Buscar

Gabarito questionário - Formação dos contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 - Gabarito: LETRA E
 
Acompanhem os destaques feitos nas cores azul e verde :)
 
 
Manuel estava viajando em férias pelo Rio Grande do Sul e viu uma casa que se interessou em comprar, em razão de seu aspecto arquitetônico histórico. Voltando para São Paulo, onde residia, Manuel enviou uma proposta, via correspondência física (carta), pelo correio, para o endereço da casa, no dia 01.09.2018, propondo o pagamento de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). O dono do imóvel, Joaquim, recebeu a proposta no dia 05.09.2018 e expediu uma carta, no dia 07.09.2018, para Manuel, aceitando o preço oferecido. A proposta foi recebida por Manuel no dia 09.09.2018
 
O enunciado trouxe hipótese de formação de contrato entre ausentes, vejamos as respectivas regras:
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
 
Pode-se afirmar que a data e o local da celebração do contrato são, respectivamente:
a)  07.09.2018 e Rio Grande do Sul.
b)  05.09.2018 e São Paulo.
c)  09.09.2018 e São Paulo.
d)  05.09.2018 e Rio Grande do Sul.
e)  07.09.2018 e São Paulo.
2 - Gabarito: Letra C. 
 
Assinale a alternativa que está de acordo com as previsões do Código Civil sobre formação de contratos.
a)  pode revogar-se a oferta pública pela mesma via de sua divulgação, ainda que não haja previsão a respeito na oferta realizada. INCORRETA. 
b)  reputar-se-á celebrado o contrato no local de domicílio do aceitante. INCORRETA. 
 
c)  a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. CORRETA. 
 
d)  se o proponente se houver comprometido a esperar resposta, os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação à proposta é expedida. INCORRETA. 
 
e)  considera-se inexistente a aceitação, se depois dela chegar ao proponente a retratação do aceitante. INCORRETA. 
3 - Gabarito: Letra B. 
 
A questão trata do processo de formação dos contratos, voltando-se para fase de proposta/policitação/oblação.
 
Como regra, segundo o art. 427 do CC, a proposta do contrato vincula o proponente/policitante/solicitante (aquele que propôs), gerando o dever de celebrar o contrato definitivo sob pena de responsabilização por perdas e danos, tendo em vista a expectativa de contratar despertada na outra parte (policitado/oblato/solicitado) (TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 8. ed. São Paulo: Método, 2018, p. 695).
 
Ademais, ainda que a promessa seja direcionada ao público (oblato determinável), a proposta também vinculará a pessoa que a formulou, caso preenchidos os requisitos essenciais do contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos, consoante art. 429.
 
Sendo assim, analisando as assertivas, temos que:
 
Relativamente aos contratos disciplinados pelo Código Civil Brasileiro, deixa de ser obrigatória a proposta:
 
a)  se, feita a pessoa ausente, tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado.
 
ERRADA. Como exposto acima, de acordo com o art. 428, III, do CC, a proposta não vincula se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado pelo proponente.
 
b)  se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.
 
CORRETA. É o que dispõe o art. 428, II, do CC, supracitado.
 
c)  se, feita sem prazo a pessoa presente, tenha sido imediatamente aceita.
 
ERRADA. A proposta deixa de obrigar o proponente quando, feita sem prazo, a pessoa presente, não é imediatamente aceita (art. 428, II, CC). Trata-se de uma hipótese de “pegar ou largar”; caso o oblato não aceite imediatamente, o proponente fica desobrigado em relação à celebração do contrato. Registre-se, por oportuno, a lição de Flávio Tartuce (Op. Cit., p. 696):
 
Trata-se [o art. 428, II, CC] do contrato com obrigações intervaladas. O tempo suficiente é o conceito legal indeterminado denominado prazo moral, deve ser analisado caso a caso pelo juiz, de acordo com a boa-fé, os usos e costumes do local e das partes (art. 113 do CC).
 
d)  se, após dela, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 
ERRADA. O art. 428, IV, do CC estabelece que a retratação do proponente deve chegar antes da proposta ou simultaneamente. Afinal, se chegar depois, como aponta a assertiva, a expectativa de contratar já terá sido criada, vinculando o proponente.
4 - Gabarito: LETRA E
 
