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- -1 FISIOTERAPIA EM DOR ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR DA DOR – AS CLÍNICAS DE DOR E O PAPEL DO FISIOTERAPEUTA - -2 Olá! É interessante e positivo notar que várias reportagens ocorrem em mídia nacional acerca da dor crônica, tanto na televisão quanto na mídia impressa. Esse fato demonstra uma necessidade de informações a respeito do tema, indicando uma conscientização por parte da população de que existe tratamento para a dor crônica. É esse tema que veremos nesta aula. Bons estudos! Ao final dessa aula, você será capaz de: 1- Abordar a relação do fisioterapeuta e a dor, dentro do contexto multidisciplinar; 2- Apresentar as clínicas de dor, sua história e sua importância. Na década de 50, Bonica (1953) estabeleceu os alicerces do que seria a primeira clínica de dor do mundo. A partir daí, ocorreu uma multiplicação deste tipo de clínica, tanto nos Estados Unidos como em outros países, principalmente com a implantação da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP). No Brasil, essas clínicas começaram a surgir após os anos 1970. O objetivo das clínicas de dor é abordar de forma multidisciplinar o fenômeno doloroso. - -3 1 Instituições de tratamento da dor Segundo o IASP (1990), as instituições direcionadas ao tratamento da dor dividem-se em centros e clínicas de dor. Vamos ver a diferença entre essas instituições: • Centro Multidisciplinar de Tratamento da Dor É uma organização de profissionais da área de saúde que se dedicam à pesquisa, ensino, diagnóstico e tratamento de pacientes com dor aguda ou crônica. Geralmente está associado a um hospital universitário ou faculdade com cursos de saúde. É a unidade mais complexa. Deve haver um diretor, não necessariamente médico, familiarizado com a terapia da dor, para supervisionar e coordenar o atendimento de diversos profissionais. Esses profissionais podem ser: médicos de diversas especialidades, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, farmacêuticos, musicoterapeutas, dentre outros. Cada paciente tem seu diagnóstico discutido por um grupo, que se reúne regularmente. O tratamento poderá ser executado por uma equipe de médicos ou por apenas um médico e outros profissionais. Esse tipo de unidade trata pacientes ambulatoriais ou internados. Os prontuários dos pacientes deverão estar disponíveis para pesquisa e ensino. • Clínica de Dor Multidisciplinar É semelhante à anterior, sem contudo incluir obrigatoriamente a pesquisa e o ensino. Reuniões regulares também são realizadas para a discussão diagnóstica e terapêutica, das quais devem participar especialistas de três áreas, pelo menos. Deverá haver sempre a presença de um psiquiatra ou psicólogo clínico, para propiciar um olhar biopsicossocial do paciente. O objetivo é ter uma maior visão clínica dos problemas apresentados pelos pacientes com dores crônicas. • • - -4 2 Importância da equipe de profissionais Com a criação dessas clínicas, verificou-se a importância de uma equipe de profissionais para o tratamento da dor. Algumas perguntas surgiram: Como se dá a interconexão entre os diferentes conhecimentos e perspectivas dos diversos profissionais e as terapias que oferecem? Onde cada um colabora para chegar a uma estratégia de tratamento eficaz para a dor? Uma abordagem interdisciplinar, como aquela utilizada em um centro multidisciplinar da dor, permite a construção dessas pontes, integrando as recomendações dos vários profissionais da dor, com o paciente exercendo um papel ativo na sua terapia. Essa relação tem aspectos muito positivos, mas também, é muito difícil, pois deverá existir um grande respeito por todos os conhecimentos. E pode-se afirmar que este é um aprendizado diário. 3 Plano de assistência abrangente É importante entender que a avaliação desses pacientes será muito mais abrangente, com diversos olhares. As seguintes informações possibilitam à equipe um intervenção muito mais eficaz: • Entrevista com o paciente • Diagramas e escalas de dor • Avaliação psicossocial • Avaliação físico-funcional • Estudos eletromiográficos • Exames complementares É necessária a coordenação das informações obtidas de cada membro da equipe, para assegurar um plano de assistência abrangente. Surge um problema quando a equipe identifica um comprometimento indireto que não se correlaciona com um nível mais elevado de incapacidade funcional. • • • • • • - -5 5 Homeostase Se a meta é a homeostase, vejamos como direcionar esse trabalho. Apresentamos aqui uma proposta de trabalho com os diversos olhares: Aumento da função Normalizar as estratégias de movimento, aumentar as habilidades musculares, a percepção do movimento, a força e a flexibilidade. Homeostase autonômica Treinamento psicofisiológico, relaxamento, biofeedback. Manejo da dor Central: com exercícios para aumentar a endorfina, medicamentos para aumentar a serotonina, dessensibilização, eletroestimulação transcutânea (TENS); Localizada nos tecidos: com mobilização tissular e articular, desativação de pontos desencadeadores (pontos gatilhos miofaciais), dentre outras técnicas. Estabilidade psicossocial Grupo de apoio, reestruturação cognitiva, modelo de autoeficácia, aconselhamento vocacional, manejo do estresse, educação sobre a dor, aconselhamento. Ego Aconselhamento, autoeficácia, luto e perda do trabalho, aumento das habilidades de enfrentamento, adaptação ativa. Fique ligado O olhar inicial do médico é de que os sintomas são comprometimentos e anormalidades anatômicas, fisiológicas ou bioquímicas indicativas de um processo de enfermidade. Os pacientes com dor crônica frequentemente não se encaixam nesse modelo, pois seu nível de incapacidade excede de longe a patologia e os sintomas conhecidos. - -6 6 O fisioterapeuta no combate à dor Você pode observar que apenas um profissional não dará conta de todo esse processo. O fisioterapeuta estará presente nessa equipe, e fará uso de todos os procedimentos para analgesia: • Cinesioterapia • Recursos Terapêuticos Manuais • Calor (Termoterapia) • Frio (Crioterapia) • Hidroterapia e Hidrocinesioterapia • TENS (Eletroestimulação Transcutânea) • Laser Nós discutiremos tudo isso nas próximas aulas! O que vem na próxima aula Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes: • Revisão e discussão dos efeitos fisiológicos dos procedimentos da cinesioterapia e da terapia manual e sua aplicação nos processos álgicos; • Revisão dos efeitos fisiológicos da aplicação do frio e do calor nos processos álgicos; • Apresentação de evidências para a escolha dos procedimentos nos pacientes. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Entendeu como a dor, sendo um processo subjetivo, é difícil de ser tratada; • Conheceu a história das clínicas de dor e seus profissionais; • Entendeu a relação interdisciplinar no tratamento da dor. • • • • • • • Saiba mais Assista ao vídeo Dor crônica: quadro persiste por mais de três meses. Disponível . Acessoaqui em 22 mai. 2013. • • • • • • http://www.youtube.com/watch?feature=fvwp&v=Ikkl6vT9PAU&NR=1 - -7 Referências ANDRADE FILHO, Antônio Carlos de Camargo (Ed.). : diagnóstico e tratamento. São Paulo: Roca, 2001.Dor O’SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomaz J. : avaliação e tratamento. 5. Ed. 2010.Fisioterapia Olá! 1 Instituições de tratamento da dor Centro Multidisciplinar de Tratamento da Dor Clínica de Dor Multidisciplinar 2 Importância da equipe de profissionais 3 Plano de assistência abrangente 5 Homeostase 6 O fisioterapeuta no combate à dor O que vem na próxima aula CONCLUSÃO Referências
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