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Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB – 2018 HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO CONCEITO; OBJETO; RELAÇÕES COM AS DEMAIS DISCIPLINAS JURÍDICAS. CRITICAS À LEGISLAÇÃO ELEITORAL Atribui-se às civilizações greco-romanas a criação do sistema representativo, porém alguns historiadores lecionam que a origem desse estaria nas civilizações celta e hindu com a participação dos druidas e sacerdotes na escolha de seus líderes políticos. Quando a prática surgiu na cidade-Estado de Atenas, no século 5 a.C., apenas cerca de um quinto da população poderia participar das eleições. O voto era proferido publicamente, causando constrangimento aos eleitores que eram assediados pelos candidatos. Por volta do século II a.C., os romanos tiveram a ideia de criar uma urna onde os votos fossem depositados. Até o século XIX, a compreensão do voto como um direito universal era afastado pela pregação de que prejudicaria a condução de importantes questões do Estado. No Brasil Colônia Votavam e se elegiam apenas os “homens bons”: brancos, donos de propriedades, de linhagem familiar reconhecida, de participação na burocracia civil ou militar, ou seja, majoritariamente a aristocracia rural. No Brasil Império A Constituição de 1824 estabelecia que o Poder Legislativo fosse exercido pela Assembleia Geral, formada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, as eleições seriam indiretas e em dois graus com voto censitário e verificação dos poderes. O voto era obrigatório excluídos da vida política os menores de idade, as mulheres, os assalariados em geral, os soldados, os índios e os escravos. No Brasil República A Constituição de 1891 previa que o Presidente e o Vice Presidente do Brasil seriam eleitos pelo voto direto. O voto era descoberto, direto e “universal” para cidadãos maiores de vinte e um anos. Ficavam excluídos do direito de voto os mendigos, os analfabetos, os religiosos de ordem nonásticas, os militares de baixa patente e as mulheres. O primeiro Código Eleitoral do Brasil (1932) foi o responsável pela criação da Justiça Eleitoral, introduziu o voto secreto e o sistema de representação proporcional. Dentro dos vários princípios que o Código trazia está o da universalidade do sufrágio, considerando o voto como um direito e um dever cívico, derrubando de vez a base censitária e estendendo o direito ao voto às mulheres, mantendo o sufrágio restritivo capacitário. A Constituição de 1934 reafirmou os direitos conquistados pelo Código Eleitoral de 1932. O sufrágio restrito capacitário (analfabeto) vigorou até a Emenda Constitucional nº 25, de em 16 maio de 1985. O Brasil conta com quatro Códigos Eleitorais: 1º Código Eleitoral - Decreto nº 21.076 -24.02.1932 2º Código Eleitoral - Lei nº 48 -04.05.1935 3º Código Eleitoral - Lei nº 1.164 -24.07.1950 4º Código Eleitoral - Lei nº 4.737 -15.07.1965 https://fernandavertuan.jusbrasil.com.br/artigos/172396235/elementos-historicos-da-conquista-do-sufragio- universal.(acessado em 20/02/2018 às 17h56m) 1932 – VOTO FEMININO 1985 – VOTO DO ANALFABETO; 1986 – CADASTRO NACIONAL DE ELEITORES; 1986 – ELEIÇÕES GERAIS (CONSTITUINTES); 1988 – PROMULGADA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1990 – ELEIÇÃO DIRETA PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA; 1990 – LEI DAS INELEGIBILIDADES (LC 64/1990); 1992 – TOTALIZAÇÃO POR PROCESSAMENTO ELETRÔNICO; 1995 – LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (Lei 9.096/95); 1996 – SURGIMENTO DAS URNAS ELETRÔNICAS; 1997 – LEI DAS ELEIÇÕES (9.504/97); 1998 – LEI DA SOBERANIA POPULAR (Lei 9.709/1998); 1999 – LEI DA CNBB (9.840/99); 2000 – UTILIZAÇÃO DAS URNAS ELETRÔNICAS EM TODAS AS SEÇÕES ELEITORAIS DO BRASIL; 2006 – LEI 11.300/2006 (FINANCIAMENTO DE CAMPANHA); 2009 – LEI 12.034/2009 (MINI REFORMA ELEITORAL); 2010 – LEI DA FICHA LIMPA (LC 135/2010). 2014 – INICIO DA REVISÃO DO ELEITORADO E MIGRAÇÃO PARA O CADASTRO BIOMÉTRICO. 2015 – LEI 13.165/2015 (MINI REFORMA ELEITORAL) 2015 – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DAS CLÁUSULAS DE BARREIRA . 2015 – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE DOAÇÕES DE PESSOAS JURÍDICAS. “O Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a precisa adequação entre a vontade do povo e a atividade governamental”. FÁVILA RIBEIRO “Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que trata de institutos relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado”. JOEL JOSÉ CÂNDIDO Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público com procedimentos, normas e princípios disciplinadores do alistamento, filiação e domicílio eleitoral, das convenções partidárias, do registro de candidatos, da propaganda partidária e eleitoral, da votação, da apuração, da proclamação de resultados, das prestações de contas partidárias e de campanha da diplomação dos eleitos, bem como das ações civis e criminais eleitorais, bem como das demais medidas e garantias relacionadas ao livre exercício do sufrágio popular. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL • Tribunal Superior Eleitoral com sede na capital federal; • Tribunais Regionais Eleitorais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal; • Juízes Eleitorais nas comarcas em que houver Zona Eleitoral; • Juntas Eleitorais (colegiado, temporário, formado por três ou cinco membros, dentre eles cidadãos de conduta ilibada, sendo presidido por um Juiz Eleitoral). COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL • Ministros e juízes federais, desembargadores e juízes estaduais e advogados investidos na função de juízes eleitorais. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL • Jurisdição em matéria administrativa, cível e penal eleitoral. O disciplinamento das diversas fases do processo eleitoral: • cadastro eleitoral: qualificação, inscrição, transferência, cancelamento, exclusão e revisão; • filiação partidária; • registro de candidatos: Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) – Requerimento de Registro de Candidatura (RRC) – Requerimento de Registro de Candidatura Individual (RRCI);(momento em que se verifica questões relativas a elegibilidade e inelegibilidade) • propaganda eleitoral: guia eleitoral, comícios, carros de som, panfletagens, jornais, placas, faixas, adesivos, internet, etc. • atos preparatórios da votação: distribuição das seções eleitorais e sua composição, preparação das urnas eletrônicas, material para votação, designação e atribuições das mesas receptoras, da zerézima, da fiscalização partidária etc.; • votação: da forma do voto e do sufrágio, dos lugares de votação, da polícia dos trabalhos, horário de início e encerramento da votação; • apuração , totalização e divulgação dos resultados; • Prestação de contas de campanha; • diplomação dos eleitos. A fixação de regras referentes a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, bem como acesso à propaganda e ao fundo partidários; A fixação de regras referentes filiação partidária e domicílio eleitoral; A fixação de regras para as Ações e Procedimentos Eleitorais; A fixação de regras contendo as punições administrativas, civis e criminais no âmbito eleitoral; A fixação de regra relativas aos requisitos de registrabilidade, condições de elegibilidades e as causas de inelegibilidades • Normas de Direito Civil; • Normas de Direito Processual Civil; • Normas de Direito Penal; • Normas de Direito Processual Penal, que não contrariem o disposto nos artigos 355 a 364 do Código Eleitoral e as relativas instauração de inquérito policial de ofício, ressalvados aqueles oriundos de flagrante; • Normas de Normas de Direito Administrativo; • Normas de Direito Tributário, poder de polícia, questões relativas a recolhimento de multas, execuções da Fazenda Nacional; • Leis Complementares da Magistratura,do Ministério Público, da Advocacia da União, Defensoria Pública da União etc. O destinatário da norma é quem a faz, deixando margem à burla, bem como a modifica ao sabor da conveniência dos partidos que tem maioria no parlamento; A função regulamentar do TSE se transforma em ativismo judicial; As duas leis eleitorais que trouxeram mudanças significativas foram de iniciativa popular. A Lei 9.840/99 (Lei da CNBB) A Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) A competência para legislar sobre Direito Eleitoral é privativa da União; CF 88, Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral... Ativismo Judicial do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal (Mira Estrela, verticalização, fidelidade partidária). Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB – 2018 FONTES FORMAIS: normas jurídicas propriamente ditas. FONTES MATERIAIS: fatores que influenciam o surgimento das normas jurídicas. FONTES PRIMÁRIAS: emanam do poder legislativo ou Poder Constituinte. FONTES SECUNDÁRIAS: interpretam e regulam as normas primárias. FONTES DIRETAS: regulam diretamente determinado conteúdo. FONTES INDIRETAS: tratam determinado assunto de forma supletiva. Constituição Federal: • Espalhados em toda a Constituição , especificamente: (art. 14 ao 17 ) DOS DIREITOS E DOS PARTIDOS POLÍTICOS (art. 118 ao 121) DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS Código Eleitoral (Lei 4.737/65), alterado por diversas leis. Trata-se de lei ordinária que foi recepcionada pela Constituição de Federal de 1988 em alguns de seus artigos como tal e, em outros, como lei complementar, conforme preceitua o artigo 120 da CF (organização e competência); Lei das inelegibilidades LC 64/90, alterada pela LC 135/2010. Atendendo mandamento Constitucional (§9º do art. 14), estabeleceu outras causas de inelegibilidade infraconstitucionais, objetivando proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994; Lei dos Partidos Políticos – Lei 9.096/1995 alterada pelas Leis 9.259/1996, 9.504/1997, 9.693/1998, 11.459/2007, 12.034/2009 e 12.350/2010; Lei das Eleições – Lei 9.504/97 alterada pelas Leis 9.840/1999 – 10.408/2002, 10.740/2003, 11.300/2006, 12.034/2009, 