Sobre o direito contratual, é INCORRETO afirmar:
 
a) Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
CORRETO. Conforme disposto no Código Civil:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 
b) Entre os conceitos correlatos à boa-fé objetiva estão os seguintes postulados: Venire contra factum proprium, Suppressio, Surrectio e Tu quoque.
CORRETO. Flávio Tartuce (2018, p. 1.173 e ss) discorre acerca dos conceitos parcelares da boa-fé:
· Venire contra factum proprium consiste na vedação ao comportamento contraditório, conforme a disposto do Enunciado n. 362 da IV Jornada de Direito Civil: “A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil”
· Supressio significa a supressão, por renúncia tácita, de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos.
· Surrectio é o surgimento de um direito diante de práticas, usos e costumes. Ambos os conceitos (supressio e surrectio) constituem duas faces da mesma moeda,
· Tu quoque significa que um contratante que violou uma norma jurídica não poderá, sem a caracterização do abuso de direito, aproveitar-se dessa situação anteriormente criada pelo desrespeito.
c) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso.
CORRETO. Conforme disposto no Código Civil:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
d) Os contratos podem ser unilaterais, bilaterais e plurilaterais.
CORRETO. A doutrina civilista, no que pertine a classificação quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas, entende que o contrato poderá ser unilateral, bilateral e plurilateral. Seguem as definições dadas pelo mestre Flávio Tartuce (2018, p. 575):
 
1. Contrato unilateral – é aquele em que apenas um dos contratantes assume deveres em face do outro. É o que ocorre na doação pura e simples: há duas vontades (a do doador e a do donatário), mas do concurso de vontades surgem deveres apenas para o doador; o donatário apenas auferirá vantagens. Também são exemplos de contratos unilaterais o mútuo (empréstimo de bem fungível para consumo) e o comodato (empréstimo de bem infungível para uso). Percebe-se que nos contratos unilaterais, apesar da presença de duas vontades, apenas uma delas será devedora, não havendo contraprestação. 
 
2. Contrato bilateral – os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio direitos e deveres para ambos os envolvidos, de forma proporcional. O contrato bilateral é também denominado contrato sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é a proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e deveres entre si (relação obrigacional complexa).
Exemplos: compra e venda e locação.
 
3. Contrato plurilateral – envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. Exemplos: seguro de vida em grupo e o consórcio.
 
 
e) Os contratos reais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades,independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma.
INCORRETO. Em algumas situações a entrega da coisa será essencial para a constituição do contrato, a exemplo dos contratos reais. Além disso, existem contratos em que a forma escrita é indispensável, a exemplo do contrato de fiança (art. 819, CC).
5 - Gabarito: Letra A.
 
Com base na Lei nº 10.406/2002 - Código Civil, no que diz respeito à formação dos contratos em geral, está CORRETO afirmar que:
 
a) A aceitação fora do prazo importará em nova proposta quando vierem com as adições, restrições ou modificações.
 
CORRETA. Como a proposta perde a força obrigatória depois de esgotado o prazo estabelecido pelo proponente, posterior manifestação do solicitado ou oblato também não obriga o último, pois não se tratará de aceitação, mas sim de nova proposta (contraproposta), conforme preceito ao art. 431, CC:
 
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
 
 
b) O contrato será considerado celebrado no domicílio do aceitante.
 
ERRADA. Reputa-se celebrado o contrato no lugar onde foi proposto, como disposto no art. 435, CC:
 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
 
 
c) O contrato entre ausentes tornar-se-á perfeito se aceitação for expedida, e se o proponente se houver comprometido a esperar a resposta.
 
ERRADA. A hipótese trazida na assertiva constitui exceção à teoria da expedição – que, em linhas gerais, prescreve que os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos quando a aceitação é expedida.
 
Assim, havendo a expedição da aceitação, os contratos entre ausentes se aperfeiçoam, salvo os casos elencados no art. 434 do CC, entre os quais se inclui a previsão de o proponente houver se comprometido em esperar a resposta e esta não chegar ao seu conhecimento, como disposto no inciso III do dispositivo legal:
 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
 
I - no caso do artigo antecedente;
 
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
 
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
 
 
d) A aceitação torna-se inexistente quando chegar depois dela ao proponente a retratação do aceitante.
 
ERRADA. Ter-se-á por inexistente a aceitação quando ANTES dela ou COM ela chegar ao proponente a retratação do aceitante, conforme art. 433 do CC:
 
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
6 - ALTERNATIVA CORRETA - LETRA A.
 
a)  A proposta de contrato obriga o proponente se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso, salvo, entre outras hipóteses, se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
 
CORRETA. É exatamente essa a previsão contida nos artigos 427 e 428, I, do Código Civil, cuja redação é a seguinte:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
A finalidade desse artigo 427 advém do direito alemão, onde a proposta é uma declaração unilateral de vontade, produzindo, desde logo, os seus efeitos jurídicos entre o proponente e o proposto (força vinculante). Assim, essa proposta assume caráter de obrigatoriedade, pois o proponente, salvo os expressos casos acima, não poderá retirá-la nos termos e prazo definidos, sob pena de sujeitar-se a perdas e danos.
 
b)  Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos quando este não o executar, inclusive na hipótese de o terceiro ser cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
 
INCORRETA. O erro consiste no fato de que, a responsabilidade não existirá se o terceiro for cônjuge do promitente, nos termos do parágrafo único do art. 439, do CC:
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
c)  A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de prévia notificação à outra parte, a qual pode se dar via instrumento particular.
 
