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Formação dos Contratos

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Manifestação de vontade 
 
• Pressuposto de existência dos contratos, 
além de ser um dos elementos do negócio 
jurídico; 
• Acordo de vontades entre as partes; 
• O consentimento, gerador do contrato, há 
de abranger seus três aspectos: 
 A - Acordo de vontades sobre a 
existência e natureza do contrato, se 
um dos contratantes quer aceitar 
uma doação e o outro quer vender, 
contrato não há. 
 B – Acordo sobre o objeto do 
contrato; se as partes divergem a 
seu respeito, não pode haver 
contrato válido(...) 
 C – Acordo sobre as cláusulas que o 
compõem; se a divergência campeia 
em ponto substancial, não poderá ter 
eficácia o contrato”. (PEREIRA, 
2004:31) 
 
Consentimento expresso 
 
• “Pode a declaração de vontade ser expressa ou 
explícita, quando as partes contratantes se 
utilizem qualquer veículo para exteriorizá-la no 
mundo civil; 
• Pode ser verbalmente usando a palavra falada, 
por mímica quando o agente se exprima por 
um gesto tradutor seu querer, ou por escrito; 
• De forma gráfica se utiliza o declarante em 
instrumento manuscrito, datilografado, 
policopiado ou impresso”. (PEREIRA, 2004:36); 
 
 
 
 
Consentimento Tácito 
 
• “O consentimento é tácito quando provém 
de atos do agente, incompatíveis com a 
decisão contrária. Se, num contrato de 
doação, o donatário de um automóvel, sem 
declarar que o aceita, toma posse do 
veículo, obtém licença, emplaca-o e passa 
a utiliza-lo, há de se entender que aceitou 
a liberalidade, pois tal comportamento 
decerto se mostra incompatível com a 
atitude de quem recusa. Da mesma 
forma, se o comerciante que recebeu 
encomendas dá início à execução do 
contrato com a remessa das primeiras 
partidas, não pode depois alegar que o 
ajuste não se aperfeiçoou, por carecer 
de aceitação. Pois esta se revelou 
tacitamente. (RODRIGUES, 2002:64-
65); 
 
O silêncio na Formação dos 
Contratos 
 
• Em regra, o silêncio não pode ser 
interpretado como manifestação de 
vontade. 
• Em Contratos a regra é: quem cala não 
consente; 
• Nas seguintes situações o silencio poderá 
ser interpretado como manifestação de 
vontade: 
- Quando as circunstâncias ou os usos 
o autorizem, e não for necessária a 
 
 
declaração de vontade expressa (CC, 
art. 111) (Manifestação Tácita) 
- Quando a lei o autorizar. Ex: arts. 
539 (doação pura), 512 (venda a 
contento) 
-Quanto tal efeito ficar 
convencionado em um pré-contrato; 
 
Negociações Preliminares 
 
“As negociações preliminares (tratactus, 
trattative, pouparlers) são conversas prévias, 
sondagens, debates em que despontam os 
interesses de cada um, tendo em vista o 
contrato futuro.” (PEREIRA, 2004:37) 
• Em regra, não produzem obrigações; 
• A BOA-FÉ OBJETIVA também pauta a 
conduta das partes nas negociações 
preliminares; 
• Se ocorrer a violação da Boa-Fé Objetiva, os 
danos decorrente de tal violação deverá ser 
indenizados; 
 
Oferta ou Proposta 
 
• “Pode-se dizer, então, que proposta, 
oferta, policitação ou oblação ‘é uma 
declaração receptícia de vontade, dirigida 
por uma pessoa a outra (com que pretende 
celebrar um contrato), por força do qual a 
primeira manifesta a sua intenção de se 
considerar vinculada, se a outra parte 
aceitar”. (ORLANDO GOMES apud 
GONÇALVES, 2019:77); 
• Requisitos: 
- Séria; 
- Clara; 
- Precisa; 
- Definitiva; 
• Força vinculante da oferta: “Art. 427. A 
proposta de contrato obriga o 
proponente, se o contrário não resultar 
dos termos dela, da natureza do negócio, 
ou das circunstâncias do caso”. 
Exceções 
• Cláusula expressa: 
“É quando o próprio proponente declara que 
não é definitiva e se reserva o direito de 
retirá-la. Muitas vezes a aludida cláusula 
contém dizeres: ‘proposta sujeita a 
confirmação’ ou ‘não vale como proposta’(...)” 
(GONÇALVES, 2019:79); 
 
• Natureza do Negócio Jurídico: 
 “a proposta não obriga o proponente em 
razão da natureza do negócio”. 
(GONÇALVES 2019:79); 
 
• Circunstâncias do Caso: 
art. 428; 
 Atenção para as seguintes nomenclaturas: 
-Presentes: “Presentes são as pessoas que 
mantêm contato direto e simultâneo uma 
com a outra, a exemplo daquelas que 
tratam do negócio pessoalmente, ou que 
utilizam meio de transmissão imediata da 
vontade (como o telefone, por exemplo). 
Observe-se que, em tais casos, o aceitante 
toma ciência da oferta quase no mesmo 
instante em que ela é emitida”. 
(GAGLIANO, 2019:126-127); 
-Ausentes: “Uma pessoa não é considerada 
ausente, para esse fim, por se encontrar 
distante do outro contraente, visto que 
são considerados presentes os que 
contratam por telefone, mas sim devido a 
inexistência de contato direto”. 
(GONÇALVES, 2019:80); 
-Tempo suficiente: “É o necessário ou 
razoável para que chegue ao conhecimento 
do proponente e denomina-se prazo moral. 
Entre moradores próximos, não deve ser 
 
 
muito longo. Diferente será o 
entendimento se os partícipes do negócio 
residirem em locais distantes e de acesso 
difícil e demorado”. (GONÇALVES, 
2019:80); 
-Retratação: “(...)para que se desobrigue, e 
não se sujeite às perdas e danos, é 
necessário que a retratação chegue ao 
conhecimento do aceitante antes da 
proposta ou simultaneamente com ela(...)”; 
 
