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Trabalho - A Câmara das Reflexões

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A Câmara das Reflexões 
Por Daniel Gomes dos Passos Pereira – A.·. M.·. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V.·. M.·. Ronaldo Negreiros Lyrio 
Primeiro Vigilante: Carlos Alberto Lima de Almeida 
Segundo Vigilante: Edgard da Rocha Fávaro 
 
 
 
 
À G.·. D.·. G.·. A.·. D.·. U.·. 
 
 
Introdução 
 
REFLETINDO SOBRE A CÂMARA DAS REFLEXÕES 
 
A Câmara de Reflexões é a verdadeira chave da iniciação do neófito 
na Ordem Maçônica, tendo ela uma enorme importância para o Maçom 
futuramente, pois é justamente nesse momento que o neófito reflete sobre 
toda a sua vida profana e como deverá segui-la após adentrar na Maçonaria. 
Em se tratando realmente do verdadeiro ponto crítico da Iniciação, 
espera-se inspirar ao Candidato, dentro da Câmara de Reflexões, 
sentimentos de profundo respeito que hão de levá-lo a entregar-se a uma 
meditação profunda, através da qual o seu espírito purificado será levado a 
compreender o valor das coisas terrenas e o valor inestimável dos bens 
espirituais. Sem essa meditação em lugar tão apropriado, a verdadeira 
iniciação torna-se irrealizável. 
Encontramos também um ambiente sombrio, adornado de emblemas 
fúnebres, destacando frases marcantes, no qual o profano faz o seu 
testamento, a fim de lembrar ao Candidato a sua morte para o mundo 
profano e que, purificado e regenerado, deverá começar uma nova vida. 
Esse cenário decifra para muitos profanos, como também para numerosos 
Maçons, que a Câmara de Reflexões pode ter o objetivo de amedrontar o 
iniciante, provocando nele terror físico, disso resultando, muitas vezes, 
situações constrangedoras e não iniciáticas. Esta situação se agrava ainda 
mais quando o profano não é devidamente instruído pelo ir.·. Experto. 
No entanto, devemos nos apegar ao fato da Câmara de Reflexões 
possuir toda essa carregada simbologia, mas no intuito de despertar a 
reflexão profunda ao profano. 
Ao entrar no prédio da loja, com os olhos vendados, o candidato é 
recolhido à Câmara, e essa simbologia corresponde a Terra, a qual, por sua 
vez, representa a materialidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DA CÂMARA 
 
