua. • Anormalidade: Perda da função motora da língua 4. Realização de reflexos espinhais (quando possível) A ocorrência de reflexos espinais depende da integridade de músculos, de seus nervos periféricos e dos respectivos segmentos medulares. Os reflexos medulares são testados para determinar se a lesão está localizada no neurônio motor inferior (NMI) ou no neurônio motor superior (NMS) e, assim, localizá-la melhor. Lesões no NMI causam: ■Perda da atividade motora voluntária ■Perda dos reflexos medulares ■Perda do tônus muscular ■Atrofia muscular por denervação ■Paralisia flácida. Lesões no NMS causam: ■Perda da atividade motora voluntária ■Reflexos exagerados, hiperativos ■Aumento do tônus muscular ■Atrofia muscular por desuso ■Aparecimento de reflexos espinais anormais. ■Paralisia espástica (não confundir com rigidez extensora). É possível graduar a resposta aos reflexos espinais com a seguinte escala: ■0 = arreflexia ou reflexo abolido ■+1= presente, mas com hiporreflexia ■+2 = normorreflexia ■+3 = hiper-reflexia ■+4 = hiper-reflexia com existência de clônus (repetidas flexões e extensões das articulações em resposta a um único estímulo). • Neurônio motor superior- coordena. • Neurônio motor inferior- contração muscular. • LESÃO NO NMS – região ficará rígida e com movimentos exacerbados. • LESÃO NO NMI – flacidez e hiporeflexia. ➢ SÍNDROME CERVICAL – C1 a C5 Hiperreflexia de todos os membros, caracterizando tetraparesia ou tetraparalisia espática. ➢ SÍNDROME CERVICOTORÁCICA – C6 a T2 Hiporreflexia ou arreflexia de membros torácicos e também hiperreflexia de membros pélvicos. ➢ SÍNTROME TORACOLOMBAR – T3 a L3 Somente hiperrreflexia de membros pélvicos caracterizando paresia ou paralisia espástica. ➢ SINDROME LOMBOSSACRAL – L4 a S2 Somente hiporreflexia de membros pélvicos, caracterizando paresia ou paralisia fácida. • O reflexo patelar é deflagrado ao bater-se diretamente com o martelo sobre o ligamento patelar, com o membro em uma posição relaxada e semifletida. Em doenças do neurônio motor superior, é comum a observação de reflexo hiperativo com existência de clônus (+4). O joelho se estende em resposta à estimulação do reflexo e o membro vibra por poucos segundos após a resposta inicial. Exame físico específico do sistema locomotor Bovinos e equinos: Inspeção em posição quadrupedal / Inspeção em movimento/ Contenção física e/ou medicamentosa/ Limpeza dos dígitos/ Inspeção e palpação do espaço interdigital/ Pinçamento dos cascos/ Palpação dos ossos, articulações, tendões e músculos/ Bloqueios anestésicos. Cães e gatos: Inspeção visual/ assimetria e anormalidades de volume entre dois membros (torácicos ou pélvicos) / alterações posturais/ alterações de marcha ou locomoção/ palpação com finalidade principal o auxílio na localização da dor e na avaliação de tumefações, de mobilidades ósseas e de instabilidades articulares. / palpação específica de algumas articulações: Teste de gaveta: Destina-se a diagnosticar instabilidades (distensão ou ruptura) dos ligamentos cruzados cranial e caudal. Se houver um deslocamento cranial, eventualmente seguido de crepitação da tíbia, o teste é considerado positivo e designa alterações no ligamento cruzado cranial. Se o deslocamento tibial ocorrer no sentido posterior, o teste também é considerado positivo e indicativo de anormalidades no ligamento cruzado caudal. as mãos estão posicionadas sobre o fêmur e a tíbia, com o polegar pressionando a face lateral e posterior da fíbula, em sua porção mais proximal. As setas indicam a tentativa de movimento anteroposterior da tíbia, em relação ao fêmur. A Manobra de Ortolani: consiste na flexão dos membros inferiores seguida da abdução da coxa para pesquisa de luxação congénita da anca/displasia de quadril. Na existência de uma displasia de quadril, ocorre um estalo (o sinal de Ortolani).
Compartilhar