Oferta ao público 
 
• Art. 429; 
• Não precisa ter destinatário certo; 
• A retratação só pode ocorrer pela mesma 
via da oferta ao público e se tal faculdade 
foi inicialmente informada; 
• Se feita observando os requisitos gerais de 
vontade da proposta, torna-se obrigatória; 
 
Oferta no CDC 
 
• Art. 30; 
• Verificada uma relação Jurídica de 
Consumo, o tratamento da oferta se dá de 
forma diferente; 
• Para vincular basta que a informação tenha 
o mínimo de objetividade e concisão; 
• “Não é qualquer informação que vincula o 
fornecedor. Tem ela que conter uma 
qualidade essencial: a precisão. Só que não 
se trata de precisão absoluta, aquela que 
não deixa dúvidas. O Código contenta-se 
com uma precisão suficiente, vale dizer, com 
um mínimo de concisão.” (GRINOVER, 
1999:228); 
 
Aceitação 
 
• Manifestação de vontade de que concorda 
com os termos da proposta; 
• Deve ser oportuna- tempestiva; 
• Se a manifestação for oportuna, mas chegar 
ao conhecimento do proponente de forma 
tardia: 
“O referido dispositivo impõe ao proponente, à 
luz da superior regra de boa-fé objetiva, ainda 
que na fase pré-contratual, o dever de informar 
ao aceitante que a sua manifestação de vontade 
chegou ao seu conhecimento tardiamente, sob 
pena de, em se omitindo, vir a ser 
responsabilizado” 
 
Contraproposta 
 
• Art. 431 A aceitação fora do prazo, com 
adições, restrições, ou modificações, 
importará nova proposta; 
 
Aceitação Tácita 
 
• Art. 432; 
• Quando o negócio for daqueles em que não 
seja costume aceitação expressa; 
• Quando o proponente o houver dispensado; 
 
Retratação 
 
• Art. 433 Considera-se inexistente a 
aceitação, se antes dela ou com ela chegar 
ao proponente a retratação do aceitante; 
 
 
 
Contrato entre ausente: momento da 
formação 
• Teoria da informação ou cognição: 
“A teoria da informação ou cognição considera 
perfeito o contrato quando o proponente toma 
conhecimento da aceitação do oblato.” 
(PEREIRA, 2004:47) 
• Teoria da declaração ou agnição: 
 “Pelo sistema da agnação ou declaração em 
geral, o contrato aperfeiçoa-se pela declaração 
do oblato”. (VENOSA, 2002:59) 
- A teoria da “declaração ou agnição, subdivide-
se em três: 
a) da declaração propriamente dita; b) da 
expedição; e c) da recepção”. (GONÇALVES, 
2019:84) 
• Teoria da declaração propriamente dita: 
 “Para a teoria da declaração propriamente dita, 
o instante da conclusão coincide com o da 
redação da correspondência epistolar. 
Obviamente tal entendimento não pode ser 
aceito, porque além da dificuldade de se 
comprovar esse momento, o consentimento 
ainda permanece restrito aoâmbito do 
aceitante, que pode destruir a mensagem em 
vez de remetê-la”. (GONÇALVES, 2019:84) 
• Teoria da recepção: 
 “Finalmente, pela teoria da recepção, o 
aperfeiçoamento do negócio jurídico somente 
ocorre quando o proponente recebe o 
comunicado da aceitação, ainda que não o leia”. 
(VENOSA, 2002:520) 
• Teoria da expedição (art. 434): 
 “Para a teoria da expedição, não basta a 
redação da resposta, sendo necessário que 
tenha sido expedida, isto é, saído do alcance e 
controle do oblato. É considerada a melhor, 
embora não seja não seja perfeita, porque evita 
o arbítrio dos contratantes e afasta dúvidas de 
natureza probatória”. (GONÇALVES, 2019:84) 
- Exceções: 
 Retratação oportuna (art. 433) - O 
proponente se comprometeu a esperar a 
resposta; 
 “Neste caso, dá-se ab-rogação de um princípio 
legal de caráter não cogente, pela vontade das 
partes que preferem adotar o princípio da 
recepção” (RODRIGUES, 2002:75) 
 Se a resposta não chegar no prazo 
convencionado: 
“A terceira exceção apresentada no 
retrotranscrito art. 434 do Código Civil (‘se a 
resposta não chegar no prazo convencionado’) é 
inútil e injustificável, como reconhece a 
doutrina, pois, se há prazo convencionado e a 
resposta não chega no intervalo determinado, 
não houve acordo e sem ele contrato”. 
(GONÇALVES, 2004:60); 
 
Lugar em que se considera 
celebrado o contrato 
 
• Art. 435 Reputar-se-á celebrado o 
contrato no lugar em que foi proposto; 
• É importante para a apuração do foro 
competente e no campo do direito 
internacional;

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