A Câmara de Reflexões é também o símbolo manifesto de um estado 
de conseqüência equivalente, mas seu simbolismo não para aí. É 
considerada como uma descida aos infernos, ou seja, aos lugares inferiores, 
visto que, na Câmara de Reflexões o neófito é obrigado a descer em si 
mesmo, entregando-se a uma introspecção muito importante. 
Trata-se, portanto de um recuo, de um retrocesso ou reflexão em si 
mesmo. Isso levou o simbolista francês Presigout a preferir dar a esse local 
a denominação de Câmara de Reflexão, porque, diz ele, o profano não se 
entrega a reflexões, mas opera sobre si mesmo uma reflexão, no sentido de 
“inversão”, para poder nascer de novo. 
E de fato, ao fazer passar o profano pela Câmara de Reflexão, espera-
se que o isolamento que ele vai se encontrar, a atmosfera que nela existe e 
os objetos que nela se encontram, hão de concorrer para levá-lo a novas 
descobertas e a proporcionar-lhe ensinamentos novos. Isso, sem dúvida, há 
de ajuda-lo a realizar esse recuo sobre si mesmo, assim como um corpo 
muda de direção depois de chocar-se com outro. 
O choque de espírito contra a superfície refletora da Câmara há de 
leva-lo a examinar as suas idéias, a compará-las e, desse processo, há de 
resultar certamente um pensamento novo. 
Existe também a idéia de que esse simbolismo significa a posição de 
feto no ventre e constitui o tempo da gestação que precede o novo 
nascimento. Esse ventre é comparado à Câmara de reflexão, aonde o 
embrião se desenvolve. E pelo aspecto fúnebre entende-se como o 
significado da morte do neófito na vida profana. 
Pode-se entender, ainda, o aspecto de uma gruta ou de uma caverna 
sombria, por simbolizar o centro da Terra, o seio da natureza material, de 
onde vimos e para onde voltaremos, com o nosso físico dissolvido e 
transformado em pó, o que é lembrado ao iniciante pelos despojos humanos 
nela contidos. 
Por seu isolamento e suas paredes negras, a Câmara de reflexões 
representa um período de escuridão e maturação silenciosa da alma, por 
meio da meditação e da concentração em si mesmo, período que prepara o 
verdadeiro progresso, efetivo e consciente, que se manifestará 
posteriormente à luz do dia. 
A finalidade da Câmara de reflexões não é infundir terror físico aos 
iniciantes, como infelizmente ainda alguns supõem. Ao contrário, pretende-
se criar um estado de espírito indispensável à compreensão dos 
ensinamentos decorrentes do simbolismo e do esoterismo da Iniciação 
Maçônica. A incompreensão dos elevados objetivos da Iniciação por parte 
de muitos iniciadores faz, muitas vezes, abortar essa necessária 
predisposição espiritual. 
Ao fazer passar pela Câmara de reflexões o profano, pretende-se 
mostrar que tinha chegado o momento de morrer para o vicio, as paixões, 
os preconceitos e os maus costumes; para fazer-lhe compreender que 
diante da morte desaparecem o orgulho e a ambição humana, e que de 
nada valem o poder e as riquezas do mundo. 
A permanência do iniciante na Câmara de reflexões representa o 
período de gestação do Maçom, pois, ao morrer para o mundo profano, ele 
prepara a sua mente e o seu espírito para o nascimento de uma nova vida. 
É necessário que se conceda ao profano tempo suficiente para 
meditação frente aos símbolos que se encontram na Câmara de reflexões, 
tendo-se o cuidado para que nada venha perturbá-lo durante aquele 
período. Deve-se evitar a todo custo fazer entrar dois profanos ao mesmo 
tempo na Câmara, sob o pretexto anti iniciático de se ganhar tempo. Os 
profanos devem ser convidados a comparecerem com antecedência 
suficiente para que cada um possa permanecer pelo menos meia hora 
dentro da Câmara. 
 
DESCRIÇÃO DA CÂMARA 
 
A Câmara de Reflexões é um cubículo que não deve receber luz do 
exterior, sendo iluminada apenas por uma vela ou uma lamparina. As 
paredes, forradas e pintadas de preto, ostentam várias inscrições e 
emblemas fúnebres formando um conjunto. Em seu interior encontram-se 
uma mesa e um banco pequenos, um esqueleto humano ou um crânio e 
ossos, enxofre, e outra sal e mercúrio, um pedaço de pão, uma bilha d’água, 
uma campainha, papel e caneta. 
Muitas Lojas mais modestas, porém mais interessadas no estudo da 
doutrina e do simbolismo maçônicos, representam tais objetos sobre um 
simples painel. Sobre ele acham-se pintados vários emblemas: no alto, a 
palavra V.I.T.R.I.O.L. (Visita Interiora Terrae, Retificandoque, Invenies 
Occultum Lapidem), que significa: “Visita o interior da terra e, retificando, 
encontrarás a Pedra Oculta”. Logo abaixo, um galo, uma bandeirola, na qual 
estão inscritas as palavras Vigilância e Perseverança. No meio do quadro 
vêem-se uma ampulheta, uma foice, um crânio com duas tíbias cruzadas. 
De cada lado, duas taças com os símbolos do enxofre e do sal marinho. O 
do enxofre é um triângulo com vértice para cima e uma pequena cruz grega 
embaixo; o do sal é um circulo atravessado por uma diagonal horizontal. O 
galo representa o Mercúrio e estarão pintados, por baixo de duas taças, de 
um lado a bilha d’água e, do outro, o pão. 
 
 
 
 
AS CITAÇÕES DA CÂMARA DE REFLEXÕES 
 
Sobre as paredes da Câmara de Reflexões há inscrições, descritas 
abaixo, com a finalidade de levar o profano a encarar o ato a que vai ser 
submetido, com a honestidade a que deve fazer jús. 
 
 
 
“SE A CURIOSIDADE AQUI TE CONDUZ, RETIRA-TE” 
 
A Maçonaria não pode servir de campo experimental para satisfação 
de uma simples curiosidade. Inteiramente dedicada ao estudo de problemas 
fundamentais e de grandes ensinamentos, todo elemento possuído por uma 
simples curiosidade, longe de lhe ser útil, seria um perigo. Sendo manifesto 
o desejo da Maçonaria de participar ao mundo a sua utilidade por meio de 
sábios e discretos ensinamentos e por elevados exemplos, ela reprime a 
louca afeição ao superficial, ao fútil, engrandecendo no homem o desejo de 
instruir-se através deestudos sadios, sérios e proveitosos. 
 
