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RADIOGRAFIA DO TÓRAX Diversos exames por imagem são usados dentro da UTI sendo a radiografia, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética as mais comuns. A radiografia ainda é um recurso diariamente presente nas UTI tornando-se fundamental o seu domínio pelo fisioterapeuta. Daremos ênfase as principais normas e alterações radiológicas encontradas na UTI. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE TÉCNICA DA RADIOGRAFIA Avaliação da qualidade técnica da imagem é fundamental para o início da pesquisa radiológica. Três pontos são fundamentais: Avaliação do posicionamento do paciente; Avaliação do grau de radiação (penetração); Avaliação do grau de inspiração. Um bom alinhamento representa as bordas mediais das clavículas devem estar equidistantes do centro da coluna e uma clavícula não pode estar mais elevada que a contralateral. A imagem 1 representa radiografia com bom alinhamento e a 2 posicionamento incorreto com comentários. Imagem 1 – Exame radiológico bem posicionado. Fonte: Dehnert (2001). Imagem 2 – Exame radiológico com alinhamento incorreto. Outros aspecto importante é a quantidade de radiação. As radiografias não podem ser pouco ou muito penetradas, ou seja, com pouca ou muita radiação. A imagem 3 evidencia radiografia com radiação adequada visto que os corpos vertebrais são visíveis acima da sombra cardíaca, já a 4 demonstra pouca (esquerda) ou muita (direita) radiação. Imagem 4 – Radiografias com padrões de radiação inadequados. Fonte: Dehnert (2001). O último aspecto analisado é o grau de inspiração. Radiografia com inspiração adequada é quando de 9 a 11 costelas são visíveis para contagem (imagem 5). Imagem 5 – Radiografia com grau de inspiração adequada. Fonte: Dehnert (2001). PRINCIPAIS INCIDÊNCIAS UTILIZADAS EM UTI No ambiente da terapia intensiva três incidências são as mais utilizadas: posteroanterior (PA), anteroposterior (AP) e lateral. INCIDÊNCIA POSTEROANTERIOR Para identificação dessa incidência alguns pontos devem ser observados (imagem 6): Presença da bolha gástrica localizada na região epigástrica à esquerda; Escápulas fora do campo pulmonar; Clavículas com padrão verticalizado. Imagem 6 – Radiografia do tórax na incidência PA. Fonte: Dehnert (2001). INCIDÊNCIA ANTEROPOSTERIOR: A incidência AP traz padrão contrário a PA, além da escápula presente no campo pulmonar e clavículas horizontalizadas, observa-se a magnificação do coração. Esse tipo de incidência é muito comum em paciente restrito ao leito (imagem 7). Imagem 7 – Radiografia do tórax em incidência AP. Fonte: Carvalho e Silva (2019) INCIDÊNCIA LATERAL A incidência lateral tende a complementar a PA. Nessa imagem consegue observar o espaço retroesternal, retrocardíaco e seio costofrênico esquerdo (imagem 8). Imagem 8 – Radiografia do tórax na incidência lateral. Fonte: Dehnert (2001). PASSO-A-PASSO PARA INTERPRETAÇÃO DA RADIOGRAFIA DO TÓRAX 1. Verificação da qualidade técnica da imagem; 2. Avaliação das partes moles como mama e tecido subcutâneo; 3. Parte óssea: verificar a existência de fratura em costela e clavícula; 4. Posicionamento das cúpulas diafragmáticas (direta estará mais elevada); 5. Avaliação do mediastino (traqueia, bifurcação brônquica e coração); 6. Hilos; 7. Verificação do parênquima pulmonar. Nesse capítulo daremos espaço para as principais alterações radiológicas verificadas na UTI, de forma resumida e objetiva, como: pneumotórax, derrame pleural, atelectasia, congestão pulmonar e pneumonia. PNEUMOTÓRAX O pneumotórax é definido como aumento do volume de ar no interior do espaço pleural, sendo este, multifatorial. Os principais achados radiográficos são (Imagem 9): Hipertransparência do seio costofrênico; Desvio do mediastino para o lado contralateral; Rebaixamento da hemicúpula diafragmática homolateral; Aumento dos espaços intercostais; Ausência da trama vascular; Hipotransparência pulmonar; Visualização da linha pleural. Imagem 9 – Radiografia do tórax evidenciando pneumotórax à direita. DERRAME PLEURAL O derrame pleural é um excesso de fluido no espaço pleural. Achados radiológicos comuns são (imagem 10): Hipotransparência no lado acometido; Apagamento do seio costofrênico homolateral; Desvio do mediastino para o lado contralateral; Aumento do espaço intercostal. Imagem 10 – Radiografia do tórax evidenciando derrame pleural à direita. ATELECTASIA A atelectasia é definida como diminuição parcial ou total do volume pulmonar. Ela pode ser segmentar, lobar ou total. A radiografia pode ser usada para diagnóstico dessa alteração pulmonar . Os principais achados radiográficos são (Imagem 11): Hipotransparência no segmento afetado; Apagamento do contorno diafragmático e cardíaco; Desvio do mediastino para o lado da Hipotransparência; Redução dos espaços intercostais; Hiperinsuflação do pulmão contralateral. Imagem 11 – Radiografia do tórax evidenciando atelectasia à esquerda. CONGESTÃO PULMONAR A congestão pulmonar ocorre quando existe um aumento do volume intravascular, levando a aumento da pressão, o que pode gerar extravasamento do líquido para o interstício. Os principais achados radiológicos são (imagem 12): Aumento da área cardíaca, podendo levar a associação com congestão de origem cardíaca; Opacidade em asa de morcego ou borboleta; Congestão peribrônquica; Linhas de Kerley; Visualização da trama vascular em sentido cefálico. Imagem 12 – Radiografia do tórax evidenciando congestão pulmonar. PNEUMONIA A pneumonia é multifatorial sendo uma condição patológica muito comum na UTI, principalmente na população idosa. Os principais achados radiológicos são (imagem 13): Opacificação lobar, podendo o brocograma aéreo estar presente; Ausência da borda do coração e silhueta do hemidiafragma direito. Imagem 13 – Radiografia do tórax evidenciando pneumonia do lobo médio direito. Fonte: Holmes e Misra (2004).