INCORRETA. O erro consiste no fato de que a prévia notificação deve ser feita por interpelação judicial e não apenas por instrumento particular, nos termos do art. 474, do CC, cuja redação é a seguinte:
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
d)  Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade até que o preço esteja integralmente pago. É o que se chama de contrato de leasing.
 
INCORRETA. Nos termos do art. 521, do Código Civil, quando o vendedor reservar para si a propriedade não se trata de leasing, mas sim de VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO:
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Essa CLÁUSULA DE RESERVA DE DOMÍNIO é um reforço de garantia ao vendedor, pois o contrato de compra e venda, instituído nessa modalidade, permite que o vendedor mantenha em seu favor a propriedade da coisa vendida enquanto não efetuado o pagamento integral do preço.
e)  Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos –, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Banco Central, praticada nas operações da mesma espécie, mesmo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
 
INCORRETA. Trata-se de um erro sutil trazido pelo examinador, pois a taxa média do mercado não será aplicada se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor, nos termos da parte final da súmula n. 530, do STJ, cuja redação é a seguinte:
Súmula 530-STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. (STJ. 2ª Seção. Aprovada em 13/05/2015.)
7 - Gabarito: LETRA C.
 
A explicação desta questão está nos artigos 427 e seguintes do Código Civil. Isso porque o referido artigo trata da PROPOSTA, nos seguintes termos:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Observa-se que o examinador deixa bem claro que havia costume da compra e venda nas condições indicadas, o que permite concluir que, quando Eduardo envia o e-mail, ele faz uma PROPOSTA DE CONTRATO, obrigando a parte contrária. Contudo, no caso em discussão, o proponente (Henrique) traz novas condições ao negócio (quantidade e preço), o que representa uma NOVA PROPOSTA (art. 431):
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Neste caso, Eduardo não está obrigado a aceitar a nova proposta, podendo recursar-se a receber a encomenda. Agora, se ele a aceitar, vincular-se-áàs novas condições, devendo pagar o montante estipulado na fatura emitida por Henrique. 
 
Diante dos apontamentos acima é possível apontar os erros das demais alternativas: 
 
a)  Eduardo deve recusar-se a receber a encomenda e a pagar o preço estipulado por Henrique.
 
b)  Eduardo pode recusar-se a pagar o preço estipulado por Henrique, mas não pode rejeitar o produto, devendo pagar o valor praticado anteriormente pelas partes.
 
d)  Eduardo pode recusar-se a receber a encomenda e, se optar por ficar com o produto, pode pagar o preço praticado anteriormente pelas partes.
 
e)  Eduardo não pode recusar-se a receber a encomenda ou a pagar o preço estipulado por Henrique.
8 - ITEM CORRETO
 
A assertiva é introduzida com a afirmação de que em regra, os contratos são negócios jurídicos bilaterais, entre contratante e contratado.
 
Entretanto, os efeitos de um negócio jurídico, mesmo que seja realizado entre duas partes como no caso em tela - um contrato - podem refletir a apenas uma das partes, ou seja, o negócio é celebrado entre duas pessoas, mas só uma absorve seus efeitos, aufere vantagens e, portanto, é quanto aos seus efeitos: unilateral.
 
Um exemplo clássico de contrato unilateral é a doação, em que duas partes celebram e apenas uma aufere a vantagem de reter para si o objeto doado.
9 - Gabarito: Letra E
 
 
A questão aborda a temática da oferta e, para sua resolução, interessa-nos, de início, a disposição do art. 427, CC:
 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
 
Pois bem. De acordo com o enunciado, Maurício (proponente), publicou, em um site de vendas, um violino, com todas as especificações, bem como anexou foto do bem, anunciando, ainda, o respectivo preço.
 
No mesmo dia, vários interessados realizaram contato com Maurício, sendo que Vanildo (oblato) se dirigiu à residência do proponente, com a quantia pedida em mãos, para aquisição do violino.
 
Ocorre que Maurício, em virtude da quantidade de pessoas interessadas, “cresceu o olho” e decidiu não vender o violino a Vanildo, esperando que lhe ofertassem uma proposta mais vantajosa.
 
Nesse sentido, poderia Maurício, à luz das disposições do CC e do teor do enunciado, recusar-se a vender o violino a Vanildo? A resposta é NEGATIVA!
 
Isso porque Maurício acabou vinculado à proposta por ele publicada, arcando com o ônus decorrente de sua obrigatoriedade, pois acarretou no oblato “uma fundada expectativa de realização do negócio” (Cf. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 3: contratos e atos unilaterais. 14. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017).
 