 
“SE TENS RECEIO DE QUE SE DESCUBRAM OS TEUS DEFEITOS, 
NÃO ESTARÁS BEM ENTRE NÓS” 
 
O ensinamento que essa frase encerra é fundamentalmente 
proveitoso. O homem não pode alcançar um grau de elevada perfeição, 
senão pelo constante estudo de si mesmo e com o conhecimento mais 
amplo de seus próprios defeitos, e, dessa forma, a Maçonaria exige de seus 
adeptos uma recíproca advertência sobre si mesmos. O Maçom, para seguir 
o seu caminho de constante aprendizado, precisa transparecer, sem 
receios, todos os seus defeitos, por mais amargo que isso venha a ser, pois 
é através desta exteriorização que se pode lapidar a verdadeira pedra bruta. 
 
 
“SE FORES DISSIMULADO, SERÁS DESCOBERTO” 
 
A hipocrisia é uma das causas principais que fazem progredir o mal 
no mundo, devendo o Maçom fazer sempre o possível para desmascará-la, 
combatendo-a por toda a parte onde ela se encontre. Todo aquele que finge, 
aquele que oculta, cedo ou tarde será desmascarado e seus vícios expostos 
à luz do sol, à luz da verdade. 
 
 
“SE ÉS APEGADO ÀS DISTINÇÕES MUNDANAS, RETIRA-TE; NÓS 
AQUI, NÃO AS CONHECEMOS” 
 
A Maçonaria respeita as hierarquias do mundo profano e as distinções 
sociais exigidas pela ordem social. No entanto, dentro de seus templos, isso 
é desprezado pelo princípio da igualdade que deve reinar entre todos os 
seres, sem mais distinções que as merecidas pela virtude, nobreza e 
talento; da mesma forma em que os trabalhos dos Aprendizes Maçons 
iniciam-se ao meio dia, fazendo com que os irmãos trabalhem sem fazer 
sombra uns aos outros. 
Esse sentimento de igualdade tráz, por conseguinte, uma evolução em 
conjunto muito mais forte e duradoura, fazendo com que o sentimento de 
desprezo ou o próprio individualismo não sejam bem quistos na Ordem 
Maçônica. 
 
 
“SE TENS MEDO, NÃO VÁS ADIANTE” 
 
Embora a Maçonaria não pretenda despertar o terror ao iniciante, essa 
inscrição existe para indicar que no momento de perigo, o homem carente 
de fé e de valor, que se deixa dominar pelo terror e a superstição, não 
consegue exteriorizar a sua pedra bruta. 
O sentimento de medo faz com que o homem bloqueie seu caminho a 
ser triunfado, inibindo a sua coragem, perseverança, auto-estima, valor e fé, 
que é justamente o que o iniciante está precisando exteriorizar nesse 
momento. 
 
 
“SE QUERES BEM EMPREGAR A TUA VIDA, PENSA NA MORTE” 
 
Sendo a morte o fim de tudo, a sua aproximação será o castigo ou a 
recompensa da vida, de acordo com o emprego que lhe foi dado e a direção 
que lhe foi impressa. O homem deve refletir sobre a morte para assim 
valorizar e lapidar a sua vida. Sendo assim, o Maçom deve fazer de sua vida 
um caminho laborioso, superando obstáculos, com a máxima valorização 
intrínseca de si mesmo. 
Pode-se entender, ainda, a morte, como sendo o fim da vida profana 
e o nascimento na vida maçônica, na qual o iniciado começa a glorificar a 
verdade e a justiça, levantando templos à virtude e cavando masmorras ao 
vício. 
 