12.350/2010, 12.891/2013, 12.976/2014, 13.165/2015 ,13.487/2017 e 13.488/2017; ◦ A Lei 9.840/99 foi a primeira tentativa de lei de iniciativa popular. Introduziu a captação ilícita de sufrágio (art. 41A) e agravou a pena prevista para a infringência às condutas vedadas aos agentes públicos em campanha, previstas no artigo 73 da Lei das Eleições, acarretando em ambos os casos a cassação do registro ou diploma do candidato ou chapa no caso de eleições majoritárias, além de multas; Leis Correlatas específicas: • Lei 4.410/64 (prioridade para os feitos eleitorais); • Lei 6.091/74 (fornecimento gratuito de transporte nas zonas rurais); • Lei 6.236/75 (obrigatoriedade do alistamento eleitoral); • Lei 6.996/82 (processamento eletrônico de dados nos serviços eleitorais); • Lei 7.444/85 (implantação do cadastro nacional de eleitores em meio eletrônico); • Lei 9.709/98 (Regulamenta os incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal). • Instruções Normativas. As Instruções Normativas são aprovadas pelo TSE até 05 de março dos anos eleitorais, editadas em forma de Resoluções e disciplinam o processo eleitoral lato sensu, art. 105 da Lei 9.504/97 (apenas o pleito a que se referem). • Resoluções do TSE, em matéria eleitoral, atribuição conferida pelas Leis: • 4.737/65, artigo 23, IX; • 6.996/82, artigo 18; • 9.096/95, artigo 61. • O TSE regulamenta as leis eleitorais mediante Resoluções de caráter normativo. • As Instruções Normativas têm força de lei, estando, inclusive, sujeitas a controle abstrato de constitucionalidade, tais resoluções consolidam a legislação em vigor, agrupando-a por assunto. ◦ Consultas ao TSE e aos TRE’s, que originam Resoluções de caráter orientativo; (As consultas devem ser realizadas em tese, sobre matéria eleitoral e por partidos políticos ou autoridades públicas) Art. 23, XII e 30, VII do Código Eleitoral. ◦ Doutrina; ◦ Jurisprudência - Código Eleitoral art. 263 - No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, as decisões anteriores sobre questões de direito constituem prejulgados para os demais casos, salvo se contra a tese votarem dois terços dos membros do Tribunal. (Ac. TSE 12.501/92: inconstitucionalidade deste artigo desde a CF/46) ◦ Inúmeras anotações de Resoluções e Acórdãos do TSE, na legislação eleitoral e partidária. 1. PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA • "Segundo ensina Ferreira Filho (2005: 102-103), longe de prosperar em qualquer solo, a experiência de um autêntico regime democrático exige a presença de alguns pressupostos. Há mister haver certo grau de desenvolvimento social, de sorte que o povo tenha atingido nível razoável de independência e amadurecimento, para que as principais decisões possam ser tomadas com liberdade de consciência.” (FERREIRA FILHO, apud GOMES, 200, p. 36) 2. PRINCÍPIO FEDERATIVO • A própria organização da Justiça Eleitoral é um retrato do federalismo cooperativo, pois, há uma efetiva simbiose entre a União os Estados e os municípios para o pleno funcionamento da Justiça Eleitoral. Sua estrutura se reparte em três instâncias, em que a segunda aprecia os recursos da primeira, e a terceira aprecia os recursos da segunda e da primeira. • https://jus.com.br/artigos/40607/analise-dogmatica-dos-principios-constitucionais-do-direito-eleitoral (acessado em 20/02/2018 às 17:30) 3. PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES • O princípio da lisura das eleições deve ser observado por todos aqueles que participam do processo eleitoral. • Esse princípio pode ser classificado como expresso, pois a lei complementar n° 64, de 1990, diz em seu artigo 23: “O Tribunal formará a sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e das presunções e prova produzida, atentando para as circunstâncias ou fatos, ainda que não alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público da lisura eleitoral.”. 4. PRINCÍPIO DA CELERIDADE • O princípio da celeridade dispõe que as decisões eleitorais devem ocorrer de maneira ágil. O Código Eleitoral, em seu artigo 257, serve como norte da interpretação desse princípio. O texto do artigo, diz: “A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do Presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão.”. • https://jus.com.br/artigos/40607/analise-dogmatica-dos-principios-constitucionais-do-direito-eleitoral (acessado em 20/02/2018 às 17:30) 5. PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E PERDA DO MANDATO ELETIVO • O texto legal que se relaciona com esse princípio está elencado no art. 97 da Lei das Eleições: “Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5° da Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda do mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. §1° A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral.”. 6. PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS • O texto legal que se relaciona com esse princípio está elencado no artigo 216 do CE, diz: “Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer mandato em toda a sua plenitude.” O art. 15 da LC 64/90, também dispõe: “O registro de candidatura inelegível só será cancelado após o trânsito em julgadoda decisão, ou seja, enquanto pender recurso do candidato, este poderá participar do pleito e até ser diplomado, se eleito.”. • https://jus.com.br/artigos/40607/analise-dogmatica-dos-principios-constitucionais-do-direito-eleitoral (acessado em 20/02/2018 às 17:30) 7. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE • O princípio da anualidade é um princípio constitucional previsto no art. 16 da Carta Magna: “A lei que estabelecer o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.”. • Portanto, a lei que alterar o processo eleitoral, seja o alistamento, votação, apuração ou diplomação deverá obedecer ao período de um ano, anterior à data prevista para a eleição. 8. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA • O parágrafo 1° do art. 147 do Código Eleitoral diz que “A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da mesa, fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada verbalmente ou por escrito, antes de ser o mesmo admito a votar.”. Também o art. 149 elucida que “Não será admito recurso contra votação, se não tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulidades arguidas.”. • https://jus.com.br/artigos/40607/analise-dogmatica-dos-principios-constitucionais-do-direito-eleitoral (acessado em 20/02/2018 às 17:30) Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB - 2018 CONCEITO A democracia não tem um conceito fechado, ela tem contornos diferentes em todo o mundo. Democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo povo. Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal. É um regime de governo em que todas as importantes decisões políticas estão com o povo, que elegem seus representantes por meio do voto. (https://www.significados.com.br/democracia/) A democracia busca afastar o autoritarismo e a concentração do poder, tem como fundamentos: a maioria, a igualdade e a liberdade. O Estado Democrático de Direito rege-se por normas elaboradas pelo povo (titular da soberania) e o respeito aos direitos e garantias fundamentais. A democracia exige a participação de todos na vida política, a fim de que consintam com a autoridade a que devem se submeter. "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas". (Winston Churchills) “A democracia é o diálogo contínuo da sociedade.” (Paulo Bonavides) CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. CF – Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; ( consulta a priori ) II - referendo; ( consulta a posteriori ) III - iniciativa popular. A forma do exercício da Soberania Popular: a) Indireta ou representativa, reside nos institutos do sufrágio universal, voto direto, secreto, com valor igual para todos e periódico. b) Direta: também se utiliza dos institutos do sufrágio universal, voto direto, secreto, e com valor igual para todos, mediante plebiscito e referendo; b1) iniciativa popular. TIPOS DE DEMOCRACIA Democracia direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular, recall) Democracia indireta ou representativa (exercida por representantes, sejam eleitos pelo voto direto ou indireto) Democracia semi-direta (com os elementos da democracia direta e indireta) LEI DA SOBERANIA POPULAR (Lei 9.709/98 regulamenta o disposto nos incisos I, II e III do Art. 14 da CF) Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3º do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei. CF art. 18 §3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Art. 5o O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão e ao desmembramento de Municípios, será convocado pela Assembléia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e estadual Art. 6o Nas demais questões, de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o plebiscito e o referendo serão convocados de conformidade, respectivamente, com a Constituição Estadual e com a Lei Orgânica. Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada. Sistemas Eleitorais: são as fórmulas matemáticas e divisões territoriais utilizadas para que os votos obtidos pelos partidos ou candidatos se traduzam em mandatos, ou seja, são os procedimentos utilizados em uma eleição para transformar os votos dos eleitores em governo. No Brasil, vigora dois tipos de Sistemas Eleitorais, o proporcional de lista aberta e o majoritário autônomos para cada eleição, todavia, em outros Estados há também o Sistema Misto. O Sistema Proporcional objetiva garantir às diversas correntes ideológicas, representadas pelos partidos ou coligações, o número de cadeiras no parlamento, em proporção aos votos obtidos no pleito. CF - Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. • Pilares da Democracia Representativa • Sistema Eleitoral que espelhe uma proporcionalidade aritmética. • Sistema partidário definido ideologicamente • Corpo de Eleitores saneado; • Processo de votação; • Processo de apuração; Transparentes e hígidos. • Processo de totalização; • Conhecimento