Vale ressaltar que, em tais casos, o proponente encontra-se em uma “situação de sujeição, pois executará precisamente os termos da proposta caso o oblato exerça o direito potestativo da aceitação, submetendo aquele à concretização do conteúdo integral da proposta" (Cf.  FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: contratos. 7. ed. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 89).
 
Além disso, temos que as hipóteses enumeradas no art. 427 – revogabilidade decorrente dos termos da proposta, da própria natureza do negócio ou das circunstâncias do caso – não se fazem presentes. Em sentido análogo, também não há se falar das exceções do art. 428, CC, verbis:
 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
 
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
 
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
 
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 
Por fim, como a oferta não fora direcionada a pessoa certa ou determinada, considera-se uma oferta ao público, o que não muda o raciocínio que construímos acima, haja vista o teor dos arts. 429 e 482, CC:
 
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
 
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
 
[…]
 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
 
Vamos às assertivas...
 
Maurício, pretendendo vender um violino que recebera em doação feita por sua avó, quando ainda estava viva, publicou anúncio em um site de vendas, apresentando a marca do instrumento e as especificações, inclusive o ano de fabricação, o modelo e o estado de conservação. Anexou a fotografia do instrumento e fez constar do anúncio o preço no valor de dois mil reais. Vários contatos foram feitos, sendo que, no mesmo dia em que foi divulgada a publicidade, Vanildo, músico profissional, se dirigiu à residência de Maurício, com os dois mil reais em dinheiro, para aquisição do bem.
 
Acontece que Maurício, impressionado com o grande número de contatos feitos em decorrência da publicação do anúncio, declarou para Vanildo que não realizaria a venda naquele momento, pois gostaria de aguardar uma oferta mais vantajosa.
Nesse caso, pode-se afirmar que:
 
a) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, sem qualquer consequência jurídica, já que o contrato não chegou a ser formalizado;
 
ERRADA. Maurício não possui direito potestativo de arrependimento, pois a oferta por ele publicada continha todos os requisitos essenciais do contrato de compra e venda. Desse modo, sua retratação terá, por consequência jurídica, a indenização por perdas e danos ou, ainda, a possibilidade de execução específica do negócio jurídico por parte de Vanildo.
 
 
b) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale à proposta, havendo, contudo, direito ao arrependimento, desde que Vanildo seja indenizado pelas perdas e danos;
 
ERRADA. A proposta, in casu, é dotada de vinculatividade, não havendo se falar em direito de arrependimento, cabendo a Vanildo, portanto, a indenização por perdas e danos ou a execução específica.
 
 
c) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos;
 
ERRADA. Como a proposta vincula Maurício e não houve, em seus termos, previsão de direito de arrependimento, não há se falar em direito potestativo.
 
 
d) é direito subjetivo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos;
 
ERRADA. Como a proposta continha todos os requisitos essenciais do contrato, Maurício (proponente) não possui direito subjetivo de manifestar arrependimento, pois o vinculou.
 
 
e) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale à proposta, sendo, portanto, obrigatória, não havendo direito ao arrependimento.
 
CORRETA. Conforme comentários acima.
10 - Inicialmente, observemos que a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Assim, ao emitir proposta, Cícero se obriga a celebrar o negócio.
 
Estará desobrigado Cícero da avença se (art. 428, CC/02).
 
- Se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
 
- Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
 
- Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
 
- Se, antes dela, ou simultaneamente, chegarao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 
Assim, não respondendo Célio no prazo de cinco dias, Cícero estará desobrigado.
 
Ocorre que, em que pese a previsão constante do instrumento (que o contrato estará celebrado na hipótese de Célio deixar de emitir resposta no prazo assinalado), a omissão de Célio não pode ser ser apta à formação do contrato.
 
Isto decorre da estrutura do negócio jurídico.
 
Para analisarmos com mais cautela, observemos a famosa escada ponteana:
 
|PLANO DE EFICÁCIA
|- Condição;
|- Termo;
|- Consequências do inadimplemento negocial
                                        |
|PLANO DE VALIDADE
|- Agente capaz;
|- Vontade livre;
|- Objeto lícito, possível,
|determinado ou determinável;
|- Forma prescrita ou não defesa em lei.
                                                            |
                       |PLANO DE EXISTÊNCIA
                       |- Agente;
                       |- Vontade;
                       |- Objeto;
                       |- Forma.
 
Conforme observado, não houve manifestação de vontade por parte de Célio, de modo que o contrato é, na verdade, inexistente.
 
Ademais, não é dado ao aluno aplicar o disposto no art. 111 da Lei Civil, que impõe que "o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa", uma vez que, além de não haver na narrativa circunstâncias que autorizem o silêncio como manifestação de vontade, a própria proposta estipula prazo para a declaração de vontade expressa (cinco dias).
 
Desta forma, inevitável concluir que não houve formação de contrato.
 
Assim, está correta a alternativa de letra A.

Outros materiais