 
 
O SIMBOLISMO DOS ELEMENTOS DA CÂMARA 
 
 
- A VELA - 
 
A Câmara de reflexões é iluminada apenas pela luz de uma vela ou 
de uma lamparina. Há várias interpretações sobre este símbolo. Pode ser a 
primeira luz da Maçonaria que o profano recebe, de início fraca, para que o 
profano, através dos pensamentos que o ambiente lhe sugere, possa 
acostumar a sua visão espiritual à luz deslumbrante das verdades que lhe 
serão reveladas. 
A luz dessa vela é o reflexo e a representação da divindade no plano 
terrestre. É ela o único asilo seguro contra as paixões e perigos do mundo 
e que proporciona o repouso, o discernimento e a luz da inspiração, quando 
a Ela se recorre. 
Esse clarão simboliza então a lâmpada da razão, iluminando a 
Câmara que não é outra coisa senão o interior do homem, dando lhe assim 
a esperança de um mundo novo e diferente, que se abre a sua frente, mundo 
do qual ele não pode fazer uma idéia precisa, mas que na iniciação haverá 
de descobrir. 
 
 
- O GALO - 
 
O galo representa o Mercúrio, principio da Inteligência e da Sabedoria. 
Essa ave é, também, um símbolo de Pureza. 
O Galo é um gerador da esperança, o anunciador da ressurreição, pois 
seu canto marca a hora sagrada do alvorecer, ou seja, a do triunfo da Luz 
sobre as Trevas. A sua presença na Câmara de Reflexões simboliza o 
alvorecer de uma nova existência, visto que o iniciante vai morrer para a 
vida profana e renascer para a vida maçônica, sendo ele o signo esotérico 
da Luz que o Profano vai receber. 
Também simboliza a Vigilância que o iniciado deve manter 
relativamente ao papel que desempenha na sociedade. Também 
simbolizado por forças adormecidas que a Iniciação pretende realizar, 
esotericamente simbolizado pela “força moral”, indestrutível, guiando os 
passos do Maçom dentro e fora do Templo. 
 
 
- A BANDEIROLA - 
 
Colocada por baixo do Galo traz inscritas as palavras Vigilância e 
Perseverança. Consideradas do ponto de vista etimológico, essas palavras 
podem significar “vigiar severamente”. Indicam ao Futuro Maçom que deve, 
a partir daquele momento, prestar toda a atenção e investigar os vários 
sentidos que podem oferecer os símbolos, os quais, só conseguirá entender 
completamente através de uma paciente Perseverança. Assim como o 
dever moral, que o Maçom deve colocar em prática dedicando-se a uma 
Vigilância constante. É também a difícil tarefa de desbastar a Pedra Bruta 
que só alcança algum sucesso, quando realizada com a mais firme 
Perseverança. 
 
 
- O CRÂNIO - 
 
A presença de um Crânio pode despertar no profano alguns 
pensamentos, através dos quais ele poderá imaginar a representação, pela 
caixa óssea, da inteligência e Sabedoria, da qual ela é símbolo. A Sabedoria 
é tão importante para o nosso cotidiano como o conjunto de nossa existência 
e para as grandes decisões. Pode ser vista como a Razão governando a 
prática pela teoria. 
Assim como na Câmara, os ossos são um mero complemento do 
Crânio como símbolos da Morte. 
 
 
- A AMPULHETA - 
 
Como é um instrumento para medir o tempo, é considerado na 
Maçonaria, um símbolo que mostra, pelo escoamento da areia, o rápido 
transcorrer do tempo, e recorda ao profano a brevidade da existência 
humana, aonde têm um significado esotérico com diversas interpretações. 
O tempo passa e voa, e a vida sobre a terra é semelhante ao cair da 
areia. Por isso é preciso saber aproveitá-la em coisas úteis e proveitosas 
para si próprio e também para a humanidade. Pois uma vida dedicada ao 
acumulo de riquezas e ao gozo dos prazeres sensuais não contribui para a 
felicidade de ninguém, é uma vida desperdiçada. O iniciante deve lembrar 
que as pequenas porções do tempo juntam-se umas as outras e terminam 
no seio da Eternidade. 
 
 
- A FOICE - 
 
Símbolo muitas vezes não utilizado, mas que representa o símbolo da 
destruição e da morte, que em dado momento perturba a vida de qualquer 
pessoa, sem distinção de classe social. Pode ser interpretada como 
também, um símbolo do tempo, mostrando-nos a curta duração de nossa 
existência terrena e despertando-nos o medo. 
 
 
- O PÃO E A ÁGUA - 
 
Tende a assemelhar a Câmara de Reflexões a uma masmorra, onde 
o profano deve ser recolhido. O pão simboliza o laço de fraternidade entre 
os irmãos e a Água é o símbolo da purificação. São emblemas da 
simplicidade que deverá reger a vida do futuro iniciado, assim como 
alimentos do corpo e do espirito, os quais são indispensáveis, mas que não 
devem ser o único objetivo da vida. 
Sendo assim, é o elemento indispensável à vida, e o pão, provindo do 
trigo, simboliza a força moral e o alimento espiritual. 
 