do perfil, das propostas e da vida pregressa dos candidatos, bem como da ideologia partidária; • Livre manifestação da vontade do eleitor. Viciação da vontade do eleitor. Abuso do poder econômico, do poder político ou de autoridade e uso indevido de veículos ou meios de comunicação social. Arrecadação e gastos ilícitos de campanha, captação ilícita de sufrágio e condutas vedadas. Sistemas Eleitorais ◦ Majoritário Circunscrição Distrital ◦ Proporcional Lista aberta Lista Fechada ◦ Distrital misto (majoritário e proporcional) Sistema proporcional: cálculo com o seguinte procedimento: • 1ª FASE: cálculo do quociente eleitoral: QE = total de votos válidos, divididos pelo número de vagas • 2ª FASE: cálculo do quociente partidário: QP = número de votos obtidos pelo partido ou coligação, dividido pelo quociente eleitoral. (despreza-se a fração). • 3ª FASE: distribuição das sobras - S = número de votos obtidos pelo partido ou coligação, divididos pelo quociente partidário + 1. O(s) partidos ou coligações que obtiver(em) a(s) maior(es) média(s) preencherá(ão) a(s) vaga(s) remanescente(s)] OBS.: Se o partidoou coligação não atingir o quociente eleitoral, não elegerá nenhuma representante. Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB – 2018 CONCEITO “É um direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal”. JOSÉ AFONSO DA SILVA “Os direitos políticos, visualizados em sua acepção restrita, encarnam o poder de que dispõe o indivíduo para interferir na estrutura governamental, através do voto”. ROSAH RUSSOMANO “Direitos políticos ativos consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais”. JOSÉ AFONSO DA SILVA São o conjunto de regras que disciplina a forma de atuação da soberania popular. CLASSIFICAÇÃO. Direitos políticos positivos: o Capacidade eleitoral ativa – regularidade do alistamento eleitoral. o Capacidade eleitoral passiva – ostenta as condições de elegibilidade. Direitos políticos negativos. Inelegibilidades. o Inelegibilidades relativas e absolutas; o Inelegibilidades constitucionais e infraconstitucionais; o Inelegibilidades preexistentes e supervenientes; A privação dos direitos políticos. o Perda dos direitos políticos. o Suspensão dos direitos políticos Nacionalidade: Ligação jurídica de um indivíduo com o Estado, o laço jurídico político de direito público interno, que faz do cidadão um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado. o Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. Direitos Políticos Positivos: ◦ a) direito ao sufrágio; ◦ b) alistabilidade (viabilização do direito ao voto); ◦ c) elegibilidade; ◦ d) iniciativa popular de lei; ◦ e) ação popular; ◦ f) organização e participação em partidos políticos. Art. 1º da CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: II- a cidadania; o A cidadania representa um status do ser humano, permitindo-lhe o exercício concreto da liberdade de participação nos negócio políticos do Estado, apresentando-se, simultaneamente, como princípio e direito fundamental. (Alexandre de Moraes) o STF HC 73454 (Relator Min. Maurício Corrêa) “ninguém é obrigado a cumprir ordem legal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. Mas: é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o estado de direito.” V - o pluralismo político. o Orienta a criação e organização de partidos políticos com as mais variáveis ideologias, atendendo à diversidade de correntes filosóficas e políticas; o que possibilita a participação – ativa ou passiva - dos cidadãos nos partidos com os quais se identifiquem. Sufrágio: o é o direito subjetivo de natureza política que tem o cidadão de eleger e de participar da organização e da atividade do poder estatal. o Sufrágio universal quando este direito é concedido a todos do povo sem discriminação, cabendo o estabelecimento de requisitos de forma (alistabilidade) e de essência (nacionalidade, idade mínima etc.) o Sufrágio restrito: a) censitário referente à renda, bens, etc. b) capacitário referente à condição intelectual de escolaridade. Voto: o exercício do direito, a materialização do sufrágio. Escrutínio: apuração dos votos. Características do voto: a) personalidade – direito personalíssimo não pode haver delegação; b) *obrigatoriedade de comparecimento à votação – com as exceções constitucionais e legais, o comparecimento do eleitor e votação formal são obrigatórios; c) liberdade – o eleitor deve expressar sua vontade livre de qualquer pressão, podendo, inclusive deixar de escolher qualquer dos candidatos ou se abster de opinar; d) sigilosidade – trata-se de garantia de que o eleitor não sofrerá represaria em razão de sua escolha; e) direto – aquele em que o eleitor não delega a outrem a sua escolha, sem intermediação de quem quer que seja; f) periodicidade – o art. 60, § 4º, da CF, a temporariedade dos mandatos, implicando na periodicidade dos pleitos eleitorais e, consequentemente, do voto; g) igualdade – o voto de todos os cidadãos têm o mesmo peso – um homem um voto. *Exceção: maiores de 16 e menores de 18 anos, maiores de 70 anos e os analfabetos. CF – Art. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: o a) os analfabetos; o b) os maiores de setenta anos; o c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. CF – Art. 15 - É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: ◦ I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Caso de Perda) ◦ II - incapacidade civil absoluta; (Caso de Suspensão) ◦ III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (Caso de Suspensão) ◦ IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (Caso de Suspensão) ◦ V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §; (Caso de Suspensão) OBS: Será cabível a suspensão dos direitos políticos nos casos de medida de segurança e em contravenção. Resolução TSE 21193/2006 e Acórdão 13293/1996, respectivamente. OBS: A suspensão dos direitos políticos será mantida mesmo após a Suspensão Condicional da Penal. ( AgR. REsp – 409850) OBS: O restabelecimento dos direitos políticos não há restabelecimento do mandato (Ac – TSE no HC 28524) Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB - 2018 ORIGEM • A Justiça Eleitoral brasileira foi criada pelo primeiro Código Eleitoral brasileiro, quando também foi instituído o voto feminino, sob a inspiração do primeiro governo Getúlio Vargas e do movimento constitucionalista de 1932. ORGANIZAÇÃO Conforme dispõe o artigo 118 da CF/88, são órgãos que compõem a Justiça Eleitoral: ◦ O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL Haverá um Tribunal Superior Eleitoral na Capital da República. ◦ OS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e do Distrito Federal. ◦ OS JUÍZES E AS JUNTAS ELEITORAIS Haverá um Juiz Eleitoral em cada Zona Eleitoral. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL Compõe-se de, no mínimo, sete membros, escolhidos: Mediante eleição, pelo voto secreto: ◦ a) três juízes dentre os ministros do STF; ◦ b) dois juízes dentre os ministros do STJ; (a eleição se dará no órgão de origem) Mediante nomeação do Presidente da República ◦ dois juízes dentre seis advogados de notório saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF. A denominação da função é regimental: Ministros do TSE. Mandato dos ministros no TSE: dois anos cabendo uma recondução. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL Mesa Diretora: O TSE elegerá o seu Presidente e Vice-Presidente dentre os ministros oriundos do Supremo Tribunal Federal; e o Corregedor Eleitoral dentre os ministros advindos do Superior Tribunal de Justiça. (CF Art. 119 Parágrafo único) ◦ (mandato da mesa diretora é regimental) Ministros Substitutos: ◦ Por categoria, mesma forma de escolha, mandato e quantidade e assumem por ordem de antiguidade. ◦ Os substitutos substituem, mas não sucedem, podem votar mas não podem ser votados nas eleições da Mesa Diretora. (CF Art. 121 §2º) Forma de remuneração: jeton TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS Os Tribunais Regionais Eleitorais serão compostos por 7 (sete) membros: Mediante eleição, pelo voto secreto: ◦ a) dois desembargadores do Tribunal deJustiça; ◦ b) dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça (ambas as votações ocorrerão nos Tribunais de Justiça. Mediante escolha nos Tribunal Regional Federais: ◦ Um desembargador federal, ou não sendo sede de TRF, um juiz federal da seção judiciária da capital onde se encontra o TRE. Mediante nomeação pelo Presidente da República: ◦ Dois advogados, dentre seis indicados pelo Tribunal de Justiça, de notável saber jurídico e idoneidade moral. Comprovação de 10 anos na advocacia. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS Denominação da função: regimental (juízes ou desembargadores eleitorais). Mandato dos Membros: dois anos cabendo uma recondução. Mesa Diretora: • Presidente e Vice-Presidente escolhidos dentre os desembargadores. • Corregedor regimental. • Mandato da Mesa Diretora: o CNJ determinou que os mandatos das Mesas Diretoras dos Tribunais Regionais Eleitorais sejam de dois anos. Desembargadores Substitutos: • Por categoria, mesma forma de escolha, mandato, quantidade e assumem por ordem de antiguidade. • Substituem, mas não sucedem, podem votar mas não podem ser votados nas eleições para as Mesas Diretoras. Forma de remuneração: jeton Nos anos eleitorais, nas eleições presidenciais, federais, estaduais e distritais serão designados três desembargadores/ministros eleitorais auxiliares, dentre os substitutos, que funcionarão nas representações eleitorais. (propaganda eleitoral, direito de resposta, pesquisas eleitorais, inclusive infringência aos artigos 30-A; 41-A e 73 da Lei das Eleições) Mandato: desde a autorização pelo TSE até a diplomação dos eleitos, quando os processos em tramitação serão redistribuídos para os membros titulares. Remuneração: gratificação eleitoral pró rata. Comarca (município sede de juízo) • Termo (município abrangido pela comarca) Divisões administrativas da Justiça estadual. Circunscrição Eleitoral • Federação – eleição