 
- O SAL - 
 
É o símbolo da mão estendida, representando a hospitalidade. Os 
antigos Greco-Romanos o simbolizavam pela amizade, finura e limpeza da 
alma e da alegria. Seria como se fosse algum dizer de boas vindas ao 
iniciante, mostrando-lhe que ele será acolhido alegremente, com todo o 
coração, e que ele há de se sentir em “sua casa”. Assim, o profano,com o 
espirito livre, se entregará inteiramente à conquista das verdades 
prometidas. 
 
 
- O MERCÚRIO - 
 
Representado pelo Galo, é um símbolo não apenas de Vigilância e 
Coragem, como também de Pureza. Princípio fêmea, na alquimia, é 
considerado hermeticamente como o princípio da Inteligência e Sabedoria. 
 
 
- ENXOFRE - 
 
É considerado o princípio macho, na alquimia. É o símbolo do espírito 
e por isso simboliza o ardor. 
 
“A pedra Filosofal é um Sal perfeitamente purificado, que coagula o 
Mercúrio afim de fixá-lo em um Enxofre extremamente ativo. Esta fórmula sintética 
resume a Grande Obra em três Operações que são: a purificação do Sal, a 
coagulação do Mercúrio e a fixação do Enxofre”. 
In “O Simbolismo Hermético” de Oswald Wirth 
- TESTAMENTO - 
 
É o ato que geralmente, na vida Profana, é praticado a aqueles que 
se encontram à beira da morte. Mas na Maçonaria é considerado como um 
testamento “filosófico”, e não um testamento “civil”, como o dos profanos. 
No testamento o iniciado irá “testemunhar” por escrito as suas intenções 
filosóficas, assumindo, dessa forma, uma obrigação prévia. 
Sua verdadeira finalidade não é somente responder as perguntas, 
mas sim, fazer com que o iniciado expresse sua opinião sobre elas e 
escreva as suas últimas vontades, como se fosse mesmo morrer. 
No seu Testamento o profano expressará seus últimos pensamentos 
e suas últimas disposições, pois é sob influência da Câmara de Reflexões 
que ele dirá a verdade. 
Assim, por esse documento, em que a sua mente só dirá a verdade, a 
Loja terá um conhecimento quase perfeito dos verdadeiros sentimentos do 
Profano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Resumidamente, a Câmara de Reflexões nada mais é do que a 
transição da vida profana para a vida Maçônica, que usa de seus elementos 
e simbolismos para preparar o iniciante para essa nova e frutífera vida. 
A Câmara de reflexões leva o neófito ao mundo da introspecção. Mais 
tarde, pelo V.’.M.’. fica sabendo: "Os símbolos que ali existem vos levaram, 
certamente, a refletir sobre a instabilidade da vida, lição trivial sempre 
ensinada, e sempre desprezada". 
Assim, constatamos que a Câmara de Reflexões tem como 
fundamento maior fazer com que o iniciante consiga exteriorizar, expor a 
sua pedra bruta, para que assim, a mesma possa ser permanentemente 
lapidada, intuito este, inerente à Maçonaria. 
É neste local que o iniciante consegue se preparar para se tornar um 
verdadeiro Aprendiz Maçom, resgatando o seu verdadeiro eu interior e 
desprezando a sua parte infrutífera, catalisando assim todos os elementos 
necessários para o início dos trabalhos Maçônicos. 
Essa fundamental preparação realizada pela Câmara no candidato, 
torna-se claramente necessária ao entender-se que tal profano já está 
prestes a iniciar-se na Ordem. A garimpagem de um irmão Maçom, o achado 
dessa nova pedra bruta (o iniciante), já fez com que se trouxesse uma 
grande expectativa de mais um irmão abrilhantando os trabalhos em Loja. 
Mas sem dúvida esse momento de garimpagem do próprio candidato, 
dentro da Câmara de reflexões, é vital para sua completa preparação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
site: youtube.com/papomacom 
site: cidademaconica.blogspot.com 
maconaria – 100 instruçoes de aprendiz – Raymundo D’Elia Junior – Edit. Madras

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