presidencial • Estado – eleições estaduais e federais • Município – eleições municipais Zona Eleitoral Pode compreender vários municípios e comarcas. Um município pode conter várias Zonas Eleitorais. • Local de votação Seção eleitoral JUÍZOS ELEITORAIS Juiz Eleitoral ◦ Zona Eleitoral Cartório Eleitoral Mandato: ◦ Dois anos, nas comarcas com mais de uma vara da Justiça Estadual, havendo um sistema de rodízio e não cabe recondução. ◦ Nas comarcas de vara única os juízes exercerão a função eleitoral por tempo indeterminado. Remuneração: ◦ Gratificação eleitoral pro rata. Juntas Eleitorais: ◦ Uma Zona Eleitoral poderá ter mais de uma Junta Eleitoral, desde que sejam designados juízes auxiliares para presidi-las. ◦ Formadas por três ou cinco integrantes, presididas sempre por Juízes Eleitorais sejam titulares ou auxiliares, somente serão criadas no período das eleições, quando terão competência definida na legislação eleitoral. FUNÇÕES TÍPICAS, ATÍPICAS E FINALÍSTICAS FUNÇÃO JURISDICIONAL (TÍPICA) • TSE – a) 1º grau nas eleições presidenciais (instância originária); b) 2º grau nas eleições estaduais, distritais e federais quando versarem sobre inelegibilidade, expedição ou anulação de diplomas e perda de mandatos (recurso ordinário); c) também em 2º grau nos demais casos de eleições estaduais, distritais e federais (recurso especial) d) 3º grau nas eleições municipais (recurso especial); e e) julgar originariamente os Recursos Contra Expedição de Diploma nas eleições federais estaduais e distritais. • TRE(s) – a) 1º grau nas eleições e estaduais, distritais e federais (instância originária); b) 2º grau nas eleições municipais (recurso eleitoral); e c) julgar originariamente os Recursos Contra Expedição de Diploma nas eleições municipais. • Juízes e Juntas Eleitorais - 1º grau nas eleições municipais (instância originária). • Competência criminal – regras constitucionais FUNÇÃO ADMINISTRATIVA (ATÍPICA) (FINALÍSTICA) • TSE, TRE(s), Juízes e Juntas Eleitorais FUNÇÃO NORMATIVA (ATÍPICA) (FINALÍSTICA) • TSE - Instruções Normativas e Resoluções com abrangência erga omnes. FUNÇÃO CONSULTIVA (ATÍPICA) (FINALÍSTICA) • TSE e TRE(s) - origina resoluções com caráter orientativo. As consultas devem ser realizadas em tese, sobre matéria eleitoral e por partidos políticos ou autoridades públicas. (não vinculam os julgamentos de casos concretos assemelhados, que terão suas peculiaridades analisadas) A organização e competência da Justiça Eleitoral serão definidas em lei complementar (art. 121, CF). O atual Código Eleitoral foi recepcionado como tal nesses aspectos. Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB – 2018 CONCEITO O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. (Artigo 127 da CF/88) PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS UNIDADE ◦ Os membros do Ministério Público integram um só órgão, sob a chefia de um único Procurador Geral. Saliente-se que a unidade é para cada Ministério Público. Não há unidade entre o Ministério Público de um Estado com o MP de outro Estado ou entre o Ministério Público da União com os Ministérios Públicos dos Estados. INDIVISIBILIDADE: ◦ A indivisibilidade, como princípio institucional do Ministério Público, relaciona-se com o fato de os membros do Parquet poderem ser substituídos uns pelos outros, nos termos da legislação vigente, sem qualquer nulidade. (O conceito de unidade se aplica no Princípio da Indivisibilidade, seccionando-se, ainda, nos diversos ramos do Ministério Publico) PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL : ◦ Os membros do Ministério Público exercem suas funções sem subordinação hierárquica a qualquer pessoa. Eles agem com liberdade segundo à Constituição, às leis e à sua consciência, embora haja hierarquia administrativa. AUTONOMIA ◦ O Ministério Público brasileiro está dotado de autonomia funcional tem legitimidade para propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como o seu provimento por concurso público de provas ou de provas e títulos. administrativa elabora a sua proposta orçamentária dentro dos limites estatuídos pela lei de diretrizes orçamentárias (LDO) sem subordinação a qualquer outro Poder estatal (art. 127, §§ 2º e 3º, CF/88). MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO Chefia institucional: O MPU tem por chefe o Procurador Geral da República (PGR); Nomeação: o PGR é nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira do Ministério Público Federal (Sub- Procuradores-Gerais da República, maiores de 35 anos, após a aprovação do seu nome pelo Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução (art. 128, § 1º, CF/88). Destituição: a destituição do PGR, por iniciativa do Presidente da República, com autorização da maioria absoluta do Senado Federal (art. 128, § 2º, CF/88). MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO O MPU é integrado pelo: Ministério Público Federal: Procuradores da República, Procuradores Regionais da República e Subprocuradores Gerais da República. Ministério Público do Trabalho: Procuradores do Trabalho, Procuradores Regionais do Trabalho e Subprocuradores Gerais do Trabalho. Ministério Público Militar: Promotores de Justiça Militar, Procuradores Militares e Subprocuradores Gerais Militares. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios: Promotores de Justiça e Procuradores de Justiça. MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL Chefia institucional: Procurador Geral de Justiça (PGJ). Nomeação: o PGJ é nomeado pelo Governador do Estado, após formação de lista tríplice dentre os integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para um mandato de dois anos, permitida uma recondução (§ 3º, art. 128, CF/88). Destituição: a destituição do PGJ dar-se-á por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo (art. 128,§ 4º, CF/88). Órgãos integrantes: Procuradores de Justiça. Promotores de Justiça. GARANTIAS: a) vitaliciedade: após dois anos de exercício, o membro do Ministério Público não pode perder o cargo, senão por sentença judicial transitada em julgado; • Não se aplica ao Ministério Público Eleitoral. b) inamovibilidade: não poderá ser removido o membro do parquet, salvo por motivo de interesse público ou mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa; c) irredutibilidade de subsídios os subsídios não poderão ser reduzidos, sem prejuízo da incidência dos tributos legalmente instituídos. (EC nº 19/98) VEDAÇÕES: receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; exercer a advocacia: é vedado ao membro do Ministério Público exercer a advocacia; participar de sociedade comercial, na forma da lei: não pode exercer a função de gerente ou proprietário de empresa; exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei. Exceção: membros do MP à época da promulgação da CF/88, que tenham optado pelo regime anterior (art. 29, § 3º, ADCT). Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB – 2018 JUNTO AO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ◦ Procurador Geral Eleitoral (PGE) será o Procurador Geral da República (PGR). O Procurador Geral Eleitoral designará o seu substituto dentre os Sub-Procuradores Gerais da República, que será o Vice-Procurador- Geral Eleitoral. (CE Art. 18 Parágrafo único) Por tempo indeterminado, coincide com o mandato de PGR. JUNTO AOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS ◦ em capitais que não forem sede de Tribunais Regionais Federais: oficiarão o Procurador Regional Eleitoral e o Procurador Regional Eleitoral Substituto, que serão designados dentre os Procuradores da República, pelo Procurador Geral Eleitoral. ◦ em capitais que forem sede de Tribunais Regionais Federais: oficiarão o Procurador Regional Eleitoral e o Procurador Regional Eleitoral Substituto, que serão designados dentre os Procuradores Regionais da República, pelo Procurador Geral Eleitoral. Mandato: dois anos cabendo uma recondução. Remuneração de todos os que atuam perante os Tribunais Eleitorais mediante jeton. JUNTO AOS TRIBUNAIS ELEITORAIS ◦ Nos anos em que houver eleições presidenciais, federais, estaduais e distritais serão designados três Sub-Procuradores-Gerais e três Procuradores da República ou procuradores Regionais da República, para auxiliarem os titulares, esses atuarão perante os ministros ou desembargadores eleitorais auxiliares, serão designados Procuradores Eleitorais Auxiliares. ◦ Esses procuradores auxiliares funcionarão nas representações por propaganda eleitoral extemporânea, irregular ou ilícita, direito de resposta, infringência aos artigos 30-A (arrecadação ou gastos ilícitos), 41-A (captação ilícita de sufrágio) e 73 (condutas vedadas aos agentes públicos nas campanhas), todos da Lei das Eleições. ◦ Receberão os autos de constatação de irregularidades eleitorais, encaminhados pelos juízes e promotores zonais, bem como noticias de supostos ilícitos encaminhados por cidadãos e, caso entendam pertinente, farão as Representações perante os Tribunais. Mandato: desde a autorização do TSE até a diplomação dos eleitos, quando os processos em tramitação serão encaminhados aos Titulares. Remuneração: gratificação eleitoral pró rata. JUNTO AOS JUÍZES E JUNTAS ELEITORAIS ◦ Oficiam os membros do Ministério Público local (promotores de Justiça), por delegação do Ministério Público Federal. ◦ São indicados pelo Procurador Geral de Justiça, em um sistema de rodízio, recaindo a indicação sob aquele que estiver lotado na comarca abrangida pela zona eleitoral e a mais tempo afastado da função eleitoral, são designados pelo Procurador Regional Eleitoral. ◦ Mandato: dois anos não cabendo a recondução. Em comarcas de promotoria única a designação será por tempo indeterminado. ◦ Remuneração: gratificação eleitoral pró rata. ◦ OBS: Todos os membros do Ministério Público Federal serão designados para exercerem a função eleitoral pelo Procurador Geral Eleitoral. ◦ Todos os membros do Ministério Público Estadual serão designados pelos Procuradores Regionais Eleitorais.
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